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LIMPEZA E DESINFECÇÃO TÉRMICA


Com o avanço da tecnologia nas ultimas décadas, a Central de Materiais e
Esterilização CME, adaptou seus métodos de limpeza para acompanhar o
desenvolvimento dos materiais e artigos médico-odonto-hospitalares, que
necessitavam de processamento.

Além dos artigos críticos, semi-criticos e não críticos, como já se classifica na
literatura há muitos anos, nos deparamos hoje com os artigos simples e
complexos, os quais necessitam ser desmontados e remontados alem de ter
lumens ou componentes elétricos e eletrônicos complexos.

A limpeza é o primeiro e mais importante passo no processamento dos artigos. O
processo de desinfecção seja ela química ou térmica, assim como a esterilização,
não existe sem a remoção completa de toda a matéria orgânica visível dos
artigos. Se não está limpo não pode ser desinfetado ou esterilizado.

Em 1980, o Ministério Federal da Saúde alemão publicou normas para a proteção
do pessoal dos setores médico e clínico contra infecções, pois havia sido
detectado, na lavagem de instrumentos contaminados, um alto potencial de
risco. Essa norma indicava que os instrumentos cirúrgicos e os instrumentos para
anestesia deviam ser desinfetados imediatamente após o uso e antes da
lavagem. A lavagem deveria seguir a desinfecção.

A limpeza manual sempre foi a forma mais utilizada para a remoção da carga
orgânica dos artigos. Porém ela expõe o colaborador a riscos biológicos, alem
disso a dificuldade na reprodutibilidade do processo dificultava a padronização
das etapas da limpeza. Com a introdução das lavadoras automáticas, este
problema foi solucionado trazendo um grande benefício para os funcionários
além de garantir reprodutibilidade do processo como um todo. Este conceito foi
revisto e atualmente o processo todo se inicia com a limpeza, seja ela
automática ou manual.




      Silvia Helena Baffi – Enfermeira Pos graduada em Enfermagem em CC e CME   1
                             Mestre em Enfermagem pela EEUSP.
Para a remoção da carga orgânica é importante que exista uma fase de
exposição a água em temperatura ambiente, pois se a temperatura superar os
45°C antes que o processo de desnaturamento das proteínas do sangue seja
executado, uma coagulação das albuminas pode provocar aderência na
superfície dos artigos trazendo dificultando a limpeza.

A termodesinfecção foi adicionada ao processo de limpeza para fornecer
segurança ao colaborador na manipulação dos artigos a serem preparados para
a esterilização. O mesmo Ministério Federal da Saúde alemão, com as normas
publicadas, exprime a preferência pelo método térmico sendo os parâmetros
críticos para o processo facilmente controláveis, temperatura de 93°C e tempo
de 10 minutos, para os artigos resistentes a altas temperaturas. Embora algumas
recomendações      européias    como     a   Holandesa     e   Inglesa   estabeleçam
parâmetros de desinfecção térmica diferentes dos válidos na Alemanha, todos
são validados na literatura internacional como na nacional. Na Holanda são
aceitos parâmetros como 92°C por 2 minutos, enquanto na Inglaterra são de 90°C
por 5 minutos, que é o padrão (de fabrica), utilizado para o processo da
termodesinfectora da SERCON.

Para o correto funcionamento da lavadora termodesinfectora, devem ser
seguidas às indicações apresentadas a seguir:

      O carregamento da lavadora termodesinfectora deve ser efetuado de
      modo que a água de lavagem possa alcançar e circular livremente e ficar
      em contato em cada parte do artigo ou instrumento.

      Os artigos devem ser mantidos (de preferência) úmidos até que sejam
      lavados.

      A carga deve ser uniformemente distribuída e não deverá ser ultrapassada
      a 75% da sua capacidade.

      Para obter uma limpeza efetiva, os instrumentos articulados (tesouras,
      pinças, pinça goiva) devem ser abertos antes da limpeza, para que o
      agente de limpeza entre em contato com toda a superfície do artigo.




