Este documento contém três relatos sobre a importância da oração e da fé. O primeiro relata uma visão de um grande movimento de reforma entre o povo de Deus, com milagres e conversões. O segundo enfatiza a necessidade de esforços pessoais para alcançar as almas ricas e influentes. O terceiro destaca a importância da oração particular para sustentar a vida espiritual e fortalecer os ministros de Deus em seu trabalho.
1. Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 126: "Um Movimento de Reforma"
Em visões da noite, passaram perante mim representações de um grande movimento de reforma entre o
povo de Deus. Muitos estavam louvando a Deus. Os enfermos eram curados e outros milagres eram
realizados. Viu-se um espírito de intercessão tal como se manifestou antes do grande
dia de Pentecostes. Viam-se centenas e milhares visitando famílias e abrindo perante elas a Palavra
de Deus. Os corações eram convencidos pelo poder do Espírito Santo, e manifestavase um espírito de genuína conversão. Portas se abriam por toda parte para a proclamação da
verdade. O mundo parecia iluminado pela influência celestial. Grandes bênçãos eram recebidas pelo
fiel e humilde povo de Deus. Ouvi vozes de ações de graças e louvor, e parecia haver uma reforma como
a que testemunhamos em 1844.
Contudo, alguns se recusavam a converter-se. Não estavam dispostos a andar nos caminhos de Deus, e
quando, para poder avançar a obra divina, eram feitos pedidos de ofertas voluntárias, alguns se apegavam
egoistamente às suas posses terrestres. Esses ambiciosos foram separados do grupo de crentes.
Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 126.
Medicina e Salvação, p. 244, 245: "Fé Viva".
Deus apreciaria fosse a verdade aberta a homens a quem Ele concedeu dotes especiais, mas que são
ignorantes da grande necessidade da alma. Alguns há que são especialmente capacitados para empenharse nesta obra; há os que deviam buscar ao Senhor diariamente, estudando como alcançar as pessoas desta
classe, não meramente fazer com eles um casual relacionamento, mas para retê-los mediante esforço
pessoal e fé viva, manifestando profundo amor por sua alma, real preocupação de que tenham o
conhecimento da verdade como é apresentada na Palavra de Deus. …
Esta classe tem sido lamentavelmente negligenciada. Os obreiros têm julgado os homens pela aparência,
tomando como decidido que trabalhariam em vão. Mas essas pessoas a quem Deus tem dotado, pastores e
povo, devem ser cativadas pela mão da viva fé. Apeguem-se os obreiros às promessas de Deus, dizendo:
"Tu prometeste: 'Pedi, e recebereis.' João 16:24. Eu preciso que esta alma se converta a Jesus Cristo."
Solicitai orações pelas almas por quem trabalhais; apresentai-as perante a igreja como objetos de súplica.
Será justamente o
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que a igreja necessita, para ter sua mente desviada de suas pequenas e prediletas dificuldades, sentir
grande fardo, pessoal interesse por uma alma que esteja prestes a perecer. Selecionai uma nova alma, e
ainda outra, buscando diariamente guia de Deus, em Suas mãos depondo tudo em fervente oração, e
trabalhando na sabedoria divina. Ao fazerdes isso, vereis que Deus dará o Espírito Santo para
convencer a alma, e o poder da verdade para convertê-la.
Foi-me mostrado que milhares de homens ricos têm ido para a sepultura sem advertência, porque têm sido
julgados pela aparência, e passados por alto como pacientes desenganados. O Senhor deseja que este
estado de coisas seja mudado. Que homens judiciosos assumam a obra, homens que até agora nada
fizeram neste sentido, porque lhes parecia inútil e sem esperança. Esta é uma obra grande e importante, e
Deus dotará de sabedoria a homens que a assumam.
