Dr. Jorge Coelho da Silveira nasceu em 1908 em Pedra Branca e foi um proeminente médico e político de Amaraji. Ele serviu como prefeito de Amaraji por duas vezes e como deputado estadual, além de dirigir o posto de saúde local. Faleceu prematuramente em 1959, deixando uma importante marca na história de Amaraji por suas realizações na área da saúde e infraestrutura.
Biografia do Dr. Jorge Coelho, médico e político de Amaraji
1. DR. JORGE COELHO DA SILVEIRA
(09-06-1908 - Pedra Branca) – (22.06.1959 – Recife)
BIOGRAFIA DE UM GRANDE AMARAJIENSE
2. DR. JORGE COELHO DA SILVEIRA
Jorge Coelho da Silveira nasceu no dia 9 de junho de 1908 no povoado
de Pedra Branca, hoje pertencente ao município de Primavera. Filho de José
Osório Coelho da Silveira, nascido em 20 de janeiro de 1850 e falecido em 24
de maio de 1928 e de Deolinda Teresa de Jesus (Loló), nascida em 15 de
outubro de 1875 e falecida em 20 de junho de 1962. Era neto, pelo lado
paterno, de Manoel Coelho da Silveira e Maria José do Espírito Santo e, pelo
lado materno, de Laurentino Coelho da Silveira e Antônia Maria da Conceição.
Ele foi batizado pelo vigário Padre Jerônimo Higino Rodrigues de
Assunção, no oratório privado da casa de residência de seu pai no Povoado de
Pedra Branca, sendo seu padrinho Vicente Coelho da Silveira, morador da
propriedade Prata. Foi registrado no dia 1º de março de 1909 no cartório de
registro civil da Vila de Amaraji e foram testemunhas: Joaquim Manuel Silveira
e Antônio José Pereira. José Sancho da Silveira, o escrivão ad-hoc que fez o
assento de seu registro no livro foi, durante muitos anos, o escrivão do cartório
Amaraji e, vinte um anos depois, tornou-se sogro de Jorge Coelho.
Ainda criança, foi estudar no seminário de Olinda. Deixou o seminário e
foi para Natal, no Rio Grande do Norte, fazer o curso científico, ficando
hospedado na residência do monsenhor José Alves Ferreira Ladim que havia
sido vigário de Amaraji no período de 1912 a 1915. Em 1930, foi exercer a
profissão de professor da seção masculina do Grupo Escolar da Usina União e
Indústria, conhecida como Bonfim. Em 1936 ingressou na Faculdade de
Medicina no Recife. Foi aluno laureado na turma de 1941 e recebeu o diploma
no teatro Santa Isabel, no dia 6 de dezembro de 1941. Nesse período,
trabalhava na Usina São João da Várzea em Recife, e, depois, como
funcionário do Instituto de Previdência do Estado de Pernambuco – IPSEP.
Depois de formado, foi exercer a profissão de médico na Usina Caxangá
em Ribeirão.
Em 1942, transferiu-se para a usina Trapiche, no município de
Sirinhaém, em substituição ao médico Pedro Buarque que fora convocado para
servir o exército. No dia 20 de novembro de 1943, através do ato 1561,
publicado no Diário Oficial do Estado de 21.11.1943, foi nomeado pelo
interventor federal de Pernambuco, Agamenon Magalhães, prefeito do
município de Sirinhaém, onde executou a maior administração já realizada
naquela cidade. No dia 21 de setembro de 1946, solicitou do mesmo
interventor federal no Estado, sua exoneração do cargo de prefeito daquela
cidade. Naquele mesmo ano, transferiu-se para Recife, onde foi trabalhar como
médico chefe da pediatria do Hospital Centenário.
Em 1947, ele candidatou-se a prefeito de sua cidade natal, Amaraji, e
nas eleições de 26 de outubro daquele obteve uma vitória esmagadora sobre o
concorrente. No dia 15 de novembro de 1947 tomou posse como prefeito.
Juntamente com ele foram eleitos os seguintes vereadores: Álvaro
Antunes Correia, Antônio Bernardo Cavalcanti, Ademar Orlando Figueiredo,
José Otacílio Correia de Assunção, José Rufino de Brito, Felisberto Pessoa de
Oliveira e Vitorino do Carmo Leitão.
