SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 35
Baixar para ler offline
INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA

  ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO

      CURSO: ENGENHARIA TOPOGRÁFICA




PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR
          TRANSVERSA
             (UTM)




     Trabalho realizado no âmbito da cadeira de
               Cartografia Matemática



                       Por:
           Catarina Abalada de Carvalho
                  Ricardo Ribeiro



               Ano lectivo: 2005 / 2006
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)




ÍNDICE




INTRODUÇÃO.................................................................................................................3
SISTEMAS DE COORDENADAS CARTOGRÁFICAS................................................4
PROJECÇÕES CARTOGRÁFICAS................................................................................5
  Classificação quanto ao método construtivo.................................................................5
    Projecções Geométricas.............................................................................................5
    Projecções Convencionais.........................................................................................6
  Classificação quanto ao tipo de superfície de projecção adoptada................................6
    Projecção Plana ou Azimutal.....................................................................................6
    Projecção Cónica.......................................................................................................7
    Projecção Cilíndrica..................................................................................................7
  Classificação quanto à propriedade que conservam......................................................8
    Projecção Conforme ou Isogonal..............................................................................9
    Projecção Equivalente ou Isométrica........................................................................9
    Projecção Equidistante..............................................................................................9
    Projecção Azimutal....................................................................................................9
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA .................................10
  Sistema UTM em Portugal Continental.......................................................................18
  Fórmulas da Projecção Cartográfica............................................................................19
  Trabalho Prático..........................................................................................................22
SISTEMA UPS (UNIVERSAL POLAR STEREOGRAPHIC)......................................24
GRELHA OU QUADRICULA MILITAR UTM...........................................................26
    Localização de Portugal em relação à quadrícula militar UTM .............................29
      ...............................................................................................................................29
CONCLUSÕES...............................................................................................................33
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................35




                                          Trabalho realizado por
                              Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho                                                         2
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)




INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por finalidade o desenvolvimento de uma projecção
cartográfica, no âmbito da cadeira de Cartografia Matemática. A projecção
em causa é a Universal de Mercator Transversa.


Inicialmente, começa-se por integrar o tema ou a projecção na matéria que
lhe diz respeito e que foi leccionada ao longo do semestre nas aulas da
disciplina, no que respeita às características gerais e às propriedades e
diferentes modalidades de projectar o globo em superfícies planificáveis no
plano.


Depois da integração, é agora altura de definir a própria projecção, as suas
características, assim como a sua utilização para diferentes efeitos e locais,
como em específico, a sua utilização em Portugal.


Esta projecção devido às restrições que tem para os pólos existe uma outra
que a complementa e que é então definida num capítulo posterior.


Por último, é feita referência à leitura das coordenadas através da
quadrícula UTM militar, que tem uma leitura, claro, equivalente, mas
específica e diferente.


Para acabar este trabalho são feitas algumas considerações finais
respeitantes ao tema que o constitui e ao conhecimento adquirido ao longo
do percurso de elaboração deste.




                              Trabalho realizado por
                  Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho                 3
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)




SISTEMAS DE COORDENADAS CARTOGRÁFICAS

Um Sistema de coordenadas é definido por um elipsóide de referência –
superfície geométrica regular que se assimila ao geóide, de forma a
permitir um tratamento matemático mais simples, assim como também por
um conjunto de parâmetros que definem a forma e o posicionamento do
elipsóide relativamente ao geóide – Datum, sendo esses parâmetros, o
semi-eixo maior do elipsóide, a excentricidade, as componentes do desvio
da vertical e a ondulação do geóide, no mesmo ponto. Além destes, um
sistema de coordenadas define-se pelo tipo de Projecção Cartográfica
que utiliza – transformação de medidas e posições do elipsóide numa
superfície plana de referência, ou seja é a aplicação matemática que a
cada ponto do elipsóide faz corresponder um ponto no plano que constitui a
carta. Além disto, é ainda necessário definir a origem da projecção e a
origem das coordenadas cartográficas, assim como, o factor de escala.




                             Trabalho realizado por
                 Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho              4
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)




PROJECÇÕES CARTOGRÁFICAS

Uma projecção cartográfica é um projecto para reproduzir todas, ou parte
de uma superfície redonda numa folha plana. Somente esta representação
permite uma armazenagem fácil e não dependem da escala a utilizar. Esta
operação é a mais difícil de conseguir dado que a superfície terrestre não é
planificável. Dado que tal não é possível fazer sem deformação, o
cartógrafo deve escolher qual a característica que deve aparecer
correctamente, em prejuízo das outras, ou contemporizar com todas elas
não aparecendo nenhuma correcta.

Os inúmeros sistemas existentes de representação cartográfica têm pois,
cada um, as suas vantagens e inconvenientes, sendo o critério de escolha
de cada um, função dos seguintes parâmetros: extensão da região a
representar, configuração da região a representar, latitude média da região
ou o fim a que a carta se destina, etc. As características a contemplar, são
a conservação da área, forma, escala ou direcção.




Existem diversas maneiras de classificar as projecções cartográficas, cada
uma de acordo com um critério adoptado.


Classificação quanto ao método construtivo
Projecções Geométricas

As projecções geométricas baseiam-se no conceito teórico da superfície
geométrica de projecção, na qual podem ser projectados todos os pontos
do modelo da Terra, onde consoante a posição do ponto de projecção ou
de perspectiva, se podem considerar como:


                             Trabalho realizado por
                 Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho                5
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)


   •   Gnomónicas ou Centrográficas: se o ponto de perspectiva estiver
       no centro da Terra. Usa-se nas projecções cilíndricas e cónicas. É
       a que se utiliza na Projecção UTM.
   •   Estereográficas: se o ponto de perspectiva estiver nos antípodas
       do ponto de tangencia. É a que se usa na projecção UPS.
   •   Ortográficas: se o ponto de perspectiva estiver no infinito.
   •   Cenográficas: quando se escolhe uma posição mais útil para o
       ponto de perspectiva, diferente dos atrás indicados.

Projecções Convencionais

Designam-se por projecções convencionais todas aquelas que não se
baseiam numa superfície de projecção. São as chamadas projecções
pseudogeométricas.     Estas    dividem-se    em    três   tipos,   projecções
pseudoazimutais, como exemplo da projecção de Wiechel, as projecções
pseudocónicas, como por exemplo, a projecção de Bonne e as
pseudocilindricas, tendo como exemplo destas a projecção sinosoidal e a
de Robinson.


Classificação quanto ao tipo de superfície de projecção
    adoptada
Projecção Plana ou Azimutal

Na projecção plana ou azimutal, a carta é construída a partir da projecção
das informações geodésicas sobre uma superfície plana tangente ou
secante a um determinado ponto na superfície da Terra. As projecções
azimutais podem ser polares, obliquas ou meridianas, conforme o ponto
onde assenta a superfície.

A direcção, ou azimute, do centro de projecção para qualquer ponto no
mapa, aparece correctamente representado por linhas rectas. Assim o
caminho mais curto entre esse centro e qualquer outro ponto é definido por
uma linha recta, pelo que estas cartas são utilizadas para navegação
aérea, assim como para o planeamento de emissões electromagnéticas.



                              Trabalho realizado por
                  Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho                 6
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)




Projecção Cónica

Estas projecções foram utilizadas inicialmente para completar os mapas-
mundo, para zonas estreitas segundo um círculo máximo, como o equador,
um meridiano ou outro círculo máximo oblíquo. Depois forma usadas para
cartografar países cuja dimensão maior fosse a Este-Oeste, que esta
projecção beneficia. O seu nome deriva do facto de que a superfície a
desdobrar ser uma superfície cónica, assente no globo que representa a
Terra, tendo ou não o vértice coincidente com o eixo da mesma. A sua
utilização deve-se a Claudius Ptolomeu.

Projecção Cilíndrica

A projecção Cilíndrica pode ser obtida, desdobrando parcialmente um
cilindro que envolva o globo que representa a terra, tangente ao Equador e
cujos meridianos são projectados desde o centro do globo. Se
modificarmos a posição do cilindro em relação ao eixo da Terra, poderemos
obter uma projecção obliqua ou uma transversa deixando os meridianos ou
os paralelos de serem linhas rectas.

Nas projecções cilíndricas normais, onde o eixo do cilindro coincide com o
eixo de rotação da Terra, os meridianos e os paralelos são representados
por rectas perpendiculares. A malha formada pelos meridianos e paralelos
é rectangular, o espaçamento entre meridianos é proporcional à respectiva
diferença de longitudes e o espaçamento entre paralelos só depende da
latitude, de acordo com uma lei que é característica de cada projecção. A
escala ao longo de cada paralelo é a mesma em todas as projecções, só
dependendo da escala principal e da latitude. No que se refere aos pólos,
estes são representados por segmentos de recta com o mesmo
comprimento que o equador.

Existem projecções cilíndricas equatoriais, obliquas ou transversas,
conforme a o cilindro desdobrado seja tangente ao equador, obliquamente
ou ao meridiano central, respectivamente.
                             Trabalho realizado por
                 Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho              7
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)


Este trabalho, sendo o seu objectivo principal desenvolver a projecção de
Mercator Transversa, vai-se basear neste tipo de projecção.




                       Figura 3.1 – Tipos de projecções


Classificação quanto à propriedade que conservam

Quanto às propriedades de deformação, as projecções cartográficas
podem ser classificadas como conformes ou isogonais, equivalentes ou
isométricas, equidistantes e azimutais.




                              Trabalho realizado por
                  Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho            8
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)


Projecção Conforme ou Isogonal

Nas projecções conformes ou isogonais, os ângulos são mantidos, no
entanto, ocorrem distorções nas medidas de distância e no tamanho dos
objectos, principalmente nas proximidades das regiões polares.

A conformidade é uma propriedade particularmente importante para a
prática da navegação aérea e marítima, em geral para apoiar todas as
actividades onde a conservação dos ângulos é algo necessário.

No que respeita, à Projecção de Mercator Transversa, esta é
caracterizada por esta propriedade, e conhecida por, através da
conformidade, conseguir com que as linhas a rumo constante ou
loxodrómicas, sejam representadas por segmentos de recta, propriedade
de especial importância para a navegação.

Projecção Equivalente ou Isométrica

Nas projecções equivalentes ou isométricas, as áreas são conservadas
sem distorções, porém os ângulos sofrem deformações.

Projecção Equidistante

As projecções equidistantes conservam a proporção entre as distâncias,
em determinadas direcções, na superfície que está a ser representada.
Esta característica aplica-se apenas a certas partes da área da carta.

Projecção Azimutal

Nas projecções com a propriedade azimutal, é possível conservar a
direcção, mas só a partir de determinados pontos.




                             Trabalho realizado por
                 Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho          9
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)




PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR
TRANSVERSA

O sistema de projecção Universal de Mercator Transversa – UTM foi
idealizado inicialmente em 1569 pelo Holandês Gerhard Kremer, traduzido
para o latim como Gerardus Mercator (Crane, 2002) (Achten, 1995).


