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As hepatites virais são doenças causadas por diferentes agentes etiológicos, de
distribuição universal, que têm em comum o hepatotropismo. As hepatites virais são
uma causa importante de morbidade e mortalidade e têm tido um grande impacto nas
sociedades civilizadas do nosso tempo.

   A Hepatite é uma inflamção no fígado que,dependendo do agente que a provoca,se
pode curar.As hepatites podem ser provocadas por bactérias, por vírus, entre os quais
estão os seis tipos diferentes de vírus da hepatite (A, B, C, D, E e G ) e também pelo
consumo de produtos tóxicos como o álcool, medicamentos e algumas plantas.Existe
ainda as hepatites auto-imunes resultantes de uma perturbação do sistema imunitário
que, sem que se saiba porque, começa a desenvolver auto-anticorpos que atacam as
células do fígado,em vez de as protegerem.Os sintomas são pouco específicos,
semelhantes aos de uma hepatite aguda,podendo, nas mulheres, causar alterações no
ciclo menstrual.Uma hepatite pode tornar-se crônica e pode evoluir para uma lesão mais
grave no fígado ( cirrose ) ou para o carcinoma hepático ( cancro do fígado ) e em
função disso provocar a morte. Mas, desde que detectadas, as hepatites crónicas podem
ser acompanhadas, controladas e mesmo curadas.



Hepatite A, Vírus do tipo VHA, da família dos picornavírus.O genoma é constituído
por ARN (ácido ribonucléico).Encontra-se nas fezes da pessoa infectada.O período de
incubação dura entre 20 e 40 dias.

 Apresentando os sintomas durante o período de incubação, a doença não se manifesta.
Inicialmente assemelha-se a uma gripe com febre, mialgias e mal-estar geral, depois
aparece a icterícia, a falta de apetite e os vômitos.Não há um medicamento
específico.Repouso moderado.A alimentação deve ser rica em proteínas e baixa em
gorduras.Sua transmissão é através de alimentos ou de água contaminados por matérias
fecais. Consumo de mariscos de viveiros contaminados por água de esgotos. Frutas,
vegetais e saladas ou outros alimentos crus, contaminados por água de esgotos. Contato
com material fecal.Podendo evitar o contagio através da lavagens das mãos. No
convívio com uma pessoa infectada, lavar a louça a temperaturas altas, não partilhar a
cama, evitar o sexo oro-anal .Sua prevenção a vacina,existente desde 1991.É dada em
duas doses: a segunda, 6 a 12 meses após a primeira.Recomendada para pessoas que
viajam com freqüência ou que permanecem um longo período em países onde a doença
é comum entre a população.



Hepatite B, vírus VHB, da família dos hepadnavírus. O genoma é constituído por ADN
(ácido desoxirribonucléico). Encontra-se no homem doente e no portador. Tem um
período de incubação lento, entre as seis semanas e os seis meses. Descoberta em 1965,
é a mais perigosa das hepatites e uma das doenças mais graves do mundo. Torna-se
crônica em menos de 10% dos casos. Pode ser fatal.
Nos países em desenvolvimento, as crianças são as mais afetadas, enquanto no mundo
industrializado, o vírus é sobretudo transmitido aos jovens adultos, por contacto sexual
e na partilha de seringas entre os utilizadores de drogas injetáveis. Os primeiros
sintomas são febre, mal-estar, desconforto, dores abdominais; mais tarde surgem
icterícia, urina escura e fezes claras. Esta hepatite decorre sem sintomas em 90 por cento
dos casos. A hepatite aguda B é tratada com repouso.O tratamento tem uma eficácia de
15 a 45 %.Sua transmissão é através do contacto com sangue contaminado (partilha de
seringas e outros materiais usados pelos consumidores de drogas intravenosas,
tatuagens, acupuntura, transfusões de sangue e derivados do contacto sexual da
transmissão materno-fetal.Seu contagio pode ser evitado através do contato com sangue
infetado, não partilhar objetos cortantes e perfurantes que possam ter estado em
contacto com sangue contaminado, nem seringas e outros objetos utilizados na
preparação e consumo de drogas injetáveis e inaláveis e usar sempre preservativo nas
relações sexuais. Também se deve ter cuidado com a colocação de piercings, a
realização de tatuagens e de tratamentos de acupuntura, se os instrumentos utilizados
não estiverem esterilizados.Os familiares de um portador deste vírus devem fazer a
vacina contra a hepatite B. Existe uma vacina contra a hepatite B desde 1981 que tem
uma eficácia de 95%. É administrada em três doses e pode ser tomada por todos, desde
que não estejam já infectados com o VHB.



