3. Sistema Circulatório
Artérias Arteríolas Capilares Vénulas Veias
Sistema circulatório desempenha
funções de transporte:
- Respiratório 02 e C02;
- Nutritivo produtos da absorção
digestiva até aos tecidos;
- Excretor resíduos metabólicos
para os rins.
3
4. Sistema Circulatório
Funções de regulação:
- Hormonal hormonas até local de acção;
- Temperatura Distribui o sangue de modo a aquecer ou
arrefecer o corpo.
- Protecção coagulação do sangue;
- Imune leucócitos e citocinas agem contra patogénios.
4
5. Coração
Lado direito Sangue segue Capta O2
para os pulmões Liberta CO2
Lado esquerdo Sangue segue por vasos
sanguíneos, que ramificam da aorta,
para todos os órgãos
Sangue de igual composição e controlo de fluxo de sangue
para cada órgão sistémico de forma independente
5
6. Controlo da composição do sangue
Sangue é constantemente “renovado” para a sua constituição
permanecer constante.
Órgãos responsáveis pelo ajuste homeostático do sangue:
-trato digestivo recolha nutrientes;
-rins eliminação resíduos e ajuste composição H2O e electrólitos;
-pele eliminação calor.
Recebem quantidades de sangue muito superior ao necessário só
para as suas actividades metabólicas.
6
7. Cérebro
Órgãos que regulam homeostasia do
sangue suportam reduções no fluxo
sanguíneo. Artéria
carótida
interna
esquerda
Cérebro sofre danos quando privado Artéria
basilar
de sangue; danos irreparáveis após 4 Artéria
minutos sem O2!!! cerebral
posterior
Artéria
vertebral
Torna-se claro que a prioridade do esquerda
sistema circulatório é a constante
irrigação do cérebro com sangue
apropriado. 7
8. Fluxo Sanguíneo
Representa o volume de sangue que passa por unidade
de tempo.
F = ∆P/R
F= fluxo de sangue por um vaso
∆P= gradiente de pressão
R= resistência dos vasos sanguíneos
8
9. Fluxo Sanguíneo
∆P directamente proporcional a F e é a
principal força geradora do fluxo
O sangue move-se da área de maior
pressão para a a área de menor pressão.
∆P no vaso 2 = 2 vezes o do vaso 1
A pressão incutida pelo coração ao F no vaso 2 = 2 vezes o do vaso 1
sangue diminui devido à resistência
exercida pelos vasos.
9
10. Fluxo Sanguíneo
Resistência é uma medida da oposição ao fluxo do sangue por
um vaso devida à fricção entre o fluido e as paredes vasculares.
Se R aumenta é preciso que ∆P aumente para manter o fluxo de
sangue constante. Coração tem que se esforçar mais!
R depende de: - viscosidade do sangue;
- comprimento do vaso;
- raio do vaso.
10
11. Fluxo Sanguíneo
Viscosidade depende das proteínas do plasma e dos glóbulos
vermelhos, o que normalmente se mantém constante .
Quanto maior a área do vaso em contacto com o sangue maior a
resistência.
Comprimento dos vasos não se altera.
Factor determinante é o raio!
11
12. Fluxo Sanguíneo
Sangue move-se mais rapidamente
num vaso de raio maior
Menor àrea de contacto com o vaso
Pequena variação no raio ∆P
constante
R∝ 1/r4
Raio vaso2 = 2 vezes raio do vaso 1
Grande alteração em F
R no vaso 2 = 1/16 R vaso 1
F vaso2 = 16 vezes F no vaso1
12
13. Fluxo Sanguíneo
Lei de Poiseuille
∆ Pr π 4
F=
8η L
O raio das arteríolas é regulado e é o maior factor de
controlo da resistência ao fluxo sanguíneo.
13
15. Artérias
Vasos especializados no
transporte de sangue a alta
pressão do coração para os
tecidos.
Actuam como reserva de
pressão para fornecer ao
sangue a pressão necessária
quando o coração está a
relaxar.
15
16. Artérias – Reservatório de Pressão
O coração alterna entre bombear sangue para as artérias e
relaxar para receber sangue das veias.
Durante o relaxamento o fluxo capilar não varia.
A força promotora do fluxo capilar contínuo de sangue
para os tecidos são as propriedades elásticas das paredes
arteriais.
