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Gestão Estratégica do Suprimento e o Impacto no
CI1203


    Desempenho das       Empresas Brasileiras
INOVAÇÃO
Determinantes do investimento privado no Brasil: um novo contexto
capacitante para o Cash Management
Carlos Alberto Arruda de Oliveira, Hugo Ferreira Braga Tadeu e Jersone Tasso Moreira Silva


               Introdução                                voltadas para a correta indicação de produtos financeiros
                                                         às empresas de médio porte. Encargos básicos, como
                                                         minimizar o risco financeiro, os custos operacionais
                                                         e maximizar o retorno de caixa, devem ser uma das

A
                                                         responsabilidades do CM, segundo López (2003), sendo
      volatilidade no ambiente econômico, bem como       o oposto aos modelos operacionais da atualidade, cujo
na gestão das empresas vem provocando uma                foco ainda permanece relacionado às avaliações de fluxo
necessidade de mudanças graduais e responsabilidades     de caixa, liquidez, gestão bancária, análises de riscos,
no Cash Management (CM). Bort (2004) argumenta           capacidade de pagamento e tecnologia de informação
que o CM está relacionado a questões burocráticas e      associada.
administrativas. No entanto, o comportamento econômico
                                                         Para tanto, o CM deve ser um departamento nas
e as constantes recessões dos últimos anos vêm
                                                         instituições bancárias com ampla responsabilidade e
favorecendo a criação de um novo modelo relacionado
                                                         conectado com outras áreas, gerando benefícios para
à obtenção de fundos e para estimular o crescimento
                                                         os clientes, como mostra a FIG. 1.
das organizações. Nesse caso, compete às instituições
bancárias um entendimento aprofundado da economia
e sua dinâmica, para a inserção setorial
de produtos financeiros, algo distante da
realidade dessas instituições no momento.
Recentes avanços nos modelos de
tecnologia da informação e a urgência
por novos instrumentos financeiros, mais
próximos da realidade das empresas, vêm
favorecendo o desenvolvimento do CM
estratégico (FERNANDEZ, 2001).
Segundo Iturralde, Maseda e San
José (2008), a literatura sugere que
a terminologia de CM traz várias
considerações associadas com o
gerenciamento de fluxo financeiro de curto
prazo, como o gerenciamento de liquidez,
o bancário, o de déficits e superávits,
dentre outros. Contudo, o conceito dever
ser visto de forma ampla, como será
exposto ao longo deste artigo.
                                                         Figura 1: Gestão estratégica para o Cash Management
Relacionar o CM ao desempenho econômico é algo           Fonte : ITURR ALDE; MASE DA; SAN JOSE, 2008.
novo, ainda mais com a busca por avaliações setoriais    Adaptação.
Os aspectos básicos para o novo CM se fazem                    Visão geral do modelo
necessários através de uma nova visão econômica, com
o planejamento de longo prazo se fazendo necessário,
mas essencialmente segundo a cultura de gestão e dos
                                                           O modelo de simulação proposto está direcionado para
benefícios percebidos, segundo Parker (2000).
                                                           empresas de médio porte, dado o amplo conhecimento
De acordo com San José, Iturralde, Maseda (2008), é        das instituições bancárias para as grandes corporações.
importante prover as instituições bancárias de uma visão   Ele combina a utilização de uma série de dados
de CM com evidências empíricas, utilizando-se, para        associados ao desempenho econômico, observando o
isso, modelos de simulação. Os autores utilizaram esses    comportamento das empresas, aspectos produtivos e
modelos para avaliar os fatores associados ao CM e o       crescimento.
gerenciamento financeiro.
                                                           Usualmente conhecido como Cash Management – CM
Diversos estudos apontam a necessidade de                  –, esse departamento é o responsável pela alocação de
desenvolvimento de modelos de simulação, com a             recursos para empresas com dificuldades financeiras,
utilização de dados confiáveis, e de um aprofundamento     sendo proposta uma nova abordagem conceitual para
sobre as determinantes do investimento privado no          as suas funções.
Brasil, especialmente para o período da vigência do
Plano Real até a data recente. Somente se torna            Nas seções a seguir, são descritos os modelos
possível a simulação em função dos avanços recentes        relacionados ao CM e as equações de curto e longo prazo
desses modelos e dos fundamentos macroeconômicos           para o investimento privado na economia brasileira.
nacionais. Como resultado, tem-se uma combinação
interessante de dados, modelos de simulação e análises
para a tomada de decisão.
Nos últimos anos, diversas organizações vêm se             Modelo de Simulação
esforçando para aplicar os modelos de simulação
em seus negócios, porém sem o foco voltado para a          A presente seção mostra a importância da avaliação
avaliação econômica e setorial como um novo contexto       econômica para a gestão das empresas no que se
capacitante para o CM.                                     refere ao CM. O modelo de simulação em questão
                                                           tem por objetivo testar a hipótese de que as séries de
Em alguns casos, para realizar estimativas de longo        investimentos privado e governamental, PIB, taxas
prazo, são utilizadas as técnicas da simulação de Monte    de juros e de inflação, dentre outras, são integradas,
Carlo, em função de um grande número de variáveis de       permitindo assim modelar o comportamento de longo
decisão e do risco associado às decisões. Esse é um        prazo do investimento privado. O modelo de simulação
procedimento relevante para realizar comparações em        é uma ferramenta para se tentar, por exemplo, identificar
relação a períodos passados e de instabilidade para o      se há um papel inibidor dos investimentos privados
investimento. Destaca-se também a possibilidade de se      desempenhado pela instabilidade macroeconômica e
incorporarem os resultados da simulação de Monte Carlo     pelos investimentos governamentais.
às decisões estratégicas, bem como análises qualitativas
realizadas, para a estimativa de variáveis confiáveis.     É amplamente reconhecido o papel fundamental
                                                           da formação de capital no crescimento econômico
Alguns questionamentos podem ser levantados pelos
                                                           sustentável. No Brasil e em diversos países em
gestores das instituições bancárias. Considerando-se o
                                                           desenvolvimento, entretanto, a taxa de investimento
modelo novo Cash Management, tem-se:
                                                           reduziu-se até meados dos anos 1990, fato resultante
   I.	 Quais são os principais direcionadores para         principalmente da crise do endividamento externo e do
       avaliar a economia nacional?                        descontrole inflacionário. A formação bruta de capital
                                                           fixo em relação ao PIB brasileiro, medida a preços
   II.	 Quais os principais fatores considerados para a
                                                           constantes, caiu de uma média de 23,3%, nos anos
        realização de investimentos?
                                                           1970, para 18,5%, nos anos 1980, e 15,2%, no período
   III.	 Qual o novo contexto capacitante para o cash      1990-1995 (IPEA, 2011).
         management em função dos itens I e II?
                                                           Para o ano de 1998, a economia brasileira sentiu os
                                                           impactos da chamada crise da Ásia e, em 2008, ocorreu
Tais respostas podem ser obtidas com o entendimento        a grande crise financeira internacional. A FIG. 2 mostra
correto da economia, assim como no uso de ferramentas      a evolução do PIB no período compreendido entre 1985
adequadas que auxiliam no processo de tomada de            e 2011, em função da gestão governamental. Devido ao
decisão.

          Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1203                                                         2
desaquecimento do PIB em 2011, é possível esperar mais medidas fiscais por parte do governo para tentar estimular
o nível de atividade, especialmente relacionadas ao avanço do crédito nessa conjuntura doméstica em 2012.




Figura 2: Evolução do PIB
Fonte: IPEA, 2011. Adaptação.


O estudo do comportamento do investimento                   equações para investimento em nível, dado que
especificamente do setor privado advém do fato de           refletem as condições de demanda da economia
ser essa uma variável tipicamente endógena e da             e que são usadas para captar o efeito acelerador
consideração de que a adoção de reformas econômicas         do investimento e de possíveis ciclos econômicos.
orientadas para o mercado conduzirá ao aumento da           Economias tipicamente pró-cíclicas, como são as
importância relativa dos investimentos privados na          economias em países em desenvolvimento, tendem
formação de capital agregado. Dimensões particularmente     a apresentar forte correlação entre os investimentos
relevantes do problema são a mensuração do efeito           privados e as variáveis de demanda.
da instabilidade macroeconômica sobre o nível de            Para medir os impactos dos investimentos públicos sobre
investimento do setor privado e a determinação do tipo      os investimentos privados, utilizam-se os investimentos
de relacionamento existente entre o investimento público    públicos de forma desagregada, separando-os entre
e o investimento privado.                                   investimentos públicos em infraestrutura e aqueles
Para explicar o investimento privado, foram escolhidos      que não são em infraestrutura. Consideram-se como
como dados: o PIB, a utilização de capacidade               investimentos públicos em infraestrutura aqueles feitos
industrial, os investimentos públicos em infraestrutura,    em energia elétrica, telecomunicações e transportes.
os investimentos públicos nas demais áreas que não          Todos os demais investimentos públicos são considerados
infraestrutura, o juro real, o preço relativo dos bens de   como não infraestrutura. É fundamental verificar se há
capital, a inflação, uma proxy para disponibilidade de      evidência empírica do efeito teórico crowding-in dos
crédito e a carga tributária, respeitando-se diversos       investimentos públicos em infraestrutura sobre os
estudos recentes conduzidos por escolas como Stanford,      investimentos privados no Brasil e se, de modo contrário,
Ohio University, PUC Rio e Fundação Dom Cabral.             ocorre o esperado efeito crowding-out.