      Silvia Helena Baffi – Enfermeira Pos graduada em Enfermagem em CC e CME      2
                             Mestre em Enfermagem pela EEUSP.
Instrumentos especiais que apresentem uma conformação que impeça o
    fluxo livre da água de lavagem (recipientes, bandejas, cubas, etc.) devem
    ser dispostos com a abertura para baixo.

•   Os tubos devem ser inseridos nos alojamentos específicos do carro.

•   A termodesinfectora, quando estiver carregada, pode ser ativada para
    executar o ciclo de lavagem / desinfecção a ser escolhido através do
    painel de comando IHM.

•   Durante o processo, os parâmetros e as fases podem ser monitorados pelo
    visor do IHM e/ou na impressora.

•   No final do ciclo regularmente realizado, pode-se abrir o desinfetador pelo
    lado oposto para retirar o material (caso o modelo da termodesinfectora
    tenha dupla porta – barreira).

•   Descarregar os materiais e fechar novamente a porta da lavadora do lado
    de carregar.

•   O ciclo de lavagem/desinfecção pode ser executado em: instrumentos
    cirúrgicos, instrumentos metálicos, vidros e materiais termo-resistentes.
    Borrachas e silicones podem ser colocados no equipamento com
    indicação do fabricante. Plásticos podem vir a sofrer alterações
    dependendo da composição dos polímeros.

•   Todos os corpos com cavidades devem ser colocados nos alojamentos
    específicos do carro para lavar/desinfetar o interior das cavidades.

•   Deve-se verificar se o processo de lavagem/desinfecção é adequado aos
    materiais a serem tratados seguindo as especificações dos fabricantes.

•   No   tratamento      de   instrumentos    contaminados      é   particularmente
    importante, além do aspecto técnico, evitar expor os colaboradores a
    riscos biológicos.

•   Os    instrumentos    devem,     se    possível,   ser   encaminhados     para
    processamento imediatamente após o uso. Não se deve deixar que a



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                           Mestre em Enfermagem pela EEUSP.
sujidade seque nos artigos, para evitar que a limpeza desses objetos torne-
    se difícil de retirar.

•   Os instrumentos devem ser mantidos umedecidos até o momento da
    limpeza. Caso não seja possível deverá ser imerso em água por alguns
    minutos antes de carregar os cestos. Esta indicação é válida também para
    instrumentos muito sujos, por ex. com sangue, secreção ou resíduos de
    material    de    preenchimento.       Como      cimento   ósseo,   por   exemplo.
    Recomenda-se que todo o artigo permaneça umedecido até o inicio da
    limpeza com toalhas molhadas. AORN 2009.

•   Operações e intervenções médicas podem utilizar produtos corrosivos (por
    ex. nitrato de prata, preparados de iodo, entre outros). Os resíduos desses
    preparados devem ser previamente removidos.

•   Os instrumentos não devem, em nenhum caso, ser deixado em solução
    fisiológica de cloreto de sódio, pois o contato prolongado com essas
    soluções provoca ferrugem e danos. Tratar os instrumentos cirúrgicos de
    modo inadequado pode danificá-los (por ex. extrair pontas de metal duro
    de tesouras ou porta-agulha, deformar pequenas pinças). .

•   Os   instrumentos        que   serão   processados   manualmente      devem    ser
    mergulhados        em     uma    solução    de    preferência   enzimática.   São
    recomendados exclusivamente os produtos não corrosivos, a serem
    utilizados nas concentrações indicadas. Somente a água não é suficiente!

•   Os instrumentos delicados e pequenos devem ser colocados em suportes
    específicos, para permitir uma sustentação apropriada. Os resíduos
    presentes nos instrumentos odontológicos, por ex., materiais de obturação,
    devem ser eliminados imediatamente após o uso para evitar o perigo de
    endurecimento e/ou corrosão.

•   Os instrumentos odontológicos giratórios, por ex., brocas, fresas e corpos
    abrasivos devem ser selecionados, colocados em recipientes especiais e
    tratados separadamente. Estes artigos devem ser lavados em lavadora
    ultrassônica ou manualmente..


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•   As partes óticas devem ser depositadas em recipientes especiais em cestos
    aramados com tampa e fixadores de silicone.

