SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 54
Baixar para ler offline
ROMÂNICO
O Românico
•   Nome do estilo artístico vigente na Europa entre os Séc. XI e XIV;

•   O termo, propriamente dito, é empregue a partir da década de 1820 por Charles de
    Gerville (arqueólogo normando) e divulgado por Arcisse de Caumont – Chamamos
    românicos ou romances por se tratar de uma forma de arte medieval associada à
    formação de idiomas derivados do Latim;

•   Estilo muitas vezes desprezado, escondido por reformas ou mesmo destruído;

•   Associado a igrejas católicas e construídas após a expansão do Cristianismo pela
    Europa;

•   Primeiro estilo após a queda do Império Romano a apresentar características
    comuns em diferentes regiões;

•   Antes a arte tinha-se fragmentado em vários estilos, sendo este o primeiro a trazer
    uma unidade nesse panorama.
Contexto Histórico

- 476 d.c. Tomada de Roma pelos Bárbaros – Queda do Império Romano
do Ocidente




                    IDADE MÉDIA

 Aqui, a arte tem as suas raízes na época conhecida por Paleocristã, trazendo
 mudanças no comportamento humano:
 -O Cristianismo leva a que a arte valorize o espírito;

 -Os valores cristãos vão impregnar todos os aspectos da vida medieval;

 -TEOCENTRISMO – Deus, medida de todas as coisas;

 -Igreja como representante de Deus na Terra, tem poderes ilimitados levando a…
Mudança e fortalecimento da Europa Ocidental no séc.XI

Três factores contribuíram para isso:


   Estabilização dos Bárbaros, sua admissão e miscigenação nas comunidades
   cristãs


                 Menos guerras e fixação dos Húngaros no Leste da Alemanha



   Recuo do árabes com a fragmentação do califado de Córdova;



   Crescimento de uma civilização urbana e mercantil, a par da permanência
   de uma civilização feudal e monástica
Renascimento do comércio
                             Desenvolvimento da agricultura
            e                                                  Uso da moeda
                              (população em crescimento)
       artesanato




             RENOVAÇÃO MATERIAL, CULTURAL E RELIGIOSA



                       Época favorável à produção artística



 IGREJA FORTE          Construção de edifícios religiosos

 Encomendadores: Institutos religiosos – Monaquismo(mosteiros)



Mosteiros rurais beneditinos de CLUNY (a partir de 984) e dos monges brancos
de CISTER (a partir de 1100)
-Assumem-se como os intermediários entre Deus e o Homem;

-Tornam-se importantes unidades em termos económicos, intelectuais e religiosos;
-As peregrinações crescem;
-As cruzadas para libertar a Terra Santa;

-Reorganização dos bispados;
-Expansão das ordens monásticas no Ocidente;
-Falta de uma autoridade política central        O PAPA assume essa função




 Sem um poder nas mãos de um único rei, a Igreja passa a controlar
  o pensamento e a vida da época e é a primeira responsável pela
   UNIFICAÇÃO DA EUROPA desde a queda do Império Romano
Arquitectura
Séc. XI e XII – Nascimento da Arte Românica na Europa
 -Estrutura semelhante às construções dos antigos romanos, sofreu
 Influências da Antiguidade pagã, do Oriente (arte bizantina) e dos povos
 Bárbaros e da Irlanda
 Principais características:
   • Abóbadas em substituição do telhado das basílicas;




        Abóbada de berço                     Abóbada de aresta
• Pilares maciços que sustentam e paredes espessas;

• Aberturas raras e estreitas usadas como janelas;




Fachada Norte Mosteiro S. Pedro Ferreira

• Arcos de 180 graus (arco de volta inteira, volta perfeita ou arco romano);




Arco triunfal Mosteiro S. Pedro Ferreira   Fresta Mosteiro S. Pedro Ferreira
• Tamanho das igrejas, que são grandes e sólidas – pelo facto de não
  serem fruto de do gosto refinado da nobreza nem de ideias desenvolvidas
  nos centros urbanos, mas sim de um estilo clerical –

                          IGREJA, FORTALEZA DE DEUS


• Contrariamente à arte paleocristã, as igrejas são ricamente decoradas no
  seu exterior;




Capitéis do portal Ocidental Mosteiro S. Pedro Ferreira   Portal do Mosteiro S. Pedro Ferreira
• Torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada;




                          Igreja ou Mosteiro de S. Pedro de Cete - Paredes


Igrejas de peregrinação


- Construções características deste período

- Localizados nos caminho que levava os peregrinos aos locais sagrados

 Ex: Santiago de Compostela, Roma e Jerusalém

Serviam de apoio e pouso para os peregrinos e tinham no seu interior
muitas relíquias pertencentes a Jesus Cristo, Maria e outros santos.
Características principais:


 • Planta em forma de cruz latina




                    Planta da Catedral de Santiago de Compostela
Nave central             Deambulatório ou Girola




Capelas radiantes ou absidíolas          Abside
Românico em Portugal
Arquitectura religiosa

•Introduzida em Portugal no início do séc. XII, prevaleceu até finais do séc. XIII;


•Contexto histórico idêntico ao dos outros países europeus, acrescido da
necessidade de afirmação de independência do território;


•Símbolo da espiritualidade da época, esteve ligada a uma ordem religiosa, a um
mosteiro ou instalada no seio duma comunidade agrícola;

•Possui características fortemente rurais e está ligado à construção de igrejas de
reduzidas dimensões, com maior ou menor qualidade técnica e exuberância
formal ou decorativa dependendo da região;
•Só em algumas cidades, as construções, as sés, eram parecidas em
monumentalidade, riqueza e variedade técnica e formal com as catedrais
europeias



                        •Braga
                        •Porto
                        •Coimbra
                        •Lisboa
                        •Évora



Estas cidades e mosteiros tornaram-se os principais focos difusores da arte
                         Românica em Portugal
•Os materiais usados nas construções religiosas, civis e militares foram os
existentes em cada região:

          Norte                         Granito
          Centro                        Calcário
          Sul                           Tijolo e taipa


•As igrejas românicas portuguesas são em geral robustas:

        - Paredes grossas;
        - Contrafortes salientes;
        - Uso da pedra aparelhada;

•Têm grande sobriedade e austeridade:

