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A Aprendizagem da Geografia no Ensino Médio: encontrando
                motivações no cotidiano do aluno.

                                                                                                        Enoque Foro de Oliveira1


                                                                 Resumo
Este artigo foi condicionado pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) do Instituto Federal do Pará (IFPA), que,
entre outras atribuições, exige a produção desse tipo de trabalho, e para tanto proporciona as condições para que a pesquisa de campo seja
realizada, ao enviar seus bolsistas para escolas da rede pública de ensino. Antes de se iniciar a produção deste artigo, foi elaborado um
projeto de pesquisa, com orientação da coordenadora do PIBID-GEOGRAFIA do IFPA, aprofessora doutora em Geografia Humana – Cátia
Oliveira Macedo-. Este está sendo submetido ao II ENCONTRO DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA DO PIBID/IFPA, tendo sido escolhido o
tema “Propostas de Ensino para a educação Básica nas Escolas Públicas”. Apesar de a abordagem ser direcionada especificamente a
disciplina geografia, acaba servindo em alguns momentos para outras disciplinas, pois aponta para a necessidade de se repensar o modo
como os professores tem preparado e ministrados suas aulas, e procura mostrar através da argumentação teórica e de relatos de professores e
alunos, que o atual processo de aprendizagem está defasado. E o texto trás a falta de motivação dos alunos como a principal causa do
insucesso do processo de aprendizagem da geografia no ensino médio nas escolas públicas. Para a elaboração deste, foi realizada uma
pesquisa que teve como sujeitos alunos de três turmas de ensino médio e seu professor de geografia em uma escola pública de Belém.
Ametodologiaaplicada foi a observação do cotidiano dos sujeitos na escola, a aplicação de questionários e entrevistas com os sujeitos, além
do acesso as notas dos alunos. A construção teórica se deu através da leitura de artigos encontrados na internet. E este trabalho não se limita
apenas apontar a causa de uma aprendizagem que não acontece, mas apresenta também inovadoras propostas para que professores possam
desvendar o universo de seus alunos, e assim descobrir o que pode motivar seus alunos a estudarem e assimilarem o conteúdo, o que
inclusive melhora a tão conflitiva relação que se tornou a relação professor-aluno.
Palavras-chaves: Processo de aprendizagem. Motivação. Professor. Aluno.



                                                                Abstract
This article has been conditioned by the Institutional Scholarship Program Initiation to Teaching (Pibid) of the Federal Institute of Para
(IFPA), which, among other things, requires the production of this type of work, and provides both the conditions for research field is carried
out, to send their scholars to schools in the public school system. Before starting the production of this article, it was designed a research
project with the guidance of coordinator Pibid GEOGRAPHY- IFPA, Professor PhD in Human Geography - Cátia Oliveira Macedo -. This is
being submitted to II MEETING OF INITIATION OF TEACHING Pibid / IFPA, having been chosen the theme "Teaching Proposals for
Basic Education in Public Schools." Although the approach is specifically targeted geography discipline, serving in just a few moments to
other disciplines, because it points to the need to rethink how teachers are prepared and taught their classes, and tries to show through
theoretical arguments and reports teachers and students, that the current learning process is outdated. And the text brings the lack of student
motivation as the main cause of failure of the learning process geography in secondary education in public schools. To prepare this, a survey
was conducted as subjects who had students from three classes of high school and their geography teacher in a public school in Belem. The
methodology was applied to observe the daily life of the school subjects, the questionnaires and interviews with the subjects, in addition to
access students' grades. The theoretical construction was through reading articles found on the internet. And this work is not limited to just
point the cause of learning not be happing, but also presents innovative proposals so that teachers can unravel the universe of their students,
and thus find out what can motivate their students to study and assimilate the content, improves so that even conflictual relationship that
became the teacher-student relationship.
Keywords: Learning process. Motivation. Professor. Student.




