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O PAPEL DOS ESPAÇOS NÃO-FORMAIS DE EDUCAÇÃO NA PRODUÇÃO DE
GUIAS DIDÁTICOS POR LICENCIANDOS EM BIOLOGIA DA FFP/UERJ.

Regina Mendes (Doutora em Educação, NUPEC/FFP/UERJ);
Rafael Augusto R. Brito (Licenciando em Ciências Biológicas, FFP/UERJ).

Os espaços não-formais de educação têm contribuído fortemente para a melhoria e
diversificação do ensino, principalmente do ensino de ciências. Dentro desta perspectiva,
destacam-se os museus, espaços de ciência, parques, áreas de proteção ambiental,
zoológicos e jardins botânicos. Neste trabalho, mostramos como essas instituições podem
auxiliar licenciandos em ciências biológicas a perceber como os conceitos estudados na
graduação estão presentes nas interações ambientais, sociais e culturais proporcionadas por
esses espaços, e a sua potencialidade para o ensino básico. Para isso, descrevemos a
produção de guias didáticos sobre essas instituições pelos licenciandos em Biologia da
FFP/UERJ que cursam a disciplina Laboratório de Ensino III. Nesta disciplina, que aborda
os temas ecologia e diversidade biológica aplicados à escola básica, os licenciandos têm a
oportunidade de desenvolver habilidades técnicas, conhecimentos teóricos sistematizados e
estratégias pedagógicas a partir de visita a uma instituição não-formal de educação, com a
posterior elaboração de um guia didático sobre a mesma. Os guias didáticos produzidos
pelos licenciandos devem abordar os assuntos “ecologia e diversidade biológica”,
apresentando tópicos como a história da instituição, suas exposições e acervo. Os
licenciandos contribuem criativamente, elaborando roteiros originais de visitação. Os guias
didáticos são pensados para auxiliar professores da educação básica que desejam visitar
estas instituições com seus alunos. Até o momento, 21 guias didáticos já foram produzidos,
abordando diversas instituições presentes no estado do Rio de Janeiro.

Introdução

Os espaços não-formais de educação têm contribuído fortemente para a melhoria e
diversificação do ensino, principalmente do ensino de ciências. Sua contribuição para a
educação formal vem pautada tanto pela preocupação dos professores em diversificar as
abordagens, espaços, tempos e práticas no processo de ensino aprendizagem, quanto num
debate permanente entre aqueles envolvidos com os espaços não-formais de ensino sobre o
papel educativo dessas instituições (VALENTE et al, 2005; CAZELLI et al, 1998).

Dentro desta perspectiva, museus, espaços de ciência, parques, áreas de proteção
ambiental, zoológicos e jardins botânicos destacam-se como espaços não-formais de
ensino de ciências e biologia. Neste trabalho, mostramos como essas instituições podem
auxiliar licenciandos em ciências biológicas a perceber como os conceitos estudados na
graduação estão presentes nas interações ambientais, sociais e culturais proporcionadas por
esses espaços, e a sua potencialidade para o ensino básico. Com o objetivo de mostrar
como promover essa triangulação na aprendizagem dos licenciandos, descrevemos aqui
uma atividade prática realizada semestralmente na disciplina Laboratório de Ensino III, do
currículo básico obrigatório da licenciatura em ciências biológicas da Faculdade de
Formação de Professores da UERJ. Essa atividade é a produção de guias didáticos sobre
instituições de educação não-formal, voltados para professores da educação básica.

Entretanto, antes de mostrarmos como os guias didáticos têm sido produzidos pelos
licenciandos em Biologia da FFP, situaremos a importância dos espaços não-formais de
ensino para a educação formal, assim como o debate sobre as especificidades dessas
instituições.

A Ciência no Museu e o Ensino de Ciências

Apesar de haverem se disseminado no Brasil principalmente a partir da década de 1980, os
primeiros museus brasileiros com temática científica surgiram no início do século XIX,
como nos conta Valente e colaboradoras:
“Os primeiros museus brasileiros possuíam temática científica, como observa Lopes
(1996), uma decorrência da exuberância da natureza brasileira. O Museu Nacional do Rio
de Janeiro, criado em 1818 e organizado durante um século, foi a primeira instituição
brasileira dedicada primordialmente à história natural. O Museu Paraense Emílio Goeldi,
em Belém, no Pará, criado em 1866, e o Museu Paulista, conhecido anteriormente como
Museu do Ipiranga, criado em São Paulo, em 1894, são exemplos de instituições dedicadas
às ciências naturais e consolidadas a partir da segunda metade do século XIX (...)”.
(VALENTE et al, 2005:186).
Voltados primeiramente para a elite aristocrática e intelectual, os museus foram
diversificando aos poucos seu público. A partir do início do século XX, eles passam a
buscar a população em geral. Para essas mudanças, contribuíram a diversificação dos
espaços de produção científica, o advento da tecnologia e o crescimento do papel da
educação não só na formação intelectual dos indivíduos, mas também na sua formação
cultural. Com isso, cresce a importância dos museus como espaços educativos e
multiplicam-se, na sociedade, outras instituições não-formais de educação, incluindo
aquelas voltadas para as ciências físicas e biológicas.

Apesar das discussões atuais sobre o papel social dos museus indicarem que a dimensão
educativa tem ocupado demasiado espaço nos seus objetivos, deixando de lado outras
dimensões importantes — como a dimensão cultural, por exemplo —, é imprescindível
dizer que esta faceta dos museus de ciência tem atraído para estes e outros espaços de
ciência, de forma incontestável, um público fiel e assíduo, composto por professores da
educação básica e seus alunos. Neste sentido, é possível compreender as perspectivas
apresentadas por professores sobre a relação museu-escola, quando sinalizam o museu
como um instrumento pedagógico (CAZELLI et al, 1998:09).