Não será por algum contato casual, acidental, que essas almas ricas, amantes e adoradoras do
mundo, serão atraídas para Cristo. Esforços decididos e pessoais devem ser feitos por homens e
mulheres imbuídos de espírito missionário, os quais não falhem nem se deixem desencorajar. O
mensageiro de Deus deve ter sempre em mente que o Universo do Céu há muito tem estado a esperar a fim
de cooperar com os instrumentos humanos nesta obra que tem sido evitada e negligenciada. Carta 47,
1894. Medicina e Salvação, p. 244, 245.
Obreiros Evangélicos, 254-258. “A Oração Particular”
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A oração de família, e em público, tem o seu lugar; mas é a comunhão particular com Deus que
sustém a vida da alma. Foi no monte, com Deus, que Moisés contemplou o modelo daquela maravilhosa
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2. construção que devia ser o lugar permanente de Sua glória. É com Deus no monte - o lugar particular de
comunhão - que havemos de contemplar Seu glorioso ideal para a humanidade. Assim seremos
habilitados a moldar a construção de nosso caráter de tal maneira, que se possa cumprir em nós a
promessa: "Neles habitarei e entre eles andarei; e Eu serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo." II Cor.
6:16.
Enquanto empenhados em nosso trabalho diário, devemos erguer a alma ao Céu em oração. Essas
silenciosas petições ascendem como incenso perante o trono da graça; e o inimigo é confundido. O cristão
cujo coração é assim firmado em Deus, não pode ser vencido. Nenhuma arte maligna pode destruir-lhe
a paz. Todas as promessas da Palavra de Deus, todo o poder da graça divina, todos os recursos de Jeová,
estão empenhados em garantir-lhe o livramento. Foi assim que Enoque andou com Deus. E Deus era com
ele, um socorro bem presente em todas as ocasiões de necessidade.
Os ministros de Cristo devem vigiar em oração. Eles podem ir com ousadia ao trono da graça, levantando
mãos santas, sem ira nem contenda. Podem, com fé, suplicar do Pai celestial sabedoria e graça, a fim de
que possam saber trabalhar e lidar com o espírito das pessoas.
A oração é a respiração da alma. É o segredo do poder espiritual. Nenhum outro meio de graça a
pode
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substituir, e a saúde da alma ser conservada. A oração põe a alma em imediato contato com a Fonte
da vida, e fortalece os nervos e músculos da vida religiosa. Negligenciai o exercício da oração, ou a ela
vos dediqueis de quando em quando, com intermitências, segundo pareça conveniente, e perdereis vossa
firmeza em Deus. As faculdades espirituais perdem sua vitalidade, a experiência religiosa carece de saúde e
vigor.
É unicamente no altar de Deus que podemos acender nossos círios com fogo divino. É unicamente a luz
divina que revelará a pequenez, a incompetência das habilidades humanas, e dará uma clara visão da
perfeição e pureza de Cristo. É somente ao contemplarmos Jesus que desejamos ser-Lhe semelhantes,
somente ao vermos Sua justiça, que temos fome e sede de a possuir; e é só ao pedirmos em oração
fervorosa, que Deus nos assegurará o desejo de nosso coração.
Os mensageiros de Deus devem demorar-se longamente com Ele, se querem ter êxito em sua obra. Contase a história de uma velha senhora de Lancashire, que escutava as razões que os vizinhos apresentavam
para o sucesso de seu pastor. Falavam de seus dotes, de seu estilo na linguagem, de suas maneiras. "Não",
lhes disse a velha senhora, "eu lhes direi o que é. Vosso homem está muito unido com o Todo-poderoso."
Quando os homens forem tão devotos como Elias, e possuírem a fé que ele tinha, Deus Se revelará
como o fez então. Quando os homens lutarem com o Senhor como Jacó, ver-se-ão novamente os
resultados que se viram então. De Deus virá poder em resposta à oração da fé.
Como a vida de Jesus foi de contínua confiança, sustida por contínua comunhão, em Seu serviço
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para o Céu, Ele não falhou nem vacilou. Diariamente assediado pela tentação, tendo a constante
oposição dos guias do povo, Cristo sabia que devia fortalecer Sua humanidade mediante a oração.
Para que fosse uma bênção aos homens, precisava comungar com Deus, dEle obtendo energia,
perseverança e firmeza.
O Salvador amava a solidão das montanhas para aí comungar com Seu Pai. Durante o dia trabalhava
ativamente para salvar homens da destruição. Curava o enfermo, confortava o triste, ressuscitava o morto, e
levava esperança e ânimo ao abatido. Terminado o trabalho do dia ia noite após noite, para fora da confusão
da cidade, e curvava-Se em oração ao Pai. Freqüentemente alongava-Se em Suas súplicas por toda noite;
mas voltava desses períodos de comunhão revigorado e refrigerado, preparado para o dever e a provação.
