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Publicidade e Marketing
                2010/2011

 Modalidades de Marketing
Docente: Dr. João Carlos Rosário




            Caso Kodak
“Você carrega no botão, nós fazemos o resto”
        “Share moments. Share life”


                                                  Discentes:

                                         Inês Oliveira nº6325

                                       Vanda Rosado nº5994

                                      Vânia Rodrigues nº5992
ÍNDICE




NOTA PRÉVIA ........................................................................................................................ 3
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4
CASO EASTMAN KODAK COMPANY: FUNTIME FILM ................................................. 5
BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................... 9
NOTA PRÉVIA

       No presente trabalho expomos as conclusões que retirámos da nossa análise do
caso “Eastman Kodak Company: Funtime Film”, apresentando as mesmas numa
estrutura “pergunta – resposta”, de forma a respeitar a sequência que o Professor Dr.
João Carlos Rosário nos forneceu. Desta forma, os temas serão apresentados em tópicos
numerados, de modo a facilitar a compreensão e a consulta dos temas desejados.
INTRODUÇÃO


       Em primeiro lugar, é importante fazer um enquadramento histórico da Eastman
Kodak Company e, por conseguinte, à indústria a que esta pertence.

       Em 1880, com apenas 26 anos, George Eastman iniciou o fabrico de placas
secas, um produto inovador, criado pelo próprio após três anos de estudo intensivo
sobre fotografia.

       Apesar de, comparativamente às pesadas máquinas e chapas húmidas que se
utilizavam na época, estas placas serem já um produto revolucionário, Eastman ainda
não estava satisfeito com o produto final: queria levar a fotografia a todas as pessoas.

       Continuando a sua pesquisa conseguiu, em 1883, criar um filme fotográfico em
rolo, que surpreendeu toda a indústria e, alguns anos mais tarde (1888) lançou a
primeira maquina Kodak que funcionava exclusivamente com rolo e tornou a fotografia
acessível a todos.

       A partir de 1892 a empresa passou a ter a actual denominação “Eastman Kodak
Company”.

       Até meados de 1980, a Kodak não enfrentava qualquer concorrência real no
mercado da fotografia. Por um lado este foi um aspecto favorável, pois permitiu à
empresa criar fortes raízes, mas por outro, fez com que esta se acomodasse e não tivesse
necessidade de promover grandes inovações.

       No entanto, com o surgimento de outras marcas concorrentes, a Kodak começou
a perder continuamente quota de mercado, passando esta de 76% em 1988 para 70% em
1993, data do caso em estudo no presente trabalho.
CASO EASTMAN KODAK COMPANY: FUNTIME FILM


   1. Porque razão perde a Kodak quota de mercado e o que
      acontecerá se mantiver o status quo?


   A Kodak começou a perder quota de mercado devido ao aparecimento de marcas
concorrentes, tais como a Fuji Photo Film CO e a Konica Corp., que apresentavam aos
consumidores produtos semelhantes aos da Kodak a preços inferiores (aprox. menos
20%), ou seja, extremamente concorrenciais.

   A Fuji (maior concorrente da Kodak) começou a ganhar território em 1984, quando
patrocinou os jogos olímpicos de Verão, em Los Angeles.

   Entre 1993 e 1994, tanto a Fuji quanto a Polaroid tiveram um crescimento de mais
de 15% e as marcas de distribuição 10%, enquanto a Kodak apenas cresceu 3%.

   Tendo em conta que o crescimento global do mercado é de 2%, podemos afirmar
que a Kodak está a perder quota de mercado relativamente à concorrência e, se mantiver
o status quo vai continuar a perder quota de mercado e como tal pode sofrer uma queda
de lucro. Outro aspecto que influencia negativamente a rentabilidade da Kodak é o facto
de, desde 1921 (“1921 consent decree”) ter ficado impedida de comercializar os seus
produtos como marca de distribuição (private label), o que criaria um novo canal para a
obtenção de lucros e possibilitaria à Kodak entrar na “guerra de preços”.
2. Quais os objectivos da Kodak? Trade-off entre quota de
      mercado, lucratividade, valor de marca.


   No momento em questão, o maior objectivo da Kodak é parar de perder quota de
mercado e começar a recuperar terreno.

   Assim, para além de recuperar os 6% que perdeu (e voltar a ter uma quota de
mercado de 76%), a Kodak pretende captar os consumidores da concorrência e fidelizá-
los. Para além disso, a Kodak quer ainda assegurar que os novos consumidores que vão
entrando para o mercado se tornam seus consumidores, e não consumidores dos seus
concorrentes.