 A projecção, segundo (NIMA, 1984), foi utilizada pela primeira vez, em
 larga escala, pelo Instituto de Cartografia do Exército Americano,
 durante a Segunda Guerra Mundial. Desde então, o sistema UTM tem
 sido considerado como um dos mais importantes sistemas de projecção
 (Kramer, 1980) e tem sido muito aplicado na Cartografia e em sistemas
 de computadores que necessitem de representar áreas geográficas.


As principais características da projecção UTM são as seguintes
(Rocha, 2000) (Silva et al., 1997) (Li et al., 1993) (Maguire et al., 1991):




                                  Figura 4.1 – Sistema UTM


    •   É uma projecção cilíndrica, de acordo com os princípios de
        Mercator-Gauss, com uma rotação de 90º do eixo do cilindro, de

                              Trabalho realizado por
                  Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho               10
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)


    modo a ficar contido no plano do equador (transversa). Essa
    configuração resultaria numa tangencia entre o cilindro e a esfera
    ao longo de um meridiano. Mas, de seguida adopta-se o cilindro
    secante, com vista a minimizar os erros. Esta projecção é também
    conforme, ou seja, mantém a forma em detrimento das
    dimensões;




               Figura 4.2 – Sistema cilíndrico Transverso Conforme


•   É adoptado um elipsóide de referência que procura ser unificado
    com um elipsóide internacional, cujos parâmetros vêm sendo
    determinados com maior precisão. Inicialmente era utilizado um,
    elipsóide diferente para cada país ou grupo de países;
•   É       usado         um     factor     de      redução      de   escala,

                    1       1
        k 0 =1 −
                   2500
                        =1 − =0,9996
                            k          , que corresponde a tomar um cilindro

    reduzido a esse valor, de forma a se tornar secante ao esferóide
    terrestre. Isso diminui o valor absoluto das deformações, e em vez
    de se ter uma linha de verdadeira grandeza (k=1) e deformações
    sempre positivas (ampliações), passam-se a ter duas linhas de
    deformação nula (K=1), com redução no interior (k <1) e


                                Trabalho realizado por
                    Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho              11
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)


    ampliação no exterior(k>1);
•   É uma representação de informações geodésicas, em latitude, entre

    os 80ºS e os 84ºN;

•   Adopta 60 cilindros de eixo transverso, obtidos através da rotação
    do mesmo no plano do equador de maneira que cada um cubra
    fusos de 6 graus de longitude (3º para cada lado do meridiano
    central), mantendo-se as deformações dentro de limites aceitáveis.
    Esta largura já tinha sido calculada pelo francês Tardi, por volta de
    1930, os fusos são numerados de 1 a 60 a partir do anti-meridiano
    de Greenwich, sendo o correspondente ao nosso território
    representado na figura 6.2. Pela simetria do elipsóide de revolução,
    os cálculos são idênticos em todos os cilindros / fusos e os
    resultados são válidos para toda a Terra. Além dos fusos, o globo é
    ainda divido em zonas de 8 graus de latitude;
•   Para calcular a longitude do meridiano central (MC) em função
    do fuso (F), pode-se utilizar a fórmula: MC=183-6F. Para encontrar
    os limites do fuso basta somar e subtrair 3º.
•   Para se calcular o meridiano central (MC) em função da longitude (
     φ
         ) de um ponto, pode-se utilizar a fórmula MC =6INT((   φ
                                                                    +3)/6).
                         º
•   Latitude da origem: 0 - Equador;

•   Longitude da origem: longitude do meridiano central do fuso;
•   Falso Norte: 10.000.000 m, no Hemisfério Sul;




                           Trabalho realizado por
               Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho                 12
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)




                              Figura 4.3


•   Falso Este: 500.000 m, nos dois Hemisférios;




                                Figura 4.4
•   Os meridianos e os paralelos interceptam-se, na projecção, em
    ângulos rectos;
•   A linha do Equador e a do meridiano central de cada fuso são
    representadas     por   linhas   rectas.   Os   demais    meridianos
    correspondem a linhas côncavas em relação ao meridiano central, e
    os paralelos a linhas côncavas em relação ao pólo mais próximo.

                         Trabalho realizado por
             Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho                13
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)


    Chama-se convergência de meridiano ao ângulo que a tangente a
    um meridiano, num determinado ponto, faz com uma paralela ao
    meridiano central:




                  Figura 4.5 – Convergência de meridianos


E em que o sinal da convergência do meridiano dá-se como na figura
abaixo:




                         Figura 4.6 – Sinal de   γ




•   O espaçamento entre os meridianos aumenta à medida que
    se afastam do meridiano central. Neste caso, para manter

                           Trabalho realizado por
               Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho        14
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)


    proporcionalidade da projecção conforme, a escala na direcção
    norte-sul é distorcida, fazendo com que existam diferentes escalas
    dentro do mesmo fuso;
•   Os meridianos apresentam-se de forma concêntrica, à medida
    que se vai aproximando dos pólos, como se pode verificar na
    amostra de pontos desta projecção, apresentados num gráfico de
    dispersão no ficheiro de Excel do trabalho prático exposto á frente.
•   Devido a isto, para que a projecção se mantenha conforme (para
    que os paralelos perfaçam um ângulo de 90º com os meridianos), os
    paralelos a norte do equador apresentam-se de forma côncava. A
    sul do equador apresentam-se de forma convexa. Assim, o
    cruzamento    entre   os   paralelos   e   meridianos       são   sempre
    apresentados de forma perpendicular entre si.




           Figura 4.7 – Representação de um fuso UTM. Fonte: Rocha (2000)




•   O referencial desta projecção, é no sentido Sul – Norte e Oeste-
    Este, daí que a oeste da origem da projecção os valores são lidos
    de forma negativa, assim como a sul da origem.




                           Trabalho realizado por
               Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho                  15
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)




               Figura 4.8 – Projecção UTM – esfera e cilindro secante


Seja a projecção UTM uma projecção conforme, dado um elemento
geométrico (um circulo ou quadrado), sobre a superfície da Terra, a sua
representação na carta conservará a mesma forma sem alterar, portanto,
os ângulos. Pode haver, no entanto, uma alteração na escala.


A existência de deformações era conhecida desde o início da cartografia, já
que não se pode uma esfera sem deformar a superfície. No entanto, a
determinação matemática envolve o cálculo diferencial que foi desenvolvido
por Newton e Leibniz nos finais do século XVII.


Tissot, um cientista Francês do século XIX, foi o primeiro a classificar as
deformações de forma racional. Examinou para isso, as variações de um
pequeno círculo desenhado sobre a superfície da Terra, assim como a sua
transformação num sistema de projecção. O resultado dessa transformação
será genericamente uma elipse (elipse de Tissot), cuja forma dependerá
do tipo de projecção utilizada, como se verifica na figura seguinte:




                              Trabalho realizado por
                  Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho              16
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)




           Figura 4.9 – Representação gráfica da Elipse de Tissot


Na projecção conforme, para se manterem as formas os ângulos devem-
se conservar, como se vê na seguinte figura:




                     Figura 4.10 – Projecção Conforme

                           Trabalho realizado por
               Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho         17
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)


Mesmo sendo considerada como um dos melhores sistemas de
projecção para a cartografia de médias e grandes escalas, a projecção
UTM apresenta algumas limitações para a representação do globo
terrestre:


   •   Mantém precisão dos ângulos, mas possui imprecisões nas
       medições de áreas e distâncias;
   •   Emprega       diferentes   escalas      dentro do     mesmo fuso de
       representação;
   •   Não    proporciona continuidade de      representação       entre   os
       diferentes fusos, e
   •   Os erros aumentam na medida em que os dados se afastam do
       meridiano central e da latitude de origem.



Sistema UTM em Portugal Continental


O sistema UTM é um dos sistemas utilizados em Portugal Continental,
além dos de Bessel-Bonne, do de Hayford-Gauss (versão antiga - SHGA),
Hayford-Gauss Militar – SHGM e do Hayford- Gauss moderno – SHG73.


O elipsóide utilizado é o de Hayford e o Datum é o Datum europeu ED50
(Datum regional), cuja origem se encontra em Potsdam, na Alemanha. A
projecção utilizada é a conforme de Mercator Transversa, cuja origem é o
meridiano central do nosso fuso (fuso 29 – desde 6º aos 12ºW), 9ºW Gr. A
origem das coordenadas cartográficas são um ponto fictício, 500 Km a
oeste do ponto central da projecção, visto que estamos no Hemisfério
Norte, e exactamente o meridiano central, a nível de latitude.


O sistema UTM-ED50, é usado na cartografia militar da Europa, nas
cartas de 1:50 000. Em Portugal é usado nas cartas militares de 1:50
000 e de 1:25 000.



                              Trabalho realizado por
                  Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho                18
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)


A quadrícula UTM-ED50 encontra-se ainda, impressa nas folhas da carta
militar 1:25 000 do IgeoE.


Embora, o Cadastro deva geralmente utilizar projecções equivalentes,
devido à necessidade de conservar as áreas, em Portugal, é também a
UTM, a “feliz contemplada”, visto que é um processo feito em pequenos
pedaços de terra, o que faz com que a deformação destas mesmas áreas
seja mínima ao ponto de se poder desprezar.



Fórmulas da Projecção Cartográfica


Todas as versões da Projecção de Mercator Transversa têm as mesmas
características e formulas de base, diferindo nos diferentes países, na
latitude da origem, longitude do meridiano central (origem), no factor de
escala da origem e nos valores do falsa origem.




