Sistematizar a assistência de enfermagem é, antes de tudo, oferecer ao paciente/cliente uma assistência de enfermagem determinada em lei, que possa garantir a biossegurança e a continuidade do cuidado nos 3 (três) níveis de atenção à saúde, ou seja, primário, secundário e terciário.
(ALFARO-LEFEVRE, 2005)
2. CENTRO UNIVERSITÁRIO JORGE AMADO - UNIJORGE
Bacharelado em Enfermagem – 4º Semestre
Metodologia Aplicada de Enfermagem
Docente: Ednamare Pereira Silva
Discentes: Genivaldo Ícaro Araújo
Novembro 2014
Salvador/BA
3. O ponto central da Sistematização da
Assistência de Enfermagem é guiar as ações de
enfermagem afim de que possa atender as
necessidades individuais do cliente através de suas
etapas.
(TAYLOR, 2007)
Sistematizar a assistência de enfermagem é,
antes de tudo, oferecer ao paciente/cliente uma
assistência de enfermagem determinada em lei, que
possa garantir a biossegurança e a continuidade do
cuidado nos 3 (três) níveis de atenção à saúde, ou
seja, primário, secundário e terciário.
(ALFARO-LEFEVRE, 2005)
APRESENTAÇÃO
5. A.D.F, 55 anos, feminino, dona de casa, moradora do
bairro de Patamares, Salvador, procurou unidade de
saúde com queixas de dispnéia, tosse produtiva,
astenia, algia na região torácica, refere ganho de
peso de 5kg em 3 meses, presença de úlcera por
pressão grau III em região sacra, informa ser
portadora de DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica) a 2 anos, e de insuficiência renal desde 51
anos, tabagista desde os 18 anos, parou de fumar
desde que descobriu a doença respiratória, nega
etilismo, não pratica atividade física. Ao Exame
Físico apresenta edema nos MMII, evidenciada sutura
em região femoral em MIE devido cirurgia no fêmur
após acidente doméstico. SSVV PA: 140x70mmHg, FC
110bpm/min, FR 25 inc/min, T 37ºC.
CASOCLÍNICO
7. ANAMINESE: Entrevista
Queixa Principal: Dispnéia, tosse produtiva, astenia,
algia na região torácica.
Dados Biográficos:
Nome: Alice Dolores Freitas
Idade: 55 anos
Sexo: Feminino
Moradia: Rua K, 75 Patamares, Salvador/BA
Ocupação: Dona de casa
Estado civil: Viúva
8. ANAMINESE: Entrevista
História da Doença Atual: Paciente refere inicio dos
sintomas ao tentar realizar atividades domésticas, pouco
pesadas, melhorando caso ela repouse e descanse e
piorando caso ela persista. Informa dores mensurada em
07 numa escala de 0 a 10, a dor se localiza no tórax,
porém irradia para membros superiores e inferiores,
interferindo em suas atividades do dia-a-dia. Refere
dispnéia que iniciou há aproximadamente 06 meses, com
piora progressiva, relatando não conseguir realizar suas
atividades habituais em casa pelo menos nos últimos 04
meses.
9. ANAMINESE: Entrevista
História da Doença Pregressa: Nega história de HAS. Um
episódio de acidente doméstico onde resultou em uma
cirurgia do fêmur no MIE à 3 semanas, apresentando
sutura local. Informa internação à 2 anos quando foi
diagnosticado a DPOC.
Histórico Familiar: Familiares relativamente saudáveis,
não apresentam doenças crônicas ou episódios de
internamento hospitalar
Hábitos de Vida/Avaliação Funcional: Pouco convívio
familiar, refere tabagismo dos 18 aos 53 anos de 20
cigarros/dia, nega etilismo, não pratica atividades físicas.
Revisão dos Sistemas: Refere queixas sobre a
Insuficiência renal (sistema urinário), dificuldade de
deambulação (sistema locomotor).
10. EXAME FÍSICO
Inspeção:
Estática: Nota-se o tórax em tonel, pouca
presença de pêlos, pele íntegra sem
presença de cicatrizes ou lesões. Sem
abaulamentos ou retrações, cianose
presente.
Dinâmica: Respiração com amplitude
profunda, arrítmica, uso de musculatura
acessória, tiragem intercostal.
11. EXAME FÍSICO
Palpação:
Traquéia com boa mobilidade, sem atrofias
musculares, sem alteração de sensibilidade, presença
de edema em MMII, ausência de linfonodos,
expansibilidade em ápices e base pulmonares
presente e bilateral, mas com dificuldade de
respiração, frêmito toracovocal presente e normal.
12. EXAME FÍSICO
Percussão:
Região pulmonar apresentando som claro pulmonar,
mas com submacicez em base de hemitórax direito,
área de projeção do coração com macicez cardíaca,
fígado apresenta macicez hepática, região baço
apresentando submacicez esplênica e timpanismo em
região epigástrica.