3. Uma curiosidade da campanha eleitoral. Dr. Jorge do Partido Social
Democrata - PSD, disputava a prefeitura com Francisco Xavier, da União
Democrática Nacional - UDN. Este era apoiado pela usina União e Indústria e
pelos fornecedores e cana. Dr. Jorge e o seu grupo eram chamados de
“mocotó” e Chico Xavier, de “guará”. Por onde Dr. Jorge caminhava era
sempre seguido por um grupo de correligionários, daí serem chamados de
“mocotó”. Os correligionários de Chico Xavier, usineiro e plantadores, eram
chamados de “guará” por conta do lobo guará que costumava fazer estragos
no canavial. E nos comícios, ouviam-se os gritos de “guará”, “guará”, ou
“mocotó”, “mocotó”. Era uma maneira de ofender o adversário.
Durante aquele período exerceu também a profissão de médico na usina
Pedroza. Entre as obras que se destacaram na sua primeira administração
estão: a colocação de meio fio em quase todas as ruas da cidade. Construiu a
capela de Santo Amaro que foi inaugurada em 1949. Edificou o prédio da Rádio
Educadora a Voz de Amaraji, local destinado a festas e eventos culturais.
Construiu também as casinhas da Vila São Vicente, destinadas a idosos
carentes e sem família, bem como o prédio de dois andares que pertence à
Sociedade Beneficente São José do Amaraji. Abriu a Avenida José Osório até o
prédio da estação. Em setembro de 1949 foi iniciada a construção da usina
hidrelétrica que passaria a fornecer energia à cidade. Sua obra mais
importante foi, sem dúvida, a abertura da rodovia que liga Amaraji à BR-101,
passando pela usina União Indústria.
Movimentou a vida social da cidade promovendo teatros, bailes e
eventos como o programa Amaraji de Outrora, onde as pessoas percorriam a
cidade à luz de tochas, cantando e ouvindo narrações de fatos curiosos e
folclóricos do município. O Amaraji de Outrora acontecia sempre em noites de
lua cheia.
Realizou uma grande administração em Amaraji, recebendo por tudo que
fez o título honroso de “Restaurador do Município”. Sua gestão durou até 15 de
novembro de 1951, quando Sebastião Gomes de Andrade eleito no último
pleito, tomou posse.
Em 1953, no mês de junho, começou a funcionar o posto de higiene
estadual da cidade. A unidade sanitária muito bem instalada dispunha de
equipamentos médico-cirúrgico para todos os casos de emergência. Dr. Jorge
Coelho da Silveira foi designado médico-chefe da unidade. Ele veio transferido
da cidade de Agrestina, aonde vinha exercendo idêntica função no posto de
higiene daquela cidade.
Em 1954, no dia 02 de outubro, o Diário Oficial do Estado publicou a
inscrição de Dr. Jorge Coelho da Silveira como candidato a deputado estadual
pelo Partido Trabalhista Brasileiro - PTB. Na eleição realizada em três de
outubro de 1953 ele ficou na suplência e, por várias vezes, assumiu como
suplente de deputado estadual na Assembléia Legislativa.
No dia 19 de março de 1959 foi designado pelo governador do estado
para exercer a função de chefe do posto de higiene de Amaraji.
Candidatando-se mais uma vez a prefeito de Amaraji venceu o pleito. No
dia 15 de novembro de 1955, foi empossado pela segunda vez no cargo de
4. prefeito de sua terra. Um fato interessante sobre sua posse. O então prefeito
Sebastião Gomes fazia oposição ferrenha a Dr. Jorge Coelho de modo que, em
seu último dia de gestão, renunciou ao mandato e passou a prefeitura para o
vice-prefeito, Manoel Sales Coelho, que transmitiu o cargo ao novo prefeito
eleito.
Naquela gestão foram eleitos os seguintes vereadores: Miguel Cavalcanti
Sotero, José Teófilo Sobrinho, João Gonçalves de Medeiros, Luiz Gonzaga da
Silva, Aristeu Correia da Silva, Albérico Batista dos Anjos, Áureo Bezerra, José
Olegário Alves, Manoel Bernardo Cavalcanti.