                                 Figura 4.11


Quanto ao problema directo, as fórmulas são as seguintes:




                             Trabalho realizado por
                 Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho             19
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)



                                    A3                                   A5 
     X = E 0 + k 0ν A + (1 −T + C )    + (5 −18T +T 2 + 72C − 58e ' 2 )     
                                    6                                   120 
                                     A2                                                                A 6 
                                           + (5 −T + 9C + 4C 2 )    + (61 − 58T +T 2 + 600C − 330e ' 2 )
                                                                 A4
     Y = N 0 + k 0 M − M 0 +ν tan φ                                                                        
                                      2                        24                                      720 

onde,

 E0
        , é a distância à meridiana da falsa origem;

 N0
        , é a distância à perpendicular da falsa origem;

 k0
        , é o factor de escala,

 a
        , é o semi-eixo maior do elipsóide,

 e
        , a excentricidade do elipsóide, e,

 e '2   , a segunda excentricidade,


      A = ( λ − λ0 )Cosφ
           e2
     C=          Cos 2φ = e '2 Cos 2φ
         1 − e2
     T = tan 2 φ




            e 2 3e 4 5e 6   3e 2 3e 4 45e 6               15e 4 45e 6      
            1 − − − − ... φ −  + + + ... Sen(2φ ) +  + + ... Sen(4φ )
            4 64 256   8 32 1024 
     M = a
                                                               256 1024         
                 35e 6                                                          
           −  + ... Sen(6φ ) + ...                                             
              3072                                                           
                        
As fórmulas inversas para converter o X e o Y da Projecção em longitude
e latitude são:




                                       Trabalho realizado por
                           Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho                         20
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)



         ν tan(φ1 )  D 2                                                                                     D6 
                          − (5 + 3T1 +10C1 − 4C12 −9e ' 2 )    + (61 + 90T1 + 298C1 + 45T12 − 252e '2 −3C12 )
                                                            D4
 φ = φ1 −                                                                                                        
             ρ1      2                                     24                                                720 


                                                                        D5 
          D − (1 + 2T1 + C1 )
                               D3
                               6
                                          (
                                  + 5 − 2C1 + 28T1 −3C12 +8e ' 2 + 24T12     
                                                                         120 
                                                                                      )
 λ = λ0 + 
                                         Cosφ1



onde,


 X ' = X − E0


 Y ' = Y − N0


        1− 1− e 2
 e1 =
        1+ 1− e2


         e 2 3e 4 5e 6                    3e 2 3e 4 45e 6                      15e 4 45e 6                   
        1 − −
                         −     − ...φ 0 − 
                                            8   +    +      + ...  Sen(2φ 0 ) + 
                                                                                         +
                                                                                    256 1024    + ... Sen( 4φ 0 ) 
                                                                                                      
             4    64 256                         32 1024                                         
 M 0 = a
          35e 6
                                                                                                                    
                                                                                                                    
                        
        −       + ...  Sen(6φ 0 ) + ...                                                                          
          3072
         
                        
                                                                                                                   
                                                                                                                    

             Y'
 M = M0 +
             k0


                    M
 µ=
           e 2
                  e4   e6 
        a 1 − − 3 − 5
                          
             4   64   256 
                           


           e       e2               e2       e4                 e3                  e4 
 φ1 = µ +  3 1 − 27 1  Sen(2 µ ) +  21 1 − 55 1  Sen(4 µ ) + 151 1  Sen(6µ ) + 1097 1  Sen(8µ ) + ...
           2
                   32 
                       
                                      16
                                               32 
                                                   
                                                                 
                                                                    96 
                                                                        
                                                                                     
                                                                                         512 
                                                                                              




                                    Trabalho realizado por
                        Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho                                     21
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)



 C1 = e '2 Cos 2φ1


 T1 = Tan 2φ1


                    a
 ν1 =
          (1 − e ) Sen φ
                2               2
                                    1




 ρ1 = a
                (1 − e )    2



           (1 − e       Sen 2φ1 ) 2
                                        3
                    2




         X'
 D=
        νk 0




Trabalho Prático


Foi elaborado um trabalho prático, que consiste em fazer uma pequena
amostra de pontos do globo, projectados através da Projecção Universal de
Mercator Transversa. Pontos estes, que vão desde os 33º e os 37ºN e os
3º e os 13ºW. Este trabalho foi realizado em Excel, utilizando para tal as
fórmulas apresentadas na sub-secção anterior e tendo por base o elipsóide
WGS84, um elipsóide global que facilita a projecção para todo o globo. Os
valores correspondentes aos semi-eixos maiores, excentricidade e
achatamento, entre outros valores, necessário à transformação da
projecção cartográfica em questão, estão apresentados no Excel.


O trabalho corresponde às quadrículas UTM delimitadas pelos 32º e os
40ºN (em latitude) e pelos fusos 28 (de 12º a 18ºW), 29 (de 6º a 12ºW) e 30
(de 0º a 6ºW), e está gravado num ficheiro .xls, de nome UTM, que vai
anexo a este trabalho.


O gráfico resultado dos dados amostra que foram utilizados é o seguinte:




                                                Trabalho realizado por
                                    Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho   22
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)




                                        UTM (33º a 37ºN 3º a 13º W)
              4300000,000

              4200000,000

              4100000,000
   Northing




              4000000,000

              3900000,000

              3800000,000

              3700000,000

              3600000,000
                            0,0    100000,0 200000,0 300000,0 400000,0 500000,0 600000,0 700000,0 800000,0 900000,0

                                                                 Easting


                                                      Gráfico 4.1


Confirmando o que já se referiu atrás acerca da concêntricidade dos
meridianos, em direcção aos Pólos. Assim como, a linha recta definida pelo
meridiano central. E todas as outras (meridianas) côncavas em relação a
este.


É de constatar, que em Portugal o Datum utilizado é o ED50, que difere do
WGS84, em Portugal e Espanha, 100m para oeste, e cerca de 200m para
sul, ou seja, enquanto que no WGS84, a perpendicular-origem é o equador,
no ED50 é 200m a sul.




                                              Trabalho realizado por
                                  Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho                                      23
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)




SISTEMA UPS (UNIVERSAL POLAR
STEREOGRAPHIC)

A projecção Estereográfica Polar Universal é uma projecção azimutal
conforme, que corresponde à projecção geométrica de plano tangente à
esfera no ponto central, a partir do ponto situado nos antípodas do ponto
central.


Esta projecção é mais conhecida como a forma de cartografar as áreas que
complementam a Projecção Universal de Mercator Transversa, usada para
baixas altitudes.

As áreas da Terra que não são abrangidas pela representação UTM, isto é,
a calote Norte (latitude superior a 84º N) e a calote Sul (latitude inferior a
80º S), são representadas cartograficamente por uma projecção azimutal
estereográfica       polar      (sistema      de      representação    UPS).
Para se poder referenciar um ponto, situado em qualquer uma das calotes,
a partir das suas coordenadas rectangulares, define-se um sistema de
eixos coordenados rectangulares para cada calote, de acordo com o
seguinte:

A meridiana origem é definida pelo meridiano 0º - 180º, ao qual se atribui,
por convenção, uma distância fictícia à meridiana de 2.000.000 m E, com
vista a evitar coordenadas negativas para os pontos a Oeste desse
meridiano, e a perpendicular à origem, é definida pelo meridiano 90º W –
90º E, ao qual se atribui, também por razões semelhantes, uma distância
fictícia à perpendicular de 2.000.000m N.




                                Trabalho realizado por
                    Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho               24
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)




                              Figura 5.1


Estas convenções equivalem a adoptar as falsas origens e todos os
pontos situados nas calotes polares terão ambas as coordenadas
positivas. Se estiverem a este do meridiano 0º - 180º , terão uma
distância à meridiana superior a 2.000.000 metros e se estiverem a
Oeste, inferior a 2.000.000 metros.

Analogamente, os pontos com longitudes superiores a 90º W e 90º E
terão distâncias à perpendicular inferiores a 2.000. 000 metros.




                          Trabalho realizado por
              Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho         25
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)




GRELHA OU QUADRICULA MILITAR UTM



A quadrícula militar UTM (MGRS – Military Grid Refernce System) é um
sistema de coordenadas alfanumérico que se estabelece com base no
sistema de eixos coordenados rectangulares UTM. Para o efeito,
considera-se a partir do paralelo 80º S uma série de paralelos intervalados
8ºuns dos outros (excepto o último, correspondente à latitude de 84º N,
cujo intervalo é de 12º). Cada área entre dois paralelos consecutivos
constitui uma zona, cada uma delas identificada por uma letra, desde a C a
X (com excepção de I e O para não se confundirem com os algarismos 1 e
0 ) a partir do Sul num total de 20. As letras A,B,Y e Z reservam-se para as
calotes       Polares,      representadas        no       sistema      UPS.
Entre os paralelos 80º S e 84º N fica assim constituída uma malha
geográfica de meridianos e paralelos, definindo 60x 20= 1200 zonas, cada
uma das quais medindo 6º em longitude , por 8º em latitude, (exceptua-se
as linhas de zonas compreendida entre os paralelos 72ºN e 84º N que tem
6º x 12º).

A designação de cada uma destas zonas, com a área de 6º Este – Oeste
por 8º ou 12º Norte – Sul, dá-se lendo (para a direita e para Cima), primeiro
o fuso (ex: fuso 29 ) e depois a zona (ex: T ) donde vem Zona 29T .




                              Trabalho realizado por
                  Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho                26
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)




                           Figura 6.1


O sistema de referencia que temos vindo a definir, completa-se através da
criação duma malha de quadrados, em que as linhas Norte – Sul são todas
paralelas à meridiana origem, isto é, ao meridiano central do fuso, onde se
situa a zona e cujas linhas Este – Oeste são perpendiculares às primeiras.
Esta malha de quadrados marca-se a partir do equador e do seu meridiano
central e constitui a quadrícula militar de referência UTM, sendo o intervalo
entre as linhas sucessivas, escolhido consoante a escala da carta.



Além da malha quilométrica ou decaquilométrica, considera-se ainda uma
malha de quadrados de 100.000 m de lado, quadrados estes que são
identificados por meio de duas letras, que são atribuídas do modo a seguir
indicado.



Partindo do meridiano de 180º no sentido Este ao Equador, numa
amplitude de 18º, isto é de 3 fusos, atribuem-se letras de A a Z (com
excepção de I e O), às colunas de 100.000 m incluindo as colunas
incompletas das margens de cada fuso). Este alfabeto repete-se de 18º em
18º. Às filas de quadrados de 100.000 m são atribuídas letras de A a V

                              Trabalho realizado por
                  Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho                27
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)


(com excepção de I e O) de Sul para Norte, havendo por isso , uma
repetição de letras de 2.000. 000 em 2.000.000 m . Para aumentar a
distância entre quadrados com a mesma designação, adopta-se ainda o
critério de efectuar a marcação das filas dos fusos ímpares , a partir do
equador e a dos fusos pares 500.000 m a Sul do Equador, (a letra F
identifica a primeira fila dos quadrados dos fusos pares a Norte do
Equador).
Cada quadrado de 100.000 m será portanto identificado por um número,
(no que respeita ao fuso em que ele se encontra ) e por três letras (no que
respeita à coluna e fila em que se encontra):

Por exemplo:

29 SND (fuso 29, Zona S, coluna N, Fila D)

A posição dos pontos no interior de cada quadrado é em seguida definida
pelas distâncias à meridiana e à perpendicular de cada quadrado.
A identificação de um ponto, no caso mais completo, faz-se portanto nesta
quadrícula, por um grupo de letras e algarismos que indicam o Fuso, a
Zona, o Quadrado de 100Km de lado, pertencente à zona em que se situa
o ponto e as coordenadas rectangulares da quadrícula militar UTM – parte
numérica de referencia – com a precisão desejada.

A designação é escrita por meio duma expressão contínua, sem espaços,
parêntesis, vírgulas ou pontos:

Exemplo:

29 SND9243615672        (fuso 29, Zona S, Quadrado ND, distância à
meridiana e perpendicular dentro do quadrado de 100km de lado com a
precisão de 1 metro).