Em levantamento realizado por Cazelli e colaboradores, professores participantes de um
curso em uma instituição não-formal de educação sinalizaram objetivos diversificados para
uma visita. Os autores dividiram esses objetivos em três dimensões, a saber: 1. alternativa
de prática pedagógica; 2. conteúdo científico; e 3. ampliação da cultura. Com relação à
forma de organização da visita com os alunos, outras dimensões também foram
consideradas, como a geração de motivação nos alunos, por parte do professor, antes da
realização da visita; e a seleção dos alunos para participação na visita. Os autores
comentam que poucos professores referiram-se a procedimentos administrativos, como
pedidos de autorização junto à escola, à instituição ou aos colegas. E que alguns deles
afirmaram não ter realizado planejamento algum para a realização da visita (CAZELLI et
al, 1998:07).

Neste sentido, entendemos que os professores percebem o papel pedagógico das
instituições de educação não-formal e utilizam-nas com este fim, mas muitas vezes seus
objetivos se perdem em meio às dificuldades em planejar com mais cuidado essa visita.
Acreditamos que esse planejamento traz uma segurança para o professor, potencializando o
alcance de dimensões desses espaços de educação não-formal que vão além da apreensão
do conteúdo científico; proporcionando uma diversificação da prática pedagógica que
inclui tanto elementos sócio-culturais quanto aqueles relacionados ao lazer e à ludicidade.
O Guia Didático “Memória da Biologia na Cidade de São Paulo”

A idéia para o trabalho de produção de guias didáticos por alunos da licenciatura em
ciências biológicas da FFP/UERJ surgiu a partir da leitura do guia didático “Memória da
Biologia na Cidade de São Paulo”1, lançado por ocasião do IX EPEB2. Neste guia,
encontramos informações sobre 4 instituições paulistas ligadas às ciências biológicas: o
Museu de Zoologia, o Instituto de Botânica, o Parque Zoológico e o Instituto Butantan.
Segundo as autoras, além de buscar divulgar “aspectos da história, da coleção, das
exposições e das atividades educativas” realizadas por essas instituições, o guia didático
pretendia “fornecer sugestões para que os diferentes grupos de educadores preocupados
com o ensino e a divulgação científica” pudessem utilizar esses locais, encontrando no guia
propostas de atividades educativas a serem realizadas nessas instituições (MARANDINO
et al., 2004:05).

Em vista de cumprirem seus objetivos, as autoras organizaram 5 seções diferentes para
falar sobre cada uma das instituições escolhidas (MARANDINO et al., 2004:06):
1) Um pouco de História – destaca aspectos relevantes da história de cada instituição. Os
dados apresentados são oriundos de documentos publicados e de consultas feitas às
instituições.
2) Coleções – aponta os acervos que cada uma das instituições abriga. As coleções
indicadas podem estar disponíveis ao público ou constituírem acervo destinado somente à
pesquisa, não se encontrando, por isso, acessíveis aos não-especialistas.
3) Vitrine – ressalta as exposições, principal meio pelo qual esses locais se fazem visíveis
para os visitantes.
4) Ação Educativa – apresenta as diversas ações culturais e educativas oferecidas pelas
instituições para o público em geral e, em especial, para o público escolar. A partir das
1

“Memória da Biologia na Cidade de São Paulo: Guia Didático”, de autoria de Martha Marandino; Silvia L.
Frateschi Trivelato; Luciana Conrado Martins; e Alessandra Bizerra. Foi publicado em 2004, pela Faculdade
de Educação da USP (FEUSP).
2
O IX EPEB (Encontro Perspectivas do Ensino de Biologia) aconteceu em 2004, na cidade de São Paulo, SP.
informações fornecidas, o educador pode agendar e participar dos eventos oferecidos por
esses locais.
5) Conhecendo a Instituição – faz sugestões de estratégias e atividades didáticas para a
visitação das instituições. Segundo as autoras, essas dicas foram elaboradas levando em
conta alguns princípios básicos referentes à educação não formal.

Ao analisarmos os objetivos e a estrutura desse guia didático, percebemos que ele se
diferencia por ser mais do que um guia de visitação. Ao voltar-se para um público
específico — “educadores de ensino fundamental, médio e superior, estudantes,
profissionais do campo da educação não-formal e educadores em geral” (MARANDINO et
al., 2004:05) — atende a uma demanda crescente nos museus de ciência. Além disso,
entendemos que ele é um “guia didático” porque vai além da compilação de informações,
apresentando sugestões de como os educadores podem conduzir a visitação atentando para
o sentido pedagógico da mesma, seja com ênfase em determinadas partes do acervo, seja
pelo valor histórico, cultural e/ou científico daquelas instituições. Neste sentido, ele busca
orientar a visita do professor com seus alunos, mas também sugerir formas de abordagem
das diversas partes componentes de cada instituição apresentada.

Ao perceber esse diferencial, começamos a construir sua adequação para um trabalho com
os licenciandos em ciências biológicas da FFP/UERJ. Nossa intenção era proporcionar aos
licenciandos o desenvolvimento de um olhar crítico para as instituições de ciência,
dosando o encantamento pelo acervo e pelas exposições temáticas em ciências e biologia,
com o discernimento sobre seus atributos pedagógicos. Acreditamos que essa é uma
habilidade necessária para quem quer trabalhar com espaços não-formais a partir do ensino
formal. Como nosso curso está localizado na cidade fluminense de São Gonçalo, seria
difícil utilizar o guia para uma visita às instituições ali retratadas. Entretanto, era possível
utilizá-lo como um modelo para a construção de outros guias didáticos, que abordassem
instituições presentes no estado do Rio de Janeiro.