1
 Bolsista do PIBID-Geografia no Instituto Federal do Pará-IFPA
e-mail: enoque_oliver@hotmail.com
INTRODUÇÃO


       Existem duas maneiras de se fazer algo, forçadamente ou espontaneamente, e os
resultados desses dois tipos de ação são visivelmente diferentes. Na verdade, há um grande
abismo entre esses dois resultados, pois uma ação forçada resulta em algo mal feito, ou
incompleto, ou até inútil para o fim que foi designado. Já uma ação espontânea resulta em
algo caprichado, rico em seu conteúdo, apreciável. Isso porque uma pessoa que age
forçadamente, não tem prazer no que está fazendo, não se importa com o resultado, apenas
quer terminar algo que é obrigatório, pois sofrerá algum dano se não o fizer, mas não é por ser
obrigatório que vai se empenhar intensamente em fazê-lo. E uma pessoa que está agindo
espontaneamente é crítica consigo mesmo, deseja apresentar algo bem feito, porém antes de
parecer bem feito aos outros, precisa parecê-lo para si próprio, pois ela já se encontrava
predisposta a fazer esse algo por razões particulares. E diante da visualização desses dois
processos, inevitavelmente, surge uma questão: o que gera a espontaneidade em uma pessoa?
– a motivação –“aquilo que move uma pessoa ou que a põe em ação ou que a faz mudar de
curso”, segundo Bzuneck (2000, p.9 apud MORAES, 2007, p.3). Quando uma pessoa está
motivada a fazer algo, ela deseja iniciar o mais rápido possível o trabalho necessário para
aquela realização, daí surge à espontaneidade e/ou pró-atividade.
       Pode até parecer utopia imaginar uma sala de aula em que os alunos demostrem
predisposição a todos os assuntos apresentados, ou que tomem a iniciativa própria de estudá-
los, e de modo que não seja primeiramente para atingirem a média necessária para a
aprovação, mas simplesmente por desejarem dominar aquele conteúdo, pois necessitam
daquele conhecimento para aplicar em atividades do dia-a-dia. No entanto, se isso não ocorre
é pela falta da motivação (KNÜPPE, 2006, p. 281), ao aluno só interessa fazer algo, se isto for
lhe proporcionar algum divertimento, entretenimento, como ouvir música ou assistir a um
vídeo ou clipe musical, ou a oportunidade de participar de uma determinada atividade, como
brincar com um jogo eletrônico, ou ainda praticar um esporte, como futebol, vôlei ou tênis de
mesa, por exemplo; e então quando o aluno chega à sala de aula, e o que tem para se fazer é
ficar sentado por vários minutos copiando imensos textos e depois ouvir longos e cansativos
comentários sobre assuntos que não fazem o menor sentido no seu cotidiano (MORAES,
2007, p.7), esse aluno simplesmente não despertará espontaneidade alguma para se estudar
aquele conteúdo, pois se torna chato e enfadonho o que tem para se fazer na escola, como se
percebe na fala de uma professora entrevistada para artigo de Knüppe (2000, p.281) ‘A escola
não é mais um lugar legal. As crianças preferem ficar em casaassistindo um vídeo ou
brincando napraça, porque aqui eles ficam copiando do quadro e sentados a tarde toda. Que
graça tem?’.
       Os alunos obtêm médias baixas nas disciplinas porque não dedicam tempo para
estudá-las, e quando as estudam, nãos as entendem (pelo menos a maioria dos alunos).
Entretanto se não estudam, não é porque são definitivamente preguiçosos ou indispostos a
isso, mas se são caracterizados como esse tipo de aluno, é porque não tem motivos (ou
motivação) para estudar. Tem a prova, mas esta se apresenta como motivo de forma
obrigatória (e hoje em dia os jovens e adolescentes parecem ter criado uma aversão a tudo que
é imposto ou que é colocado de forma obrigatória), e quando o motivo é ter condições de
formarem-se em uma profissão, os alunos não conseguem perceber ou não creem que as
disciplinas estudadas na escola lhes terão alguma utilidade na profissão que escolheram (isso
quando já escolheram alguma), ou seja, os motivos precisam vir do próprio aluno, pois os
motivos que existem não tem alcançado o objetivo de levarem os alunos a estudar. E quando
estudam, mas não compreendem os conteúdos, é porque para se aprender algo é necessário
praticar aquilo. Um mecânico não aprende a concertar carros apenas olhando outro mecânico,
mais experiente, fazendo o serviço, mas precisa ir a pratica para consumar a aprendizagem do
ofício. Com o aluno não é diferente, ele precisa conseguir aplicar os conteúdos para assimilá-
los, e isto pode ser através de uma atividade de campo, ou no seu próprio cotidiano. Porém
quando essa aplicação não acontece, o processo de aprendizagem é prejudicado, acarretando
na incompreensão dos conteúdos por parte dos alunos.
       Diante desta realidade é inegável que, da maneira que está o sistema de ensino das
escolas não pode continuar, é necessária uma urgente revolução nesse sistema, pois é ele, e
não os alunos ou o professor, especificamente, quem principalmente tem gerado os problemas
que atrapalham o processo de aprendizagem.


EM CADAALUNO UM UNIVERSO DE POSSIBILIDADES


       Para este artigo foi realizada uma pesquisa com alunos do ensino médio (um 1º ano,
um 2º ano e um 3º ano) de uma escola pública do bairro do Guamá em Belém. Em um total de
80 alunos, 52 (65%) foram alcançados através de um questionário e entrevistas, que
possibilitaram um conhecimento sobre a visão dos alunos a respeito do processo de
aprendizagem nas aulas de geografia: interesse e aplicabilidade da disciplina, metodologia do
professor, possíveis causas das baixas médias, etc. E também foi realizada uma entrevista com
o professor de geografia das três turmas, a respeito de como ele avaliava a situação do
processo de aprendizagem da geografia: dificuldades, notas baixas, principais problemas
apresentados pelos alunos, etc.
       São notáveis as transformações que veem sofrendo várias instituições presentes no
cotidiano das pessoas. Bancosutilizam os mais modernos sistemas de comunicação para tornar
as transações de seus clientes, as mais rápidas e seguras possíveis; hospitais também são
modernizados com os mais avançados aparelhos para realização de exames e cirurgias (sem
falar nas inúmeras descobertas de tratamentos que a medicina veem realizando); até as igrejas,
independentemente da denominação religiosa, tem incrementado as mais variadas estratégias
para segurar seus fiéis. Enfim, todas estas organizações que há séculos tem feito parte da vida
do homem evoluíram, entretanto a escola apresenta-se nos mesmos moldes de quando surgiu:


                       Até o momento atual, a própria escola não mudou, os modelos didáticos evoluíram,
                       porém a maneira como o aluno era impulsionado para um novo estágio continuou a
                       mesma (...). BETTIO   e MARTINS (2003, apud VERRI, 2010, p.1).


       A escola continua sendo um local onde o aluno encontra uma sala de aula com
carteiras enfileiradas, onde os que não conseguem sentar na primeira fila são obrigados a
passarem todo o período, olhando para a costa de seus colegas, o que dificulta uma relação de
olho-no-olho, mais próxima, igualitária e integradora entre os próprios alunos. Encontram
ainda paredes “mortas”, sem nenhum mapa ou pintura, ou mensagem educativa, ou ainda uma
representação de algum conteúdo através de uma maquete, por exemplo. O único recurso
didático preenchendo as paredes é o quadro, onde o professor escreve longos textos que
cansam os alunos. A forma de avaliação também é sempre a mesma: uma prova na qual o
aluno precisa obter uma determinada nota para que fique comprovado que ele domina aquele
conteúdo. Ou seja, o layout e as relações que o aluno vive dentro da escola continuam se
dando da mesma forma, porém vivemos na contemporaneidade, a escola não pode se
apresentar da mesma maneira em que se apresentava no século XIX.
        Contudo, uma das principais mudanças que precisa acontecer é no modo como o
professor enxerga cada aluno. Preparar uma aula levando em consideração as peculiaridades
de cada aluno é fundamental para que o professor seja bem sucedido na missão de fazer com
que o aluno assimile o conteúdo (MORAES, 2007, p.1). Porém em uma sala de aula com 30,
ou até 40 alunos ás vezes (algo que se encontra com facilidade nas escolas), ou mesmo com
26 alunos (que é a média de alunos nas turmas de ensino médio na escola onde foi realizada a
pesquisa), a tarefa de alcançar cada aluno é tão difícil, que a maioria dos professores
simplesmente nem tentam executá-la:

                        Compreender a diversidade de ideias e entender que cada um de teus alunos possui
                        uma vida própria e consequentemente um objetivo diferente é nossa obrigação. Não
                        é nada fácil, ou quase impossível conseguir atingir a todos em uma sala de aula,
                        geralmente com 30/40 alunos, mas levar o conteúdo de forma mais aprazível e
                        instigante deve ser nossa meta. (VIEIRA, p.7).


