SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 16
Baixar para ler offline
Meditação:

Em oração, com o ânimo recolhido e comovido, percorremos nesta tarde o cami-
nho da Cruz. Subimos com Jesus ao Calvário e meditamos no Seu sofrimento,
descobrindo como é profundo o amor que Ele teve e tem por nós. Mas, neste
momento, não queremos limitar-nos a uma compaixão simplesmente ditada
pelo nosso sentimento frágil; queremos antes de tudo sentir-nos participantes
do sofrimento de Jesus, queremos acompanhar o nosso mestre compartilhando
a Sua Paixão na nossa vida, na vida da Igreja, pela vida do mundo; porque sabe-
mos que é justamente na Cruz do Senhor, no amor sem limites que se doa total-
mente a si mesmo, que está a fonte da graça, da libertação, da paz, da salvação.



Oração Inicial

            Senhor Jesus, convidais-nos a seguir-Vos nesta Via Sacra.
                     No Vosso caminho doloroso até à Cruz
                  estão presentes as dificuldades da nossa vida,
         as provações da Vossa Igreja e as dores da humanidade inteira.
             Seja a Vossa Cruz o meio pelo qual o mundo seja salvo.

  Senhor Jesus, Vós nos repetis as palavras que dissestes a Pedro: «Segue-me».
      Queremos seguir-Vos, passo a passo, no caminho da Vossa Paixão,
   para também nós aprendermos a chorar amargamente os nossos pecados,
                 que foram a causa de todo o Vosso sofrimento.

                 Mãe Dolorosa, acompanhai-nos nesta oração,
      tal como acompanhastes o Vosso Filho no caminho até ao Calvário.
                   Contemplando a Vossa dor junto à Cruz,
            fazei-nos imitar o Vosso exemplo de Fé e de Esperança,
                        ainda que tudo pareça perdido.
                                    Ámen.
PRIMEIRA ESTAÇÃO
                        Jesus é condenado à morte

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz.

Do Evangelho segundo João 19,6-7.12.16
Quando viram Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a gritar:
“Crucifica-O! Crucifica-O!” Pilatos respondeu: “Levai-O vós mesmos para o cru-
cificar, pois eu não encontro n’Ele crime algum”. Os judeus responderam: “Nós
temos uma Lei, e, segundo essa Lei, Ele deve morrer, porque Se fez Filho de
Deus”..
Por causa disto, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas os judeus gritavam: “Se sol-
tas este homem, não és amigo de César. Todo aquele que se faz rei, declara-se
contra César”… Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado.

MEDITAÇÃO
Por que motivo Jesus foi condenado à morte, Ele que “andou por toda a parte a
fazer o bem”? (Act 10,38). Esta pergunta acompanhar-nos-á ao longo da Via-
sacra, assim como nos acompanha por toda a vida.
Nos Evangelhos, encontramos uma resposta verdadeira: os chefes dos judeus
quiseram a Sua morte porque compreenderam que Jesus Se considerava o Filho
de Deus.
Jesus morreu pelos nossos pecados, porque Deus
nos ama; e ama-nos a ponto de dar o Seu Filho uni-
génito, para que tenhamos a vida por meio d’Ele (cf.
Jo 3,16-17).
Portanto, é para nós mesmos que devemos olhar:
para o mal e o pecado que vivem dentro de nós e que
demasiadas vezes fingimos ignorar. Assim, o cami-
nho da Via-sacra e todo o caminho da nossa vida tor-
nam-se um itinerário de penitência, dor e conversão,
mas também de gratidão, de fé e alegria.
Pai-nosso...
SEGUNDA ESTAÇÃO
                      Jesus é carregado com a Cruz

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz.

Do Evangelho segundo Mateus 27, 27-31
Então, os soldados do governador levaram Jesus consigo para o Pretório e reuni-
ram junto d'Ele toda a companhia. Depois de O terem despido, envolveram-n'O
num manto púrpura. Teceram uma coroa de espinhos, que Lhe puseram na cabe-
ça, e, na mão direita, colocaram-Lhe uma cana. Ajoelharam-se diante d'Ele e
escarneceram-n'O dizendo: “Salve, ó rei dos Judeus!” Depois, cuspiram n'Ele e
pegaram na cana e puseram-se a bater-Lhe com ela na cabeça. No fim de O
terem escarnecido, despiram-Lhe o manto, vestiram-Lhe as suas roupas e leva-
ram-n'O para O crucificarem.

MEDITAÇÃO
                            Depois da condenação, vem a humilhação. Aquilo
                            que os soldados fazem com Jesus é, sem dúvida,
                            desumano: são actos de escárnio e desprezo nos
                            quais se exprime uma crueldade obscura, insensível
                            ao sofrimento, que é aplicada sem motivo a uma pes-
                            soa já condenada ao tremendo suplício da cruz.
                            Jesus, “manso e humilde de coração” é tratado como
                            um dos maiores criminosos do Seu tempo. É humi-
                            lhado, maltratado, cuspido e, por fim, é-lhe coloca-
                            do o pesado madeiro aos ombros. A juntar ao peso
                            físico da cruz, está o peso dos pecados de toda a
humanidade. Ele quer carregá-los, quer tomar sobre Si as nossas faltas, para
delas nos libertar. Quanto amor! Quanto amor Jesus tem por nós, que tudo
suporta, ao ponto de sofrer tanto e dar a vida pelos que ama!
Senhor Jesus, cada vez que pecamos, também nós estamos entre aqueles que vos
escarnecem e tornamos a Vossa cruz ainda mais pesada. Perdoai-me, ó Bom
Jesus! Pai-nosso...
TERCEIRA ESTAÇÃO
                        Jesus cai pela primeira vez

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz.

Do livro do profeta Isaías 53, 4-6
Eram os nossos males que Ele suportava, e as nossas dores que tinha sobre Si.
Mas nós víamos n’Ele um homem castigado, ferido por Deus e sujeito à humilha-
ção. Ele foi trespassado por causa das nossas culpas, e esmagado devido às nos-
sas faltas. O castigo que nos salva, caiu sobre Ele, e por causa das Suas chagas é
que fomos curados. Todos nós, como ovelhas, andávamos errantes, seguindo
cada qual o seu caminho. E o Senhor fez cair sobre Ele as faltas de todos nós.



MEDITAÇÃO
Os Evangelhos não nos falam das quedas de Jesus sob
a cruz, contudo esta antiga tradição é profundamente
possível. Lembremos apenas que, antes de lhe ser
dada a cruz para carregar, Jesus tinha sido flagelado a
mando de Pilatos.
Antes de nos determos nos aspectos mais profundos
e interiores da paixão de Jesus, concentremo-nos na
dor física que ele teve que suportar. Uma dor enorme
e tremenda, até ao último suspiro na cruz, uma dor
que provoca medo.
Jesus não rejeitou a dor física e assim fez-se solidário
com toda a família humana, especialmente com uma grande parte desta, cuja
vida, hoje em dia, está marcada por esta forma de dor. Enquanto o vemos cair
sob a cruz, sob o peso dos nossos pecados, peçamos-lhe humildemente a cora-
gem de alargar os espaços demasiado estreitos do nosso coração.

Pai-nosso...
QUARTA ESTAÇÃO
                          Jesus encontra sua Mãe

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz.



Do Evangelho segundo João 19,25-27
Junto à cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de
Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver Sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que
Sle amava, disse à mãe: “Mulher, eis o teu filho”. Depois disse ao discípulo: “Eis a
tua mãe”. Dessa hora em diante, o discípulo a acolheu em sua casa.



MEDITAÇÃO
Nos Evangelhos, não se fala directamente de um encontro de Jesus com a Sua
Mãe durante o caminho da cruz, mas da presença de Maria junto da cruz. E lá
Jesus dirige-Se a ela e ao discípulo predilecto, o evangelista João. As suas pala-
vras têm um sentido imediato: confiar Maria a João, para que cuide dela. As
mesmas palavras têm um sentido muito mais amplo e profundo. Junto da cruz,
Maria é chamada a dizer um segundo “sim”, depois do sim da Anunciação, com o
qual se tornara Mãe de Jesus, abrindo assim a porta à nossa salvação.
Com este segundo “sim”, Maria torna-se mãe de todos nós, de cada homem e de
cada mulher, pelos quais Jesus derramou o Seu sangue. Uma maternidade que é
sinal vivo do amor e da misericórdia de Deus por nós. Maria, porém, suportou
sofrimentos incalculáveis para que A tenhamos como Mãe. Como lhe profetizou
Simeão no templo de Jerusalém, “Quanto a ti, uma espada te traspassará a
alma” (Lc 2,35).
Maria, Mãe de Jesus e nossa mãe, ajudai-nos a experimentar nas nossas almas,
nesta noite e sempre, aquele sofrimento cheio de amor que Vos uniu à cruz
redentora do Vosso Filho.