                              Trabalho realizado por
                  Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho              28
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)


Localização de Portugal em relação à quadrícula militar UTM




Continente: zonas 29S e 29T – O meridiano Central do fuso 29 (longitude
de 9º a W de Greenwich), passa a cerca de 11km a este de Lisboa
(longitude de 9º 07` 54``, 806 W de Greenwich), perto de Alhandra.

Açores: Flores e Corvo – Zona 25 S – Pico, Faial, S. Jorge, Graciosa,
Terceira, S. Miguel e Santa Maria – Zona 26 S;

Madeira: Madeira, Porto Santo, Desertas – Zona 28S – Selvagens – Zona
28R ;




                                 Figura 6.2


A partir de 1951, data da adopção do Datum Europeu para o ponto origem
de toda a cartografia europeia, começou a substituir-se a quadrícula das
cartas portuguesas, e em 1965, a quadrícula Gauss das cartas 1/25000 e

                             Trabalho realizado por
                 Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho            29
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)


1/250000 passou a secundária, dando lugar à quadrícula UTM, impressa a
azul, que passa a principal. Esta quadrícula adopta, para o fuso 29, como
eixos rectangulares o Equador e o meridiano centra (de 9º de longitude W);
a   sua    intersecção    é    portanto       a   origem    desses   eixos.
Nas respectivas informações marginais de cada carta impressa com esta
quadrícula, são dadas instruções sobre o modo de referenciar qualquer
ponto neste sistema. Essas instruções são divididas em duas partes: À
esquerda é dada a identificação da zona da quadrícula (no nosso caso 29
T) e do quadrado de 100.000 m. quando a carta ocupa mais de um
quadrado de 100.000 m, são representados no esquema as linhas da
quadrícula que separam os quadrados, (no nosso caso H e J) e os valores
que essas linhas tomam.




                                 Figura 6.3


À direita das instruções junto da quadrícula a azul, verifica-se que com
excepção dos valores da primeira linha da quadrícula, em cada direcção a
partir do canto SW da folha, nas cartas com a quadrícula de 1.000 m, os
últimos três algarismos (000) são omitidos; os dois algarismos respeitantes
às dezenas e milhares de metros são impressos maiores que os outros, e
chamam-se dígitos principais. Nas cartas com a quadrícula de 10.000 m,
são omitidos os quatro últimos algarismos (0000); só o algarismo



                             Trabalho realizado por
                 Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho               30
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)


corresponde às dezenas de milhares de metros é impresso, de forma
saliente chamando-se dígito principal.

Estes dígitos principais são importantes, pois são utilizados para referenciar
os pontos da carta.

A primeira linha da quadrícula, na parte inferior da carta, a partir do canto
inferior esquerdo, da carta que pode ver na figura abaixo, tem o número
479.000m E. Isto significa que está 479.000 m a Este da falsa origem, ou
seja, a 21. 000 m a Oeste do meridiano central do fuso 29.

Os dígitos principais 79 identificam esta linha a utilizar para a referenciação
de pontos.




                                  Figura 6.4


A primeira linha da quadrícula, a Norte do canto inferior, tem o número
4.361.000 m N, o que significa que está a 4.361.000 metros a norte do
Equador. Os dígitos principais 61 identificam esta linha a utilizar para a

                              Trabalho realizado por
                  Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho                  31
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)


referência de pontos. Para ler a distância à meridiana dum ponto, localiza-
se a primeira meridiana da quadrícula militar UTM (linha vertical) à
esquerda do ponto, lendo apenas o algarismo maiúsculo (ou algarismos),
respeitantes a essa meridiana na margem superior ou inferior da carta e
ignora-se os restantes algarismos minúsculos. De seguida avalia-se ou
mede-se, em décimas do intervalo da malha da quadrícula, a distância
horizontal entre o ponto e a meridiana imediatamente à esquerda daquela.
Para ler a distância à perpendicular o procedimento é análogo.
Deve ter-se sempre presente, que para identificar um ponto, a regra é – Ler
para a Direita e para Cima.




                             Trabalho realizado por
                 Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho               32
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)




CONCLUSÕES

Sendo a escolha da Projecção Cartográfica dependente da finalidade a que
se pretende, da região a representar, da sua forma ou mesmo dos erros
aceitáveis para esta, a Projecção Universal de Mercator Transversa (UTM),
poder-se-á definir como umas das projecções mais utilizadas do mundo.


Projectos de Engenharia, em que se necessita conhecer a escala, e a
precisão   é   algo     importante,   adoptam-se     sistemas     conformes,
principalmente a UTM.


Para os Atlas celestes, onde se devem conservar as formas, para que se
reconheçam as estrelas com facilidade, também as projecções conformes
são essenciais, mas para este caso, estereográficas.


Para cartas de navegação aeronáutica ou da marinha, onde é exigida maior
precisão e fundamentalmente a manutenção de ângulos para o
estabelecimento dos planos de voo / rumos, e por isto deve-se aplicar
também uma projecção conforme.


Para estudos mais gerais, como o estudo de países e os seus limites, a
visualização geral do relevo, a representação de climas de torrentes
marítimas, vegetação, cidades, etc., em que não é necessário uma
exactidão muito grande, pode ser usada também a Projecção UTM. Além
disto, pode ser usada também, para países alongados numa direcção,
onde se escolhem superfícies de tangencia ao longo dessa linha, que
minimizem as deformações.


Concluindo, o sistema UTM é Universal, já que é aplicável a toda a
extensão do globo terrestre, e onde a tangencia do cilindro se mantém ao
longo dos meridianos, numa primeira aproximação, já que, para minimizar
os erros, adopta-se, por um cilindro secante. Além de que, a UTM não é
exclusiva de nenhum Datum em particular. Seja uma projecção
                             Trabalho realizado por
                 Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho                33
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)


cartográfica, uma função biunívoca, de transformação de latitudes e
longitudes geodésicas e coordenadas planas, consequentemente, existem
coordenadas UTM, do Datum WGS84, baseadas no Elipsóide com o
mesmo nome, ou UTM ED50, baseadas no elipsóide Internacional de
Hayford, e até mesmo UTM ETRS89, baseadas no elipsóide SGR80, tendo
assim uma grande versatilidade.




                             Trabalho realizado por
                 Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho         34
PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)




BIBLIOGRAFIA


 •   Hooijberg, Maarten – Pratical Geodesy, using computers, Springer;


 •   Geodetic information paper nº1 2/1998 (version 2.2) - The ellipsoid
     and the Transverse Mercator projection, Ordnance Survey;


 •   Asin, Fernando Martin – geodesia y cartografía matemática;


 •   Casaca, João, Matos, João e Baio, Miguel – Topografia Geral,
     edições Lidel, 3ª edição;


 •   Gaspar, Joaquim Alves – Cartas e Projecções Cartográficas, edições
     Lidel, 3ª edição;


 •   http://www.igeoe.pt/coordenadas/trans.aspx


 •   http://www.tandt.be/wis/WiS/utm.html


 •   https://zulu.ssc.nasa.gov/mrsid/docs/gc1990-
     utm_zones_on_worldmap.gif


 •   http://earth-info.nga.mil/GandG/coordsys/grids/utm_basics_2005.doc


 •   http://en.wikipedia.org/wiki/ED50


 •   http://www.mentorsoftwareinc.com/FREEBIE/FREE0100.HTM




                            Trabalho realizado por
                Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho             35

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Projeções cartográficas 1º Ano EM
Projeções cartográficas 1º Ano EMProjeções cartográficas 1º Ano EM
Projeções cartográficas 1º Ano EMAntonio Pinto Pereira
 
Ciêcias- A Erosão , tipos de erosão
Ciêcias- A Erosão , tipos de erosãoCiêcias- A Erosão , tipos de erosão
Ciêcias- A Erosão , tipos de erosãoJaicinha
 
Curso topografia basica jun13_rocha
Curso topografia basica jun13_rochaCurso topografia basica jun13_rocha
Curso topografia basica jun13_rochaAlexandre Rocha
 
Topografia prática
Topografia práticaTopografia prática
Topografia práticamsguimas
 
3 balanco energia terra
3   balanco energia terra3   balanco energia terra
3 balanco energia terradaniela pinto
 
Posição relativa entre reta e plano
Posição relativa entre reta e planoPosição relativa entre reta e plano
Posição relativa entre reta e planoEduardo Santos
 
Aula04 geo pg
Aula04 geo pgAula04 geo pg
Aula04 geo pgrailano
 
TRIGONOMETRIA DIVERTIDA
TRIGONOMETRIA DIVERTIDATRIGONOMETRIA DIVERTIDA
TRIGONOMETRIA DIVERTIDAvulcabelinho
 
Modelagem Numérica de Terrenos e Fontes de Dados Ambientais
Modelagem Numérica de Terrenos e Fontes de Dados AmbientaisModelagem Numérica de Terrenos e Fontes de Dados Ambientais
Modelagem Numérica de Terrenos e Fontes de Dados AmbientaisVitor Vieira Vasconcelos
 
Os elementos-do-clima geografia
Os elementos-do-clima geografiaOs elementos-do-clima geografia
Os elementos-do-clima geografiaDiogo Rodrigues
 
Introducão ao arcgis
Introducão ao arcgisIntroducão ao arcgis
Introducão ao arcgisgfcoutobrito
 
Aula 01 noções de cartografia e geoprocessamento
Aula 01   noções de cartografia e geoprocessamentoAula 01   noções de cartografia e geoprocessamento
Aula 01 noções de cartografia e geoprocessamento42549299272
 
QGIS 2.4: Sistemas de Referência de Coordenadas (SRC)
QGIS 2.4: Sistemas de Referência de Coordenadas (SRC)QGIS 2.4: Sistemas de Referência de Coordenadas (SRC)
QGIS 2.4: Sistemas de Referência de Coordenadas (SRC)Jorge Santos
 
3. Formas representação.pptx
3. Formas representação.pptx3. Formas representação.pptx
3. Formas representação.pptxPedro Moreira
 
Geoprocessamento aula unip
Geoprocessamento aula unipGeoprocessamento aula unip
Geoprocessamento aula unipjfelipe17
 

Mais procurados (20)

Projeções cartográficas 1º Ano EM
Projeções cartográficas 1º Ano EMProjeções cartográficas 1º Ano EM
Projeções cartográficas 1º Ano EM
 
Projeção de lambert
Projeção de lambertProjeção de lambert
Projeção de lambert
 
Ciêcias- A Erosão , tipos de erosão
Ciêcias- A Erosão , tipos de erosãoCiêcias- A Erosão , tipos de erosão
Ciêcias- A Erosão , tipos de erosão
 
Curso topografia basica jun13_rocha
Curso topografia basica jun13_rochaCurso topografia basica jun13_rocha
Curso topografia basica jun13_rocha
 