    Hepatite C :Vírus VHC, um vírus ARN da família dos flaviviridus .O período de
  incubação oscila entre os 15 e os 150 dias. Este vírus tem seis genótipos diferentes e
    uma grande capacidade de se modificar, o que dificulta a produção de uma vacina
        eficaz. A infecção pelo VHC evolui para uma hepatite crônica em 80% dos
   casos. Estima-se que existam 150 mil portadores crônicos do vírus em Portugal. Os
      principais atingidos são os consumidores de drogas injetáveis e as pessoas que
   receberam uma transfusão de sangue antes de 1992. Pode evoluir para uma doença
     hepática grave e é, em Portugal, a principal causa de cancro do fígado. Pode ser
             fatal. Em 75% dos casos os infectados pelo VHC não apresentam
  sintomas.Podem ocorrer letargia, mal-estar geral e intestinal, febre, perda de apetite,
      intolerância ao álcool, dores na zona do fígado e, muito raramente, icterícia. O
 indivíduo com infecção crônica pelo vírus da hepatite C pode não apresentar qualquer
     sintoma e, no entanto, estar a desenvolver uma cirrose ou um cancro do fígado.

O tratamento da hepatite C crônica faz-se com peginterferão, para impedir a
multiplicação do vírus e estimular a destruição das células afetadas. Em situações mais
graves, de doença hepática avançada,é necessário fazer um transplante de fígado (o
risco de recidiva é de 90 a 100%). Transmitido Através de sangue ou produtos
sanguíneos contaminados. A transmissão por via sexual é rara, mas pode ocorrer. Existe
um risco de 6% da mãe infectada poder transmitir o vírus ao feto. É freqüente nos
tóxicos dependentes intravenosos. Com o despiste sistemático do antí-VHC nos
doadores de sangue, a partir de 1992, a hepatite C pós-transfusão tornou-se
excepcional.Para evitar o contagioso deve evitar o uso de escovas de dentes, lâminas,
tesouras ou outros objetos de uso pessoal que possam ter estado em contato com sangue
contaminado. Não partilhar seringas e outros objetos usados na preparação de drogas
injetáveis e inaláveis. Usar preservativo nas relações sexuais, sobretudo se tem vários
parceiros. Não existe uma vacina para a hepatite C.



Hepatite D, vírus VHD (também chamado de vírus Delta)É constituído por ácido
ribonucléico (ARN) e é um Viróide.Só se consegue multiplicar em presença do vírus da
hepatite B.Tem um período de incubação de 15 a 45 dias.A infecção com o VHD pode
ocorrer em simultâneo com a do VHB (co-infecção) ou ocorrer depois da pessoa já ser
portadora do vírus da hepatite B (superinfecção). Na co-infecção, a hepatite pode ser
grave e mesmo fulminante, mas raramente evolui para uma forma crônica. Nos casos de
superinfecção, o VHD provoca uma hepatite aguda grave e evolui para hepatite crônica
em 80% dos casos podendo causar lesões hepáticas graves e contribuir para o
desenvolvimento de cirrose. A evolução para cirrose demora entre cinco a dez anos,
mas pode surgir 24 meses após a infecção. Sintomas, fadiga, letargia, anorexia, náuseas
durante 3 a 7 dias após o período de incubação; depois surgem icterícia, urina escura e
fezes claras. Na superinfecção: na fase aguda são idênticos; na fase crônica, os
sintomas são semelhantes, mas menos intensos.A hepatite D fulminante é rara, mas é
dez vezes mais comum do que noutros tipos de hepatite provocada por vírus.
Caracteriza-se por encefalopatia hepática, mudanças de personalidade, distúrbios no
sono, confusão e dificuldade de concentração, comportamentos anormais, sonolência e,
por último, estado de coma. Até agora, não existe um tratamento cem por cento eficaz, o
interferão tem permitido obter alguns resultados positivos, mas apenas num em cada
dois casos se verifica uma inibição significativa da multiplicação do vírus. A doença,
geralmente, recidiva quando se interrompe o tratamento.Transmitido Através do
contacto com sangue contaminado e fluidos sexuais. Para evitar o contagio é necessário
não dispensar o preservativo nas relações sexuais e não partilhar todo o tipo de objetos
que possam ter estado em contato com sangue contaminado ou de alguém de quem se
desconheça o estado de saúde, incluindo seringas, escovas de dentes, lâminas e outros
objetos cortantes. Não existe uma vacina contra a hepatite D, mas como o vírus Delta só
pode infectar alguém em presença do VHB, a vacina contra a hepatite B previne a
infecção por este vírus.