Pai-nosso ...
QUINTA ESTAÇÃO
          Jesus é ajudado por Simão Cireneu a levar a Cruz

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz.

Do Evangelho segundo Lucas 23,26
Enquanto levavam Jesus, pegaram um certo Simão, de Cirene, que voltava do
campo, e mandaram-no carregar a cruz atrás de Jesus.



MEDITAÇÃO
Jesus devia estar verdadeiramente esgotado, e os
soldados remedeiam a situação agarrando o primei-
ro desafortunado que encontraram, fazendo-o car-
regar a cruz. Também na vida de cada dia, a cruz é-
nos colocada aos ombros, sob muitas formas diver-
sas – desde uma doença, um grave acidente, até à
perda de uma pessoa querida – e nós vemos nela
somente pouca sorte ou, no pior dos casos, uma
desgraça.
Mas, Jesus dissera aos seus discípulos: “Se alguém
me quiser seguir, renuncie a si mesmo. Tome a sua
cruz e siga-Me” (Mt 16,24). Não são palavras fáceis. Na vida concreta, são, sem
sombra de dúvidas, as palavras mais difíceis do Evangelho.
Todavia, Jesus continua a dizer: “Pois quem quiser salvar a sua vida há-de perdê-
la; e quem perder a sua vida por causa minha causa, vai encontrá-la” (Mt 16,25).
Detenhamo-nos nas palavras “por minha causa”: aqui está a exigência que Ele
nos faz. Ele está no centro de tudo, Ele é o Filho de Deus, o nosso único Salvador
(cf. At 4,12).

Pai-nosso...
SEXTA ESTAÇÃO
                   A Verónica limpa o rosto de Jesus

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz.

Do livro do profeta Isaías 53, 2-3
Não tinha beleza nem atractivo para o olharmos, não tinha aparência que nos
agradasse. Era desprezado como o último dos mortais, homem coberto de dores,
cheio de sofrimentos; passando por ele, tapávamos o rosto; tão desprezível era,
não fazíamos caso dele.

                            MEDITAÇÃO
                            Quando a Verónica limpou a face de Jesus com um
                            lenço, certamente aquele rosto não devia ser atraen-
                            te: era uma face desfigurada pelo sofrimento. Uma
                            face ensanguentada, esmurrada, mutilada. Porém,
                            aquele rosto não podia deixar ninguém indiferente.
                            Podia provocar escárnio e desprezo, mas também
                            compaixão e amor.
                            Apesar de desfigurado, o rosto de Jesus é sempre o
                            rosto do Filho de Deus. É uma face desfigurada por
                            nós, um rosto desfigurado em nosso favor, que
                            expressa o amor e a doação de Jesus e que é espelho
da misericórdia infinita de Deus Pai.
O gesto de piedade da Verónica torna-se para nós uma provocação, uma chama-
da de atenção urgente: apela-nos a não virarmos a cara para o lado, mas de
olharmos também nós para aqueles que sofrem, próximos e distantes. E não
somente olhar, mas ajudar.

Pai-nosso…
SÉTIMA ESTAÇÃO
                       Jesus cai pela segunda vez

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz.

Do livro dos Salmos 41,6-10
Os inimigos deseja-me o mal: “Quando é que vai morrer e ser cancelado o seu
nome?” Quem vem visitar-me diz mentira, o seu coração acumula maldade e
quando vai embora, fala mal. Juntos, os meus inimigos murmuram contra mim:
“Uma doença caiu sobre ele, está deitado não vai levantar-se”. Até o amigo em
que eu confiava, também aquele que comia do meu pão, levanta contra mim o
seu calcanhar.



MEDITAÇÃO
Jesus cai de novo sob a cruz. É verdade que estava
esgotado fisicamente, mas estava mortalmente feri-
do também no Seu coração. Pesava sobre Ele a rejei-
ção daqueles que, desde o início, tinham-se oposto à
Sua missão. Pesava muito mais o abandono dos Seus
amigos. Pesava terrivelmente a traição de Judas e a
tríplice negação de Pedro.
Sabemos que pesavam igualmente de maneira terrí-
vel os nossos pecados. Por isso, peçamos a Deus,
com humildade, mas também com confiança, que
não nos deixe a cair em pecado.

Pai-nosso…
OITAVA ESTAÇÃO
   Jesus encontra as mulheres de Jerusalém que choram por Ele

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz.

Do Evangelho segundo Lucas 23, 27-29.31
Seguia-O grande multidão de povo e algumas mulheres que batiam no peito e
lamentavam-se por Ele. Mas Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes: “Mulheres de
Jerusalém, não choreis por Mim; chorai antes por vós mesmas e pelos vossos
filhos. Pois dias virão em que se dirá: “Felizes as estéreis, as entranhas que não
tiveram filhos e os peitos que não amamentaram”… Porque, se fazem assim com
o madeiro verde, que será do madeiro seco?”.



                          MEDITAÇÃO
                          Eis o apelo ao arrependimento, ao verdadeiro arre-
                          pendimento. Jesus diz às filhas de Jerusalém que cho-
                          ram, ao vê-Lo passar: "Não choreis por Mim; chorai
                          antes por vós mesmas e pelos vossos filhos". A voz de
                          Jesus fala de juízo e chama à conversão. Ao longo do
                          Caminho do Calvário, Cristo continua a dar lições de
                          vida à nossa humanidade.
                          Ele, o Deus que chorou e Se lamentou sobre Jerusa-
                          lém, educa agora o pranto daquelas mulheres para
                          que tal pranto produza frutos. E o fruto desejado des-
                          te choro é a conversão: “Chorai por vós!”, diz-lhes
Jesus. Dirige-Se às mulheres de Jerusalém e hoje também a nós: “Chorai por vós!
Chorai os vossos pecados, que são a causa do Meu sofrimento!

Pai-nosso...
NONA ESTAÇÃO
                        Jesus cai pela terceira vez

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz.

Da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios 5,19-21
Em Cristo, Deus reconciliou o mundo Consigo, não imputando aos homens as
Suas faltas e colocando em nós a palavra da reconciliação. Em nome de Cristo,
nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus. Aquele que não cometeu
nenhum pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele, nós nos tornemos jus-
tiça de Deus.



MEDITAÇÃO
O motivo mais profundo das repetidas quedas de
Jesus não foram somente os sofrimentos físicos que
fazem Jesus cair, não foram somente as traições
humanas, mas a vontade do Pai. Aquela vontade mis-
teriosa e humanamente incompreensível, mas infini-
tamente boa e generosa, pela qual Jesus tomou os
nossos pecados. Para Ele foram transferidas todas as
culpas da humanidade.
Enquanto procuramos identificar-nos com Jesus que
caminha e cai sob a cruz, é justo que experimentemos
em nós sentimentos de arrependimento e de dor.
Contudo, ainda mais forte deve ser a gratidão que invade a nossa alma.
Ó Senhor, Vós nos resgatastes com o Vosso sangue; pela Vossa cruz, destes a sal-
vação ao mundo inteiro!

Pai-nosso…
DÉCIMA ESTAÇÃO
                    Jesus é despojado das suas vestes

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz.

Do Evangelho segundo João 19, 23-24
Ao crucificarem Jesus, os soldados ficaram-Lhe com as vestes, das quais fizeram
quatro partes, um para cada soldado, e ficaram também com a túnica. A túnica
era sem costura, tecida de alto a baixo como um todo. Disseram, pois, entre si:
“Não a rasguemos, vamos tirá-la à sorte, para ver de quem será”. Assim se cum-
pria a Escritura: ”Repartiram entre si as minhas vestes, e deitaram sortes sobre a
minha túnica “.