A Produção de Guias Didáticos pelos Licenciandos em Biologia da FFP/UERJ

A produção de outros guias didáticos, voltados principalmente para professores de ciências
e biologia, tem feito parte das atividades acadêmicas propostas no programa da disciplina
Laboratório de Ensino III, obrigatória para o currículo da Licenciatura em Ciências
Biológicas da Faculdade de Formação de Professores da UERJ. Essa disciplina é oferecida
normalmente na grade do terceiro período do curso, e tem carga horária de 60h. De acordo
com sua ementa, a disciplina Laboratório de Ensino III pretende trabalhar os conteúdos de
Ecologia e Biodiversidade, aplicados ao universo da escola. Para isso, os alunos cumprem
diversas atividades ao longo do curso, como leituras e discussão de textos acadêmicos,
visitas técnicas, oficinas, estudos dirigidos e trabalhos escritos. Entretanto, uma das
atividades de maior interesse por parte dos alunos tem sido a confecção dos guias didáticos
que, para atender aos objetivos da disciplina, estão voltados para instituições de educação
não-formal que contemplem os temas ecologia e/ou diversidade biológica.

Neste sentido, instituições como os jardins botânicos e zoológicos, museus de ciências e
biologia, instituições de pesquisa em ciências e biologia com exposições abertas ao
público, parques e áreas de conservação ambiental, têm sido escolhidas pelos alunos para a
produção dos guias. Cada guia didático produzido para a disciplina costuma abordar
apenas uma instituição, e a divisão criada por Marandino e colaboradoras foi adaptada por
nós, resultando na estrutura que descrevemos a seguir.

Descrição dos Guias Didáticos

Para a confecção dos guias didáticos, foram estabelecidos alguns padrões referentes à
encadernação e estrutura do texto. Os guias devem ser confeccionados num padrão de meia
folha A4, com fotos distribuídas por todas as seções. Cada guia didático deve possuir capa
— com o título do guia — e contra-capa — novamente com o título, acrescido do nome
dos autores. Nas páginas seguintes devem ser apresentados os objetivos do guia didático e
o sumário. Ao final, os autores devem citar as referências bibliográficas e as fontes das
fotos e imagens utilizadas ao longo do guia. Em grande parte dos guias já confeccionados,
apesar de não ser obrigatório, os alunos optam por colocar mapas e/ou fotos de satélite para
facilitar a chegada dos visitantes ao seu destino.

Assim como no guia didático de Marandino et al., os guias didáticos confeccionados pelos
licenciandos em biologia da FFP/UERJ apresentam cinco tópicos, com denominações
ligeiramente diferentes do modelo que adotamos: História da Instituição; Coleções;
Exposições; Ação Educativa; e Conhecendo a Instituição. De acordo com a necessidade de
cada instituição, são realizadas alterações, como, por exemplo, no caso de parques e
reservas ecológicas que não apresentam exposições. Neste caso, este tópico pode ser
substituído por informações sobre a fauna e a flora local.

No tópico onde são tratados os aspectos históricos (História da Instituição), as
informações que aparecem são geralmente retiradas de documentos informativos ou
oficiais da própria instituição, gerando a oportunidade de novos assuntos serem explorados
até mesmo em outras disciplinas. Temos como exemplo o Guia Didático do Parque
Estadual da Serra da Tiririca, mostrando que muito antes do local ter sido transformado em
Parque, recebeu a visita de Charles Darwin, grande cientista inglês que em 1832 passou
pela Serra da Tiririca e realizou coletas para sua pesquisa sobre a fauna e a flora sulamericana.

De acordo com a instituição escolhida, suas Coleções são apresentadas no segundo tópico
do guia, como por exemplo, no caso do Guia Didático “Um Dia Ecológico em Niterói”. Ao
falarem sobre o Museu de Arqueologia de Itaipu, os alunos relatam que esta instituição
dispõe de um acervo que mostra como era a pré-história do litoral do estado do Rio de
Janeiro. Já no caso do Guia Didático do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, a parte
direcionada para Coleções é substituída por informações referentes à hidrografia, fauna e
flora deste local.

O capítulo reservado para as Exposições serve para traçar um roteiro que sirva como ponto
de partida para o professor, auxiliando-o sobre quais assuntos podem ser explorados com
seus alunos em cada etapa da visita. Neste sentido, entre os guias produzidos pelos alunos
da disciplina, destacam-se os guias didáticos do Jardim Botânico e Zoológico de Niterói;
do Instituto Vital Brazil; e do Zoológico do Rio de Janeiro (Fundação RIOZOO).

As Ações Educativas, quando disponibilizadas pela instituição, exigem um agendamento
prévio. Por isso, é fundamental que tais informações sejam apresentadas em um dos
capítulos do guia. O Guia Didático da Reserva Biológica de Poço das Antas apresenta uma
descrição bastante completa das ações educativas ali realizadas, com comentários sobre as
palestras e trilhas ilustrativas proporcionadas por uma visita guiada a essa instituição.

No capítulo Conhecendo a Instituição, existem três subdivisões: 1.Preparando a Visita;
2.Realizando a Visita; e 3.Retornando da Visita.
O Preparando a Visita ajuda o professor a avaliar a forma como irá adequar a visita ao
público que pretende levar (crianças pequenas, adolescentes, adultos, portadores de
necessidades especiais, etc). Para isso, traz informações sobre: o vestuário ideal; se o local
dispõe de refeitório ou lanchonete; qual a melhor maneira de chegar ao local; se existe
estacionamento, e se este serve também para ônibus de excursão; se a entrada é paga ou
não; se é permitido o uso de câmeras fotográficas ou filmadoras; etc. Muitos guias trazem
também sugestões de atividades ou conteúdos a serem abordados com os alunos em sala de
aula, de forma que o professor possa prepará-los para o que será visto na visita à
instituição. O guia didático do Parque Estadual da Serra da Tiririca serve como exemplo
para o que descrevemos acima, apresentando como sugestões de assuntos a serem
abordados pelo professor, antes da realização da visita, os conceitos de diversidade
biológica, sucessão ecológica e degradação do meio ambiente.

O Realizando a Visita é a parte que consideramos mais criativa do guia, pois exige dos
alunos da disciplina maior capacidade de mostrar o que aprenderam ao longo dela. Neste
tópico, os licenciandos apresentam um roteiro didático original sobre a instituição e suas
exposições e acervo. Este roteiro didático funciona mais uma vez como uma sugestão ao
professor da escola básica, sobre que conteúdos das áreas de ecologia e biodiversidade
podem ser abordados com seus alunos durante a visita à instituição retratada no guia. O
Guia Didático da Reserva Biológica de Poço das Antas, por exemplo, faz uma descrição
minuciosa de palestra, exposições, jogos didáticos e trilha interpretativa disponíveis para o
público que visita esta instituição.

