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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS
      FACULDADES INTEGRADAS DE
          FERNANDÓPOLIS




       Camila Bonfim Paiola

        Letícia Pires Scapim

       Patrícia A. A. Queiroz

        Raiany A. de Oliveira




       VITAMINA C: sua ação
       nas gripes e resfriados




         FERNANDÓPOLIS
              2011
1




     CAMILA BONFIM PAIOLA
      LETICIA PIRES SCAPIM
PATRÍCIA APARECIDA ALVES QUEIROZ
  RAIANY ANACLETO DE OLIVEIRA




     VITAMINA C: sua ação
     nas gripes e resfriados


              Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
              a Fundação Educacional de Fernandópolis,
              como requisito parcial para obtenção do título
              de bacharel em Farmácia.

              Orientador: Prof. Dr. Anísio Storti




        FERNANDÓPOLIS
             2011
2



                      FOLHA DE APROVAÇÃO

CAMILA BONFIM PAIOLA
LETICIA PIRES SCAPIM
PATRÍCIA APARECIDA ALVES QUEIROZ
RAIANY ANACLETO DE OLIVEIRA


VITAMINA C: sua ação
nas gripes e resfriados



                             Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a
                             Fundação Educacional de Fernandópolis, como
                             requisito parcial para obtenção do título de bacharel
                             em Farmácia.




                                                Aprovado em:_____/_____/2011


Examinadores



__________________________________________
Prof. Dr. Osmar Caôn Filho
Curso: Farmácia




___________________________________________
Profª. Drª. Maria Elisa Furlan Gandini Castanheira
Curso: Farmácia
3




Às pessoas que nos apoiaram
durante todo o trajeto as quais nos
fizeram chegar até aqui, em especial
a nossas famílias que sempre
estiveram nos apoiando.
4




                           AGRADECIMENTO




A nossa sincera gratidão a todos os que nos acompanharam até este
momento. Aos nossos pais que nos deram a educação essencial, úteis para
nossa caminhada, aos professores que nos acompanharam nessa batalha e
graças a eles este trabalho se tornou realidade. Ás amizades conquistadas
nesta jornada que nos proporcionou momentos de alegria e ao Grande Deus,
sendo que sem Ele nada disso seria possível.
5




“Leva tempo para alguém ser bem
sucedido porque o êxito não é mais do
que a recompensa natural pelo tempo
gasto em fazer algo direito." (Joseph
Ross)
6



                                   RESUMO



Este trabalho tem como objetivo avaliar a importância clínica do ácido
ascórbico, conhecido também como vitamina C, diante de gripes e resfriados e
observar suas características químicas e bioquímicas, sua função no
organismo humano e onde ela é encontrada na natureza. A vitamina C é
essencial para seres humanos, pois, por sua ação antioxidante varre os
radicais livres e nutre as células. Sua descoberta se deu a partir de estudos da
relação entre a dieta e a doença escorbuto. A denominação de ácido ascórbico
foi atribuída para caracterizar sua função na prevenção do escorbuto. As frutas
e os vegetais frescos são as melhores fontes naturais de vitamina C. É também
encontrada para venda na forma de comprimidos, gotas e, pastilhas, depois de
sintetizada. A associação da vitamina C gera polêmicas perante a ação
esperada para gripes e resfriados. Em 1930, quando foi isolada relatou-se que
poderia afetar as infecções respiratórias. Sendo assim, Linus Pauling deu início
a um trabalho objetivando altas doses de vitamina C no combate resfriados
comuns. A administração do ácido ascórbico no combate as patologias
referidas é criticada por alguns autores. Estudos realizados em pacientes com
administração de suplementos de vitamina C e placebo relatam que a duração
e a intensidade dos sintomas foram as mesmas, gerando controversas. Apesar
dessas conclusões científicas, muitas pessoas ainda fazem uso de
suplementos de vitamina C acreditando em suas propriedades curativas.
Deste modo o escopo desta monografia é avaliar a efetividade que a vitamina
C realmente possui no combate de gripe e resfriados.

Palavras-chaves: Vitamina C. Ácido ascórbico. Suplemento. Gripe. Resfriado.
7



                                   ABSTRAT


This study aims to evaluate the clinical importance of ascorbic acid, also known
as vitamin C, before cold and flu and observe chemical and biochemical
characteristics, its function in the human body and where it is found in nature.
Vitamin C is essential for humans, because, by its antioxidant action sweeps
free radicals and nourishes the cells. His discovery was based on studies of the
relationship between diet and disease scurvy. The name of ascorbic acid was
attributed to characterize its function in preventing scurvy. Fruits and vegetables
are the best natural sources of vitamin C. It is also found for sale in the form of
tablets, drops and tablets, after synthesized. The association of vitamin C
generates controversy before the expected action for colds and flu. In 1930,
when he was alone it was reported that could affect respiratory infections. So,
Linus Pauling began work aimed high doses of vitamin C to fight colds. The
administration of ascorbic acid in combating the diseases mentioned is criticized
by some authors. Studies in patients with supplementation of vitamin C and
placebo reported that the duration and intensity of symptoms were the same,
generating controversy. Despite these scientific findings, many people still make
use of vitamin C supplements believing in its healing properties. Thus the scope
of this monograph is to evaluate the effectiveness that vitamin C actually has to
fight flu and colds.

Keywords: Vitamin C. Ascorbic acid. Supplement. Influenza. Cold.
8




                                 LISTA DE ILUSTRAÇÕES


Figura 1- Estrutura química e molecular do ácido ascórbico (vitamina C)........15
Figura 2 - Estrutura química e molecular do ácido ascórbico (vista em 3D).....16
Figura 3 - Processo redox do ácido ascórbico...................................................17
Figura 4 - Como o vírus da gripe age................................................................29
9




                                 LISTA DE QUADROS E TABELAS



Tabela 1- Principais propriedades do ácido ascórbico......................................18
Tabela 2 - Alimentos e concentração de Vitamina C.........................................24
Tabela 3 - Medicamentos para tratamento sintomático da gripe de forma
injetável..............................................................................................................39
Tabela 4 - Medicamento para tratamento sintomático da gripe irregulares
conforme o artigo 5º da resolução RDC nº 40, de 26 de fevereiro                                                      de
2003...................................................................................................................40
10




                                                 SUMÁRIO



INTRODUÇÃO...................................................................................................11

1 VITAMINA C

         1.1 Histórico............................................................................................14

         1.2 Fórmula química e capacidade redox...............................................15

         1.3 Propriedades químicas e bioquímicas..............................................17

         1.4 Farmacocinética................................................................................18

         1.5 Farmacodinâmica..............................................................................20

         1.6 Função .............................................................................................21

         1.7 Reações adversas e restrições da vitamina C .................................23

         1.8 Fontes de vitamina C........................................................................23

         1.9 Apresentação farmacêutica e obtenção industrial ...........................25

         1.10 Recomendações nutricionais da vitamina C...................................25

2 GRIPES E RESFRIADOS

         2.1 Gripe..................................................................................................28

         2.2 Resfriado...........................................................................................31

3. A VITAMINA C NAS GRIPES E RESFRIADOS

         3.1 Pesquisas científicas nas gripes e resfriados...................................34

         3.2 Experimentos comprovados..............................................................36

         3.3 Profilaxia............................................................................................37

CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................43
11



                                 INTRODUÇÃO




         A vitamina C é considerada essencial para seres humanos devido sua
ação antioxidante, varre os radicais livres e nutre as células, o que protege-as
de danos causados pelos oxidantes. Conhecida também como ácido ascórbico,
a vitamina C é hidrossolúvel e termolábel (PADH; 1991, apud ARANHA et al.,
2000).
         De acordo com Azulay et al. (2003), os seres humanos e outros
primatas, bem como cobaio, são os únicos mamíferos sem capacidade de
sintetizar o ácido ascórbico. Neles, a deficiência, geneticamente determinada,
da gulonolactona oxidase impede a síntese do ácido L-ascórbico a partir da
glicose.
         As vitaminas são substâncias orgânicas de pequeno peso molecular,
que agem em pequenas doses, sem qualquer valor energético intrínseco;
devem ser fornecidas ao organismo que é incapaz de assegurar sua
biossíntese, a fim de promover o crescimento, manter a vida e a capacidade de
reprodução dos animais superiores e do homem (GUILLAND; LEQUEU, 1995
apud ARANHA et al., 2000).
         “O termo vitamina C deve ser utilizado como descrição genérica para
todos os compostos que exibem atividade biológica, qualitativa de ácido
ascórbico” (MARCUS; COULSTON, 1991 apud ARANHA et al., 2000).
         Entretanto, apenas a partir das pesquisas do químico americano Linus
Pauling (1901-1994), também ganhador do Prêmio Nobel, que se popularizou a
vitamina C e os seus benefícios. Pauling recomendava mega doses da
vitamina para o combate de resfriados, gripes e outras viroses, bem como na
prevenção do câncer e outras doenças degenerativas (AZULAY et al., 2003).
         Sua deficiência impede que o corpo produza e mantenha a substância
intercelular que cimenta e une os tecidos, sendo que a falta dessa substância
intercelular nos capilares pode levar à ruptura subsequente de hemorragia
nesses vasos e à formação de ossos fracos e atrofia da medula óssea,
acompanhada de anemia, além de contribuir para a perda dos dentes e a
formação de gengivas esponjosas (SACKHEIM; LELMAN, 2001).
12



      Uma forma de se conseguir ingerir a vitamina C é pela ingestão diária de
alimentos que a contenha, porém são conseguidas mais facilmente pela
ingestão de suplementos vitamínicos, que podem ser adquiridos através de
indústria farmacêutica (PUPIM et al., 2009).
      Com relação às gripes, de uma maneira geral, o vírus influenza ocorre
de maneira epidêmica uma vez por ano. Qualquer pessoa pode se gripar.
Contudo, as pessoas com alguma doença respiratória crônica, com fraqueza
imunológica, imunidade enfraquecida e idosos têm uma tendência a infecções
mais graves com possibilidade de complicações fatais (LANÇA, 2001).
      Já o resfriado comum é uma infecção moderada do trato respiratório
superior. Sua predominância é mundial. Durante os meses de inverno, a média,
em adultos, é de seis a oito resfriados por 1.000 pessoas por dia, a taxa no
verão é de cerca de um terço da observada no inverno (PELCZAR; CHAN;
KRUG, 1996).
        Desde as experiências fundamentais de Lavoiser, no século XVIII, até
os estudos de Funk, um período de hipóteses, de investigações experimentais
e observações clínicas imperarou por etapas, até chegar ao ano de 1920,
encerrando-se assim, o que se poderia denominar o primeiro ciclo das
investigações vitaminológicas (FRANCO,1992, apud ARANHA et al., 2000).


                      Muitos estudos realizados nos últimos 30 anos claramente
                      provam que suplementos de vitamina C diariamente, seja de
                      100 mg ou 5.000 mg não previnem resfriados e proporcionam,
                      mas somente para algumas pessoas, somente uma ligeira
                      redução na duração e severidade dos resfriados.
                      (MARSHALL, 2011).


      Segundo Wyeth (2011), a vitamina C é importante para o processo de
cicatrização e contribui para a integridade das células epiteliais e para uma
pele resistente. Tem ação antioxidante e é importante para a gengiva
cartilagem e ossos saudáveis. Wyeth não menciona a relação dela diante
gripes e resfriados, o que para nós gera dúvidas.
      Na visão de Bricks (2003), os debates em torno do uso de megadoses
de vitamina C para o tratamento de gripes e resfriados tem mostrado até o
momento que não existe nenhuma comprovação científica de que sua
13



utilização seja realmente eficaz na redução dos sintomas próprios dessas
doenças. O que é comprovado pelas palavras de Simasek e Blandino (2007),
que informam que “Em uma revisão Cochrane mostrou que tomar 200 mg ou
mais de vitamina C diariamente não diminui significativamente a gravidade dos
sintomas ou duração quando iniciada após início dos sintomas do resfriado”.
      Vale ainda ressaltar que os possíveis benefícios do uso de doses
elevadas de vitamina C para prevenção da gripe são mínimos quando
comparados aos riscos que incluem a formação de cálculos renais (pela
excessiva excreção de oxalatos), e pela presença de escorbuto em fetos de
mães que ingerem altas doses de vitamina C (BRICKS; SIH, 1999).
14



1. VITAMINA C


1.1 Histórico


      Os relatos mais antigos envolvendo a vitamina C datam de 1515 A.C.,
quando egípcios relatam sobre o escorbuto em papiros antigos. Depois disso
há informações que gregos e romanos sofreram com o escorbuto, tendo suas
tropas dizimadas por esta doença. Já no final da idade média, na região do
norte e do centro da Europa, tem-se notícias de que o escorbuto tornou-se
epidêmico (AZULAY et al., 2003).
      Segundo Azulay (2003), o escorbuto já era conhecido desde o tempo
das cruzadas, principalmente entre as populações da Europa setentrional, onde
a alimentação era deficientes em frutas e vegetais frescos.
      Como o escorbuto é uma doença desencadeada pela deficiência de
Vitamina C, a denominação de ácido ascórbico, para Marcus e Coulston (1991
apud ARANHA et al., 2000), foi atribuída justamente para caracterizar sua
função na prevenção do escorbuto.

                    Entretanto, foi no século XVIII, com as grandes e longas viagens
                    marítimas, responsáveis pelo aumento significativo dessa
                    afecção, que a importância da vitamina C ficou evidente. Os
                    marinheiros que permaneciam á bordo por longos períodos, sem
                    renovar seus suprimentos alimentares, morriam de escorbuto,
                    desencadeada pela deficiência de vitamina C no organismo.
                    (AZULAY et al; 2003).


      Em 1747 foi iniciado em estudo sistemático da relação entre a dieta e o
escorbuto, quando Lind, um médico da British Royal Navy, efetuou um estudo
clínico com pessoas acometidas de escorbuto. Esses indivíduos receberam
cidra, vitríolo, vinagre, água do mar, laranja e limões, ou alho e mostarda. Os
que receberam frutas cítricas se recuperaram rapidamente, fazendo com que
fosse introduzido suco de limão na marinha britânica em 1800, resultando
numa notável redução de incidência de escorbuto. (BRUNTON; LAZO;
PARKER, 2003).
      Porém, apenas em 1928 que o cientista húngaro Albert Von Szent-
Gyorgyi (1893-1986) descobriu e isolou o fator antiescorbuto em vários
15



alimentos, sendo denominado por ele como vitamina C. Depois disso, Waugh e
King identificaram este mesmo agente antiescorbútico descoberto por Szent no
sumo do limão. Já Hirst e Haworth, em 1933, anunciaram a estrutura da
vitamina C e juntamente com Szent-Gyorgyi, sugeriram a mudança do nome
para ácido ascórbico, devido suas propriedades antiescorbúticas (AZULAY et
al., 2003).
       Nesse contexto, Brunton, Lazo e Parker (2003) informam que “Deve-se
utilizar a designação de vitamina C como descrição genérica para todos os
compostos que exibem a atividade biológica qualitativa do ácido ascórbico”.




1.2 Fórmula química e capacidade redox


       O ácido ascórbico é uma cetalactona de 6 carbonos, estruturalmente
relacionada com a glicose e outras hexoses. Possui um átomo de carbôno
opticamente ativo, e a atividade antiescorbútica reside quase totalmente do
isômero l (BRUNTON; LAZO; PARKER, 2003).




Figura 1: Estrutura molecular do ácido ascórbico (vitamina C): C6H8O6   .

PM = 176,13.
Fonte: Farmacopéia Brasileira (1977).
16




Figura 2: Estrutura química e molecular do ácido ascórbico (vista em 3D).
Fonte: Portal de Estudos em Química.


       A vitamina C funciona no interior do corpo humano encaixando-se em
ambos os lados da reação de oxido redução, que acrescenta ou retira átomos
de hidrogênio de uma molécula. Quando se oxida forma o ácido desidro
áscórbico pela retirada, por agentes oxidantes de dois átomos de hidrogênio.
Reduz-se pelo acréscimo de dois átomos de hidrogênio, formando novamente
o ácido ascórbico (PAULING, 1988 apud ARANHA et al., 2000).
       A transformação do ácido ascóbico em ácido desidroascórbico ocorre
normalmente no interior do organismo e é reversível, permitindo que uma de
suas substâncias possa sempre ser transformada na outra. Essa capacidade
de transformação funciona como um sistema oxidorredutor capaz de
transportar hidrogênio nos processos de respiração, no nível celular (WELCH
et al.,1995).
17




Figura 3: Processo redox do ácido ascórbico
Fonte: Fanaro e Coichev, 1997.




1.3 Propriedades químicas e bioquímicas


       De acordo com a Farmacopéia Brasileira (1977) O ácido l-ascórbico
recebe a seguinte descrição:

                       Pó cristalino, branco ou ligeiramente amarelo, inodor e de
                       sabor ácido agradável. Exposto a luz escurece gradualmente.
                       No estado seco é razoavelmente estável ao ar, mas em
                       solução oxida-se rapidamente. Sua solução aquosa é ácida ao
                       papel tornassol.