MEDITAÇÃO
                            Jesus é despojado das suas vestes e, deste modo, é
                            apresentado despido à vista do povo de Jerusalém e
                            à vista de toda humanidade. É o momento mais
                            humilhante. Agora, nada mais existe entre o Seu
                            corpo desfigurado e ferido e o madeiro da Cruz.
                            Despido das Suas vestes, o corpo de Nosso Senhor
                            está pronto para ser imolado. Pronto para ser unido
                            à Cruz e oferecer-Se pela Humanidade.
                            Senhor Jesus, pela humilhação que sofrestes quando
                            fostes despido da Vossa túnica, dai-nos a graça de
                            nos desapegarmos cada vez mais das coisas terrenas
e desejarmos a cada dia as coisas do Céu.

Pai-nosso...
DÉCIMA PRIMEIRA ESTAÇÃO
                       Jesus é pregado na Cruz

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz.

Do Evangelho segundo Marcos 15, 25-27
Eram nove horas da manhã quando o crucificaram. O letreiro com o motivo da
condenação dizia: “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”! Com Ele crucificaram dois
ladrões, um à direita e outro à esquerda.



MEDITAÇÃO
Jesus é pregado na cruz. Longos e duros pregos per-
furam a Sua Carne. O Seu sangue escorre pelo corpo,
já totalmente desfigurado… Uma tortura tremenda.
Uma dor imensa! E enquanto está suspenso na cruz,
muitos são aqueles que O escarnecem e provocam
dizendo: “Salvou os outros e não se pode salvar?! ...
Assim foi escarnecida não somente a sua pessoa,
mas também a sua missão de salvação, aquela mis-
são que Jesus estava precisamente a cumprir, cravado
na Cruz.
Mas, no Seu íntimo, Jesus conhece um sofrimento
incomparavelmente maior, que lhe faz irromper num grito: “Meu Deus, meu
Deus, por que me abandonastes?” (Mc 15,34).
Quantas vezes, no meio de uma provação, pensamos que fomos esquecidos ou
abandonados por Deus. Ou somos tentados a concluir que Deus não existe.
Ó Bom Jesus, pelas dores terríveis que sofrestes, ao serem trespassados as Vossas
mãos e os Vossos pés, fazei com que nunca nos separemos de Vós e vivamos
sempre à sombra da Vossa Cruz.

Pai-nosso…
DÉCIMA SEGUNDA ESTAÇÃO
                        Jesus morre na Cruz

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz.

Do Evangelho segundo João 19, 28-30
Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse
até o fim, disse: “Tenho sede”. Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram
numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. Ele
tomou o vinagre e disse: “Tudo está consumado”. E, inclinando a cabeça, expirou.

Silêncio



MEDITAÇÃO
                       Jesus morre. Pela obediência de Cristo, foram-nos
                       abertas de novo as portas do Céu, fechadas muitos
                       séculos antes pela desobediência de Adão.
                       “Tudo está consumado”. Jesus morre. Mas deixa ao
                       mundo, em testamento, o Seu melhor tesouro terre-
                       no. A humanidade ganha a melhor, a mais santa e a
                       mais perfeita das Mães: Maria Santíssima, que per-
                       manece junto à cruz, com uma força e coragem que
                       só pode vir do Alto.
                       Diante da morte de Jesus, a nossa resposta é o silên-
                       cio da adoração. Assim entreguemo-nos a Ele, colo-
quemo-nos nas Suas mãos, tal como Ele entregou, nesta hora, o Seu espírito ao
Pai.

Pai-nosso…
DÉCIMA TERCEIRA ESTAÇÃO
             Jesus é descido da Cruz e entregue a sua Mãe

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz.

Do Evangelho segundo João 19, 32-35.38
Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e também ao outro que
tinha sido crucificado juntamente com Ele. Mas, ao chegarem a Jesus, vendo que
já estava morto, não Lhe quebraram as pernas. Porém, um dos soldados traspas-
sou-Lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e água. (…) Depois disto,
José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas secretamente por medo das
autoridades judaicas, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. E
Pilatos permitiu-lho. Veio, pois, e retirou o corpo.



MEDITAÇÃO
Depois de dar a vida por cada um de nós, Jesus é des-
cido da cruz. Prontos a acolhê-lo estão os Imacula-
dos braços de Sua Mãe. O corpo frio de Jesus, com o
Seu rosto desfigurado repousa agora nos braços cari-
nhosos desta Mãe Dolorosa, que chora de tristeza e
amargura, depois de ter assistido à agonia e à morte
de Seu Filho.
Unindo o Seu extremo sofrimento de Mãe ao sofri-
mento salvífico de Cristo, muito justamente Ela
merece ser chamada de Co-Redentora, pois ninguém
como Ela participou de modo tão intenso e singular
na Paixão de Nosso Senhor.
Virgem Santíssima, pelas Vossas lágrimas que ungiram as chagas do Salvador,
intercedei por nós, Vossos filhos, gerados no Calvário e da Cruz nascidos.

Pai-nosso…
DÉCIMA QUARTA ESTAÇÃO
                    Jesus é depositado no sepulcro

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz.

Do Evangelho segundo Mateus 27, 57-60
Ao entardecer, veio um homem rico de Arimatéia, chamado José, que também se
tornara discípulo de Jesus. Ele foi procurar Pilatos e pediu o corpo de Jesus.
Então Pilatos mandou que lhe entregassem o corpo. José, tomando o corpo,
envolveu-o num lençol limpo, e o colocou em um túmulo novo, que havia manda-
do escavar na rocha. Em seguida, rolou uma grande pedra para fechar a entrada
do túmulo, e retirou-se.



MEDITAÇÃO
Com a pedra que fecha a entrada do túmulo, tudo parece verdadeiramente ter-
minado. Porém, poderia permanecer prisioneiro da morte o Autor da vida?
Recolhidos em oração, Maria e os Apóstolos, em silêncio, oferecem a sua dor a
Deus. Confiam sempre. Mesmo na noite mais escura, como foi esta que se
seguiu à morte de Jesus, eles confiam… Acreditam… Esperam…
Diante do túmulo de Jesus, detenhamo-nos em oração. No silêncio do sepulcro,
aprendamos a esperar, a confiar… A abandonarmo-nos totalmente nas mãos de
Deus.
 “A morte de Cristo é a nossa vida”. Porque morren-
do, fez-nos merecedores de entrar na Vida Eterna.

Pai-nosso…

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Convite festejos de são josé
Convite festejos de são joséConvite festejos de são josé
Convite festejos de são josénelsondisousa
 
Evangelio de Lucas verso por verso
Evangelio de Lucas verso por versoEvangelio de Lucas verso por verso
Evangelio de Lucas verso por versoYosef Sanchez
 
A Mulher Cananeia - Uma Mulher de Atitude
A Mulher Cananeia - Uma Mulher de AtitudeA Mulher Cananeia - Uma Mulher de Atitude
A Mulher Cananeia - Uma Mulher de AtitudeObed Souza
 
Comentario judaico do novo testamento israel david stern
Comentario judaico do novo testamento   israel  david sternComentario judaico do novo testamento   israel  david stern
Comentario judaico do novo testamento israel david sternTarcísio Picaglia
 
Calvinismo ou arminianismo quem está com a razão - ebook
Calvinismo ou arminianismo   quem está com a razão - ebookCalvinismo ou arminianismo   quem está com a razão - ebook
Calvinismo ou arminianismo quem está com a razão - ebookFlaviano Filho
 
Os pecados de omissão e de opressão
Os pecados de omissão e de opressãoOs pecados de omissão e de opressão
Os pecados de omissão e de opressãoMoisés Sampaio
 
discipulado-basico-novos-convertidos.pdf
discipulado-basico-novos-convertidos.pdfdiscipulado-basico-novos-convertidos.pdf
discipulado-basico-novos-convertidos.pdfJooAlbertoSoaresdaSi
 
Resumo sermão do monte
Resumo sermão do monteResumo sermão do monte
Resumo sermão do montemarckmel
 
Myer pearlman joao o evangelho do filho de deus
Myer pearlman joao o evangelho do filho de deusMyer pearlman joao o evangelho do filho de deus
Myer pearlman joao o evangelho do filho de deusagds2
 
Exegese do Antigo Testamento
Exegese do Antigo TestamentoExegese do Antigo Testamento
Exegese do Antigo TestamentoDaladier Lima
 