São os ministros de Cristo tentados e cruelmente esbofeteados por Satanás? Assim também o foi Aquele
que não conhecia pecado. Na hora da aflição, Ele Se voltava para Seu Pai. Sendo Ele próprio a fonte de
bênçãos e força, podia curar os doentes e levantar os mortos; podia dar ordens à tempestade, e ela Lhe
obedecia; todavia orava, muitas vezes com grande clamor e lágrimas. Ele orava por Seus discípulos, e por
Si mesmo, identificando-Se assim com as criaturas humanas. Era um poderoso suplicante. Como Príncipe
da vida, tinha poder com Deus, e prevalecia.
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3. Os pastores que forem verdadeiros representantes de Cristo, serão homens de oração. Com um fervor e fé
a que se não pode negar, hão de lutar com Deus para que os fortaleça e fortifique para o serviço, e lhes
santifique
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os lábios com um toque da brasa viva, a fim de que saibam falar Suas palavras ao povo.
A oração é o abrir do coração a Deus como a um amigo. Os olhos da fé hão de distinguir a Deus bem
próximo, e o suplicante poderá obter preciosa prova do Seu divino amor e cuidado por ele. A oração feita por
Natanael saiu de um coração sincero e foi ouvida e atendida pelo Mestre. O Senhor lê o coração de todos, e
"a oração dos retos é o Seu contentamento". Prov. 15:8. Ele não será tardio para ouvir os que Lhe abrem o
coração, não exaltando o próprio eu, mas sentindo sinceramente sua fraqueza e indignidade.
Há necessidade de oração, sincera, fervorosa e angustiosa oração, como a que fez Davi quando
exclamou: "Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por Ti, ó Deus!"
Sal. 42:1. "Eis que tenho desejado os Teus preceitos; vivifica-me por Tua justiça. Tenho desejado a Tua
salvação." Sal. 119:40 e 174. "A minha alma está anelante e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu
coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo." Sal. 84:2.
Os que mais eficazmente ensinam e pregam, são os que humildemente esperam em Deus, e
aguardam ansiosamente Sua guia e graça. Vigiar, orar e trabalhar - eis a divisa do cristão. A vida de
um verdadeiro cristão, é de oração constante. Ele sabe que a luz e as forças de hoje, não bastam
para as provas e conflitos de amanhã. Satanás está continuamente mudando suas tentações. Cada dia
seremos colocados em circunstâncias diversas; e, nas novas cenas que nos esperam, ver-nos-emos
rodeados de novos perigos, e constantemente assaltados por novas e inesperadas tentações. É
unicamente
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mediante a resistência e a graça obtidas do Céu que podemos esperar fazer frente às tentações, e
cumprir os deveres que se acham diante de nós.
Coisa maravilhosa é podermos orar com eficácia; indignos e faltosos mortais possuírem o poder de
apresentar a Deus os seus pedidos! Que mais alto poder pode o homem desejar do que este - estar ligado
ao infinito Deus? O homem fraco e pecador tem o privilégio de falar a seu Criador. Podemos proferir
palavras que cheguem ao trono do Rei do Universo. Podemos falar com Jesus ao caminhar, e Ele diz: AchoMe à tua mão direita. Sal. 16:8.
Podemos ter comunhão com Deus em nosso coração; andar na companhia de Cristo. Quando empenhados
em nossos trabalhos diários, podemos exalar o desejo de nosso coração, de maneira inaudível aos ouvidos
humanos; mas essas palavras não amortecerão em silêncio, nem serão perdidas. Coisa alguma pode
sufocar o desejo da alma. Ele se ergue acima do burburinho das ruas, acima do barulho das máquinas. É a
Deus que estamos falando, e nossa oração é ouvida.
Pedi, portanto; pedi, e recebereis. Pedi humildade, sabedoria, ânimo, maior proporção de fé. A toda oração
sincera há de vir a resposta. Talvez não venha exatamente como desejais, ou ao tempo em que a esperais;
mas virá pela maneira e na ocasião em que melhor há de satisfazer à vossa necessidade. Às orações que
em particular dirigis, em cansaço, em provação, Deus responde, nem sempre segundo a vossa expectativa,
mas sempre para o vosso bem. Obreiros Evangélicos, 254-258.
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