2. Boas vindas
Caros(as) Especialistas,
No intuito de estreitar ainda mais o contato entre a Acoi Expert Network, seus clientes e
sua base de profissionais, criamos este Quarterly Review. Nele incluímos indicadores
econômicos do Brasil e das principais economias mundiais, bem como artigos relevantes
elaborados pelos nossos especialistas.
Adicionalmente tomamos a liberdade de adicionar algumas de nossas publicações na mídia
(jornais, revistas especializadas, sites, eventos).
Nós da Acoi Expert Network acreditamos que a soma de experiências é fundamental para
a criação de conhecimento. Esperamos que vocês apreciem nossa primeira edição e
possam colaborar com sugestões, ideias de pautas, análises dos setores aos quais estão
envolvidos, etc.
Atenciosamente,
Fernando Moura – Diretor de Negócios
3. Conjuntura Brasileira
Economia
PIB Composição PIB 2º.tri / 1º.tri 2012
O mercado segue reduzindo suas previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto para o presente ano. No
último boletim Focus do BACEN, analistas projetam apenas um pequeno avanço de 1,62% para 2012. Já para o ano que Importação 1,88%
vem, as previsões seguem estáveis ao redor de 4%, segundo o consenso do mercado. Exportação -3,93%
No 2º.trimestre de 2012, o PIB brasileiro apresentou leve avanço de 0,40%, mais uma vez salvo pelo bom rendimento da Capital Fixo -0,72%
agropecuária (+4,90%), mas influenciado negativamente pela constante retração industrial (-2,50%) e pelo discreto Governo 1,06%
aumento do consumo das famílias, apenas 0,60%. Quanto ao investimento no País, tivemos uma retração de 0,70%. As Famílias 0,63%
apostas de reversão deste quadro estão nas últimas medidas anunciadas do PAC II que não devem surtir grandes efeitos
PIB 0,41%
no curto e médio prazos. Mas, a esperança é que, juntamente com o incremento do investimento público, a iniciativa
Vlr. Adicionado 0,37%
privada reveja suas projeções e antecipe e/ou ponha em prática projetos que foram temporariamente postos de lado
Serviços 0,70%
com a piora do cenário internacional. Todos os dados do 2º.tri. são relativos ao 1º.tri. de 2012.
Indústria -2,50%
Agropecuária 4,90%
-6,0% -4,0% -2,0% 0,0% 2,0% 4,0% 6,0%
Fonte: IBGE – Set/12
Inflação IPCA (Acum. Mensal 12 meses)
Em contrapartida à redução das expectativas de crescimento, observamos aumentos nas projeções dos índices de 8,0%
inflação, como IPCA, IGP-M e IPC. Mesmo assim, o Governo se mostra tranquilo quanto ao regime de metas de inflação 7,0%
e afirma que não haverá um estouro do teto de 6,50%,. Sem embargo, os recentes sinais de elevação de alguns grupos de
6,0%
preços, como alimentação, aluguel residencial e educação acenderam a famosa e temida luz amarela no painel de controle
do Planalto. A questão é que mais uma vez o País se depara com um cenário, onde já não há mais grandes margens de 5,0%
manobra para estimular o crescimento no curto / médio prazo e brotam, por todos os lados, sinais de aquecimento 4,0%
inflacionário. Enfim, tem-se um belo desafio para domar a alta dos preços e achar o caminho para o crescimento 3,0%
econômico na atual conjuntura, utilizando as ferramentas básicas das políticas monetária e tributária. 2,0%
1,0%
0,0%
ago/10
out/10
abr/11
jun/11
ago/11
out/11
abr/12
jun/12
ago/12
dez/10
fev/11
dez/11
fev/12
Fonte: IBGE – Set/12
4. Conjuntura Brasileira
Economia
Juros & Câmbio Taxa Selic vs. Câmbio
A tendência dos juros segue apontando para abaixo. Na reunião desta semana, o COPOM reduziu mais 50bps da taxa 13,0% 2,20
SELIC, levando o indicador para os 7,50%. Apesar de termos atingido um recorde na era do regime de metas de 12,0% 2,00
inflação,, especula-se que o COPOM não tem mais muito espaço para dar continuidade ao ciclo de cortes. A maior parte 11,0% 1,80
do mercado acredita que a SELIC possa chegar aos 7% até o final do ano. No entanto, seria o fim do movimento de baixa 1,60
10,0%
e entraríamos num período de neutralidade, manutenção da taxa. O que reforça tal tese é que, na última ata da reunião 1,40
9,0%
do COPOM, observa-se claramente que cortes futuros devem ocorrer com extrema parcimônia. 1,20
8,0% 1,00
A redução não deve ter grande impacto no consumo interno no curto prazo, visto que o Governo já havia tomada
7,0% 0,80
algumas medidas de estímulo à economia nos meses passados, como a redução de IPI de várias categorias de bens
duráveis. Ademais, com o endividamento crescente das famílias e o aumento da inadimplência, o Governo deve ficar 6,0% 0,60
dez/10
fev/11
abr/11
dez/11
fev/12
abr/12
ago/10
out/10
jun/11
ago/11
out/11
jun/12
ago/12
atento à luz amarela se acendera quanto a estes aspectos.
