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
 Público-alvo: 7ª Série/8º Ano
 Tempo Previsto: 6 aulas
 Conteúdos e temas: estudo do gênero textual crônica; caracterização
dos elementos da narrativa; leitura e produção do gênero estudado;
estudo dos conhecimentos lingüísticos (de acordo com os critérios de
Correção de Redação do SARESP);
 Competências e habilidades: Inferir e localizar informações explícitas e
implícitas no texto estudado.
 Estratégias: leitura compartilhada, individual e coletiva de crônicas;
discussão oral e coletiva sobre o texto abordado; interpretação e
produção textual; preenchimento de ficha organizativa; revisão,
divulgação e apresentação dos trabalhos realizados.
 Recursos: material impresso, uso de datashow, livros de crônicas da Sala
de Leitura, acervo do Kit de Apoio ao Saber, filme: Meu primeiro beijo.
 Avaliação: Participação e interação dos alunos nas atividades propostas;
produção de texto de acordo com os critérios estabelecidos para o
gênero: Crônica; preenchimento da ficha organizativa e apresentação
dos trabalhos realizados na Sala de Leitura.
 Levantamento de conhecimentos prévios dos
alunos quanto à experiência do primeiro
beijo;
 Apresentação da biografia do autor;
 Leitura compartilhada do texto;
 Questionamentos sobre o gênero textual lido;
 Interpretação oral e escrita do texto;
 Caracterização do gênero: Crônica;
 Leitura individual de outras crônicas e
diferentes autores;
 Apresentação do filme: Meu primeiro beijo;
 Trabalho em grupos para produção de textos:
acróstico, Histórias em Quadrinhos, crônica,
ilustrações dos trabalhos realizados;
 Preenchimento de ficha organizativa;
 Apresentação e divulgação das atividades na
Sala de Leitura.

 É dificil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E
sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele
sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse
assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
 Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um
dos seus milhares de bilhetinhos:
 " Você é a glicose do meu metabolismo.
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 E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele.
Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto
maternal, coisas de mulher...E também não sei por que: resolvi dar uma chance
pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
 No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No
ônibus, veio com o seguinte papo:
 - Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
 Mas ele continuou:
 - Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12
calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou
coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
 - A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7
mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias
graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
 Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus
óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante
para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e
expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que
envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os
olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus.
Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de
bocas coladas, por alguns segundos.
 E de reperente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos
transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.
 Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí
ficamos apaixonados por vária semanas. Até que o mundo rolou, as luas
vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de
telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal.
Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!
 BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São
Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.
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Ensino da Crônica na 7a Série

  • 1.
  • 2.   Público-alvo: 7ª Série/8º Ano  Tempo Previsto: 6 aulas  Conteúdos e temas: estudo do gênero textual crônica; caracterização dos elementos da narrativa; leitura e produção do gênero estudado; estudo dos conhecimentos lingüísticos (de acordo com os critérios de Correção de Redação do SARESP);  Competências e habilidades: Inferir e localizar informações explícitas e implícitas no texto estudado.  Estratégias: leitura compartilhada, individual e coletiva de crônicas; discussão oral e coletiva sobre o texto abordado; interpretação e produção textual; preenchimento de ficha organizativa; revisão, divulgação e apresentação dos trabalhos realizados.  Recursos: material impresso, uso de datashow, livros de crônicas da Sala de Leitura, acervo do Kit de Apoio ao Saber, filme: Meu primeiro beijo.  Avaliação: Participação e interação dos alunos nas atividades propostas; produção de texto de acordo com os critérios estabelecidos para o gênero: Crônica; preenchimento da ficha organizativa e apresentação dos trabalhos realizados na Sala de Leitura.
  • 3.  Levantamento de conhecimentos prévios dos alunos quanto à experiência do primeiro beijo;  Apresentação da biografia do autor;  Leitura compartilhada do texto;  Questionamentos sobre o gênero textual lido;  Interpretação oral e escrita do texto;  Caracterização do gênero: Crônica;
  • 4.  Leitura individual de outras crônicas e diferentes autores;  Apresentação do filme: Meu primeiro beijo;  Trabalho em grupos para produção de textos: acróstico, Histórias em Quadrinhos, crônica, ilustrações dos trabalhos realizados;  Preenchimento de ficha organizativa;  Apresentação e divulgação das atividades na Sala de Leitura. 
  • 5.  É dificil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...  Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:  " Você é a glicose do meu metabolismo.  Te amo muito!  Paracelso"  E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher...E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.  No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:  - Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.  Mas ele continuou:  - Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
  • 6.  - A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...  Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.  E de reperente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.  Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por vária semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!  BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.