         Entretanto, o professor não pode sucumbir diante deste desafio, mas deve enfrentá-lo
com todo o empenho possível, pois se ele se deixar ser desmotivado por isso, o processo de
aprendizagem estará fadado ao completo fracasso. Pois um professor desmotivado contamina
a sala toda:


                        As professoras relataram que nem sempre estão motivadas para o trabalho. Muitas
                        vezes vão trabalhar cansadas. Elas acreditam que essa atitude, de alguma maneira, é
                        percebida pelos alunos, o que faz com que se comportem desmotivados. “Noto que
                        quando estou empolgada, meus alunos também estão. E quando estou baixo astral,
                        eles também ficam. “Parecem que captam o humor da gente. (KNÜPPE, 2006,
                        p.282).

       Além de uma metodologia personalizada para cada aluno, os professores do século
XXI devem reinventar também sua forma de avaliar esse aluno, “como evidencia Perrenoud
(1999) é importante criar um novo modelo deavaliação que seja mais formativa do que
seletiva e, consequentemente, criar um novomodelo de escola” (VERRI, 2010, pg. 2). Mesmo
que ainda seja aparentemente impossível se desvencilhar da avaliação no formato de prova,
mesmo essa ferramenta pode ser aplicada de forma personalizada. Um professor que conhece
as características da personalidade de cada aluno, seus gostos, passatempos preferidos, sua
rotina fora da escola, tem plenas condições de elaborar uma prova diferente para cada aluno,
que apresente questões contextualizadas exatamente no universo particular de cada aluno. É
forçoso reconhecer todo o trabalho e mão-de-obra para a realização dessa – por que não dizer
– façanha, porém é justamente desse tipo de inovação que a escola, e mais ainda os alunos,
estão necessitando. E assim como é existem professores que com certeza achariam graça
dessa proposta, felizmente também existem aqueles que ficariam fascinados pela proposta e
pelos resultados que ela geraria.
         Portanto, um professor que conhece não a vida pessoal de cada aluno, mais o jeito de
ser, as tendências, anseios e objetivos que permeiam o universo de cada um, tem em mãos os
ingredientes para descobrir como motivar seus alunos, pois conhecendo tudo isto sobre o
aluno, ele poderá propor tarefas que façam com que esse último não precise deixar de fazer
algo que gosta quando está fora da escola, para ter que ir fazer algum trabalho, ou estudar para
a prova, mas que façam com que aprenda e domine o conteúdo justamente na prática da
atividade que tem fora da escola, seja através da visualização do conteúdo em algum local
aonde ele (o aluno) vai com frequência, ou através da execução da tarefa exatamente em uma
prática costumeira do aluno, quando este está fora da escola.


ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS


       A geografia é uma disciplina que possuí conteúdos que abordam desde a formação
geológica da terra, até a dinâmica dos sistemas econômicos globais, ou seja, assuntos que em
algum momento tornam-se interessantes para os alunos; ou por ficarem maravilhados com as
imagens de um vídeo que mostra a deriva continental, e o surgimento das cadeias
montanhosas, e etc; ou por identificarem em suas vidas uma determinada consequência do
processo da globalização: o aluno que se comunica com um amigo no exterior através da
internet, por exemplo. E na escola que serviu de campo para a pesquisa, essa realidade não se
mostrou diferente como mostra o gráfico 1 abaixo:


                                      A GEOGRAFIA É:
                                           CHATA/ININTELI
                                               GÍVEL
                                                 4
                                                8%
                            LEGAL/POUCO
                             INTELIGÍVEL
                                  9
                                18%




                                                                INTERESSANTE/I
                                                                  NTELIGÍVEL
                                                                      38
                                                                     74%       TOTAL: 52

             Gráfico 1: A opinião dos alunos a respeito da disciplina de geografia.


       Em um questionário (APÊNDICE A) aplicado para alunos das três séries do ensino
médio (total de 52 alunos), observou-se que a maioria deles (74%) considera a geografia
como uma disciplina interessante e fácil entendimento. E também através do questionário se
pode perceber a visão dos alunos com relação à metodologia de seu professor de geografia
(que é o mesmo nas três turmas), que pode ser visualizada no gráfico 2, a seguir:
METODOLOGIA DO PROFESSOR
                                               CHATA/RUIM
                                  RAZOÁVEL          1
                                     8             2%
                                    15%



                                                             MUITO
                                                           BOA/ÓTIMA
                                                               21
                                                              41%
                                              BOA
                                               22
                                              42%
                                                                                TOTAL: 52
                                                                                ALUNOS
         Gráfico 2: Conceituação dos próprios alunos com relação à metodologia do professor de geografia.



       Como se pôde verificar 83% dos alunos consideram a metodologia do professor de
geografia, no mínimo, boa. Ou seja, em termos gerais: um professor que explica bem e que é
paciente com a turma, segundo resposta dos alunos a outra pergunta do questionário aplicado.
Contudo, ao se ter acesso às notas dos alunos na 1ª avaliação (a única que já havia ocorrido),
foram verificadas médias extremamente baixas – 3,6 no 1º ano; 4,5 no 2º ano, e 3,3 no 3º ano
-, contrastando com o fato de a geografia ser considerada uma matéria interessante, e a
metodologia do professor ser considerada boa. Diante dessa situação, surge uma questão
clara: se a maioria dos alunos considera a geografia uma disciplina interessante, e a maioria
deles também considera boa a metodologia do professor, porque as notas são tão baixas?
       Na busca de uma resposta para esse questionamento, realizou-se entrevistas com esses
alunos e com o professor da turma, e da maioria das repostas dos alunos foi que surgiu a ideia
para o tema desse trabalho.