Já o câmbio parece ter encontrado seu patamar de acomodação na faixa dos R$2,00. O mercado não vê, neste
momento, motivos suficientes para grandes alterações, exceto por eventuais “surpresas” vindas do cenário
externo.Portanto, não devemos observar grande volatilidade nos próximos meses. Selic (% a.a.) Câmbio (méd. mensal)
Fonte: BCB – Set/12
Crédito & Inadimplência Crédito Inadimplido
Os recentes anos de crescimento econômico, maior facilidade de acesso ao crédito e a enxurrada de estímulos ao
consumo interno trouxeram à tona uma questão que está sendo amplamente debatida: a inadimplência. Considerando 50.000 4,3%
4,1%
um cenário onde houve uma forte entrada de novos tomadores de crédito, classes C e D, é normal que o nível de 40.000 3,9%
inadimplência apresente uma trajetória ascendente. O tema tem sido abordado constantemente no noticiário econômico
3,7%
nacional, ainda que o Brasil tenha uma relação Crédito x PIB mais baixa que alguns países desenvolvidos. Alguns analistas 30.000
3,5%
projetam uma estabilização do aumento da inadimplência que já teria início até o final de 2012. A desaceleração
3,3%
econômica, a conjuntura internacional ainda muito nebulosa e uma maior restrição a concessão de crédito a empresas e 20.000
3,1%
famílias devem ser os principais responsáveis por frear esta crescente.
10.000 2,9%
2,7%
- 2,5%
Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
NPL (E-H) % total de crédito concedido
Fonte: BCB – Jul/12
5. Conjuntura Internacional
Economia
Decisão política nos Estados Unidos Variação PIB Países Desenvolvidos - 2º. Tri. (anualizada)
Com a economia americana alternando bons e maus números sobre sua recuperação, o foco do noticiário tem sido as 0,8%
eleições presidenciais em novembro do presente ano. A disputa entre o democrata Obama e o republicano Romney
0,4%
deve apresentar um “algo mais” nos próximos dias, quando ocorre a convenção do partido republicano, em meio às
ameaças do período de furacões e tempestades que podem atingir fortemente o sul do País. Lembrando que, há 7 anos, 0,0%
os estragos causados pelo furacão Katrina e a negligência do Governo Bush na assistência à região foram pontos muito -0,4%
decisivos na queda de sua popularidade e, consequentemente, de seu partido.
-0,8%
No front econômico, os EUA têm apresentado taxa de crescimento positiva, mas ainda muito tímida para confirmar
uma trajetória de recuperação mais forte. O mercado imobiliário tem apresentado um leve avanço, com os indicadores -1,2%
de vendas de imóveis usados e novos voltando ao campo positivo. O PIB norte-americano cresceu 1,70%, quando -1,6%
comparado ao 1º.tri de 2012 e a perspectiva é que a economia do País cresça algo acima de 2,00% no ano.