16
17. Estrutura básica das artérias
Túnica adventícia – tecido
conjuntivo denso; grande
quantidade de fibras de
colagénio e de fibras elásticas;
Túnica média – tecido muscular
liso
Túnica interna – endotélio,
lâmina basal rica em proteínas e
polissacáridos que liga o
endotélio às restantes túnicas e
lâmina interna de fibras elásticas. 17
18. Reservatório de Pressão -
Estrutura
No fundo tem-se o endotélio Fibras elásticas
revestido por uma parede fina de
músculo liso e dois tipos de fibras:
- de colagénio força de tensão
contra a alta pressão de sangue
ejectado pelo coração;
- de elastina confere
elasticidade.
18
19. Reservatório de Pressão -
Elasticidade
Coração contrai vol sangue artérias é maior resistência nos
> vol sangue vasos vasos pequenos
pequenos
A elasticidade das artérias permite que elas expandam
para temporariamente reterem o sangue em excesso,
armazenando alguma da energia de pressão incutida
pela contracção cardíaca.
A contracção/relaxamento dos músculos das paredes das artérias é
controlada pelo sistema nervoso, por hormonas e pelas condições bioquímicas
no local. 19
20. Reservatório de Pressão -
Importância
Quando o coração relaxa, as paredes
das artérias que se encontram
esticadas voltam à posição
normal
Esta posição empurra o sangue para
os vasos seguintes
Permite que o fluxo continue
apesar
de o coração estar relaxado!!!
20
21. Pressão Arterial
Pressão sanguínea depende do volume de sangue contido no
vaso e da capacidade de distensão das suas paredes.
Vol entra artérias = Vol sai artérias Pressão sanguínea arterial
constante
Sístole ventricular: entra uma determinada quantidade de sangue mas sai
apenas 1/3 da mesma. Pressão sistólica ≈ 120mm Hg
Diástole ventricular: não entra sangue nas artérias, mas há saída para as
arteríolas. Pressão diastólica ≈ 80 mm Hg
21
22. Pressão Arterial
A pressão arterial nunca chega a 0mm Hg porque a próxima
contracção cardíaca enche de novo as artérias antes de todo o
sangue sair.
A pressão do pulso é a diferença entre a pressão sistólica e
diastólica.
22
23. Medição da Pressão Sanguínea
Medição indirecta esfigmomanómetro.
Quando a almofada à volta do antebraço é insuflada com ar,
transmite a sua pressão através dos tecidos até à artéria braquial.
Pressão almofada > Pressão no vaso
O vaso contrai e fecha, fluxo de sangue pára
Pressão almofada < Pressão no vaso
O vaso abre, fluxo de sangue continua
23
24. Medição da Pressão Sanguínea
Padrões de som são relacionados com a pressão da almofada
comparada a pressão sanguínea
1) A pressão da almofada excede a pressão
sanguínea durante todo o ciclo cradíaco.
Não se ouve nada;
2) O 1º som é ouvido no pico da pressão
sistólica;
3) Sons intermitentes são ouvidos à medida que a pressão sanguínea ciclicamente
excede a pressão da almofada;
4) O último som é ouvido à pressão mínima, a pressão diastólica;
5) A pressão sanguínea excede a pressão da almofada durante todo o ciclo cardíaco.
Não se ouve nada.
24
25. Pressão Arterial Média
Pressão arterial média é a pressão média responsável por
levar o sangue na direcção dos tecidos durante o ciclo
cardíaco.
A pressão arterial mantém-se mais próxima da pressão
diastólica durante uma parte maior do ciclo cardíaco.
Como 2/3 do ciclo cardíaco correspondem à diástole, a
pressão arterial média pode ser obtida adicionando à
pressão diastólica 1 /3 da pressão do pulso.
25
29. Funcionamento
Grande número
Pequeno raio
Produzem maior resistência que capilares (93mm
Hg arteriolas 37mm Hg capilares)
Estabelecimento de uma driving force
Estabelecimento de uma pressão não-flutuante 29
30. Funcionamento
O responsável pelo raio arteriolar é o
músculo liso
Sensível a metabolitos locais e hormonas
30
31. Músculo Liso Arteriolar
Vasodilatação:
relaxamento
alargamento do raio
Vasoconstricçao:
contracção
estreitamento do raio
31
32. Músculo Liso Arteríolar
Tónus Vascular
Resultado de actividade miogénica e libertação
via simpática de norepinefrina
Capacidade de vasodilatação e vasoconstrição
na arteríola
32
33. Regulação
Distribuição variável do sangue
Pressão arterial
Factores que regulam actividade muscular
lisa arteriolar podem ser intrínsecos ou
extrínsecos
33
34. Regulação
Raio Arteriolar
Controlo Intrínseco Controlo Extrínseco
Resposta Miogénica ao Alongamento Vasopressina
Aplicação de calor e frio Angiotensina II
Libertação de Histaminas Epinefrina e Norepinefrina
Alterações nos Metabolitos Locais Actividade simpática
34
35. Controlo Intrínseco
Alterações metabólicas locais
Locais de regulação importante:
Músculos esqueléticos e cardiaco: actividade
metabólica variante
Cérebro: actividade metabólica constante
35
36. Controlo Intrínseco
Alterações metabólicas locais
Exercício físico:
↑ actividade metabólica
↓ O2 vasodilatação
Hiperemia activa:
Vasodilatação que leva a
um afluxo de sangue a uma
área afim de responder às
necessidades metabólicas
locais 36
38. Controlo Intrínseco
Alterações metabólicas locais
Os sinais são conhecidos, mas qual o mecanismo?