122 igrejas que oram-c. peter wagner
122   igrejas que oram-c. peter wagner122   igrejas que oram-c. peter wagner
122 igrejas que oram-c. peter wagnerLuiza Dayana
 
DOSCIPULADO BATISMO NAS ÁGUAS 2.pptx
DOSCIPULADO BATISMO NAS ÁGUAS 2.pptxDOSCIPULADO BATISMO NAS ÁGUAS 2.pptx
DOSCIPULADO BATISMO NAS ÁGUAS 2.pptxJoseTrajano2
 
Sacramento da Eucaristia.pptx
Sacramento da Eucaristia.pptxSacramento da Eucaristia.pptx
Sacramento da Eucaristia.pptxBrunoPaz18
 
APOSTILA DISCIPULADO BASICO
APOSTILA DISCIPULADO BASICOAPOSTILA DISCIPULADO BASICO
APOSTILA DISCIPULADO BASICOBispoAlberto
 

Mais procurados (20)

Convite festejos de são josé
Convite festejos de são joséConvite festejos de são josé
Convite festejos de são josé
 
Evangelio de Lucas verso por verso
Evangelio de Lucas verso por versoEvangelio de Lucas verso por verso
Evangelio de Lucas verso por verso
 
A Mulher Cananeia - Uma Mulher de Atitude
A Mulher Cananeia - Uma Mulher de AtitudeA Mulher Cananeia - Uma Mulher de Atitude
A Mulher Cananeia - Uma Mulher de Atitude
 
Formação – leitores
Formação – leitoresFormação – leitores
Formação – leitores
 
Comentario judaico do novo testamento israel david stern
Comentario judaico do novo testamento   israel  david sternComentario judaico do novo testamento   israel  david stern
Comentario judaico do novo testamento israel david stern
 
Calvinismo ou arminianismo quem está com a razão - ebook
Calvinismo ou arminianismo   quem está com a razão - ebookCalvinismo ou arminianismo   quem está com a razão - ebook
Calvinismo ou arminianismo quem está com a razão - ebook
 
Os pecados de omissão e de opressão
Os pecados de omissão e de opressãoOs pecados de omissão e de opressão
Os pecados de omissão e de opressão
 
discipulado-basico-novos-convertidos.pdf
discipulado-basico-novos-convertidos.pdfdiscipulado-basico-novos-convertidos.pdf
discipulado-basico-novos-convertidos.pdf
 
Mateus 006
Mateus   006Mateus   006
Mateus 006
 
Resumo sermão do monte
Resumo sermão do monteResumo sermão do monte
Resumo sermão do monte
 
2. introdução ao novo testamento
2.  introdução ao novo testamento2.  introdução ao novo testamento
2. introdução ao novo testamento
 
Myer pearlman joao o evangelho do filho de deus
Myer pearlman joao o evangelho do filho de deusMyer pearlman joao o evangelho do filho de deus
Myer pearlman joao o evangelho do filho de deus
 
Exegese do Antigo Testamento
Exegese do Antigo TestamentoExegese do Antigo Testamento
Exegese do Antigo Testamento
 
122 igrejas que oram-c. peter wagner
122   igrejas que oram-c. peter wagner122   igrejas que oram-c. peter wagner
122 igrejas que oram-c. peter wagner
 
Livro santa missa
Livro santa missaLivro santa missa
Livro santa missa
 
DOSCIPULADO BATISMO NAS ÁGUAS 2.pptx
DOSCIPULADO BATISMO NAS ÁGUAS 2.pptxDOSCIPULADO BATISMO NAS ÁGUAS 2.pptx
DOSCIPULADO BATISMO NAS ÁGUAS 2.pptx
 
Sacramento da Eucaristia.pptx
Sacramento da Eucaristia.pptxSacramento da Eucaristia.pptx
Sacramento da Eucaristia.pptx
 
O martirio de policarpo
O martirio de policarpoO martirio de policarpo
O martirio de policarpo
 
APOSTILA DISCIPULADO BASICO
APOSTILA DISCIPULADO BASICOAPOSTILA DISCIPULADO BASICO
APOSTILA DISCIPULADO BASICO
 
Discipulos de Emaús.ppt
Discipulos de Emaús.pptDiscipulos de Emaús.ppt
Discipulos de Emaús.ppt
 

Destaque

Modelo de Via sacra - Domingo da quaresma
Modelo de Via sacra - Domingo da quaresmaModelo de Via sacra - Domingo da quaresma
Modelo de Via sacra - Domingo da quaresmaDiocese de Aveiro
 
Via sacra - Campanha da Fraternidade 2012 - "Que a Saúde se difunda sobre a t...
Via sacra - Campanha da Fraternidade 2012 - "Que a Saúde se difunda sobre a t...Via sacra - Campanha da Fraternidade 2012 - "Que a Saúde se difunda sobre a t...
Via sacra - Campanha da Fraternidade 2012 - "Que a Saúde se difunda sobre a t...Bernadetecebs .
 
Via-Sacra da Campanha da Fraternidade 2011
Via-Sacra da Campanha da Fraternidade 2011Via-Sacra da Campanha da Fraternidade 2011
Via-Sacra da Campanha da Fraternidade 2011Bernadetecebs .
 
Via sacra Jovem 23.03.2013
Via sacra Jovem 23.03.2013Via sacra Jovem 23.03.2013
Via sacra Jovem 23.03.2013ConectadosJC
 
Via Sacra Campanha da Fraternidade 2010
Via Sacra Campanha da Fraternidade 2010Via Sacra Campanha da Fraternidade 2010
Via Sacra Campanha da Fraternidade 2010Bernadetecebs .
 
Oracao as Cinco Chagas de Cristo
Oracao as Cinco Chagas de CristoOracao as Cinco Chagas de Cristo
Oracao as Cinco Chagas de CristoJMVSobreiro
 
Oração da via sacra - Paróquia São Pedro Apóstolo Taboão da Serra
Oração da via sacra - Paróquia São Pedro Apóstolo Taboão da SerraOração da via sacra - Paróquia São Pedro Apóstolo Taboão da Serra
Oração da via sacra - Paróquia São Pedro Apóstolo Taboão da SerraClayton de Almeida Souza
 
Semana santa formação
Semana santa formaçãoSemana santa formação
Semana santa formaçãombsilva1971
 
Celebração da via sacra 2014
Celebração da via sacra 2014Celebração da via sacra 2014
Celebração da via sacra 2014Ana Valeria Silva
 

Destaque (20)

Via sacra do amor
Via sacra do amorVia sacra do amor
Via sacra do amor
 
Modelo 1 de via-sacra
Modelo 1 de via-sacraModelo 1 de via-sacra
Modelo 1 de via-sacra
 
Modelo de Via sacra - Domingo da quaresma
Modelo de Via sacra - Domingo da quaresmaModelo de Via sacra - Domingo da quaresma
Modelo de Via sacra - Domingo da quaresma
 
A Via Sacra
A Via SacraA Via Sacra
A Via Sacra
 
Via sacra 2
Via sacra 2Via sacra 2
Via sacra 2
 
Via sacra 2016
Via sacra 2016 Via sacra 2016
Via sacra 2016
 
Via sacra
Via sacraVia sacra
Via sacra
 
Via sacra
Via sacraVia sacra
Via sacra
 
Via sacra - Campanha da Fraternidade 2012 - "Que a Saúde se difunda sobre a t...
Via sacra - Campanha da Fraternidade 2012 - "Que a Saúde se difunda sobre a t...Via sacra - Campanha da Fraternidade 2012 - "Que a Saúde se difunda sobre a t...
Via sacra - Campanha da Fraternidade 2012 - "Que a Saúde se difunda sobre a t...
 