        -Uso de uma única nave com cabeceira em abside redonda ou quadrada;
        -Cobertura por um telhado de duas águas;
        -Utilização dos arcos de volta perfeita;
        -Relevos didácticos e decorativos no interior e exterior (cachorrada nas
         cornijas;
Cachorrada da Igreja de
                                                                  S. Gens de Boelhe, Penafiel




                                                                  Mosteiro de Leça do Balio



Interior e fachada da Igreja de S. Martinho, Cedofeita séc. XII
Igreja de Almacave, Lamego                     Igreja de S. Pedro, Paços de Ferreira




Igreja de S. Salvador de Travanca, séc. XIII             Igreja de S. Gens de Boelhe, Penafiel
Igreja de S. Pedro de Roriz, Santo Tirso
Igreja de S.Miguel da Gândara, Penafiel
AS SÉS

 Braga (mais antiga, finais do séc.XI)




Fachada                     Abside
Nave central   Capela-mor
Porto




Fachada   Alçado lateral
Interior da Sé do Porto   Claustro
Coimbra




Fachada   Alçado Norte
Abside   Cúpula e retábulo
Lisboa




          Alçado posterior




Fachada
Nave central
Évora




Fachada            Muralha




Vista panorâmica   Interior
•Ordem de Cluny como grande influência da arquitectura monástica:

        -Mais faustosa e com mais tendência para a ostentação;

        -Pequenas igrejas de mosteiros do Norte de Portugal;

        -Uso de uma única nave com acentuado carácter defensivo;

                                      Igreja usada como fortaleza


          Região sujeita às razias dos árabes no Sul da Península


     Exemplo disso são os contrafortes e as janelas em forma de seteiras




         Voamento simples                          Voamento duplo
•Ordem de Cister é marcada pela espiritualidade do rigor e da simplicidade
professadas pelo seu mentor, S. Bernardo, quarto abade geral:

        -Edifícios filiados na casa mãe que enviava um abade e doze monges
        para cada fundação;

        -Primeira fundação documentada em Portugal é a abadia de S.João de
        Tarouca em 1140-1144;

        -Adaptação à liturgia romana mais simples, mas ao mesmo tempo, mais
        encenada;

        -Esculturas concentradas nas portas, símbolo das portas do céu, e nas
        janelas, por onde entra a luz divina, muitas vezes embelezadas por frescos
        nos seus panos;

   Planta padrão
          •Tipo basilical com três, cinco ou sete naves para servir a nova liturgia;
          •Coro entre o transepto e a abside e uma charola ou deambulatório;
          •Igreja abobadada, com tribunas ou trifórios;
          •Ritmada por vãos e janelas estreitos para criar uma atmosfera mística
-Articulação em planta da catedral românica:

-As igrejas românicas seguem dois modelos:

O menos utilizado, de planta centrada, em cruz grega, hexagonal, octogonal
       ou circular, de influência oriental;

O dominante, de tipo basilical, em cruz latina, com três, cinco ou sete naves.

       •As naves da catedral são atravessadas por uma outra, o transepto,
       que podia ter apenas uma nave ou ser tripartido como o corpo da igreja e
       que confere ao edifício a sua forma cruciforme;

       •No ponto de cruzamento aparece o cruzeiro, encimado pelo zimbório ou
       torre lanterna (sistema de iluminação e arejamento da igreja);

       •No lado nascente do transepto abrem-se um ou dois absidíolos, que por
       vezes eram colocados no alinhamento das naves laterais;

       •A nave central conduz à abside central, que contém a capela-mor onde
       se situa o altar e o coro. Devido ao aumento do culto, foi necessário
       construir mais altares onde se celebravam vários ofícios ao mesmo tempo;
•Para tal,foi construído o deambulatório (espécie de corredor ou nave
curvilínea), que contorna a abside e geralmente possui três a cinco
capelas radiantes (que serviam para instalar os altares secundários).
Este em conjunto com a abside forma a cabeceira.

•As igrejas de peregrinação possuíam uma cripta, local onde se
depositavam e veneravam os restos mortais e/ou as relíquias dos santos
e onde se realizavam cerimónias religiosas;

•Em alguns casos a igreja românica é precedida por um nártex, que serve
de vestíbulo à igreja (influência da basílica cristã); destinava-se a abrigar
os catecúmenos (não baptizados), os energúmenos (possuídos dos
demónio) e os penitentes;

•Ou por um átrio, um recinto aberto, espécie de pátio quadrangular rodeado
por quatro alas abobadadas e colunadas.

•Consoante as regiões, a catedral podia ter uma ou duas torres sineiras,
que ladeavam a fachada principal e possuíam diversas aberturas que
difundiam a luz para a nave principal;
O desenvolvimento da arquitectura em Portugal é por radiação a partir dum
                        Modelo Românico - BRAGA



            Foco do                          S. Tiago       Cluny
Tuy                          BRAGA
            Alto Minho



                                                   Sé do Porto

                         Paços de Sousa



      Sé e Coimbra            Sé de Lisboa




                              Sé de Évora
Foco do Alto Minho

       Gonfrei, Bravens, S. Nicolau de Nogueira, Paderne, Monção, Melgaço,
       S. João de Tavura
Sé de Braga

       Rates, Manhente, Vilar de Frades,Torre do Mosteiro de Travanca
Foco do Porto

       Cedofeita, Cabeça Santa, Freixo de Baixo, Águas Santas, Travanca,
       Armamar
Paço de Sousa

       Ferreira, Unhão, Airães, Roriza, Pombeiro, Vila Boa de Quires, Fonte Arcada
Coimbra

       S. João de Almedina, Santa Cruz, São Cristóvão, São Salvador, S. Tiago,
       S. Pedro de Leiria
Ordem de Cister

       S. João de Tarouca, Salzedas
Arquitectura civil e militar

 -Tal como no resto da Europa, as fortificações (castelos com residência ou
 alcáçova, castelos-refúgio e torres de atalaia ou protecção) tiveram como principal
 papel a defesa da população em situações de perigo e possuíam as mesmas
 caracteristicas formais e técnicas;

 - Os castelos com residência possuíam uma sólida construção castrense, com
 aparelho de cantaria lavrado, tendo no seu interior uma residência; apresentavam
 um aspecto robusto pelo carácter defensivo que possuíam;




Castelo de Guimarães
Castelo de Penedono ou do Magriço, Viseu




Torre de menagem do                        Torre de menagem e ruínas
Castelo de Bragança                        do Castelo de Monsaraz
Castelo de Pombal, Leiria, séc. XII

-Os castelos-refúgio tinham como principal função acolher os povos em perigo;
eram construídos em sítios estratégicos como locais rochosos e propícios e não
se encontravam muito afastados das povoações, para que a protecção fosse
quase que imediata;




Castelo de Almourol, séc. XII
Ruínas do Castelo de Celorico da Beira




Castelo de Tomar
Castelo de Vila Viçosa: entrada, muralhas e fosso defensivo

-Foram ainda construídas torres defensivas, associadas aos mosteiros;

-Na arquitectura civil, a Domus Municipalis de Bragança recebe
principal atenção. Era usada como local de reuniões e possuía um sistema
recolector de água da chuva e uma cisterna para a armazenar.