       De acordo com Guilland e Lequeu (1995 apud ARANHA et al; 2000), as
propriedades físico-químicas do ácido ascórbico, estabelecidas por Kutsky,
citado por Oliveira (1994), são as seguintes: solubilidade aquosa = 0,3 g/ml,
ponto de fusão = 190-192°C, potencial redox-Eo = 0,166V em pH 4,0, pKa =
4,17, pka2 = 11,57, absorção máxima = 245 nm (pH ácido) - 265 nm (pH
neutro). Os autores ainda dão a seguinte descrição:

                       A vitamina C é uma substância cristalina, com sabor ácido. É
                       insolúvel na maior parte dos solventes orgânicos. Na água, é
                       solúvel na proporção de 1 g em 3 ml. O calor, a exposição ao
                       ar e o meio alcalino aceleram a oxidação desta vitamina,
                       especialmente quando o alimento está em contato com o
                       cobre, o ferro ou enzimas oxidativas (GUILLAND; LEQUEU,
                       1995 apud ARANHA et al; 2000).
18



Tabela 1: Principais propriedades do ácido ascórbico:

                                Propriedades

Fórmula molecular                        C6H8O6
Massa molar                              176.09g/mol
Aparência                                Sólido branco ou amarelo claro
Densidade                                1,65g/cm3
Ponto de fusão                           190-192°C
Solubilidade em água                     330g/l
                                         400g/l (45°C)
                                         800g/l (100°C)
Acidez (pKa)                             4.17 (primeiro), 11.6 (segundo)

Fonte: http://dicionario24.info/Vitamina_C


      De acordo com Brasileiro Filho (2004), o ácido ascórbico é um agente
redutor potente, além de ser termolábil, fotossensível e oxidar-se na presença
de oxigênio atmosférico e ser biossintesado pelos vegetais e por quase todos
vertebrados.
      A vitamina C exerce papel importante no metabolismo de muitas
substâncias. Ela inibe a formação de nitrisaminas (substâncias cancerígenas) a
partir de nitratos, nitritos e aminas secundárias presente na dieta, tendo assim
efeito anticarcinogênico (BRASILEIRO FILHO, 2004).
      A vitamina C também é necessária para a síntese do colágeno, a
degradação do aminoácido tirosina, a síntese da epinefrina, função apropriada
dos ácidos biliares e absorção de ferro, e também age como antioxidante
(SACKHEIM; LELMAM, 2001).




1.4 Farmacocinética


      De acordo com Azulay et al (2003), o ácido ascórbico é vital para o
funcionamento das células, o que se evidencia no tecido conjuntivo durante a
formação do colágeno.
19



      A absorção do ácido ascórbico ocorre no jejuno e no íleo, que são
porções distais do intestino delgado, sendo para isto necessária a presença de
sódio na luz intestinal. (...) A capacidade que o intestino tem de absorver o
ácido ascórbico é de aproximadamente 1200 mg/24h. Quando o suprimento em
ácido ascórbico aumenta muito, a absorção diminui, passando de 49,5% para
uma dose oral igual a 1,5 g, a 16,1% para dose igual a 12 g (GUILLAND;
LEQUEU; 1995, apud ARANHA et al; 2000).
      Brunton, Lazo e Parker (2003), relatam que “O ácido ascórbico é
rapidamente absorvido pelo intestino por um processo dependente de energia,
que é saturável e dependente da dose”.
      Aranha et al. (2000), ressalta que a vitamina C é transportada no plasma
sob a forma de um ânion livre, sendo transferida por difusão simples no interior
dos leucócitos e dos eritrócitos. Quando a oferta de ácido ascórbico aumenta, a
ascorbemia também aumenta, para se conseguir um nível da vitamina
compreendido entre 1,2 e 1,5 mg/dl (68-85 mol/l).
      O ácido ascórbico distribui-se amplamente em todos os tecidos do
organismo. Alguns tecidos, como a glândula supra-renal, a hipófise e a retina,
são ricos em ácido ascórbico (1 a 2 mg/g); outros como o fígado, os pulmões, o
pâncreas e os leucócitos têm teores médios (0,1 a 1 mg/g). Ainda outros, como
os rins, os músculos e os eritrócitos, têm pequenos teores de ácido ascórbico.
As reservas corporais totais variam no homem de aproximadamente zero a
3000 mg; um estoque de 3000 mg só pode ser mantido com elevados níveis de
ingestão, ou seja maiores que 1 g/dia (GUILLAND; LEQUEU, 1995, apud
ARANHA et al., 2000).
      Ácido ascórbico é prontamente absorvido pelo trato gastrointestinal e é
amplamente distribuído nos tecidos do corpo. A concentração plasmática de
ácido ascórbico aumenta de acordo com a dose ingerida até que um platô é
alcançado, com doses de cerca de 90 a 150 mg diariamente. O estoque no
corpo de ácido ascórbico em uma pessoa saudável são cerca de 1,5 g, embora
grandes estoques podem ocorrer com o consumo mais alto que 200 mg diários.
A concentração é maior em leucócitos e plaquetas do que em eritrócitos e
plasma. Em estado de deficiência a concentração em leucócitos decai
tardiamente e em ritmo mais lento, e tem sido considerado como melhor critério
20



para a avaliação da deficiência do que a concentração no plasma. (PARFITT;
PARSON; SWEETMANN, 1996).
      Segundo Franco (1992, apud ARANHA, 2000), as mais altas
concentrações encontram-se no córtex supra-renal e na hipófise e em menor
teor nos músculos e tecido adiposo.
      O ácido ascórbico administrado em altas doses, após atingir
concentração máxima nos tecidos, sofre eliminação do excesso pelos rins, os
principais metabólitos do ácido ascórbico excretados na urina, além do ácido
ascórbico inalterado, são o ácido desidroascórbico, o ácido oxálico e o ácido
2,3-dicetogulônico, sendo que seus teores na urina acham-se relacionados
com as espécies animais, e também com o teor de ácido ascórbico
administrado (FRANCO, 1992, apud ARANHA, 2000).




1.5 Farmacodinâmica


      No ser humano adulto sadio, a reserva de ácido ascórbico é de
aproximadamente 1500 mg com uma ingestão média diária de 45 a 75 mg.
Ingestões maiores que 220 mg/dia elevam a reserva orgânica total para um
nível compreendido entre 2300 e 2800 mg. Quando não ocorre a ingestão
desta vitamina, aproximadamente 3% das reservas são diminuídas diariamente
e os sintomas clínicos do escorbuto aparecem em 30 a 45 dias, quando a
reserva orgânica cai abaixo de 300 mg (GUILLAND; LEQUEU, 1995, apud
ARANHA et al., 2000).
      A vitamina C ou ácido ascórbico atua como co-fator em diversas reações
de hidroxilação e amidação, pela transferência de elétrons para enzimas que
fornecem equivalentes redutores (Levine, 1986; Levine et al., 1993). Por
conseguinte, o ácido ascórbico é necessário ou facilita a conversão de certos
resíduos (BRUNTON; LAZO; PARKER, 2003).
      Os benefícios que têm sido observadas em diferentes estudos mostram
uma grande variação, e portanto, o significado clínico não pode ser claramente
inferido a partir deles. A explicação bioquímica para os benefícios pode ser
baseada na propriedade antioxidante da vitamina C. Em uma infecção, os
21



leucócitos fagocíticos tornam-se ativados e produzem compostos oxidantes
que são liberados na célula. Ao reagir com este antioxidante, a vitamina C pode
diminuir os efeitos inflamatórios causados por eles (HEMILA, 1992).
      Vários fatores podem regular a biodisponibilidade do ácido ascórbico
para os tecidos: “o consumo dietético, sua ligação a uma proteína no soro ou
no plasma, e a forma em que este se encontra” (DHARIWAl et al., 1991, apud
ARANHA et al., 2000).


1.6 Função


      Para Guilland e Lequeu (1995, apud ARANHA et al., 2000), as vitaminas
são substâncias orgânicas que agem em pequenas doses. Não possuem valor
energético intrínseco e devem ser fornecidas ao organismo, pois o mesmo não
tem capacidade de assegurar sua biossíntese, e assim, promover o
crescimento, manter a vida e a capacidade de reprodução dos animais
superiores e do homem.
      Sua deficiência impede que o corpo produza e mantenha a substância
intercelular que cimenta e une os tecidos. A falta dessa substância intercelular
nos capilares leva à ruptura subsequente de hemorragia nesses vasos e à
formação de ossos fracos e atrofia da medula óssea, acompanhada de anemia,
e também contribui para a perda dos dentes e a formação de gengivas
esponjosas (SACKHEIM; LELMAN, 2001).
      Portanto, o escorbuto, uma doença desencadeada pela carência de
vitamina C no organismo, tem como sintomas sangramento e inflamação
gengival com conseqüente perda dos dentes, inflamação e dor nas
articulações, queda de cabelos, entre outros. Esta doença, pode, inclusive,
desencadear    quadro    de   anemia,    devido   a   pequenas    hemorragias.
(TODABIOLOGIA, 2011).
      A vitamina C ajuda as células de quase todo o organismo dos seres
humanos, incluindo os ossos, os dentes, as gengivas os ligamentos e os vasos,
a crescer e a permanecer sadias. Também auxilia o organismo a responder à
infecção e ao estresse, além de ajudar na utilização eficiente de ferro. Se o
organismo não receber quantidades diárias suficientes de vitamina C, ficará
22



mais propenso a apresentar equimoses na pele, sangramento nas gengivas,
má cicatrização das feridas, perda de dentes, dores nas articulações e
infecções (SANTA LUZIA, 2011).
      A vitamina C é o antioxidante mais abundante no organismo,
especialmente na pele, sendo bastante conhecida a importância do ácido L-
ascórbico tópico como eficiente neutralizador dos radicais livres. Os radicais
livres gerados a partir da irradiação solar, do fumo, poluição, etc. causam
oxidação dos ácidos nucléicos, proteínas e lipídios, alterando o DNA, bem
como sua reparação, disparando a cascata das citoquinas e resultando em
fotoenvelhecimento e fotocarcinogênese. O organismo humano protege-se
naturalmente utilizando antioxidantes para neutralizar os efeitos nocivos dos
radicais livres (AZULAY et al., 2003).
      Azulay et al. (2003) ainda esclarece que além de seus efeitos
antioxidantes, o ácido ascórbico se mostra importante na cicatrização das
feridas, essencial na síntese de colágeno, atuando como co-fator para as
enzimas lisil e propil hidroxilases, e estimulando a transcrição dos genes do
colágeno. “Tem sido utilizado também como clareador cutâneo, inibindo a
tirosinase. Provê suplemento seguro e efetivo de armazenamento nos tecidos,
melhorando a fotoproteção e aumentando as defesas antioxidantes”.
      De acordo com Parfitt, Parson e Sweetmann (1996), “Outro campo em
que a vitamina C pode produzir benefício é na prevenção de doenças
isquêmicas do coração, no qual a oxidação por radicais é pensado como
importante papel”. Entretanto, existe pouco benefício demonstrável de estudos
controlados.
      Segundo Brunton, Lazo e Parker (2003), a deficiência na ingestão de
vitamina C pode levar ao escorbuto: “São observados casos de escorbuto entre
indivíduos idosos que moram sozinhos, alcoólatras, dependentes de drogas e
outros indivíduos com dietas inadequadas, incluindo lactantes”.
      Com tantas qualidades e benefícios, sem dúvida alguma, a vitamina C
merece continuar a ser investigada em todas as suas implicações, sobretudo
em sua forma tópica, no nível cutâneo, criando linhas de pesquisa nas áreas de
fotoenvelhecimento e fotocarcinogênese (AZULAY et al., 2003).
23



1.7 Reações adversas e restrições da vitamina C


      Para Parfitt, Parson e Sweetmann (1996), o ácido ascórbico é bem
tolerável no organismo, sendo relatados diarreia e outros distúrbios
gastrointestinais devido a altas doses da mesma. O que também pode resultar
em hiperoxaúria e na formação de cálculos renais de oxalato de cálcio.
Inclusive, segundo o autor, há relatos de hemólise em pacientes com
deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase após administração de grandes
doses de ácido ascórbico por via intravenosa ou por ingestão de refrigerantes.
      Segundo Hendler (1994), os argumentos negativos em relação á
vitamina C são:
                     1. Pode causar cálculo renal e gota em indivíduos suscetíveis;
                     2. Causa cãibra abdominal;
                     3.Provoca o escorbuto nos indivíduos (e seus bebês recém-
                     nascidos) que suspendem abruptamente o uso de megadoses;
                     4. Interfere em inúmeros testes laboratoriais;
                     5. É um desperdício de dinheiro, pois o organismo excreta
                     rapidamente a maior parte da vitamina obtida através de
                     suplementos.


      Segundo Santa Luzia (2011), quanto à ingestão de quantidades
excessivas   de   vitamina   C,   como   mais    do   que   100    mg    por   dia,
aproximadamente, pode ocorrer náuseas, cólicas estomacais, e possivelmente,
cálculos renais. Aranha et al. (2000), informaram que o excesso de ácido
ascórbico excretado na urina leva a um teste falso positivo para glicosúria
podendo também produzir um pequeno aumento de oxalato.
      Há também relatos de erosão do esmalte dental atribuindo-a a ingestão
diária de comprimidos de ácido ascórbico para mastigar durante um período de
3 anos. Nesses casos, o pH da saliva alterou-se, fazendo com que o cálcio de
esmalte dental se perdesse (PARFITT; PARSON; SWEETMANN, 1996).


1.8 Fontes da Vitamina C


      Como os seres humanos são incapazes de formar seu próprio ácido
ascórbico, necessitam de uma fonte alimentar como o obtido por meio de frutas
24



e vegetais. Apenas pequenas quantidades estão presentes em tecidos e leite
animal (HENDLER, 1994).
      A vitamina C é encontrada em alimentos como frutas cítricas, tomates,
morangos, pimentão-doce e brócolis. Sendo que a melhor maneira de se obter
a quantidade necessária é por meio de uma alimentação saudável e rica em
vitamina C (SANTA LUZIA, 2011).
      Segundo Hendler (1994), as frutas e os vegetais frescos são as
melhores fontes naturais de vitamina C. A tabela 2 mostra as fontes de
alimentos bem como a concentração de Vitamina C.

Tabela 2: Alimentos e concentração de Vitamina C.

            ALIMENTOS                               VIT. C mg/100g
             Couve-flor                                 73,00
              Brócolis                                 115,00
               Alface                                   35,00
               Couve                                   105,00
           Repolho Roxo                                 50,00
             Espinafre                                  52,00
          Repolho Branco                                45,18
              Páprica                                  138,00
              Tomate                                    24,54
               Ervilha                                  25,00
              Morango                                   65,00
            Framboesa                                   25,00
              Acerola                                  1.700,00
              Laranja                                   49,35
              Abacate                                   13,00
                Caju                                   253,00
              Goiaba                                   273,00
                Kiwi                                    41,00

Legenda: mg=micrograma, g=gramas
Fonte: SANTA LUZIA (2011).
25



      Entretanto, Parfitt, Parson e Sweetmann (1996) alerta que o ácido
ascórbico é facilmente destruído durante os processos de cozimento e que
perdas consideráveis também podem ocorrer durante o armazenamento. Desta
forma, é necessária precauções quanto ao uso e condicionamento para poder
usufruir bem da vitamina C nos alimentos.




1.9 Apresentação farmacêutica e obtenção industrial


      A vitamina C também é encontrada na forma de comprimidos, gotas,
pastilhas, ou comprimidos associados a outros componentes como ácido
acetilsalicílico, geralmente como preventivo de gripes e resfriados (GREGHI,
2004; SILVA et al., 2008).
      O produto comercial, ou seja, a vitamina C a ser comercializada, é
produzida exclusivamente por síntese: “O sorbitol, uma hexose encontrada em
diversas frutas mas comercialmente obtida através da hidrogenação da glicose,
é a matéria prima para a produção do ácido ascórbico” (GENNARO, 2004). O
sorbitol é um composto molecular comercialmente importante, com uma
produção mundial de aproximadamente 500.000 toneladas por ano, e cerca de
25% dessa produção é utilizada na síntese do ácido ascórbico (vitamina C)
(JONAS; SILVEIRA, 2004).
      Ainda para Jonas e Silveira (2004) a produção industrial do sorbitol é
tradicionalmente realizada pela hidrogenação catalítica do xarope de D-glicose
a uma concentração de aproximadamente de 50 % (p/v).


