O conceito de “estratégia” pode ser um tanto abstrato para universitários. Pode ser melhor começar essa discussão pedindo aos alunos alguns exemplos de “estratégia de negócios”. Você também pode perguntar a eles a estratégia que eles acreditam que empresas renomadas adotam. Pergunte sobre Apple, Microsoft, Ford, AT&T Wireless, Coca-Cola, Google, ou qualquer outra empresa conhecida. Por fim, diga-lhes que a ideia de estratégia está relacionada a um desempenho melhor do que o de outras empresas no mesmo setor. Como é possível alcançar esse feito?
Esse caso demonstra como as empresas de um mesmo setor (telecomunicações) podem almejar objetivos e tecnologias bastante distintos. A AT&T persegue sua estratégia de celulares sem fio (setor no qual a Verizon é a maior e mais forte), e a Verizon segue uma política mais sofisticada que abarca a excelência tanto em redes sem fio e cobertura, quanto no serviço FiOS, que pode concorrer com os sistemas a cabo no ramo de conexões banda larga domésticas.
O modelo de Porter é o modelo competitivo mais conhecido. Proposto há mais de 30 anos, ele ainda é um resumo da situação estratégica de uma empresa em um amplo ambiente organizacional. O modelo concentra-se na estrutura do setor (ou no ambiente das empresas) como determinante na tomada de decisões administrativas relacionadas a estratégias organizacionais. Os administradores não criam estratégias “do nada”. Eles observam a situação competitiva no setor e consideram maneiras de colaborar e de ser bem-sucedido naquele ambiente.
Uma boa maneira de ensinar esse modelo é tomar como exemplo um setor específico e pedir aos alunos que completem as caixas no modelo (começando pelas caixas relacionadas ao ambiente). Qualquer setor pode ser analisado: automóveis, computadores pessoais, smartphones, etc.
Os sistemas de informação sempre exercem uma influência importante na definição e no alcance de objetivos estratégicos da empresa. Algumas vezes, eles são tangenciais: a Coca-Cola, por exemplo, não faz uso intenso da tecnologia e mantém seus diferentes produtos através de esforços de marketing e fortalecimento da marca. Outras empresas estão usando SIs com intensidade para alcançar vantagens competitivas. Dentre elas, estão Walmart, Facebook, Amazon e Google.O primeiro passo na utilização de sistemas de informação na sua empresa é ter certeza de que os objetivos dos sistemas estão alinhados aos objetivos de negócios.
No setor de varejo físico, que inclui cosméticos e gêneros alimentícios, as chaves para o sucesso são eficiência na movimentação de produtos, minimização de estoque e tempos de espera entre recebimento do produto e venda para o cliente.
Peça aos alunos que lhe ajudem a construir uma lista de produtos e serviços realmente exclusivos. Pode ser divertido solicitar que os alunos incluam empresas locais nessa lista. Podem existir pizzarias, teatros ou restaurantes exclusivos na vizinhança que lhe ajudem a exemplificar o tema da diferenciação do produto como uma estratégia competitiva.
Peça aos alunos exemplos de lojas virtuais que atendam a um nicho bastante específico do mercado; por exemplo, pessoas com passatempos diferentes, interesses especiais ou visões culturais e políticas distintas da maioria.
Peça aos alunos que descrevam empresas que parecem realmente “se preocupar com os clientes” ou que ofereçam um ótimo atendimento aos mesmos e peça que discutam sobre elas. Se a discussão for difícil, peça que falem sobre empresas que prestam um atendimento deficiente aos clientes. Nessas discussões, pergunte aos alunos de que maneira os SIs poderiam ajudar na relação com o consumidor.
Algumas empresas perseguem múltiplas estratégias, embora muitas adotem somente uma. A Apple, por exemplo, oferece produtos altamente diferenciados vendidos a um preço premium. Ela nunca adota a estratégia de preços baixos, mas produz uma série de produtos para nichos. A General Motors adota tanto a estratégia de produtos diferenciados com preços altos (GMC Yukons e Cadillac) quanto a de carros mais acessíveis e econômicos (Chevy Aveo).
Vale a pena observar as empresas de cartão de crédito do ponto de vista da análise competitiva. Existem somente três grandes empresas no setor: Visa, MasterCard e American Express. É claro que existem cartões de lojas oferecidos por diferentes bancos e empresas. Como as três maiores competem entre si? Que estratégias adotam? Qual o papel dos SIs nessas estratégias?
Peça aos alunos que lhe ajudem a montar uma lista de setores que foram fortemente impactados pela Internet e pela Web. Em seguida, para cada setor citado, peça que descreva de que modo a Internet modificou o setor. Da perspectiva do consumidor, como a Internet mudou o setor?
A análise de setor de Porter não é o único modelo de estratégia competitiva. Na cadeia de valor (que é um modelo de processo de negócios), as empresas alcançam vantagens competitivas quando se tornam mais eficientes; o que não significa adotar preços baixos. Os ganhos com a eficiência podem ser retidos pelas empresas como grandes lucros, dependendo da situação competitiva na qual se encontram. O Walmart, por exemplo, adota um modelo de cadeia de valor para alcançar preços mais baixos, mas não tão baixos que cheguem a gerar lucros (margens) mais baixos.
Você pode pedir a um único aluno que descreva o modelo de cadeia de valor na empresa na qual trabalha ou já trabalhou. Em seguida, peça a esse aluno que fale sobre como os sistemas de informação são ou eram utilizados em cada etapa da cadeia de valor.