BÉLGICA
EUA
ALEMANHA
HOLANDA
ÁUSTRIA
FRANÇA
ESPANHA
ITÁLIA
JAPÃO
PORTUGAL
ZONA DO EURO
REINO UNIDO
Um ponto negativo que voltou a ser discutido, é a possível crise na produção agrícola americana, que sofre com a forte
estiagem que abateu o País este ano. Mais uma vez, organismos internacionais exigem uma redução da utilização de grãos
para fins não alimentares, vide etanol do milho. A crescente dos preços de commodities nos mercados internacionais
podem ter impacto negativo na oferta de alimentos, gerando picos de inflação, um problema que os países desenvolvidos
em crise realmente não gostariam de ter que enfrentar neste momento. Fonte: Eurostat Ago/12
Crise Europeia Variação PIB BRICS 2º. Tri. (anualizada)
O velho continente segue afundando na sua crise econômica e, por que não, política. Os impasses e a demora para
8,00%
tomada de decisões importantes vão jogando países como Espanha, Itália e Portugal cada vez mais para uma profunda e
7,00%
dura recessão. Muitos analistas já não contam mais com a Grécia na zona do euro para os anos que virão. Agora, tenta-
se calcular o tamanho do custo da saída grega. O governo alemão segue apertando o cerco aos maus vizinhos da União 6,00%
Europeia. O comando de Angela Merkel não abre mão das medidas de austeridade, mas os países que necessitam de 5,00%
possíveis resgates não querem e/ou não conseguem adequar as contas públicas. E, mesmo com a recente trégua dos 4,00%
mercados de dívida, os países mais afetados pela crise ainda se financiam a custos altíssimo e insustentáveis. O que não 3,00%
ocorre com Alemanha, Reino Unido e os Países Escandinavos. 2,00%
Dúvidas sobre a China 1,00%
0,00%
Sobre a China o que se tem são dúvidas sobre o quanto a sua economia desacelerará e/ou se isso realmente ocorrerá de
BRASIL
RÚSSIA
ÍNDIA
CHINA
Á. DO SUL
forma mais intensa ou brusca. Talvez, no curto prazo, o país não mantenha as exuberantes taxas bem acima dos 7%, mas
analistas acreditam que o PIB chinês deve apenas sofrer alguns leves ajustes, o que ainda sustentaria taxas de crescimento
muito superiores aos países desenvolvidos e aos demais países dos BRICS. Para garantir a trajetória do crescimento Fonte: Jornal Estado de São Paulo Ago/12
chinês, o Governo deve adotar medidas de estímulo ao consumo das classes mais baixas, através do incentivo e subsídio
ao crédito. Também, cogita-se uma melhor alocação de recursos para investimentos e um possível reposicionamento
das exportações. O mundo inteiro observa o País da Grande Muralha, pois nele estão contidas as esperanças de
recuperação de diversas economias.
6. AEN na Mídia
Estado de Minas – Julho de 2012
Link: http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2012/07/27/internas_economia,308461/juros-voltam-a-subir-em-julho.shtml
Juros voltam a subir em julho
Para especialistas, a alta pode ser consequência dos índices de inadimplência ou mesmo dos resultados das instituições
Victor Martins -
Publicação: 27/07/2012 06:00 Atualização: 27/07/2012 08:28
Brasília – Pressionados por uma inadimplência resistente e pela crise internacional, os bancos voltaram a pesar a mão
sobre o bolso do consumidor. Segundo dados do Banco Central, o custo do crédito para as famílias aumentou 1,3 ponto
percentual no início de julho: a taxa média saiu de 36,5% ao ano — o menor valor desde 1994 —, para 37,8%. A alta é
uma resposta das instituições aos fracos balanços apresentados no primeiro semestre do ano, sobretudo depois de
alguns bancos, pela primeira vez em dez anos, amargarem retração no lucro — o Santander, ontem, divulgou recuo de
35,2% no segundo trimestre. Os banqueiros, de acordo com esses dados preliminares, mexeram justamente onde o
governo não queria, nos spreads (diferença entre o que o banco paga para captar recursos e o que ele cobra para
emprestar).
Balanço do Santander, divulgado ontem, mostra recuo de 53,2% no lucro do segundo trimestre de 2012
Os números divulgados ontem pela autoridade monetária se referem à média dos primeiros 11 dias úteis de julho. No
período, os spreads registraram incremento de 1,6 ponto percentual, passaram de 28,5 pontos percentuais para 30,1.
“Essa alta pode ser um reflexo da maior aversão ao risco em função da crise internacional e por uma maior seletividade
nas concessões de crédito”, avaliou Newton Rosa, economista-chefe da gestora de recursos Sul América Investimentos.