POR QUE NÃO SE ESTUDAR GEOGRAFIA?


       Apesar de a geografia ser uma matéria interessante para a maioria dos alunos, e de
compreenderem as explicações do professor, estes não tiram boas notas nas provas, e a causa
disso encontra-se na falta de motivação para estudar. Embora os assuntos dentro da geografia
sejam de prender a atenção do aluno, isto é apenas por alguns minutos (o tempo que dura
uma, ou duas aulas), após isso o aluno não mantem mais nenhum contato com aquele
conteúdo, não por isto ser impossível, mas porque simplesmente não vai gastar o tempo que
tem fora da escola para se divertir passear, acessar uma rede social, ou fazer uma outa
atividade qualquer, para estudar algo que (no seu entender) só serve para ser usado na escola,
no momento em que for fazer a prova, não é algo que vá lhe servir no dia-a-dia, como é
percebido na fala de uma aluna entrevistada: “A geografia é legal, mas eu não sinto vontade
de estudar. É tipo astronomia, tem umas coisas que acho muito interessante, mas eu não vou
perder tempo estudando astronomia, não vai me servir de nada”.
          O que se percebe é uma total falta de motivação para se estudar geografia (e talvez
muitas outras matérias), porém não se pode mais ter a visão de que o aluno tem o ato de
estudar como obrigação, e que deva ter predisposição para isso quando entra na escola, e
quando está em casa também. É comum ouvir dos pais que a única obrigação de seus filhos é
estudar, por não possuírem outra ocupação em suas vidas, com ter filhos para criar, contas a
pagar, ter que trabalhar, enfim, coisas que adultos fazem. Essa visão termina por
desconsiderar a vida particular do aluno, não levando em conta que ele gosta de preencher seu
tempo com atividades dinâmicas, com seus amigos, saindo para conhecer e aproveitar vários
lugares. Um aluno é um ser humano normal, se ele não perceber a aplicabilidade, ou o sentido
que determinada coisa tem em sua vida, não haverá motivação para fazê-la. É como um
colaborador de uma empresa que está em uma função na qual não tem afinidade, mesmo que
seu salário dependa de um bom desempenho, sem a devida motivação para aquela tarefa, sua
produtividade sempre será baixa, pois não haverá satisfação na realização da mesma.
          Se nossos alunos não veem o estudo como algo que gere satisfação, e por isso não o
tem como hábito, é porque falta motivação para isso, “a motivação é a energia para a
aprendizagem” (MORAES, 2007, pg. 9), e não por serem biologicamente preguiçosos ou
desinteressados, e este trabalho é fundamentalmente baseado na crença de que compete ao
professor mais este desafio, além de trabalhar com uma remuneração indigna, hoje em dia,
correndo risco de vida e destituído de autoridade e autonomia na escola, cabe ao professor
também ser o descobridor dos elementos que são potenciais geradores da motivação em seus
alunos.


CAMINHOS PARA A MOTIVAÇÃO


          Como esperar que os alunos desenvolvam o hábito de estudar fora da escola (quando
estão em casa), ou que aproveitem uma situação corriqueira do seu dia-a-dia para aplicarem
algum conteúdo visto na sala de aula, se o único local onde é exigido um contato dele com
aquele assunto, é na escola? Se o professor tem a intenção de fazer com que o aluno estude
quando não estiver na escola, que leia textos, busque notícias, enfim, traga alguma
contribuição para a aula, este deve passar para o aluno tarefas, que tenham que ser feitas
quando não estiverem na escola (extraescolares), não aquele dever de casa que a professora da
alfabetização passava, mas fala-se aqui de uma atividade que “obrigue” o aluno a ter outro
contato com o conteúdo, mas não de maneira objetiva, repetitiva, decorativa, fazendo com que
ele entre na internet, copie e cole um texto no trabalho e termine, mas de forma subjetiva,
inovadora, produtiva, fazendo com que o aluno se desloque de sua casa para um determinado
local para observar a paisagem, as relações sociais, a organização espacial, ou que se sinta
desafiado a produzir um texto, não copiado, mas com suas próprias palavras e ideias.
       Partindo dessa concepção de se motivar o aluno a estudar usando o próprio cotidiano
dele, várias ferramentas apresentam-se como auxiliadoras nesse processo.


Questionário de Preferências do Aluno


       Segundo MORAES (2007, pg. 2) “O professor deve fundamentar seutrabalho
conforme as necessidades de seus alunos, considerando sempre omomento emocional e as
ansiedades que permeiam a vida do aluno naquele momento”, portanto há a necessidade do
professor estreitar a sua relação com os alunos. Como o professor poderá passar uma
atividade que implique na integração da mesma com uma atividade da vida cotidiana do
aluno, se o professor não possui uma mínima ideia sobre esse cotidiano? Uma forma bem
prática e simples de se resolver esse problema é a aplicação de um questionário com
perguntas como, por exemplo: Qual seu esporte preferido? Qual seu passatempo nas horas
vagas? Se você tem acesso à internet, o que mais gosta de fazer quando está navegando? O
objetivo desses questionamentos é fornecer ao professor um conhecimento sobre o universo
particular de cada aluno: suas preferências, pretensões para o futuro, insatisfações,
dificuldades, estresses, gosto musical, lugares que frequenta etc, e assim munir o professor de
informações que serão cruciais para proposição de atividades que motivem os alunos a
cultivarem o hábito de estudar.
A Utilização do Facebook na Aula