•   Utilizar detergente de preferência enzimático, de pouca ou nenhuma
    formação de espuma, pois a espuma na máquina pode prejudicar
    sensivelmente o resultado da limpeza. Na proporção indicada pelo
    fabricante do detergente. O desempenho da lavadora depende muito da
    qualidade do detergente escolhido. Ao usar produtos de limpeza ou
    produtos combinados (limpeza e lubrificação), observar atentamente as
    indicações do         fabricante   (tempo de aplicação, concentração e
    temperatura).

•   A temperatura da água não deve superar os 55°C, pois temperaturas
    muito elevadas provocam a desnaturação das enzimas do detergente,
    assim como o sangue que poderá ficar aderido aos artigos ao invés de
    retirados.

•   Só a dosagem exata do agente de limpeza, garante um resultado perfeito
    de limpeza e desinfecção com o máximo cuidado dos materiais. Uma
    dosagem insuficiente de produto compromete o desempenho do
    equipamento e o resultado final do produto.

•   É indicado o uso de água desmineralizada no processo de lavagem para
    evitar que manchas ou corrosões danifiquem os artigos.

                 Na limpeza automática, devem ser observados os seguintes
                 critérios:   instrumentos   articulados   devem   ser   abertos;   se
                 fechados, a limpeza não é efetiva.

                 Artigos com lúmen longo e/ou estreitos (tubos, cânulas, sistemas
                 respiratórios) devem ser colocados em sistemas apropriados.
                 Para tal fim devem ser utilizados carros específicos;

                 Os instrumentos devem ser dispostos de modo que não possam
                 danificar-se no contato uns com os outros, pois durante o
                 processo pode haver deslocamento dos artigos.



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                           Mestre em Enfermagem pela EEUSP.
Instrumentos     muito    grandes    devem      ser   acondicionados
               separados dos artigos delicados.

               Peças de alumínio anodizado colorido podem, no processo de
               limpeza na máquina, perder a sua cor e, portanto, a sua função
               de codificação.



•   Os resíduos da limpeza devem ser apropriadamente eliminados nas fases
    sucessivas de enxágüe para evitar a formação de manchas e/ou
    descolorações nos instrumentos.

•   O uso de um produto neutralizador pode ajudar este processo e melhorar o
    resultado do enxágüe. No enxágüe final, uma temperatura entre 70 e 95°C
    permite uma melhor secagem. Em caso de eventual corrosão no
    instrumento cirúrgico, devido à baixa qualidade da água, a temperatura do
    enxágüe final deve ser reduzida a 70 - 75°C.

•   É indicado o uso de lubrificante para aumentar a durabilidade dos artigos
    de aço inoxidável. Poderá ser aplicado durante o processo na fase de
    termodesinfecção, por exemplo, ou de forma manual, dependendo da
    indicação do produto.

•   Usando água desmineralizada no enxágüe final evitam-se manchas,
    descoloração e corrosão. Não é necessária uma limitação da temperatura.
    Caso o programa de lavagem não preveja a secagem, o material deve ser
    retirado da máquina assim que terminar o programa.

•   Efetuar a secagem caso ela não tenha sido suficiente. A secagem manual
    tem por beneficio a inspeção visual de todos os artigos processados.

•   Instrumentos para microcirurgia ou delicados, podem ser tratados na
    máquina se colocados em suportes seguros. O ideal é que sejam
    processados em lavadora ultrassônica ou manualmente.

•   Instrumentos odontológicos podem ser tratados na máquina como
    instrumentos cirúrgicos. Para tal fim, deve-se observar:



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                            Mestre em Enfermagem pela EEUSP.
Sondas e outros instrumentos delicados devem ser protegidos
                  contra danos utilizando-se suportes especiais.

                  Instrumentos giratórios (brocas, fresas e corpos abrasivos) são
                  apropriados no tratamento em banhos a ultra-som.

                  Instrumentos para o tratamento de canais radiculares também
                  devem ser tratados com ultra-som.

                  Manípulos retos e angulares podem ser tratados em máquina só
                  se o fabricante prever esse método. São necessários suportes
                  especiais. Assim que tiver terminado o programa da máquina, é
                  necessário eliminar a eventual umidade com spray específico.