Regulação do calibre arteriolar feito por mediadores
químicos provenientes do endotélio
Resposta a alterações químicas ou físicas
EDRF (vasodilatador)
Endotelina (vasoconstrictor)
38
39. Controlo Intrínseco
Alterações metabólicas locais
Endothelial Derived Relaxing Factor = NO
NO inibe a entrada de Ca2+ nas células de músculo liso,
que provoca vasoconstricção
39
40. Controlo Intrínseco
Alterações metabólicas locais
Outras funções do NO:
- Bactericída (Macrófagos)
- Formação de coágulos
- Neurotransmissor
- Relaxamento do músculo liso de muitos
orgãos
- ...
40
41. Controlo Intrínseco
Alterações metabólicas locais
Endotelina
- Causa contracção do
M.L. Arteriolar
Existem outros agentes
vasoactivos
Longo termo -
Angiogénese
41
42. Controlo Intrínseco
Libertação Local de Histamina
Armazenada em tecidos
conectivos e glóbulos
brancos
Libertada na reacção
alérgica ou lesão dos
tecidos
Relaxamento Músculo Liso
Arteriolar Inchaço e
Vermelhidão 42
44. Controlo Íntrinseco
Resposta miogénica ao Alongamento
↑ fluxo/pressão (alongamento) ↑ tónus
arteriolar
Este mecanismo juntamente com as
alterações metabólicas locais é importante
na:
- Hiperemia reactiva
- Autoregulação da pressão
44
45. Controlo Íntrinseco
Resposta miogénica ao Alongamento
Hiperemia reactiva
Oclusão arteriolar
Vasodilatação
Relaxamento miogénico
Alterações na composição
química local (↓O2 ↑CO2 ↓pH)
Remoção da oclusão Fluxo
elevado
Permite, rapidamente, repor a
composição química local 45
47. Controlo Extrínseco
Pressão no começo
Pressão no fim da circulação
da circulação
Realizado através de sistémica =
sistémica = pressão
arterial média =
0mm Hg
influências neuronais e 93mmHg
hormonais Aurícula Aurícula
direita esquerda
Ventrículo
direito Ventrículo
esquerdo
Regulação de todas as
arteríolas sistémicas
∆P = 93mmHg – 0mm Hg
= 93mmHg
Resistência periférica
total pressão arterial
média 47
49. Controlo Extrínseco
Indução simpática da vasoconstrição
- mantém a driving force que leva sangue
a todos os orgãos
Quantidade de sangue que chega aos orgãos
determinada localmente
49
50. Controlo Extrínseco
Exemplo: andar de bicicleta
↑ actividade metabólica nos músculos
das pernas
- vasodilatação nesses vasos
- vasoconstricção generalizada (-
cérebro)
↑ ritmo e volume da batida
- vasodilatação mediada
localmente
- efeito vasoconstritor simpático
suprimido 50
51. Controlo Extrínseco
Norepinefrina (simpática) receptor α-
adrenergético vasoconstrição
Ausência de α receptor no cérebro ausência de
vasoconstricção
Manutenção do fluxo de sangue, qualquer que seja
a actividade, regulada por mecanismos locais
Pressão standard permite levar sangue ao cérebro e
coração
51
52. Controlo Extrínseco
Respostas simpáticas controladas
pelo Centro de Controlo
Cardiovascular, situado na medula
do tronco cerebral
Hipotálamo regula a temperatura
corporal e fluxo de sangue para a
pele
Em adição à actividade neuronal
reflexa, existe a hormonal
52
53. Controlo Extrínseco
Regulação hormonal
Glândulas Supra-renais
Supra-
Estimulação simpática
Norepinefrina Epinefrina
R. α-adrenergético
adrenergé R. α- adrenergético
adrenergé R. β-adrenergético
adrenergé
Vasoconstrição generalizada Vasoconstrição Vasodilatação
Orgãos digestivos e rins Músculos esqueléticos e cardiaco
53
54. Controlo Extrínseco
Regulação hormonal
Vasopressina e Angiotensina II
- manutenção dos fluídos
do corpo volume do plasma
pressão arterial
- vasoconstritores potentes
Hemorragia ↓ plasma
vasoconstrição
54
56. Capilares Sanguíneos
Os capilares sanguíneos são os locais
onde se efectuam as trocas de materiais
entre o sangue e os tecidos
Ramificam extensamente para
conseguirem chegar a todas as células de
um organismo
Não existem transportadores activos
( excepto no cérebro)
56
57. Capilares Sanguíneos
Porque é que os capilares são vasos ideais para as
trocas com os tecidos?
