Este documento resume uma pesquisa bibliográfica sobre a obra "Dois anos entre os indígenas" do viajante e pesquisador Theodor Koch-Grünberg, que descreve seus estudos etnográficos dos povos indígenas do noroeste da Amazônia entre 1903-1905. A pesquisa analisa o discurso de Grünberg sobre os indígenas para compreender sua perspectiva e como influenciou o pensamento sobre a Amazônia. Grünberg descreve a cultura dos povos, mas também critica a influência europeia e as atrocidades
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
Congresso UFAM sobre povos indígenas
1. XVIII Congresso de Iniciação Científica da UFAM
1
Bolsista do PAC/UEA. Universidade do Estado do Amazonas Av. Djalma Batista 2470 – Chapada CEP 69050-010 - Manaus/AM.
E-mail: casm_marx@hotmail.com
2
Orientador do bolsista PAIC/UEA. Universidade do Estado do Amazonas
3
Acadêmico do Curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Amazonas
O olhar de Grünberg sobre os povos do noroeste da Amazônia denominados
indígenas
Carlos Alberto Saraiva Monteiro*1
, José Vicente de Souza Aguiar2
, André Belo da Silva3
, Hebert José
Balieiro Teixeira3
A presente pesquisa é de cunho bibliográfico da obra do viajante e pesquisador Dr. Theodor Koch-
Grünberg - Dois anos entre os indígenas – Viagens no noroeste do Brasil – (1903-1905), onde aborda os
estudos etnográficos de Grünberg sobre os povos indígenas do Noroeste da Amazônia, os relatos descritos
por ele sobre o que viu e o que ouviu diante dos povos com os quais conviveu nesses dois anos de
viagem. Sua viagem começa pelo Estado do Pará passando por Santarém e Óbidos vindo para o
Amazonas, onde conheceu Manaus, Itacoatiara, Barcelos e outras cidades. Considerado como referência
para a antropologia brasileira, filólogo de formação pela Universidade de Würzburg na Alemanha. Suas
obras influenciaram escritores brasileiros na literatura, como Mário de Andrade em MACUNAÍMA. A
obra do autor faz uma apresentação sobre costumes, crenças, valores, produção artística, alimentação e
cultura através de registros escritos, fotos e desenhos. Também faz comentários e críticas sobre os povos
mencionando a influência dos europeus e as atrocidades cometidas por estes sobre os indígenas. A
pesquisa da obra tem como principal objetivo registrar, analisar e interpretar o discurso impregnado na
obra sobre o indígena, ou seja, sobre o “outro”. E com isso compreender o olhar de Grünberg sobre os
povos do Amazônia e de que forma contribui para a construção do pensamento do homem Amazônida nos
dias de hoje. Antes de abordar a obra houve uma preparação para o método de abordagem. Há princípio,
buscamos compreender dentro de uma análise dialética partindo como referência na pesquisa social a
Minayo (2004), na obra Pesquisa social: teoria, método e criatividade e no auxílio metodológico de
descrição e observação dos dados de Rezende (1999), em Pierre Bourdieu e o Estruturalismo. Em
seguida, foi necessário a compreensão de cultura nos seus diversos aspectos históricos adotando a
compreensão de cultura que segundo Hall (1997), a cultura está inserida na linguagem e dos sistemas de
classificação que consideramos como naturais, contudo, não deixam de ser fenômenos discursivos e para
adentrar nas pesquisas de Grünber estudamos Veiga-Neto (1993), que vem trabalhar a questão da cultura
e a escola. As discussões que foram feitas estão relacionadas com a compreensão do homem Amazônico
no olhar dos viajantes especificamente em Grünberg (século XIX) que tem influência do humanismo e
positivismo muito presente na época e mantido nos dias atuais. A obra descreve a vivência entre os
indígenas bem como a natureza das paisagens. Contudo o autor manifesta entusiasmo para algumas coisas
como ver um conterrâneo no meio da viagem, bem como valorizando algumas artes e desvalorizando
outras das tribos indígenas, as noções de beleza de estética, de civilização e de desenvolvimento são
descritas tomando como referencia padrão do europeu. E tudo isso aparece de forma explícita e
principalmente de forma implícita sobre o olhar do europeu sobre os povos desta região. O homem
Amazônico é aquele que está voltado para a natureza, simples, ingênuo e bom. Que embora sejam vistos
de bom agrado pelo autor, a civilização não está presente nestas regiões remotas e quando algo
“verdadeiramente civilizado” acontece em um determinado lugar é porque lá há a presença do europeu
e/ou os costumes deles.
Palavras Chave: Povos indígenas, cultura, literatura.