                  Espelhos bucais (odontologia) devem ser lavados manualmente.

• Os componentes de sistemas motorizados não podem ser desinfetados e
    limpos na máquina, com exceção de instrumentos e acessórios simples.

• Devem ser removidas as guarnições e as torneiras devem ser abertas.
    Somente as peças indicadas pelo fabricante, podem ser tratadas na
    máquina. As máquinas normais para limpar e desinfetar não são apropriados
    para artigos delicados.

• Para evitar um excessivo enchimento da máscara, retirar as tampas antes
    do tratamento, fazer sair parcialmente o ar e fechar a máscara.

•   É importante a escolha de detergente livre de espuma para a lavadora
    termodesinfectora desempenhar bem suas funções e não deixar resíduos de
    detergente nos artigos nem nos circuitos internos do equipamento.

• Os componentes dos sistemas e acessórios respiratórios para aparelhos de
    anestesia, são fabricados de diversos com componentes, portanto a limpeza
    e desinfecção, devem ser efetuadas somente seguindo as indicações do
    fabricante.




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ADVERTÊNCIAS PARA A SEGURANÇA


As advertências citadas a seguir têm como objetivo reduzir o risco para o pessoal
encarregado e evitar que a aparelhagem se torne insegura devido à
manutenção incorreta. Portanto, tanto os operadores quanto os encarregados
da manutenção devem seguir quanto indicado neste manual para o uso e a
manutenção deste esterilizador.



   o   Os colaboradores que operam a lavadora termodesinfectora devem ser
       treinados e qualificados para este tipo de atividade.

   o   A manutenção e a reparação da lavadora termodesinfectora deve ser
       executada por pessoal técnico capacitado e qualificado.

   o   A área de carregamento da lavadora termodesinfectora deve ser mantida
       limpa para evitar condições perigosas devido ao piso escorregadio

   o   Os cestos, recipientes, bandejas e os carros internos devem ser
       manipulados utilizando luvas especiais para evitar queimaduras no final do
       ciclo de desinfecção.

   o   Usar luvas protetoras todas as vezes que se entrar em contato com a
       câmara após o processo de termo - desinfecção.

   o   Prestar   atenção    a     todas   as   partes   internas   não   protegidas   da
       termodesinfectora,       pois   podem    provocar    queimaduras     durante    a
       manutenção ou reparação.

   o   A energia elétrica deve ser desligada antes de iniciar a reparação ou
       manutenção da termodesinfectora.

   o   Por nenhum motivo devem ser modificados ou violados os dispositivos de
       segurança da termodesinfectora.

   o   O painel frontal da termodesinfectora deve ser mantido limpo utilizando
       um pano macio e soluções que não agridam o aço inoxidável.




       Silvia Helena Baffi – Enfermeira Pos graduada em Enfermagem em CC e CME         8
                              Mestre em Enfermagem pela EEUSP.
o     A câmara deve ser mantida limpa utilizando um pano macio e soluções
      que não agridam o aço inoxidável. Sugestão de produtos a base de acido
      fosfórico.

o     Não devem ser utilizados ferramentas pontiagudas para inserir ou retirar a
      guarnição de impermeabilidade da câmara da sua sede. Nunca utilize
      esponjas abrasivas.

o     Utilizar E.P.Is. adequados como luvas e óculos protetores durante o
      carregamento das bandejas e cestos.

o     Utilizar luvas protetoras contra contaminação para a desmontagem de
      peças internas da termodesinfectora e para executar um procedimento
      de desinfecção a frio nessas partes.




DESINFECÇÃO TÉRMICA – PADRÕES EUROPEUS
     Norma      Alemanha        GRA       PASTEURIZAÇAO    HOLANDA       SUECIA        SUECIA
                              BRETANHA
       e
                    930C                     700C           900C         850C          850C
                               820C         30 min          5 min                      3 min
     Tempo         10min                                                 1 min
       de                      2 min
    Exposição



       A0          10 min      10 min       10 min         10 min       10 min        10 min




      DAL
     Obtido      1 X 10-307   1,7 X 100    1,3 X 10-1     1,7 X 10-78   8,1 X 10-5   6,7 X 10-13