Topografia prática
Topografia práticaTopografia prática
Topografia prática
 
3 balanco energia terra
3   balanco energia terra3   balanco energia terra
3 balanco energia terra
 
Posição relativa entre reta e plano
Posição relativa entre reta e planoPosição relativa entre reta e plano
Posição relativa entre reta e plano
 
Aula04 geo pg
Aula04 geo pgAula04 geo pg
Aula04 geo pg
 
TRIGONOMETRIA DIVERTIDA
TRIGONOMETRIA DIVERTIDATRIGONOMETRIA DIVERTIDA
TRIGONOMETRIA DIVERTIDA
 
Aula 4
Aula 4Aula 4
Aula 4
 
Sistemas de Informações Geográficas
Sistemas de Informações GeográficasSistemas de Informações Geográficas
Sistemas de Informações Geográficas
 
Modelagem Numérica de Terrenos e Fontes de Dados Ambientais
Modelagem Numérica de Terrenos e Fontes de Dados AmbientaisModelagem Numérica de Terrenos e Fontes de Dados Ambientais
Modelagem Numérica de Terrenos e Fontes de Dados Ambientais
 
Os elementos-do-clima geografia
Os elementos-do-clima geografiaOs elementos-do-clima geografia
Os elementos-do-clima geografia
 
Introducão ao arcgis
Introducão ao arcgisIntroducão ao arcgis
Introducão ao arcgis
 
Aula 01 noções de cartografia e geoprocessamento
Aula 01   noções de cartografia e geoprocessamentoAula 01   noções de cartografia e geoprocessamento
Aula 01 noções de cartografia e geoprocessamento
 
QGIS 2.4: Sistemas de Referência de Coordenadas (SRC)
QGIS 2.4: Sistemas de Referência de Coordenadas (SRC)QGIS 2.4: Sistemas de Referência de Coordenadas (SRC)
QGIS 2.4: Sistemas de Referência de Coordenadas (SRC)
 
3. Formas representação.pptx
3. Formas representação.pptx3. Formas representação.pptx
3. Formas representação.pptx
 
Geografia solstícios e equinócios
Geografia   solstícios e equinóciosGeografia   solstícios e equinócios
Geografia solstícios e equinócios
 
Geoprocessamento aula unip
Geoprocessamento aula unipGeoprocessamento aula unip
Geoprocessamento aula unip
 
Aula 1 e 2 topografia
Aula 1 e 2   topografiaAula 1 e 2   topografia
Aula 1 e 2 topografia
 

Semelhante a Utm

Qgis24 sistema_de_referencia_de_coordenadas
 Qgis24 sistema_de_referencia_de_coordenadas Qgis24 sistema_de_referencia_de_coordenadas
Qgis24 sistema_de_referencia_de_coordenadasJanete Albuquerque
 
Cartografia_projeções.pdf
Cartografia_projeções.pdfCartografia_projeções.pdf
Cartografia_projeções.pdfetopoagrimensura
 
TOPOGRAFIA_II_APOSTILA.pdf
TOPOGRAFIA_II_APOSTILA.pdfTOPOGRAFIA_II_APOSTILA.pdf
TOPOGRAFIA_II_APOSTILA.pdfJR agrimensura
 
Transposicao de-fusos
Transposicao de-fusosTransposicao de-fusos
Transposicao de-fusosalexx0043
 
Transposicao de-fusos
Transposicao de-fusosTransposicao de-fusos
Transposicao de-fusosalexx0043
 
Aula 2 cartografia básica projeções
Aula 2 cartografia básica projeçõesAula 2 cartografia básica projeções
Aula 2 cartografia básica projeçõesgeopedrote
 
Cartografia primeiro ano
Cartografia primeiro anoCartografia primeiro ano
Cartografia primeiro anoTuh Caldas
 
CONCEITOS E DIVISÃO
CONCEITOS E DIVISÃO CONCEITOS E DIVISÃO
CONCEITOS E DIVISÃO andrikazi
 
PROJECOES CARTOGRAFICAS, Projeção Plana ou Azimutal e Projeção Plana Polar. P...
PROJECOES CARTOGRAFICAS, Projeção Plana ou Azimutal e Projeção Plana Polar. P...PROJECOES CARTOGRAFICAS, Projeção Plana ou Azimutal e Projeção Plana Polar. P...
PROJECOES CARTOGRAFICAS, Projeção Plana ou Azimutal e Projeção Plana Polar. P...TalyaPinheiro1
 

Semelhante a Utm (20)

Apostila de topografia
Apostila de topografiaApostila de topografia
Apostila de topografia
 
Apostila de topografia
Apostila de topografiaApostila de topografia
Apostila de topografia
 
Projeções cartográficas
Projeções cartográficasProjeções cartográficas
Projeções cartográficas
 
Projeções cartográficas
Projeções cartográficasProjeções cartográficas
Projeções cartográficas
 
Qgis24 sistema_de_referencia_de_coordenadas
 Qgis24 sistema_de_referencia_de_coordenadas Qgis24 sistema_de_referencia_de_coordenadas
Qgis24 sistema_de_referencia_de_coordenadas
 
Cartografia_projeções.pdf
Cartografia_projeções.pdfCartografia_projeções.pdf
Cartografia_projeções.pdf
 
TOPOGRAFIA_II_APOSTILA.pdf
TOPOGRAFIA_II_APOSTILA.pdfTOPOGRAFIA_II_APOSTILA.pdf
TOPOGRAFIA_II_APOSTILA.pdf
 
Transposicao de-fusos
Transposicao de-fusosTransposicao de-fusos
Transposicao de-fusos
 
Transposicao de-fusos
Transposicao de-fusosTransposicao de-fusos
Transposicao de-fusos
 
Aula 2 cartografia básica projeções
Aula 2 cartografia básica projeçõesAula 2 cartografia básica projeções
Aula 2 cartografia básica projeções
 
Aula 3
Aula 3Aula 3
Aula 3
 
Cartografia - Geografia
Cartografia - GeografiaCartografia - Geografia
Cartografia - Geografia
 
Cartografia primeiro ano
Cartografia primeiro anoCartografia primeiro ano
Cartografia primeiro ano
 
Aula 3 - Da imagem ao mapa
Aula 3 - Da imagem ao mapaAula 3 - Da imagem ao mapa
Aula 3 - Da imagem ao mapa
 
Unidade 01 topografia
Unidade 01   topografiaUnidade 01   topografia
Unidade 01 topografia
 
Apostila topografia Unama
Apostila topografia UnamaApostila topografia Unama
Apostila topografia Unama
 
CONCEITOS E DIVISÃO
CONCEITOS E DIVISÃO CONCEITOS E DIVISÃO
CONCEITOS E DIVISÃO
 
Cartografia
Cartografia Cartografia
Cartografia
 
PROJECOES CARTOGRAFICAS, Projeção Plana ou Azimutal e Projeção Plana Polar. P...
PROJECOES CARTOGRAFICAS, Projeção Plana ou Azimutal e Projeção Plana Polar. P...PROJECOES CARTOGRAFICAS, Projeção Plana ou Azimutal e Projeção Plana Polar. P...
PROJECOES CARTOGRAFICAS, Projeção Plana ou Azimutal e Projeção Plana Polar. P...
 