O PIB e a utilização de capacidade industrial são           O possível efeito crowding-in do investimento público em
dados comumente usados em especificações de                 infraestrutura sobre o investimento privado é teoricamente


          Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1203                                                            3
explicado pelo fato de que tais investimentos aumentam        da declaração, por parte dos agentes econômicos dos
a produtividade do capital a ser futuramente investido        setores público e privado, de que o peso excessivo da
e poupam aos investidores privados investimentos              carga tributária brasileira é um dos principais motivos
adicionais que outrora eles obrigatoriamente teriam que       para desestimular os investimentos privados.
fazer nessas áreas. Já o crowding-out dos investimentos
públicos que não são em infraestrutura sobre os
investimentos privados é teoricamente explicado pela
competição entre eles por recursos escassos disponíveis
para investimento.
                                                                           Modelo Genérico
A variável frequentemente utilizada para explicar                  Propõe-se o seguinte modelo conceitual para
investimentos privados é o juro real, primeira proxy                investimentos privados, conforme a FIG. 3:
teórica do custo de oportunidade do capital. Isso justifica
a sua escolha como variável pré-candidata para compor
a forma funcional final.
O preço relativo dos bens de capital também é uma
variável fundamental nas decisões de investimento, por
afetar diretamente o custo de oportunidade do capital. Ele
pode capturar efeitos de pouca concorrência na indústria
de bens de capital que resultem em um aumento dos
preços desses bens acima do aumento de preços do              Figura 3: Modelo Genérico
restante da economia, o que geraria impacto negativo          Fonte: Elaborado pelos autores.
nos investimentos.
A inflação é uma variável tipicamente usada como              A partir da FIG. 3, estima-se que o investimento privado
proxy de incertezas em economias de países em                 apresenta ou não um crescimento, de acordo com as
desenvolvimento. Essa variável foi incluída no                variáveis explicativas apresentadas.
estudo de Rodrigues Júnior (1998) para capturar
                                                              Espera-se que o aumento do PIB gere um aumento
o impacto sobre os investimentos da estabilidade
                                                              dos investimentos privados, pois mais produção requer
macroeconômica do Brasil.
                                                              mais investimento. O efeito da taxa de juros é negativo
Uma variável proxy para a disponibilidade de crédito na       e reflete o impacto adverso do custo de utilização do
economia também costuma ser utilizada em estudos              capital sobre as decisões de investir. Utilizada como
sobre investimentos, especialmente em países em               proxy da incerteza e instabilidade, espera-se que a
desenvolvimento, onde o acesso ao crédito de muitos           elevação da taxa de inflação deprima os investimentos
agentes é limitado. A obtenção ou não da concessão            do setor privado; a hipótese implícita aqui é de que
de crédito é, em muitos projetos, um ponto-chave para         a instabilidade aumenta o preço da espera por nova
que o mesmo possa efetivamente ser levado à frente ou         informação e aumenta o risco empresarial.
não. Dessa forma, o nível de escassez de crédito deve         A relação entre as variáveis investimento privado e
também estar considerado através de alguma medida             investimento público é ambígua, porque pode predominar
como variável ao estudo. Neste artigo, considera-se o         tanto o crowding-in como o crowding-out entre as duas
volume de desembolsos anuais do BNDES como proxy              formas de investimento. Dessa forma, argumenta-se,
no Brasil da disponibilidade de crédito.                      existe a necessidade de um novo posicionamento
A carga tributária total (em percentagem do PIB)              para o Cash Management, outrora um departamento
deve ser usada como possível variável explicativa de          operacional e focado em gestão de caixa, como um novo
investimentos privados. Poucos trabalhos empíricos            modelo estratégico e inovador, com uma nova visão da
a utilizam, mas é possível que ela seja relevante no          economia e inserção de novos produtos financeiros de
caso brasileiro, principalmente nos últimos anos, em          acordo com as demandas empresariais, em destaque
que a carga tributária cresceu de forma significativa. A      as médias empresas.
motivação para o uso dessa variável se dá em função