        As redes sociais são bastante acessadas por crianças e adolescentes em idade escolar, é
o que diz uma pesquisa2 do Núcleo de Informação e Coordenação do ponto BR (Nic.br), que
implementa as decisões e projetos do CGI do Brasil (Comitê Gestor da Internet) realizada
com 1.580 crianças e adolescentes, segundo a qual 42% das crianças entre 9 e 11 anos tem
perfil nas redes sociais, e entre 11 e 16 essa taxa sobe para 70%. E complementando esta, a
EBC (Empresa Brasil de Comunicação) divulgou em seu site3, os dados de uma pesquisa
sobre as redes sócias mais utilizadas no Brasil, na qual o facebook aparece em primeiro lugar.
Baseando-se nesses dados, pode-se presumir que uma grande parte das crianças e
adolescentes entre 9 e 16 anos, possuem um perfil no facebook.
        Esta rede social recebe destaque nesse trabalho e, é indicada para ser utilizada nas
aulas (sejam de geografia, ou mesmo de outra matéria), por acreditar-se que uma esmagadora
maioria de alunos dentro de uma sala de aula acesse-a com bastante frequência, mais do que a
qualquer outra página, pelo menos essa realidade se apresentou nas três turmas que foram
pesquisadas. E nesse fato reside uma oportunidade impar de se motivar o aluno a estudar, a
realizar as atividades extraclasse com afinco, e efetuar a aprendizagem dos conteúdos, pois,
solicitando a este aluno que ele resolva uma determinada atividade tendo que encontrar as
informações necessárias para isso, exclusivamente, na rede social, além de ele descobrir uma
nova forma de utilizar a rede social, este não precisará deixar de fazer algo que gera
entretenimento, para cumprir uma atividade da escola. Ou seja, não faltará motivação para
que o aluno estude, pois além de encontrar algum divertimento ao efetuar a atividade (por
estar fazendo isso usando as ações e ferramentas da rede social), ele estará, enfim,
conseguindo aplicar os conteúdos em seu dia-a-dia.
        O que não faltam são maneiras de se utilizar o facebook na aula, a seguir, apenas
algumas dessas: a) solicitar ao aluno que encontre na rede uma postagem que exemplifique o
conteúdo ministrado na aula, e ao encontrar, marcar o nome do professor (para que se saiba
que a postagem foi encontrada na rede), e trazê-la para a próxima aula para que o aluno
comente e argumente, explicando o porquê de aquela postagem exemplificar o conteúdo; b)
com uma questionamento, ou com uma breve explanação, o professor pode levantar um
debate relâmpago com os alunos que estiverem online, pedindo que eles se manifestem


2
 Endereço eletrônico da pesquisa: http://www.nic.br/imprensa/clipping/2012/midia1347.htm
3
 Endereço eletrônico: http://www.ebc.com.br/tecnologia/2012/09/saiba-quais-sao-as-cinco-redes-sociais-mais-
acessadas-do-brasil
através da opção “comentar”, e o professor pode realizar o feedback (dar o retorno ao aluno)
através da opção “curtir”; c) o professor pode postar vídeos, documentários, filmes curtos, que
abordem algum conteúdo ministrado em sala de aula, e pedir, além de resumos para serem
entregues na sala, comentário breves dos alunos sobre o vídeo, na própria rede.
       O facebook deve ser usado pelo professor apenas como uma ferramenta para
motivação do aluno, para que este chegue ao ponto de despertar tanta vontade pelo estudo,
que não seja necessária a obrigatoriedade da utilização da rede social, mas que ele estude por
amor ao conhecimento.
       Alunos que não possuírem perfil na página podem receber a orientação de como fazer
isso, inclusive dos próprios colegas para que haja uma integração entre a turma, ou se não
desejarem fazê-lo – através do questionário de preferências – o professor deve preparar outra
atividade para esses alunos, envolvendo elementos e/ou atividades de seus cotidianos.
       Enfim, o facebook recebe ênfase, apenas por se tratar de um elemento fortemente
presente na realidade da maioria dos alunos, porém como tem acontecido com todas as redes
sociais que um dia lideraram o ranking das mais utilizadas, o facebook pode perder sua
popularidade, dando lugar a uma nova rede social, mas que com certeza também será presente
no cotidiano das crianças e adolescentes, o professor apenas adequará as atividades à
dinâmica dessa eventual nova rede social.


A Realização de Jogos


       Outro elemento que também é encontrado bastante presente na vida de uma criança
e/ou adolescente, é o jogo. Seja de tabuleiro, de cartas, ou um videogame, enfim, este acaba
constituindo-se como uma forma de entretenimento de grande aceitação. O principal fator
estimulante em um jogo é o teste de habilidades, seja individualmente, ou contra adversários.
Considerando o potencial motivador de um jogo, a realização de gincanas sobre os conteúdos
geográficos, nas quais os alunos teriam a oportunidade de mostrarem seus potenciais, é uma
ótima proposta, pois os alunos sentiriam-se empolgados pelo clima de competição e sentiriam
também que o conhecimento que adquiriram possui algum valor, não somente porque os
ajudou a ganhar pontuação para suas avaliações e porque obtiveram premiações nas
competições, mas principalmente porque serviu para que tivessem conteúdo base para
argumentação sobre determinados assuntos relacionados ao mundo de maneira geral.

                        O jogo vem como um estímulo tanto para melhor compreensão do conteúdo, quanto
                        para o crescimento e o desenvolvimento intelectual do aluno – fundamental,
também, para atingir a responsabilidade e a maturidade. É mais uma forma de levar
                       o conteúdo aos alunos motivando-os a estudar de maneira envolvente. (VERRI,
                       2010, pg. 2)

CONSIDERAÇÕES FINAIS


       Em qualquer atividade que se possa imaginar, se a motivação não estiver presente
naqueles que foram designados para executá-la, ou ela simplesmente não será feita, ou será,
porém de forma bem descompromissada, e consequentemente deixará a desejar. Em se
tratando de estudar não é diferente. Para que o processo de aprendizagem possa ser bem
sucedido, resultando na formação de conhecimento no intelecto do aluno, além de uma boa
explanação do professor, é necessária uma apropriação desse conhecimento, por parte do
aluno, porém com o seu próprio olhar para o tema em questão, ou seja, é preciso que o aluno
estude por si só, que também estude quando não estiver na escola, e quando estiver, que
preste atenção na aula. Entretanto o aluno não se prestará gratuitamente para isso, e quando
não se prestar, é errado determiná-lo como alguém preguiçoso e desleixado, e abandoná-lo no
fundo da sala de aula. Um olhar atento para esta situação irá identificar a falta de motivação
como causa desta postura danosa do aluno ao processo de aprendizagem. E cabe ao professor,
mais esta missão, de descobrir como motivar seu aluno para que este passe a contribuir
positivamente neste processo. Entretanto, conhecer não só a turma, mas a cada aluno
especificamente, é fundamental para que o professor encontre a motivação para eles. E no
enfrentamento desse desafio, ferramentas como questionários para o conhecimento do perfil
do aluno, utilização de redes sociais na aula, realização de jogos, além de simples observações
ao jeito de ser de seus alunos e conversas com os pais destes, apresentam-se como fortes
aliadas.
APÊNDICE A - Questionário para Projeto de Pesquisa


*QUAL A SUA SÉR IE?