Finalizando o item Conhecendo a Instituição, o tópico Retornando da Visita apresenta ao
professor opções de atividades para trabalhar, em sala de aula, os temas observados
durante a visita, visando explorar o conhecimento adquirido pelos alunos e potencializar
outros trabalhos que tenham como motivação a ida à instituição. O Guia Didático do
Jardim Botânico e Zoológico de Niterói, por exemplo, sugere de forma simples e criativa
uma maneira de fazer com que os alunos aprimorem os conhecimentos ali adquiridos. Eles
são incentivados a preparar pequenas cartilhas, com a função de orientar a população sobre
temas como o tráfico de animais e as dificuldades em realizar a reabilitação das espécies ao
seu habitat natural.
Até o momento, 21 guias didáticos foram produzidos pelos alunos da disciplina
Laboratório de Ensino III. Desses, 13 estão disponíveis para empréstimo3. No QUADRO 1,
apresentamos a relação dos guias já produzidos.

Guia Didático sobre:
Área de Proteção Ambiental de Petrópolis
Área de Proteção Ambiental do Engenho Pequeno
Instituto Vital Brazil
Jardim Botânico de Niterói (Horto)
Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Jardim Botânico e Zoológico de Niterói
Parque Estadual da Serra da Tiririca
Parque Nacional da Serra dos Órgãos
Parque Nacional da Tijuca
Museu Nacional da UFRJ
Reserva Biológica de Poço das Antas
Sítio Roberto Burle Marx
Um Dia Ecológico em Niterói (Campo de São
Bento, Museu de Arqueologia de Itaipu e Instituto
Vital Brazil)
Zoológico do Rio de Janeiro
TOTAL DE GUIAS PRODUZIDOS

Nº de guias
confeccionados
1
1
2
2
4
1
1
1
1
1
1
1
1

3
21

Discussão

Os espaços de educação não-formal possuem um potencial e objetivos educativos
diferentes da escola, no entanto esses locais contribuem fortemente para o ensino formal,
na medida em que despertam alunos e professores para diferentes relações de ensino
aprendizagem. Deve-se deixar claro que estes espaços não substituem o ambiente escolar.
Mas, quando trabalhados junto à educação formal, proporcionam diferentes visões e
formas de compreensão social, cultural e científica, tanto para alunos quanto para
professores.

Para os docentes, o grande diferencial do conteúdo presente nas instituições de educação
não-formal parece ser que, ali, o aluno da educação básica pode interagir com um
conhecimento contextualizado que ora se aproxima, ora se afasta do seu cotidiano. Essa
3

Os guias didáticos produzidos no âmbito da disciplina estão disponíveis para empréstimo tanto à
comunidade interna da UERJ quanto à comunidade externa de professores em formação e em serviço. Para
este fim, basta entrar em contato com a primeira autora deste artigo. Informamos que os guias didáticos estão
passando por processo de registro na Biblioteca Nacional, com o objetivo de resguardarmos a autoria dos
mesmos.
possibilidade de centralização-descentralização, somada a um ambiente extra-muros da
escola, permite ao aluno explorar aqueles conhecimentos com uma maior liberdade de
ação.

A possibilidade de explorar esses espaços é vista de forma bastante sedutora também pelos
licenciandos. A dedicação que os alunos que passam pela disciplina de Laboratório de
Ensino III demonstram na confecção dos guias didáticos nos revela a importância desta
atividade na formação desses futuros professores. O prazer de pensar e produzir os guias
une-se à angústia para que todos os aspectos técnicos estejam em perfeita ordem. Cabe ao
professor, nesse momento, chamar a atenção dos licenciandos também para os aspectos
pedagógicos presentes tanto no produto final quanto no andamento do trabalho de
confecção dos guias.

Neste processo, procura-se trabalhar tanto as habilidades desses futuros professores em
selecionar, organizar e articular conteúdos de ciências e biologia presentes numa
instituição não-formal, quanto despertá-los para as interfaces pedagógicas proporcionadas
por uma visita, com alunos da educação básica, a essas instituições, abrindo-se assim
possibilidades de diálogo que vão além da aprendizagem científica — levando em
consideração os determinantes sociais, culturais e políticos daqueles conhecimentos.

Finalmente, consideramos que a produção de guias didáticos sobre instituições não-formais
de ensino, voltados para os temas ecologia e diversidade biológica, contribui não só na
formação dos licenciandos em biologia, mas também como forma de aproximar os
professores da educação básica desses conteúdos, a partir da interface entre a educação
formal e as instituições não-formais de ensino.

Referências Bibliográficas

CAZELLI, Sibele; GOUVÊA, Guaracira; VALENTE, Maria Esther; MARANDINO,
Martha; FRANCO, Creso. A Relação Museu-Escola: avanços e desafios na
(re)construção do conceito de museu. In: ATAS da 21ª Reunião Anual da ANPEd, GT
de Educação e Comunicação, 1998.
LOPES, M. M. Le rôle des musées, de la science et du public au Brésil. In: WAAST, R.
(org.). Les sciences hors d’occident au XXe siécle. Paris, ORSTOM Éditions, p.261-
274. 1996 apud VALENTE, Maria Esther; CAZELLI, Sibele; ALVES, Fátima.
Museus, Ciência e Educação: novos desafios. História, Ciências, Saúde –
Manguinhos., 2005, vol.12, p.183-203.
MARANDINO, Martha; TRIVELATO, Silvia L. Frateschi; MARTINS, Luciana Conrado;
BIZERRA, Alessandra. Memória da Biologia na Cidade de São Paulo: Guia Didático.
São Paulo: FEUSP, 2004. 54p.
VALENTE, Maria Esther; CAZELLI, Sibele; ALVES, Fátima. Museus, Ciência e
Educação: novos desafios. História, Ciências, Saúde – Manguinhos., 2005, vol.12,
p.183-203. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010459702005000400010&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 24 ago. 2006.