Via-Sacra da Campanha da Fraternidade 2011
Via-Sacra da Campanha da Fraternidade 2011Via-Sacra da Campanha da Fraternidade 2011
Via-Sacra da Campanha da Fraternidade 2011
 
Via sacra
Via sacra Via sacra
Via sacra
 
Via Sacra das Santas Chagas
Via Sacra das Santas ChagasVia Sacra das Santas Chagas
Via Sacra das Santas Chagas
 
Via sacra
Via sacraVia sacra
Via sacra
 
Via sacra Jovem 23.03.2013
Via sacra Jovem 23.03.2013Via sacra Jovem 23.03.2013
Via sacra Jovem 23.03.2013
 
Via Sacra Campanha da Fraternidade 2010
Via Sacra Campanha da Fraternidade 2010Via Sacra Campanha da Fraternidade 2010
Via Sacra Campanha da Fraternidade 2010
 
Oracao as Cinco Chagas de Cristo
Oracao as Cinco Chagas de CristoOracao as Cinco Chagas de Cristo
Oracao as Cinco Chagas de Cristo
 
Oração da via sacra - Paróquia São Pedro Apóstolo Taboão da Serra
Oração da via sacra - Paróquia São Pedro Apóstolo Taboão da SerraOração da via sacra - Paróquia São Pedro Apóstolo Taboão da Serra
Oração da via sacra - Paróquia São Pedro Apóstolo Taboão da Serra
 
Via Sacra
Via SacraVia Sacra
Via Sacra
 
Semana santa formação
Semana santa formaçãoSemana santa formação
Semana santa formação
 
Celebração da via sacra 2014
Celebração da via sacra 2014Celebração da via sacra 2014
Celebração da via sacra 2014
 

Semelhante a O caminho da dor

Via sacra dia do deserto
Via sacra dia do desertoVia sacra dia do deserto
Via sacra dia do desertoconceicaoborges
 
Via sacra 2014 - É para a liberdade que Cristo nos libertou, Jesus libertador!
Via sacra   2014 - É para a liberdade que Cristo nos libertou, Jesus libertador!Via sacra   2014 - É para a liberdade que Cristo nos libertou, Jesus libertador!
Via sacra 2014 - É para a liberdade que Cristo nos libertou, Jesus libertador!Bernadetecebs .
 
REMEMORANDO A OBRA SUBSTITUTIVA DE JESUS.pdf
REMEMORANDO A OBRA SUBSTITUTIVA DE JESUS.pdfREMEMORANDO A OBRA SUBSTITUTIVA DE JESUS.pdf
REMEMORANDO A OBRA SUBSTITUTIVA DE JESUS.pdfNelson Pereira
 
Via sacra crianças 2017
Via sacra crianças 2017Via sacra crianças 2017
Via sacra crianças 2017InfanciaSaoJose
 
A terceira palavra da cruz
A terceira palavra da cruzA terceira palavra da cruz
A terceira palavra da cruzIsaias Silva
 
Via Sacra Cardeal Ratzinger
Via Sacra Cardeal RatzingerVia Sacra Cardeal Ratzinger
Via Sacra Cardeal RatzingerLuciano Ribeiro
 
O peru pregador
O peru pregadorO peru pregador
O peru pregadorHelio Cruz
 
Teatro Paixão - Partilha do texto utilizado
Teatro Paixão - Partilha do texto utilizadoTeatro Paixão - Partilha do texto utilizado
Teatro Paixão - Partilha do texto utilizadoCateclicar
 
A marcha da liga comentada
A marcha da liga comentadaA marcha da liga comentada
A marcha da liga comentadaJorge Alves
 
Catequese Mariana
Catequese MarianaCatequese Mariana
Catequese Marianapcecristo
 
Documentos do magisterio
Documentos do magisterioDocumentos do magisterio
Documentos do magisterioJMVSobreiro
 
Roteiro homilético do domingo de ramos ano c
Roteiro homilético do domingo de ramos   ano cRoteiro homilético do domingo de ramos   ano c
Roteiro homilético do domingo de ramos ano cJosé Luiz Silva Pinto
 

Semelhante a O caminho da dor (20)

Via sacra dia do deserto
Via sacra dia do desertoVia sacra dia do deserto
Via sacra dia do deserto
 
Via sacra 2013
Via sacra 2013Via sacra 2013
Via sacra 2013
 
Via sacra 2014 - É para a liberdade que Cristo nos libertou, Jesus libertador!
Via sacra   2014 - É para a liberdade que Cristo nos libertou, Jesus libertador!Via sacra   2014 - É para a liberdade que Cristo nos libertou, Jesus libertador!
Via sacra 2014 - É para a liberdade que Cristo nos libertou, Jesus libertador!
 
REMEMORANDO A OBRA SUBSTITUTIVA DE JESUS.pdf
REMEMORANDO A OBRA SUBSTITUTIVA DE JESUS.pdfREMEMORANDO A OBRA SUBSTITUTIVA DE JESUS.pdf
REMEMORANDO A OBRA SUBSTITUTIVA DE JESUS.pdf
 
Via sacra crianças 2017
Via sacra crianças 2017Via sacra crianças 2017
Via sacra crianças 2017
 
Via-Sacra
Via-SacraVia-Sacra
Via-Sacra
 
A terceira palavra da cruz
A terceira palavra da cruzA terceira palavra da cruz
A terceira palavra da cruz
 
Viasacra2013
Viasacra2013Viasacra2013
Viasacra2013
 
Via Sacra Cardeal Ratzinger
Via Sacra Cardeal RatzingerVia Sacra Cardeal Ratzinger
Via Sacra Cardeal Ratzinger
 
O peru pregador
O peru pregadorO peru pregador
O peru pregador
 
Teatro Paixão - Partilha do texto utilizado
Teatro Paixão - Partilha do texto utilizadoTeatro Paixão - Partilha do texto utilizado
Teatro Paixão - Partilha do texto utilizado
 
Via Sacra Ml
Via Sacra   MlVia Sacra   Ml
Via Sacra Ml
 
Via Sacra
Via SacraVia Sacra
Via Sacra
 
Via Sacra
Via SacraVia Sacra
Via Sacra
 
A marcha da liga comentada
A marcha da liga comentadaA marcha da liga comentada
A marcha da liga comentada
 
Domingo de Ramos
Domingo de RamosDomingo de Ramos
Domingo de Ramos
 
Catequese Mariana
Catequese MarianaCatequese Mariana
Catequese Mariana
 
Documentos do magisterio
Documentos do magisterioDocumentos do magisterio
Documentos do magisterio
 
Ss1301 ramos
Ss1301 ramosSs1301 ramos
Ss1301 ramos
 
Roteiro homilético do domingo de ramos ano c
Roteiro homilético do domingo de ramos   ano cRoteiro homilético do domingo de ramos   ano c
Roteiro homilético do domingo de ramos ano c
 

Mais de JMVSobreiro

Jornal Raios de Luz - Junho
Jornal Raios de Luz - JunhoJornal Raios de Luz - Junho
Jornal Raios de Luz - JunhoJMVSobreiro
 
Esperamos, Senhor, na vossa misericórdia
Esperamos, Senhor, na vossa misericórdiaEsperamos, Senhor, na vossa misericórdia
Esperamos, Senhor, na vossa misericórdiaJMVSobreiro
 
Com minha mãe estarei
Com minha mãe estareiCom minha mãe estarei
Com minha mãe estareiJMVSobreiro
 
Jornal Raios de Luz_Marco
Jornal Raios de Luz_MarcoJornal Raios de Luz_Marco
Jornal Raios de Luz_MarcoJMVSobreiro
 
Caminhada da Quaresma 2014
Caminhada da Quaresma 2014Caminhada da Quaresma 2014
Caminhada da Quaresma 2014JMVSobreiro
 
Aquele que por mim chamar
Aquele que por mim chamarAquele que por mim chamar
Aquele que por mim chamarJMVSobreiro
 
Sexualidade e a forma como o jovem catOlico a deve encarar
Sexualidade e a forma como o jovem catOlico a deve encararSexualidade e a forma como o jovem catOlico a deve encarar
Sexualidade e a forma como o jovem catOlico a deve encararJMVSobreiro
 
O estado de graca
O estado de gracaO estado de graca
O estado de gracaJMVSobreiro
 
Tende compaixão
Tende compaixãoTende compaixão
Tende compaixãoJMVSobreiro
 
Tende compaixao de mim
Tende compaixao de mim Tende compaixao de mim
Tende compaixao de mim JMVSobreiro
 
O senhor é clemente
O senhor é clementeO senhor é clemente
O senhor é clementeJMVSobreiro
 
Rezar com os Pastorinhos
Rezar com os PastorinhosRezar com os Pastorinhos
Rezar com os PastorinhosJMVSobreiro
 