1.10 Recomendações nutricionais da vitamina C


      Para Azulay et al. (2003), a dose mais recomendada para manutenção
de nível de saturação da vitamina C no organismo do ser humano é de cerca
de 100mg por dia. Em algumas situações, como infecções, gravidez e
amamentação, e em tabagistas, são necessárias doses ainda mais elevadas.
26



                      O Conselho de Alimentos e Nutrição da Academia Nacional de
                      Ciências (The Food and Nutrition Board of the National
                      Academy of Sciences) está revendo as atuais recomendações
                      de ingestão de vitamina C. No número de 21 de abril de 1999
                      do JAMA (Journal of the American Medical Association),
                      especialistas dos Institutos Nacionais de Saúde (National
                      Institutes of Health) sugerem o aumento das atuais
                      necessidades diárias recomendadas de vitamina C de 60mg
                      para 100-200mg por dia. Eles enfatizam que, sempre que
                      possível, a vitamina C deve ser obtida de frutas e vegetais, e
                      que as pessoas podem ingerir a quantidade recomendada
                      comendo cinco porções de frutas e vegetais por dia (SANTA
                      LUZIA, 2011).

      O Conselho Nacional de Pesquisa recomenda uma dose diária de
vitamina C de 60 miligramas para adultos. Deve-se levar em conta que a
necessidade de ácido ascórbico varia consideravelmente de um indivíduo para
o outro, pois além de outros fatores, à exposição à infecção, fumaça de cigarro,
poluentes ambientais, várias drogas, cirurgia, queimaduras, trauma e álcool
podem aumentar a necessidade de vitamina C. O que também pode ocorrer na
gravidez e na idade avançada. Os melhores dados disponíveis sugerem que
adultos e crianças acima de dez anos podem se beneficiar de uma dose diária
de vitamina C de 250 a 1.000 miligramas (1 grama) (HENDLER, 1994).
      Aranha (1997) investigou o tempo necessário de suplementação com
vitamina C, comparando a vitamina natural do suco de acerola com a vitamina
sob a forma de fármaco, para a normalização dos níveis séricos de ácido
ascórbico, em idosos institucionalizados do município de João Pessoa, PB, que
apresentavam níveis séricos de ácido ascórbico abaixo do normal. Observou-
se que no vigésimo dia o efeito da suplementação foi satisfatório, esse tempo
poderia ser utilizado para idosos em geral e em especial para aqueles que
vivem em instituições carentes, sendo o suco de acerola o suplemento indicado
por ser um produto natural e de fácil aquisição.
      A deficiência de vitamina C que acaba produzindo escorbuto é muito
mais comum do que se esperava. Dentre os idosos residentes em asilos, até
95% apresentaram deficiência de vitamina C (HENDLER, 1994).
      Na hipovitaminose C, o paciente apresenta anemia, astenia, dificuldade
na cicatrização de feridas, baixa resistência às infeções, queratose folicular,
levando a hemorragias perifoliculares com equimoses nas zonas de pressão ou
27



irritação. A pele dos membros inferiores apresenta um aspecto que lembra as
nervuras da superfície da madeira, que evolui para ulceração cutânea.
Hemorragias gengivais, gengivite hiperplásica também estão presentes
(GUILLAND; LEQUEU, 1995, apud ARANHA et al., 2000).
28



2 GRIPES E RESFRIADOS


2.1 Gripe


      Numa época de grandes e inimagináveis conquistas científicas como a
atual, onde os avanços são incontestáveis, os da área da medicina oferecem a
cura de doenças antes impossíveis, a gripe ainda afeta milhões de pessoas a
cada ano. Lança (2001) alerta que a gripe ou influenza ”É altamente contagiosa
e ocorre mais no final do outono, inverno e início da primavera. Também é
responsável por várias ausências ao trabalho e à escola, além de poder levar à
pneumonia, hospitalização e morte.”
      De acordo com o Banco de Saúde (2011), aproximadamente 50 milhões
de pessoas morreram na pandemia mundial de gripe no ano de 1918. Hoje, de
acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), cerca de
36.000 pessoas nos Estados Unidos morrem a cada ano de complicações da
gripe e mais de 200.000 são hospitalizados.
      Lança (2001) conceitua gripe da seguinte forma: “É uma infecção
respiratória causada pelo vírus Influenza”.
      Em adultos e crianças saudáveis, a doença tem frequência mais
moderadas, podendo durar de uma a duas semanas. Por outro lado, Piedra
(1995 apud MASSUNARI et al., 2004) alerta sobre o impacto que a gripe pode
ocasionar em idosos ou indivíduos portadores de doenças crônicas, que,
segundo ela pode se apresentar mais grave, “resultando, muitas vezes, no
desenvolvimento de pneumonia viral e bacteriana e descompensação de
agravos     de   saúde   pré-existentes,   com   consequente   necessidade   de
hospitalização”.
      Segundo Lança (2001), qualquer pessoa pode se gripar. Contudo, as
pessoas com alguma doença respiratória crônica, com fraqueza imunológica,
imunidade enfraquecida em idosos têm uma tendência a infecções mais graves
com possibilidade de complicações fatais.
      Quanto à sua infestação, para Piedra (1995 apud MASSUNARI et al.,
2004) “A gripe é uma doença que se pode adquirir várias vezes ao longo da
29



vida, podendo as vezes ser confundida com viroses respiratórias. Seu
diagnóstico é possível por meio de um exame laboratorial específico”.




Figura 4: Como o vírus da gripe age.
Fonte: Adeus gripe (2011).

                      1.    O vírus penetra no organismo, principalmente através das
                      mucosas, pele que serve de revestimento para o nariz, a boca
                      e os olhos.
                      2.    Pela mucosa do nariz, o Influenza atinge a corrente
                      sanguínea. A passagem do vírus pela mucosa nasal aumenta a
                      produção de secreção e provoca o primeiro sintoma da gripe: a
                      coriza.
                      3.    Na corrente sanguínea, os vírus atacam as células.
                      4.    O vírus, quando penetra na célula, libera o RNA, que é
                      transformado em DNA graças à ação de uma enzima, a
                      transcriptase reversa.
                      5.    Quando o RNA se transforma em DNA, a célula é
                      enganada, pois não interpreta o vírus como corpo estranho.
                      6.    O DNA do vírus se funde com o da célula, impedindo
                      assim seu funcionamento normal e obrigando-a a produzir
                      cópias do vírus (ADEUS GRIPE, 2011).

       Os sintomas que se apresentam mais frequentemente na gripe são
caracterizados por febre, calafrios, cefaléia, tosse seca, dor de garganta,
congestão nasal ou coriza, mialgia, anorexia e fadiga. Quando acontece a
febre, ela normalmente varia entre 38 a 40°C, podendo durar de um a três dias,
com pico nas primeiras 24 horas. Pode-se também ser observados em menor
30



frequência náuseas, dores abdominais, diarréia e fotofobia (COX; FUKUDA,
1998, apud MASSUNARI et al., 2004).
      Com relação à sua duração, a gripe geralmente desaparece dentro de
uma ou duas semanas. Porém, nos idosos, a fraqueza causada pela gripe
poderá persistir durante várias semanas. Outro fator importante é que, segundo
Lança (2001) “a gripe pode também desencadear uma piora na asma em
pessoas asmáticas e piora da condição de uma pessoa com insuficiência do
coração, por exemplo”.
               De acordo com o Banco de saúde (2011) encontram-se
algumas condições que podem favorecer o desenvolvimento da gripe e suas
complicações, que são os seguintes:
                         Bebês, crianças, menores e maiores de 50 anos são mais
                     susceptíveis à gripe.
                         Pessoas internadas em casas de saúde.
                         Portadores de doenças crônicas como diabetes, doenças
                     do coração, renal crônico ou doença pulmonar obstrutiva
                     crônica.
                         Pessoas com sistema imune debilitado, como por
                     exemplo portadores da infecção pelo HIV ou uso de
                     medicamentos imunossupressores.
                         Gravidez durante a época gripal.
                         Trabalhadores de hospitais ou ambulatórios médicos.
                         Trabalhadores de creches ou escolas.


      Lança (2001) explica que, diferente do resfriado que na maioria das
vezes se dissemina pelo contato direto entre as pessoas, o vírus da gripe se
dissemina principalmente pelo ar. O que acontece quando a pessoa gripada
espirra, tosse ou fala, onde gotículas com o vírus ficam dispersas no ar por um
tempo suficiente para ser inaladas por outra pessoa.
      Almeida et al. (2011) alertaram que os vírus da gripe são únicos na
habilidade de causar epidemias anuais recorrentes, atingindo quase todas as
faixas etárias num curto espaço de tempo. “Isto é possível devido à sua alta
variabilidade genética e capacidade de adaptação”.
      Grande parte dos pacientes com influenza, principalmente adolescentes
e adultos jovens podem ser tratados apenas com sintomáticos, sem a
necessidade de intervenção específica. Entretanto, pacientes de maior risco,
31



como idosos, crianças menores de cinco anos, portadores de pneumopatias
crônicas, hemoglobinopatias, neoplasias, diabetes mellitus, insuficiência renal
crônica e cardiopatia congênita, quando ocorrem complicações podem
beneficiar-se da terapia antiviral (ALMEIDA et al., 2011).
         Quanto á prevenção, Lança (2001) orienta sobre a vacinação:

                       A melhor maneira de se proteger da gripe é fazer a vacinação
                       anual contra o Influenza antes de iniciar o inverno, época em
                       que ocorrem mais casos. Ela pode ajudar a prevenir os casos
                       de gripe ou, pelo menos, diminuir a gravidade da doença. Sua
                       efetividade entre adultos jovens é de 70-90%. Cai para 30-
                       40% em idosos muito frágeis - isso porque estes têm pouca
                       capacidade de desenvolver anticorpos protetores após a
                       imunização (vacinação). Contudo, mesmo nesses casos, a
                       vacinação conseguiu proteger contra complicações graves da
                       doença como as hospitalizações e as mortes (LANÇA, 2001).


         Entretanto, é preciso ressaltar que uma boa alimentação é um fator
muito importante na prevenção da gripe, pois os alimentos corretos estimulam
a ação do sistema imunológico e potencializa o seu funcionamento (LANÇA,
2001).




2.2 Resfriado


         O resfriado comum é a Infecção Respiratória Aguda mais frequente em
crianças e adultos. É uma doença benigna e autolimitada, mas seus sintomas
são incômodos e pode até interferir nas atividades habituais, o que motiva as
pessoas quando acometidas a inúmeras tentativas de tratamentos, com
diversos tipos de medicamentos (BRICKS, 2003)
         O resfriado comum é uma infecção moderada do trato respiratório
superior. Dentre as doenças infecciosas do homem, é a que predomina, e é
mundial. Durante os meses de inverno, a média, em adultos, é de seis a oito
resfriados por 1.000 pessoas por dia, a taxa no verão é de cerca de um terço
da observada no inverno (PELCZAR ; CHAN; KRUG, 1996).
         O resfriado comum é a doença infectocontagiosa viral que mais acomete
o ser humano. Caracteriza-se por sintomas nasais (rinorréia, obstrução nasal,
32



espirros) e algumas vezes por sintomas faringo-amigdalianos (dor e
inflamação) acompanhados de mal-estar geral e algumas vezes de febre. É
uma doença de curso autolimitado, que afeta as pessoas de qualquer idade,
sexo, razão ou condição socioeconômica, e apesar de que não causa morte,
algumas vezes o mal-estar geral que ocasiona obriga as crianças a faltarem à
escola e os adultos ao trabalho (DIAZ, 2011).
      O principal vírus causador do resfriado, o rinovirus, é emitido em alta
concentração nas secreções nasais e pode ser disseminado pelo aerossóis.
Ainda é importante destacar que a multiplicação do vírus ocorre nas células
que revestem a superfície nasal (PELCZAR; CHAN; KRUG, 1996).
      Diaz (2011) explica que “O caráter purulento da secreção nasal é o
resultado da presença de epitélio descamado e leucócitos polimorfonucleares
que acudiram em resposta à infecção”. Ainda segundo Diaz, isto ocorre como
consequência no curso do resfriado e nem sempre indica infecção secundária
bacteriana, a menos que esteja acompanhado de exacerbação da febre, que
esta reapareça ou que esta permaneça além do tempo habitual do resfriado
(mais de 7 a 10 dias).
      Portanto, é bom entender que após um período de incubação de 12 a 72
horas, o resfriado desenvolve uma infecção aguda do nariz, da garganta, dos
seios paranasais, da traquéia e dos brônquios, persistindo aproximadamente
por sete dias. Os sintomas incluem aumento de secreções nasais, congestão
nasal, espirro, tosse, inflamação ou dor na garganta, rouquidão e algumas
vezes um ligeiro aumento de temperatura (PELCZAR; CHAN; KRUG, 1996).
      Assim, é importante reconhecer quando o resfriado comum deixa de ser
um simples catarro, quer seja por sua duração ou pelo aparecimento de sinais
de perigo (tiragem ou taquipnéia). Nestes casos, é quando se deve consultar o
médico para modificar o enfoque terapêutico (DIAZ, 2011).
      As mãos são um dos principais meios de transmissão, pois, as pessoas
infectadas   com    rinovírus   apresentam      nas   mãos   secreções   nasais
contaminadas com vírus, e estes podem ser transferidos, por contato, para as
mãos de indivíduos não infectados. A partir daí, estes indivíduos podem colocar
seus dedos contaminados em contato com a mucosa nasal ou a conjuntiva dos
olhos. Desta forma, uma pessoa acometida por um resfriado deve lavar as
33



mãos frequentemente com água e sabão, especialmente após utilizar lenços
contaminados com secreções nasais (PELCZAR; CHAN; KRUG, 1996).
      De acordo com Gwaltney Jr (1982), durante um resfriado comum, “a
excreção de vírus varia no transcurso de um período de 5 dias, sendo
provavelmente mais contagioso do terceiro ao quinto dia, que é, também,
quando é mais sintomático e coincide com uma maior excreção de vírus”
(GWALTNEY JR, 1982 apud DIAZ, 2011).
      Com relação ao tratamento, o mais recomendado para o resfriado
comum é a base de sintomáticos para alívio da dor e febre e administração de
soro fisiológico nasal e vaporização para auxiliar na eliminação de secreções.
Portanto, antes de prescrever fármacos de ação duvidosa, o pediatra deve
esclarecer as famílias sobre o caráter autolimitado das nasofaringites agudas.
Sabe-se que a utilização de medicamentos, prescritos ou não, é muito maior
quando aumenta a percepção de doença pela mãe e por este motivo, é muito
importante que as famílias sejam esclarecidas e orientadas sobre a evolução
da doença (BRICKS, 1995).
      No mesmo contexto, Pelczar Jr, Chan e Krug, (1996) afirmam que não
existe tratamento específico, mas sim medidas auxiliares, tais como repouso
adequado, roupas quentes e aspirina, que são recomendados para aumentar o
conforto do paciente. A ingestão de líquidos, tais como sucos de frutas, é de
grande ajuda.
      É importante destacar que como os resfriados são causados por vírus,
os antibióticos não são utilizados no tratamento dos resfriados simples,
enquanto que os anti-histamínicos tem somente um efeito mínimo na redução
da secreção nasal (PELCZAR JR; CHAN; KRUG, 1996).
      Quanto à prevenção específica por meio de vacinas para rinovírus ainda
não é possível, pois a quantidade de sorotipos de rinovírus implicados é muito
grande, além do conteúdo antigênico destes vírus variar constantemente e ser
contínuo o aparecimento de novos sorotipos (DIAZ, 2011).
34



3 A VITAMINA C NAS GRIPES E RESFRIADOS


3.1 Pesquisas científicas nas gripes e resfriados


      De acordo com Bricks (2003), o uso de megadoses de vitamina C para o
tratamento de gripes e resfriados ainda é objeto de intensos debates na
literatura, ressaltando que, até o momento, não existe nenhuma comprovação
científica de que a utilização de vitamina C seja realmente eficaz na redução
dos sintomas próprios dessas doenças.


                      Alguns autores têm preconizado o uso de altas doses de
                      vitamina C (até 6 g/dia) para prevenir a gripe, mas, é
                      importante salientar que os possíveis benefícios do uso de
                      doses elevadas de vitamina C são mínimos quando
                      comparados aos riscos que incluem a formação de cálculos
                      renais (pela excessiva excreção de oxalatos), a presença de
                      escorbuto em fetos de mães que ingerem altas doses de
                      vitamina C (BRICKS; SIH, 1999).