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Produção de guias didáticos por licenciandos

  • 1. O PAPEL DOS ESPAÇOS NÃO-FORMAIS DE EDUCAÇÃO NA PRODUÇÃO DE GUIAS DIDÁTICOS POR LICENCIANDOS EM BIOLOGIA DA FFP/UERJ. Regina Mendes (Doutora em Educação, NUPEC/FFP/UERJ); Rafael Augusto R. Brito (Licenciando em Ciências Biológicas, FFP/UERJ). Os espaços não-formais de educação têm contribuído fortemente para a melhoria e diversificação do ensino, principalmente do ensino de ciências. Dentro desta perspectiva, destacam-se os museus, espaços de ciência, parques, áreas de proteção ambiental, zoológicos e jardins botânicos. Neste trabalho, mostramos como essas instituições podem auxiliar licenciandos em ciências biológicas a perceber como os conceitos estudados na graduação estão presentes nas interações ambientais, sociais e culturais proporcionadas por esses espaços, e a sua potencialidade para o ensino básico. Para isso, descrevemos a produção de guias didáticos sobre essas instituições pelos licenciandos em Biologia da FFP/UERJ que cursam a disciplina Laboratório de Ensino III. Nesta disciplina, que aborda os temas ecologia e diversidade biológica aplicados à escola básica, os licenciandos têm a oportunidade de desenvolver habilidades técnicas, conhecimentos teóricos sistematizados e estratégias pedagógicas a partir de visita a uma instituição não-formal de educação, com a posterior elaboração de um guia didático sobre a mesma. Os guias didáticos produzidos pelos licenciandos devem abordar os assuntos “ecologia e diversidade biológica”, apresentando tópicos como a história da instituição, suas exposições e acervo. Os licenciandos contribuem criativamente, elaborando roteiros originais de visitação. Os guias didáticos são pensados para auxiliar professores da educação básica que desejam visitar estas instituições com seus alunos. Até o momento, 21 guias didáticos já foram produzidos, abordando diversas instituições presentes no estado do Rio de Janeiro. Introdução Os espaços não-formais de educação têm contribuído fortemente para a melhoria e diversificação do ensino, principalmente do ensino de ciências. Sua contribuição para a educação formal vem pautada tanto pela preocupação dos professores em diversificar as
  • 2. abordagens, espaços, tempos e práticas no processo de ensino aprendizagem, quanto num debate permanente entre aqueles envolvidos com os espaços não-formais de ensino sobre o papel educativo dessas instituições (VALENTE et al, 2005; CAZELLI et al, 1998). Dentro desta perspectiva, museus, espaços de ciência, parques, áreas de proteção ambiental, zoológicos e jardins botânicos destacam-se como espaços não-formais de ensino de ciências e biologia. Neste trabalho, mostramos como essas instituições podem auxiliar licenciandos em ciências biológicas a perceber como os conceitos estudados na graduação estão presentes nas interações ambientais, sociais e culturais proporcionadas por esses espaços, e a sua potencialidade para o ensino básico. Com o objetivo de mostrar como promover essa triangulação na aprendizagem dos licenciandos, descrevemos aqui uma atividade prática realizada semestralmente na disciplina Laboratório de Ensino III, do currículo básico obrigatório da licenciatura em ciências biológicas da Faculdade de Formação de Professores da UERJ. Essa atividade é a produção de guias didáticos sobre instituições de educação não-formal, voltados para professores da educação básica. Entretanto, antes de mostrarmos como os guias didáticos têm sido produzidos pelos licenciandos em Biologia da FFP, situaremos a importância dos espaços não-formais de ensino para a educação formal, assim como o debate sobre as especificidades dessas instituições. A Ciência no Museu e o Ensino de Ciências Apesar de haverem se disseminado no Brasil principalmente a partir da década de 1980, os primeiros museus brasileiros com temática científica surgiram no início do século XIX, como nos conta Valente e colaboradoras: “Os primeiros museus brasileiros possuíam temática científica, como observa Lopes (1996), uma decorrência da exuberância da natureza brasileira. O Museu Nacional do Rio de Janeiro, criado em 1818 e organizado durante um século, foi a primeira instituição brasileira dedicada primordialmente à história natural. O Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, no Pará, criado em 1866, e o Museu Paulista, conhecido anteriormente como Museu do Ipiranga, criado em São Paulo, em 1894, são exemplos de instituições dedicadas às ciências naturais e consolidadas a partir da segunda metade do século XIX (...)”. (VALENTE et al, 2005:186).
  • 3. Voltados primeiramente para a elite aristocrática e intelectual, os museus foram diversificando aos poucos seu público. A partir do início do século XX, eles passam a buscar a população em geral. Para essas mudanças, contribuíram a diversificação dos espaços de produção científica, o advento da tecnologia e o crescimento do papel da educação não só na formação intelectual dos indivíduos, mas também na sua formação cultural. Com isso, cresce a importância dos museus como espaços educativos e multiplicam-se, na sociedade, outras instituições não-formais de educação, incluindo aquelas voltadas para as ciências físicas e biológicas. Apesar das discussões atuais sobre o papel social dos museus indicarem que a dimensão educativa tem ocupado demasiado espaço nos seus objetivos, deixando de lado outras dimensões importantes — como a dimensão cultural, por exemplo —, é imprescindível dizer que esta faceta dos museus de ciência tem atraído para estes e outros espaços de ciência, de forma incontestável, um público fiel e assíduo, composto por professores da educação básica e seus alunos. Neste sentido, é possível compreender as perspectivas apresentadas por professores sobre a relação museu-escola, quando sinalizam o museu como um instrumento pedagógico (CAZELLI et al, 1998:09). Em levantamento realizado por Cazelli e colaboradores, professores participantes de um curso em uma instituição não-formal de educação