CARTOGRAFIA
CARTOGRAFIACARTOGRAFIA
CARTOGRAFIA
 

Utm

  • 1. INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO CURSO: ENGENHARIA TOPOGRÁFICA PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) Trabalho realizado no âmbito da cadeira de Cartografia Matemática Por: Catarina Abalada de Carvalho Ricardo Ribeiro Ano lectivo: 2005 / 2006
  • 2. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) ÍNDICE INTRODUÇÃO.................................................................................................................3 SISTEMAS DE COORDENADAS CARTOGRÁFICAS................................................4 PROJECÇÕES CARTOGRÁFICAS................................................................................5 Classificação quanto ao método construtivo.................................................................5 Projecções Geométricas.............................................................................................5 Projecções Convencionais.........................................................................................6 Classificação quanto ao tipo de superfície de projecção adoptada................................6 Projecção Plana ou Azimutal.....................................................................................6 Projecção Cónica.......................................................................................................7 Projecção Cilíndrica..................................................................................................7 Classificação quanto à propriedade que conservam......................................................8 Projecção Conforme ou Isogonal..............................................................................9 Projecção Equivalente ou Isométrica........................................................................9 Projecção Equidistante..............................................................................................9 Projecção Azimutal....................................................................................................9 PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA .................................10 Sistema UTM em Portugal Continental.......................................................................18 Fórmulas da Projecção Cartográfica............................................................................19 Trabalho Prático..........................................................................................................22 SISTEMA UPS (UNIVERSAL POLAR STEREOGRAPHIC)......................................24 GRELHA OU QUADRICULA MILITAR UTM...........................................................26 Localização de Portugal em relação à quadrícula militar UTM .............................29 ...............................................................................................................................29 CONCLUSÕES...............................................................................................................33 BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................35 Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 2
  • 3. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) INTRODUÇÃO Este trabalho tem por finalidade o desenvolvimento de uma projecção cartográfica, no âmbito da cadeira de Cartografia Matemática. A projecção em causa é a Universal de Mercator Transversa. Inicialmente, começa-se por integrar o tema ou a projecção na matéria que lhe diz respeito e que foi leccionada ao longo do semestre nas aulas da disciplina, no que respeita às características gerais e às propriedades e diferentes modalidades de projectar o globo em superfícies planificáveis no plano. Depois da integração, é agora altura de definir a própria projecção, as suas características, assim como a sua utilização para diferentes efeitos e locais, como em específico, a sua utilização em Portugal. Esta projecção devido às restrições que tem para os pólos existe uma outra que a complementa e que é então definida num capítulo posterior. Por último, é feita referência à leitura das coordenadas através da quadrícula UTM militar, que tem uma leitura, claro, equivalente, mas específica e diferente. Para acabar este trabalho são feitas algumas considerações finais respeitantes ao tema que o constitui e ao conhecimento adquirido ao longo do percurso de elaboração deste. Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 3
  • 4. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) SISTEMAS DE COORDENADAS CARTOGRÁFICAS Um Sistema de coordenadas é definido por um elipsóide de referência – superfície geométrica regular que se assimila ao geóide, de forma a permitir um tratamento matemático mais simples, assim como também por um conjunto de parâmetros que definem a forma e o posicionamento do elipsóide relativamente ao geóide – Datum, sendo esses parâmetros, o semi-eixo maior do elipsóide, a excentricidade, as componentes do desvio da vertical e a ondulação do geóide, no mesmo ponto. Além destes, um sistema de coordenadas define-se pelo tipo de Projecção Cartográfica que utiliza – transformação de medidas e posições do elipsóide numa superfície plana de referência, ou seja é a aplicação matemática que a cada ponto do elipsóide faz corresponder um ponto no plano que constitui a carta. Além disto, é ainda necessário definir a origem da projecção e a origem das coordenadas cartográficas, assim como, o factor de escala. Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 4
  • 5. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) PROJECÇÕES CARTOGRÁFICAS Uma projecção cartográfica é um projecto para reproduzir todas, ou parte de uma superfície redonda numa folha plana. Somente esta representação permite uma armazenagem fácil e não dependem da escala a utilizar. Esta operação é a mais difícil de conseguir dado que a superfície terrestre não é planificável. Dado que tal não é possível fazer sem deformação, o cartógrafo deve escolher qual a característica que deve aparecer correctamente, em prejuízo das outras, ou contemporizar com todas elas não aparecendo nenhuma correcta. Os inúmeros sistemas existentes de representação cartográfica têm pois, cada um, as suas vantagens e inconvenientes, sendo o critério de escolha de cada um, função dos seguintes parâmetros: extensão da região a representar, configuração da região a representar, latitude média da região ou o fim a que a carta se destina, etc. As características a contemplar, são a conservação da área, forma, escala ou direcção. Existem diversas maneiras de classificar as projecções cartográficas, cada uma de acordo com um critério adoptado. Classificação quanto ao método construtivo Projecções Geométricas As projecções geométricas baseiam-se no conceito teórico da superfície geométrica de projecção, na qual podem ser projectados todos os pontos do modelo da Terra, onde consoante a posição do ponto de projecção ou de perspectiva, se podem considerar como: Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 5
  • 6. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) • Gnomónicas ou Centrográficas: se o ponto de perspectiva estiver no centro da Terra. Usa-se nas projecções cilíndricas e cónicas. É a que se utiliza na Projecção UTM. • Estereográficas: se o ponto de perspectiva estiver nos antípodas do ponto de tangencia. É a que se usa na projecção UPS. • Ortográficas: se o ponto de perspectiva estiver no infinito. • Cenográficas: quando se escolhe uma posição mais útil para o ponto de perspectiva, diferente dos atrás indicados. Projecções Convencionais Designam-se por projecções convencionais todas aquelas que não se baseiam numa superfície de projecção. São as chamadas projecções pseudogeométricas. Estas dividem-se em três tipos, projecções pseudoazimutais, como exemplo da projecção de Wiechel, as projecções pseudocónicas, como por exemplo, a projecção de Bonne e as pseudocilindricas, tendo como exemplo destas a projecção sinosoidal e a de Robinson. Classificação quanto ao tipo de superfície de projecção adoptada Projecção Plana ou Azimutal Na projecção plana ou azimutal, a carta é construída a partir da projecção das informações geodésicas sobre uma superfície plana tangente ou secante a um determinado ponto na superfície da Terra. As projecções azimutais podem ser polares, obliquas ou meridianas, conforme o ponto onde assenta a superfície. A direcção, ou azimute, do centro de projecção para qualquer ponto no mapa, aparece correctamente representado por linhas rectas. Assim o caminho mais curto entre esse centro e qualquer outro ponto é definido por uma linha recta, pelo que estas cartas são utilizadas para navegação aérea, assim como para o planeamento de emissões electromagnéticas. Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 6
  • 7. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) Projecção Cónica Estas projecções foram utilizadas inicialmente para completar os mapas- mundo, para zonas estreitas segundo um círculo máximo, como o equador, um meridiano ou outro círculo máximo oblíquo. Depois forma usadas para cartografar países cuja dimensão maior fosse a Este-Oeste, que esta projecção beneficia. O seu nome deriva do facto de que a superfície a desdobrar ser uma superfície cónica, assente no globo que representa a Terra, tendo ou não o vértice coincidente com o eixo da mesma. A sua utilização deve-se a Claudius Ptolomeu. Projecção Cilíndrica A projecção Cilíndrica pode ser obtida, desdobrando parcialmente um cilindro que envolva o globo que representa a terra, tangente ao Equador e cujos meridianos são projectados desde o centro do globo. Se modificarmos a posição do cilindro em relação ao eixo da Terra, poderemos obter uma projecção obliqua ou uma transversa deixando os meridianos ou os paralelos de serem linhas rectas. Nas projecções cilíndricas normais, onde o eixo do cilindro coincide com o eixo de rotação da Terra, os meridianos e os paralelos são representados por rectas perpendiculares. A malha formada pelos meridianos e paralelos é rectangular, o espaçamento entre meridianos é proporcional à respectiva diferença de longitudes e o espaçamento entre paralelos só depende da latitude, de acordo com uma lei que é característica de cada projecção. A escala ao longo de cada paralelo é a mesma em todas as projecções, só dependendo da escala principal e da latitude. No que se refere aos pólos, estes são representados por segmentos de recta com o mesmo comprimento que o equador. Existem projecções cilíndricas equatoriais, obliquas ou transversas, conforme a o cilindro desdobrado seja tangente ao equador, obliquamente ou ao meridiano central, respectivamente. Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 7
  • 8. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) Este trabalho, sendo o seu objectivo principal desenvolver a projecção de Mercator Transversa, vai-se basear neste tipo de projecção. Figura 3.1 – Tipos de projecções Classificação quanto à propriedade que conservam Quanto às propriedades de deformação, as projecções cartográficas podem ser classificadas como conformes ou isogonais, equivalentes ou isométricas, equidistantes e azimutais. Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 8
  • 9. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) Projecção Conforme ou Isogonal Nas projecções conformes ou isogonais, os ângulos são mantidos, no entanto, ocorrem distorções nas medidas de distância e no tamanho dos objectos, principalmente nas proximidades das regiões polares. A conformidade é uma propriedade particularmente importante para a prática da navegação aérea e marítima, em geral para apoiar todas as actividades onde a conservação dos ângulos é algo necessário. No que respeita, à Projecção de Mercator Transversa, esta é caracterizada por esta propriedade, e conhecida por, através da conformidade, conseguir com que as linhas a rumo constante ou loxodrómicas, sejam representadas por segmentos de recta, propriedade de especial importância para a navegação. Projecção Equivalente ou Isométrica Nas projecções equivalentes ou isométricas, as áreas são conservadas sem distorções, porém os ângulos sofrem deformações. Projecção Equidistante As projecções equidistantes conservam a proporção entre as distâncias, em determinadas direcções, na superfície que está a ser representada. Esta característica aplica-se apenas a certas partes da área da carta. Projecção Azimutal Nas projecções com a propriedade azimutal, é possível conservar a direcção, mas só a partir de determinados pontos. Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 9