As trocas são efectuadas em
curtas distâncias
Elevado número de capilares
Diminuição da velocidade do
sangue
57
58. Capilares Sanguíneos
Razões pelas quais os capilares são os locais onde se dão as trocas
A distância que as moléculas que difundem 1 µm
necessitam de atravessar é minimizada devido a:
Paredes finas
Vasos estreitos
Elevada distribuição
9 µm 58
59. Capilares Sanguíneos
Razões pelas quais os capilares são os locais onde se dão as trocas
Elevado número de Capilares
Até 40 biliões Grande área disponível
para trocas
Apenas 5% do sangue se encontra nos capilares
59
60. Capilares Sanguíneos
Velocidade do sangue nos capilares é mais mais baixa em
todo o sistema circulatório
Ramificação Maior área seccional total
Velocidade Fluxo = Fluxo
A st
Velocidade de fluxo tem a ver com a velocidade do sangue num determinado vaso
60
sanguíneo enquanto que o fluxo é constante e aplica-se a todo o sistema circulatório
62. Capilares Sanguíneos
Trocas de materiais nos vasos sanguíneos capilares
Permeabilidade
Vesículas
Tamanho dos poros -Passagem através das
endocíticas -
células do endotélio
exocíticas
62
63. Capilares Sanguíneos
Trocas de materiais nos vasos
sanguíneos capilares
Tamanho dos poros
Passagem através das
células do endotélio
Vesículas endocíticas
- exocíticas
63
64. Capilares Sanguíneos
Regulação da quantidade de sangue que chega aos tecidos
Os capilares ramificam a
partir da metarteríola
Os esfíncteres precapilares
regulam o número de
capilares que se encontram
abertos
64
65. Capilares Sanguíneos
↑ Actividade metabólica do tecido
↓ O2 ↑ CO2, e outros metabolitos
Relaxamento dos esfíncteres precapilares Vasodilatação arteriolar
↑ Número de Capilares abertos ↑ Fluxo de sangue nos capilares
↑ Área de superfície do capilar ↓ Distância de difusão da célula ↑ Entrega de O2, remoção rápida
disponível para efectuar trocas até ao capilar aberto de CO2 e outros metabolitos
Gradiente de Concentração dos
↑ Materiais entre o sangue
e as células dos tecidos
Trocas entre o sangue e o tecido
↑ para suportarem o aumento da
actividade metabólica
65
66. Capilares Sanguíneos
As trocas podem ocorrer por 2 processos :
O fluido intersticial é um intermediário passivo
Difusão
Transferências
passivas de massa
fluida (“Bulk Flow”)
O plasma constitui apenas 20% do volume de fluido extracelular sendo os 66
restantes 80% fluido intersticial
67. Capilares Sanguíneos
Transferências passivas de massa fluida
Ultrafiltração -Reabsorção
(P.L>0) (P.L<0)
Pressão líquida = (Pc + πif ) – (πp+ Pif)
Pc – Pressão sanguínea capilar
πp – Pressão osmótica plasma-coloidal
Pif – Pressão hidrostática do fluído intersticial
πif – Pressão osmótica fluido intersticial-coloidal
As TPMF ocorrem devido ás diferenças de pressão hidrostática e pressão coloidal osmótica, e
67
apenas ocorrem nos capilares devido a estes terem poros
68. Capilares Sanguíneos
Transferências passivas de massa fluida ao longo de um capilar
No inicio dos capilares a No final dos capilares a pressão
pressão é de 37mm Hg é de 17mm Hg enquanto que no
enquanto no FI é de 26mm Hg FI continua a 26mm Hg
Ultrafiltração Reabsorção
68
69. Capilares Sanguíneos
Importância das transferências passivas de massa fluida
Regulação da distribuição dos fluidos extracelulares,
principalmente do plasma
Redução do volume do plasma
Diminuição da pressão sanguínea
Ocorre mais reabsorção do que ultrafiltração
Restabelecimento do volume do plasma
69
70. Capilares Sanguíneos
Sistema linfático
Mesmo em condições normais ocorre mais ultrafiltração do que
reabsorção
Excesso de fluido no FI é deslocado para o sistema linfático
70
71. Capilares Sanguíneos
Sistema linfático
Mesmo em condições normais ocorre mais ultrafiltração do que reabsorção
Excesso de fluido no FI é deslocado para o sistema linfático
71
72. Capilares Sanguíneos
Sistema linfático
Fluxo da linfa:
- Apenas um sentido
- Contracções do músculo liso
- Contracções do músculo
esquelético
72
73. Capilares Sanguíneos
Sistema linfático
Funções
- Controlar o excesso de volume no
fluido intersticial
- Defesa contra doenças
- Transporte de lipidos
- Recuperação de proteínas filtradas
73
74. Capilares Sanguíneos
Edemas – acumulação de fluidos
Concentração reduzida de
proteínas plasmáticas
Aumento da permeabilidade das
paredes dos capilares
Aumento da pressão nas veias
Bloqueio dos vasos linfáticos
Uma grande consequência dos edemas é a redução de trocas entre o sangue e as
células pois a distância entre os vasos e as células aumenta 74
76. Sistema venoso
O sistema venoso transporta o
sangue dos tecidos de volta ao
coração.