13. EXAME FÍSICO
Ausculta :
Múrmurio Vesicular presente e bilateral, mas
diminuído e com estertores subcrepitantes em base
de hemitórax direito, som brônquico mais intenso no
manúbrio esternal, som bronquiovesicular mais
intenso nas grandes vias aéreas centrais
14. DIAGNÓSTICO
DE ENFERMAGEM
SEGUNDA ETAPA DA SAE
“Identificação das necessidades básicas Afetadas e
a determinação pelo enfermeiro do grau de
dependência do paciente para o atendimento
dessas necessidades.”
(HORTA, 1979)
15. PROBLEMAS DE ENFERMAGEM
E NHB AFETADAS
PROBLEMAS DE ENFERMAGEM NHB AFETADAS
DISPNÉIA OXIGENAÇÃO
EDEMA EM MMII ELIMINAÇÕES
SUTURA EM MID INTEGRIDADE CUTANEO MUCOSA
ÚLCERA POR PRESSÃO INTEGRIDADE CUTANEO MUCOSA
DEPRESSÃO AUTO ESTIMA
16. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
PROBLEMA DE ENFERMAGEM DOMÍNIO CLASSE
DISPNÉIA
03
Eliminação e
Troca
04
Função
Respiratória
FATOR RELACIONADO
RELACIONADO A DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
CARACTERÍSTICA DEFINIDORA
EVIDENCIADO POR DISPNÉIA
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
VENTILAÇÃO ESPONTÂNEA PREJUDICADA
DISPNÉIA
17. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
PROBLEMA DE ENFERMAGEM DOMÍNIO CLASSE
EDEMA EM MMII
02
Nutrição
05
Hidratação
FATOR RELACIONADO
RELACIONADO A INSUFICIÊNCIA RENAL
CARACTERÍSTICA DEFINIDORA
EVIDENCIADO POR EDEMA EM MEMBROS INFERIORES
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
VOLUME DE LÍQUIDOS EXCESSIVO
EDEMA
18. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
PROBLEMA DE ENFERMAGEM DOMÍNIO CLASSE
SUTURA EM MID
11
Segurança /
Proteção
01
Infecção
FATOR RELACIONADO
RELACIONADO A CIRURGIA FEMORAL
CARACTERÍSTICA DEFINIDORA
*
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
RISCO DE INFECÇÃO
SUTURA
19. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
PROBLEMA DE ENFERMAGEM DOMÍNIO CLASSE
ÚLCERA POR PRESSÃO
11
Segurança /
Proteção
02
Lesão Física
FATOR RELACIONADO
RELACIONADO A DECÚBITO PROLONGADO
CARACTERÍSTICA DEFINIDORA
EVIDENCIADO POR ÚLCERA EM REGIÃO SACRA
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
INTEGRIDADE DA PELE PREJUDICADA
ÚLCERA
20. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
PROBLEMA DE ENFERMAGEM DOMÍNIO CLASSE
DEPRESSÃO
06
Autopercepção
02
Autoestima
FATOR RELACIONADO
RELACIONADO A SOLIDÃO
CARACTERÍSTICA DEFINIDORA
EVIDENCIADO POR DEPRESSÃO
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
BAIXA AUTOESTIMA SITUACIONAL
DEPRESSÃO
21. PLANEJAMENTO
DE ENFERMAGEM
TERCEIRA ETAPA DA SAE
“Consiste em um plano de ações para se
alcançarem resultados em relação a um
diagnósticos de enfermagem.”
(ALFARO, 2005)
23. PLANEJAMENTO DE ENFERMAGEM
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM FATOR RELACIONADO
VENTILAÇÃO ESPONTÂNEA
PREJUDICADA
RELACIONADO A DPOC
PLANEJAMENTOS RESULTADOS ESPERADOS
Utilizar se necessário
oxigenoterapia seguindo
prescrição
Evitar complicações da
patologia
Manter elevação do leito a 90º Melhorar Padrão Respiratório
Manter repouso no leito Melhorar saturação de O2
Observar e registrar padrão
respiratório
Identificar complicações
precocemente
Examinar condições Manter
oximetria de pulso
Identificar alterações na
perfusão
DISPNÉIA
24. PLANEJAMENTO DE ENFERMAGEM
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM FATOR RELACIONADO
INTEGRIDADE DA PELE
PREJUDICADA
RELACIONADO A DECÚBITO
PROLONGADO
PLANEJAMENTOS RESULTADOS ESPERADOS
Mudança de decúbito 2h em 2h Evitar evolução da úlcera
Massagem de conforto 3x ao dia Ativar circulação
Observação e registrar evolução
da cicatrização
Identificar progresso da
cicatrização
Curativo diário Favorecer a cicatrização
Manter leito seco Evitar umidade
ÚLCERA
25. PRESCRIÇÕES
DE ENFERMAGEM
QUARTA ETAPA DA SAE
“É o conjunto de condutas decididas pelo
enfermeiro que direciona e coordena a assitência
de enfermagem ao paciente de forma
individualizada e contínua.”