      Simasek e Blandino (2007), informam que “Numa revisão Cochrane
mostrou que tomar 200 mg ou mais de vitamina C diariamente não diminui
significativamente a gravidade dos sintomas ou duração quando iniciada após
início dos sintomas do resfriado”.
       Miranda (2005), aponta que “A suplementação com vitamina C não tem
efeito comprovado na incidência da constipação, exceto possivelmente em
pessoas expostas a esforço físico intenso e/ou frio praticantes de esportes de
inverno, maratonistas, militares”. Almeida (2011) informa que segundo José
Luiz de Andrade Neto, infectologista e professor da PUC/PR e da Universidade
Federal do Paraná (UFPR), a vitamina C só é eficiente no combate à gripe
quando o paciente apresenta deficiência desse nutriente: "Sua falta prejudica
não só o desempenho do organismo na defesa contra a Influeza A, mas
também em relação a outras doenças", diz o especialista. Além disso,
completa, "não existe comprovação de que, em organismos bem nutridos e,
portanto, equilibrados, a vitamina C traga benefícios extras".
      Com relação à medicação de crianças, Bricks (1995) defende que falta
estudos bem controlados em crianças sobre a real efetividade dos fármacos
35



mais utilizados no tratamento das gripes e resfriados e a da aparente baixa
morbidade causada por esses medicamentos, além de ressaltar a importância
de se considerar o custo do tratamento e lembrar que esses produtos
farmacêuticos são causa freqüente de ingestão acidental em crianças menores
de seis anos.
       Embora a mortalidade por ingestão acidental ou intencional destes
medicamentos seja baixa, os médicos que prescrevem medicamentos de
eficácia duvidosa devem estar preparados para justificar sua escolha e estar
seguros de que a utilização dos medicamentos prescritos não irá acarretar
nenhum prejuízo aos pacientes (BRICKS, 1995).
      Entretanto para alguns autores, como Valdéz, o uso da vitamina C
parece ser eficaz no uso no resfriado comum. Segundo o autor, apesar de não
ter efeito profilático, alguns estudos dão sinal de que, mesmo de forma
modesta, pode reduzir a severidade duração dos sintomas, além de favorecer o
fortalecimento do sistema imunológico para aumentar a proliferação de células
T e impedir a apoptoses durante infecções (VALDÉZ, 2006).
      Na verdade, o que se percebe é que supostos benefícios aparecem com
frequência em destaque nos comerciais veiculados pela televisão e na
publicidade em revistas. Nesses comerciais as vitaminas combatem o estresse
e o cansaço, fornecendo energia “extra” para atividades cotidianas, e também
evitando gripes e resfriados. Ve-se também este tipo de publicidade em
folhetos e rótulos de produtos, onde a vitamina C previne infecções em geral,
reforçando as defesas do organismo (SANTOS; BARROS FILHO, 2002).
      As propagandas da indústria farmacêutica estão voltadas para os
prescritores, especialmente os médicos, para os consumidores e para os
pontos de dispensação, neste caso representado pelas farmácias e drogarias.
Nesse contexto, a qualidade da informação veiculada é essencial para evitar o
uso irracional de medicamentos, uma vez que este pode ter como
consequência o agravamento de problemas de saúde já existentes ou mesmo
o desenvolvimento de doenças, levando a gastos desnecessários (GALATO;
PEREIRA; VALGAS, 2011).
      Esta é uma questão séria por envolver a saúde das pessoas e assim,
não pode ser tratada de forma leviana. O que fica evidente diante de uma
36



pesquisa divulgada por Santos e Barros Filhos (2002), onde quase a totalidade
dos sujeitos da pesquisa afirmaram que acreditam que a vitamina C atua na
prevenção e tratamento de gripes e resfriados, mesmo que revisões recentes
da literatura científica concluam que não é possível atribuir à vitamina C um
papel na prevenção e/ou tratamento dessas doenças. Além dos resultados
alcançados, Santos e Barros Filho (2002) informam sobre um levantamento
realizado nos EUA, onde “Entre universitários, Eldridge e Sheehan (1994),
constataram , por exemplo, que a maioria acreditava no efeito preventivo da
vitamina C sobre a gripe e na ação de doses extras de vitaminas aumentando a
vitalidade e energia”.




3.2 Experimentos comprovados


       Em se tratando de experimentos, Schorah et al. (1979) relataram uma
pesquisa cujos resultados apresentaram uma fraca, mas significante, melhora
clínica em pacientes já idosos que receberam 1g de ácido ascórbico
diariamente por um período de 28 dias, comparado com um placebo no grupo
controle. “A este alto nível de suplementação, todavia, os resultados da
melhora, provavelmente se devem ao efeito farmacológico do ácido ascórbico
utilizado no experimento” (ARANHA et al., 2000).
       Segundo Marshall (2001), a equipe de Coulehan publicou uma pesquisa
em 1974, em que um grupo que usou a vitamina C de forma sistemática teve
menos resfriados severos, mas outros cientistas que revisaram o estudo
criticaram o método de avaliação da severidade dos sintomas adotada pelo
autor. Marshall ainda relata outros experimentos:
       Em 1975, Carson e colaboradores relataram tratar operários com 1.000
mg de vitamina C ou um placebo diariamente durante os resfriados. O número
de resfriados por pessoa, a duração dos resfriados e sua gravidade foram as
mesmas tanto no grupo que usou a vitamina como no grupo que usou o
placebo (...). Em 1977, Tyrell e colaboradores relataram tratar 743 homens e
758 mulheres por 5 meses da seguinte maneira. Metade recebeu pílulas de
placebo diariamente. Os outros tomaram vitamina C mas somente durante
37



resfriados nas dosagens de: 4.000 mg no primeiro e segundo dias de um
resfriado e 200 mg no terceiro dia. Não houve nenhum benefício em tomar
vitamina C. A incidência e a duração dos resfriados foram as mesmas tanto
para os homens como para as mulheres dos grupos placebo e vitamina (...).
Num estudo de 1984, Dr. X. H. Briggs dividiu 528 voluntários e deu para uma
metade 1.000 mg de vitamina C diariamente e para a outra metade placebos
diariamente por três meses. No grupo vitamina C 47% ficaram resfriados, e
46% do grupo placebo. Briggs concluiu: Nenhuma prevenção e nenhum
benefício (MARSHALL, 2001).
       As pesquisas citadas por Marshall (2001) demonstram que não há
comprovação científica com relação aos benefícios da vitamina C no combate
às gripes e aos resfriados.
       Mais recentemente, GNOTÍCIAS (2011) informa que um grupo de
pesquisadores, depois de realizar uma série de experiências, concluiu que os
suplementos da vitamina C não são suficientemente eficazes no combate ao
vírus do resfriado:

                      Os cientistas da Universidade Nacional Australiana e da
                      Universidade de Helsinque realizaram a pesquisa com mais de
                      11 mil pessoas. Segundo os estudiosos australianos e
                      finlandeses, somente as pessoas que são submetidas a
                      condições físicas superiores às comuns, como atletas e
                      militares em treinamento, podem ter o risco de contágio da
                      doença diminuído através do uso da vitamina, o que significa
                      que as reações dos suplementos no organismo de uma
                      pessoa comum não são significativas. Para chegarem a este
                      resultado, os pesquisadores realizaram, ao longo de décadas,
                      cerca de 30 experiências com pessoas que tomaram por dia
                      pelo menos 200 miligramas de vitamina C (GNOTÍCIAS,
                      2011).



3.3 Profilaxia


       Mesmo sem comprovação sobre seus benefícios, parcela relevante de
consumidores utiliza produtos de vitamina C, esporadicamente. Esse uso
geralmente está associado à tentativa de evitar ou tratar gripes e resfriados, e
38



são estimulados diretamente pela publicidade da vitamina C (SANTOS;
BARRO FILHO, 2002).
      Já Mosegui et al. (1999) ao falar sobre medicamentos em idosos,
colocou a vitamina C entre os produtos considerados de valor intrínseco
duvidoso.
      Hendler (1994) alerta que alguns produtos de vitamina C vêm
combinado a biaflavonóides com a alegação de que seria potencializadora da
vitamina, o que não é comprovado.
      Desta forma, a questão dos medicamentos para gripe tem sido tratada
com seriedade pelo governo, como nos informa Massunari et al. (2004):

                     A resolução RDC n° 40, de 26 de fevereiro de 2003,
                     considerando as conclusões do Painel da Avaliação dos
                     Medicamentos Antigripais realizado, em Brasília, em 24 e 25
                     de outubro de 2001, determina que ficam cancelados os
                     medicamentos injetáveis para o tratamento sintomático da
                     gripe, bem como apresenta uma lista de vários princípios
                     ativos que devem ser retirados das fórmulas dessa mesma
                     classe de medicamentos (MASSUNARI et al., 2004).


      Sendo que um dos princípios ativos que devem ser retirados das
fórmulas é justamente a vitamina C.
      Entretanto, como se percebe na Tabela 3 a seguir, são encontrados
medicamentos com via de administração parenteral contradizendo a Resolução
RDC n° 40/03 e o preconizado pela literatura, ou seja, que a via parenteral
deve ser reservada para as situações em que as vias oral e retal forem
indisponíveis ou inadequados ou quando há necessidade de ação terapêutica
emergencial (GILMAN et al., 1996 apud MASSUNARI, 2004).
      Segundo Hoefler (1999, apud MASSUNARI, 2004), sabe-se que nenhum
desses medicamentos é aplicável para a gripe, sendo que os fármacos
encontrados nessas formulações são apenas paliativos e amenizadores
sintomáticos.
39



Tabela 3: Medicamentos para tratamento sintomático da gripe de forma
injetável

Medicamento       Fármaco        Fármaco         Fármaco       Fármaco        Fármaco
                      1               2              3              4            5
    Analgex        Dipirona        ÁCIDO         Guaifene-
    Dipirona                    ASCÓRBICO           sina            -
  Bromopinol       Dipirona       Eucaliptol     Extrato de      ÁCIDO
                                                 supra renal   ASCÓRBICO

  Cortegripan     Cansilato        Dipirona      Guaifene-       ÁCIDO
                    sódico                          sina       ASCÓRBICO

  Gripsay AP       Dipirona     Guaifenesina     Eucaliptol     Gomegol        ÁCIDO
                                                                              ASCÓRBIC
                                                                                 O

  Novoquinol       ACIDO        Clorfeniramina    Dipirona     Guaifenesina
                 ASCORBICO


Fonte: Massunari et al, 2004.


       Na Tabela 3, observa-se medicamentos usados no tratamento
sintomático da gripe que contêm fármacos que deveriam ser retirados das
fórmulas dessa classe de medicamentos (GILMAN et al., 1996 apud
MASSUNARI, 2004).

                      Conforme o artigo 5° da Resolução RDC n° 40/ 03, a presença
                      destes medicamentos no mercado contraria o artigo 8° da
                      mesma resolução. Conforme esse artigo, os laboratórios
                      tinham 180 dias, a partir do protocolo de pleito de Registro de
                      Nova Associação (protocolo este que deveria ser feito no
                      prazo de 30 dias a partir da publicação da RDC n° 40/ 03),
                      para o desenvolvimento da nova fórmula. (MASSUNARI et al.,
                      2004).


       Ainda consta que neste período o produto original poderia ser
comercializado. Entretanto, passado um ano, diversos medicamentos não
mudaram suas fórmulas. Situação que ainda se mantém (GILMAN et al., 1996
apud MASSUNARI, 2004).
40



Tabela 4: Medicamento para tratamento sintomático da gripe irregulares
conforme o artigo 5º da resolução RDC nº 40, de 26 de fevereiro de 2003.


Medicamento Fármaco 1           Fármaco 2       Fármaco 3       Fármaco 4

Adegrip         Guaifenesina    VITAMINA C

Analgex C       VITAMINA C

Analgin C-R     VITAMINA C

Apracur         VITAMINA C

Benegrip        Salicilamida    VITAMINA C

Bromil Gripe    VITAMINA C

Broncopinol     Eucaliptol      VITAMINA C

Coldrin         Cinarizina      VITAMINA C

Cortegripan     Guaifenesina    VITAMINA C

Gripen F        VITAMINA C

Gripol Comp. VITAMINA C
Gripomatine     Guaifenesina    VITAMINA C

Gripsay AP      Guaifenesina    Eucaliptol      Gomenol         VITAMINA C

Killgrip        VITAMINA C

Lima C          Limão bravo     VITAMINA C

Melhoral C      VITAMINA C

Novoquinol      VITAMINA C      Guaifenesina

Resfry          VITAMINA C

Resprax         Salicilamida    VITAMINA C

Termogripe      Salicilamida    VITAMINA C
C
Trimedal        VITAMINA C

Vick Pyrena     VITAMINA C

Fonte: Massunari et al; 2004.


      Com a ampliação dos conhecimentos terapêuticos atuais, não se pode
mais aceitar a utilização de formulações para o tratamento sintomático da gripe
na forma de administração injetável, como também se calar diante da utilização
41



de fármacos considerados de eficácia questionável, ou, eventualmente dotados
de algum potencial deletério, especialmente considerando desfavorável à razão
risco/benefício (MASSUNARI, 2004).
42



                          CONSIDERAÇÕES FINAIS


      Como já vimos a vitamina C pertence a um conjunto de 13 vitaminas de
um complexo essencial para o bom funcionamento do organismo humano.
Desta forma, sua deficiência pode impedir que o corpo produza e mantenha a
substância intercelular cuja falta pode levar à hemorragia, à formação de ossos
fracos, a atrofia da medula óssea, a anemia, a perda dos dentes e a formação
de gengivas esponjosas.
      Como as vitaminas devem ser fornecidas ao organismo, pois o mesmo
não tem capacidade de assegurar sua biossíntese, uma forma de se conseguir
ingerir a vitamina C é pela ingestão diária de alimentos que a contenha. Outra é
pela ingestão de suplementos vitamínicos, que podem ser adquiridos através
de pastilhas, comprimidos e gotas.
      Devido sua importância, a vitamina C é confundida com a ação curativa
nos quadros gripais e de resfriados. A ação relacionada da vitamina C nestes
quadros é de sua ação antioxidante que neutraliza os metabolitos oxidantes
dos leucócitos produzidos durante a instalação do quadro clínico em questão.
      De acordo com as idéias de Bricks (2003), e a confirmação de várias
pesquisas científicas, o uso de vitamina C não promove cura e nem previne de
gripes e resfriados, cita ainda que sua utilização em altas doses pode acarretar
em cálculos renais devida a excreção maciça de oxalatos de cálcio.
      Entretanto, ainda se vê muita publicidade em torno dos benefícicos no
uso de megadoses de vitamina C na prevenção de gripes e resfriados, o que
contribui para que grande maioria da população ainda acreditem nesse mito.
Outra questão grave é que, mesmo sendo normatizado pelo governo
(resolução RDC nº 40, de 26 de fevereiro de 2003), ainda há a utilização de
formulações para o tratamento sintomático da gripe na forma de administração
injetável e de fármacos considerados sem eficácia ou dotados de algum
potencial deletério. Com os conhecimentos atuais, não se pode mais admitir tal
procedimento.
43



                              REFERÊNCIAS


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Vitamina c sua ação nas gripes e resfriados