No retorno venoso as veias mais
finas convergem formando
vasos de maior calibre,
diminuindo assim a área total do
sistema mas aumentando a
velocidade do fluxo sanguíneo
em direcção ao coração.
76
77. Estrutura das veias
Paredes mais finas que
as artérias
Menos músculo liso
Fibras de colagénio mais
abundantes que as de
elastina
Menos tonacidade
miogénica
77
78. Sistema venoso
Além de actuarem como
passagens de pouca
resistência, as veias servem
como reservatórios de
sangue.
Denominam-se por vasos de
capacitação e o sistema
venoso toma a designação de
zona de capacitância.
78
79. Conceitos
Capacidade venosa -volume de sangue que as veias conseguem
acomodar. Depende da distensibilidade e da pressão externa
aplicada.
Volume circulante efectivo - sangue em circulação em direcção
ao coração. Depende directamente da capacidade venosa, e afecta
o retorno venoso.
Capacidade venosa Volume circulante efectivo
Retorno venoso - volume de sangue, vindo das veias, que entra em
cada aurícula do coração por minuto.
79
80. Retorno Venoso
Em condições de repouso as veias contêm cerca de 60% do
volume total de sangue.
Quando esse volume de sangue é necessário, como em casos de
actividade física elevada, diversos factores aumentam o retorno
venoso.
Retorno venoso
Bomba Sistema simpático
Válvulas venosas Sucção cardíaca Bomba respiratória
músculo esquelético
80
81. Mecanismo de Frank-Starling
A capacidade intrínseca do coração
se adaptar a volumes variáveis de
sangue que chegam a ele, é
chamado de mecanismo de Frank-
Starling.
Estabelece que o coração, dentro
de limites fisiológicos, é capaz de
ejectar todo o volume de sangue
proveniente do retorno venoso.
81
82. Efeito do sistema simpático
Provoca vasoconstrição que :
1. aumenta a pressão venosa. Cria um gradiente de pressão
que impele o sangue das veias para o coração.
2. diminui a capacidade venosa e aumenta o volume
circulante efectivo. Menos volume de sangue permanece
nas veias.
Aumenta o rendimento cardíaco, aumentando a
contractibilidade cardíaca e o número de batimentos por
minuto.
82
83. Efeito do músculo esquelético
As grandes veias encontram-se
geralmente rodeadas por
músculos esqueléticos.
Quando esses músculos se
comprimem devido a actividade
física, aumentam a pressão venosa
e diminuem a capacidade de
retenção do sangue por parte das
veias.
83
84. Efeito da gravidade
Quando uma pessoa está na posição
horizontal a força da gravidade é aplicada
de forma uniforme.
P =ρgh
P- pressão da gravidade
ρ -densidade do sangue
g- aceleração devido à gravidade (9.8cm/S2)
h- distância vertical em relação ao coração
Posição vertical – pressão resultante da contracção cardíaca +pressão
resultante do peso da coluna de sangue (vasos abaixo do nível do coração)
84
85. Efeito da gravidade
Consequências do aumento de pressão:
1. As veias expandem de modo a acomodar
o volume de sangue, aumentando a
capacidade venosa e diminuindo o
volume circulante efectivo.
2. A pressão ao nível dos capilares é tão
grande que provoca uma saída excessiva
de fluido para os tecidos provocando
edemas localizados (pés e tornozelos
inchados).