Jorge Coelho foi casado com Nadir Judith da Silveira, nascida no dia 23
de novembro de 1913, filha de José Sancho da Silveira e Judith da Silveira. A
cerimônia do casamento religioso realizou-se no dia 25 de junho de 1929, ele
com 21 e ela com 16 anos de idade, num oratório privado da cidade, celebrado
pelo vigário da paróquia, padre Paulo Hermógenes. Foram testemunhas:
Zeferino Coelho da Silveira e Odilon Albuquerque de Souza Melo. O casamento
civil realizou-se também na mesma data. Foi na residência da noiva, à tarde,
presidido por Dr. Ernesto Vieira Santos, Juiz de Direito da Comarca. Foram
testemunhas: o Coronel Frederico Davino Pontual e a Srta. Quitéria Coelho da
Silveira; e o Coronel Pedro Correia de Mello e sua esposa Dona Amélia Correia
de Mello.
No dia 22 de junho de 1959, ele adoeceu repentinamente e foi conduzido
para Recife. Faleceu no dia 23 de junho de 1959, ás 5 horas da manhã, no
Hospital Jaime da Fonte em Recife, aos 51 anos de idade.
Deixou três filhos: José Osório Coelho Neto, nascido em 29 de março de
1931, casado com Cilene Lisboa Coelho, pais de Jorge Neto, Cid, João Bosco e
Jacqueline; Maria Salete Coelho, nascida em 11 de abril de 1933, casada com
Amaro Moraes da Silva, já falecido, pais de Manoel, Rita de Cássia, Verônica
Inês e Valéria Márcia; e Domingos Sávio da Silveira, nascido em 13 de
novembro de 1953, que foi casado com Maria Alice Ferreira da Silva, pais de
Paula Frassinetti, Anne Karina e Juliana Veruska. Sua esposa Nadir Judith da
Silveira faleceu no dia dois de setembro de 1992.
Deixou também uma irmã, Quitéria Coelho da Silveira, nascida a dois de
setembro de 1912 que casou aos 18 anos com José Mateus Silveira Tabosa no
dia 21 de janeiro de 1931. José Mateus e Quitéria tiveram um filho chamado
José Haldson Coelho Tabosa, casado com Sônia Tabosa. Quitéria faleceu no dia
11 de novembro de 1971.
Dr. Jorge Coelho era um homem, acima de tudo, muito religioso e amigo
de todos que o conheciam. Como profissional, deixou uma lacuna enorme, por
sua maneira gentil, seu desprendimento e atenção que dispensava aos
pacientes. Nenhum obstáculo o impedia de prestar o devido socorro, quando
solicitado. Atendia na chuva, no sol, de dia, de noite, sempre com o mesmo
carinho, paciência e sem distinção de classe social ou categoria de vida. Para
atender e medicar algum doente utilizava-se de qualquer meio de transporte:
a cavalo, de trolley e até a pé.
Sua partida prematura deixou um vazio no cenário político estadual, pois
estava apenas iniciando sua carreira política na Assembléia Legislativa e, na
comunidade de Amaraji, uma grande saudade pelo excelente profissional que
era e pela extraordinária pessoa humana que sempre demonstrou ser.
5. A Prefeitura e Câmara Municipal prestaram homenagem ao grande médico
e prefeito do município, denominando a principal praça da cidade com o seu
nome. Anteriormente, era chamada de Barão de Lucena. Lá também foi
colocada uma estátua do grande benfeitor.
TERMO DE NASCIMENTO
Aos primeiro dia do mês de Março do anno de mil novecentos e nove
nesta Villa de Amaragy em meu cartório compareceu o cidadão José
Osorio Coêlho da Silveira, agricultor, residente nesta Villa, e perante mim
e as testemunhas abaixo assignadas todas de mim conhecidas de que dou
fé, participaram que no dia nove de Junho do anno de mil novecentos e
oito as nove horas do dia, em sua casa de residência no Povoado de Pedra
Branca, deste município, nasceu uma criança do sexo masculino, filho
legitimo delle participante e de sua mulher Dona Deolinda Theresa de
Jesus, cujo menino chama-se Jorge Coêlho da Silveira e que já foi
baptizado em oratório privado da casa de residência do pai do recém-
nascido no Povoado assima referido e foi pelo Excelentissimo Vigario
Jeronymo d´Assumpção e foram seus padrinhos Vicente Coelho da
Silveira residente na propriedade Prata deste município: são seus avós
maternos Laurentino Coelho da Silveira e Antonia Maria da Conceição,
aquelle já fallecido neste município e esta residente nesta Villa. São seus
paternos: Manuel Coêlho da Silveira e Maria José do Espírito Santo
residentes na propriedade Prata assima referida. Do que para constar
lavrei este termo commigo assignam participantes e testemunhas. Eu José
Sancho da Silveira official interino do registro civil escrevi. Dou fé.
