2. BARROCO: ORIGENS
O Barroco foi um período estilístico e filosófico da
História da sociedade ocidental, ocorrido durante os
séculos XVI e XVII (Europa), inspirado no fervor
religioso da Contra Reforma, por isso mesmo nasce
em Roma. O termo Barroco advém da palavra
portuguesa homónima que significa "pérola
imperfeita”.
3. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
• Embora tenha o Barroco assumido diversas
características ao longo de sua história, seu
surgimento está intimamente ligado à Contra-
Reforma. A arte barroca procura comover
intensamente o espectador. Nesse sentido, a Igreja
converte-se numa espécie de espaço cénico, num
teatro onde são encenados os dramas.
• Contrariamente à arte do Renascimento, que pregava
o predomínio da razão sobre os sentimentos, no
Barroco há uma exaltação dos sentimentos, a
religiosidade é expressa de forma dramática, intensa,
procurando envolver emocionalmente as pessoas.
4. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
• De certa maneira, assistimos a uma retomada do
espírito religioso e místico da Idade Média, numa
espécie de ressurgimento da visão teocêntrica do
mundo. E não é por acaso que a arte barroca nasce em
Roma, a capital do catolicismo.
• O ênfase que a arte Barroca deu à grandiosidade é vista
como um reflexo do absolutismo.
5. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
• Arte de Fusão (da arquitectura, escultura, da
pintura e da ornamentação) visível em igrejas e
palácios e na organização de festividades
enriquecidas com músicas e dança;
• Desejo de solenidade (absolutismo);
• Dinamismo (movimento);
• Gosto pelo contraste, antíteses;
• Novos temas: a apoteose, o retrato de estado; a
paisagem; pintura de género, naturezas mortas
e caricaturas;
6. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
• Gosto do excesso/horror ao vazio;
• Teatralidade/Dramatismo;
• Contraste com o Renascimento (decoro,
geometria, idealismo);
• Gosto pelo cómico e pelo ridículo;
• Bozzeto (pequena pintura executada à maneira de esboço como
esquema preparatório);
• Gosto pelas Ilusões (trompe l`oeil);
• Realismo posto na exploração, do trivial e do
quotidiano.
9. ARQUITECTURA BARROCA
A arquitectura barroca italiana, de estilo triunfal e dinâmico,
caracteriza-se basicamente por:
• 1º) Planta centralizada: circular, octogonal, etc., a planta
centralizada permite boa acústica e excelente visualização do altar-
mor;
Igreja do Santo André ao Quirinal
10. ARQUITECTURA BARROCA
• 2º) Um uso dinâmico e exagerado de formas clássicas (os muros
são trabalhados como esculturas) e uso de curva e contracurva nas
fachadas dos edifícios (movimento);
Guarino, Guarini, Palácio Carignano
F. Borromini, cúpula de S. Carlo alle
Quattro Fontane
11. ARQUITECTURA BARROCA
• 3º) Efeitos ópticos deslumbrantes e enganadores no
interior dos edifícios, especialmente em cúpulas.
F. Borromini, cúpula de S. Carlo alle
Quattro Fontane
12. ARQUITECTURA BARROCA:
ILUSÕES ÓPTICAS
Pietro Cortona, Glorificação do Pontificado de Urbano VIII
13. ARQUITECTURA BARROCA
• 4º) uso de elementos novos como colunas torsas
(helicoidais ou salomónicas) e de esculturas sobre arcos
e tímpanos;
Baldaquino, elaborado por
Bernini
14. BALDAQUINO DE S. PEDRO
• Realizado em bronze dourado,
mármore e madeira; mede 29 m
de altura. É um dossel para cobrir
o altar maior;
• Um templo dentro do templo,
trata-se da primeira encomenda
do papado a Bernini;
• A genialidade desta obra de
Bernini está no seu carácter
gigantesco e espectacular que
busca o contraste (cor escura face
ao branco das colunas, o
movimento elíptico face à
linearidade das colunas, no
entanto, integra-se no conjunto:
convida a valorizar a obra de
Miguel Ângelo (a cúpula do
espaço central).