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Conclusão

O objetivo deste artigo é a elaboração de um modelo
de simulação econométrica, com foco em investimentos
privados para as médias empresas, em função das
reais possibilidades de crescimento econômico para
os próximos anos. A análise da literatura sobre o tema
concluiu que esse tipo de estudo não vem sendo
realizado pelo setor financeiro, com foco somente nas
grandes empresas e na gestão de caixa.
As análises realizadas não identificaram também
estudos que conduzam a modelos econométricos e
que indiquem o desempenho setorial, ainda mais para
o setor financeiro e a inserção de produtos ou serviços.
Em função dessas análises, torna-se fundamental que o
levantamento de dados seja realizado, para a simulação
prática dos modelos propostos.
Conclui-se que os determinantes para o investimento
privado no Brasil, além de estarem associados ao
desempenho econômico, dependem do comportamento
setorial. Partindo dessa perspectiva, percebe-se que
novos estudos precisam ser desenvolvidos para a
compreensão dos segmentos mais representativos
para a economia nacional e a busca por inovações
financeiras.




               Referências

BORT, R. Corporate cash management handbook. New
York: Warren Gorham and Lamont, RIA Group, 2004.
FERNANDEZ, A. Las nuevas tecnologías: una
herramienta de gestión financiera. Actualidad Financiera,
v. 10, n. 6, p. 35-51, Oct. 2001.
ITURRALDE, T.; MASEDA, A.; SAN JOSÉ, L. The
cash management routines: evidence from Spain case.
Frontiers in Finance and Economics, 2008.
LÓPEZ, F. J. Manual de cash management. Cómo
obtener beneficios manejando mejor su dinero. 4. ed.
Bilbao: Deusto, 2003.
PEREIRA, R. Investment and uncertainty in quadratic
adjustment cost model: Evidence from Brazil. Texto para
discussão n. 663. IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada, 1999. p. 1-29. Disponível em: <http://www.ipea.
gov.br/pub/td/td/td_605.pdf>. Acessoem: 13 fev. 2012.