(HORTA, 1979)
26. PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
VENTILAÇÃO ESPONTÂNEA PREJUDICADA RELACIONADO A
DECÚBITO PROLONGADO RELACIONADO A DOENÇA PULMONAR
OBSTRUTIVA CRÔNICA
PRESCRIÇÕES DE ENFEMRAGEM APRAZAMENTO
Manter cabeceira elevada nas 24 horas M T N
Instalar oxigenoterapia sob cateter nasal a
2litros/min conforme prescrição médica
10
Trocar circuito de oxigênio 1x ao dia 10
Manter ambiente arejado, limpo e calmo M T N
Observar e anotar alterações no padrão respiratório
nas 24 horas
M T N
DISPNÉIA
27. PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
INTEGRIDADE DA PELE PREJUDICADA RELACIONADO A DECÚBITO
PROLONGADO EVIDENCIADO POR ÚLCERA EM REGIÃO SACRA
PRESCRIÇÕES DE ENFEMRAGEM APRAZAMENTO
Mudança de decúbito de 2h em 2h 6 8 10 12 14 16 18
Realizar curativo em região sacra com soro
fisiológico 0,9% + sulfadiazina de prata
10
Instalar curativos hidrocolóides em regiões
com proeminências ósseas
8
Hidratar a pele com hidratante 3x ao dia 8 14 22
Observar e anotar alterações e evoluções da
cicatrização da úlcera em região sacra
M T N
ÚLCERA
28. EVOLUÇÃO
DE ENFERMAGEM
QUINTA ETAPA DA SAE
“A avaliação ou evolução consiste na ação de
acompanhar as respostas do paciente aos cuidados
prescritos e implementados, por meio de
anotações/registros no prontuário ou nos locais
próprios, da observação direta da resposta do
paciente à terapia proposta, bem como do relato
do paciente.”
(TANNURE e PINHEIRO, 2010)
29. EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM
DATA EVOLUÇÃO
10/11/14
20h
Em 6º DIH por DPOC, com sutura em MID devido cirurgia
femural. Evoluiu nas 24h anteriores, eupneico com
19ipm/min, afebril ao toque, medicada com êxito,
glicemia estável, eliminações presentes ao uso de
medicação diurética (total de 1000ml/24h), manteve
humor espontâneo. No momento, lúcida, orientada,
acamada, comunicativa. Ao exame físico: PA
130x90mmHg, FC 90bpm, FR 19ipm, T36ºC, apresenta
mucosas normocrômicas, escleróticas anictéricas, tórax
expansivo e simétricos, ausculta cardíaca com bulhas
rítmicas normofonéticas, ausculta pulmonar com
murmúrios vesiculares presentes sem ruídos
adventícios, abdome globoso devido tecido adiposo,
RHA(+), genitália íntegra, extremidades oxigenadas,
com curativo em MID. Refere aceitação total da dieta,
sono preservado. Segue aos cuidados de
enfermagem.__________________________ASSINATURA
Paciente: Alice Dolores Freitas Leito: 08
Diagnóstico: Doença Pulmonar Obstrutiva Cônica Admissão: 04/11/2014
30. Vimos no desenvolver dessa pesquisa, que a SAE é parte
de um processo que vem sendo desenvolvido ao longo do
tempo por enfermeiros comprometidos em melhorar cada
vez mais o cuidado prestado ao paciente, pois
demonstram a necessidade de cuidado interativo,
complementar e multiprofissional.
A SAE proporciona uma maior autonomia para o
enfermeiro, um respaldo seguro através do registro, que
garante a continuidade profissional, além de promover
uma aproximação enfermeiro – equipe de saúde.
Faz-se necessário que os profissionais de saúde
continuem a busca do aprimoramento contínuo de sua
prática, contribuindo para as ações cada vez mais
embasadas em princípios científicos, o que refletirá na
melhor qualidade de cuidado oferecido a quem cuidamos.
CONSIDERAÇÕESFINAIS
31. JARVIS. Carolyn; Exame Físico e Avaliação de Saúde. Rio de
Janeiro: Copyright by Editora Guanabara Koogan , 2002.
PORTO, Celmo Celeno. Semiologia Médica. 6.ed. Guanabara
Koogan, 2009.
CARPENITO, L. Diagnóstico em Enfermagem. São Paulo: Artes
Médicas, 1998.
NANDA. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e
classificação (2007-2008). Porto Alegre: Artmed, 2007.
BARTHES, Roland. Elementos de Semiologia. Lisboa: 14ª
edição, c1985. p. 103, 2007.
ABEn, Associação Brasileira de Enfermagem. Sistematização da
Assistência de Enfermagem. Disponível em:
<ww.abennacional.org.br/2SITEn/
Arquivos/N.121.pdf> Acessado em 28 de Outubro 2014.
UFG, Universidade Federal de Goiás. Revista Eletrônica de
Enfermagem. Disponível em: <http://www.fen.ufg.br/revista
/v12/n4/v12n4a09.htm> Acessado em 01 de Novembro 2014.
REFERÊNCIAS