(   ) 1º ANO                   (   )2º ANO                 (   )3º ANO


1- O QUE VOCÊ ACHA DA DISC IPLINA “GEOGRAFIA”? POR QUÊ?
R=


2- COM QUAL ASSUNTO DA DISCIP LINA “GEOGRAFIA” VOCÊ MAIS SE
IDENTIFICA? POR QUÊ?
R=


3- O QUE VOCÊ ACHA DA METODOLOGIA (A MANEIRA DE ENSINAR)
DO PROFESSOR?
R=


4- O QUE É UM BOM PROFESSOR PARA VOCÊ?
R=


5- VOCÊ CONSEGUE APLICAR OS CONTEÚDOS VISTOS EM
GEOGRAFIA NO SEU DIA -A-DIA?
R=


6- QUE RECURSO VOCÊ GOSTA QUE SEJA USADO NAS AULAS DE
GEOGRAFIA?
R=


7- QUANDO A AULA DE GEOGRAFIA SE TORNA ATRAENTE?
R=


8- DÊ UMA SUGESTÃO PARA TORNAR A AULA MAIS ATRAENTE?
R=


9- VOCÊ É UM ALUNO QUE FICA MUITO FORA DE SALA? POR QUÊ?
R=
REFERÊNCIAS

FONSECA, José Antonio de Oliveira. MOTA, Patrícia Pereira. PINHEIRO, Josemare Pereira
dos Santos. O papel das novas tecnologias no ensino da geografia. Universidade Federal de
Sergipe. São Cristovão, 2011. Disponível em:
http://www.educonufs.com.br/vcoloquio/cdcoloquio/cdroom/eixo%208/PDF/Microsoft%20W
ord%20%20O%20PAPEL%20DAS%20NOVAS%20TECNOLOGIAS%20NO%20ENSINO
%20DA%20GEOGRAFIA.pdf. Acesso em: 29/08/2012.

KNÜPPE, Luciane. Motivação e Desmotivação: desafio para as professoras do ensino
fundamental. Revista Educaronline. nº.27. pp 277-290. Curitiba: UFPR, 2006. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/er/n27/a17n27.pdf. Acesso em: 31/08/12.

MORAES, Carolina Roberta. Motivação do aluno durante o processo de ensino
aprendizagem. Revista Eletrônica de Educação. Ano I. n.1. ago-dez. Centro Universitário
Filadélfia. Londrina-PR. 2007. Disponível em:
http://web.unifil.br/docs/revista_eletronica/educacao/Artigo_06.pdf. Acesso em: 16/09/12.

PEIXINHO, Dimas Moraes. SOUSA, Marluce Silva. O saber geográfico e seu
desenvolvimento na escola. Revista Eletrônica: Intinerarius Reflections. Universidade Federal
de Goiás. Jataí, 2006. Disponível em:
http://revistas.jatai.ufg.br/index.php/itinerarius/article/view/196/178. Acesso em: 02/09/2012.

VERRI, Juliana Bertolino. A importância da utilização de jogos aplicados ao ensino da
geografia. Universidade Estadual de Maringá. Maringá. Disponível em:
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/2010/Geografia/art
_geo_jogos.pdf. Acesso em: 01/09/2012.

VIEIRA, Rejane. Metodologias de ensino utilizadas nas aulas de geografia. Universidade
Federal de Pelotas. Disponível em:
http://www.ufpel.edu.br/fae/dialogoscompaulofreire/METODOLOGIAS%20DE%20ENSINO
%20UTILIZADAS%20NAS%20AULAS%20DE%20GEOGRAFIA.pdf. Acesso em:
07/09/2012.

http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/05/25/936671/100-maneiras-usar-
facebook-em-sala-aula.html. Acesso em: 02/11/12

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A aprendizagem da geografia no ensino médio