 A hepatite E, VHE, um vírus ARN da família dos calicivirus.. Tem um período de
incubação entre os 15 e os 45 dias. É mais comum nos climas quentes e o maior perigo
de infecção registra-se nos países em desenvolvimento com condições de higiene e
saneamento básico precárias. A doença, em geral, não é grave, exceto quando ocorre
uma hepatite fulminante (interrupção total ou quase total do funcionamento do fígado).
Esta situação é freqüente nas mulheres grávidas, podendo atingir uma taxa de
mortalidade de 20 por cento, se o vírus for contraído durante o terceiro trimestre de
gravidez. Esta hepatite não se torna crônica. Seu sintoma nos jovens e os adultos, entre
os 15 e os 45 anos, apresentam icterícia, falta de apetite, náuseas, vômitos, febre, dores
abdominais, aumento do volume do fígado e mal-estar geral.
As crianças, em geral, não apresentam sintomas. As infecções são, em geral, limitadas,
a recuperação acontece em pouco tempo e não é necessária hospitalização, exceto em
casos de hepatite fulminante. Transmitido através de alimentos ou águas contaminadas
por matérias fecais, sendo rara a transmissão de pessoa para pessoa.Deve-se evitar o
contagio quando viajar para zonas onde a doença é comum, devem-se redobrar os
cuidados de higiene, ter em atenção o estado da água da rede pública, beber sempre
água engarrafada e selada, consumir frutas e vegetais só depois de cozinhados e evitar o
consumo de marisco crú. Não existe vacina.



Hepatite G, VHG, um vírus composto por ácido ribonucléico (ARN), pertence à família
dos flavivírus.
Tal como o vírus da hepatite C, também apresenta diferentes genótipos. A infecção
pode ocorrer em simultâneo com a infecção pelo VHC, mas os estudos feitos até agora
permitem concluir que este vírus não agrava a hepatite C nem perturba o seu
tratamento.A gravidade da infecção pelo VHG para o organismo humano é baixa ou
quase nula; a infecção é geralmente suave e temporária, havendo apenas relatos muito
esporádicos de hepatite fulminante. 90 a 100 % dos infectados tornam-se portadores
crônicos, mas podem nunca vir a desenvolver uma doença hepática. As pessoas
infectadas com o vírus G não apresentam sintomas. Não existe um tratamento
específico. Transmite-se por via sanguínea, mas desconhecem-se ainda outras formas
possíveis de contágio.O contagio deve ser evitado com o contato com sangue
contaminado e produtos derivados de sangue.



Viver com hepatite



O fígado é um dos mais importantes órgãos do corpo humano e quando está lesionado
perturba todo o funcionamento do organismo, contudo, os doentes com hepatite crônica
podem usufruir de uma vida muito próxima do normal.