DAL                >/ 10-2     >/ 10-2       >/ 10-2        >/ 10-2      >/ 10-2       >/ 10-2
Requerido

Situação        Aprovado      Reprovado   Reprovado       Aprovado      Aprovado     Aprovado
                                             para
                                          desinfecção




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  • 1. LIMPEZA E DESINFECÇÃO TÉRMICA Com o avanço da tecnologia nas ultimas décadas, a Central de Materiais e Esterilização CME, adaptou seus métodos de limpeza para acompanhar o desenvolvimento dos materiais e artigos médico-odonto-hospitalares, que necessitavam de processamento. Além dos artigos críticos, semi-criticos e não críticos, como já se classifica na literatura há muitos anos, nos deparamos hoje com os artigos simples e complexos, os quais necessitam ser desmontados e remontados alem de ter lumens ou componentes elétricos e eletrônicos complexos. A limpeza é o primeiro e mais importante passo no processamento dos artigos. O processo de desinfecção seja ela química ou térmica, assim como a esterilização, não existe sem a remoção completa de toda a matéria orgânica visível dos artigos. Se não está limpo não pode ser desinfetado ou esterilizado. Em 1980, o Ministério Federal da Saúde alemão publicou normas para a proteção do pessoal dos setores médico e clínico contra infecções, pois havia sido detectado, na lavagem de instrumentos contaminados, um alto potencial de risco. Essa norma indicava que os instrumentos cirúrgicos e os instrumentos para anestesia deviam ser desinfetados imediatamente após o uso e antes da lavagem. A lavagem deveria seguir a desinfecção. A limpeza manual sempre foi a forma mais utilizada para a remoção da carga orgânica dos artigos. Porém ela expõe o colaborador a riscos biológicos, alem disso a dificuldade na reprodutibilidade do processo dificultava a padronização das etapas da limpeza. Com a introdução das lavadoras automáticas, este problema foi solucionado trazendo um grande benefício para os funcionários além de garantir reprodutibilidade do processo como um todo. Este conceito foi revisto e atualmente o processo todo se inicia com a limpeza, seja ela automática ou manual. Silvia Helena Baffi – Enfermeira Pos graduada em Enfermagem em CC e CME 1 Mestre em Enfermagem pela EEUSP.
  • 2. Para a remoção da carga orgânica é importante que exista uma fase de exposição a água em temperatura ambiente, pois se a temperatura superar os 45°C antes que o processo de desnaturamento das proteínas do sangue seja executado, uma coagulação das albuminas pode provocar aderência na superfície dos artigos trazendo dificultando a limpeza. A termodesinfecção foi adicionada ao processo de limpeza para fornecer segurança ao colaborador na manipulação dos artigos a serem preparados para a esterilização. O mesmo Ministério Federal da Saúde alemão, com as normas publicadas, exprime a preferência pelo método térmico sendo os parâmetros críticos para o processo facilmente controláveis, temperatura de 93°C e tempo de 10 minutos, para os artigos resistentes a altas temperaturas. Embora algumas recomendações européias como a Holandesa e Inglesa estabeleçam parâmetros de desinfecção térmica diferentes dos válidos na Alemanha, todos são validados na literatura internacional como na nacional. Na Holanda são aceitos parâmetros como 92°C por 2 minutos, enquanto na Inglaterra são de 90°C por 5 minutos, que é o padrão (de fabrica), utilizado para o processo da termodesinfectora da SERCON. Para o correto funcionamento da lavadora termodesinfectora, devem ser seguidas às indicações apresentadas a seguir: O carregamento da lavadora termodesinfectora deve ser efetuado de modo que a água de lavagem possa alcançar e circular livremente e ficar em contato em cada parte do artigo ou instrumento. Os artigos devem ser mantidos (de preferência) úmidos até que sejam lavados. A carga deve ser uniformemente distribuída e não deverá ser ultrapassada a 75% da sua capacidade. Para obter uma limpeza efetiva, os instrumentos articulados (tesouras, pinças, pinça goiva) devem ser abertos antes da limpeza, para que o agente de limpeza entre em contato com toda a superfície do artigo. Silvia Helena Baffi – Enfermeira Pos graduada em Enfermagem em CC e CME 2 Mestre em Enfermagem pela EEUSP.