  • 1. A Aprendizagem da Geografia no Ensino Médio: encontrando motivações no cotidiano do aluno. Enoque Foro de Oliveira1 Resumo Este artigo foi condicionado pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) do Instituto Federal do Pará (IFPA), que, entre outras atribuições, exige a produção desse tipo de trabalho, e para tanto proporciona as condições para que a pesquisa de campo seja realizada, ao enviar seus bolsistas para escolas da rede pública de ensino. Antes de se iniciar a produção deste artigo, foi elaborado um projeto de pesquisa, com orientação da coordenadora do PIBID-GEOGRAFIA do IFPA, aprofessora doutora em Geografia Humana – Cátia Oliveira Macedo-. Este está sendo submetido ao II ENCONTRO DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA DO PIBID/IFPA, tendo sido escolhido o tema “Propostas de Ensino para a educação Básica nas Escolas Públicas”. Apesar de a abordagem ser direcionada especificamente a disciplina geografia, acaba servindo em alguns momentos para outras disciplinas, pois aponta para a necessidade de se repensar o modo como os professores tem preparado e ministrados suas aulas, e procura mostrar através da argumentação teórica e de relatos de professores e alunos, que o atual processo de aprendizagem está defasado. E o texto trás a falta de motivação dos alunos como a principal causa do insucesso do processo de aprendizagem da geografia no ensino médio nas escolas públicas. Para a elaboração deste, foi realizada uma pesquisa que teve como sujeitos alunos de três turmas de ensino médio e seu professor de geografia em uma escola pública de Belém. Ametodologiaaplicada foi a observação do cotidiano dos sujeitos na escola, a aplicação de questionários e entrevistas com os sujeitos, além do acesso as notas dos alunos. A construção teórica se deu através da leitura de artigos encontrados na internet. E este trabalho não se limita apenas apontar a causa de uma aprendizagem que não acontece, mas apresenta também inovadoras propostas para que professores possam desvendar o universo de seus alunos, e assim descobrir o que pode motivar seus alunos a estudarem e assimilarem o conteúdo, o que inclusive melhora a tão conflitiva relação que se tornou a relação professor-aluno. Palavras-chaves: Processo de aprendizagem. Motivação. Professor. Aluno. Abstract This article has been conditioned by the Institutional Scholarship Program Initiation to Teaching (Pibid) of the Federal Institute of Para (IFPA), which, among other things, requires the production of this type of work, and provides both the conditions for research field is carried out, to send their scholars to schools in the public school system. Before starting the production of this article, it was designed a research project with the guidance of coordinator Pibid GEOGRAPHY- IFPA, Professor PhD in Human Geography - Cátia Oliveira Macedo -. This is being submitted to II MEETING OF INITIATION OF TEACHING Pibid / IFPA, having been chosen the theme "Teaching Proposals for Basic Education in Public Schools." Although the approach is specifically targeted geography discipline, serving in just a few moments to other disciplines, because it points to the need to rethink how teachers are prepared and taught their classes, and tries to show through theoretical arguments and reports teachers and students, that the current learning process is outdated. And the text brings the lack of student motivation as the main cause of failure of the learning process geography in secondary education in public schools. To prepare this, a survey was conducted as subjects who had students from three classes of high school and their geography teacher in a public school in Belem. The methodology was applied to observe the daily life of the school subjects, the questionnaires and interviews with the subjects, in addition to access students' grades. The theoretical construction was through reading articles found on the internet. And this work is not limited to just point the cause of learning not be happing, but also presents innovative proposals so that teachers can unravel the universe of their students, and thus find out what can motivate their students to study and assimilate the content, improves so that even conflictual relationship that became the teacher-student relationship. Keywords: Learning process. Motivation. Professor. Student. 1 Bolsista do PIBID-Geografia no Instituto Federal do Pará-IFPA e-mail: enoque_oliver@hotmail.com
  • 2. INTRODUÇÃO Existem duas maneiras de se fazer algo, forçadamente ou espontaneamente, e os resultados desses dois tipos de ação são visivelmente diferentes. Na verdade, há um grande abismo entre esses dois resultados, pois uma ação forçada resulta em algo mal feito, ou incompleto, ou até inútil para o fim que foi designado. Já uma ação espontânea resulta em algo caprichado, rico em seu conteúdo, apreciável. Isso porque uma pessoa que age forçadamente, não tem prazer no que está fazendo, não se importa com o resultado, apenas quer terminar algo que é obrigatório, pois sofrerá algum dano se não o fizer, mas não é por ser obrigatório que vai se empenhar intensamente em fazê-lo. E uma pessoa que está agindo espontaneamente é crítica consigo mesmo, deseja apresentar algo bem feito, porém antes de parecer bem feito aos outros, precisa parecê-lo para si próprio, pois ela já se encontrava predisposta a fazer esse algo por razões particulares. E diante da visualização desses dois processos, inevitavelmente, surge uma questão: o que gera a espontaneidade em uma pessoa? – a motivação –“aquilo que move uma pessoa ou que a põe em ação ou que a faz mudar de curso”, segundo Bzuneck (2000, p.9 apud MORAES, 2007, p.3). Quando uma pessoa está motivada a fazer algo, ela deseja iniciar o mais rápido possível o trabalho necessário para aquela realização, daí surge à espontaneidade e/ou pró-atividade. Pode até parecer utopia imaginar uma sala de aula em que os alunos demostrem predisposição a todos os assuntos apresentados, ou que tomem a iniciativa própria de estudá- los, e de modo que não seja primeiramente para atingirem a média necessária para a aprovação, mas simplesmente por desejarem dominar aquele conteúdo, pois necessitam daquele conhecimento para aplicar em atividades do dia-a-dia. No entanto, se isso não ocorre é pela falta da motivação (KNÜPPE, 2006, p. 281), ao aluno só interessa fazer algo, se isto for lhe proporcionar algum divertimento, entretenimento, como ouvir música ou assistir a um vídeo ou clipe musical, ou a oportunidade de participar de uma determinada atividade, como brincar com um jogo eletrônico, ou ainda praticar um esporte, como futebol, vôlei ou tênis de mesa, por exemplo; e então quando o aluno chega à sala de aula, e o que tem para se fazer é ficar sentado por vários minutos copiando imensos textos e depois ouvir longos e cansativos comentários sobre assuntos que não fazem o menor sentido no seu cotidiano (MORAES, 2007, p.7), esse aluno simplesmente não despertará espontaneidade alguma para se estudar aquele conteúdo, pois se torna chato e enfadonho o que tem para se fazer na escola, como se percebe na fala de uma professora entrevistada para artigo de Knüppe (2000, p.281) ‘A escola não é mais um lugar legal. As crianças preferem ficar em casaassistindo um vídeo ou