Como se alimentar

Não é preciso seguir regimes dietéticos especiais nem é conveniente eliminar alguns
grupos de alimentos sob pena de desequilibrar o organismo, deixando-o com carências
proteicas e vitamínicas agravando assim a sensação de cansaço. No entanto, há casos
em que podem estar indicados alguns cuidados adicionais pelo que é sempre útiln
aconselhar-se com o seu médico.Também deverá saber que não existem chás ou águas
minerais com poderes milagrosos sobre o fígado.
Como se movimentar
A hepatite é geralmente acompanhada por uma sensação de fadiga intensa, mas os
doentes com infecção crônica não deverão ceder a este sintoma. Para lutar contra o
cansaço, sugerem-se alguns conselhos: é necessário fazer uma alimentação equilibrada,
beber água regularmente, dormir bem e preencher o quotidiano e os tempos livres com
atividades.
Como viajar
Em caso de hepatite aguda, o melhor é adiar a viagem para mais tarde, pois o tratamento
exige muito repouso. Na hepatite crônica não é aconselhável a permanência em casa
nem deve abdicar de passeios . As viagens são possíveis e também se aplica o princípio
de necessidade de equilíbrio e bom senso, de controlo e atenção aos fatores que possam
ser prejudiciais ao fígado.
Vida sexual
Não existem impedimentos para um doente com hepatite crônica ter uma vida sexual
ativa, mas devem ser tomadas precauções para não contaminar o parceiro, com destaque
para o uso do preservativo que previne também outras doenças sexualmente
transmissíveis. Os contraceptivos orais não estão contra-indicados em doentes com
hepatite crônica vírica.
 No caso das hepatites B e D, os parceiros sexuais devem ser vacinados contra a
hepatite B. Em relação à hepatite C, embora o risco de contágio seja diminuto, é
aconselhável usar o preservativo durante o período menstrual. O mesmo se passa com
os portadores do vírus da hepatite G, embora não esteja provado que este vírus possa ser
transmitido por via sexual. No que respeita à hepatite A, os casos de contágio sexual são
raros, na hepatite E não estão provados, mas deve evitar-se o sexo oro-anal.

Como gerir a gravidez
A descoberta de hepatite durante a gravidez implica, tal como nos restantes casos, o seu
tratamento. Deve verificar-se se ocorreu a cura espontânea e se a doença não evoluiu
para o estado crônico. Os riscos para o feto são, em geral, limitados, pois a maioria dos
vírus da hepatite não atravessa a barreira placentária, e não existem riscos de
malformações nem de parto prematuro.