85
86. Efeito da gravidade
Medidas compensatórias:
Diminuição da pressão arterial e
activação do sistema simpático
provocando vasoconstrição
impelindo o sangue para o coração.
↑ Retorno venoso
A “interrupção” na coluna de
sangue, provocada pela acção da
bomba do músculo esquelético,
fazendo com que uma porção da
veia não esteja sujeita ao peso da 86
coluna de sangue.
87. Efeito das válvulas venosas
Vasoconstrição e
compressão venosa externa
(acção muscular) impelem o
sangue em direcção ao
coração.
As válvulas desempenham
um papel importante no
contrariar do efeito da
gravidade.
87
88. Efeito das válvulas venosas
Uma das principais consequências
do mau funcionamento das
válvulas venosas é a formação de
varizes.
Um dos grandes perigos é a
formação de coágulos sanguíneos
que podem bloquear pequenos
vasos especialmente capilares
pulmonares.
88
89. Efeito da actividade respiratória
A pressão na cavidade torácica é cerca
de 5mm Hg inferior à da pressão
atmosférica.
A diferença de pressão entre as veias
da caixa torácica e as veias dos
membros e do abdómen, promove o
retorno venoso (movimento do sangue
das zonas de maior pressão para as de
menor pressão).
89
90. Efeito da sucção cardíaca
O coração desempenha um papel
fundamental no retorno venoso.
Durante a contracção ventricular, a
cavidade auricular expande.
Pressão na cavidade Pressão nas
veias
No relaxamento ventricular, cria-se uma pressão negativa nos
ventrículos aumentando o fluxo veia-aurícula-ventrículo, ou seja
90
favorecendo o retorno venoso.
92. Regulação
A pressão arterial média constitui a força motriz na circulação
sanguínea.
A pressão arterial média é estritamente regulada por duas
razões:
Garantir uma força impulsiva que seja capaz de
fornecer um fluxo adequado a todos os tecidos.
Para impedir a criação de um esforço redobrado no
coração, aumentando, assim, o risco de danos ou
rupturas vasculares.
92
93. Regulação
A regulação da pressão arterial envolve a acção integrada dos
vários componentes dos sistema circulatório e de outros
sistemas vitais.
A pressão arterial está fortemente dependente de três factores:
Rendimento cardíaco
Resistência periférica
Volume sanguíneo
93
94. Regulação
Rendimento cardíaco
Ritmo cardíaco Volume de sangue por batida
Actividade Parassimpática Actividade Simpática e Epinefrina Retorno venoso
Sucção cardíaca Bombeamento muscular e respiratório Vasoconstrição venosa
94
95. Regulação
Resistência periférica
Raio arteriolar Viscosidade sanguínea
Controlos metabólicos Vasopressina e Angiotensina II N.º de glóbulos vermelhos
Actividade Simpática e Epinefrina
95
96. Regulação
Volume sanguíneo
Trocas passivas entre o plasma Balanço salínico e hídrico
e o fluído intersticial
Sistema renina-angiotensina-aldosterona Vasopressina
96
97. Baroreceptores
A pressão arterial é monitorizada por baroreceptores – sensores de
pressão – dentro do sistema circulatório.
Ajustes a curto prazo (segundos): Ajustes a longo prazo:
Sistema Nervoso Autónomo Produção de urina / Sede
Coração, Veias e Arteríolas Balanço salínico e hídrico normal
Rendimento cardíaco
Volume sanguíneo
Resistência periférica total
97
100. Baroreceptores
Pressão
Arterial
Taxa de resposta
aferente
↑ Taxa de
↑ Potencial do
↑ Pressão resposta nos
receptor dos neurónios
arterial
baroreceptores aferentes 100
101. Baroreceptores
Resposta dos neurónios aferentes
Centro de Controlo Cardiovascular
Sistema Nervoso Autónomo
Actividade Simpática Actividade Parassimpática
Órgãos efectores
101
102. Outros receptores
Receptores de volume auriculares
e osmoreguladores hipotalâmicos –
afectam o volume sanguíneo
através do balanço de sal e água.
Quimioreceptores nas artérias
carótida e aórtica – aumentam a
actividade respiratória e a pressão
arterial, de forma a distribuir mais
O2 ou a eliminar mais CO2.
102
103. Outros receptores
Via córtex-hipotálamo – influencia respostas cardiovasculares
associadas a certos comportamentos e emoções.
Centros discretos de exercício – induzem alterações cardíacas e
vasculares numa situação de exercício ou em antecipação a este.