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Gestão estratégica do CM

  • 1. Gestão Estratégica do Suprimento e o Impacto no CI1203 Desempenho das Empresas Brasileiras INOVAÇÃO Determinantes do investimento privado no Brasil: um novo contexto capacitante para o Cash Management Carlos Alberto Arruda de Oliveira, Hugo Ferreira Braga Tadeu e Jersone Tasso Moreira Silva Introdução voltadas para a correta indicação de produtos financeiros às empresas de médio porte. Encargos básicos, como minimizar o risco financeiro, os custos operacionais e maximizar o retorno de caixa, devem ser uma das A responsabilidades do CM, segundo López (2003), sendo volatilidade no ambiente econômico, bem como o oposto aos modelos operacionais da atualidade, cujo na gestão das empresas vem provocando uma foco ainda permanece relacionado às avaliações de fluxo necessidade de mudanças graduais e responsabilidades de caixa, liquidez, gestão bancária, análises de riscos, no Cash Management (CM). Bort (2004) argumenta capacidade de pagamento e tecnologia de informação que o CM está relacionado a questões burocráticas e associada. administrativas. No entanto, o comportamento econômico Para tanto, o CM deve ser um departamento nas e as constantes recessões dos últimos anos vêm instituições bancárias com ampla responsabilidade e favorecendo a criação de um novo modelo relacionado conectado com outras áreas, gerando benefícios para à obtenção de fundos e para estimular o crescimento os clientes, como mostra a FIG. 1. das organizações. Nesse caso, compete às instituições bancárias um entendimento aprofundado da economia e sua dinâmica, para a inserção setorial de produtos financeiros, algo distante da realidade dessas instituições no momento. Recentes avanços nos modelos de tecnologia da informação e a urgência por novos instrumentos financeiros, mais próximos da realidade das empresas, vêm favorecendo o desenvolvimento do CM estratégico (FERNANDEZ, 2001). Segundo Iturralde, Maseda e San José (2008), a literatura sugere que a terminologia de CM traz várias considerações associadas com o gerenciamento de fluxo financeiro de curto prazo, como o gerenciamento de liquidez, o bancário, o de déficits e superávits, dentre outros. Contudo, o conceito dever ser visto de forma ampla, como será exposto ao longo deste artigo. Figura 1: Gestão estratégica para o Cash Management Relacionar o CM ao desempenho econômico é algo Fonte : ITURR ALDE; MASE DA; SAN JOSE, 2008. novo, ainda mais com a busca por avaliações setoriais Adaptação.
  • 2. Os aspectos básicos para o novo CM se fazem Visão geral do modelo necessários através de uma nova visão econômica, com o planejamento de longo prazo se fazendo necessário, mas essencialmente segundo a cultura de gestão e dos O modelo de simulação proposto está direcionado para benefícios percebidos, segundo Parker (2000). empresas de médio porte, dado o amplo conhecimento De acordo com San José, Iturralde, Maseda (2008), é das instituições bancárias para as grandes corporações. importante prover as instituições bancárias de uma visão Ele combina a utilização de uma série de dados de CM com evidências empíricas, utilizando-se, para associados ao desempenho econômico, observando o isso, modelos de simulação. Os autores utilizaram esses comportamento das empresas, aspectos produtivos e modelos para avaliar os fatores associados ao CM e o crescimento. gerenciamento financeiro. Usualmente conhecido como Cash Management – CM Diversos estudos apontam a necessidade de –, esse departamento é o responsável pela alocação de desenvolvimento de modelos de simulação, com a recursos para empresas com dificuldades financeiras, utilização de dados confiáveis, e de um aprofundamento sendo proposta uma nova abordagem conceitual para sobre as determinantes do investimento privado no as suas funções. Brasil, especialmente para o período da vigência do Plano Real até a data recente. Somente se torna Nas seções a seguir, são descritos os modelos possível a simulação em função dos avanços recentes relacionados ao CM e as equações de curto e longo prazo desses modelos e dos fundamentos macroeconômicos para o investimento privado na economia brasileira. nacionais. Como resultado, tem-se uma combinação interessante de dados, modelos de simulação e análises para a tomada de decisão. Nos últimos anos, diversas organizações vêm se Modelo de Simulação esforçando para aplicar os modelos de simulação em seus negócios, porém sem o foco voltado para a A presente seção mostra a importância da avaliação avaliação econômica e setorial como um novo contexto econômica para a gestão das empresas no que se capacitante para o CM. refere ao CM. O modelo de simulação em questão tem por objetivo testar a hipótese de que as séries de Em alguns casos, para realizar estimativas de longo investimentos privado e governamental, PIB, taxas prazo, são utilizadas as técnicas da simulação de Monte de juros e de inflação, dentre outras, são integradas, Carlo, em função de um grande número de variáveis de permitindo assim modelar o comportamento de longo decisão e do risco associado às decisões. Esse é um prazo do investimento privado. O modelo de simulação procedimento relevante para realizar comparações