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Resumo

  • 1. As hepatites virais são doenças causadas por diferentes agentes etiológicos, de distribuição universal, que têm em comum o hepatotropismo. As hepatites virais são uma causa importante de morbidade e mortalidade e têm tido um grande impacto nas sociedades civilizadas do nosso tempo. A Hepatite é uma inflamção no fígado que,dependendo do agente que a provoca,se pode curar.As hepatites podem ser provocadas por bactérias, por vírus, entre os quais estão os seis tipos diferentes de vírus da hepatite (A, B, C, D, E e G ) e também pelo consumo de produtos tóxicos como o álcool, medicamentos e algumas plantas.Existe ainda as hepatites auto-imunes resultantes de uma perturbação do sistema imunitário que, sem que se saiba porque, começa a desenvolver auto-anticorpos que atacam as células do fígado,em vez de as protegerem.Os sintomas são pouco específicos, semelhantes aos de uma hepatite aguda,podendo, nas mulheres, causar alterações no ciclo menstrual.Uma hepatite pode tornar-se crônica e pode evoluir para uma lesão mais grave no fígado ( cirrose ) ou para o carcinoma hepático ( cancro do fígado ) e em função disso provocar a morte. Mas, desde que detectadas, as hepatites crónicas podem ser acompanhadas, controladas e mesmo curadas. Hepatite A, Vírus do tipo VHA, da família dos picornavírus.O genoma é constituído por ARN (ácido ribonucléico).Encontra-se nas fezes da pessoa infectada.O período de incubação dura entre 20 e 40 dias. Apresentando os sintomas durante o período de incubação, a doença não se manifesta. Inicialmente assemelha-se a uma gripe com febre, mialgias e mal-estar geral, depois aparece a icterícia, a falta de apetite e os vômitos.Não há um medicamento específico.Repouso moderado.A alimentação deve ser rica em proteínas e baixa em gorduras.Sua transmissão é através de alimentos ou de água contaminados por matérias fecais. Consumo de mariscos de viveiros contaminados por água de esgotos. Frutas, vegetais e saladas ou outros alimentos crus, contaminados por água de esgotos. Contato com material fecal.Podendo evitar o contagio através da lavagens das mãos. No convívio com uma pessoa infectada, lavar a louça a temperaturas altas, não partilhar a cama, evitar o sexo oro-anal .Sua prevenção a vacina,existente desde 1991.É dada em duas doses: a segunda, 6 a 12 meses após a primeira.Recomendada para pessoas que viajam com freqüência ou que permanecem um longo período em países onde a doença é comum entre a população. Hepatite B, vírus VHB, da família dos hepadnavírus. O genoma é constituído por ADN (ácido desoxirribonucléico). Encontra-se no homem doente e no portador. Tem um período de incubação lento, entre as seis semanas e os seis meses. Descoberta em 1965, é a mais perigosa das hepatites e uma das doenças mais graves do mundo. Torna-se crônica em menos de 10% dos casos. Pode ser fatal. Nos países em desenvolvimento, as crianças são as mais afetadas, enquanto no mundo industrializado, o vírus é sobretudo transmitido aos jovens adultos, por contacto sexual e na partilha de seringas entre os utilizadores de drogas injetáveis. Os primeiros sintomas são febre, mal-estar, desconforto, dores abdominais; mais tarde surgem icterícia, urina escura e fezes claras. Esta hepatite decorre sem sintomas em 90 por cento
  • 2. dos casos. A hepatite aguda B é tratada com repouso.O tratamento tem uma eficácia de 15 a 45 %.Sua transmissão é através do contacto com sangue contaminado (partilha de seringas e outros materiais usados pelos consumidores de drogas intravenosas, tatuagens, acupuntura, transfusões de sangue e derivados do contacto sexual da transmissão materno-fetal.Seu contagio pode ser evitado através do contato com sangue infetado, não partilhar objetos cortantes e perfurantes que possam ter estado em contacto com sangue contaminado, nem seringas e outros objetos utilizados na preparação e consumo de drogas injetáveis e inaláveis e usar sempre preservativo nas relações sexuais. Também se deve ter cuidado com a colocação de piercings, a realização de tatuagens e de tratamentos de acupuntura, se os instrumentos utilizados não estiverem esterilizados.Os familiares de um portador deste vírus devem fazer a vacina contra a hepatite B. Existe uma vacina contra a hepatite B desde 1981 que tem uma eficácia de 95%. É administrada em três doses e pode ser tomada por todos, desde que não estejam já infectados com o VHB. Hepatite C :Vírus VHC, um vírus ARN da família dos flaviviridus .O período de incubação oscila entre os 15 e os 150 dias. Este vírus tem seis genótipos diferentes e