                                                            Domus Municipalis
                                                            de Bragança, sécs. XII-XIII
Escultura
A decoração esculpida das igrejas românicas possui influências bárbaras
e bizantinas.

•Os relevos, ornamentais, figurativos e sobretudo didácticos, distribuem-se
interna e externamente.

•No exterior do edifício, a decoração escultórica estava limitada ao portal
e à cornija: as cornijas (remate logo a seguir ao telhado) eram decoradas
com arcos cegos e cachorradas (conjunto de cachorros, isto é, peças
salientes esculpidas), que podiam ter também uma função de suporte da cornija.

•Os cachorros possuíam formas geométricas, zoomórficas e antropomórficas
(as últimas exerciam uma função de educação moral, cívica e religiosa,
ou de crítica social e política);

•A fechar os algeroses (caleiras) existiam gárgulas, que serviam para escoar
a água da chuva e podiam ter tanto uma forma simples como serem aproveitadas
para a representação de motivos animalistas e míticos;
Mata-cães                        Capitéis                    Mísula


Mata-cães

Chama-se mata-cães a uma abertura no chão entre as mísulas que sustentam
as ameias ou os balcões das fortificações medievais, através da qual se podia
observar os atacantes que se encontravam na base da muralha defensiva,
agredindo-os com pedras ou outros objectos.
Os mata-cães localizavam-se nas partes mais altas das muralhas, nas torres ou
noutra fortificações, sobressaindo destas para a parte exterior.
Gárgulas da Igreja de Saint-Foy, França


Fachada principal da catedral
Os elementos decorativos que mais se destacam são:

       -As rosáceas (além de decorarem o exterior do edifício, também
       iluminavam o interior), trabalhadas com motivos geométricos e florais;

       -Os grandes janelões (que possuíam as mesmas funções da rosácea);
       -O portal, que tanto podia ser simples como encaixado num pórtico saliente.
       O mais vulgar possui: uma entrada chanfrada, ou ombreira, ornamentada
       com colunelos;
-Uma porta simples ou dupla, que tem a meio do vão uma
         coluna, também esculpida (mainel), que sustenta a arquitrave
         (lintel ou dintel), decorada com um relevo esculpido;

         -O tímpano, espaço semicircular circundado por arcos de volta
         inteira (arquivoltas), sustentado pelo lintel;




Rosácea da Catedral de Durham,   Portal da Catedral de Saint Lazare, França:
           Inglaterra            detalhe do tímpano (fig. 2), do mainel e do lintel (fig. 3)
A escultura românica é decorativa e caracteriza-se por:


    1º Relacionamento popularizado com a vida rural (quem realizava essas
       esculturas eram mestres de pedraria, etc., gente do povo) logo,
       denotavam-se certas carências ao nível de proporções.

       As peças nasciam por encomenda; quem encomendava dizia como
       queria, como deveria ser feita, etc.. O artesão misturava o seu saber:
       Decoração bruta e grosseira – material de difícil manuseamento (granito)

    2º Subordinação da escultura à arquitectura – só há escultura decorativa nos
       locais onde a arquitectura predestina
        Capitéis das colunas
        Frisos
        Portais de acesso
        Mata-cães
        Cornijas
        Gárgolas
        Alguns elementos arquitectónicos que são esculpidos
Numa época em que poucas pessoas sabiam ler…

-A escultura (bem como a pintura) era usada para transmitir histórias bíblicas e
comunicar valores religiosos aos fiéis;

-A deformação das formas, traduz os sentimentos religiosos e a interpretação
mística que os artistas faziam da realidade, e não havia uma preocupação com
a representação fiel dos seres e objectos;
       Ex.: A figura de Cristo é sempre maior do que as outras
       que o cercam.

A escultura tinha um importante CARÁCTER SIMBÓLICO

-A distorção volumétrica da escultura deve-se também às exigências da
Arquitectura;
-Embora a temática seja profundamente religiosa, contém também versões
pagãs           As pessoas que a executavam não estavam preparadas
                teoricamente.

-O discurso religioso é um discurso de ordem e autoritário – assentava na
ideia do castigo:

           “Nós pregamos o bem, quem não concordar… paga”

   Bem/Mal;
   Verdade/Mentira;
   Valor positivo/negativo;
   Claro/Escuro;
   Anjos/Demónios;
   …
-Elementos utilizados para esta temática:

   Animalistas;
   Vegetalistas;
   Naturalistas;
   Figuras religiosas
Temos três tipos de composição:



      1 Decorativa – Valores geométricos, alternância, valores vegetalistas
                     apenas com intenção decorativa mas muito estilizado:
                     Ex.: Frisos

      2 Simbólica –     Figuras religiosas, animalistas, por vezes vegetalistas
                        mas sempre com valor simbólico:
                        Ex.: Tímpanos. Por vezes aparecem composições
                        historiadas




      3 Ilustrativa -   Vai haver, por vezes, a necessidade de ilustrar para os
                        incultos, cenas da Bíblia:
                        Ex.: Portas decoradas, altares, escultura tumular
Pintura
Foram-nos deixados poucos exemplos de pintura românica

   •Pintados em fresco sobre o granito;

   •Figuração estilizada;

   •Cores muito vivas e planas;

   •Imitação de formas rudes, curtas ou alongadas, ausência de
     movimentos naturais;

   •Aparece sempre integrada (como acontece na escultura) em espaços
    previamente reservados pela arquitectura;

   •Todo o interior das igrejas era pintado;

   •É uma pintura pedagógica, articulada com a componente escultórica;
Os temas são variados mas sempre a partir dos princípios da religião cristã:


      •A Trindade;
      •A Virgem Maria
      •A vida do santos
      •Temas apocalípticos, como o Juízo Final (normalmente colocados à saída);
      •Jerusalém celeste;
      •Trabalho;
      •Simbologia da tradição clássica – a sereia, o pavão real ou a árvore da vida;


É uma pintura mental ou intelectualizada, com figuras lineares e sem perspectiva,
                       que comungam com elementos da
              estética paleocristã, da bizantina e da pré-românica.