  • 3. Instrumentos especiais que apresentem uma conformação que impeça o fluxo livre da água de lavagem (recipientes, bandejas, cubas, etc.) devem ser dispostos com a abertura para baixo. • Os tubos devem ser inseridos nos alojamentos específicos do carro. • A termodesinfectora, quando estiver carregada, pode ser ativada para executar o ciclo de lavagem / desinfecção a ser escolhido através do painel de comando IHM. • Durante o processo, os parâmetros e as fases podem ser monitorados pelo visor do IHM e/ou na impressora. • No final do ciclo regularmente realizado, pode-se abrir o desinfetador pelo lado oposto para retirar o material (caso o modelo da termodesinfectora tenha dupla porta – barreira). • Descarregar os materiais e fechar novamente a porta da lavadora do lado de carregar. • O ciclo de lavagem/desinfecção pode ser executado em: instrumentos cirúrgicos, instrumentos metálicos, vidros e materiais termo-resistentes. Borrachas e silicones podem ser colocados no equipamento com indicação do fabricante. Plásticos podem vir a sofrer alterações dependendo da composição dos polímeros. • Todos os corpos com cavidades devem ser colocados nos alojamentos específicos do carro para lavar/desinfetar o interior das cavidades. • Deve-se verificar se o processo de lavagem/desinfecção é adequado aos materiais a serem tratados seguindo as especificações dos fabricantes. • No tratamento de instrumentos contaminados é particularmente importante, além do aspecto técnico, evitar expor os colaboradores a riscos biológicos. • Os instrumentos devem, se possível, ser encaminhados para processamento imediatamente após o uso. Não se deve deixar que a Silvia Helena Baffi – Enfermeira Pos graduada em Enfermagem em CC e CME 3 Mestre em Enfermagem pela EEUSP.
  • 4. sujidade seque nos artigos, para evitar que a limpeza desses objetos torne- se difícil de retirar. • Os instrumentos devem ser mantidos umedecidos até o momento da limpeza. Caso não seja possível deverá ser imerso em água por alguns minutos antes de carregar os cestos. Esta indicação é válida também para instrumentos muito sujos, por ex. com sangue, secreção ou resíduos de material de preenchimento. Como cimento ósseo, por exemplo. Recomenda-se que todo o artigo permaneça umedecido até o inicio da limpeza com toalhas molhadas. AORN 2009. • Operações e intervenções médicas podem utilizar produtos corrosivos (por ex. nitrato de prata, preparados de iodo, entre outros). Os resíduos desses preparados devem ser previamente removidos. • Os instrumentos não devem, em nenhum caso, ser deixado em solução fisiológica de cloreto de sódio, pois o contato prolongado com essas soluções provoca ferrugem e danos. Tratar os instrumentos cirúrgicos de modo inadequado pode danificá-los (por ex. extrair pontas de metal duro de tesouras ou porta-agulha, deformar pequenas pinças). . • Os instrumentos que serão processados manualmente devem ser mergulhados em uma solução de preferência enzimática. São recomendados exclusivamente os produtos não corrosivos, a serem utilizados nas concentrações indicadas. Somente a água não é suficiente! • Os instrumentos delicados e pequenos devem ser colocados em suportes específicos, para permitir uma sustentação apropriada. Os resíduos presentes nos instrumentos odontológicos, por ex., materiais de obturação, devem ser eliminados imediatamente após o uso para evitar o perigo de endurecimento e/ou corrosão. • Os instrumentos odontológicos giratórios, por ex., brocas, fresas e corpos abrasivos devem ser selecionados, colocados em recipientes especiais e tratados separadamente. Estes artigos devem ser lavados em lavadora ultrassônica ou manualmente.. Silvia Helena Baffi – Enfermeira Pos graduada em Enfermagem em CC e CME 4 Mestre em Enfermagem pela EEUSP.