   Para isso, está disposta a perder uma parte da sua margem, em troca de mais quota
de mercado. Aqui deparamo-nos com a noção de trade-off, ou seja, para conseguir algo,
há sempre outra coisa à qual se tem de renunciar. Neste caso, de modo a poder aumentar
a quota de mercado, a Kodak está a enfrentar um risco, está a sacrificar alguma da sua
estabilidade. Da mesma forma, ao criar a Funtime com um preço inferior, está a
sacrificar margem de lucro para ganhar quota de mercado.
3. Como avaliar a proposta do Funtime e a sua implementação
      tendo em conta o comportamento do consumidor?


         A proposta da Kodak de implementar um produto com um preço mais acessível para
   competir com o segmento das “economy brands” parece-nos, à primeira vista, interessante.

         Tendo em conta o estudo feito ao comportamento do consumidor e à sua opinião
acerca da qualidade das marcas, no qual se concluiu que a maioria dos clientes tende a
comprar com base no preço (os rolos passaram a ser considerados como uma
“commodity”) e não consegue distinguir qualquer diferença relevante na qualidade, ter
uma linha mais económica permite à Kodak conquistar um target mais sensível ao
preço.

         Em termos de estratégia, a falta de publicidade poderá ser um obstáculo, assim
como a disponibilidade em quantidades limitadas e apenas em épocas “off-peak”.

         No entanto, e tendo em conta que grande parte dos consumidores da Kodak são
leais a esta, o facto de se disponibilizar o Funtime, que é mais acessível, poderá deslocar
os clientes fiéis das marcas Premium para este, causando deste modo uma quebra nas
receitas sem garantir a entrada de novos clientes que compensem as perdas. Esta
incerteza em relação à angariação de novos clientes é ainda potenciada pela falta de
comunicação (publicidade) proposta. Este factor fará com que os primeiros a saber da
nova possibilidade mais económica sejam os já clientes da Kodak e não os da
concorrência.

         Apesar de não dispormos de dados suficientes para elaborar cálculos exactos,
chegámos à conclusão que a margem bruta do Gold Plus seria de $2,44 e a do Funtime
(considerando que a margem é a mesma, ou seja, 70%) seria de $1,95. Desta forma, se
muitos dos clientes passassem a comprar Funtime em vez de Gold Plus, os prejuízos
seriam difíceis de compensar pois seria necessário captar uma grande fatia dos
consumidores das marcas concorrentes. Estes, por sua vez, são difíceis de conquistar,
pois são clientes muito sensíveis ao preço e, não havendo sequer uma diferença
qualitativa entre as marcas, não teriam incentivo algum para comprar Kodak.
4. Quais as alternativas?

   Do nosso ponto de vista, este novo produto poderia ter sucesso se a estratégia de
implementação fosse diferente:

   a) Teria de existir uma campanha publicitária para a Funtime para dar a conhecer o
       produto ao mercado e despertar a curiosidade e o interesse por parte dos
       potenciais clientes;
   b) Em vez de um produto “promocional” disponível apenas durante dois períodos,
       o Funtime deveria ser comercializado durante todo o ano, para criar mais uma
       opção para adicionar à gama existente. Isto porque existe uma tendência da parte
       dos consumidores para se habituarem às promoções, limitando ou pelo menos
       dando preferência a fazer as suas compras nos períodos de “saldos”. Esta
       tendência faria com que os consumidores comprassem grandes quantidades de
       rolos Funtime com o intuito de só voltarem a precisar na época de saldos
       seguinte.



       De forma a inverter a situação de declínio, pensamos ainda que a Kodak poderia
   desenvolver produtos novos para criar novos mercados, por exemplo rolos especiais
   para crianças. Visto que o mercado enfrenta um período de crescimento lento e a
   maioria dos consumidores já estão satisfeitos, para além de tentar conquistar quota
   de mercado à concorrência, há que apostar na criação de novas necessidades.

       Um outro aspecto a explorar diz respeito ao posicionamento. Pensamos que,
   apesar de os consumidores não reconhecerem diferenças significativas na qualidade
   do produto, a qualidade do serviço poderá fazer a diferença: seria interessante do
   ponto de vista estratégico criar um sistema de incentivo ao consumo que premiasse
   os consumidores “Premium” (Kodak Ektar e Kodak Gold Plus), por exemplo, com
   um “x” de revelações gratuitas a partir de um “x” de compras efectuadas.