uma grande capacidade de se modificar, o que dificulta a produção de uma vacina eficaz. A infecção pelo VHC evolui para uma hepatite crônica em 80% dos casos. Estima-se que existam 150 mil portadores crônicos do vírus em Portugal. Os principais atingidos são os consumidores de drogas injetáveis e as pessoas que receberam uma transfusão de sangue antes de 1992. Pode evoluir para uma doença hepática grave e é, em Portugal, a principal causa de cancro do fígado. Pode ser fatal. Em 75% dos casos os infectados pelo VHC não apresentam sintomas.Podem ocorrer letargia, mal-estar geral e intestinal, febre, perda de apetite, intolerância ao álcool, dores na zona do fígado e, muito raramente, icterícia. O indivíduo com infecção crônica pelo vírus da hepatite C pode não apresentar qualquer sintoma e, no entanto, estar a desenvolver uma cirrose ou um cancro do fígado. O tratamento da hepatite C crônica faz-se com peginterferão, para impedir a multiplicação do vírus e estimular a destruição das células afetadas. Em situações mais graves, de doença hepática avançada,é necessário fazer um transplante de fígado (o risco de recidiva é de 90 a 100%). Transmitido Através de sangue ou produtos sanguíneos contaminados. A transmissão por via sexual é rara, mas pode ocorrer. Existe um risco de 6% da mãe infectada poder transmitir o vírus ao feto. É freqüente nos tóxicos dependentes intravenosos. Com o despiste sistemático do antí-VHC nos doadores de sangue, a partir de 1992, a hepatite C pós-transfusão tornou-se excepcional.Para evitar o contagioso deve evitar o uso de escovas de dentes, lâminas, tesouras ou outros objetos de uso pessoal que possam ter estado em contato com sangue contaminado. Não partilhar seringas e outros objetos usados na preparação de drogas injetáveis e inaláveis. Usar preservativo nas relações sexuais, sobretudo se tem vários parceiros. Não existe uma vacina para a hepatite C. Hepatite D, vírus VHD (também chamado de vírus Delta)É constituído por ácido ribonucléico (ARN) e é um Viróide.Só se consegue multiplicar em presença do vírus da hepatite B.Tem um período de incubação de 15 a 45 dias.A infecção com o VHD pode
  • 3. ocorrer em simultâneo com a do VHB (co-infecção) ou ocorrer depois da pessoa já ser portadora do vírus da hepatite B (superinfecção). Na co-infecção, a hepatite pode ser grave e mesmo fulminante, mas raramente evolui para uma forma crônica. Nos casos de superinfecção, o VHD provoca uma hepatite aguda grave e evolui para hepatite crônica em 80% dos casos podendo causar lesões hepáticas graves e contribuir para o desenvolvimento de cirrose. A evolução para cirrose demora entre cinco a dez anos, mas pode surgir 24 meses após a infecção. Sintomas, fadiga, letargia, anorexia, náuseas durante 3 a 7 dias após o período de incubação; depois surgem icterícia, urina escura e fezes claras. Na superinfecção: na fase aguda são idênticos; na fase crônica, os sintomas são semelhantes, mas menos intensos.A hepatite D fulminante é rara, mas é dez vezes mais comum do que noutros tipos de hepatite provocada por vírus. Caracteriza-se por encefalopatia hepática, mudanças de personalidade, distúrbios no sono, confusão e dificuldade de concentração, comportamentos anormais, sonolência e, por último, estado de coma. Até agora, não existe um tratamento cem por cento eficaz, o interferão tem permitido obter alguns resultados positivos, mas apenas num em cada dois casos se verifica uma inibição significativa da multiplicação do vírus. A doença, geralmente, recidiva quando se interrompe o tratamento.Transmitido Através do contacto com sangue contaminado e fluidos sexuais. Para evitar o contagio é necessário não dispensar o preservativo nas relações sexuais e não partilhar todo o tipo de objetos que possam ter estado em contato com sangue contaminado ou de alguém de quem se desconheça o estado de saúde, incluindo seringas, escovas de dentes, lâminas e outros objetos cortantes. Não existe uma vacina contra a hepatite D, mas como o vírus Delta só pode infectar alguém em presença do VHB, a vacina contra a hepatite B previne a infecção por este vírus. A hepatite E, VHE, um vírus ARN da família dos calicivirus.. Tem um período de incubação entre os 15 e os 45 dias. É mais comum nos climas quentes e o maior perigo de infecção registra-se nos países em desenvolvimento com condições de higiene e saneamento básico precárias. A doença, em geral, não é grave, exceto quando ocorre uma hepatite fulminante (interrupção total ou quase total do funcionamento do fígado). Esta situação é freqüente nas mulheres grávidas, podendo atingir uma taxa de mortalidade de 20 