1. antropologia urbana
quando o campo é a cidade: fazendo antropologia na metrópole
MAGNANI, José Guilherme C. & TORRES, Lilian de Lucca (Orgs.) Na Metrópole - Textos de Antropologia Urbana. EDUSP, São Paulo, 1996.
http://n-a-u.org/novo/wp-content/uploads/2012/03/campo_cidade.pdf
UNIGRANRIO – Arquitetura e Urbanismo Estudos Sociais – 3º período Professora: Glauci Coelho
2. INTRODUÇÃO
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“A Antropologia, lá ou cá, na floresta ou na cidade, na aldeia ou na
metrópole, não dispensa o caráter relativizador que a presença do "outro"
possibilita. É esse jogo de espelhos, é essa imagem de si refletida no
outro que orienta e conduz o olhar em busca de significados ali
onde, à primeira vista, a visão desatenta ou preconceituosa só enxerga o
exotismo, quando não o perigo, a anormalidade” (MAGNANI E TORRES, 1996, p.5)
É NARRAR OU DESCREVER AQUILO QUE VEMOS...
3. ... QUANDO OLHO O RIO DE JANEIRO VEJO:
INTRODUÇÃO
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4. • Buscar os significados dos comportamentos
• Visão mais positiva do ambiente urbano
COMPREENDER COMO OS MORADORES SE
APROPRIAM DOS ARRANJOS URBANOS (FÍSICOS E
SÓCIO CULTURAIS) QUE A CIDADE OFERECE
INTRODUÇÃO
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5. ETNOGRAFIA
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Etno do gredo etnoe, termo para designar os outros povos que não
eram gregos – persas, latinos, egípcios. A palavra grega elenoe
designava o povo grego e etnoe todos os outros povos.
Grafia vem do grego graf(o) e significa escrever sobre, escrever sobre
um tipo particular – um etno ou uma sociedade em particular.
ETNOGRAFIA é a especialidade da antropologia que tem por fim o
estudo e a descrição dos povos, sua língua, raça, religião e
manifestações materiais de suas atividades.
6. ETNOGRAFIA
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PREOCUPAÇÕES DA ETNOGRAFIA
• Obter uma descrição densa, a mais completa possível, sobre o que um grupo
particular de pessoas faz e o significado das perspectivas imediatas que eles têm
do que eles fazem.
• Etnografia é a escrita do visível.
• A qualidade da observação depende da sensibilidade que o pesquisador tem
para ao olhar o outro, bem como, do conhecimento sobre o contexto estudado,
da inteligência e da imaginação científica do etnógrafo.
• Ao estudar uma sociedade, o etnógrafo tenta estudar o todo dessa sociedade,
os fatos sociais que ocorrem nesse contexto.
7. ETNOGRAFIA
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A ANÁLISE ETNOGRAFICA
• Estuda particularmente um evento ou parte dele, ao mesmo tempo em
que se dá ênfase ao estudo das relações sociais em grupo como um todo
holisticamente, ou seja, visão do conjunto (Lutz, 1983).
• Destaca o interesse pelos atores sociais através da escolha de uma
determinada forma de comportamento.
• Enfatiza o significado das interações como um todo: a relação entre a
cena imediata da interação social de um grupo + o significado do fato social
ocorrido em grandes contextos. Exemplo: cultura do bairro → cultura da
cidade → cultura urbanas em geral .
8. ETNOGRAFIA
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A ANÁLISE ETNOGRAFICA
formas de olhar o campo - metodologias
QUANTITATIVA QUALITATIVA
Descrição e explicação Compreensão e interpretação
Estudos bem definidos
PARTE
Estudos «holísticos»
TODO
Verificação de teorias e hipóteses Menor focalização teórica e interpretação mais
livre
Generalização e abstracção Concentrar-se no contexto, por vezes com
generalizações
Procura de objectividade; distinção entre factos
e julgamentos de valores
DICOTOMICO
Distinção entre factos e valores menos clara;
reconhecimento da subjectividade
(espaço íntimo do indivíduo que se relaciona com o social)
RELATIVISTA
Abordagem racional, verbal e lógica do objecto
de pesquisa
O conhecimento tácito é considerado
importante, mas considera-se que nem sempre
pode ser articulado em palavras
9. ETNOGRAFIA
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A ANÁLISE ETNOGRAFICA
formas de olhar o campo - metodologia
QUANTITATIVA QUALITATIVA
Processamento quantitativo de dados Dados mais importantes são qualitativos
Distância entre o investigador e o obejcto da
investigação
Distância e envolvimento do investigador com o
objecto de estudo (observação participante)
Distinção entre experiência pessoal e Ciência O investigador admite a influência mútua da
experiência pessoal e da ciência e usa a sua
personalidade como instrumento
O investigador tenta ser emocionalmente
neutro, mantendo uma clara distinção entre
sentimentos e razão
Usa os sentimentos e a razão nas suas ações e
interpretações
O objeto de pesquisa é externo ao investigador O investigador parcialmente cria o seu objecto
de estudo, por exemplo, dando significado a um
documento ou processo
10. ETNOGRAFIA
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A ANÁLISE ETNOGRAFICA
formas de olhar o campo - metodologia
QUANTITATIVA QUALITATIVA
Objetivo Subjetivo
Realidade estável Realidade dinâmica
Quantitativo Qualitativo
Produto Processo
Medição controlada Observação naturalista
Medição intrusiva Observação não controlada
Perspectiva externa Perspectiva interna
Generalizável Não generalizável
Particularista Holista
Positivismo lógico
Aquilo que é analisado é “verdade lógica”
CERTEZA
Fenomenologia
Aquilo que se mostra é uma “verdade provisória”
INCERTEZA
11. ETNOGRAFIA
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A ANÁLISE ETNOGRAFICA
formas de olhar a cidade – antecedentes históricos...