Ditoso o que anda na lei m luis
Ditoso o que anda na lei   m luisDitoso o que anda na lei   m luis
Ditoso o que anda na lei m luisJMVSobreiro
 
Caminhada do Advento
Caminhada do AdventoCaminhada do Advento
Caminhada do AdventoJMVSobreiro
 
Caminhada Mariana akathistos
Caminhada Mariana akathistosCaminhada Mariana akathistos
Caminhada Mariana akathistosJMVSobreiro
 
Caminhada mariana
Caminhada marianaCaminhada mariana
Caminhada marianaJMVSobreiro
 
Terço São Sebastião
Terço São SebastiãoTerço São Sebastião
Terço São SebastiãoJMVSobreiro
 

Mais de JMVSobreiro (20)

Calendário
CalendárioCalendário
Calendário
 
Jornal Raios de Luz - Junho
Jornal Raios de Luz - JunhoJornal Raios de Luz - Junho
Jornal Raios de Luz - Junho
 
Esperamos, Senhor, na vossa misericórdia
Esperamos, Senhor, na vossa misericórdiaEsperamos, Senhor, na vossa misericórdia
Esperamos, Senhor, na vossa misericórdia
 
Com minha mãe estarei
Com minha mãe estareiCom minha mãe estarei
Com minha mãe estarei
 
Jornal Raios de Luz_Marco
Jornal Raios de Luz_MarcoJornal Raios de Luz_Marco
Jornal Raios de Luz_Marco
 
Caminhada da Quaresma 2014
Caminhada da Quaresma 2014Caminhada da Quaresma 2014
Caminhada da Quaresma 2014
 
Aquele que por mim chamar
Aquele que por mim chamarAquele que por mim chamar
Aquele que por mim chamar
 
Escuta israel
Escuta israelEscuta israel
Escuta israel
 
Sexualidade e a forma como o jovem catOlico a deve encarar
Sexualidade e a forma como o jovem catOlico a deve encararSexualidade e a forma como o jovem catOlico a deve encarar
Sexualidade e a forma como o jovem catOlico a deve encarar
 
O estado de graca
O estado de gracaO estado de graca
O estado de graca
 
Tende compaixão
Tende compaixãoTende compaixão
Tende compaixão
 
Tende compaixao de mim
Tende compaixao de mim Tende compaixao de mim
Tende compaixao de mim
 
O senhor é clemente
O senhor é clementeO senhor é clemente
O senhor é clemente
 
Rezar com os Pastorinhos
Rezar com os PastorinhosRezar com os Pastorinhos
Rezar com os Pastorinhos
 
Ditoso o que anda na lei m luis
Ditoso o que anda na lei   m luisDitoso o que anda na lei   m luis
Ditoso o que anda na lei m luis
 
Te deum
Te deumTe deum
Te deum
 
Caminhada do Advento
Caminhada do AdventoCaminhada do Advento
Caminhada do Advento
 
Caminhada Mariana akathistos
Caminhada Mariana akathistosCaminhada Mariana akathistos
Caminhada Mariana akathistos
 