sinalizaram objetivos diversificados para uma visita. Os autores dividiram esses objetivos em três dimensões, a saber: 1. alternativa de prática pedagógica; 2. conteúdo científico; e 3. ampliação da cultura. Com relação à forma de organização da visita com os alunos, outras dimensões também foram consideradas, como a geração de motivação nos alunos, por parte do professor, antes da realização da visita; e a seleção dos alunos para participação na visita. Os autores comentam que poucos professores referiram-se a procedimentos administrativos, como pedidos de autorização junto à escola, à instituição ou aos colegas. E que alguns deles afirmaram não ter realizado planejamento algum para a realização da visita (CAZELLI et al, 1998:07). Neste sentido, entendemos que os professores percebem o papel pedagógico das instituições de educação não-formal e utilizam-nas com este fim, mas muitas vezes seus objetivos se perdem em meio às dificuldades em planejar com mais cuidado essa visita. Acreditamos que esse planejamento traz uma segurança para o professor, potencializando o
  • 4. alcance de dimensões desses espaços de educação não-formal que vão além da apreensão do conteúdo científico; proporcionando uma diversificação da prática pedagógica que inclui tanto elementos sócio-culturais quanto aqueles relacionados ao lazer e à ludicidade. O Guia Didático “Memória da Biologia na Cidade de São Paulo” A idéia para o trabalho de produção de guias didáticos por alunos da licenciatura em ciências biológicas da FFP/UERJ surgiu a partir da leitura do guia didático “Memória da Biologia na Cidade de São Paulo”1, lançado por ocasião do IX EPEB2. Neste guia, encontramos informações sobre 4 instituições paulistas ligadas às ciências biológicas: o Museu de Zoologia, o Instituto de Botânica, o Parque Zoológico e o Instituto Butantan. Segundo as autoras, além de buscar divulgar “aspectos da história, da coleção, das exposições e das atividades educativas” realizadas por essas instituições, o guia didático pretendia “fornecer sugestões para que os diferentes grupos de educadores preocupados com o ensino e a divulgação científica” pudessem utilizar esses locais, encontrando no guia propostas de atividades educativas a serem realizadas nessas instituições (MARANDINO et al., 2004:05). Em vista de cumprirem seus objetivos, as autoras organizaram 5 seções diferentes para falar sobre cada uma das instituições escolhidas (MARANDINO et al., 2004:06): 1) Um pouco de História – destaca aspectos relevantes da história de cada instituição. Os dados apresentados são oriundos de documentos publicados e de consultas feitas às instituições. 2) Coleções – aponta os acervos que cada uma das instituições abriga. As coleções indicadas podem estar disponíveis ao público ou constituírem acervo destinado somente à pesquisa, não se encontrando, por isso, acessíveis aos não-especialistas. 3) Vitrine – ressalta as exposições, principal meio pelo qual esses locais se fazem visíveis para os visitantes. 4) Ação Educativa – apresenta as diversas ações culturais e educativas oferecidas pelas instituições para o público em geral e, em especial, para o público escolar. A partir das 1 “Memória da Biologia na Cidade de São Paulo: Guia Didático”, de autoria de Martha Marandino; Silvia L. Frateschi Trivelato; Luciana Conrado Martins; e Alessandra Bizerra. Foi publicado em 2004, pela Faculdade de Educação da USP (FEUSP). 2 O IX EPEB (Encontro Perspectivas do Ensino de Biologia) aconteceu em 2004, na cidade de São Paulo, SP.
  • 5. informações fornecidas, o educador pode agendar e participar dos eventos oferecidos por esses locais. 5) Conhecendo a Instituição – faz sugestões de estratégias e atividades didáticas para a visitação das instituições. Segundo as autoras, essas dicas foram elaboradas levando em conta alguns princípios básicos referentes à educação não formal. Ao analisarmos os objetivos e a estrutura desse guia didático, percebemos que ele se diferencia por ser mais do que um guia de visitação. Ao voltar-se para um público específico — “educadores de ensino fundamental, médio e superior, estudantes, profissionais do campo da educação não-formal e educadores em geral” (MARANDINO et al., 2004:05) — atende a uma demanda crescente nos museus de ciência. Além disso, entendemos que ele é um “guia didático” porque vai além da compilação de informações, apresentando sugestões de como os educadores podem conduzir a visitação atentando para o sentido pedagógico da mesma, seja com ênfase em determinadas partes do acervo, seja pelo valor histórico, cultural e/ou científico daquelas instituições. Neste sentido, ele busca orientar a visita do professor com seus alunos, mas também sugerir formas de abordagem das diversas partes componentes de cada instituição apresentada. Ao perceber esse diferencial, começamos a construir sua adequação para um trabalho com os licenciandos em ciências biológicas da FFP/UERJ. Nossa intenção era proporcionar aos licenciandos o desenvolvimento de um olhar crítico para as instituições de ciência, dosando o encantamento pelo acervo e pelas exposições temáticas em ciências e biologia, com o discernimento sobre seus atributos pedagógicos. Acreditamos que essa é uma habilidade necessária para quem quer trabalhar com espaços não-formais a partir do ensino formal. Como nosso curso está localizado na cidade fluminense de São Gonçalo, seria difícil utilizar o guia para uma visita às instituições ali retratadas. Entretanto, era possível utilizá-lo como um modelo para a construção de outros guias didáticos, que abordassem instituições presentes no estado do Rio de Janeiro. A Produção de Guias Didáticos pelos Licenciandos em Biologia da FFP/UERJ A produção de outros guias didáticos, voltados principalmente para professores de ciências e biologia, tem feito parte das atividades acadêmicas propostas no programa da disciplina Laboratório de Ensino III, obrigatória para o currículo da Licenciatura em Ciências