Bernini, Baldaquino, Roma
15. URBANISMO BARROCO
• A grande obra arquitectónica
de Bernini é a colunata da
Praça de S. Pedro do
Vaticano. A monumental
basílica necessita de um
padrão adequado para a
recepção das peregrinações.
Bernini concebe duas
colunatas gigantescas que
avançam para os fiéis,
abraçando-os e conduzindo-os
para o templo. A altura
variável das colunas realça a
Colunata elaborada por Bernini. perspectiva da cúpula de
Miguel Ângelo e confere ao
conjunto uma formosa ordem
teatral.
16. CONCLUINDO...
• Cria grandes fachadas e cúpulas altas, de
formas dinâmicas e onduladas, onde o jogo de
luz-sombra é acentuado;
• É povoada por colunas de ordem colossal,
algumas vezes torsas, que anulam os efeitos de
harmonia implantados no renascimento;
• Convive graciosamente com as esculturas, que
abundam em arcos, frontões e tímpanos;
• Enfim, a arquitectura barroca possui um alto
valor cenográfico.
18. A ESCULTURA BARROCA
• Intenso dramatismo;
• Exuberância das formas;
• Expressões teatrais e
movimento;
• Na Itália, destacou-se o
trabalho de Bernini;
• A escultura barroca teve um
importante papel no
complemento da
arquitectura, tanto na
decoração interior como
exterior;
• A estatuária habitual era
composta por anjos, santos,
virtudes cristãs, alegorias
mitológicas;
Bernini, Êxtase de Santa Teresa
19. A ESCULTURA BARROCA
• Realismo;
• Destacam-se as expressões
faciais e as características
individuais, cabelos, músculos,
panejamentos, etc;
• As estátuas equestres, típicas
neste período, relacionam-se
com a imagem triunfal do herói,
geralmente o monarca
absolutista;
• Os materiais utilizados eram
muito diversos. Sendo os mais
habituais o bronze dourado, o
mármore e a madeira
policromada.
Apolo e Dafne, Bernini
20. Outros Exemplos...
• Este trabalho, feito em bronze,
foi a primeira estátua equestre
realizada em Portugal;
• O rei, vestindo uma capa e um
elmo de plumas, monta um
magnífico cavalo que pisa as
serpentes da ignorância. Esta
é talvez a alegoria mais
pungente deste conjunto
equestre;
• Modelo copiado: a estátua
equestre de Luís XIV em
Versailles.
Estátua de S. José. Autoria de
Joaquim Machado de Castro
21. CONCLUINDO...
• A escultura religiosa católica serviu os propósitos
contrarreformistas e, nesse sentido, desenvolveu
programas iconográficos que glorificavam os santos
mártires e as virtudes cristãs;
• Outra linha de produção destacava a imagem heróica
dos grandes, em estátuas funerárias ou equestres, na
tradição clássica recuperada pelo Renascimento;
• As alegorias são típicas das composições deste período:
personificações de valores e de ideias (como a Justiça,
a Morte ou o Tempo);
• A escultura assume um valor teatral e cenográfico, com
efeitos dramáticos e exuberantes, com linhas
movimentadas e expressões sentimentais.
23. CARACTERÍSTICAS
DA PINTURA BARROCA
• A pintura barroca em Itália, tal como a escultura,
seguiu os condicionalismos religiosos e
obedeceu a um objectivo ideológico
contrarreformista. Este tipo de pintura foi
divulgado em parte noutros países católicos
como a França, a Espanha e Portugal.
• Assim, os temas iconográficos principais são:
anjos, santos, martírios, a Virgem Maria e Cristo
na Cruz, a Morte e o Pai Tempo (Vanitas).
• Estes temas sugerem piedade, devoção,
emoção e êxtase.
24. A PINTURA BARROCA
• Utilização de cores intensas;
• Jogo de luz e sombras para dar a noção de
profundidade;
• Movimento;
• Forte expressão de sentimentos/dramatismo;
• Composições assimétricas na diagonal;
• Naturezas–mortas.
25. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA
PINTURA BARROCA
• Se revela num estilo
grandioso, monumental,
retorcido, substituindo a
unidade geométrica e o
equilíbrio do renascimento;
• Acentuado contraste de claro-
escuro, expressando os
sentimentos - era um recurso
que visava intensificar a
sensação de profundidade;
• Realista, abrangendo todas as
camadas sociais;
Caravaggio, S. João Baptista
26. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA
PINTURA BARROCA
• Escolha de cenas no seu
momento de maior intensidade
dramática;
• A luz não aparece por um
meio natural, mas sim
projectada para guiar o olhar
do observador até o
acontecimento principal da
obra, como acontece na obra
ao lado, S.Mateus e o Anjo
(c.1602) de Caravaggio;
• Podemos citar como exemplos
de artistas barrocos:
Caravaggio, Rubens,
Rembrandt, Velázquez, Vermeer
e El Grego.
27. ...ainda Caravaggio...
• Caravaggio tomava emprestada
a imagem de pessoas comuns
das ruas de Roma para retratar
Virgem Maria e os Apóstolos.
• Caravaggio levou este princípio
estético às últimas
consequências, a ponto de ter
sido acusado de usar o corpo
de uma prostituta colhida morta
do rio Tibre para pintar a Morte
da Virgem. Esta foi uma das
duas mais importantes
características das suas
pinturas: retratar o aspecto
mundano dos eventos bíblicos
usando o povo comum das ruas
de Roma.
A Morte da Virgem, (1601-06)
Museu do Louvre, Paris
28. ...ainda Caravaggio...
• A outra característica
marcante foi a dimensão e
impacto realista que deu aos
seus quadros ao usar um
fundo sempre raso, obscuro,
muitas vezes totalmente negro
e agrupar a cena em primeiro
plano com focos intensos de
luz sobre os detalhes,
geralmente os rostos. Este uso
de sombras e luz é um dos
aspectos mais marcantes nos
seus quadros. Os efeitos de
iluminação que Caravaggio
criou receberam um nome
Crucificação de S. Pedro específico: tenebrismo.
(1600-01), igreja de Stª Maria
del Popolo, Roma
30. Diego Velázquez
• Gosto pelo comum;
• Realismo;
• Contraste de cor e
luz;
• Cores quentes;
• Gosto pelas
tabernas, adegas.
O vendedor de Água de
Sevilha
32. Rembrandt
• Titulo Original: “Esboço da Pintura da Grande Sala of
Cleveniers Doelen, no qual o jovem Heer van
Purmerlandt, como capitão, ordena ao seu tenente, Heer
van Vlanderdingen, que leve a companhia para fora;
• Retrato de grupo;
• O quadro é construído a partir de retratos «tipos»
individuais;
• Rembrandt mostra o seu virtuosismo através do uso do
contraste de cor;
• Sentido de celebração;
34. Rembrandt
• Realismo;
• Representação fiel dos objectos;
• Expressão do movimento e do patético;
• Grande preocupação com o tratamento da
luz e cor.
35. VERMEER
• Pintura de Interiores
(Característica própria da pintura
holandesa);
• Cenas Íntimas;
• Soberba técnica de
desenho (realismo);
• Perspectiva;
• Soberbo domínio de
luz;
• Harmonia Cromática.
Vermeer, A Cozinha
36. NATUREZAS-MORTAS
• Os compradores de Arte
holandeses preferiam
paisagens, naturezas-mortas
e cenas do dia-a-dia.
• Preocupação com a luz
sobre os objectos;
• Representação da
beleza dos objectos,
captados num dado
momento.
Willem Kalf, Natureza-morta
37. NICOLAS POUSSIN - FRANÇA
• Mostra influências
renascentistas
(paisagem e coluna
dórica);
• Sínte se música
celestial e terrena;
• Grande trabalho de
cor e luz.
Poussin, Santa Cecília
38. Finalmente, e por conclusão:
• Caravaggio retomou uma linha realista de
produção, dando atenção aos pormenores
naturais e a modelos populares;
• Desenvolveu um jogo de luz e sombra muito
intenso, que o caracterizou e que criou a escola
tenebrista na pintura;
• Essa técnica permitiu-lhe um valor espiritual
acrescentado nos temas religiosos que
trabalhou;
• O dramatismo das suas obras serviu
magnificamente os propósitos da Igreja
Católica.