  • 10. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA O sistema de projecção Universal de Mercator Transversa – UTM foi idealizado inicialmente em 1569 pelo Holandês Gerhard Kremer, traduzido para o latim como Gerardus Mercator (Crane, 2002) (Achten, 1995). A projecção, segundo (NIMA, 1984), foi utilizada pela primeira vez, em larga escala, pelo Instituto de Cartografia do Exército Americano, durante a Segunda Guerra Mundial. Desde então, o sistema UTM tem sido considerado como um dos mais importantes sistemas de projecção (Kramer, 1980) e tem sido muito aplicado na Cartografia e em sistemas de computadores que necessitem de representar áreas geográficas. As principais características da projecção UTM são as seguintes (Rocha, 2000) (Silva et al., 1997) (Li et al., 1993) (Maguire et al., 1991): Figura 4.1 – Sistema UTM • É uma projecção cilíndrica, de acordo com os princípios de Mercator-Gauss, com uma rotação de 90º do eixo do cilindro, de Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 10
  • 11. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) modo a ficar contido no plano do equador (transversa). Essa configuração resultaria numa tangencia entre o cilindro e a esfera ao longo de um meridiano. Mas, de seguida adopta-se o cilindro secante, com vista a minimizar os erros. Esta projecção é também conforme, ou seja, mantém a forma em detrimento das dimensões; Figura 4.2 – Sistema cilíndrico Transverso Conforme • É adoptado um elipsóide de referência que procura ser unificado com um elipsóide internacional, cujos parâmetros vêm sendo determinados com maior precisão. Inicialmente era utilizado um, elipsóide diferente para cada país ou grupo de países; • É usado um factor de redução de escala, 1 1 k 0 =1 − 2500 =1 − =0,9996 k , que corresponde a tomar um cilindro reduzido a esse valor, de forma a se tornar secante ao esferóide terrestre. Isso diminui o valor absoluto das deformações, e em vez de se ter uma linha de verdadeira grandeza (k=1) e deformações sempre positivas (ampliações), passam-se a ter duas linhas de deformação nula (K=1), com redução no interior (k <1) e Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 11
  • 12. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) ampliação no exterior(k>1); • É uma representação de informações geodésicas, em latitude, entre os 80ºS e os 84ºN; • Adopta 60 cilindros de eixo transverso, obtidos através da rotação do mesmo no plano do equador de maneira que cada um cubra fusos de 6 graus de longitude (3º para cada lado do meridiano central), mantendo-se as deformações dentro de limites aceitáveis. Esta largura já tinha sido calculada pelo francês Tardi, por volta de 1930, os fusos são numerados de 1 a 60 a partir do anti-meridiano de Greenwich, sendo o correspondente ao nosso território representado na figura 6.2. Pela simetria do elipsóide de revolução, os cálculos são idênticos em todos os cilindros / fusos e os resultados são válidos para toda a Terra. Além dos fusos, o globo é ainda divido em zonas de 8 graus de latitude; • Para calcular a longitude do meridiano central (MC) em função do fuso (F), pode-se utilizar a fórmula: MC=183-6F. Para encontrar os limites do fuso basta somar e subtrair 3º. • Para se calcular o meridiano central (MC) em função da longitude ( φ ) de um ponto, pode-se utilizar a fórmula MC =6INT(( φ +3)/6). º • Latitude da origem: 0 - Equador; • Longitude da origem: longitude do meridiano central do fuso; • Falso Norte: 10.000.000 m, no Hemisfério Sul; Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 12
  • 13. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) Figura 4.3 • Falso Este: 500.000 m, nos dois Hemisférios; Figura 4.4 • Os meridianos e os paralelos interceptam-se, na projecção, em ângulos rectos; • A linha do Equador e a do meridiano central de cada fuso são representadas por linhas rectas. Os demais meridianos correspondem a linhas côncavas em relação ao meridiano central, e os paralelos a linhas côncavas em relação ao pólo mais próximo. Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 13
  • 14. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) Chama-se convergência de meridiano ao ângulo que a tangente a um meridiano, num determinado ponto, faz com uma paralela ao meridiano central: Figura 4.5 – Convergência de meridianos E em que o sinal da convergência do meridiano dá-se como na figura abaixo: Figura 4.6 – Sinal de γ • O espaçamento entre os meridianos aumenta à medida que se afastam do meridiano central. Neste caso, para manter Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 14
  • 15. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) proporcionalidade da projecção conforme, a escala na direcção norte-sul é distorcida, fazendo com que existam diferentes escalas dentro do mesmo fuso; • Os meridianos apresentam-se de forma concêntrica, à medida que se vai aproximando dos pólos, como se pode verificar na amostra de pontos desta projecção, apresentados num gráfico de dispersão no ficheiro de Excel do trabalho prático exposto á frente. • Devido a isto, para que a projecção se mantenha conforme (para que os paralelos perfaçam um ângulo de 90º com os meridianos), os paralelos a norte do equador apresentam-se de forma côncava. A sul do equador apresentam-se de forma convexa. Assim, o cruzamento entre os paralelos e meridianos são sempre apresentados de forma perpendicular entre si. Figura 4.7 – Representação de um fuso UTM. Fonte: Rocha (2000) • O referencial desta projecção, é no sentido Sul – Norte e Oeste- Este, daí que a oeste da origem da projecção os valores são lidos de forma negativa, assim como a sul da origem. Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 15
  • 16. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) Figura 4.8 – Projecção UTM – esfera e cilindro secante Seja a projecção UTM uma projecção conforme, dado um elemento geométrico (um circulo ou quadrado), sobre a superfície da Terra, a sua representação na carta conservará a mesma forma sem alterar, portanto, os ângulos. Pode haver, no entanto, uma alteração na escala. A existência de deformações era conhecida desde o início da cartografia, já que não se pode uma esfera sem deformar a superfície. No entanto, a determinação matemática envolve o cálculo diferencial que foi desenvolvido por Newton e Leibniz nos finais do século XVII. Tissot, um cientista Francês do século XIX, foi o primeiro a classificar as deformações de forma racional. Examinou para isso, as variações de um pequeno círculo desenhado sobre a superfície da Terra, assim como a sua transformação num sistema de projecção. O resultado dessa transformação será genericamente uma elipse (elipse de Tissot), cuja forma dependerá do tipo de projecção utilizada, como se verifica na figura seguinte: Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 16
  • 17. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) Figura 4.9 – Representação gráfica da Elipse de Tissot Na projecção conforme, para se manterem as formas os ângulos devem- se conservar, como se vê na seguinte figura: Figura 4.10 – Projecção Conforme Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 17
  • 18. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) Mesmo sendo considerada como um dos melhores sistemas de projecção para a cartografia de médias e grandes escalas, a projecção UTM apresenta algumas limitações para a representação do globo terrestre: • Mantém precisão dos ângulos, mas possui imprecisões nas medições de áreas e distâncias; • Emprega diferentes escalas dentro do mesmo fuso de representação; • Não proporciona continuidade de representação entre os diferentes fusos, e • Os erros aumentam na medida em que os dados se afastam do meridiano central e da latitude de origem. Sistema UTM em Portugal Continental O sistema UTM é um dos sistemas utilizados em Portugal Continental, além dos de Bessel-Bonne, do de Hayford-Gauss (versão antiga - SHGA), Hayford-Gauss Militar – SHGM e do Hayford- Gauss moderno – SHG73. O elipsóide utilizado é o de Hayford e o Datum é o Datum europeu ED50 (Datum regional), cuja origem se encontra em Potsdam, na Alemanha. A projecção utilizada é a conforme de Mercator Transversa, cuja origem é o meridiano central do nosso fuso (fuso 29 – desde 6º aos 12ºW), 9ºW Gr. A origem das coordenadas cartográficas são um ponto fictício, 500 Km a oeste do ponto central da projecção, visto que estamos no Hemisfério Norte, e exactamente o meridiano central, a nível de latitude. O sistema UTM-ED50, é usado na cartografia militar da Europa, nas cartas de 1:50 000. Em Portugal é usado nas cartas militares de 1:50 000 e de 1:25 000. Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 18
  • 19. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) A quadrícula UTM-ED50 encontra-se ainda, impressa nas folhas da carta militar 1:25 000 do IgeoE. Embora, o Cadastro deva geralmente utilizar projecções equivalentes, devido à necessidade de conservar as áreas, em Portugal, é também a UTM, a “feliz contemplada”, visto que é um processo feito em pequenos pedaços de terra, o que faz com que a deformação destas mesmas áreas seja mínima ao ponto de se poder desprezar. Fórmulas da Projecção Cartográfica Todas as versões da Projecção de Mercator Transversa têm as mesmas características e formulas de base, diferindo nos diferentes países, na latitude da origem, longitude do meridiano central (origem), no factor de escala da origem e nos valores do falsa origem. Figura 4.11 Quanto ao problema directo, as fórmulas são as seguintes: Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 19
  • 20. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM)  A3 A5  X = E 0 + k 0ν A + (1 −T + C ) + (5 −18T +T 2 + 72C − 58e ' 2 )   6 120   A2 A 6  + (5 −T + 9C + 4C 2 ) + (61 − 58T +T 2 + 600C − 330e ' 2 ) A4 Y = N 0 + k 0 M − M 0 +ν tan φ    2 24 720  onde, E0 , é a distância à meridiana da falsa origem; N0 , é a distância à perpendicular da falsa origem; k0 , é o factor de escala, a , é o semi-eixo maior do elipsóide, e , a excentricidade do elipsóide, e, e '2 , a segunda excentricidade, A = ( λ − λ0 )Cosφ e2 C= Cos 2φ = e '2 Cos 2φ 1 − e2 T = tan 2 φ   e 2 3e 4 5e 6   3e 2 3e 4 45e 6   15e 4 45e 6     1 − − − − ... φ −  + + + ... Sen(2φ ) +  + + ... Sen(4φ )   4 64 256   8 32 1024  M = a  256 1024    35e 6    −  + ... Sen(6φ ) + ...     3072    As fórmulas inversas para converter o X e o Y da Projecção em longitude e latitude são: Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 20
  • 21. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) ν tan(φ1 )  D 2 D6  − (5 + 3T1 +10C1 − 4C12 −9e ' 2 ) + (61 + 90T1 + 298C1 + 45T12 − 252e '2 −3C12 ) D4 φ = φ1 −   ρ1  2 24 720   D5  D − (1 + 2T1 + C1 ) D3 6 ( + 5 − 2C1 + 28T1 −3C12 +8e ' 2 + 24T12  120  ) λ = λ0 +  Cosφ1 onde, X ' = X − E0 Y ' = Y − N0 1− 1− e 2 e1 = 1+ 1− e2  e 2 3e 4 5e 6   3e 2 3e 4 45e 6   15e 4 45e 6   1 − −  − − ...φ 0 −    8 + + + ...  Sen(2φ 0 ) +   +  256 1024 + ... Sen( 4φ 0 )    4 64 256   32 1024    M 0 = a   35e 6    −  + ...  Sen(6φ 0 ) + ...    3072       Y' M = M0 + k0 M µ=  e 2 e4 e6  a 1 − − 3 − 5    4 64 256    e e2   e2 e4   e3   e4  φ1 = µ +  3 1 − 27 1  Sen(2 µ ) +  21 1 − 55 1  Sen(4 µ ) + 151 1  Sen(6µ ) + 1097 1  Sen(8µ ) + ...  2  32    16  32     96     512   Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 21
  • 22. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) C1 = e '2 Cos 2φ1 T1 = Tan 2φ1 a ν1 = (1 − e ) Sen φ 2 2 1 ρ1 = a (1 − e ) 2 (1 − e Sen 2φ1 ) 2 3 2 X' D= νk 0 Trabalho Prático Foi elaborado um trabalho prático, que consiste em fazer uma pequena amostra de pontos do globo, projectados através da Projecção Universal de Mercator Transversa. Pontos estes, que vão desde os 33º e os 37ºN e os 3º e os 13ºW. Este trabalho foi realizado em Excel, utilizando para tal as fórmulas apresentadas na sub-secção anterior e tendo por base o elipsóide WGS84, um elipsóide global que facilita a projecção para todo o globo. Os valores correspondentes aos semi-eixos maiores, excentricidade e achatamento, entre outros valores, necessário à transformação da projecção cartográfica em questão, estão apresentados no Excel. O trabalho corresponde às quadrículas UTM delimitadas pelos 32º e os 40ºN (em latitude) e pelos fusos 28 (de 12º a 18ºW), 29 (de 6º a 12ºW) e 30 (de 0º a 6ºW), e está gravado num ficheiro .xls, de nome UTM, que vai anexo a este trabalho. O gráfico resultado dos dados amostra que foram utilizados é o seguinte: Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 22
  • 23. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) UTM (33º a 37ºN 3º a 13º W) 4300000,000 4200000,000 4100000,000 Northing 4000000,000 3900000,000 3800000,000 3700000,000 3600000,000 0,0 100000,0 200000,0 300000,0 400000,0 500000,0 600000,0 700000,0 800000,0 900000,0 Easting Gráfico 4.1 Confirmando o que já se referiu atrás acerca da concêntricidade dos meridianos, em direcção aos Pólos. Assim como, a linha recta definida pelo meridiano central. E todas as outras (meridianas) côncavas em relação a este. É de constatar, que em Portugal o Datum utilizado é o ED50, que difere do WGS84, em Portugal e Espanha, 100m para oeste, e cerca de 200m para sul, ou seja, enquanto que no WGS84, a perpendicular-origem é o equador, no ED50 é 200m a sul. Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 23
