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Escola Secundária de Santa Maria da Feira



 SEMANA DA LEITURA


O MAR NA POESIA

       11 a 15 de março
ATLÂNTICO


Mar
Metade da minha alma é feita de maresia
                       Andresen, Sophia de Mello Breyner
MAR


De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua,
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua


                           Andresen, Sophia de Mello Breyner
Mar
                 MEIO- DIA
Meio-dia. Um canto da praia sem ninguém.
O sol no alto, fundo, enorme, aberto,
Tornou o céu de todo o deus deserto.
A luz cai implacável como um castigo.
Não há fantasmas nem almas,
E o mar imenso solitário e antigo,
Parece bater palmas.

                         Andresen, Sophia de Mello Breyner
ESPERO



Espero sempre por ti o dia inteiro,
Quando na praia sobe, de cinza e oiro,
O nevoeiro
E há em todas as coisas o agoiro
De uma fantástica vinda

                        Andresen, Sophia de Mello Breyner
Mar


               CASA BRANCA
Casa branca em frente ao mar enorme,
Com o teu jardim de areia e flores marinhas
E o teu silêncio intacto em quem dorme
O milagre das coisas que eram minhas


                          Andresen, Sophia de Mello Breyner
Mar




As ondas quebravam uma a uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só p’ra mim

                        Andresen, Sophia de Mello Breyner
MAR SONORO



Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós.
    E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho
  Que momentos há em que eu suponho
  Seres um milagre criado só para mim.
                           Andresen, Sophia de Mello Breyner
Em uma Tarde de Outono
 Outono. Em frente ao mar. Escancaro as janelas
 Sobre o jardim calado, e as águas miro, absorto.
    Outono... Rodopiando, as folhas amarelas
   Rolam, caem. Viuvez, velhice, desconforto...

    Por que, belo navio, ao clarão das estrelas,
       Visitaste este mar inabitado e morto,
Se logo, ao vir do vento, abriste ao vento as velas,
   Se logo, ao vir da luz, abandonaste o porto?

A água cantou. Rodeava, aos beijos, os teus flancos
A espuma, desmanchada em riso e flocos brancos...
  Mas chegaste com a noite, e fugiste com o sol!

  E eu olho o céu deserto, e vejo o oceano triste,
     E contemplo o lugar por onde te sumiste,
     Banhado no clarão nascente do arrebol...
Vozes do Mar

Quando o sol vai caindo sobre as águas
  Num nervoso delíquio d’oiro intenso,
 Donde vem essa voz cheia de mágoas
Com que falas à terra, ó mar imenso?…
     Tu falas de festins, e cavalgadas
     De cavaleiros errantes ao luar?
      Falas de caravelas encantadas
  Que dormem em teu seio a soluçar?
  Tens cantos d’epopeias?Tens anseios
 D’amarguras? Tu tens também receios,
Ó mar cheio de esperança e majestade?!
  Donde vem essa voz,ó mar amigo?…
    … Talvez a voz do Portugal antigo,
Chamando por Camões numa saudade!
                                         Florbela Espanca
Fiz um castelo de areia
Mesmo à beirinha do mar
À espera que uma sereia
Ali quisesse morar

Ó mar,
Ó mar...
Mas foi só uma gaivota
Que ali me foi visitar

Ó mar,
Ó mar...
Mas foi uma verde onda
Que ali me foi visitar.

E levou o meu castelo,
O meu castelo de areia
Para no mar morar nele
A minha linda sereia.
                          Luísa Ducla Soares in Poetas de hoje e de ontem
Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.

E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras.
                                                Sophia de Mello Breyner Andresen
MAR PORTUGUÊS
    Ó mar salgado, quanto do teu sal
        São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
     Quantos filhos em vão rezaram!
    Quantas noivas ficaram por casar
      Para que fosses nosso, ó mar!

     Valeu a pena? Tudo vale a pena
       Se a alma não é pequena.
   Quem quer passar além do Bojador
      Tem que passar além da dor.
  Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
     Mas nele é que espelhou o céu.
                                           Fernando Pessoa
Mar!
Tinhas um nome que ninguém temia:
Eras um campo macio de lavrar
Ou qualquer sugestão que apetecia...

Mar!
Tinhas um choro de quem sofre tanto
Que não pode calar-se, nem gritar,
Nem aumentar nem sufocar o pranto...

Mar!
Fomos então a ti cheios de amor!
E o fingido lameiro, a soluçar,
Afogava o arado e o lavrador!

Mar!
Enganosa sereia rouca e triste!
Foste tu quem nos veio namorar,
E foste tu depois que nos traíste!

Mar!
E quando terá fim o sofrimento!
E quando deixará de nos tentar
O teu encantamento!
AS ONDAS




As ondas quebravam uma a uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só para mim.


                    Sophia de Mello Breyner Andresen
BARCAROLA
  Viemos de vagar. Vim de vagar.
     Vinde connosco de vagar,
     Que temos tempo para ir
   À ida e volta, e ainda tornar.
    Se de vagar se vai ao longe,
              Iremos,
        Bem de nosso vagar,
    À ilha verde, ah... sem luar,
    Aonde o cabo é de acabar,
  Pois morrer sim, mas de vagar!
    Vaga da vida vácua a enche
        O nosso vago divagar
     Como maré cheia no mar.
Vagando em voga (barca é a morte).
      Vamos com ela navegar,
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    Caronte a anda a acastelar
      Com seu terrível vagar.
               Então?
    Mais baixo e mais de vagar!
                                     Vitorino Nemésio

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Apresentação poemas sobre o mar