        Estas pinturas concentram-se nas absides e nas paredes
                        superiores da nave central
Algumas Particularidades do Românico:



 Sés Catedrais                Abobadadas
 Abadias                      Algumas abobadadas
 Igrejas                      Cobertura em madeira




 Construção:


   Começada pela cabeceira;
   Porque parecem desproporcionadas algumas construções?

    •Falta de dinheiro;
    •Pela morosidade da construção, às vezes o estilo “passava de moda”!
As igrejas românicas estão todas viradas para Nascente, o que causa por
vezes alguma dificuldade de construção;


A maioria das igrejas que têm 3 capelas, estas são escalonadas (o tamanho
da capela-mor é maior do que as restantes);


A maioria das igrejas, têm apenas uma capela-mor quadrangular;



Em altura, todos os transeptos salientam-se das naves laterais, ficando
ao nível da nave central;


Quando as colunas são cruciformes, é porque havia intenção de abobadar;


A maioria são de tectos de madeira;
Em frente de cada igreja há um cruzeiro;


As mais remotas são construídas em zonas altas;
As mais recentes são construídas em zonas baixas.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Cultura do Mosteiro - Santiago de Compostela
Cultura do Mosteiro - Santiago de CompostelaCultura do Mosteiro - Santiago de Compostela
Cultura do Mosteiro - Santiago de CompostelaCarlos Vieira
 
Módulo 3 - Portugal Românico e Moçárabe
Módulo 3 - Portugal Românico e MoçárabeMódulo 3 - Portugal Românico e Moçárabe
Módulo 3 - Portugal Românico e MoçárabeCarla Freitas
 
Módulo 3 a arte românica
Módulo 3   a arte românicaMódulo 3   a arte românica
Módulo 3 a arte românicacattonia
 
Igreja de s.pedro de rates
Igreja de s.pedro de ratesIgreja de s.pedro de rates
Igreja de s.pedro de ratesFábio Ferreira
 
Módulo 3 - Escultura e pintura românicas
Módulo 3 - Escultura e pintura românicasMódulo 3 - Escultura e pintura românicas
Módulo 3 - Escultura e pintura românicasCarla Freitas
 
Arte Romanica
Arte RomanicaArte Romanica
Arte Romanicatorga
 
Cultura do mosteiro_1_alunos
Cultura do mosteiro_1_alunosCultura do mosteiro_1_alunos
Cultura do mosteiro_1_alunosVítor Santos
 
A pintura gótica ii
A pintura gótica iiA pintura gótica ii
A pintura gótica iiAna Barreiros
 
hca10_m3_s_pedro_de_rates.pptx
hca10_m3_s_pedro_de_rates.pptxhca10_m3_s_pedro_de_rates.pptx
hca10_m3_s_pedro_de_rates.pptxAndreiaSimes26
 
História de arte - Periodo Românico/ Gótico/ Manuelino
História de arte - Periodo Românico/ Gótico/ ManuelinoHistória de arte - Periodo Românico/ Gótico/ Manuelino
História de arte - Periodo Românico/ Gótico/ ManuelinoCristiana Marques
 
Arquitectura Românica dos Castelos
Arquitectura Românica dos Castelos  Arquitectura Românica dos Castelos
Arquitectura Românica dos Castelos kyzinha
 
01 cultura da catedral
01 cultura da catedral01 cultura da catedral
01 cultura da catedralVítor Santos
 
Arte românica
Arte românica Arte românica
Arte românica 10B
 

Mais procurados (20)

Cultura do Mosteiro - Santiago de Compostela
Cultura do Mosteiro - Santiago de CompostelaCultura do Mosteiro - Santiago de Compostela
Cultura do Mosteiro - Santiago de Compostela
 
Módulo 3 - Portugal Românico e Moçárabe
Módulo 3 - Portugal Românico e MoçárabeMódulo 3 - Portugal Românico e Moçárabe
Módulo 3 - Portugal Românico e Moçárabe
 
Módulo 3 a arte românica
Módulo 3   a arte românicaMódulo 3   a arte românica
Módulo 3 a arte românica
 
Arte Românica
Arte RomânicaArte Românica
Arte Românica
 
Igreja de s.pedro de rates
Igreja de s.pedro de ratesIgreja de s.pedro de rates
Igreja de s.pedro de rates
 
MóDulo 4
MóDulo 4MóDulo 4
MóDulo 4
 
Módulo 3 - Escultura e pintura românicas
Módulo 3 - Escultura e pintura românicasMódulo 3 - Escultura e pintura românicas
Módulo 3 - Escultura e pintura românicas
 
Arquitetura barroca
Arquitetura barrocaArquitetura barroca
Arquitetura barroca
 
O românico
O românicoO românico
O românico
 
Arte Romanica
Arte RomanicaArte Romanica
Arte Romanica
 
Cultura do mosteiro_1_alunos
Cultura do mosteiro_1_alunosCultura do mosteiro_1_alunos
Cultura do mosteiro_1_alunos
 
A pintura gótica ii
A pintura gótica iiA pintura gótica ii
A pintura gótica ii
 
Amiens
AmiensAmiens
Amiens
 
hca10_m3_s_pedro_de_rates.pptx
hca10_m3_s_pedro_de_rates.pptxhca10_m3_s_pedro_de_rates.pptx
hca10_m3_s_pedro_de_rates.pptx
 
História de arte - Periodo Românico/ Gótico/ Manuelino
História de arte - Periodo Românico/ Gótico/ ManuelinoHistória de arte - Periodo Românico/ Gótico/ Manuelino
História de arte - Periodo Românico/ Gótico/ Manuelino
 
Arquitectura Românica dos Castelos
Arquitectura Românica dos Castelos  Arquitectura Românica dos Castelos
Arquitectura Românica dos Castelos
 
Catedral de Notre Dame
Catedral de Notre Dame Catedral de Notre Dame
Catedral de Notre Dame
 
01 cultura da catedral
01 cultura da catedral01 cultura da catedral
01 cultura da catedral
 