em é uma ferramenta para se tentar, por exemplo, identificar relação a períodos passados e de instabilidade para o se há um papel inibidor dos investimentos privados investimento. Destaca-se também a possibilidade de se desempenhado pela instabilidade macroeconômica e incorporarem os resultados da simulação de Monte Carlo pelos investimentos governamentais. às decisões estratégicas, bem como análises qualitativas realizadas, para a estimativa de variáveis confiáveis. É amplamente reconhecido o papel fundamental da formação de capital no crescimento econômico Alguns questionamentos podem ser levantados pelos sustentável. No Brasil e em diversos países em gestores das instituições bancárias. Considerando-se o desenvolvimento, entretanto, a taxa de investimento modelo novo Cash Management, tem-se: reduziu-se até meados dos anos 1990, fato resultante I. Quais são os principais direcionadores para principalmente da crise do endividamento externo e do avaliar a economia nacional? descontrole inflacionário. A formação bruta de capital fixo em relação ao PIB brasileiro, medida a preços II. Quais os principais fatores considerados para a constantes, caiu de uma média de 23,3%, nos anos realização de investimentos? 1970, para 18,5%, nos anos 1980, e 15,2%, no período III. Qual o novo contexto capacitante para o cash 1990-1995 (IPEA, 2011). management em função dos itens I e II? Para o ano de 1998, a economia brasileira sentiu os impactos da chamada crise da Ásia e, em 2008, ocorreu Tais respostas podem ser obtidas com o entendimento a grande crise financeira internacional. A FIG. 2 mostra correto da economia, assim como no uso de ferramentas a evolução do PIB no período compreendido entre 1985 adequadas que auxiliam no processo de tomada de e 2011, em função da gestão governamental. Devido ao decisão. Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1203 2
  • 3. desaquecimento do PIB em 2011, é possível esperar mais medidas fiscais por parte do governo para tentar estimular o nível de atividade, especialmente relacionadas ao avanço do crédito nessa conjuntura doméstica em 2012. Figura 2: Evolução do PIB Fonte: IPEA, 2011. Adaptação. O estudo do comportamento do investimento equações para investimento em nível, dado que especificamente do setor privado advém do fato de refletem as condições de demanda da economia ser essa uma variável tipicamente endógena e da e que são usadas para captar o efeito acelerador consideração de que a adoção de reformas econômicas do investimento e de possíveis ciclos econômicos. orientadas para o mercado conduzirá ao aumento da Economias tipicamente pró-cíclicas, como são as importância relativa dos investimentos privados na economias em países em desenvolvimento, tendem formação de capital agregado. Dimensões particularmente a apresentar forte correlação entre os investimentos relevantes do problema são a mensuração do efeito privados e as variáveis de demanda. da instabilidade macroeconômica sobre o nível de Para medir os impactos dos investimentos públicos sobre investimento do setor privado e a determinação do tipo os investimentos privados, utilizam-se os investimentos de relacionamento existente entre o investimento público públicos de forma desagregada, separando-os entre e o investimento privado. investimentos públicos em infraestrutura e aqueles Para explicar o investimento privado, foram escolhidos que não são em infraestrutura. Consideram-se como como dados: o PIB, a utilização de capacidade investimentos públicos em infraestrutura aqueles feitos industrial, os investimentos públicos em infraestrutura, em energia elétrica, telecomunicações e transportes. os investimentos públicos nas demais áreas que não Todos os demais investimentos públicos são considerados infraestrutura, o juro real, o preço relativo dos bens de como não infraestrutura. É fundamental verificar se há capital, a inflação, uma proxy para disponibilidade de evidência empírica do efeito teórico crowding-in dos crédito e a carga tributária, respeitando-se diversos investimentos públicos em infraestrutura sobre os estudos recentes conduzidos por escolas como Stanford, investimentos privados no Brasil e se, de modo contrário, Ohio University, PUC Rio e Fundação Dom Cabral. ocorre o esperado efeito crowding-out. O PIB e a utilização de capacidade industrial são O possível efeito crowding-in do investimento público em dados comumente usados em especificações de infraestrutura sobre o investimento privado é teoricamente Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1203 3