  • 1. FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS Camila Bonfim Paiola Letícia Pires Scapim Patrícia A. A. Queiroz Raiany A. de Oliveira VITAMINA C: sua ação nas gripes e resfriados FERNANDÓPOLIS 2011
  • 2. 1 CAMILA BONFIM PAIOLA LETICIA PIRES SCAPIM PATRÍCIA APARECIDA ALVES QUEIROZ RAIANY ANACLETO DE OLIVEIRA VITAMINA C: sua ação nas gripes e resfriados Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Fundação Educacional de Fernandópolis, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Farmácia. Orientador: Prof. Dr. Anísio Storti FERNANDÓPOLIS 2011
  • 3. 2 FOLHA DE APROVAÇÃO CAMILA BONFIM PAIOLA LETICIA PIRES SCAPIM PATRÍCIA APARECIDA ALVES QUEIROZ RAIANY ANACLETO DE OLIVEIRA VITAMINA C: sua ação nas gripes e resfriados Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Fundação Educacional de Fernandópolis, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Farmácia. Aprovado em:_____/_____/2011 Examinadores __________________________________________ Prof. Dr. Osmar Caôn Filho Curso: Farmácia ___________________________________________ Profª. Drª. Maria Elisa Furlan Gandini Castanheira Curso: Farmácia
  • 4. 3 Às pessoas que nos apoiaram durante todo o trajeto as quais nos fizeram chegar até aqui, em especial a nossas famílias que sempre estiveram nos apoiando.
  • 5. 4 AGRADECIMENTO A nossa sincera gratidão a todos os que nos acompanharam até este momento. Aos nossos pais que nos deram a educação essencial, úteis para nossa caminhada, aos professores que nos acompanharam nessa batalha e graças a eles este trabalho se tornou realidade. Ás amizades conquistadas nesta jornada que nos proporcionou momentos de alegria e ao Grande Deus, sendo que sem Ele nada disso seria possível.
  • 6. 5 “Leva tempo para alguém ser bem sucedido porque o êxito não é mais do que a recompensa natural pelo tempo gasto em fazer algo direito." (Joseph Ross)
  • 7. 6 RESUMO Este trabalho tem como objetivo avaliar a importância clínica do ácido ascórbico, conhecido também como vitamina C, diante de gripes e resfriados e observar suas características químicas e bioquímicas, sua função no organismo humano e onde ela é encontrada na natureza. A vitamina C é essencial para seres humanos, pois, por sua ação antioxidante varre os radicais livres e nutre as células. Sua descoberta se deu a partir de estudos da relação entre a dieta e a doença escorbuto. A denominação de ácido ascórbico foi atribuída para caracterizar sua função na prevenção do escorbuto. As frutas e os vegetais frescos são as melhores fontes naturais de vitamina C. É também encontrada para venda na forma de comprimidos, gotas e, pastilhas, depois de sintetizada. A associação da vitamina C gera polêmicas perante a ação esperada para gripes e resfriados. Em 1930, quando foi isolada relatou-se que poderia afetar as infecções respiratórias. Sendo assim, Linus Pauling deu início a um trabalho objetivando altas doses de vitamina C no combate resfriados comuns. A administração do ácido ascórbico no combate as patologias referidas é criticada por alguns autores. Estudos realizados em pacientes com administração de suplementos de vitamina C e placebo relatam que a duração e a intensidade dos sintomas foram as mesmas, gerando controversas. Apesar dessas conclusões científicas, muitas pessoas ainda fazem uso de suplementos de vitamina C acreditando em suas propriedades curativas. Deste modo o escopo desta monografia é avaliar a efetividade que a vitamina C realmente possui no combate de gripe e resfriados. Palavras-chaves: Vitamina C. Ácido ascórbico. Suplemento. Gripe. Resfriado.
  • 8. 7 ABSTRAT This study aims to evaluate the clinical importance of ascorbic acid, also known as vitamin C, before cold and flu and observe chemical and biochemical characteristics, its function in the human body and where it is found in nature. Vitamin C is essential for humans, because, by its antioxidant action sweeps free radicals and nourishes the cells. His discovery was based on studies of the relationship between diet and disease scurvy. The name of ascorbic acid was attributed to characterize its function in preventing scurvy. Fruits and vegetables are the best natural sources of vitamin C. It is also found for sale in the form of tablets, drops and tablets, after synthesized. The association of vitamin C generates controversy before the expected action for colds and flu. In 1930, when he was alone it was reported that could affect respiratory infections. So, Linus Pauling began work aimed high doses of vitamin C to fight colds. The administration of ascorbic acid in combating the diseases mentioned is criticized by some authors. Studies in patients with supplementation of vitamin C and placebo reported that the duration and intensity of symptoms were the same, generating controversy. Despite these scientific findings, many people still make use of vitamin C supplements believing in its healing properties. Thus the scope of this monograph is to evaluate the effectiveness that vitamin C actually has to fight flu and colds. Keywords: Vitamin C. Ascorbic acid. Supplement. Influenza. Cold.
  • 9. 8 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1- Estrutura química e molecular do ácido ascórbico (vitamina C)........15 Figura 2 - Estrutura química e molecular do ácido ascórbico (vista em 3D).....16 Figura 3 - Processo redox do ácido ascórbico...................................................17 Figura 4 - Como o vírus da gripe age................................................................29
  • 10. 9 LISTA DE QUADROS E TABELAS Tabela 1- Principais propriedades do ácido ascórbico......................................18 Tabela 2 - Alimentos e concentração de Vitamina C.........................................24 Tabela 3 - Medicamentos para tratamento sintomático da gripe de forma injetável..............................................................................................................39 Tabela 4 - Medicamento para tratamento sintomático da gripe irregulares conforme o artigo 5º da resolução RDC nº 40, de 26 de fevereiro de 2003...................................................................................................................40
  • 11. 10 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...................................................................................................11 1 VITAMINA C 1.1 Histórico............................................................................................14 1.2 Fórmula química e capacidade redox...............................................15 1.3 Propriedades químicas e bioquímicas..............................................17 1.4 Farmacocinética................................................................................18 1.5 Farmacodinâmica..............................................................................20 1.6 Função .............................................................................................21 1.7 Reações adversas e restrições da vitamina C .................................23 1.8 Fontes de vitamina C........................................................................23 1.9 Apresentação farmacêutica e obtenção industrial ...........................25 1.10 Recomendações nutricionais da vitamina C...................................25 2 GRIPES E RESFRIADOS 2.1 Gripe..................................................................................................28 2.2 Resfriado...........................................................................................31 3. A VITAMINA C NAS GRIPES E RESFRIADOS 3.1 Pesquisas científicas nas gripes e resfriados...................................34 3.2 Experimentos comprovados..............................................................36 3.3 Profilaxia............................................................................................37 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................42 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................43
  • 12. 11 INTRODUÇÃO A vitamina C é considerada essencial para seres humanos devido sua ação antioxidante, varre os radicais livres e nutre as células, o que protege-as de danos causados pelos oxidantes. Conhecida também como ácido ascórbico, a vitamina C é hidrossolúvel e termolábel (PADH; 1991, apud ARANHA et al., 2000). De acordo com Azulay et al. (2003), os seres humanos e outros primatas, bem como cobaio, são os únicos mamíferos sem capacidade de sintetizar o ácido ascórbico. Neles, a deficiência, geneticamente determinada, da gulonolactona oxidase impede a síntese do ácido L-ascórbico a partir da glicose. As vitaminas são substâncias orgânicas de pequeno peso molecular, que agem em pequenas doses, sem qualquer valor energético intrínseco; devem ser fornecidas ao organismo que é incapaz de assegurar sua biossíntese, a fim de promover o crescimento, manter a vida e a capacidade de reprodução dos animais superiores e do homem (GUILLAND; LEQUEU, 1995 apud ARANHA et al., 2000). “O termo vitamina C deve ser utilizado como descrição genérica para todos os compostos que exibem atividade biológica, qualitativa de ácido ascórbico” (MARCUS; COULSTON, 1991 apud ARANHA et al., 2000). Entretanto, apenas a partir das pesquisas do químico americano Linus Pauling (1901-1994), também ganhador do Prêmio Nobel, que se popularizou a vitamina C e os seus benefícios. Pauling recomendava mega doses da vitamina para o combate de resfriados, gripes e outras viroses, bem como na prevenção do câncer e outras doenças degenerativas (AZULAY et al., 2003). Sua deficiência impede que o corpo produza e mantenha a substância intercelular que cimenta e une os tecidos, sendo que a falta dessa substância intercelular nos capilares pode levar à ruptura subsequente de hemorragia nesses vasos e à formação de ossos fracos e atrofia da medula óssea, acompanhada de anemia, além de contribuir para a perda dos dentes e a formação de gengivas esponjosas (SACKHEIM; LELMAN, 2001).
  • 13. 12 Uma forma de se conseguir ingerir a vitamina C é pela ingestão diária de alimentos que a contenha, porém são conseguidas mais facilmente pela ingestão de suplementos vitamínicos, que podem ser adquiridos através de indústria farmacêutica (PUPIM et al., 2009). Com relação às gripes, de uma maneira geral, o vírus influenza ocorre de maneira epidêmica uma vez por ano. Qualquer pessoa pode se gripar. Contudo, as pessoas com alguma doença respiratória crônica, com fraqueza imunológica, imunidade enfraquecida e idosos têm uma tendência a infecções mais graves com possibilidade de complicações fatais (LANÇA, 2001). Já o resfriado comum é uma infecção moderada do trato respiratório superior. Sua predominância é mundial. Durante os meses de inverno, a média, em adultos, é de seis a oito resfriados por 1.000 pessoas por dia, a taxa no verão é de cerca de um terço da observada no inverno (PELCZAR; CHAN; KRUG, 1996). Desde as experiências fundamentais de Lavoiser, no século XVIII, até os estudos de Funk, um período de hipóteses, de investigações experimentais e observações clínicas imperarou por etapas, até chegar ao ano de 1920, encerrando-se assim, o que se poderia denominar o primeiro ciclo das investigações vitaminológicas (FRANCO,1992, apud ARANHA et al., 2000). Muitos estudos realizados nos últimos 30 anos claramente provam que suplementos de vitamina C diariamente, seja de 100 mg ou 5.000 mg não previnem resfriados e proporcionam, mas somente para algumas pessoas, somente uma ligeira redução na duração e severidade dos resfriados. (MARSHALL, 2011). Segundo Wyeth (2011), a vitamina C é importante para o processo de cicatrização e contribui para a integridade das células epiteliais e para uma pele resistente. Tem ação antioxidante e é importante para a gengiva cartilagem e ossos saudáveis. Wyeth não menciona a relação dela diante gripes e resfriados, o que para nós gera dúvidas. Na visão de Bricks (2003), os debates em torno do uso de megadoses de vitamina C para o tratamento de gripes e resfriados tem mostrado até o momento que não existe nenhuma comprovação científica de que sua
  • 14. 13 utilização seja realmente eficaz na redução dos sintomas próprios dessas doenças. O que é comprovado pelas palavras de Simasek e Blandino (2007), que informam que “Em uma revisão Cochrane mostrou que tomar 200 mg ou mais de vitamina C diariamente não diminui significativamente a gravidade dos sintomas ou duração quando iniciada após início dos sintomas do resfriado”. Vale ainda ressaltar que os possíveis benefícios do uso de doses elevadas de vitamina C para prevenção da gripe são mínimos quando comparados aos riscos que incluem a formação de cálculos renais (pela excessiva excreção de oxalatos), e pela presença de escorbuto em fetos de mães que ingerem altas doses de vitamina C (BRICKS; SIH, 1999).
  • 15. 14 1. VITAMINA C 1.1 Histórico Os relatos mais antigos envolvendo a vitamina C datam de 1515 A.C., quando egípcios relatam sobre o escorbuto em papiros antigos. Depois disso há informações que gregos e romanos sofreram com o escorbuto, tendo suas tropas dizimadas por esta doença. Já no final da idade média, na região do norte e do centro da Europa, tem-se notícias de que o escorbuto tornou-se epidêmico (AZULAY et al., 2003). Segundo Azulay (2003), o escorbuto já era conhecido desde o tempo das cruzadas, principalmente entre as populações da Europa setentrional, onde a alimentação era deficientes em frutas e vegetais frescos. Como o escorbuto é uma doença desencadeada pela deficiência de Vitamina C, a denominação de ácido ascórbico, para Marcus e Coulston (1991 apud ARANHA et al., 2000), foi atribuída justamente para caracterizar sua função na prevenção do escorbuto. Entretanto, foi no século XVIII, com as grandes e longas viagens marítimas, responsáveis pelo aumento significativo dessa afecção, que a importância da vitamina C ficou evidente. Os marinheiros que permaneciam á bordo por longos períodos, sem renovar seus suprimentos alimentares, morriam de escorbuto, desencadeada pela deficiência de vitamina C no organismo. (AZULAY et al; 2003). Em 1747 foi iniciado em estudo sistemático da relação entre a dieta e o escorbuto, quando Lind, um médico da British Royal Navy, efetuou um estudo clínico com pessoas acometidas de escorbuto. Esses indivíduos receberam cidra, vitríolo, vinagre, água do mar, laranja e limões, ou alho e mostarda. Os que receberam frutas cítricas se recuperaram rapidamente, fazendo com que fosse introduzido suco de limão na marinha britânica em 1800, resultando numa notável redução de incidência de escorbuto. (BRUNTON; LAZO; PARKER, 2003). Porém, apenas em 1928 que o cientista húngaro Albert Von Szent- Gyorgyi (1893-1986) descobriu e isolou o fator antiescorbuto em vários
  • 16. 15 alimentos, sendo denominado por ele como vitamina C. Depois disso, Waugh e King identificaram este mesmo agente antiescorbútico descoberto por Szent no sumo do limão. Já Hirst e Haworth, em 1933, anunciaram a estrutura da vitamina C e juntamente com Szent-Gyorgyi, sugeriram a mudança do nome para ácido ascórbico, devido suas propriedades antiescorbúticas (AZULAY et al., 2003). Nesse contexto, Brunton, Lazo e Parker (2003) informam que “Deve-se utilizar a designação de vitamina C como descrição genérica para todos os compostos que exibem a atividade biológica qualitativa do ácido ascórbico”. 1.2 Fórmula química e capacidade redox O ácido ascórbico é uma cetalactona de 6 carbonos, estruturalmente relacionada com a glicose e outras hexoses. Possui um átomo de carbôno opticamente ativo, e a atividade antiescorbútica reside quase totalmente do isômero l (BRUNTON; LAZO; PARKER, 2003). Figura 1: Estrutura molecular do ácido ascórbico (vitamina C): C6H8O6 . PM = 176,13. Fonte: Farmacopéia Brasileira (1977).
  • 17. 16 Figura 2: Estrutura química e molecular do ácido ascórbico (vista em 3D). Fonte: Portal de Estudos em Química. A vitamina C funciona no interior do corpo humano encaixando-se em ambos os lados da reação de oxido redução, que acrescenta ou retira átomos de hidrogênio de uma molécula. Quando se oxida forma o ácido desidro áscórbico pela retirada, por agentes oxidantes de dois átomos de hidrogênio. Reduz-se pelo acréscimo de dois átomos de hidrogênio, formando novamente o ácido ascórbico (PAULING, 1988 apud ARANHA et al., 2000). A transformação do ácido ascóbico em ácido desidroascórbico ocorre normalmente no interior do organismo e é reversível, permitindo que uma de suas substâncias possa sempre ser transformada na outra. Essa capacidade de transformação funciona como um sistema oxidorredutor capaz de transportar hidrogênio nos processos de respiração, no nível celular (WELCH et al.,1995).