O fenômeno no qual diversas empresas cooperam umas com as outras de modo a oferecer aos clientes um único produto ou serviço é conhecido por muitos nomes. Algumas vezes, ele é chamado de empresa estendida, empresa virtual, empresa de contratos etc. em grande parte, as empresas sempre dependeram de fornecedores, parceiros de logística (transporte rodoviário e ferroviário), e de distribuidores que incluam lojas de varejo. Na era da Internet, entretanto, esse tipo de dependência acontece de modo muito mais amplo e contínuo. Uma pequena empresa virtual costuma trabalhar com uma empresa de projetos a milhas de distância, uma empresa de software de outro continente e vende seus produtos utilizando o programa Ad Word, do Google. O cliente recebe um único produto ou serviço coproduzido por muitas empresas que trabalham em conjunto.
Outros modelos de estratégia competitiva não se baseiam nos processos de negócios e nas cadeias de valor, mas nas competências essenciais da empresa. Muitas vezes, não pensamos no que as empresas são realmente boas, mas a ideia é que a empresa se concentre no que realmente faz bem, melhor do que qualquer concorrente, e que se torne bem-sucedida sendo o produtor mais eficiente de produtos e serviços de maior qualidade. Na pior das hipóteses, a empresa não deve se envolver em uma variedade de negócios que são, no máximo, medíocres. O papel da TI nesses modelos de competição costuma ser o de ferramenta que ajuda a alcançar os melhores produtos e serviços da categoria. Isso pode incluir seu uso como ferramenta colaborativa, ferramenta de coordenação e agregadora ou armazenadora de conhecimento para a empresa, de forma que o mesmo possa ser amplamente compartilhado.
As estratégias competitivas baseadas em rede normalmente se concentram em oportunidades na Internet e em empresas virtuais. Aqui, a ênfase está nos produtos e serviços que possam se tornar “virais”, ou seja, tirar vantagem do fato de que existem milhões de pessoas on-line e que, se elas gerarem mensagens positivas sobre seu produto, em poucas horas milhões de pessoas o conhecerão. Isso explica por que alguns serviços como Twitter, Facebook e YouTube cresceram tanto. Outra estratégia de rede distinta é utilizar a Internet para encontrar parceiros e colaboradores que possam aumentar o poder de pequenas empresas.
Grande parte das tecnologias criadas ao longo da história foram “disruptivas”, no sentido de que seu uso produz produtos e serviços superiores a um custo inferior. Os automóveis são certamente um exemplo desse tipo de tecnologia, pois há centenas de anos eliminou quase que totalmente o setor de carroças. Com a Internet não é diferente, já que ela torna alguns setores obsoletos e incapazes de competir. Ajude os alunos a fazer uma lista dos setores negativamente afetados pela Internet.
Certamente um dos impactos mais disruptivos da Internet foi espalhar empregos por um mercado de trabalho mundial, com cargos industriais sendo transferidos para os países de rendas mais baixas. No passado, as barreiras de comunicação eram tão severas que seria impossível coordenar o desenvolvimento paralelo de produtos e serviços nos Estados Unidos e na China, ou na Índia. Atualmente, com a criação de comunicação instantânea pela Internet através de e-mail, bate-papo e vídeo, o custo de operação global diminuiu e até as pequenas empresas estão atuando em caráter mundial.
A maioria dos produtos eletrônicos usados atualmente é “global”, no sentido de que projeto, produção e distribuição acontecem quase que em todos os continentes. Até mesmo os automóveis estão se tornando cada vez mais globais.
Existem muitas maneiras de configurar um sistema de informações global e as variações dependem, em grande parte, do tipo de empresa. Atualmente, muitas delas possuem grandes centros de processamento de dados espalhados pelo mundo para gerenciar suas necessidades locais de informação. Alguns são mais centralizados do que outros. Em geral, a tendência era conceder certa autonomia às regiões, mas essa estratégia caiu em desuso à medida que as empresas experimentaram as eficiências de um único produto, serviço ou banco de dados global.
Certamente uma estratégia é produzir o produto ou serviço de mais alta qualidade e cobrar de acordo com o que se oferece. Historicamente, os sistemas de informação têm desempenhado papel fundamental no movimento da qualidade, viabilizando sua avaliação e auxiliando os administradores a modelar e otimizar os processos de negócios.
Este slide lista algumas das situações mais comuns nas quais os SIs desempenharam papel central no movimento de qualidade.
Se sua empresa possui os processos mais eficientes e de mais alta qualidade, o resultado é que acontecem poucos erros e, portanto, você tem uma vantagem competitiva. Entretanto, essa vantagem pode desaparecer muito rápido à medida que sua concorrência aumenta e acaba alcançando seu nível. Uma solução é manter um processo contínuo e um incremento de melhoria que faça com que seus processos estejam sempre à frente. Um ponto importante deste livro é permitir que os alunos saibam que não adianta conectar computadores e esperar por milagres. É preciso refletir sobre os processos de negócios e descobrir como melhorar e, então, descobrir como a TI pode aprimorar esses processos ainda mais.
Houve um tempo em que a reengenharia era uma abordagem altamente adotada para implementação rápida de mudanças nas empresas. Ela costumava resultar na simplificação profunda de processos de negócios antiquados, causando alterações severas na força de trabalho que acabavam resultando em demissões. A maioria dos grandes esforços de reengenharia não produzia os resultados prometidos, ou produzia resultados em áreas muito limitadas da empresa e que causavam pouco impacto na eficiência e na produtividade globais. Atualmente, a reestruturação de um setor ou de uma empresa costuma acontecer por meio do impacto que os mercados globais causam nas empresas, e não mais como uma forma planejada de mudança social.