↑ Fluxo sanguíneo nos ↑ Rendimento ↓ Resistência ↑ Pressão
músculos esqueléticos cardíaco periférica arterial média
103
104. Outros receptores
Hipotálamo – provoca
vasodilatação das arteríolas
cutâneas, de forma a regular a
temperatura (elimina o excesso
de calor no corpo).
Substâncias vasoactivas endoteliais
– provocam vasodilatação (ex.
EDRF/NO) ou vasoconstrição.
104
105. Hipotensão/Hipertensão
Quando os mecanismos de controlo não funcionam correctamente
ou são incapazes de compensar alterações à pressão arterial, podem
ocorrer determinadas condições :
Hipertensão – se a pressão arterial estiver acima de 140/90 mm Hg
Hipotensão – se a pressão arterial estiver abaixo de 100/60 mm Hg
Choque Circulatório
105
106. Hipertensão Primária
Existe uma forte tendência genética para desenvolver
hipertensão primária, que pode ser acelerada ou piorada por
primária
factores como:
Obesidade
Stress
Tabagismo
Hábitos alimentares
106
107. Hipertensão Primária
Estão a ser investigadas as seguintes potenciais causas para a
hipertensão primária:
Deficiências nas bombas de NA+-K+ da membrana plasmática,
porque alteram o gradiente electroquímico e, consequentemente, a
excitabilidade e contractibilidade do coração.
Dietas baixas em frutos, vegetais
e lacticínios (ou seja, K+ e Ca2+), e
altas em gorduras.
107
108. Hipertensão Primária
Distúrbios numa função renal ou a excessiva ingestão de sal,
pois provocam a acumulação gradual de sal e água.
Uma variante num gene que
codifica para uma excessiva
produção de angiotensinogene.
Obesidade, pois pode levar
a uma elevada produção de
angiotensinogene.
108
109. Hipertensão Primária
Substâncias endógenas que aumentam a contractibilidade
cardíaca (pela acumulação citosólica de Ca2+), constringem os
vasos e reduzem a eliminação de sal na urina.
Anormalidades na EDRF/NO, endotelina, vasopressina ou
outros químicos vasoactivos.
Pressão física no centro de controlo cardiovascular por uma
artéria adjacente.
109
110. Hipertensão Secundária
A hipertensão secundária pode ser dividida em quatro categorias:
Hipertensão cardiovascular –
está associada a uma elevada
resistência periférica provocada
por ateroscleroses
110
111. Hipertensão Secundária
Hipertensão renal – resulta de duas deficiências renais: obstrução
parcial das artérias renais ou doença no próprio tecido renal
↑ Volume
sanguíneo
↓ Fluxo sanguíneo
Vasoconstrição
Rim Via
Angiotensina II
111
112. Hipertensão Secundária
Hipertensão renal – resulta de duas deficiências renais: obstrução
parcial das artérias renais ou doença no próprio tecido renal
↑ Volume
sanguíneo ↑ Pressão
Fluxo sanguíneo ↑
Vasoconstrição Arterial
Rim Via
Angiotensina II
112
113. Hipertensão Secundária
Hipertensão endócrina – resulta de, pelo menos, duas desordens
endócrinas diferentes:
Feocromocitoma – tumor na medula supra-
renal que secreta epinefrina e norepinefrina
em excesso
Síndrome de Conn – associado à excessiva
produção de aldosterona
113
114. Hipertensão Secundária
Hipertensão neurogénica –
causada por uma deficiência no
centro de controlo cardiovascular
ou nos baroreceptores; ou como
consequência de medidas
compensatórias a uma redução
no fluxo sanguíneo no cérebro
114
115. Hipertensão
A hipertensão impõe stress tanto ao coração como aos vasos:
Coração Bombeia contra uma resistência periférica acrescida
Vasos Podem ser danificados pela elevada pressão arterial
interna
Complicações derivadas da hipertensão:
Falha cardíaca Ataques cardíacos
Derrame cerebral Hemorragias expontâneas
Falha renal Danificação da retina
115
116. Hipotensão
A hipotensão ocorre quando:
Existe uma desproporção entre a capacidade vascular e o
volume sanguíneo.
O coração é fraco demais para impor pressão suficiente
no sangue.