Arte românica
Arte românica Arte românica
Arte românica
 
Românico
RomânicoRomânico
Românico
 

Semelhante a Românico

Arte romanica
Arte romanicaArte romanica
Arte romanica10B
 
Patrimonio ana-silva_e_yuliya_pavelko
Patrimonio  ana-silva_e_yuliya_pavelkoPatrimonio  ana-silva_e_yuliya_pavelko
Patrimonio ana-silva_e_yuliya_pavelkoyuliyapavelko
 
A arte medieval
A arte medievalA arte medieval
A arte medievalcattonia
 
7o. ano- - Arte Românica
7o. ano-  - Arte Românica7o. ano-  - Arte Românica
7o. ano- - Arte RomânicaArtesElisa
 
Paco de sousa. mosteiro. pp 250 279
Paco de sousa. mosteiro. pp 250 279Paco de sousa. mosteiro. pp 250 279
Paco de sousa. mosteiro. pp 250 279Catarina_marques
 
Convento Sao Bento - Arquitetura no Brasil
Convento Sao Bento - Arquitetura no BrasilConvento Sao Bento - Arquitetura no Brasil
Convento Sao Bento - Arquitetura no BrasilMariana Mincarone
 
RomâNico
RomâNicoRomâNico
RomâNicoHist8
 
4.romanicoem portugal
4.romanicoem portugal4.romanicoem portugal
4.romanicoem portugalAna Barreiros
 
A cultura do mosteiro/Arte
A cultura do mosteiro/ArteA cultura do mosteiro/Arte
A cultura do mosteiro/ArtePatrícia Faria
 
Arte Gótica e Arte Românica
Arte Gótica e Arte Românica   Arte Gótica e Arte Românica
Arte Gótica e Arte Românica Filipa Silva
 
O romanico-em-portugal ruben tiago
O romanico-em-portugal ruben tiagoO romanico-em-portugal ruben tiago
O romanico-em-portugal ruben tiagoGoncaloandre95
 
O romanico-em-portugal ruben tiago
O romanico-em-portugal ruben tiagoO romanico-em-portugal ruben tiago
O romanico-em-portugal ruben tiagoGoncaloandre95
 
Resumo idade media- CBG
Resumo idade media- CBGResumo idade media- CBG
Resumo idade media- CBGAline Raposo
 
Professor Doutor Artur Filipe dos Santos - Património Cultural e Paisagístico...
Professor Doutor Artur Filipe dos Santos - Património Cultural e Paisagístico...Professor Doutor Artur Filipe dos Santos - Património Cultural e Paisagístico...
Professor Doutor Artur Filipe dos Santos - Património Cultural e Paisagístico...Artur Filipe dos Santos
 
Cultura medieval
Cultura medievalCultura medieval
Cultura medievalcattonia
 

Semelhante a Românico (20)

Romanico final 2
Romanico final 2Romanico final 2
Romanico final 2
 
Arte romanica
Arte romanicaArte romanica
Arte romanica
 
Patrimonio ana-silva_e_yuliya_pavelko
Patrimonio  ana-silva_e_yuliya_pavelkoPatrimonio  ana-silva_e_yuliya_pavelko
Patrimonio ana-silva_e_yuliya_pavelko
 
A arte medieval
A arte medievalA arte medieval
A arte medieval
 
7o. ano- - Arte Românica
7o. ano-  - Arte Românica7o. ano-  - Arte Românica
7o. ano- - Arte Românica
 
Paco de sousa. mosteiro. pp 250 279
Paco de sousa. mosteiro. pp 250 279Paco de sousa. mosteiro. pp 250 279
Paco de sousa. mosteiro. pp 250 279
 
Convento Sao Bento - Arquitetura no Brasil
Convento Sao Bento - Arquitetura no BrasilConvento Sao Bento - Arquitetura no Brasil
Convento Sao Bento - Arquitetura no Brasil
 
RomâNico
RomâNicoRomâNico
RomâNico
 
4.romanicoem portugal
4.romanicoem portugal4.romanicoem portugal
4.romanicoem portugal
 
Arte Gótica
Arte GóticaArte Gótica
Arte Gótica
 
A cultura do mosteiro/Arte
A cultura do mosteiro/ArteA cultura do mosteiro/Arte
A cultura do mosteiro/Arte
 
Arte Gótica e Arte Românica
Arte Gótica e Arte Românica   Arte Gótica e Arte Românica
Arte Gótica e Arte Românica
 
O romanico-em-portugal ruben tiago
O romanico-em-portugal ruben tiagoO romanico-em-portugal ruben tiago
O romanico-em-portugal ruben tiago
 
O romanico-em-portugal ruben tiago
O romanico-em-portugal ruben tiagoO romanico-em-portugal ruben tiago
O romanico-em-portugal ruben tiago
 
Resumo idade media- CBG
Resumo idade media- CBGResumo idade media- CBG
Resumo idade media- CBG
 
Património cultural aula 39 - igreja de S. Domingos - Sé de Vila Real e Tor...
Património cultural   aula 39 - igreja de S. Domingos - Sé de Vila Real e Tor...Património cultural   aula 39 - igreja de S. Domingos - Sé de Vila Real e Tor...
Património cultural aula 39 - igreja de S. Domingos - Sé de Vila Real e Tor...
 
Património cultural aula 39 - igreja de S. Domingos - sé de vila real e tor...
Património cultural   aula 39 - igreja de S. Domingos - sé de vila real e tor...Património cultural   aula 39 - igreja de S. Domingos - sé de vila real e tor...
Património cultural aula 39 - igreja de S. Domingos - sé de vila real e tor...
 
Professor Doutor Artur Filipe dos Santos - Património Cultural e Paisagístico...
Professor Doutor Artur Filipe dos Santos - Património Cultural e Paisagístico...Professor Doutor Artur Filipe dos Santos - Património Cultural e Paisagístico...
Professor Doutor Artur Filipe dos Santos - Património Cultural e Paisagístico...
 