por cento, se o vírus for contraído durante o terceiro trimestre de gravidez. Esta hepatite não se torna crônica. Seu sintoma nos jovens e os adultos, entre os 15 e os 45 anos, apresentam icterícia, falta de apetite, náuseas, vômitos, febre, dores abdominais, aumento do volume do fígado e mal-estar geral. As crianças, em geral, não apresentam sintomas. As infecções são, em geral, limitadas, a recuperação acontece em pouco tempo e não é necessária hospitalização, exceto em casos de hepatite fulminante. Transmitido através de alimentos ou águas contaminadas por matérias fecais, sendo rara a transmissão de pessoa para pessoa.Deve-se evitar o contagio quando viajar para zonas onde a doença é comum, devem-se redobrar os cuidados de higiene, ter em atenção o estado da água da rede pública, beber sempre água engarrafada e selada, consumir frutas e vegetais só depois de cozinhados e evitar o consumo de marisco crú. Não existe vacina. Hepatite G, VHG, um vírus composto por ácido ribonucléico (ARN), pertence à família dos flavivírus.
  • 4. Tal como o vírus da hepatite C, também apresenta diferentes genótipos. A infecção pode ocorrer em simultâneo com a infecção pelo VHC, mas os estudos feitos até agora permitem concluir que este vírus não agrava a hepatite C nem perturba o seu tratamento.A gravidade da infecção pelo VHG para o organismo humano é baixa ou quase nula; a infecção é geralmente suave e temporária, havendo apenas relatos muito esporádicos de hepatite fulminante. 90 a 100 % dos infectados tornam-se portadores crônicos, mas podem nunca vir a desenvolver uma doença hepática. As pessoas infectadas com o vírus G não apresentam sintomas. Não existe um tratamento específico. Transmite-se por via sanguínea, mas desconhecem-se ainda outras formas possíveis de contágio.O contagio deve ser evitado com o contato com sangue contaminado e produtos derivados de sangue. Viver com hepatite O fígado é um dos mais importantes órgãos do corpo humano e quando está lesionado perturba todo o funcionamento do organismo, contudo, os doentes com hepatite crônica podem usufruir de uma vida muito próxima do normal. Como se alimentar Não é preciso seguir regimes dietéticos especiais nem é conveniente eliminar alguns grupos de alimentos sob pena de desequilibrar o organismo, deixando-o com carências proteicas e vitamínicas agravando assim a sensação de cansaço. No entanto, há casos em que podem estar indicados alguns cuidados adicionais pelo que é sempre útiln aconselhar-se com o seu médico.Também deverá saber que não existem chás ou águas minerais com poderes milagrosos sobre o fígado. Como se movimentar A hepatite é geralmente acompanhada por uma sensação de fadiga intensa, mas os doentes com infecção crônica não deverão ceder a este sintoma. Para lutar contra o cansaço, sugerem-se alguns conselhos: é necessário fazer uma alimentação equilibrada, beber água regularmente, dormir bem e preencher o quotidiano e os tempos livres com atividades. Como viajar Em caso de hepatite aguda, o melhor é adiar a viagem para mais tarde, pois o tratamento exige muito repouso. Na hepatite crônica não é aconselhável a permanência em casa nem deve abdicar de passeios . As viagens são possíveis e também se aplica o princípio de necessidade de equilíbrio e bom senso, de controlo e atenção aos fatores que possam ser prejudiciais ao fígado. Vida sexual Não existem impedimentos para um doente com hepatite crônica ter uma vida sexual ativa, mas devem ser tomadas precauções para não contaminar o parceiro, com destaque
  • 5. para o uso do preservativo que previne também outras doenças sexualmente transmissíveis. Os contraceptivos orais não estão contra-indicados em doentes com hepatite crônica vírica. No caso das hepatites B e D, os parceiros sexuais devem ser vacinados contra a hepatite B. Em relação à hepatite C, embora o risco de contágio seja diminuto, é aconselhável usar o preservativo durante o período menstrual. O mesmo se passa com os portadores do vírus da hepatite G, embora não esteja provado que este vírus possa ser transmitido por via sexual. No que respeita à hepatite A, os casos de contágio sexual são raros, na hepatite E não estão provados, mas deve evitar-se o sexo oro-anal. Como gerir a gravidez A descoberta de hepatite durante a gravidez implica, tal como nos restantes casos, o seu tratamento. Deve verificar-se se ocorreu a cura espontânea e se a doença não evoluiu para o estado crônico. Os riscos para o feto são, em geral, limitados, pois a maioria dos vírus da hepatite não atravessa a barreira placentária, e não existem riscos de malformações nem de parto prematuro.