  • 5. As partes óticas devem ser depositadas em recipientes especiais em cestos aramados com tampa e fixadores de silicone. • Utilizar detergente de preferência enzimático, de pouca ou nenhuma formação de espuma, pois a espuma na máquina pode prejudicar sensivelmente o resultado da limpeza. Na proporção indicada pelo fabricante do detergente. O desempenho da lavadora depende muito da qualidade do detergente escolhido. Ao usar produtos de limpeza ou produtos combinados (limpeza e lubrificação), observar atentamente as indicações do fabricante (tempo de aplicação, concentração e temperatura). • A temperatura da água não deve superar os 55°C, pois temperaturas muito elevadas provocam a desnaturação das enzimas do detergente, assim como o sangue que poderá ficar aderido aos artigos ao invés de retirados. • Só a dosagem exata do agente de limpeza, garante um resultado perfeito de limpeza e desinfecção com o máximo cuidado dos materiais. Uma dosagem insuficiente de produto compromete o desempenho do equipamento e o resultado final do produto. • É indicado o uso de água desmineralizada no processo de lavagem para evitar que manchas ou corrosões danifiquem os artigos. Na limpeza automática, devem ser observados os seguintes critérios: instrumentos articulados devem ser abertos; se fechados, a limpeza não é efetiva. Artigos com lúmen longo e/ou estreitos (tubos, cânulas, sistemas respiratórios) devem ser colocados em sistemas apropriados. Para tal fim devem ser utilizados carros específicos; Os instrumentos devem ser dispostos de modo que não possam danificar-se no contato uns com os outros, pois durante o processo pode haver deslocamento dos artigos. Silvia Helena Baffi – Enfermeira Pos graduada em Enfermagem em CC e CME 5 Mestre em Enfermagem pela EEUSP.
  • 6. Instrumentos muito grandes devem ser acondicionados separados dos artigos delicados. Peças de alumínio anodizado colorido podem, no processo de limpeza na máquina, perder a sua cor e, portanto, a sua função de codificação. • Os resíduos da limpeza devem ser apropriadamente eliminados nas fases sucessivas de enxágüe para evitar a formação de manchas e/ou descolorações nos instrumentos. • O uso de um produto neutralizador pode ajudar este processo e melhorar o resultado do enxágüe. No enxágüe final, uma temperatura entre 70 e 95°C permite uma melhor secagem. Em caso de eventual corrosão no instrumento cirúrgico, devido à baixa qualidade da água, a temperatura do enxágüe final deve ser reduzida a 70 - 75°C. • É indicado o uso de lubrificante para aumentar a durabilidade dos artigos de aço inoxidável. Poderá ser aplicado durante o processo na fase de termodesinfecção, por exemplo, ou de forma manual, dependendo da indicação do produto. • Usando água desmineralizada no enxágüe final evitam-se manchas, descoloração e corrosão. Não é necessária uma limitação da temperatura. Caso o programa de lavagem não preveja a secagem, o material deve ser retirado da máquina assim que terminar o programa. • Efetuar a secagem caso ela não tenha sido suficiente. A secagem manual tem por beneficio a inspeção visual de todos os artigos processados. • Instrumentos para microcirurgia ou delicados, podem ser tratados na máquina se colocados em suportes seguros. O ideal é que sejam processados em lavadora ultrassônica ou manualmente. • Instrumentos odontológicos podem ser tratados na máquina como instrumentos cirúrgicos. Para tal fim, deve-se observar: Silvia Helena Baffi – Enfermeira Pos graduada em Enfermagem em CC e CME 6 Mestre em Enfermagem pela EEUSP.