       Como o crescimento do mercado ronda apenas os 2%, a Kodak poderá obter
   ainda mais lucro se estimular o aumento do consumo por parte dos actuais clientes.
BIBLIOGRAFIA

   Mankiw, N. Gregory (2005), Princípios de Microeconomia – Tradução da 3ª
   Edição Norte-Americana, Thomson
   César das Neves, João Luís (2007), Introdução à Economia, 8ª ed. Lisboa,
   Editorial Verbo
   Bingaman,     Anne     K     (et    al.),   Disponível        em   (Internet):
   http://www.justice.gov/atr/cases/f0000/0096.htm#N_1_
   História          da    Kodak,        Disponível         em        (Internet):
   http://www.kodak.com/global/pt/corp/historyOfKodak/eastmanTheMan_pt-
   br.jhtml?pq-path=2217/2687/2689

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  • 1. Publicidade e Marketing 2010/2011 Modalidades de Marketing Docente: Dr. João Carlos Rosário Caso Kodak “Você carrega no botão, nós fazemos o resto” “Share moments. Share life” Discentes: Inês Oliveira nº6325 Vanda Rosado nº5994 Vânia Rodrigues nº5992
  • 2. ÍNDICE NOTA PRÉVIA ........................................................................................................................ 3 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4 CASO EASTMAN KODAK COMPANY: FUNTIME FILM ................................................. 5 BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................... 9
  • 3. NOTA PRÉVIA No presente trabalho expomos as conclusões que retirámos da nossa análise do caso “Eastman Kodak Company: Funtime Film”, apresentando as mesmas numa estrutura “pergunta – resposta”, de forma a respeitar a sequência que o Professor Dr. João Carlos Rosário nos forneceu. Desta forma, os temas serão apresentados em tópicos numerados, de modo a facilitar a compreensão e a consulta dos temas desejados.
  • 4. INTRODUÇÃO Em primeiro lugar, é importante fazer um enquadramento histórico da Eastman Kodak Company e, por conseguinte, à indústria a que esta pertence. Em 1880, com apenas 26 anos, George Eastman iniciou o fabrico de placas secas, um produto inovador, criado pelo próprio após três anos de estudo intensivo sobre fotografia. Apesar de, comparativamente às pesadas máquinas e chapas húmidas que se utilizavam na época, estas placas serem já um produto revolucionário, Eastman ainda não estava satisfeito com o produto final: queria levar a fotografia a todas as pessoas. Continuando a sua pesquisa conseguiu, em 1883, criar um filme fotográfico em rolo, que surpreendeu toda a indústria e, alguns anos mais tarde (1888) lançou a primeira maquina Kodak que funcionava exclusivamente com rolo e tornou a fotografia acessível a todos. A partir de 1892 a empresa passou a ter a actual denominação “Eastman Kodak Company”. Até meados de 1980, a Kodak não enfrentava qualquer concorrência real no mercado da fotografia. Por um lado este foi um aspecto favorável, pois permitiu à empresa criar fortes raízes, mas por outro, fez com que esta se acomodasse e não tivesse necessidade de promover grandes inovações. No entanto, com o surgimento de outras marcas concorrentes, a Kodak começou a perder continuamente quota de mercado, passando esta de 76% em 1988 para 70% em 1993, data do caso em estudo no presente trabalho.
  • 5. CASO EASTMAN KODAK COMPANY: FUNTIME FILM 1. Porque razão perde a Kodak quota de mercado e o que acontecerá se mantiver o status quo? A Kodak começou a perder quota de mercado devido ao aparecimento de marcas concorrentes, tais como a Fuji Photo Film CO e a Konica Corp., que apresentavam aos consumidores produtos semelhantes aos da Kodak a preços inferiores (aprox. menos 20%), ou seja, extremamente concorrenciais. A Fuji (maior concorrente da Kodak) começou a ganhar território em 1984, quando patrocinou os jogos olímpicos de Verão, em Los Angeles. Entre 1993 e 1994, tanto a Fuji quanto a Polaroid tiveram um crescimento de mais de 15% e as marcas de distribuição 10%, enquanto a Kodak apenas cresceu 3%. Tendo em conta que o crescimento global do mercado é de 2%, podemos afirmar que a Kodak está a perder quota de mercado relativamente à concorrência e, se mantiver o status quo vai continuar a perder quota de mercado e como tal pode sofrer uma queda de lucro. Outro aspecto que influencia negativamente a rentabilidade da Kodak é o facto de, desde 1921 (“1921 consent decree”) ter ficado impedida de comercializar os seus produtos como marca de distribuição (private label), o que criaria um novo canal para a obtenção de lucros e possibilitaria à Kodak entrar na “guerra de preços”.