Caminhada mariana
Caminhada marianaCaminhada mariana
Caminhada mariana
 
Terço São Sebastião
Terço São SebastiãoTerço São Sebastião
Terço São Sebastião
 

O caminho da dor

  • 1.
  • 2. Meditação: Em oração, com o ânimo recolhido e comovido, percorremos nesta tarde o cami- nho da Cruz. Subimos com Jesus ao Calvário e meditamos no Seu sofrimento, descobrindo como é profundo o amor que Ele teve e tem por nós. Mas, neste momento, não queremos limitar-nos a uma compaixão simplesmente ditada pelo nosso sentimento frágil; queremos antes de tudo sentir-nos participantes do sofrimento de Jesus, queremos acompanhar o nosso mestre compartilhando a Sua Paixão na nossa vida, na vida da Igreja, pela vida do mundo; porque sabe- mos que é justamente na Cruz do Senhor, no amor sem limites que se doa total- mente a si mesmo, que está a fonte da graça, da libertação, da paz, da salvação. Oração Inicial Senhor Jesus, convidais-nos a seguir-Vos nesta Via Sacra. No Vosso caminho doloroso até à Cruz estão presentes as dificuldades da nossa vida, as provações da Vossa Igreja e as dores da humanidade inteira. Seja a Vossa Cruz o meio pelo qual o mundo seja salvo. Senhor Jesus, Vós nos repetis as palavras que dissestes a Pedro: «Segue-me». Queremos seguir-Vos, passo a passo, no caminho da Vossa Paixão, para também nós aprendermos a chorar amargamente os nossos pecados, que foram a causa de todo o Vosso sofrimento. Mãe Dolorosa, acompanhai-nos nesta oração, tal como acompanhastes o Vosso Filho no caminho até ao Calvário. Contemplando a Vossa dor junto à Cruz, fazei-nos imitar o Vosso exemplo de Fé e de Esperança, ainda que tudo pareça perdido. Ámen.
  • 3. PRIMEIRA ESTAÇÃO Jesus é condenado à morte V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz. Do Evangelho segundo João 19,6-7.12.16 Quando viram Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a gritar: “Crucifica-O! Crucifica-O!” Pilatos respondeu: “Levai-O vós mesmos para o cru- cificar, pois eu não encontro n’Ele crime algum”. Os judeus responderam: “Nós temos uma Lei, e, segundo essa Lei, Ele deve morrer, porque Se fez Filho de Deus”.. Por causa disto, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas os judeus gritavam: “Se sol- tas este homem, não és amigo de César. Todo aquele que se faz rei, declara-se contra César”… Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado. MEDITAÇÃO Por que motivo Jesus foi condenado à morte, Ele que “andou por toda a parte a fazer o bem”? (Act 10,38). Esta pergunta acompanhar-nos-á ao longo da Via- sacra, assim como nos acompanha por toda a vida. Nos Evangelhos, encontramos uma resposta verdadeira: os chefes dos judeus quiseram a Sua morte porque compreenderam que Jesus Se considerava o Filho de Deus. Jesus morreu pelos nossos pecados, porque Deus nos ama; e ama-nos a ponto de dar o Seu Filho uni- génito, para que tenhamos a vida por meio d’Ele (cf. Jo 3,16-17). Portanto, é para nós mesmos que devemos olhar: para o mal e o pecado que vivem dentro de nós e que demasiadas vezes fingimos ignorar. Assim, o cami- nho da Via-sacra e todo o caminho da nossa vida tor- nam-se um itinerário de penitência, dor e conversão, mas também de gratidão, de fé e alegria. Pai-nosso...
  • 4. SEGUNDA ESTAÇÃO Jesus é carregado com a Cruz V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz. Do Evangelho segundo Mateus 27, 27-31 Então, os soldados do governador levaram Jesus consigo para o Pretório e reuni- ram junto d'Ele toda a companhia. Depois de O terem despido, envolveram-n'O num manto púrpura. Teceram uma coroa de espinhos, que Lhe puseram na cabe- ça, e, na mão direita, colocaram-Lhe uma cana. Ajoelharam-se diante d'Ele e escarneceram-n'O dizendo: “Salve, ó rei dos Judeus!” Depois, cuspiram n'Ele e pegaram na cana e puseram-se a bater-Lhe com ela na cabeça. No fim de O terem escarnecido, despiram-Lhe o manto, vestiram-Lhe as suas roupas e leva- ram-n'O para O crucificarem. MEDITAÇÃO Depois da condenação, vem a humilhação. Aquilo que os soldados fazem com Jesus é, sem dúvida, desumano: são actos de escárnio e desprezo nos quais se exprime uma crueldade obscura, insensível ao sofrimento, que é aplicada sem motivo a uma pes- soa já condenada ao tremendo suplício da cruz. Jesus, “manso e humilde de coração” é tratado como um dos maiores criminosos do Seu tempo. É humi- lhado, maltratado, cuspido e, por fim, é-lhe coloca- do o pesado madeiro aos ombros. A juntar ao peso físico da cruz, está o peso dos pecados de toda a humanidade. Ele quer carregá-los, quer tomar sobre Si as nossas faltas, para delas nos libertar. Quanto amor! Quanto amor Jesus tem por nós, que tudo suporta, ao ponto de sofrer tanto e dar a vida pelos que ama! Senhor Jesus, cada vez que pecamos, também nós estamos entre aqueles que vos escarnecem e tornamos a Vossa cruz ainda mais pesada. Perdoai-me, ó Bom Jesus! Pai-nosso...
  • 5. TERCEIRA ESTAÇÃO Jesus cai pela primeira vez V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz. Do livro do profeta Isaías 53, 4-6 Eram os nossos males que Ele suportava, e as nossas dores que tinha sobre Si. Mas nós víamos n’Ele um homem castigado, ferido por Deus e sujeito à humilha- ção. Ele foi trespassado por causa das nossas culpas, e esmagado devido às nos- sas faltas. O castigo que nos salva, caiu sobre Ele, e por causa das Suas chagas é que fomos curados. Todos nós, como ovelhas, andávamos errantes, seguindo cada qual o seu caminho. E o Senhor fez cair sobre Ele as faltas de todos nós. MEDITAÇÃO Os Evangelhos não nos falam das quedas de Jesus sob a cruz, contudo esta antiga tradição é profundamente possível. Lembremos apenas que, antes de lhe ser dada a cruz para carregar, Jesus tinha sido flagelado a mando de Pilatos. Antes de nos determos nos aspectos mais profundos e interiores da paixão de Jesus, concentremo-nos na dor física que ele teve que suportar. Uma dor enorme e tremenda, até ao último suspiro na cruz, uma dor que provoca medo. Jesus não rejeitou a dor física e assim fez-se solidário com toda a família humana, especialmente com uma grande parte desta, cuja vida, hoje em dia, está marcada por esta forma de dor. Enquanto o vemos cair sob a cruz, sob o peso dos nossos pecados, peçamos-lhe humildemente a cora- gem de alargar os espaços demasiado estreitos do nosso coração. Pai-nosso...
  • 6. QUARTA ESTAÇÃO Jesus encontra sua Mãe V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz. Do Evangelho segundo João 19,25-27 Junto à cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver Sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que Sle amava, disse à mãe: “Mulher, eis o teu filho”. Depois disse ao discípulo: “Eis a tua mãe”. Dessa hora em diante, o discípulo a acolheu em sua casa. MEDITAÇÃO Nos Evangelhos, não se fala directamente de um encontro de Jesus com a Sua Mãe durante o caminho da cruz, mas da presença de Maria junto da cruz. E lá Jesus dirige-Se a ela e ao discípulo predilecto, o evangelista João. As suas pala- vras têm um sentido imediato: confiar Maria a João, para que cuide dela. As mesmas palavras têm um sentido muito mais amplo e profundo. Junto da cruz, Maria é chamada a dizer um segundo “sim”, depois do sim da Anunciação, com o qual se tornara Mãe de Jesus, abrindo assim a porta à nossa salvação. Com este segundo “sim”, Maria torna-se mãe de todos nós, de cada homem e de cada mulher, pelos quais Jesus derramou o Seu sangue. Uma maternidade que é sinal vivo do amor e da misericórdia de Deus por nós. Maria, porém, suportou sofrimentos incalculáveis para que A tenhamos como Mãe. Como lhe profetizou Simeão no templo de Jerusalém, “Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma” (Lc 2,35). Maria, Mãe de Jesus e nossa mãe, ajudai-nos a experimentar nas nossas almas, nesta noite e sempre, aquele sofrimento cheio de amor que Vos uniu à cruz redentora do Vosso Filho. Pai-nosso ...
  • 7. QUINTA ESTAÇÃO Jesus é ajudado por Simão Cireneu a levar a Cruz V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz. Do Evangelho segundo Lucas 23,26 Enquanto levavam Jesus, pegaram um certo Simão, de Cirene, que voltava do campo, e mandaram-no carregar a cruz atrás de Jesus. MEDITAÇÃO Jesus devia estar verdadeiramente esgotado, e os soldados remedeiam a situação agarrando o primei- ro desafortunado que encontraram, fazendo-o car- regar a cruz. Também na vida de cada dia, a cruz é- nos colocada aos ombros, sob muitas formas diver- sas – desde uma doença, um grave acidente, até à perda de uma pessoa querida – e nós vemos nela somente pouca sorte ou, no pior dos casos, uma desgraça. Mas, Jesus dissera aos seus discípulos: “Se alguém me quiser seguir, renuncie a si mesmo. Tome a sua cruz e siga-Me” (Mt 16,24). Não são palavras fáceis. Na vida concreta, são, sem sombra de dúvidas, as palavras mais difíceis do Evangelho. Todavia, Jesus continua a dizer: “Pois quem quiser salvar a sua vida há-de perdê- la; e quem perder a sua vida por causa minha causa, vai encontrá-la” (Mt 16,25). Detenhamo-nos nas palavras “por minha causa”: aqui está a exigência que Ele nos faz. Ele está no centro de tudo, Ele é o Filho de Deus, o nosso único Salvador (cf. At 4,12). Pai-nosso...
  • 8. SEXTA ESTAÇÃO A Verónica limpa o rosto de Jesus V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz. Do livro do profeta Isaías 53, 2-3 Não tinha beleza nem atractivo para o olharmos, não tinha aparência que nos agradasse. Era desprezado como o último dos mortais, homem coberto de dores, cheio de sofrimentos; passando por ele, tapávamos o rosto; tão desprezível era, não fazíamos caso dele. MEDITAÇÃO Quando a Verónica limpou a face de Jesus com um lenço, certamente aquele rosto não devia ser atraen- te: era uma face desfigurada pelo sofrimento. Uma face ensanguentada, esmurrada, mutilada. Porém, aquele rosto não podia deixar ninguém indiferente. Podia provocar escárnio e desprezo, mas também compaixão e amor. Apesar de desfigurado, o rosto de Jesus é sempre o rosto do Filho de Deus. É uma face desfigurada por nós, um rosto desfigurado em nosso favor, que expressa o amor e a doação de Jesus e que é espelho da misericórdia infinita de Deus Pai. O gesto de piedade da Verónica torna-se para nós uma provocação, uma chama- da de atenção urgente: apela-nos a não virarmos a cara para o lado, mas de olharmos também nós para aqueles que sofrem, próximos e distantes. E não somente olhar, mas ajudar. Pai-nosso…