  • 1. Escola Secundária de Santa Maria da Feira SEMANA DA LEITURA O MAR NA POESIA 11 a 15 de março
  • 2. ATLÂNTICO Mar Metade da minha alma é feita de maresia Andresen, Sophia de Mello Breyner
  • 3. MAR De todos os cantos do mundo Amo com um amor mais forte e mais profundo Aquela praia extasiada e nua, Onde me uni ao mar, ao vento e à lua Andresen, Sophia de Mello Breyner
  • 4. Mar MEIO- DIA Meio-dia. Um canto da praia sem ninguém. O sol no alto, fundo, enorme, aberto, Tornou o céu de todo o deus deserto. A luz cai implacável como um castigo. Não há fantasmas nem almas, E o mar imenso solitário e antigo, Parece bater palmas. Andresen, Sophia de Mello Breyner
  • 5. ESPERO Espero sempre por ti o dia inteiro, Quando na praia sobe, de cinza e oiro, O nevoeiro E há em todas as coisas o agoiro De uma fantástica vinda Andresen, Sophia de Mello Breyner
  • 6. Mar CASA BRANCA Casa branca em frente ao mar enorme, Com o teu jardim de areia e flores marinhas E o teu silêncio intacto em quem dorme O milagre das coisas que eram minhas Andresen, Sophia de Mello Breyner
  • 7. Mar As ondas quebravam uma a uma Eu estava só com a areia e com a espuma Do mar que cantava só p’ra mim Andresen, Sophia de Mello Breyner
  • 8. MAR SONORO Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim. A tua beleza aumenta quando estamos sós. E tão fundo intimamente a tua voz Segue o mais secreto bailar do meu sonho Que momentos há em que eu suponho Seres um milagre criado só para mim. Andresen, Sophia de Mello Breyner
  • 9. Em uma Tarde de Outono Outono. Em frente ao mar. Escancaro as janelas Sobre o jardim calado, e as águas miro, absorto. Outono... Rodopiando, as folhas amarelas Rolam, caem. Viuvez, velhice, desconforto... Por que, belo navio, ao clarão das estrelas, Visitaste este mar inabitado e morto, Se logo, ao vir do vento, abriste ao vento as velas, Se logo, ao vir da luz, abandonaste o porto? A água cantou. Rodeava, aos beijos, os teus flancos A espuma, desmanchada em riso e flocos brancos... Mas chegaste com a noite, e fugiste com o sol! E eu olho o céu deserto, e vejo o oceano triste, E contemplo o lugar por onde te sumiste, Banhado no clarão nascente do arrebol...
  • 10. Vozes do Mar Quando o sol vai caindo sobre as águas Num nervoso delíquio d’oiro intenso, Donde vem essa voz cheia de mágoas Com que falas à terra, ó mar imenso?… Tu falas de festins, e cavalgadas De cavaleiros errantes ao luar? Falas de caravelas encantadas Que dormem em teu seio a soluçar? Tens cantos d’epopeias?Tens anseios D’amarguras? Tu tens também receios, Ó mar cheio de esperança e majestade?! Donde vem essa voz,ó mar amigo?… … Talvez a voz do Portugal antigo, Chamando por Camões numa saudade! Florbela Espanca
  • 11. Fiz um castelo de areia Mesmo à beirinha do mar À espera que uma sereia Ali quisesse morar Ó mar, Ó mar... Mas foi só uma gaivota Que ali me foi visitar Ó mar, Ó mar... Mas foi uma verde onda Que ali me foi visitar. E levou o meu castelo, O meu castelo de areia Para no mar morar nele A minha linda sereia. Luísa Ducla Soares in Poetas de hoje e de ontem
  • 12. Mar, metade da minha alma é feita de maresia Pois é pela mesma inquietação e nostalgia, Que há no vasto clamor da maré cheia, Que nunca nenhum bem me satisfez. E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia Mais fortes se levantam outra vez, Que após cada queda caminho para a vida, Por uma nova ilusão entontecida. E se vou dizendo aos astros o meu mal É porque também tu revoltado e teatral Fazes soar a tua dor pelas alturas. E se antes de tudo odeio e fujo O que é impuro, profano e sujo, É só porque as tuas ondas são puras. Sophia de Mello Breyner Andresen
  • 13. MAR PORTUGUÊS Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. Fernando Pessoa
  • 14. Mar! Tinhas um nome que ninguém temia: Eras um campo macio de lavrar Ou qualquer sugestão que apetecia... Mar! Tinhas um choro de quem sofre tanto Que não pode calar-se, nem gritar, Nem aumentar nem sufocar o pranto... Mar! Fomos então a ti cheios de amor! E o fingido lameiro, a soluçar, Afogava o arado e o lavrador! Mar! Enganosa sereia rouca e triste! Foste tu quem nos veio namorar, E foste tu depois que nos traíste! Mar! E quando terá fim o sofrimento! E quando deixará de nos tentar O teu encantamento!
  • 15. AS ONDAS As ondas quebravam uma a uma Eu estava só com a areia e com a espuma Do mar que cantava só para mim. Sophia de Mello Breyner Andresen
  • 16. BARCAROLA Viemos de vagar. Vim de vagar. Vinde connosco de vagar, Que temos tempo para ir À ida e volta, e ainda tornar. Se de vagar se vai ao longe, Iremos, Bem de nosso vagar, À ilha verde, ah... sem luar, Aonde o cabo é de acabar, Pois morrer sim, mas de vagar! Vaga da vida vácua a enche O nosso vago divagar Como maré cheia no mar. Vagando em voga (barca é a morte). Vamos com ela navegar, De nave à neve e à nova nuvem: Caronte a anda a acastelar Com seu terrível vagar. Então? Mais baixo e mais de vagar! Vitorino Nemésio