  • 18. 17 Figura 3: Processo redox do ácido ascórbico Fonte: Fanaro e Coichev, 1997. 1.3 Propriedades químicas e bioquímicas De acordo com a Farmacopéia Brasileira (1977) O ácido l-ascórbico recebe a seguinte descrição: Pó cristalino, branco ou ligeiramente amarelo, inodor e de sabor ácido agradável. Exposto a luz escurece gradualmente. No estado seco é razoavelmente estável ao ar, mas em solução oxida-se rapidamente. Sua solução aquosa é ácida ao papel tornassol. De acordo com Guilland e Lequeu (1995 apud ARANHA et al; 2000), as propriedades físico-químicas do ácido ascórbico, estabelecidas por Kutsky, citado por Oliveira (1994), são as seguintes: solubilidade aquosa = 0,3 g/ml, ponto de fusão = 190-192°C, potencial redox-Eo = 0,166V em pH 4,0, pKa = 4,17, pka2 = 11,57, absorção máxima = 245 nm (pH ácido) - 265 nm (pH neutro). Os autores ainda dão a seguinte descrição: A vitamina C é uma substância cristalina, com sabor ácido. É insolúvel na maior parte dos solventes orgânicos. Na água, é solúvel na proporção de 1 g em 3 ml. O calor, a exposição ao ar e o meio alcalino aceleram a oxidação desta vitamina, especialmente quando o alimento está em contato com o cobre, o ferro ou enzimas oxidativas (GUILLAND; LEQUEU, 1995 apud ARANHA et al; 2000).
  • 19. 18 Tabela 1: Principais propriedades do ácido ascórbico: Propriedades Fórmula molecular C6H8O6 Massa molar 176.09g/mol Aparência Sólido branco ou amarelo claro Densidade 1,65g/cm3 Ponto de fusão 190-192°C Solubilidade em água 330g/l 400g/l (45°C) 800g/l (100°C) Acidez (pKa) 4.17 (primeiro), 11.6 (segundo) Fonte: http://dicionario24.info/Vitamina_C De acordo com Brasileiro Filho (2004), o ácido ascórbico é um agente redutor potente, além de ser termolábil, fotossensível e oxidar-se na presença de oxigênio atmosférico e ser biossintesado pelos vegetais e por quase todos vertebrados. A vitamina C exerce papel importante no metabolismo de muitas substâncias. Ela inibe a formação de nitrisaminas (substâncias cancerígenas) a partir de nitratos, nitritos e aminas secundárias presente na dieta, tendo assim efeito anticarcinogênico (BRASILEIRO FILHO, 2004). A vitamina C também é necessária para a síntese do colágeno, a degradação do aminoácido tirosina, a síntese da epinefrina, função apropriada dos ácidos biliares e absorção de ferro, e também age como antioxidante (SACKHEIM; LELMAM, 2001). 1.4 Farmacocinética De acordo com Azulay et al (2003), o ácido ascórbico é vital para o funcionamento das células, o que se evidencia no tecido conjuntivo durante a formação do colágeno.
  • 20. 19 A absorção do ácido ascórbico ocorre no jejuno e no íleo, que são porções distais do intestino delgado, sendo para isto necessária a presença de sódio na luz intestinal. (...) A capacidade que o intestino tem de absorver o ácido ascórbico é de aproximadamente 1200 mg/24h. Quando o suprimento em ácido ascórbico aumenta muito, a absorção diminui, passando de 49,5% para uma dose oral igual a 1,5 g, a 16,1% para dose igual a 12 g (GUILLAND; LEQUEU; 1995, apud ARANHA et al; 2000). Brunton, Lazo e Parker (2003), relatam que “O ácido ascórbico é rapidamente absorvido pelo intestino por um processo dependente de energia, que é saturável e dependente da dose”. Aranha et al. (2000), ressalta que a vitamina C é transportada no plasma sob a forma de um ânion livre, sendo transferida por difusão simples no interior dos leucócitos e dos eritrócitos. Quando a oferta de ácido ascórbico aumenta, a ascorbemia também aumenta, para se conseguir um nível da vitamina compreendido entre 1,2 e 1,5 mg/dl (68-85 mol/l). O ácido ascórbico distribui-se amplamente em todos os tecidos do organismo. Alguns tecidos, como a glândula supra-renal, a hipófise e a retina, são ricos em ácido ascórbico (1 a 2 mg/g); outros como o fígado, os pulmões, o pâncreas e os leucócitos têm teores médios (0,1 a 1 mg/g). Ainda outros, como os rins, os músculos e os eritrócitos, têm pequenos teores de ácido ascórbico. As reservas corporais totais variam no homem de aproximadamente zero a 3000 mg; um estoque de 3000 mg só pode ser mantido com elevados níveis de ingestão, ou seja maiores que 1 g/dia (GUILLAND; LEQUEU, 1995, apud ARANHA et al., 2000). Ácido ascórbico é prontamente absorvido pelo trato gastrointestinal e é amplamente distribuído nos tecidos do corpo. A concentração plasmática de ácido ascórbico aumenta de acordo com a dose ingerida até que um platô é alcançado, com doses de cerca de 90 a 150 mg diariamente. O estoque no corpo de ácido ascórbico em uma pessoa saudável são cerca de 1,5 g, embora grandes estoques podem ocorrer com o consumo mais alto que 200 mg diários. A concentração é maior em leucócitos e plaquetas do que em eritrócitos e plasma. Em estado de deficiência a concentração em leucócitos decai tardiamente e em ritmo mais lento, e tem sido considerado como melhor critério
  • 21. 20 para a avaliação da deficiência do que a concentração no plasma. (PARFITT; PARSON; SWEETMANN, 1996). Segundo Franco (1992, apud ARANHA, 2000), as mais altas concentrações encontram-se no córtex supra-renal e na hipófise e em menor teor nos músculos e tecido adiposo. O ácido ascórbico administrado em altas doses, após atingir concentração máxima nos tecidos, sofre eliminação do excesso pelos rins, os principais metabólitos do ácido ascórbico excretados na urina, além do ácido ascórbico inalterado, são o ácido desidroascórbico, o ácido oxálico e o ácido 2,3-dicetogulônico, sendo que seus teores na urina acham-se relacionados com as espécies animais, e também com o teor de ácido ascórbico administrado (FRANCO, 1992, apud ARANHA, 2000). 1.5 Farmacodinâmica No ser humano adulto sadio, a reserva de ácido ascórbico é de aproximadamente 1500 mg com uma ingestão média diária de 45 a 75 mg. Ingestões maiores que 220 mg/dia elevam a reserva orgânica total para um nível compreendido entre 2300 e 2800 mg. Quando não ocorre a ingestão desta vitamina, aproximadamente 3% das reservas são diminuídas diariamente e os sintomas clínicos do escorbuto aparecem em 30 a 45 dias, quando a reserva orgânica cai abaixo de 300 mg (GUILLAND; LEQUEU, 1995, apud ARANHA et al., 2000). A vitamina C ou ácido ascórbico atua como co-fator em diversas reações de hidroxilação e amidação, pela transferência de elétrons para enzimas que fornecem equivalentes redutores (Levine, 1986; Levine et al., 1993). Por conseguinte, o ácido ascórbico é necessário ou facilita a conversão de certos resíduos (BRUNTON; LAZO; PARKER, 2003). Os benefícios que têm sido observadas em diferentes estudos mostram uma grande variação, e portanto, o significado clínico não pode ser claramente inferido a partir deles. A explicação bioquímica para os benefícios pode ser baseada na propriedade antioxidante da vitamina C. Em uma infecção, os
  • 22. 21 leucócitos fagocíticos tornam-se ativados e produzem compostos oxidantes que são liberados na célula. Ao reagir com este antioxidante, a vitamina C pode diminuir os efeitos inflamatórios causados por eles (HEMILA, 1992). Vários fatores podem regular a biodisponibilidade do ácido ascórbico para os tecidos: “o consumo dietético, sua ligação a uma proteína no soro ou no plasma, e a forma em que este se encontra” (DHARIWAl et al., 1991, apud ARANHA et al., 2000). 1.6 Função Para Guilland e Lequeu (1995, apud ARANHA et al., 2000), as vitaminas são substâncias orgânicas que agem em pequenas doses. Não possuem valor energético intrínseco e devem ser fornecidas ao organismo, pois o mesmo não tem capacidade de assegurar sua biossíntese, e assim, promover o crescimento, manter a vida e a capacidade de reprodução dos animais superiores e do homem. Sua deficiência impede que o corpo produza e mantenha a substância intercelular que cimenta e une os tecidos. A falta dessa substância intercelular nos capilares leva à ruptura subsequente de hemorragia nesses vasos e à formação de ossos fracos e atrofia da medula óssea, acompanhada de anemia, e também contribui para a perda dos dentes e a formação de gengivas esponjosas (SACKHEIM; LELMAN, 2001). Portanto, o escorbuto, uma doença desencadeada pela carência de vitamina C no organismo, tem como sintomas sangramento e inflamação gengival com conseqüente perda dos dentes, inflamação e dor nas articulações, queda de cabelos, entre outros. Esta doença, pode, inclusive, desencadear quadro de anemia, devido a pequenas hemorragias. (TODABIOLOGIA, 2011). A vitamina C ajuda as células de quase todo o organismo dos seres humanos, incluindo os ossos, os dentes, as gengivas os ligamentos e os vasos, a crescer e a permanecer sadias. Também auxilia o organismo a responder à infecção e ao estresse, além de ajudar na utilização eficiente de ferro. Se o organismo não receber quantidades diárias suficientes de vitamina C, ficará
  • 23. 22 mais propenso a apresentar equimoses na pele, sangramento nas gengivas, má cicatrização das feridas, perda de dentes, dores nas articulações e infecções (SANTA LUZIA, 2011). A vitamina C é o antioxidante mais abundante no organismo, especialmente na pele, sendo bastante conhecida a importância do ácido L- ascórbico tópico como eficiente neutralizador dos radicais livres. Os radicais livres gerados a partir da irradiação solar, do fumo, poluição, etc. causam oxidação dos ácidos nucléicos, proteínas e lipídios, alterando o DNA, bem como sua reparação, disparando a cascata das citoquinas e resultando em fotoenvelhecimento e fotocarcinogênese. O organismo humano protege-se naturalmente utilizando antioxidantes para neutralizar os efeitos nocivos dos radicais livres (AZULAY et al., 2003). Azulay et al. (2003) ainda esclarece que além de seus efeitos antioxidantes, o ácido ascórbico se mostra importante na cicatrização das feridas, essencial na síntese de colágeno, atuando como co-fator para as enzimas lisil e propil hidroxilases, e estimulando a transcrição dos genes do colágeno. “Tem sido utilizado também como clareador cutâneo, inibindo a tirosinase. Provê suplemento seguro e efetivo de armazenamento nos tecidos, melhorando a fotoproteção e aumentando as defesas antioxidantes”. De acordo com Parfitt, Parson e Sweetmann (1996), “Outro campo em que a vitamina C pode produzir benefício é na prevenção de doenças isquêmicas do coração, no qual a oxidação por radicais é pensado como importante papel”. Entretanto, existe pouco benefício demonstrável de estudos controlados. Segundo Brunton, Lazo e Parker (2003), a deficiência na ingestão de vitamina C pode levar ao escorbuto: “São observados casos de escorbuto entre indivíduos idosos que moram sozinhos, alcoólatras, dependentes de drogas e outros indivíduos com dietas inadequadas, incluindo lactantes”. Com tantas qualidades e benefícios, sem dúvida alguma, a vitamina C merece continuar a ser investigada em todas as suas implicações, sobretudo em sua forma tópica, no nível cutâneo, criando linhas de pesquisa nas áreas de fotoenvelhecimento e fotocarcinogênese (AZULAY et al., 2003).
  • 24. 23 1.7 Reações adversas e restrições da vitamina C Para Parfitt, Parson e Sweetmann (1996), o ácido ascórbico é bem tolerável no organismo, sendo relatados diarreia e outros distúrbios gastrointestinais devido a altas doses da mesma. O que também pode resultar em hiperoxaúria e na formação de cálculos renais de oxalato de cálcio. Inclusive, segundo o autor, há relatos de hemólise em pacientes com deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase após administração de grandes doses de ácido ascórbico por via intravenosa ou por ingestão de refrigerantes. Segundo Hendler (1994), os argumentos negativos em relação á vitamina C são: 1. Pode causar cálculo renal e gota em indivíduos suscetíveis; 2. Causa cãibra abdominal; 3.Provoca o escorbuto nos indivíduos (e seus bebês recém- nascidos) que suspendem abruptamente o uso de megadoses; 4. Interfere em inúmeros testes laboratoriais; 5. É um desperdício de dinheiro, pois o organismo excreta rapidamente a maior parte da vitamina obtida através de suplementos. Segundo Santa Luzia (2011), quanto à ingestão de quantidades excessivas de vitamina C, como mais do que 100 mg por dia, aproximadamente, pode ocorrer náuseas, cólicas estomacais, e possivelmente, cálculos renais. Aranha et al. (2000), informaram que o excesso de ácido ascórbico excretado na urina leva a um teste falso positivo para glicosúria podendo também produzir um pequeno aumento de oxalato. Há também relatos de erosão do esmalte dental atribuindo-a a ingestão diária de comprimidos de ácido ascórbico para mastigar durante um período de 3 anos. Nesses casos, o pH da saliva alterou-se, fazendo com que o cálcio de esmalte dental se perdesse (PARFITT; PARSON; SWEETMANN, 1996). 1.8 Fontes da Vitamina C Como os seres humanos são incapazes de formar seu próprio ácido ascórbico, necessitam de uma fonte alimentar como o obtido por meio de frutas
  • 25. 24 e vegetais. Apenas pequenas quantidades estão presentes em tecidos e leite animal (HENDLER, 1994). A vitamina C é encontrada em alimentos como frutas cítricas, tomates, morangos, pimentão-doce e brócolis. Sendo que a melhor maneira de se obter a quantidade necessária é por meio de uma alimentação saudável e rica em vitamina C (SANTA LUZIA, 2011). Segundo Hendler (1994), as frutas e os vegetais frescos são as melhores fontes naturais de vitamina C. A tabela 2 mostra as fontes de alimentos bem como a concentração de Vitamina C. Tabela 2: Alimentos e concentração de Vitamina C. ALIMENTOS VIT. C mg/100g Couve-flor 73,00 Brócolis 115,00 Alface 35,00 Couve 105,00 Repolho Roxo 50,00 Espinafre 52,00 Repolho Branco 45,18 Páprica 138,00 Tomate 24,54 Ervilha 25,00 Morango 65,00 Framboesa 25,00 Acerola 1.700,00 Laranja 49,35 Abacate 13,00 Caju 253,00 Goiaba 273,00 Kiwi 41,00 Legenda: mg=micrograma, g=gramas Fonte: SANTA LUZIA (2011).
  • 26. 25 Entretanto, Parfitt, Parson e Sweetmann (1996) alerta que o ácido ascórbico é facilmente destruído durante os processos de cozimento e que perdas consideráveis também podem ocorrer durante o armazenamento. Desta forma, é necessária precauções quanto ao uso e condicionamento para poder usufruir bem da vitamina C nos alimentos. 1.9 Apresentação farmacêutica e obtenção industrial A vitamina C também é encontrada na forma de comprimidos, gotas, pastilhas, ou comprimidos associados a outros componentes como ácido acetilsalicílico, geralmente como preventivo de gripes e resfriados (GREGHI, 2004; SILVA et al., 2008). O produto comercial, ou seja, a vitamina C a ser comercializada, é produzida exclusivamente por síntese: “O sorbitol, uma hexose encontrada em diversas frutas mas comercialmente obtida através da hidrogenação da glicose, é a matéria prima para a produção do ácido ascórbico” (GENNARO, 2004). O sorbitol é um composto molecular comercialmente importante, com uma produção mundial de aproximadamente 500.000 toneladas por ano, e cerca de 25% dessa produção é utilizada na síntese do ácido ascórbico (vitamina C) (JONAS; SILVEIRA, 2004). Ainda para Jonas e Silveira (2004) a produção industrial do sorbitol é tradicionalmente realizada pela hidrogenação catalítica do xarope de D-glicose a uma concentração de aproximadamente de 50 % (p/v). 1.10 Recomendações nutricionais da vitamina C Para Azulay et al. (2003), a dose mais recomendada para manutenção de nível de saturação da vitamina C no organismo do ser humano é de cerca de 100mg por dia. Em algumas situações, como infecções, gravidez e amamentação, e em tabagistas, são necessárias doses ainda mais elevadas.
  • 27. 26 O Conselho de Alimentos e Nutrição da Academia Nacional de Ciências (The Food and Nutrition Board of the National Academy of Sciences) está revendo as atuais recomendações de ingestão de vitamina C. No número de 21 de abril de 1999 do JAMA (Journal of the American Medical Association), especialistas dos Institutos Nacionais de Saúde (National Institutes of Health) sugerem o aumento das atuais necessidades diárias recomendadas de vitamina C de 60mg para 100-200mg por dia. Eles enfatizam que, sempre que possível, a vitamina C deve ser obtida de frutas e vegetais, e que as pessoas podem ingerir a quantidade recomendada comendo cinco porções de frutas e vegetais por dia (SANTA LUZIA, 2011). O Conselho Nacional de Pesquisa recomenda uma dose diária de vitamina C de 60 miligramas para adultos. Deve-se levar em conta que a necessidade de ácido ascórbico varia consideravelmente de um indivíduo para o outro, pois além de outros fatores, à exposição à infecção, fumaça de cigarro, poluentes ambientais, várias drogas, cirurgia, queimaduras, trauma e álcool podem aumentar a necessidade de vitamina C. O que também pode ocorrer na gravidez e na idade avançada. Os melhores dados disponíveis sugerem que adultos e crianças acima de dez anos podem se beneficiar de uma dose diária de vitamina C de 250 a 1.000 miligramas (1 grama) (HENDLER, 1994). Aranha (1997) investigou o tempo necessário de suplementação com vitamina C, comparando a vitamina natural do suco de acerola com a vitamina sob a forma de fármaco, para a normalização dos níveis séricos de ácido ascórbico, em idosos institucionalizados do município de João Pessoa, PB, que apresentavam níveis séricos de ácido ascórbico abaixo do normal. Observou- se que no vigésimo dia o efeito da suplementação foi satisfatório, esse tempo poderia ser utilizado para idosos em geral e em especial para aqueles que vivem em instituições carentes, sendo o suco de acerola o suplemento indicado por ser um produto natural e de fácil aquisição. A deficiência de vitamina C que acaba produzindo escorbuto é muito mais comum do que se esperava. Dentre os idosos residentes em asilos, até 95% apresentaram deficiência de vitamina C (HENDLER, 1994). Na hipovitaminose C, o paciente apresenta anemia, astenia, dificuldade na cicatrização de feridas, baixa resistência às infeções, queratose folicular, levando a hemorragias perifoliculares com equimoses nas zonas de pressão ou