Cultura medieval
Cultura medievalCultura medieval
Cultura medieval
 
Arte românica
Arte românicaArte românica
Arte românica
 

Românico

  • 2. O Românico • Nome do estilo artístico vigente na Europa entre os Séc. XI e XIV; • O termo, propriamente dito, é empregue a partir da década de 1820 por Charles de Gerville (arqueólogo normando) e divulgado por Arcisse de Caumont – Chamamos românicos ou romances por se tratar de uma forma de arte medieval associada à formação de idiomas derivados do Latim; • Estilo muitas vezes desprezado, escondido por reformas ou mesmo destruído; • Associado a igrejas católicas e construídas após a expansão do Cristianismo pela Europa; • Primeiro estilo após a queda do Império Romano a apresentar características comuns em diferentes regiões; • Antes a arte tinha-se fragmentado em vários estilos, sendo este o primeiro a trazer uma unidade nesse panorama.
  • 3. Contexto Histórico - 476 d.c. Tomada de Roma pelos Bárbaros – Queda do Império Romano do Ocidente IDADE MÉDIA Aqui, a arte tem as suas raízes na época conhecida por Paleocristã, trazendo mudanças no comportamento humano: -O Cristianismo leva a que a arte valorize o espírito; -Os valores cristãos vão impregnar todos os aspectos da vida medieval; -TEOCENTRISMO – Deus, medida de todas as coisas; -Igreja como representante de Deus na Terra, tem poderes ilimitados levando a…
  • 4. Mudança e fortalecimento da Europa Ocidental no séc.XI Três factores contribuíram para isso: Estabilização dos Bárbaros, sua admissão e miscigenação nas comunidades cristãs Menos guerras e fixação dos Húngaros no Leste da Alemanha Recuo do árabes com a fragmentação do califado de Córdova; Crescimento de uma civilização urbana e mercantil, a par da permanência de uma civilização feudal e monástica
  • 5. Renascimento do comércio Desenvolvimento da agricultura e Uso da moeda (população em crescimento) artesanato RENOVAÇÃO MATERIAL, CULTURAL E RELIGIOSA Época favorável à produção artística IGREJA FORTE Construção de edifícios religiosos Encomendadores: Institutos religiosos – Monaquismo(mosteiros) Mosteiros rurais beneditinos de CLUNY (a partir de 984) e dos monges brancos de CISTER (a partir de 1100)
  • 6. -Assumem-se como os intermediários entre Deus e o Homem; -Tornam-se importantes unidades em termos económicos, intelectuais e religiosos; -As peregrinações crescem; -As cruzadas para libertar a Terra Santa; -Reorganização dos bispados; -Expansão das ordens monásticas no Ocidente; -Falta de uma autoridade política central O PAPA assume essa função Sem um poder nas mãos de um único rei, a Igreja passa a controlar o pensamento e a vida da época e é a primeira responsável pela UNIFICAÇÃO DA EUROPA desde a queda do Império Romano
  • 7. Arquitectura Séc. XI e XII – Nascimento da Arte Românica na Europa -Estrutura semelhante às construções dos antigos romanos, sofreu Influências da Antiguidade pagã, do Oriente (arte bizantina) e dos povos Bárbaros e da Irlanda Principais características: • Abóbadas em substituição do telhado das basílicas; Abóbada de berço Abóbada de aresta
  • 8. • Pilares maciços que sustentam e paredes espessas; • Aberturas raras e estreitas usadas como janelas; Fachada Norte Mosteiro S. Pedro Ferreira • Arcos de 180 graus (arco de volta inteira, volta perfeita ou arco romano); Arco triunfal Mosteiro S. Pedro Ferreira Fresta Mosteiro S. Pedro Ferreira
  • 9. • Tamanho das igrejas, que são grandes e sólidas – pelo facto de não serem fruto de do gosto refinado da nobreza nem de ideias desenvolvidas nos centros urbanos, mas sim de um estilo clerical – IGREJA, FORTALEZA DE DEUS • Contrariamente à arte paleocristã, as igrejas são ricamente decoradas no seu exterior; Capitéis do portal Ocidental Mosteiro S. Pedro Ferreira Portal do Mosteiro S. Pedro Ferreira
  • 10. • Torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada; Igreja ou Mosteiro de S. Pedro de Cete - Paredes Igrejas de peregrinação - Construções características deste período - Localizados nos caminho que levava os peregrinos aos locais sagrados Ex: Santiago de Compostela, Roma e Jerusalém Serviam de apoio e pouso para os peregrinos e tinham no seu interior muitas relíquias pertencentes a Jesus Cristo, Maria e outros santos.
  • 11. Características principais: • Planta em forma de cruz latina Planta da Catedral de Santiago de Compostela
  • 12. Nave central Deambulatório ou Girola Capelas radiantes ou absidíolas Abside
  • 13. Românico em Portugal Arquitectura religiosa •Introduzida em Portugal no início do séc. XII, prevaleceu até finais do séc. XIII; •Contexto histórico idêntico ao dos outros países europeus, acrescido da necessidade de afirmação de independência do território; •Símbolo da espiritualidade da época, esteve ligada a uma ordem religiosa, a um mosteiro ou instalada no seio duma comunidade agrícola; •Possui características fortemente rurais e está ligado à construção de igrejas de reduzidas dimensões, com maior ou menor qualidade técnica e exuberância formal ou decorativa dependendo da região;
  • 14. •Só em algumas cidades, as construções, as sés, eram parecidas em monumentalidade, riqueza e variedade técnica e formal com as catedrais europeias •Braga •Porto •Coimbra •Lisboa •Évora Estas cidades e mosteiros tornaram-se os principais focos difusores da arte Românica em Portugal
  • 15. •Os materiais usados nas construções religiosas, civis e militares foram os existentes em cada região: Norte Granito Centro Calcário Sul Tijolo e taipa •As igrejas românicas portuguesas são em geral robustas: - Paredes grossas; - Contrafortes salientes; - Uso da pedra aparelhada; •Têm grande sobriedade e austeridade: -Uso de uma única nave com cabeceira em abside redonda ou quadrada; -Cobertura por um telhado de duas águas; -Utilização dos arcos de volta perfeita; -Relevos didácticos e decorativos no interior e exterior (cachorrada nas cornijas;
  • 16. Cachorrada da Igreja de S. Gens de Boelhe, Penafiel Mosteiro de Leça do Balio Interior e fachada da Igreja de S. Martinho, Cedofeita séc. XII
  • 17. Igreja de Almacave, Lamego Igreja de S. Pedro, Paços de Ferreira Igreja de S. Salvador de Travanca, séc. XIII Igreja de S. Gens de Boelhe, Penafiel