  • 7. Sondas e outros instrumentos delicados devem ser protegidos contra danos utilizando-se suportes especiais. Instrumentos giratórios (brocas, fresas e corpos abrasivos) são apropriados no tratamento em banhos a ultra-som. Instrumentos para o tratamento de canais radiculares também devem ser tratados com ultra-som. Manípulos retos e angulares podem ser tratados em máquina só se o fabricante prever esse método. São necessários suportes especiais. Assim que tiver terminado o programa da máquina, é necessário eliminar a eventual umidade com spray específico. Espelhos bucais (odontologia) devem ser lavados manualmente. • Os componentes de sistemas motorizados não podem ser desinfetados e limpos na máquina, com exceção de instrumentos e acessórios simples. • Devem ser removidas as guarnições e as torneiras devem ser abertas. Somente as peças indicadas pelo fabricante, podem ser tratadas na máquina. As máquinas normais para limpar e desinfetar não são apropriados para artigos delicados. • Para evitar um excessivo enchimento da máscara, retirar as tampas antes do tratamento, fazer sair parcialmente o ar e fechar a máscara. • É importante a escolha de detergente livre de espuma para a lavadora termodesinfectora desempenhar bem suas funções e não deixar resíduos de detergente nos artigos nem nos circuitos internos do equipamento. • Os componentes dos sistemas e acessórios respiratórios para aparelhos de anestesia, são fabricados de diversos com componentes, portanto a limpeza e desinfecção, devem ser efetuadas somente seguindo as indicações do fabricante. Silvia Helena Baffi – Enfermeira Pos graduada em Enfermagem em CC e CME 7 Mestre em Enfermagem pela EEUSP.
  • 8. ADVERTÊNCIAS PARA A SEGURANÇA As advertências citadas a seguir têm como objetivo reduzir o risco para o pessoal encarregado e evitar que a aparelhagem se torne insegura devido à manutenção incorreta. Portanto, tanto os operadores quanto os encarregados da manutenção devem seguir quanto indicado neste manual para o uso e a manutenção deste esterilizador. o Os colaboradores que operam a lavadora termodesinfectora devem ser treinados e qualificados para este tipo de atividade. o A manutenção e a reparação da lavadora termodesinfectora deve ser executada por pessoal técnico capacitado e qualificado. o A área de carregamento da lavadora termodesinfectora deve ser mantida limpa para evitar condições perigosas devido ao piso escorregadio o Os cestos, recipientes, bandejas e os carros internos devem ser manipulados utilizando luvas especiais para evitar queimaduras no final do ciclo de desinfecção. o Usar luvas protetoras todas as vezes que se entrar em contato com a câmara após o processo de termo - desinfecção. o Prestar atenção a todas as partes internas não protegidas da termodesinfectora, pois podem provocar queimaduras durante a manutenção ou reparação. o A energia elétrica deve ser desligada antes de iniciar a reparação ou manutenção da termodesinfectora. o Por nenhum motivo devem ser modificados ou violados os dispositivos de segurança da termodesinfectora. o O painel frontal da termodesinfectora deve ser mantido limpo utilizando um pano macio e soluções que não agridam o aço inoxidável. Silvia Helena Baffi – Enfermeira Pos graduada em Enfermagem em CC e CME 8 Mestre em Enfermagem pela EEUSP.
  • 9. o A câmara deve ser mantida limpa utilizando um pano macio e soluções que não agridam o aço inoxidável. Sugestão de produtos a base de acido fosfórico. o Não devem ser utilizados ferramentas pontiagudas para inserir ou retirar a guarnição de impermeabilidade da câmara da sua sede. Nunca utilize esponjas abrasivas. o Utilizar E.P.Is. adequados como luvas e óculos protetores durante o carregamento das bandejas e cestos. o Utilizar luvas protetoras contra contaminação para a desmontagem de peças internas da termodesinfectora e para executar um procedimento de desinfecção a frio nessas partes. DESINFECÇÃO TÉRMICA – PADRÕES EUROPEUS Norma Alemanha GRA PASTEURIZAÇAO HOLANDA SUECIA SUECIA BRETANHA e 930C 700C 900C 850C 850C 820C 30 min 5 min 3 min Tempo 10min 1 min de 2 min Exposição A0 10 min 10 min 10 min 10 min 10 min 10 min DAL Obtido 1 X 10-307 1,7 X 100 1,3 X 10-1 1,7 X 10-78 8,1 X 10-5 6,7 X 10-13 DAL >/ 10-2 >/ 10-2 >/ 10-2 >/ 10-2 >/ 10-2 >/ 10-2 Requerido Situação Aprovado Reprovado Reprovado Aprovado Aprovado Aprovado para desinfecção Silvia Helena Baffi – Enfermeira Pos graduada em Enfermagem em CC e CME 9 Mestre em Enfermagem pela EEUSP.