  • 6. 2. Quais os objectivos da Kodak? Trade-off entre quota de mercado, lucratividade, valor de marca. No momento em questão, o maior objectivo da Kodak é parar de perder quota de mercado e começar a recuperar terreno. Assim, para além de recuperar os 6% que perdeu (e voltar a ter uma quota de mercado de 76%), a Kodak pretende captar os consumidores da concorrência e fidelizá- los. Para além disso, a Kodak quer ainda assegurar que os novos consumidores que vão entrando para o mercado se tornam seus consumidores, e não consumidores dos seus concorrentes. Para isso, está disposta a perder uma parte da sua margem, em troca de mais quota de mercado. Aqui deparamo-nos com a noção de trade-off, ou seja, para conseguir algo, há sempre outra coisa à qual se tem de renunciar. Neste caso, de modo a poder aumentar a quota de mercado, a Kodak está a enfrentar um risco, está a sacrificar alguma da sua estabilidade. Da mesma forma, ao criar a Funtime com um preço inferior, está a sacrificar margem de lucro para ganhar quota de mercado.
  • 7. 3. Como avaliar a proposta do Funtime e a sua implementação tendo em conta o comportamento do consumidor? A proposta da Kodak de implementar um produto com um preço mais acessível para competir com o segmento das “economy brands” parece-nos, à primeira vista, interessante. Tendo em conta o estudo feito ao comportamento do consumidor e à sua opinião acerca da qualidade das marcas, no qual se concluiu que a maioria dos clientes tende a comprar com base no preço (os rolos passaram a ser considerados como uma “commodity”) e não consegue distinguir qualquer diferença relevante na qualidade, ter uma linha mais económica permite à Kodak conquistar um target mais sensível ao preço. Em termos de estratégia, a falta de publicidade poderá ser um obstáculo, assim como a disponibilidade em quantidades limitadas e apenas em épocas “off-peak”. No entanto, e tendo em conta que grande parte dos consumidores da Kodak são leais a esta, o facto de se disponibilizar o Funtime, que é mais acessível, poderá deslocar os clientes fiéis das marcas Premium para este, causando deste modo uma quebra nas receitas sem garantir a entrada de novos clientes que compensem as perdas. Esta incerteza em relação à angariação de novos clientes é ainda potenciada pela falta de comunicação (publicidade) proposta. Este factor fará com que os primeiros a saber da nova possibilidade mais económica sejam os já clientes da Kodak e não os da concorrência. Apesar de não dispormos de dados suficientes para elaborar cálculos exactos, chegámos à conclusão que a margem bruta do Gold Plus seria de $2,44 e a do Funtime (considerando que a margem é a mesma, ou seja, 70%) seria de $1,95. Desta forma, se muitos dos clientes passassem a comprar Funtime em vez de Gold Plus, os prejuízos seriam difíceis de compensar pois seria necessário captar uma grande fatia dos consumidores das marcas concorrentes. Estes, por sua vez, são difíceis de conquistar, pois são clientes muito sensíveis ao preço e, não havendo sequer uma diferença qualitativa entre as marcas, não teriam incentivo algum para comprar Kodak.
  • 8. 4. Quais as alternativas? Do nosso ponto de vista, este novo produto poderia ter sucesso se a estratégia de implementação fosse diferente: a) Teria de existir uma campanha publicitária para a Funtime para dar a conhecer o produto ao mercado e despertar a curiosidade e o interesse por parte dos potenciais clientes; b) Em vez de um produto “promocional” disponível apenas durante dois períodos, o Funtime deveria ser comercializado durante todo o ano, para criar mais uma opção para adicionar à gama existente. Isto porque existe uma tendência da parte dos consumidores para se habituarem às promoções, limitando ou pelo menos dando preferência a fazer as suas compras nos períodos de “saldos”. Esta tendência faria com que os consumidores comprassem grandes quantidades de rolos Funtime com o intuito de só voltarem a precisar na época de saldos seguinte. De forma a inverter a situação de declínio, pensamos ainda que a Kodak poderia desenvolver produtos novos para criar novos mercados, por exemplo rolos especiais para crianças. Visto que o mercado enfrenta um período de crescimento lento e a maioria dos consumidores já estão satisfeitos, para além de tentar conquistar quota de mercado à concorrência, há que apostar na criação de novas necessidades. Um outro aspecto a explorar diz respeito ao posicionamento. Pensamos que, apesar de os consumidores não reconhecerem diferenças significativas na qualidade do produto, a qualidade do serviço poderá fazer a diferença: seria interessante do ponto de vista estratégico criar um sistema de incentivo ao consumo que premiasse os consumidores “Premium” (Kodak Ektar e Kodak Gold Plus), por exemplo, com um “x” de revelações gratuitas a partir de um “x” de compras efectuadas. Como o crescimento do mercado ronda apenas os 2%, a Kodak poderá obter ainda mais lucro se estimular o aumento do consumo por parte dos actuais clientes.
  • 9. BIBLIOGRAFIA Mankiw, N. Gregory (2005), Princípios de Microeconomia – Tradução da 3ª Edição Norte-Americana, Thomson César das Neves, João Luís (2007), Introdução à Economia, 8ª ed. Lisboa, Editorial Verbo Bingaman, Anne K (et al.), Disponível em (Internet): http://www.justice.gov/atr/cases/f0000/0096.htm#N_1_ História da Kodak, Disponível em (Internet): http://www.kodak.com/global/pt/corp/historyOfKodak/eastmanTheMan_pt- br.jhtml?pq-path=2217/2687/2689