  • 9. SÉTIMA ESTAÇÃO Jesus cai pela segunda vez V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz. Do livro dos Salmos 41,6-10 Os inimigos deseja-me o mal: “Quando é que vai morrer e ser cancelado o seu nome?” Quem vem visitar-me diz mentira, o seu coração acumula maldade e quando vai embora, fala mal. Juntos, os meus inimigos murmuram contra mim: “Uma doença caiu sobre ele, está deitado não vai levantar-se”. Até o amigo em que eu confiava, também aquele que comia do meu pão, levanta contra mim o seu calcanhar. MEDITAÇÃO Jesus cai de novo sob a cruz. É verdade que estava esgotado fisicamente, mas estava mortalmente feri- do também no Seu coração. Pesava sobre Ele a rejei- ção daqueles que, desde o início, tinham-se oposto à Sua missão. Pesava muito mais o abandono dos Seus amigos. Pesava terrivelmente a traição de Judas e a tríplice negação de Pedro. Sabemos que pesavam igualmente de maneira terrí- vel os nossos pecados. Por isso, peçamos a Deus, com humildade, mas também com confiança, que não nos deixe a cair em pecado. Pai-nosso…
  • 10. OITAVA ESTAÇÃO Jesus encontra as mulheres de Jerusalém que choram por Ele V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz. Do Evangelho segundo Lucas 23, 27-29.31 Seguia-O grande multidão de povo e algumas mulheres que batiam no peito e lamentavam-se por Ele. Mas Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes: “Mulheres de Jerusalém, não choreis por Mim; chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos. Pois dias virão em que se dirá: “Felizes as estéreis, as entranhas que não tiveram filhos e os peitos que não amamentaram”… Porque, se fazem assim com o madeiro verde, que será do madeiro seco?”. MEDITAÇÃO Eis o apelo ao arrependimento, ao verdadeiro arre- pendimento. Jesus diz às filhas de Jerusalém que cho- ram, ao vê-Lo passar: "Não choreis por Mim; chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos". A voz de Jesus fala de juízo e chama à conversão. Ao longo do Caminho do Calvário, Cristo continua a dar lições de vida à nossa humanidade. Ele, o Deus que chorou e Se lamentou sobre Jerusa- lém, educa agora o pranto daquelas mulheres para que tal pranto produza frutos. E o fruto desejado des- te choro é a conversão: “Chorai por vós!”, diz-lhes Jesus. Dirige-Se às mulheres de Jerusalém e hoje também a nós: “Chorai por vós! Chorai os vossos pecados, que são a causa do Meu sofrimento! Pai-nosso...
  • 11. NONA ESTAÇÃO Jesus cai pela terceira vez V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz. Da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios 5,19-21 Em Cristo, Deus reconciliou o mundo Consigo, não imputando aos homens as Suas faltas e colocando em nós a palavra da reconciliação. Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus. Aquele que não cometeu nenhum pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele, nós nos tornemos jus- tiça de Deus. MEDITAÇÃO O motivo mais profundo das repetidas quedas de Jesus não foram somente os sofrimentos físicos que fazem Jesus cair, não foram somente as traições humanas, mas a vontade do Pai. Aquela vontade mis- teriosa e humanamente incompreensível, mas infini- tamente boa e generosa, pela qual Jesus tomou os nossos pecados. Para Ele foram transferidas todas as culpas da humanidade. Enquanto procuramos identificar-nos com Jesus que caminha e cai sob a cruz, é justo que experimentemos em nós sentimentos de arrependimento e de dor. Contudo, ainda mais forte deve ser a gratidão que invade a nossa alma. Ó Senhor, Vós nos resgatastes com o Vosso sangue; pela Vossa cruz, destes a sal- vação ao mundo inteiro! Pai-nosso…
  • 12. DÉCIMA ESTAÇÃO Jesus é despojado das suas vestes V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz. Do Evangelho segundo João 19, 23-24 Ao crucificarem Jesus, os soldados ficaram-Lhe com as vestes, das quais fizeram quatro partes, um para cada soldado, e ficaram também com a túnica. A túnica era sem costura, tecida de alto a baixo como um todo. Disseram, pois, entre si: “Não a rasguemos, vamos tirá-la à sorte, para ver de quem será”. Assim se cum- pria a Escritura: ”Repartiram entre si as minhas vestes, e deitaram sortes sobre a minha túnica “. MEDITAÇÃO Jesus é despojado das suas vestes e, deste modo, é apresentado despido à vista do povo de Jerusalém e à vista de toda humanidade. É o momento mais humilhante. Agora, nada mais existe entre o Seu corpo desfigurado e ferido e o madeiro da Cruz. Despido das Suas vestes, o corpo de Nosso Senhor está pronto para ser imolado. Pronto para ser unido à Cruz e oferecer-Se pela Humanidade. Senhor Jesus, pela humilhação que sofrestes quando fostes despido da Vossa túnica, dai-nos a graça de nos desapegarmos cada vez mais das coisas terrenas e desejarmos a cada dia as coisas do Céu. Pai-nosso...
  • 13. DÉCIMA PRIMEIRA ESTAÇÃO Jesus é pregado na Cruz V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz. Do Evangelho segundo Marcos 15, 25-27 Eram nove horas da manhã quando o crucificaram. O letreiro com o motivo da condenação dizia: “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”! Com Ele crucificaram dois ladrões, um à direita e outro à esquerda. MEDITAÇÃO Jesus é pregado na cruz. Longos e duros pregos per- furam a Sua Carne. O Seu sangue escorre pelo corpo, já totalmente desfigurado… Uma tortura tremenda. Uma dor imensa! E enquanto está suspenso na cruz, muitos são aqueles que O escarnecem e provocam dizendo: “Salvou os outros e não se pode salvar?! ... Assim foi escarnecida não somente a sua pessoa, mas também a sua missão de salvação, aquela mis- são que Jesus estava precisamente a cumprir, cravado na Cruz. Mas, no Seu íntimo, Jesus conhece um sofrimento incomparavelmente maior, que lhe faz irromper num grito: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” (Mc 15,34). Quantas vezes, no meio de uma provação, pensamos que fomos esquecidos ou abandonados por Deus. Ou somos tentados a concluir que Deus não existe. Ó Bom Jesus, pelas dores terríveis que sofrestes, ao serem trespassados as Vossas mãos e os Vossos pés, fazei com que nunca nos separemos de Vós e vivamos sempre à sombra da Vossa Cruz. Pai-nosso…
  • 14. DÉCIMA SEGUNDA ESTAÇÃO Jesus morre na Cruz V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz. Do Evangelho segundo João 19, 28-30 Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse: “Tenho sede”. Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. Ele tomou o vinagre e disse: “Tudo está consumado”. E, inclinando a cabeça, expirou. Silêncio MEDITAÇÃO Jesus morre. Pela obediência de Cristo, foram-nos abertas de novo as portas do Céu, fechadas muitos séculos antes pela desobediência de Adão. “Tudo está consumado”. Jesus morre. Mas deixa ao mundo, em testamento, o Seu melhor tesouro terre- no. A humanidade ganha a melhor, a mais santa e a mais perfeita das Mães: Maria Santíssima, que per- manece junto à cruz, com uma força e coragem que só pode vir do Alto. Diante da morte de Jesus, a nossa resposta é o silên- cio da adoração. Assim entreguemo-nos a Ele, colo- quemo-nos nas Suas mãos, tal como Ele entregou, nesta hora, o Seu espírito ao Pai. Pai-nosso…
  • 15. DÉCIMA TERCEIRA ESTAÇÃO Jesus é descido da Cruz e entregue a sua Mãe V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz. Do Evangelho segundo João 19, 32-35.38 Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e também ao outro que tinha sido crucificado juntamente com Ele. Mas, ao chegarem a Jesus, vendo que já estava morto, não Lhe quebraram as pernas. Porém, um dos soldados traspas- sou-Lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e água. (…) Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas secretamente por medo das autoridades judaicas, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. E Pilatos permitiu-lho. Veio, pois, e retirou o corpo. MEDITAÇÃO Depois de dar a vida por cada um de nós, Jesus é des- cido da cruz. Prontos a acolhê-lo estão os Imacula- dos braços de Sua Mãe. O corpo frio de Jesus, com o Seu rosto desfigurado repousa agora nos braços cari- nhosos desta Mãe Dolorosa, que chora de tristeza e amargura, depois de ter assistido à agonia e à morte de Seu Filho. Unindo o Seu extremo sofrimento de Mãe ao sofri- mento salvífico de Cristo, muito justamente Ela merece ser chamada de Co-Redentora, pois ninguém como Ela participou de modo tão intenso e singular na Paixão de Nosso Senhor. Virgem Santíssima, pelas Vossas lágrimas que ungiram as chagas do Salvador, intercedei por nós, Vossos filhos, gerados no Calvário e da Cruz nascidos. Pai-nosso…
  • 16. DÉCIMA QUARTA ESTAÇÃO Jesus é depositado no sepulcro V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus. R/. Porque remistes o mundo pela Vossa Santa Cruz. Do Evangelho segundo Mateus 27, 57-60 Ao entardecer, veio um homem rico de Arimatéia, chamado José, que também se tornara discípulo de Jesus. Ele foi procurar Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Então Pilatos mandou que lhe entregassem o corpo. José, tomando o corpo, envolveu-o num lençol limpo, e o colocou em um túmulo novo, que havia manda- do escavar na rocha. Em seguida, rolou uma grande pedra para fechar a entrada do túmulo, e retirou-se. MEDITAÇÃO Com a pedra que fecha a entrada do túmulo, tudo parece verdadeiramente ter- minado. Porém, poderia permanecer prisioneiro da morte o Autor da vida? Recolhidos em oração, Maria e os Apóstolos, em silêncio, oferecem a sua dor a Deus. Confiam sempre. Mesmo na noite mais escura, como foi esta que se seguiu à morte de Jesus, eles confiam… Acreditam… Esperam… Diante do túmulo de Jesus, detenhamo-nos em oração. No silêncio do sepulcro, aprendamos a esperar, a confiar… A abandonarmo-nos totalmente nas mãos de Deus. “A morte de Cristo é a nossa vida”. Porque morren- do, fez-nos merecedores de entrar na Vida Eterna. Pai-nosso…