  • 6. Biológicas da Faculdade de Formação de Professores da UERJ. Essa disciplina é oferecida normalmente na grade do terceiro período do curso, e tem carga horária de 60h. De acordo com sua ementa, a disciplina Laboratório de Ensino III pretende trabalhar os conteúdos de Ecologia e Biodiversidade, aplicados ao universo da escola. Para isso, os alunos cumprem diversas atividades ao longo do curso, como leituras e discussão de textos acadêmicos, visitas técnicas, oficinas, estudos dirigidos e trabalhos escritos. Entretanto, uma das atividades de maior interesse por parte dos alunos tem sido a confecção dos guias didáticos que, para atender aos objetivos da disciplina, estão voltados para instituições de educação não-formal que contemplem os temas ecologia e/ou diversidade biológica. Neste sentido, instituições como os jardins botânicos e zoológicos, museus de ciências e biologia, instituições de pesquisa em ciências e biologia com exposições abertas ao público, parques e áreas de conservação ambiental, têm sido escolhidas pelos alunos para a produção dos guias. Cada guia didático produzido para a disciplina costuma abordar apenas uma instituição, e a divisão criada por Marandino e colaboradoras foi adaptada por nós, resultando na estrutura que descrevemos a seguir. Descrição dos Guias Didáticos Para a confecção dos guias didáticos, foram estabelecidos alguns padrões referentes à encadernação e estrutura do texto. Os guias devem ser confeccionados num padrão de meia folha A4, com fotos distribuídas por todas as seções. Cada guia didático deve possuir capa — com o título do guia — e contra-capa — novamente com o título, acrescido do nome dos autores. Nas páginas seguintes devem ser apresentados os objetivos do guia didático e o sumário. Ao final, os autores devem citar as referências bibliográficas e as fontes das fotos e imagens utilizadas ao longo do guia. Em grande parte dos guias já confeccionados, apesar de não ser obrigatório, os alunos optam por colocar mapas e/ou fotos de satélite para facilitar a chegada dos visitantes ao seu destino. Assim como no guia didático de Marandino et al., os guias didáticos confeccionados pelos licenciandos em biologia da FFP/UERJ apresentam cinco tópicos, com denominações ligeiramente diferentes do modelo que adotamos: História da Instituição; Coleções; Exposições; Ação Educativa; e Conhecendo a Instituição. De acordo com a necessidade de cada instituição, são realizadas alterações, como, por exemplo, no caso de parques e
  • 7. reservas ecológicas que não apresentam exposições. Neste caso, este tópico pode ser substituído por informações sobre a fauna e a flora local. No tópico onde são tratados os aspectos históricos (História da Instituição), as informações que aparecem são geralmente retiradas de documentos informativos ou oficiais da própria instituição, gerando a oportunidade de novos assuntos serem explorados até mesmo em outras disciplinas. Temos como exemplo o Guia Didático do Parque Estadual da Serra da Tiririca, mostrando que muito antes do local ter sido transformado em Parque, recebeu a visita de Charles Darwin, grande cientista inglês que em 1832 passou pela Serra da Tiririca e realizou coletas para sua pesquisa sobre a fauna e a flora sulamericana. De acordo com a instituição escolhida, suas Coleções são apresentadas no segundo tópico do guia, como por exemplo, no caso do Guia Didático “Um Dia Ecológico em Niterói”. Ao falarem sobre o Museu de Arqueologia de Itaipu, os alunos relatam que esta instituição dispõe de um acervo que mostra como era a pré-história do litoral do estado do Rio de Janeiro. Já no caso do Guia Didático do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, a parte direcionada para Coleções é substituída por informações referentes à hidrografia, fauna e flora deste local. O capítulo reservado para as Exposições serve para traçar um roteiro que sirva como ponto de partida para o professor, auxiliando-o sobre quais assuntos podem ser explorados com seus alunos em cada etapa da visita. Neste sentido, entre os guias produzidos pelos alunos da disciplina, destacam-se os guias didáticos do Jardim Botânico e Zoológico de Niterói; do Instituto Vital Brazil; e do Zoológico do Rio de Janeiro (Fundação RIOZOO). As Ações Educativas, quando disponibilizadas pela instituição, exigem um agendamento prévio. Por isso, é fundamental que tais informações sejam apresentadas em um dos capítulos do guia. O Guia Didático da Reserva Biológica de Poço das Antas apresenta uma descrição bastante completa das ações educativas ali realizadas, com comentários sobre as palestras e trilhas ilustrativas proporcionadas por uma visita guiada a essa instituição. No capítulo Conhecendo a Instituição, existem três subdivisões: 1.Preparando a Visita; 2.Realizando a Visita; e 3.Retornando da Visita.
  • 8. O Preparando a Visita ajuda o professor a avaliar a forma como irá adequar a visita ao público que pretende levar (crianças pequenas, adolescentes, adultos, portadores de necessidades especiais, etc). Para isso, traz informações sobre: o vestuário ideal; se o local dispõe de refeitório ou lanchonete; qual a melhor maneira de chegar ao local; se existe estacionamento, e se este serve também para ônibus de excursão; se a entrada é paga ou não; se é permitido o uso de câmeras fotográficas ou filmadoras; etc. Muitos guias trazem também sugestões de atividades ou conteúdos a serem abordados com os alunos em sala de aula, de forma que o professor possa prepará-los para o que será visto na visita à instituição. O guia didático do Parque Estadual da Serra da Tiririca serve como exemplo para o que descrevemos acima, apresentando como sugestões de assuntos a serem abordados pelo professor, antes da realização da visita, os conceitos de diversidade biológica, sucessão ecológica e degradação do meio ambiente. O Realizando a Visita é a parte que consideramos mais criativa do guia, pois exige dos alunos da disciplina maior capacidade de mostrar o que aprenderam ao longo dela. Neste tópico, os licenciandos apresentam um roteiro didático original sobre a instituição e suas exposições e acervo. Este roteiro didático