  • 18. Igreja de S. Pedro de Roriz, Santo Tirso
  • 19. Igreja de S.Miguel da Gândara, Penafiel
  • 20. AS SÉS Braga (mais antiga, finais do séc.XI) Fachada Abside
  • 21. Nave central Capela-mor
  • 22. Porto Fachada Alçado lateral
  • 23. Interior da Sé do Porto Claustro
  • 24. Coimbra Fachada Alçado Norte
  • 25. Abside Cúpula e retábulo
  • 26. Lisboa Alçado posterior Fachada
  • 28. Évora Fachada Muralha Vista panorâmica Interior
  • 29. •Ordem de Cluny como grande influência da arquitectura monástica: -Mais faustosa e com mais tendência para a ostentação; -Pequenas igrejas de mosteiros do Norte de Portugal; -Uso de uma única nave com acentuado carácter defensivo; Igreja usada como fortaleza Região sujeita às razias dos árabes no Sul da Península Exemplo disso são os contrafortes e as janelas em forma de seteiras Voamento simples Voamento duplo
  • 30. •Ordem de Cister é marcada pela espiritualidade do rigor e da simplicidade professadas pelo seu mentor, S. Bernardo, quarto abade geral: -Edifícios filiados na casa mãe que enviava um abade e doze monges para cada fundação; -Primeira fundação documentada em Portugal é a abadia de S.João de Tarouca em 1140-1144; -Adaptação à liturgia romana mais simples, mas ao mesmo tempo, mais encenada; -Esculturas concentradas nas portas, símbolo das portas do céu, e nas janelas, por onde entra a luz divina, muitas vezes embelezadas por frescos nos seus panos; Planta padrão •Tipo basilical com três, cinco ou sete naves para servir a nova liturgia; •Coro entre o transepto e a abside e uma charola ou deambulatório; •Igreja abobadada, com tribunas ou trifórios; •Ritmada por vãos e janelas estreitos para criar uma atmosfera mística
  • 31. -Articulação em planta da catedral românica: -As igrejas românicas seguem dois modelos: O menos utilizado, de planta centrada, em cruz grega, hexagonal, octogonal ou circular, de influência oriental; O dominante, de tipo basilical, em cruz latina, com três, cinco ou sete naves. •As naves da catedral são atravessadas por uma outra, o transepto, que podia ter apenas uma nave ou ser tripartido como o corpo da igreja e que confere ao edifício a sua forma cruciforme; •No ponto de cruzamento aparece o cruzeiro, encimado pelo zimbório ou torre lanterna (sistema de iluminação e arejamento da igreja); •No lado nascente do transepto abrem-se um ou dois absidíolos, que por vezes eram colocados no alinhamento das naves laterais; •A nave central conduz à abside central, que contém a capela-mor onde se situa o altar e o coro. Devido ao aumento do culto, foi necessário construir mais altares onde se celebravam vários ofícios ao mesmo tempo;
  • 32. •Para tal,foi construído o deambulatório (espécie de corredor ou nave curvilínea), que contorna a abside e geralmente possui três a cinco capelas radiantes (que serviam para instalar os altares secundários). Este em conjunto com a abside forma a cabeceira. •As igrejas de peregrinação possuíam uma cripta, local onde se depositavam e veneravam os restos mortais e/ou as relíquias dos santos e onde se realizavam cerimónias religiosas; •Em alguns casos a igreja românica é precedida por um nártex, que serve de vestíbulo à igreja (influência da basílica cristã); destinava-se a abrigar os catecúmenos (não baptizados), os energúmenos (possuídos dos demónio) e os penitentes; •Ou por um átrio, um recinto aberto, espécie de pátio quadrangular rodeado por quatro alas abobadadas e colunadas. •Consoante as regiões, a catedral podia ter uma ou duas torres sineiras, que ladeavam a fachada principal e possuíam diversas aberturas que difundiam a luz para a nave principal;
  • 33.
  • 34.
  • 35. O desenvolvimento da arquitectura em Portugal é por radiação a partir dum Modelo Românico - BRAGA Foco do S. Tiago Cluny Tuy BRAGA Alto Minho Sé do Porto Paços de Sousa Sé e Coimbra Sé de Lisboa Sé de Évora
  • 36. Foco do Alto Minho Gonfrei, Bravens, S. Nicolau de Nogueira, Paderne, Monção, Melgaço, S. João de Tavura Sé de Braga Rates, Manhente, Vilar de Frades,Torre do Mosteiro de Travanca Foco do Porto Cedofeita, Cabeça Santa, Freixo de Baixo, Águas Santas, Travanca, Armamar Paço de Sousa Ferreira, Unhão, Airães, Roriza, Pombeiro, Vila Boa de Quires, Fonte Arcada Coimbra S. João de Almedina, Santa Cruz, São Cristóvão, São Salvador, S. Tiago, S. Pedro de Leiria Ordem de Cister S. João de Tarouca, Salzedas
  • 37. Arquitectura civil e militar -Tal como no resto da Europa, as fortificações (castelos com residência ou alcáçova, castelos-refúgio e torres de atalaia ou protecção) tiveram como principal papel a defesa da população em situações de perigo e possuíam as mesmas caracteristicas formais e técnicas; - Os castelos com residência possuíam uma sólida construção castrense, com aparelho de cantaria lavrado, tendo no seu interior uma residência; apresentavam um aspecto robusto pelo carácter defensivo que possuíam; Castelo de Guimarães
  • 38. Castelo de Penedono ou do Magriço, Viseu Torre de menagem do Torre de menagem e ruínas Castelo de Bragança do Castelo de Monsaraz
  • 39. Castelo de Pombal, Leiria, séc. XII -Os castelos-refúgio tinham como principal função acolher os povos em perigo; eram construídos em sítios estratégicos como locais rochosos e propícios e não se encontravam muito afastados das povoações, para que a protecção fosse quase que imediata; Castelo de Almourol, séc. XII
  • 40. Ruínas do Castelo de Celorico da Beira Castelo de Tomar
  • 41. Castelo de Vila Viçosa: entrada, muralhas e fosso defensivo -Foram ainda construídas torres defensivas, associadas aos mosteiros; -Na arquitectura civil, a Domus Municipalis de Bragança recebe principal atenção. Era usada como local de reuniões e possuía um sistema recolector de água da chuva e uma cisterna para a armazenar. Domus Municipalis de Bragança, sécs. XII-XIII
