A juventude sempre se percebeu ousada e rompedora de tradições, e embora estejam corretos, não percebem o quanto essa predisposição à transgressão tem sido constantes na história do Ocidente, desde a Idade Moderna.
Quase sempre associados às Artes, os Movimentos Culturais Juvenis projetam novos fazeres artístico, para além de sua ousadia e transgressão, associando grandes doses de crítica política sobre suas comunidades contemporâneas, seja de forma subjetiva, inconsciente, ou gritando slogans provocativos.
Assim é que vimos o mundo tremer sob o impacto do Romantismo, se horrorizar ante o Impressionismo e torcer o nariz frente à Arte de Rua. Mas o Mundo não permanece ileso ou indiferente por muito tempo, criticando e debatendo novos olhares que projetam anseios por novas relações humanas e comportamentais. Ou lhes esmagam anseios, ou cooptam e esvaziam seus componentes bombásticos.
Percorrer esses movimentos encantam e alertam nossa percepção pelos projetos que ainda hão de surgir com seu experimentalismo, ousadia e conflitos, sacudindo os tempos atuais e os que ainda estão para chegar.
A História apaixonante e passional dos Movimentos Culturais Juvenis desfigura nossos cotidianos previsíveis e entediantes, e transfiguram nossas sociedades que, entre horrorizadas e maravilhadas, são sacudidas por eles, desde o século XVIII até os dias de hoje.
2. Século XVIII: o ROMANTISMO
O MOVIMENTO ROMÂNTICO realça o impulso emocional, a
subjetividade passional contrário ao racionalismo recatado sob
Leis Divinas, do Estado e da Moralidade consuetudinária.
Rebeldia e descontrole emocional produzem paixões perigosas
como o nacionalismo e formas extremas de envolvimento
passional.
Por buscar o radical, passam a ser considerados instáveis e
perigosos.
Um contraponto aceito e estimulado é o surgimento do
MELODRAMA com emoções domesticados, sentimentais que,
ao invés da construção de heróis, constrói vítimas, através do
Folhetim, com tramas simples, de conflitos polarizados e
exagerados.
4. Século XIX e começo do XX: as VANGUARDAS
• As Vanguardas se insurgiram contra os controles racionalistas do
Capital X Trabalho industrial.
• Surge a Juventude MODERNISTA – quebrando a ideia de perfeição e
beleza, permitindo “o erro” como resultado estético – o
IMPRESSIONISMO será um desdobramento da nova mentalidade;
• O DADAÍSMO de vertente anarquista rompe com o valor do objeto em
si e propõe o lixo como valor, rompendo com o ‘nobre e belo’, em
direção ao infantil e irresponsável.
• A Juventude SURREALISTA provoca escândalos quando traz a tona os
sonhos e desejos sexuais freudianos. Mais radicais ainda foram os
Outros grupos das vanguardas buscaram o escândalo, o rompimento, as
novidades que os fizesse viver com intensidade os projetos que os
orientava
• NO BRASIL, o MODERNISMO provocou uma geração à
comportamentos e obras experimentais, escandalosas e ousadas,
misturando Europa e raízes culturais.
6. JEAN DUBUFFET
sujeira e caos são o retrato das cidades no pós-guerra – os sonhos
civilizatórios entram em colapso e a arte retrata a cena urbana
Vida em Família –963 O tecido do Episódio-1976 Hourloupe - 1963
7. MOVIMENTOS CULTURAIS JUVENIS
DO PÓS-GUERRAS (1939 a 1945)
MOVIMENTO BEAT (década de ‘50) – Literatura de impressões
sobre Viagens, Jazz, Sexo, Álcool e Drogas.
MOVIMENTO HIPPIE (década de ‘60) - Vida natural, negação
da indústria, novas sensações por drogas e sexo. Religiões
orientais e experimentalismo afetam todas as Artes.
MOVIMENTO PUNK (década de ‘70) – Descrentes e frustrados,
atacam a beleza e ridicularizam valores conservadores como a
esperança e a confiança. Sua Arte é suja como as Cidades
Industriais .
9. O HIP HOP
Ao contrário dos outros movimentos juvenis, o Hip Hop
não confronta o Sistema, nem quer destruí-lo, mas
almeja INSERÇÃO na sociedade que tenta apartá-los.
Fundado por jovens de periferia, lutam contra o Racismo,
o Classismo e o direito ao consumo.
A expressão desse grupo se dá por técnicas que ocupam a
Cidade e se manifesta com cinco linguagens artísticas: o
R.A.P(rhythm&poetry –rimas improvisadas)–Breakdance
(hoje B Boy)-GRAFITE(escrita urbana)-DJ (recriação de
sons sobre a base vinil) e o BeatBox (vocal: canto e sons).
11. 1974 em NOVA YORK
meninos saem às ruas ‘para ver o nome passar’
12. Heróis desperdiçados
Jovens da periferia onde Lazer – Arte – Esporte e Cultura lhes é negado.
Sem espaços de convívio São Paulo reinventa os desafios juvenis da arte e do perigo.
13. A linguagem das ruas e a
Infantilização de temas e formas
Keith Haring (com giz) Nina (acima)Osgemeos e Highgraph
14. Movimentos juvenis na Era Digital:
o traço passional continua
COLETIVOS DE INTERVENÇÃO
URBANA
Col. TOFU: Tricô nas ruas Col.DESVIO: Cegos
COLETIVOS de confronto
POLÍTICO
BLACK BLOCS FEMEN