funciona mais uma vez como uma sugestão ao professor da escola básica, sobre que conteúdos das áreas de ecologia e biodiversidade podem ser abordados com seus alunos durante a visita à instituição retratada no guia. O Guia Didático da Reserva Biológica de Poço das Antas, por exemplo, faz uma descrição minuciosa de palestra, exposições, jogos didáticos e trilha interpretativa disponíveis para o público que visita esta instituição. Finalizando o item Conhecendo a Instituição, o tópico Retornando da Visita apresenta ao professor opções de atividades para trabalhar, em sala de aula, os temas observados durante a visita, visando explorar o conhecimento adquirido pelos alunos e potencializar outros trabalhos que tenham como motivação a ida à instituição. O Guia Didático do Jardim Botânico e Zoológico de Niterói, por exemplo, sugere de forma simples e criativa uma maneira de fazer com que os alunos aprimorem os conhecimentos ali adquiridos. Eles são incentivados a preparar pequenas cartilhas, com a função de orientar a população sobre temas como o tráfico de animais e as dificuldades em realizar a reabilitação das espécies ao seu habitat natural.
  • 9. Até o momento, 21 guias didáticos foram produzidos pelos alunos da disciplina Laboratório de Ensino III. Desses, 13 estão disponíveis para empréstimo3. No QUADRO 1, apresentamos a relação dos guias já produzidos. Guia Didático sobre: Área de Proteção Ambiental de Petrópolis Área de Proteção Ambiental do Engenho Pequeno Instituto Vital Brazil Jardim Botânico de Niterói (Horto) Jardim Botânico do Rio de Janeiro Jardim Botânico e Zoológico de Niterói Parque Estadual da Serra da Tiririca Parque Nacional da Serra dos Órgãos Parque Nacional da Tijuca Museu Nacional da UFRJ Reserva Biológica de Poço das Antas Sítio Roberto Burle Marx Um Dia Ecológico em Niterói (Campo de São Bento, Museu de Arqueologia de Itaipu e Instituto Vital Brazil) Zoológico do Rio de Janeiro TOTAL DE GUIAS PRODUZIDOS Nº de guias confeccionados 1 1 2 2 4 1 1 1 1 1 1 1 1 3 21 Discussão Os espaços de educação não-formal possuem um potencial e objetivos educativos diferentes da escola, no entanto esses locais contribuem fortemente para o ensino formal, na medida em que despertam alunos e professores para diferentes relações de ensino aprendizagem. Deve-se deixar claro que estes espaços não substituem o ambiente escolar. Mas, quando trabalhados junto à educação formal, proporcionam diferentes visões e formas de compreensão social, cultural e científica, tanto para alunos quanto para professores. Para os docentes, o grande diferencial do conteúdo presente nas instituições de educação não-formal parece ser que, ali, o aluno da educação básica pode interagir com um conhecimento contextualizado que ora se aproxima, ora se afasta do seu cotidiano. Essa 3 Os guias didáticos produzidos no âmbito da disciplina estão disponíveis para empréstimo tanto à comunidade interna da UERJ quanto à comunidade externa de professores em formação e em serviço. Para este fim, basta entrar em contato com a primeira autora deste artigo. Informamos que os guias didáticos estão passando por processo de registro na Biblioteca Nacional, com o objetivo de resguardarmos a autoria dos mesmos.
  • 10. possibilidade de centralização-descentralização, somada a um ambiente extra-muros da escola, permite ao aluno explorar aqueles conhecimentos com uma maior liberdade de ação. A possibilidade de explorar esses espaços é vista de forma bastante sedutora também pelos licenciandos. A dedicação que os alunos que passam pela disciplina de Laboratório de Ensino III demonstram na confecção dos guias didáticos nos revela a importância desta atividade na formação desses futuros professores. O prazer de pensar e produzir os guias une-se à angústia para que todos os aspectos técnicos estejam em perfeita ordem. Cabe ao professor, nesse momento, chamar a atenção dos licenciandos também para os aspectos pedagógicos presentes tanto no produto final quanto no andamento do trabalho de confecção dos guias. Neste processo, procura-se trabalhar tanto as habilidades desses futuros professores em selecionar, organizar e articular conteúdos de ciências e biologia presentes numa instituição não-formal, quanto despertá-los para as interfaces pedagógicas proporcionadas por uma visita, com alunos da educação básica, a essas instituições, abrindo-se assim possibilidades de diálogo que vão além da aprendizagem científica — levando em consideração os determinantes sociais, culturais e políticos daqueles conhecimentos. Finalmente, consideramos que a produção de guias didáticos sobre instituições não-formais de ensino, voltados para os temas ecologia e diversidade biológica, contribui não só na formação dos licenciandos em biologia, mas também como forma de aproximar os professores da educação básica desses conteúdos, a partir da interface entre a educação formal e as instituições não-formais de ensino. Referências Bibliográficas CAZELLI, Sibele; GOUVÊA, Guaracira; VALENTE, Maria Esther; MARANDINO, Martha; FRANCO, Creso. A Relação Museu-Escola: avanços e desafios na (re)construção do conceito de museu. In: ATAS da 21ª Reunião Anual da ANPEd, GT de Educação e Comunicação, 1998. LOPES, M. M. Le rôle des musées, de la science et du public au Brésil. In: WAAST, R. (org.). Les sciences hors d’occident au XXe siécle. Paris, ORSTOM Éditions, p.261-
  • 11. 274. 1996 apud VALENTE, Maria Esther; CAZELLI, Sibele; ALVES, Fátima. Museus, Ciência e Educação: novos desafios. História, Ciências, Saúde – Manguinhos., 2005, vol.12, p.183-203. MARANDINO, Martha; TRIVELATO, Silvia L. Frateschi; MARTINS, Luciana Conrado; BIZERRA, Alessandra. Memória da Biologia na Cidade de São Paulo: Guia Didático. São Paulo: FEUSP, 2004. 54p. VALENTE, Maria Esther; CAZELLI, Sibele; ALVES, Fátima. Museus, Ciência e Educação: novos desafios. História, Ciências, Saúde – Manguinhos., 2005, vol.12, p.183-203. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010459702005000400010&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 24 ago. 2006.