... Articular a singularidade das variáveis da vida urbana
COMUNIDADE
Grupo organizado por laços de cooperação
x SOCIEDADE
Estado organizado pela divisão do trabalho
(Ferdinand Tönnies, 1855-1936)
HABITANTE DA
CIDADE PEQUENA
Estilo de vida sentimental
Proximidade espiritual
x
MODERNO HOMEM
METROPOLITANO
Estilo de vida intelectualista
Distanciamento espiritual
(Georg Simmel, 1858-1918)
12. ETNOGRAFIA
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A ANÁLISE ETNOGRAFICA
formas de olhar a cidade – antecedentes históricos...
... Articular a singularidade das variáveis da vida urbana
A Escola de Chicago: influência sociológica sobre o pensar as cidades. Fase de
apogeu entre 1875 e 1905.
• A cidade, é definida como um núcleo relativamente grande,
denso e permanente, de indivíduos heterogêneos. A Escola de
Chicago pensa o futuro das cidades através de ideias articuladas
entre sociologia, antropologia, arquitetura, urbanismo,
economia, psicologia e comunicação – a ecologia urbana que
trata do crescimento das cidades e seus processos de
segmentação.
NA ARQUITETURA: Home Insurance Building de Chicago (Arquiteto: William Le Baron Jenney, 1885 )
considerado como sendo o primeiro arranha-céu da história da arquitetura (influência da Escola de Chicago
na arquitetura).
13. ETNOGRAFIA
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A ANÁLISE ETNOGRAFICA
formas de olhar a cidade – antecedentes históricos...
... Articular a singularidade das variáveis da vida urbana
A Antropologia Urbana no Brasil: articula diversos campos de
conhecimento, e volta o olhar sobre as formas de sociabilidade urbana, conflitos
urbanos e movimentos sociais.
• Qual a realidade dos grandes centros urbanos?
• Dinâmica do cotidiano: quem participa, onde moram, em que
acreditam, onde passam o seu tempo livre?
• Mudança de foco: moradores da periferia, religiões populares urbanas,
cultura e festas populares, formas de lazer e entretenimento, e tantos
outros.
14. ETNOGRAFIA
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A ANÁLISE ETNOGRAFICA
formas de olhar a cidade – do bairro ao centro...
... Articular a singularidade das variáveis da vida urbana
• DELIMITAÇÃO DOS ATORES;
• CONTEXTUALIZAÇÃO CULTURAL, SOCIAL E ECONÔMICA;
• IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS DE REFERÊNCIA conhecidos do espaço urbano
por sua relação com equipamentos e práticas de entretenimento;
• CAMINHADAS DE RECONHECIMENTO pelas áreas delimitadas por esses
equipamentos (método do percurso comentado proposto por Thibaud);
• ESBOÇO DE UM PRIMEIRO MAPEAMENTO dos roteiros internos, fronteiras e
pontos de ligação com outras áreas;
• MAPEAMENTO LUGARES APROPRIADOS E FORMAS DE APROPRIAÇÃO.
15. ETNOGRAFIA
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A ANÁLISE ETNOGRAFICA
formas de olhar a cidade – categorias de análises...
... Articular a singularidade das variáveis da vida urbana
• ESPAÇO VIVIDO (LUGARES x NÃO-LUGARES) – geografia, psicologia,
arquitetura e urbanismos;
• TERRITÓRIOS (ESPAÇOS DE DOMÍNIO) – sociologia, geografia, psicologia,
arquitetura e urbanismos;
• AFETIVIDADE (RELAÇÃO EMOCIONAL DE ACEITAÇÃO, AFIRMAÇÃO OU
NEGAÇÃO) - geografia, psicologia, arquitetura e urbanismos;
• IDENTIDADE (PERTENCER) – sociologia, geografia, psicologia, arquitetura e
urbanismos.
16. ETNOGRAFIA
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A ANÁLISE ETNOGRAFICA
Aplicação no urbanismo
Exemplo de levantamento e análise de campo
OBJETIVOS
• Observar a localidade enquanto espaço e lugar, capaz de
produzir afetividades e identidades de infância
diferenciadas.
• O que é ser criança numa localidade de pobreza?
• Como elas compreendem o sentido de pertencimento e
domínio de tais localidades?
17. ETNOGRAFIA
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Procedimentosem campo
Observação participativa em quatro meses de trabalho de campo, a partir do
Centro Comunitário da Rua 1 (Projeto Curumim).
Construção do diário de campo
Aprender a conhecer o lugar
•Fotos;
•Conversas informais e entrevistas com adultos;
•Narrativas infantis;
•Desenhos de 14 crianças da Rua 1 informando,
“os lugares que mais gostavam de brincar e do que”.
A ANÁLISE ETNOGRAFICA
Aplicação no urbanismo
Exemplo de levantamento e análise de campo
18. ETNOGRAFIA
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O ESPAÇO ROCINHA
O lugar do outro espacializado através da fala
A ANÁLISE ETNOGRAFICA
Aplicação no urbanismo
Exemplo de levantamento e análise de campo
19. ETNOGRAFIA
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1
1
2
1
2
3
1 PARQUINHO DA RUA
1
PRAÇA DO TERREIRÃO
DA RUA 1
PRAÇA DO
LABORIAUX
QUADRA DO
TERREIRÃO DA RUA 1
QUADRA DO
LABORIAUX
QUADRA DA
CACHOPA
REPRESA DO
LABORIAUX
CANALETA DE
DRENAGEM
PRAIA DE SÃO
CONRADO
1
2
1
2
3
A ANÁLISE ETNOGRAFICA
Aplicação no urbanismo
Exemplo de levantamento e análise de campo