  • 24. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) SISTEMA UPS (UNIVERSAL POLAR STEREOGRAPHIC) A projecção Estereográfica Polar Universal é uma projecção azimutal conforme, que corresponde à projecção geométrica de plano tangente à esfera no ponto central, a partir do ponto situado nos antípodas do ponto central. Esta projecção é mais conhecida como a forma de cartografar as áreas que complementam a Projecção Universal de Mercator Transversa, usada para baixas altitudes. As áreas da Terra que não são abrangidas pela representação UTM, isto é, a calote Norte (latitude superior a 84º N) e a calote Sul (latitude inferior a 80º S), são representadas cartograficamente por uma projecção azimutal estereográfica polar (sistema de representação UPS). Para se poder referenciar um ponto, situado em qualquer uma das calotes, a partir das suas coordenadas rectangulares, define-se um sistema de eixos coordenados rectangulares para cada calote, de acordo com o seguinte: A meridiana origem é definida pelo meridiano 0º - 180º, ao qual se atribui, por convenção, uma distância fictícia à meridiana de 2.000.000 m E, com vista a evitar coordenadas negativas para os pontos a Oeste desse meridiano, e a perpendicular à origem, é definida pelo meridiano 90º W – 90º E, ao qual se atribui, também por razões semelhantes, uma distância fictícia à perpendicular de 2.000.000m N. Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 24
  • 25. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) Figura 5.1 Estas convenções equivalem a adoptar as falsas origens e todos os pontos situados nas calotes polares terão ambas as coordenadas positivas. Se estiverem a este do meridiano 0º - 180º , terão uma distância à meridiana superior a 2.000.000 metros e se estiverem a Oeste, inferior a 2.000.000 metros. Analogamente, os pontos com longitudes superiores a 90º W e 90º E terão distâncias à perpendicular inferiores a 2.000. 000 metros. Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 25
  • 26. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) GRELHA OU QUADRICULA MILITAR UTM A quadrícula militar UTM (MGRS – Military Grid Refernce System) é um sistema de coordenadas alfanumérico que se estabelece com base no sistema de eixos coordenados rectangulares UTM. Para o efeito, considera-se a partir do paralelo 80º S uma série de paralelos intervalados 8ºuns dos outros (excepto o último, correspondente à latitude de 84º N, cujo intervalo é de 12º). Cada área entre dois paralelos consecutivos constitui uma zona, cada uma delas identificada por uma letra, desde a C a X (com excepção de I e O para não se confundirem com os algarismos 1 e 0 ) a partir do Sul num total de 20. As letras A,B,Y e Z reservam-se para as calotes Polares, representadas no sistema UPS. Entre os paralelos 80º S e 84º N fica assim constituída uma malha geográfica de meridianos e paralelos, definindo 60x 20= 1200 zonas, cada uma das quais medindo 6º em longitude , por 8º em latitude, (exceptua-se as linhas de zonas compreendida entre os paralelos 72ºN e 84º N que tem 6º x 12º). A designação de cada uma destas zonas, com a área de 6º Este – Oeste por 8º ou 12º Norte – Sul, dá-se lendo (para a direita e para Cima), primeiro o fuso (ex: fuso 29 ) e depois a zona (ex: T ) donde vem Zona 29T . Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 26
  • 27. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) Figura 6.1 O sistema de referencia que temos vindo a definir, completa-se através da criação duma malha de quadrados, em que as linhas Norte – Sul são todas paralelas à meridiana origem, isto é, ao meridiano central do fuso, onde se situa a zona e cujas linhas Este – Oeste são perpendiculares às primeiras. Esta malha de quadrados marca-se a partir do equador e do seu meridiano central e constitui a quadrícula militar de referência UTM, sendo o intervalo entre as linhas sucessivas, escolhido consoante a escala da carta. Além da malha quilométrica ou decaquilométrica, considera-se ainda uma malha de quadrados de 100.000 m de lado, quadrados estes que são identificados por meio de duas letras, que são atribuídas do modo a seguir indicado. Partindo do meridiano de 180º no sentido Este ao Equador, numa amplitude de 18º, isto é de 3 fusos, atribuem-se letras de A a Z (com excepção de I e O), às colunas de 100.000 m incluindo as colunas incompletas das margens de cada fuso). Este alfabeto repete-se de 18º em 18º. Às filas de quadrados de 100.000 m são atribuídas letras de A a V Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 27
  • 28. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) (com excepção de I e O) de Sul para Norte, havendo por isso , uma repetição de letras de 2.000. 000 em 2.000.000 m . Para aumentar a distância entre quadrados com a mesma designação, adopta-se ainda o critério de efectuar a marcação das filas dos fusos ímpares , a partir do equador e a dos fusos pares 500.000 m a Sul do Equador, (a letra F identifica a primeira fila dos quadrados dos fusos pares a Norte do Equador). Cada quadrado de 100.000 m será portanto identificado por um número, (no que respeita ao fuso em que ele se encontra ) e por três letras (no que respeita à coluna e fila em que se encontra): Por exemplo: 29 SND (fuso 29, Zona S, coluna N, Fila D) A posição dos pontos no interior de cada quadrado é em seguida definida pelas distâncias à meridiana e à perpendicular de cada quadrado. A identificação de um ponto, no caso mais completo, faz-se portanto nesta quadrícula, por um grupo de letras e algarismos que indicam o Fuso, a Zona, o Quadrado de 100Km de lado, pertencente à zona em que se situa o ponto e as coordenadas rectangulares da quadrícula militar UTM – parte numérica de referencia – com a precisão desejada. A designação é escrita por meio duma expressão contínua, sem espaços, parêntesis, vírgulas ou pontos: Exemplo: 29 SND9243615672 (fuso 29, Zona S, Quadrado ND, distância à meridiana e perpendicular dentro do quadrado de 100km de lado com a precisão de 1 metro). Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 28
  • 29. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) Localização de Portugal em relação à quadrícula militar UTM Continente: zonas 29S e 29T – O meridiano Central do fuso 29 (longitude de 9º a W de Greenwich), passa a cerca de 11km a este de Lisboa (longitude de 9º 07` 54``, 806 W de Greenwich), perto de Alhandra. Açores: Flores e Corvo – Zona 25 S – Pico, Faial, S. Jorge, Graciosa, Terceira, S. Miguel e Santa Maria – Zona 26 S; Madeira: Madeira, Porto Santo, Desertas – Zona 28S – Selvagens – Zona 28R ; Figura 6.2 A partir de 1951, data da adopção do Datum Europeu para o ponto origem de toda a cartografia europeia, começou a substituir-se a quadrícula das cartas portuguesas, e em 1965, a quadrícula Gauss das cartas 1/25000 e Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 29
  • 30. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) 1/250000 passou a secundária, dando lugar à quadrícula UTM, impressa a azul, que passa a principal. Esta quadrícula adopta, para o fuso 29, como eixos rectangulares o Equador e o meridiano centra (de 9º de longitude W); a sua intersecção é portanto a origem desses eixos. Nas respectivas informações marginais de cada carta impressa com esta quadrícula, são dadas instruções sobre o modo de referenciar qualquer ponto neste sistema. Essas instruções são divididas em duas partes: À esquerda é dada a identificação da zona da quadrícula (no nosso caso 29 T) e do quadrado de 100.000 m. quando a carta ocupa mais de um quadrado de 100.000 m, são representados no esquema as linhas da quadrícula que separam os quadrados, (no nosso caso H e J) e os valores que essas linhas tomam. Figura 6.3 À direita das instruções junto da quadrícula a azul, verifica-se que com excepção dos valores da primeira linha da quadrícula, em cada direcção a partir do canto SW da folha, nas cartas com a quadrícula de 1.000 m, os últimos três algarismos (000) são omitidos; os dois algarismos respeitantes às dezenas e milhares de metros são impressos maiores que os outros, e chamam-se dígitos principais. Nas cartas com a quadrícula de 10.000 m, são omitidos os quatro últimos algarismos (0000); só o algarismo Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 30
  • 31. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) corresponde às dezenas de milhares de metros é impresso, de forma saliente chamando-se dígito principal. Estes dígitos principais são importantes, pois são utilizados para referenciar os pontos da carta. A primeira linha da quadrícula, na parte inferior da carta, a partir do canto inferior esquerdo, da carta que pode ver na figura abaixo, tem o número 479.000m E. Isto significa que está 479.000 m a Este da falsa origem, ou seja, a 21. 000 m a Oeste do meridiano central do fuso 29. Os dígitos principais 79 identificam esta linha a utilizar para a referenciação de pontos. Figura 6.4 A primeira linha da quadrícula, a Norte do canto inferior, tem o número 4.361.000 m N, o que significa que está a 4.361.000 metros a norte do Equador. Os dígitos principais 61 identificam esta linha a utilizar para a Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 31
  • 32. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) referência de pontos. Para ler a distância à meridiana dum ponto, localiza- se a primeira meridiana da quadrícula militar UTM (linha vertical) à esquerda do ponto, lendo apenas o algarismo maiúsculo (ou algarismos), respeitantes a essa meridiana na margem superior ou inferior da carta e ignora-se os restantes algarismos minúsculos. De seguida avalia-se ou mede-se, em décimas do intervalo da malha da quadrícula, a distância horizontal entre o ponto e a meridiana imediatamente à esquerda daquela. Para ler a distância à perpendicular o procedimento é análogo. Deve ter-se sempre presente, que para identificar um ponto, a regra é – Ler para a Direita e para Cima. Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 32
  • 33. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) CONCLUSÕES Sendo a escolha da Projecção Cartográfica dependente da finalidade a que se pretende, da região a representar, da sua forma ou mesmo dos erros aceitáveis para esta, a Projecção Universal de Mercator Transversa (UTM), poder-se-á definir como umas das projecções mais utilizadas do mundo. Projectos de Engenharia, em que se necessita conhecer a escala, e a precisão é algo importante, adoptam-se sistemas conformes, principalmente a UTM. Para os Atlas celestes, onde se devem conservar as formas, para que se reconheçam as estrelas com facilidade, também as projecções conformes são essenciais, mas para este caso, estereográficas. Para cartas de navegação aeronáutica ou da marinha, onde é exigida maior precisão e fundamentalmente a manutenção de ângulos para o estabelecimento dos planos de voo / rumos, e por isto deve-se aplicar também uma projecção conforme. Para estudos mais gerais, como o estudo de países e os seus limites, a visualização geral do relevo, a representação de climas de torrentes marítimas, vegetação, cidades, etc., em que não é necessário uma exactidão muito grande, pode ser usada também a Projecção UTM. Além disto, pode ser usada também, para países alongados numa direcção, onde se escolhem superfícies de tangencia ao longo dessa linha, que minimizem as deformações. Concluindo, o sistema UTM é Universal, já que é aplicável a toda a extensão do globo terrestre, e onde a tangencia do cilindro se mantém ao longo dos meridianos, numa primeira aproximação, já que, para minimizar os erros, adopta-se, por um cilindro secante. Além de que, a UTM não é exclusiva de nenhum Datum em particular. Seja uma projecção Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 33
  • 34. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) cartográfica, uma função biunívoca, de transformação de latitudes e longitudes geodésicas e coordenadas planas, consequentemente, existem coordenadas UTM, do Datum WGS84, baseadas no Elipsóide com o mesmo nome, ou UTM ED50, baseadas no elipsóide Internacional de Hayford, e até mesmo UTM ETRS89, baseadas no elipsóide SGR80, tendo assim uma grande versatilidade. Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 34
  • 35. PROJECÇÃO UNIVERSAL DE MERCATOR TRANSVERSA (UTM) BIBLIOGRAFIA • Hooijberg, Maarten – Pratical Geodesy, using computers, Springer; • Geodetic information paper nº1 2/1998 (version 2.2) - The ellipsoid and the Transverse Mercator projection, Ordnance Survey; • Asin, Fernando Martin – geodesia y cartografía matemática; • Casaca, João, Matos, João e Baio, Miguel – Topografia Geral, edições Lidel, 3ª edição; • Gaspar, Joaquim Alves – Cartas e Projecções Cartográficas, edições Lidel, 3ª edição; • http://www.igeoe.pt/coordenadas/trans.aspx • http://www.tandt.be/wis/WiS/utm.html • https://zulu.ssc.nasa.gov/mrsid/docs/gc1990- utm_zones_on_worldmap.gif • http://earth-info.nga.mil/GandG/coordsys/grids/utm_basics_2005.doc • http://en.wikipedia.org/wiki/ED50 • http://www.mentorsoftwareinc.com/FREEBIE/FREE0100.HTM Trabalho realizado por Ricardo Ribeiro e Catarina Abalada de Carvalho 35