Para Fernando Moura, gestor da consultoria Acoi Expert Network, o percentual ainda alto de inadimplência tem levado
os bancos a buscar soluções para melhorar os resultados. “Os bancos estão preocupados com os calotes. As despesas
recém publicadas pelo Bradesco, por exemplo, com provisão para devedores duvidosos, foi 40% maior que no mesmo
período do ano anterior, atingindo R$ 3,4 bilhões”, observou.
7. AEN na Mídia (continua)
Correção
Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central, defende que os motivos sejam outros. “É sazonal.
Toda época, nesse período, há um aumento”, garantiu. Segundo ele, depois de uma queda expressiva nas taxas, também é
“natural alguma correção” para cima. Pelo menos até junho os indicadores mostram que o crédito tem respondido aos
estímulos dados pelo governo. A carteira de veículos, por exemplo, registrou avanço de 1,4% no mês passado, atingiu R$
202,7 milhões. Na avaliação de especialistas, o crédito automotivo cresceu puxado pela redução de Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) para os carros. “O consumo segue evoluindo positivamente e o crédito tem papel
relevante nisso”, disse Maciel.
As concessões diárias para os consumidores, na média, cresceram de maneira robusta, segundo a avaliação de
especialistas. Em junho, avançaram 6,4%. O segmento veículos expandiu 22,8%, o cheque especial, 3,1%. Apenas o crédito
pessoal, o que acumula o maior volume do sistema financeiro, apresentou recuo, caiu 1% no mês. “O crédito continua
tendo papel importante no crescimento econômico. Vai contribuir para a aceleração da atividade econômica no segundo
semestre do ano”, afirmou Maciel. Ainda assim, técnicos do governo e o mercado esperam um incremento “moderado”
no crédito total em 2012. O BC projeta que em dezembro os empréstimos e financiamentos representem 52% do
Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas do país). Em junho, essas operações alcançaram 50,6%.
Calote dá sinais de estabilização
Depois de um ano e meio em escalada, a inadimplência deu os primeiros sinais de que irá recuar. Pelos dados do Banco
Central, a diminuição ainda é tímida, o calote caiu apenas 0,1 ponto percentual entre as famílias e as empresas. O índice
dos consumidores, porém, ainda é considerado alto pelo mercado, passou de 7,9% para 7,8%. A melhora foi
comemorada pelo governo. O presidente do Banco Central, no início da semana, já havia antecipado, durante discurso
de apresentação das novas cédulas de R$ 10 e R$ 20, que o indicador havia arrefecido. Especialistas, porém, afirmam que
é cedo para celebrar e explicam que o número mostra apenas que a inadimplência bateu no teto.
Queda dos índices de inadimplência é o primeiro passo para a retomada do consumo e do crescimento
8. AEN na Mídia (continua)
Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC, avaliou os dados como positivos porque os atrasos de 15 a 90
dias, que ainda não são considerados um calote, também recuaram — entre maio e junho houve diminuição de 0,2 ponto
percentual na taxa geral. Em veículos, o recuo foi de 0,5 ponto percentual, uma queda que também foi motivo de
comemoração para os técnicos do BC: pela primeira vez desde dezembro de 2010 o indicador cedeu. Para o cheque
especial, o recuou foi de 0,2 ponto percentual, para o CDC, 0,3.
Questionado se a redução dos juros não deveriam ter impacto maior sobre a inadimplência, como haviam projetado os
economistas do governo, Maciel argumentou que há uma defasagem, mas que ao longo do segundo semestre esse
movimento deve ficar mais evidente. Ele disse ainda que as estatísticas não captam com clareza os pedidos de
renegociação em função das reduções de juros. “As estatísticas não são muito sensíveis para esse tipo de movimento”,
afirmou.
Para Flávio Serrano, economista do Espirito Santo Investment Bank, o número divulgado ontem pelo BC é apenas um
primeiro indício de que o calote vai recuar. “Precisamos de mais um ou dois meses para definir se isso é uma tendência”,
disse. Especialistas lembram ainda que a resistência da inadimplência é favorecida pelo elevado endividamento das famílias,
que bateram no nível recorde em maio, em 43,43% da renda acumulada em 12 meses. Para o Banco Central, no entanto,
os dados são favoráveis e as famílias ainda têm espaço para se endividar. “O crédito cresceu de acordo com a capacidade
de pagamento e com a renda das famílias”, ponderou Maciel. (VM)