  • 28. 27 irritação. A pele dos membros inferiores apresenta um aspecto que lembra as nervuras da superfície da madeira, que evolui para ulceração cutânea. Hemorragias gengivais, gengivite hiperplásica também estão presentes (GUILLAND; LEQUEU, 1995, apud ARANHA et al., 2000).
  • 29. 28 2 GRIPES E RESFRIADOS 2.1 Gripe Numa época de grandes e inimagináveis conquistas científicas como a atual, onde os avanços são incontestáveis, os da área da medicina oferecem a cura de doenças antes impossíveis, a gripe ainda afeta milhões de pessoas a cada ano. Lança (2001) alerta que a gripe ou influenza ”É altamente contagiosa e ocorre mais no final do outono, inverno e início da primavera. Também é responsável por várias ausências ao trabalho e à escola, além de poder levar à pneumonia, hospitalização e morte.” De acordo com o Banco de Saúde (2011), aproximadamente 50 milhões de pessoas morreram na pandemia mundial de gripe no ano de 1918. Hoje, de acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), cerca de 36.000 pessoas nos Estados Unidos morrem a cada ano de complicações da gripe e mais de 200.000 são hospitalizados. Lança (2001) conceitua gripe da seguinte forma: “É uma infecção respiratória causada pelo vírus Influenza”. Em adultos e crianças saudáveis, a doença tem frequência mais moderadas, podendo durar de uma a duas semanas. Por outro lado, Piedra (1995 apud MASSUNARI et al., 2004) alerta sobre o impacto que a gripe pode ocasionar em idosos ou indivíduos portadores de doenças crônicas, que, segundo ela pode se apresentar mais grave, “resultando, muitas vezes, no desenvolvimento de pneumonia viral e bacteriana e descompensação de agravos de saúde pré-existentes, com consequente necessidade de hospitalização”. Segundo Lança (2001), qualquer pessoa pode se gripar. Contudo, as pessoas com alguma doença respiratória crônica, com fraqueza imunológica, imunidade enfraquecida em idosos têm uma tendência a infecções mais graves com possibilidade de complicações fatais. Quanto à sua infestação, para Piedra (1995 apud MASSUNARI et al., 2004) “A gripe é uma doença que se pode adquirir várias vezes ao longo da
  • 30. 29 vida, podendo as vezes ser confundida com viroses respiratórias. Seu diagnóstico é possível por meio de um exame laboratorial específico”. Figura 4: Como o vírus da gripe age. Fonte: Adeus gripe (2011). 1. O vírus penetra no organismo, principalmente através das mucosas, pele que serve de revestimento para o nariz, a boca e os olhos. 2. Pela mucosa do nariz, o Influenza atinge a corrente sanguínea. A passagem do vírus pela mucosa nasal aumenta a produção de secreção e provoca o primeiro sintoma da gripe: a coriza. 3. Na corrente sanguínea, os vírus atacam as células. 4. O vírus, quando penetra na célula, libera o RNA, que é transformado em DNA graças à ação de uma enzima, a transcriptase reversa. 5. Quando o RNA se transforma em DNA, a célula é enganada, pois não interpreta o vírus como corpo estranho. 6. O DNA do vírus se funde com o da célula, impedindo assim seu funcionamento normal e obrigando-a a produzir cópias do vírus (ADEUS GRIPE, 2011). Os sintomas que se apresentam mais frequentemente na gripe são caracterizados por febre, calafrios, cefaléia, tosse seca, dor de garganta, congestão nasal ou coriza, mialgia, anorexia e fadiga. Quando acontece a febre, ela normalmente varia entre 38 a 40°C, podendo durar de um a três dias, com pico nas primeiras 24 horas. Pode-se também ser observados em menor
  • 31. 30 frequência náuseas, dores abdominais, diarréia e fotofobia (COX; FUKUDA, 1998, apud MASSUNARI et al., 2004). Com relação à sua duração, a gripe geralmente desaparece dentro de uma ou duas semanas. Porém, nos idosos, a fraqueza causada pela gripe poderá persistir durante várias semanas. Outro fator importante é que, segundo Lança (2001) “a gripe pode também desencadear uma piora na asma em pessoas asmáticas e piora da condição de uma pessoa com insuficiência do coração, por exemplo”. De acordo com o Banco de saúde (2011) encontram-se algumas condições que podem favorecer o desenvolvimento da gripe e suas complicações, que são os seguintes:  Bebês, crianças, menores e maiores de 50 anos são mais susceptíveis à gripe.  Pessoas internadas em casas de saúde.  Portadores de doenças crônicas como diabetes, doenças do coração, renal crônico ou doença pulmonar obstrutiva crônica.  Pessoas com sistema imune debilitado, como por exemplo portadores da infecção pelo HIV ou uso de medicamentos imunossupressores.  Gravidez durante a época gripal.  Trabalhadores de hospitais ou ambulatórios médicos.  Trabalhadores de creches ou escolas. Lança (2001) explica que, diferente do resfriado que na maioria das vezes se dissemina pelo contato direto entre as pessoas, o vírus da gripe se dissemina principalmente pelo ar. O que acontece quando a pessoa gripada espirra, tosse ou fala, onde gotículas com o vírus ficam dispersas no ar por um tempo suficiente para ser inaladas por outra pessoa. Almeida et al. (2011) alertaram que os vírus da gripe são únicos na habilidade de causar epidemias anuais recorrentes, atingindo quase todas as faixas etárias num curto espaço de tempo. “Isto é possível devido à sua alta variabilidade genética e capacidade de adaptação”. Grande parte dos pacientes com influenza, principalmente adolescentes e adultos jovens podem ser tratados apenas com sintomáticos, sem a necessidade de intervenção específica. Entretanto, pacientes de maior risco,
  • 32. 31 como idosos, crianças menores de cinco anos, portadores de pneumopatias crônicas, hemoglobinopatias, neoplasias, diabetes mellitus, insuficiência renal crônica e cardiopatia congênita, quando ocorrem complicações podem beneficiar-se da terapia antiviral (ALMEIDA et al., 2011). Quanto á prevenção, Lança (2001) orienta sobre a vacinação: A melhor maneira de se proteger da gripe é fazer a vacinação anual contra o Influenza antes de iniciar o inverno, época em que ocorrem mais casos. Ela pode ajudar a prevenir os casos de gripe ou, pelo menos, diminuir a gravidade da doença. Sua efetividade entre adultos jovens é de 70-90%. Cai para 30- 40% em idosos muito frágeis - isso porque estes têm pouca capacidade de desenvolver anticorpos protetores após a imunização (vacinação). Contudo, mesmo nesses casos, a vacinação conseguiu proteger contra complicações graves da doença como as hospitalizações e as mortes (LANÇA, 2001). Entretanto, é preciso ressaltar que uma boa alimentação é um fator muito importante na prevenção da gripe, pois os alimentos corretos estimulam a ação do sistema imunológico e potencializa o seu funcionamento (LANÇA, 2001). 2.2 Resfriado O resfriado comum é a Infecção Respiratória Aguda mais frequente em crianças e adultos. É uma doença benigna e autolimitada, mas seus sintomas são incômodos e pode até interferir nas atividades habituais, o que motiva as pessoas quando acometidas a inúmeras tentativas de tratamentos, com diversos tipos de medicamentos (BRICKS, 2003) O resfriado comum é uma infecção moderada do trato respiratório superior. Dentre as doenças infecciosas do homem, é a que predomina, e é mundial. Durante os meses de inverno, a média, em adultos, é de seis a oito resfriados por 1.000 pessoas por dia, a taxa no verão é de cerca de um terço da observada no inverno (PELCZAR ; CHAN; KRUG, 1996). O resfriado comum é a doença infectocontagiosa viral que mais acomete o ser humano. Caracteriza-se por sintomas nasais (rinorréia, obstrução nasal,
  • 33. 32 espirros) e algumas vezes por sintomas faringo-amigdalianos (dor e inflamação) acompanhados de mal-estar geral e algumas vezes de febre. É uma doença de curso autolimitado, que afeta as pessoas de qualquer idade, sexo, razão ou condição socioeconômica, e apesar de que não causa morte, algumas vezes o mal-estar geral que ocasiona obriga as crianças a faltarem à escola e os adultos ao trabalho (DIAZ, 2011). O principal vírus causador do resfriado, o rinovirus, é emitido em alta concentração nas secreções nasais e pode ser disseminado pelo aerossóis. Ainda é importante destacar que a multiplicação do vírus ocorre nas células que revestem a superfície nasal (PELCZAR; CHAN; KRUG, 1996). Diaz (2011) explica que “O caráter purulento da secreção nasal é o resultado da presença de epitélio descamado e leucócitos polimorfonucleares que acudiram em resposta à infecção”. Ainda segundo Diaz, isto ocorre como consequência no curso do resfriado e nem sempre indica infecção secundária bacteriana, a menos que esteja acompanhado de exacerbação da febre, que esta reapareça ou que esta permaneça além do tempo habitual do resfriado (mais de 7 a 10 dias). Portanto, é bom entender que após um período de incubação de 12 a 72 horas, o resfriado desenvolve uma infecção aguda do nariz, da garganta, dos seios paranasais, da traquéia e dos brônquios, persistindo aproximadamente por sete dias. Os sintomas incluem aumento de secreções nasais, congestão nasal, espirro, tosse, inflamação ou dor na garganta, rouquidão e algumas vezes um ligeiro aumento de temperatura (PELCZAR; CHAN; KRUG, 1996). Assim, é importante reconhecer quando o resfriado comum deixa de ser um simples catarro, quer seja por sua duração ou pelo aparecimento de sinais de perigo (tiragem ou taquipnéia). Nestes casos, é quando se deve consultar o médico para modificar o enfoque terapêutico (DIAZ, 2011). As mãos são um dos principais meios de transmissão, pois, as pessoas infectadas com rinovírus apresentam nas mãos secreções nasais contaminadas com vírus, e estes podem ser transferidos, por contato, para as mãos de indivíduos não infectados. A partir daí, estes indivíduos podem colocar seus dedos contaminados em contato com a mucosa nasal ou a conjuntiva dos olhos. Desta forma, uma pessoa acometida por um resfriado deve lavar as
  • 34. 33 mãos frequentemente com água e sabão, especialmente após utilizar lenços contaminados com secreções nasais (PELCZAR; CHAN; KRUG, 1996). De acordo com Gwaltney Jr (1982), durante um resfriado comum, “a excreção de vírus varia no transcurso de um período de 5 dias, sendo provavelmente mais contagioso do terceiro ao quinto dia, que é, também, quando é mais sintomático e coincide com uma maior excreção de vírus” (GWALTNEY JR, 1982 apud DIAZ, 2011). Com relação ao tratamento, o mais recomendado para o resfriado comum é a base de sintomáticos para alívio da dor e febre e administração de soro fisiológico nasal e vaporização para auxiliar na eliminação de secreções. Portanto, antes de prescrever fármacos de ação duvidosa, o pediatra deve esclarecer as famílias sobre o caráter autolimitado das nasofaringites agudas. Sabe-se que a utilização de medicamentos, prescritos ou não, é muito maior quando aumenta a percepção de doença pela mãe e por este motivo, é muito importante que as famílias sejam esclarecidas e orientadas sobre a evolução da doença (BRICKS, 1995). No mesmo contexto, Pelczar Jr, Chan e Krug, (1996) afirmam que não existe tratamento específico, mas sim medidas auxiliares, tais como repouso adequado, roupas quentes e aspirina, que são recomendados para aumentar o conforto do paciente. A ingestão de líquidos, tais como sucos de frutas, é de grande ajuda. É importante destacar que como os resfriados são causados por vírus, os antibióticos não são utilizados no tratamento dos resfriados simples, enquanto que os anti-histamínicos tem somente um efeito mínimo na redução da secreção nasal (PELCZAR JR; CHAN; KRUG, 1996). Quanto à prevenção específica por meio de vacinas para rinovírus ainda não é possível, pois a quantidade de sorotipos de rinovírus implicados é muito grande, além do conteúdo antigênico destes vírus variar constantemente e ser contínuo o aparecimento de novos sorotipos (DIAZ, 2011).
  • 35. 34 3 A VITAMINA C NAS GRIPES E RESFRIADOS 3.1 Pesquisas científicas nas gripes e resfriados De acordo com Bricks (2003), o uso de megadoses de vitamina C para o tratamento de gripes e resfriados ainda é objeto de intensos debates na literatura, ressaltando que, até o momento, não existe nenhuma comprovação científica de que a utilização de vitamina C seja realmente eficaz na redução dos sintomas próprios dessas doenças. Alguns autores têm preconizado o uso de altas doses de vitamina C (até 6 g/dia) para prevenir a gripe, mas, é importante salientar que os possíveis benefícios do uso de doses elevadas de vitamina C são mínimos quando comparados aos riscos que incluem a formação de cálculos renais (pela excessiva excreção de oxalatos), a presença de escorbuto em fetos de mães que ingerem altas doses de vitamina C (BRICKS; SIH, 1999). Simasek e Blandino (2007), informam que “Numa revisão Cochrane mostrou que tomar 200 mg ou mais de vitamina C diariamente não diminui significativamente a gravidade dos sintomas ou duração quando iniciada após início dos sintomas do resfriado”. Miranda (2005), aponta que “A suplementação com vitamina C não tem efeito comprovado na incidência da constipação, exceto possivelmente em pessoas expostas a esforço físico intenso e/ou frio praticantes de esportes de inverno, maratonistas, militares”. Almeida (2011) informa que segundo José Luiz de Andrade Neto, infectologista e professor da PUC/PR e da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a vitamina C só é eficiente no combate à gripe quando o paciente apresenta deficiência desse nutriente: "Sua falta prejudica não só o desempenho do organismo na defesa contra a Influeza A, mas também em relação a outras doenças", diz o especialista. Além disso, completa, "não existe comprovação de que, em organismos bem nutridos e, portanto, equilibrados, a vitamina C traga benefícios extras". Com relação à medicação de crianças, Bricks (1995) defende que falta estudos bem controlados em crianças sobre a real efetividade dos fármacos
  • 36. 35 mais utilizados no tratamento das gripes e resfriados e a da aparente baixa morbidade causada por esses medicamentos, além de ressaltar a importância de se considerar o custo do tratamento e lembrar que esses produtos farmacêuticos são causa freqüente de ingestão acidental em crianças menores de seis anos. Embora a mortalidade por ingestão acidental ou intencional destes medicamentos seja baixa, os médicos que prescrevem medicamentos de eficácia duvidosa devem estar preparados para justificar sua escolha e estar seguros de que a utilização dos medicamentos prescritos não irá acarretar nenhum prejuízo aos pacientes (BRICKS, 1995). Entretanto para alguns autores, como Valdéz, o uso da vitamina C parece ser eficaz no uso no resfriado comum. Segundo o autor, apesar de não ter efeito profilático, alguns estudos dão sinal de que, mesmo de forma modesta, pode reduzir a severidade duração dos sintomas, além de favorecer o fortalecimento do sistema imunológico para aumentar a proliferação de células T e impedir a apoptoses durante infecções (VALDÉZ, 2006). Na verdade, o que se percebe é que supostos benefícios aparecem com frequência em destaque nos comerciais veiculados pela televisão e na publicidade em revistas. Nesses comerciais as vitaminas combatem o estresse e o cansaço, fornecendo energia “extra” para atividades cotidianas, e também evitando gripes e resfriados. Ve-se também este tipo de publicidade em folhetos e rótulos de produtos, onde a vitamina C previne infecções em geral, reforçando as defesas do organismo (SANTOS; BARROS FILHO, 2002). As propagandas da indústria farmacêutica estão voltadas para os prescritores, especialmente os médicos, para os consumidores e para os pontos de dispensação, neste caso representado pelas farmácias e drogarias. Nesse contexto, a qualidade da informação veiculada é essencial para evitar o uso irracional de medicamentos, uma vez que este pode ter como consequência o agravamento de problemas de saúde já existentes ou mesmo o desenvolvimento de doenças, levando a gastos desnecessários (GALATO; PEREIRA; VALGAS, 2011). Esta é uma questão séria por envolver a saúde das pessoas e assim, não pode ser tratada de forma leviana. O que fica evidente diante de uma