A hipotensão pode ser de dois tipos:
Ortostática (postural)
Emocional
116
117. Hipotensão Ortostática
Hipotensão ortostática – resulta da insuficiência de respostas
compensatórias às variações gravitacionais no sangue
Sucção sanguínea
nas pernas
↓ Retorno venoso
↓ Volume bombeado
↓ Rendimento ↓ Pressão Arterial
cardíaco 117
118. Hipotensão Emocional
Centros superiores Centro de controlo
do cérebro cardiovascular
↓ Actividade Simpática
Sucção sanguínea ↓ Resistência
Vasodilatação
nos capilares periférica total
↓ Retorno ↓ Rendimento
venoso cardíaco
118
119. Choque Circulatório
O choque circulatório ocorre quando a pressão arterial desce a
valores que não permitem o fluxo adequado de sangue para os
tecidos. Pode ser dividido em quatro categorias:
Choque Hipovolémico – induzido por uma descida no volume
sanguíneo
Choque Cardiogénico – deve-se à falha no bombeamento
adequado por um coração enfraquecido
119
120. Choque Circulatório
Choque Vasogénico – causado por uma vasta vasodilatação
provocada por substância vasodilatadoras. Existem dois tipos:
Choque séptico – agentes infectantes
Choque anafilático - histamina
Choque Neurogénico – envolve uma vasodilatação generalizada
pela inibição da actividade vasoconstrictora do sistema simpático
120
121. Hemorragia
↑ Sede
↓ Volume de sangue
↑ Vasopressina
↑ Renina-Angiotensina-Aldosterona
↓ Retorno venoso
↓ Volume por batida ↓ Actividade dos
baroreceptores
↓ Rendimento cardíaco
(através do centro ↑ Glóbulos vermelhos
cardiovascular)
↓ Pressão arterial
↑Libertação de hormonas
↓ Pressão arterial ↓ Actividade parassimpática ↑Actividade simpática ↑Actividade simpática ↑Actividade simpática que estimulam a produção
nos capilares no coração no coração nas veias nas arteríolas de glóbulos vermelhos
↓ Ultrafiltração ↑Vasoconstrição ↑Vasoconstrição arteriolar
↑ Ritmo cardíaco ↑ Contracção cardíaca (excepto cérebro)
↑ Reabsorção venosa
↑ Fluxo de sangue
renal
↑ Síntese de proteínas ↑ Volume por batida ↑ Retorno venoso
plasmáticas pelo fígado
↑Resistência periférica
Transferências fluídas ↑ Rendimento cardíaco ↑ Rendimento urinário
total
do FI para o sangue
↑ Volume do plasma Conserva o volume
↑ Pressão arterial de plasma
121
122. Choque Irreversível
Designa-se choque irreversível à condição na qual a pressão
arterial continua a descer rapidamente devido a danos em tecidos.
Factores de deterioração circulatória:
Acidose metabólica que danifica os sistemas enzimáticos
responsáveis pela produção de energia.
Desequilíbrio electrólito resultante da baixa actividade renal.
Libertação pancreática de um químico tóxico para o coração.
122
123. Conclusões
Artérias Vasos de distribuição, reservatórios de pressão
Arteríolas Vasos de resistência.
Capilares Vasos de troca.
Veias Vasos de capacitação
Presssão arterial- “driving force” que impele o sangue a movimentar-
se ao longo dos vasos.
123
124. Conclusões
Funções do sistema cardiovascular
transporte de gases ■ intercâmbio de materiais
transporte de nutrientes ■ transporte de calor
transporte de resíduos metabólicos ■ distribuição de mecanismos de
transporte de hormonas defesa.
■ Coagulação sanguínea
Sistema cardiovascular
Adaptação do fluxo Manutenção da
sanguíneo às pressão arterial num
diferentes demandas Manutenção do equilíbrio nível relativamente
metabólicas homeostático constante 124
125. Conclusões
“The vasculature is a complex organ capable of sensing
its environment, transducing signals to cells within the
vasculature or to the surrounding tissues, and
synthesizing local mediators that promote functional or
structural responses.”
Dzau et al. 1993
125
126. Referências
SHERWOOD, L. Human Physiology. 5th ed. 2003. Brooks Cole
BOURON, W.; BOULPAEP, E.; Medical Physiology. 2003. Saunders
COELHO, T.; OLIVEIRA, S.; MOREIRA, A. Regulação do Tono
Vascular. 2002. Faculdade de Medicina do Porto – Serviço de Fisiologia
ALBERTS, B. et al; Molecular Biology of The Cell. 4th ed. 2002
Garland Publishing
JUNQUEIRA, L. Considerações Básicas sobre a Organização
Estrutural e a Fisiologia do Aparelho Cardiovascular. Faculdade de
Medicina da Universidade de Brasília
http://www.accessexcellence.org
http://sln.fi.edu
http://www.oucom.ohiou.edu
http://www.rainbowrehab.com/
http://www.cvphysiology.com/
http://ect.downstate.edu
http://medicine.ucsd.ede 126
127. Capilares sanguíneos
Os capilares sanguíneos são tão estreitos que apenas um
glóbulo vermelho vermelho pode passar em cada vaso 127