  • 4. explicado pelo fato de que tais investimentos aumentam da declaração, por parte dos agentes econômicos dos a produtividade do capital a ser futuramente investido setores público e privado, de que o peso excessivo da e poupam aos investidores privados investimentos carga tributária brasileira é um dos principais motivos adicionais que outrora eles obrigatoriamente teriam que para desestimular os investimentos privados. fazer nessas áreas. Já o crowding-out dos investimentos públicos que não são em infraestrutura sobre os investimentos privados é teoricamente explicado pela competição entre eles por recursos escassos disponíveis para investimento. Modelo Genérico A variável frequentemente utilizada para explicar Propõe-se o seguinte modelo conceitual para investimentos privados é o juro real, primeira proxy investimentos privados, conforme a FIG. 3: teórica do custo de oportunidade do capital. Isso justifica a sua escolha como variável pré-candidata para compor a forma funcional final. O preço relativo dos bens de capital também é uma variável fundamental nas decisões de investimento, por afetar diretamente o custo de oportunidade do capital. Ele pode capturar efeitos de pouca concorrência na indústria de bens de capital que resultem em um aumento dos preços desses bens acima do aumento de preços do Figura 3: Modelo Genérico restante da economia, o que geraria impacto negativo Fonte: Elaborado pelos autores. nos investimentos. A inflação é uma variável tipicamente usada como A partir da FIG. 3, estima-se que o investimento privado proxy de incertezas em economias de países em apresenta ou não um crescimento, de acordo com as desenvolvimento. Essa variável foi incluída no variáveis explicativas apresentadas. estudo de Rodrigues Júnior (1998) para capturar Espera-se que o aumento do PIB gere um aumento o impacto sobre os investimentos da estabilidade dos investimentos privados, pois mais produção requer macroeconômica do Brasil. mais investimento. O efeito da taxa de juros é negativo Uma variável proxy para a disponibilidade de crédito na e reflete o impacto adverso do custo de utilização do economia também costuma ser utilizada em estudos capital sobre as decisões de investir. Utilizada como sobre investimentos, especialmente em países em proxy da incerteza e instabilidade, espera-se que a desenvolvimento, onde o acesso ao crédito de muitos elevação da taxa de inflação deprima os investimentos agentes é limitado. A obtenção ou não da concessão do setor privado; a hipótese implícita aqui é de que de crédito é, em muitos projetos, um ponto-chave para a instabilidade aumenta o preço da espera por nova que o mesmo possa efetivamente ser levado à frente ou informação e aumenta o risco empresarial. não. Dessa forma, o nível de escassez de crédito deve A relação entre as variáveis investimento privado e também estar considerado através de alguma medida investimento público é ambígua, porque pode predominar como variável ao estudo. Neste artigo, considera-se o tanto o crowding-in como o crowding-out entre as duas volume de desembolsos anuais do BNDES como proxy formas de investimento. Dessa forma, argumenta-se, no Brasil da disponibilidade de crédito. existe a necessidade de um novo posicionamento A carga tributária total (em percentagem do PIB) para o Cash Management, outrora um departamento deve ser usada como possível variável explicativa de operacional e focado em gestão de caixa, como um novo investimentos privados. Poucos trabalhos empíricos modelo estratégico e inovador, com uma nova visão da a utilizam, mas é possível que ela seja relevante no economia e inserção de novos produtos financeiros de caso brasileiro, principalmente nos últimos anos, em acordo com as demandas empresariais, em destaque que a carga tributária cresceu de forma significativa. A as médias empresas. motivação para o uso dessa variável se dá em função Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1203 4
  • 5. Conclusão O objetivo deste artigo é a elaboração de um modelo de simulação econométrica, com foco em investimentos privados para as médias empresas, em função das reais possibilidades de crescimento econômico para os próximos anos. A análise da literatura sobre o tema concluiu que esse tipo de estudo não vem sendo realizado pelo setor financeiro, com foco somente nas grandes empresas e na gestão de caixa. As análises realizadas não identificaram também estudos que conduzam a modelos econométricos e que indiquem o desempenho setorial, ainda mais para o setor financeiro e a inserção de produtos ou serviços. Em função dessas análises, torna-se fundamental que o levantamento de dados seja realizado, para a simulação prática dos modelos propostos. Conclui-se que os determinantes para o investimento privado no Brasil, além de estarem associados ao desempenho econômico, dependem do comportamento setorial. Partindo dessa perspectiva, percebe-se que novos estudos precisam ser desenvolvidos para a compreensão dos segmentos mais representativos para a economia nacional e a busca por inovações financeiras. Referências BORT, R. Corporate cash management handbook. New York: Warren Gorham and Lamont, RIA Group, 2004. FERNANDEZ, A. Las nuevas tecnologías: una herramienta de gestión financiera. Actualidad Financiera, v. 10, n. 6, p. 35-51, Oct. 2001. ITURRALDE, T.; MASEDA, A.; SAN JOSÉ, L. The cash management routines: evidence from Spain case. Frontiers in Finance and Economics, 2008. LÓPEZ, F. J. Manual de cash management. Cómo obtener beneficios manejando mejor su dinero. 4. ed. Bilbao: Deusto, 2003. PEREIRA, R. Investment and uncertainty in quadratic adjustment cost model: Evidence from Brazil. Texto para discussão n. 663. IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 1999. p. 1-29. Disponível em: <http://www.ipea. gov.br/pub/td/td/td_605.pdf>. Acessoem: 13 fev. 2012. Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1203 5