  • 42. Escultura A decoração esculpida das igrejas românicas possui influências bárbaras e bizantinas. •Os relevos, ornamentais, figurativos e sobretudo didácticos, distribuem-se interna e externamente. •No exterior do edifício, a decoração escultórica estava limitada ao portal e à cornija: as cornijas (remate logo a seguir ao telhado) eram decoradas com arcos cegos e cachorradas (conjunto de cachorros, isto é, peças salientes esculpidas), que podiam ter também uma função de suporte da cornija. •Os cachorros possuíam formas geométricas, zoomórficas e antropomórficas (as últimas exerciam uma função de educação moral, cívica e religiosa, ou de crítica social e política); •A fechar os algeroses (caleiras) existiam gárgulas, que serviam para escoar a água da chuva e podiam ter tanto uma forma simples como serem aproveitadas para a representação de motivos animalistas e míticos;
  • 43. Mata-cães Capitéis Mísula Mata-cães Chama-se mata-cães a uma abertura no chão entre as mísulas que sustentam as ameias ou os balcões das fortificações medievais, através da qual se podia observar os atacantes que se encontravam na base da muralha defensiva, agredindo-os com pedras ou outros objectos. Os mata-cães localizavam-se nas partes mais altas das muralhas, nas torres ou noutra fortificações, sobressaindo destas para a parte exterior.
  • 44. Gárgulas da Igreja de Saint-Foy, França Fachada principal da catedral Os elementos decorativos que mais se destacam são: -As rosáceas (além de decorarem o exterior do edifício, também iluminavam o interior), trabalhadas com motivos geométricos e florais; -Os grandes janelões (que possuíam as mesmas funções da rosácea); -O portal, que tanto podia ser simples como encaixado num pórtico saliente. O mais vulgar possui: uma entrada chanfrada, ou ombreira, ornamentada com colunelos;
  • 45. -Uma porta simples ou dupla, que tem a meio do vão uma coluna, também esculpida (mainel), que sustenta a arquitrave (lintel ou dintel), decorada com um relevo esculpido; -O tímpano, espaço semicircular circundado por arcos de volta inteira (arquivoltas), sustentado pelo lintel; Rosácea da Catedral de Durham, Portal da Catedral de Saint Lazare, França: Inglaterra detalhe do tímpano (fig. 2), do mainel e do lintel (fig. 3)
  • 46. A escultura românica é decorativa e caracteriza-se por: 1º Relacionamento popularizado com a vida rural (quem realizava essas esculturas eram mestres de pedraria, etc., gente do povo) logo, denotavam-se certas carências ao nível de proporções. As peças nasciam por encomenda; quem encomendava dizia como queria, como deveria ser feita, etc.. O artesão misturava o seu saber: Decoração bruta e grosseira – material de difícil manuseamento (granito) 2º Subordinação da escultura à arquitectura – só há escultura decorativa nos locais onde a arquitectura predestina Capitéis das colunas Frisos Portais de acesso Mata-cães Cornijas Gárgolas Alguns elementos arquitectónicos que são esculpidos
  • 47. Numa época em que poucas pessoas sabiam ler… -A escultura (bem como a pintura) era usada para transmitir histórias bíblicas e comunicar valores religiosos aos fiéis; -A deformação das formas, traduz os sentimentos religiosos e a interpretação mística que os artistas faziam da realidade, e não havia uma preocupação com a representação fiel dos seres e objectos; Ex.: A figura de Cristo é sempre maior do que as outras que o cercam. A escultura tinha um importante CARÁCTER SIMBÓLICO -A distorção volumétrica da escultura deve-se também às exigências da Arquitectura;
  • 48. -Embora a temática seja profundamente religiosa, contém também versões pagãs As pessoas que a executavam não estavam preparadas teoricamente. -O discurso religioso é um discurso de ordem e autoritário – assentava na ideia do castigo: “Nós pregamos o bem, quem não concordar… paga” Bem/Mal; Verdade/Mentira; Valor positivo/negativo; Claro/Escuro; Anjos/Demónios; … -Elementos utilizados para esta temática: Animalistas; Vegetalistas; Naturalistas; Figuras religiosas
  • 49. Temos três tipos de composição: 1 Decorativa – Valores geométricos, alternância, valores vegetalistas apenas com intenção decorativa mas muito estilizado: Ex.: Frisos 2 Simbólica – Figuras religiosas, animalistas, por vezes vegetalistas mas sempre com valor simbólico: Ex.: Tímpanos. Por vezes aparecem composições historiadas 3 Ilustrativa - Vai haver, por vezes, a necessidade de ilustrar para os incultos, cenas da Bíblia: Ex.: Portas decoradas, altares, escultura tumular
  • 50. Pintura Foram-nos deixados poucos exemplos de pintura românica •Pintados em fresco sobre o granito; •Figuração estilizada; •Cores muito vivas e planas; •Imitação de formas rudes, curtas ou alongadas, ausência de movimentos naturais; •Aparece sempre integrada (como acontece na escultura) em espaços previamente reservados pela arquitectura; •Todo o interior das igrejas era pintado; •É uma pintura pedagógica, articulada com a componente escultórica;
  • 51. Os temas são variados mas sempre a partir dos princípios da religião cristã: •A Trindade; •A Virgem Maria •A vida do santos •Temas apocalípticos, como o Juízo Final (normalmente colocados à saída); •Jerusalém celeste; •Trabalho; •Simbologia da tradição clássica – a sereia, o pavão real ou a árvore da vida; É uma pintura mental ou intelectualizada, com figuras lineares e sem perspectiva, que comungam com elementos da estética paleocristã, da bizantina e da pré-românica. Estas pinturas concentram-se nas absides e nas paredes superiores da nave central
  • 52. Algumas Particularidades do Românico: Sés Catedrais Abobadadas Abadias Algumas abobadadas Igrejas Cobertura em madeira Construção: Começada pela cabeceira; Porque parecem desproporcionadas algumas construções? •Falta de dinheiro; •Pela morosidade da construção, às vezes o estilo “passava de moda”!
  • 53. As igrejas românicas estão todas viradas para Nascente, o que causa por vezes alguma dificuldade de construção; A maioria das igrejas que têm 3 capelas, estas são escalonadas (o tamanho da capela-mor é maior do que as restantes); A maioria das igrejas, têm apenas uma capela-mor quadrangular; Em altura, todos os transeptos salientam-se das naves laterais, ficando ao nível da nave central; Quando as colunas são cruciformes, é porque havia intenção de abobadar; A maioria são de tectos de madeira;
  • 54. Em frente de cada igreja há um cruzeiro; As mais remotas são construídas em zonas altas; As mais recentes são construídas em zonas baixas.