José Sancho da Silveira
José Osorio Coelho da Silveira
Joaquim Manuel Silveira
Antonio José Pereira
TERMO DO CASAMENTO RELIGIOSO
Jorge Coelho da Silveira Primo e Nadir Judith da Silveira
Aos vinte e cinco dias do mês de julho do anno de mil novecentos e vinte
e nove, em oratorio privado da desta Cidade de Amaragy, havendo licença
do Ordinário, servatis de jure servandes, em minha presença e na das
testemunhas: Zeferino Coelho da Silveira e Odilon d´Albuquerque de
Souza Mello, receberam-se em matrimonio Jorge Coelho da Silveira e
Nadir Judith da Silveira. Elle, solteiro com vinte e um annos de idade, filho
legitimo de José Osorio da Silveira, já falecido, e Deolonda Coelho da
Silveira. Ella, solteira, com deseseis annos de idade, filha legitima de José
Sancho da Silveira e Judith da Silveira, já falecida. Ambos são naturais e
moradores nesta freguesia. Dei-lhes a bençam matrimonial. E para
constar fiz este termo e assigno. Pe. Paulo Hermogenes, Vgº da Freguesia
6. TERMO DE CASAMENTO CIVIL
Jorge Coelho da Silveira e Nadyr Judith da Silveira
Aos vinte cinco dias do mes de Julho do anno de mil nove centos e vinte nove
nesta cidade de Amaragy em casa de residencia do Cidadão José Sancho da
Silveira a rua Vinte e Tres de Julho numero quarenta e um pelas dezesseis
horas prezente o Excelentissimo Senhor Doutor Ernesto Vieira Santos Juiz de
Direito e de casamentos desta Comarca commigo abaixo assignado escrevente
autorizado ad-hoc, as testemunhas Coronel Frederico Davino Pontual com
trinta e um annos de idade, solteiro, Brasileiro, natural deste Estado,
agricultor, residente no engenho Bosque deste município e Senhorita Quitéria
Coelho da Silveira; Coronel Pedro Correia de Mello com quarenta e oito annos
de idade, Brasileiro, natural deste Estado, agricultor, residente no Engenho
Garra deste municipio e sua Excelentissima Senhora Dona Amelia Correia de
Mello, receberam-se em matrimonio sob regime de comunhão de bens como
esposo Jorge Coelho da Silveira, solteiro, nascido no lugar Pedra Branca deste
município em nove de junho de mil novecentos e oito, empregado publico
residente nesta cidade, filho legitimo de José Ozorio Coêlho da Silveira e Dona
Deolinda Theresa de Jesus esta residente nesta cidade e aquele já falecido e
como esposa Nadyr Judith da Silveira, solteira, nascida nesta mesma cidade,
filha legitima de José Sancho da Silveira e Dona Judith da Silveira esta já
falecida e aquelle residente nesta cidade. Os quais no mesmo acto declararam
que não tinham parentesco entre si em grau algum prohibido por direito Civil
nem outro impedimento conhecido que os inhibisse de casar-se um com o
outro e habilitaram-se na forma da lei, apresentado no dia seis do corrente
mês os documentos exigidos no artigo cento e setenta do codigo civil Publicado
por edital o casamento refirido e decorrido no prazo da Lei nenhum
impedimento apariceu conforme teor da respectiva certidão de Habilitação
junto ao proscessado; em vista do que o Juiz depois de ler o artigo cento e
oitenta e tres do Codigo Civil e não tendo apresentado nenhum impedimento a
que se refere o mesmo artigo cento e noventa e quatro do mesmo codigo os
declara legitimamente casados perante a Lei. Em firmeza do que eu lavrei este
acto que vai assignado pelo Juiz, contraentes, testemunhas e circunstantes. Eu
Antonio da Costa Leite escrivão ad-hoc escrevi.
Ernesto Vieira Santos
Jorge Coelho da Silveira
Nadyr Judith da Silveira
Frederico Davino Pontual
Quiteria Coelho da Silveira
Pedro Correia de Mello
Amelia Correia de Mello
João Paulo Nobrega
José Jorge P. da Silva
Delmira Silveira
Gertrude Elizia de Barros Silva
Maria Carolina Reis
Alexandrina Coelho de Andrade
Maria Amélia Teixeira