  • 37. 36 pesquisa divulgada por Santos e Barros Filhos (2002), onde quase a totalidade dos sujeitos da pesquisa afirmaram que acreditam que a vitamina C atua na prevenção e tratamento de gripes e resfriados, mesmo que revisões recentes da literatura científica concluam que não é possível atribuir à vitamina C um papel na prevenção e/ou tratamento dessas doenças. Além dos resultados alcançados, Santos e Barros Filho (2002) informam sobre um levantamento realizado nos EUA, onde “Entre universitários, Eldridge e Sheehan (1994), constataram , por exemplo, que a maioria acreditava no efeito preventivo da vitamina C sobre a gripe e na ação de doses extras de vitaminas aumentando a vitalidade e energia”. 3.2 Experimentos comprovados Em se tratando de experimentos, Schorah et al. (1979) relataram uma pesquisa cujos resultados apresentaram uma fraca, mas significante, melhora clínica em pacientes já idosos que receberam 1g de ácido ascórbico diariamente por um período de 28 dias, comparado com um placebo no grupo controle. “A este alto nível de suplementação, todavia, os resultados da melhora, provavelmente se devem ao efeito farmacológico do ácido ascórbico utilizado no experimento” (ARANHA et al., 2000). Segundo Marshall (2001), a equipe de Coulehan publicou uma pesquisa em 1974, em que um grupo que usou a vitamina C de forma sistemática teve menos resfriados severos, mas outros cientistas que revisaram o estudo criticaram o método de avaliação da severidade dos sintomas adotada pelo autor. Marshall ainda relata outros experimentos: Em 1975, Carson e colaboradores relataram tratar operários com 1.000 mg de vitamina C ou um placebo diariamente durante os resfriados. O número de resfriados por pessoa, a duração dos resfriados e sua gravidade foram as mesmas tanto no grupo que usou a vitamina como no grupo que usou o placebo (...). Em 1977, Tyrell e colaboradores relataram tratar 743 homens e 758 mulheres por 5 meses da seguinte maneira. Metade recebeu pílulas de placebo diariamente. Os outros tomaram vitamina C mas somente durante
  • 38. 37 resfriados nas dosagens de: 4.000 mg no primeiro e segundo dias de um resfriado e 200 mg no terceiro dia. Não houve nenhum benefício em tomar vitamina C. A incidência e a duração dos resfriados foram as mesmas tanto para os homens como para as mulheres dos grupos placebo e vitamina (...). Num estudo de 1984, Dr. X. H. Briggs dividiu 528 voluntários e deu para uma metade 1.000 mg de vitamina C diariamente e para a outra metade placebos diariamente por três meses. No grupo vitamina C 47% ficaram resfriados, e 46% do grupo placebo. Briggs concluiu: Nenhuma prevenção e nenhum benefício (MARSHALL, 2001). As pesquisas citadas por Marshall (2001) demonstram que não há comprovação científica com relação aos benefícios da vitamina C no combate às gripes e aos resfriados. Mais recentemente, GNOTÍCIAS (2011) informa que um grupo de pesquisadores, depois de realizar uma série de experiências, concluiu que os suplementos da vitamina C não são suficientemente eficazes no combate ao vírus do resfriado: Os cientistas da Universidade Nacional Australiana e da Universidade de Helsinque realizaram a pesquisa com mais de 11 mil pessoas. Segundo os estudiosos australianos e finlandeses, somente as pessoas que são submetidas a condições físicas superiores às comuns, como atletas e militares em treinamento, podem ter o risco de contágio da doença diminuído através do uso da vitamina, o que significa que as reações dos suplementos no organismo de uma pessoa comum não são significativas. Para chegarem a este resultado, os pesquisadores realizaram, ao longo de décadas, cerca de 30 experiências com pessoas que tomaram por dia pelo menos 200 miligramas de vitamina C (GNOTÍCIAS, 2011). 3.3 Profilaxia Mesmo sem comprovação sobre seus benefícios, parcela relevante de consumidores utiliza produtos de vitamina C, esporadicamente. Esse uso geralmente está associado à tentativa de evitar ou tratar gripes e resfriados, e
  • 39. 38 são estimulados diretamente pela publicidade da vitamina C (SANTOS; BARRO FILHO, 2002). Já Mosegui et al. (1999) ao falar sobre medicamentos em idosos, colocou a vitamina C entre os produtos considerados de valor intrínseco duvidoso. Hendler (1994) alerta que alguns produtos de vitamina C vêm combinado a biaflavonóides com a alegação de que seria potencializadora da vitamina, o que não é comprovado. Desta forma, a questão dos medicamentos para gripe tem sido tratada com seriedade pelo governo, como nos informa Massunari et al. (2004): A resolução RDC n° 40, de 26 de fevereiro de 2003, considerando as conclusões do Painel da Avaliação dos Medicamentos Antigripais realizado, em Brasília, em 24 e 25 de outubro de 2001, determina que ficam cancelados os medicamentos injetáveis para o tratamento sintomático da gripe, bem como apresenta uma lista de vários princípios ativos que devem ser retirados das fórmulas dessa mesma classe de medicamentos (MASSUNARI et al., 2004). Sendo que um dos princípios ativos que devem ser retirados das fórmulas é justamente a vitamina C. Entretanto, como se percebe na Tabela 3 a seguir, são encontrados medicamentos com via de administração parenteral contradizendo a Resolução RDC n° 40/03 e o preconizado pela literatura, ou seja, que a via parenteral deve ser reservada para as situações em que as vias oral e retal forem indisponíveis ou inadequados ou quando há necessidade de ação terapêutica emergencial (GILMAN et al., 1996 apud MASSUNARI, 2004). Segundo Hoefler (1999, apud MASSUNARI, 2004), sabe-se que nenhum desses medicamentos é aplicável para a gripe, sendo que os fármacos encontrados nessas formulações são apenas paliativos e amenizadores sintomáticos.
  • 40. 39 Tabela 3: Medicamentos para tratamento sintomático da gripe de forma injetável Medicamento Fármaco Fármaco Fármaco Fármaco Fármaco 1 2 3 4 5 Analgex Dipirona ÁCIDO Guaifene- Dipirona ASCÓRBICO sina - Bromopinol Dipirona Eucaliptol Extrato de ÁCIDO supra renal ASCÓRBICO Cortegripan Cansilato Dipirona Guaifene- ÁCIDO sódico sina ASCÓRBICO Gripsay AP Dipirona Guaifenesina Eucaliptol Gomegol ÁCIDO ASCÓRBIC O Novoquinol ACIDO Clorfeniramina Dipirona Guaifenesina ASCORBICO Fonte: Massunari et al, 2004. Na Tabela 3, observa-se medicamentos usados no tratamento sintomático da gripe que contêm fármacos que deveriam ser retirados das fórmulas dessa classe de medicamentos (GILMAN et al., 1996 apud MASSUNARI, 2004). Conforme o artigo 5° da Resolução RDC n° 40/ 03, a presença destes medicamentos no mercado contraria o artigo 8° da mesma resolução. Conforme esse artigo, os laboratórios tinham 180 dias, a partir do protocolo de pleito de Registro de Nova Associação (protocolo este que deveria ser feito no prazo de 30 dias a partir da publicação da RDC n° 40/ 03), para o desenvolvimento da nova fórmula. (MASSUNARI et al., 2004). Ainda consta que neste período o produto original poderia ser comercializado. Entretanto, passado um ano, diversos medicamentos não mudaram suas fórmulas. Situação que ainda se mantém (GILMAN et al., 1996 apud MASSUNARI, 2004).
  • 41. 40 Tabela 4: Medicamento para tratamento sintomático da gripe irregulares conforme o artigo 5º da resolução RDC nº 40, de 26 de fevereiro de 2003. Medicamento Fármaco 1 Fármaco 2 Fármaco 3 Fármaco 4 Adegrip Guaifenesina VITAMINA C Analgex C VITAMINA C Analgin C-R VITAMINA C Apracur VITAMINA C Benegrip Salicilamida VITAMINA C Bromil Gripe VITAMINA C Broncopinol Eucaliptol VITAMINA C Coldrin Cinarizina VITAMINA C Cortegripan Guaifenesina VITAMINA C Gripen F VITAMINA C Gripol Comp. VITAMINA C Gripomatine Guaifenesina VITAMINA C Gripsay AP Guaifenesina Eucaliptol Gomenol VITAMINA C Killgrip VITAMINA C Lima C Limão bravo VITAMINA C Melhoral C VITAMINA C Novoquinol VITAMINA C Guaifenesina Resfry VITAMINA C Resprax Salicilamida VITAMINA C Termogripe Salicilamida VITAMINA C C Trimedal VITAMINA C Vick Pyrena VITAMINA C Fonte: Massunari et al; 2004. Com a ampliação dos conhecimentos terapêuticos atuais, não se pode mais aceitar a utilização de formulações para o tratamento sintomático da gripe na forma de administração injetável, como também se calar diante da utilização
  • 42. 41 de fármacos considerados de eficácia questionável, ou, eventualmente dotados de algum potencial deletério, especialmente considerando desfavorável à razão risco/benefício (MASSUNARI, 2004).
  • 43. 42 CONSIDERAÇÕES FINAIS Como já vimos a vitamina C pertence a um conjunto de 13 vitaminas de um complexo essencial para o bom funcionamento do organismo humano. Desta forma, sua deficiência pode impedir que o corpo produza e mantenha a substância intercelular cuja falta pode levar à hemorragia, à formação de ossos fracos, a atrofia da medula óssea, a anemia, a perda dos dentes e a formação de gengivas esponjosas. Como as vitaminas devem ser fornecidas ao organismo, pois o mesmo não tem capacidade de assegurar sua biossíntese, uma forma de se conseguir ingerir a vitamina C é pela ingestão diária de alimentos que a contenha. Outra é pela ingestão de suplementos vitamínicos, que podem ser adquiridos através de pastilhas, comprimidos e gotas. Devido sua importância, a vitamina C é confundida com a ação curativa nos quadros gripais e de resfriados. A ação relacionada da vitamina C nestes quadros é de sua ação antioxidante que neutraliza os metabolitos oxidantes dos leucócitos produzidos durante a instalação do quadro clínico em questão. De acordo com as idéias de Bricks (2003), e a confirmação de várias pesquisas científicas, o uso de vitamina C não promove cura e nem previne de gripes e resfriados, cita ainda que sua utilização em altas doses pode acarretar em cálculos renais devida a excreção maciça de oxalatos de cálcio. Entretanto, ainda se vê muita publicidade em torno dos benefícicos no uso de megadoses de vitamina C na prevenção de gripes e resfriados, o que contribui para que grande maioria da população ainda acreditem nesse mito. Outra questão grave é que, mesmo sendo normatizado pelo governo (resolução RDC nº 40, de 26 de fevereiro de 2003), ainda há a utilização de formulações para o tratamento sintomático da gripe na forma de administração injetável e de fármacos considerados sem eficácia ou dotados de algum potencial deletério. Com os conhecimentos atuais, não se pode mais admitir tal procedimento.
  • 44. 43 REFERÊNCIAS ADEUS GRIPE. O vírus influenza. Disponível em: <http://www.adeusgripe .com.br/ovirus.html>. Acesso em: 15 Out. 2011. ALMEIDA, Flávia J. et al. Consenso para o tratamento e profilaxia da Influenza (gripe) no Brasil. Disponível em: <www.sbp.com.br/PDFs? conseso_influenza.pdf >. Acesso em: 13 Ago. 2011. ALMEIDA, Cristina. Tomar vitamina C NÃO previne contra gripe! Evidência Científica. 12 Jan. 201. Disponível em: http://farmaceuticoemcasa.blogspot. com /2011/01/tomar-vitamina-c-nao-previne-contra.html>. Acesso em: 30 Set. 2011. ARANHA, F.Q. Investigação do tempo de suplementação com vitamina C, do suco de acerola e do fármaco, necessário para normalizar os níveis séricos de ácido ascórbico em idosos institucionalizados de João Pessoa, PB. João Pessoa, 1997. 94p. Dissertação (Mestrado em Ciências e Tecnologia dos Alimentos) - Centro de Tecnologia, Universidade Federal da Paraíba, 1997. ARANHA, Flávia Queiroga et al. O papel da vitamina C sobre as alterações orgânicas no idoso. Rev. Nutr. [online]. 2000, vol.13, n.2, pp. 89-97. ISSN 1415-5273. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext &pid=S1415-52732000000200003>. Acesso em: 20 Ago. 2011. AZULAY, Mônica Manela; LACERDA, Carlos Alberto Mandarim de; PEREZ, Maurício de Andrade; Filgueira, Absalom Lima; CUZZI, Tullia. Vitamina C. Educação Médica Continuada. An. bras. Dermatol, Rio de janeiro, maio/jun. 2003. BAYER. Vitamina C. Acesso em: <http://www.vitaminas.bayer.pt/scripts/ pages/pt/vitaminas/vitamina_c/index.php>. Acesso em: 20 de agosto de 2011. BANCO DE SAÚDE. Gripe. Disponível em: <http://www.bancodesaude.com.br /gripe/ gripe>. Acesso em: 23 Ago . 2011. BERQUO, Laura S; BARROS, Aluísio J D; LIMA, Rosângela C and BERTOLDI, Andréa D. Utilização de medicamentos para tratamento de infecções respiratórias na comunidade. Rev. Saúde Pública. 2004, vol.38, n.3, p. 358-364. BRASILEIRO FILHO, Geraldo. Patologia Geral. 3. ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogon. 2004. BRICKS, L. F. Medicamentos Utilizados em Crianças para Tratamento do Resfriado Comum: Riscos vs. Benefícios. Instituto da Criança Prof. Pedro de Alcantara do Hospital das Clínicas da FMUSP. Pediatria (São Paulo), 17 (2) : 72-78, 1995.
  • 45. 44 BRICKS, L. F. Uso judicioso de medicamentos em crianças. 0021-7557/03/79- Supl.1/s107. Sociedade Brasileira de Pediatria, 2003. BRICKS, Lucia. F; SIH, Tânia. Medicamentos controversos em otorrinolaringologia. Jornal de Pediatria. Rio de Janeiro. 1999. v. 75, n. 1. BRUNTON, Laurence L; LAZO, John S; Parker, Kleith L. GOODMAN & GILMAN: As bases Farmacológicas da Terapêutica. 11 ed. Rio de Janeiro: Mc Giow-Hill, 2003. CEZAR, P. PORTAL DE ESTUDOS EM QUÍMICA. A química na cozinha. Disponível em: <http://www.profpc.com.br/Qu%C3%ADmica%20na%20 Cozinha /Tire_sua_d%C3%BAvida.htm>. Acesso em: 09 de setembro de 2011. DÍAS, H.R.H. Resfriado Comum. Disponível em: <http://www.paho.org /Portuguese/AD/DPC/CD/aiepi-1-9.pdf>. Acesso em: 29 Jun. 2011. FORNARO, Adalgiz; COICHEV, Nina. Ácido L-ascórbico: reações de complexação e de óxido-redução com alguns íons metálicos de transição. Quím. Nova. 1998, vol.21, n.5, p. 642-650. FARMACOPEIA BRASILEIRA. 3.ed. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Fundação Osvaldo Cruz. 1977. GALATO, Dayani; PEREIRA, Greicy Borges; VALGAS, Cleidson. Análise de informes publicitários distribuídos em farmácias e drogarias. Rev. Saúde Pública. 2011; v.45, n. 1, p. 212-5. Disponível em: <www.scielo.org/pdf/rsp/v45n1 /1466.pdf. > Acesso em 10 Set. 2011. GENNARO, Afonso R. A ciência e a prática da farmácia. 20 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. GNOTÍCIAS. Vitamina C não previne resfriados. 19 Jul. 2007. Disponível em: <http://noticias.gospelmais.com.br/vitamina-c-nao-previne-resfriados.html> Acesso em 30 Set. 2011. GREGHI, Carlos Magno. Formulário Terapêutico. Londrina: Uel, 2004. Disponível em: <http//www.hu.uel.br/arquivos/DOWNLOAD/formulario.pdff> Acesso em: 25 Ago.2011. HEMILA, H. Vitamin C and the common cold. Institute of Biotechnology, University of Helsinki, Vnlimotie 7 , SF-00380 Helsinki, Finland. British Journal of Nut r i t ion (1992) HENDLER, S. S. A Enciclopédia de vitaminas e minerais. Rio de janeiro: Campus, 1994.
  • 46. 45 HOSPITAL SANTA LUZIA. Qual a Real Importância da Vitamina C e Suas Necessidades Para o Organismo? Disponível em: <http://www.santalucia. com.br/clinica-geral/vitaminac/default.htm>. Acesso em: 23 de agosto de 2011. JONAS, R., SILVEIRA, M. M. “Sorbitol Can Be Produced Not Only Chemically But Also Biotechnologically”, Applied Biochemistry and Biotechnology, 2004, v. 118, pp. 321-336. LANÇA, Márcio Ataíde. Gripe. 01 Nov. 2001. Disponível em: <www.abcdasaude.com.br/artigo.php>. Acesso em: 14 Ago. 2011. MASSUNARI, KIYOSHI G; MELO, G. C; MONTEIRO, W. M; TASCA, R. S. Medicamentos para o tratamento sintomático da gripe: Estudo sobre o Cumprimento da Resolução RDC 40/02/2003. Infarma, v.16, nº 11-12, 2004. MARSHALL, C. W. Vitamina C: altas doses previnem resfriados? Edição de Stephen Barrett, 2001. MIRANDA, J. A. Infecções respiratórias superiores. Rev. Port. Clin. Geral, 2005. MOSEGUI, Gabriela B. G.; ROZENFELD, Suely; VERAS Renato Peixoto; VIANNA, Cid M. M. Avaliação da qualidade do uso de medicamentos em idosos. Revista de Saúde Pública. v. 33; n. 5; Out. 1999. p. 437 – 444. PELCZAR, Michael J.; CHAN, E. C. S.; KRUG, Noel R. Microbiologia: conceitos e aplicações. vol II, 2. ed. São Paulo: Makron Books. 1996. PARFITT, K; PARSON, A. V; SWEETMANN, S. C. MARTINDALE: The Extra Pharmacopoeia. 21th Edition. Great Britain. Royal Pharmaceutical Society, 1996. PUPIM, D. R; de SOCORRO, I. A. LISBOA, S. P; BARBOSA, V.F. A Vitamina C com antioxidante. 2009. 1p. Faculdade de Farmácia, Fundação Educacional de Fernandópolis, Fernandópolis, 2009. SACKHEIM, George L.; LELMAN, Dennis D. Química e bioquímica para ciência biomédica. 8. ed. 1. ed. brasileira; Tamboré: Manole LTDA. 2001. SANTOS, Karina Maria Olbrich dos; BARROS FILHO, Antônio de Azevedo. Consumo de produtos vitamínicos entre universitários de São Paulo, SP. Rev. Saúde Pública . 2002, v.36, n.2, p. 250-253. Disponível em: <www.scielo.org.ve/scielo.php?script=sciarttext &pid=5004- 062220022000300003&long=pt >. Acesso em: 03 Set. 2011. SBI. Sociedade Brasileira de Infectologia. Prevenir de gripes e resfriados com vitamina C só funciona para atletas que fazem treinamento pesado. Disponível em: <http://www.sbinfecto.org.br/publicoleigo/default.asp?site
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