  • 3. brincando napraça, porque aqui eles ficam copiando do quadro e sentados a tarde toda. Que graça tem?’. Os alunos obtêm médias baixas nas disciplinas porque não dedicam tempo para estudá-las, e quando as estudam, nãos as entendem (pelo menos a maioria dos alunos). Entretanto se não estudam, não é porque são definitivamente preguiçosos ou indispostos a isso, mas se são caracterizados como esse tipo de aluno, é porque não tem motivos (ou motivação) para estudar. Tem a prova, mas esta se apresenta como motivo de forma obrigatória (e hoje em dia os jovens e adolescentes parecem ter criado uma aversão a tudo que é imposto ou que é colocado de forma obrigatória), e quando o motivo é ter condições de formarem-se em uma profissão, os alunos não conseguem perceber ou não creem que as disciplinas estudadas na escola lhes terão alguma utilidade na profissão que escolheram (isso quando já escolheram alguma), ou seja, os motivos precisam vir do próprio aluno, pois os motivos que existem não tem alcançado o objetivo de levarem os alunos a estudar. E quando estudam, mas não compreendem os conteúdos, é porque para se aprender algo é necessário praticar aquilo. Um mecânico não aprende a concertar carros apenas olhando outro mecânico, mais experiente, fazendo o serviço, mas precisa ir a pratica para consumar a aprendizagem do ofício. Com o aluno não é diferente, ele precisa conseguir aplicar os conteúdos para assimilá- los, e isto pode ser através de uma atividade de campo, ou no seu próprio cotidiano. Porém quando essa aplicação não acontece, o processo de aprendizagem é prejudicado, acarretando na incompreensão dos conteúdos por parte dos alunos. Diante desta realidade é inegável que, da maneira que está o sistema de ensino das escolas não pode continuar, é necessária uma urgente revolução nesse sistema, pois é ele, e não os alunos ou o professor, especificamente, quem principalmente tem gerado os problemas que atrapalham o processo de aprendizagem. EM CADAALUNO UM UNIVERSO DE POSSIBILIDADES Para este artigo foi realizada uma pesquisa com alunos do ensino médio (um 1º ano, um 2º ano e um 3º ano) de uma escola pública do bairro do Guamá em Belém. Em um total de 80 alunos, 52 (65%) foram alcançados através de um questionário e entrevistas, que possibilitaram um conhecimento sobre a visão dos alunos a respeito do processo de aprendizagem nas aulas de geografia: interesse e aplicabilidade da disciplina, metodologia do professor, possíveis causas das baixas médias, etc. E também foi realizada uma entrevista com o professor de geografia das três turmas, a respeito de como ele avaliava a situação do
  • 4. processo de aprendizagem da geografia: dificuldades, notas baixas, principais problemas apresentados pelos alunos, etc. São notáveis as transformações que veem sofrendo várias instituições presentes no cotidiano das pessoas. Bancosutilizam os mais modernos sistemas de comunicação para tornar as transações de seus clientes, as mais rápidas e seguras possíveis; hospitais também são modernizados com os mais avançados aparelhos para realização de exames e cirurgias (sem falar nas inúmeras descobertas de tratamentos que a medicina veem realizando); até as igrejas, independentemente da denominação religiosa, tem incrementado as mais variadas estratégias para segurar seus fiéis. Enfim, todas estas organizações que há séculos tem feito parte da vida do homem evoluíram, entretanto a escola apresenta-se nos mesmos moldes de quando surgiu: Até o momento atual, a própria escola não mudou, os modelos didáticos evoluíram, porém a maneira como o aluno era impulsionado para um novo estágio continuou a mesma (...). BETTIO e MARTINS (2003, apud VERRI, 2010, p.1). A escola continua sendo um local onde o aluno encontra uma sala de aula com carteiras enfileiradas, onde os que não conseguem sentar na primeira fila são obrigados a passarem todo o período, olhando para a costa de seus colegas, o que dificulta uma relação de olho-no-olho, mais próxima, igualitária e integradora entre os próprios alunos. Encontram ainda paredes “mortas”, sem nenhum mapa ou pintura, ou mensagem educativa, ou ainda uma representação de algum conteúdo através de uma maquete, por exemplo. O único recurso didático preenchendo as paredes é o quadro, onde o professor escreve longos textos que cansam os alunos. A forma de avaliação também é sempre a mesma: uma prova na qual o aluno precisa obter uma determinada nota para que fique comprovado que ele domina aquele conteúdo. Ou seja, o layout e as relações que o aluno vive dentro da escola continuam se dando da mesma forma, porém vivemos na contemporaneidade, a escola não pode se apresentar da mesma maneira em que se apresentava no século XIX. Contudo, uma das principais mudanças que precisa acontecer é no modo como o professor enxerga cada aluno. Preparar uma aula levando em consideração as peculiaridades de cada aluno é fundamental para que o professor seja bem sucedido na missão de fazer com que o aluno assimile o conteúdo (MORAES, 2007, p.1). Porém em uma sala de aula com 30, ou até 40 alunos ás vezes (algo que se encontra com facilidade nas escolas), ou mesmo com 26 alunos (que é a média de alunos nas turmas de ensino médio na escola onde foi realizada a pesquisa), a tarefa de alcançar cada aluno é tão difícil, que a maioria dos professores
  • 5. simplesmente nem tentam executá-la: Compreender a diversidade de ideias e entender que cada um de teus alunos possui uma vida própria e consequentemente um objetivo diferente é nossa obrigação. Não é nada fácil, ou quase impossível conseguir atingir a todos em uma sala de aula, geralmente com 30/40 alunos, mas levar o conteúdo de forma mais aprazível e instigante deve ser nossa meta. (VIEIRA, p.7). Entretanto, o professor não pode sucumbir diante deste desafio, mas deve enfrentá-lo com todo o empenho possível, pois se ele se deixar ser desmotivado por isso, o processo de aprendizagem estará fadado ao completo fracasso. Pois um professor desmotivado contamina a sala toda: As professoras relataram que nem sempre estão motivadas para o trabalho. Muitas vezes vão trabalhar cansadas. Elas acreditam que essa atitude, de alguma maneira, é percebida pelos alunos, o que faz com que se comportem desmotivados. “Noto que quando estou empolgada, meus alunos também estão. E quando estou baixo astral, eles também ficam. “Parecem que captam o humor da gente. (KNÜPPE, 2006, p.282). Além de uma metodologia personalizada para cada aluno, os professores do século XXI devem reinventar também sua forma de avaliar esse aluno, “como evidencia Perrenoud (1999) é importante criar um novo modelo deavaliação que seja mais formativa do que seletiva e, consequentemente, criar um novomodelo de escola” (VERRI, 2010, pg. 2). Mesmo que ainda seja aparentemente impossível se desvencilhar da avaliação no formato de prova, mesmo essa ferramenta pode ser aplicada de forma personalizada. Um professor que conhece as características da personalidade de cada aluno, seus gostos, passatempos preferidos, sua rotina fora da escola, tem plenas condições de elaborar uma prova diferente para cada aluno, que apresente questões contextualizadas exatamente no universo particular de cada aluno. É forçoso reconhecer todo o trabalho e mão-de-obra para a realização dessa – por que não dizer – façanha, porém é justamente desse tipo de inovação que a escola, e mais ainda os alunos, estão necessitando. E assim como é existem professores que com certeza achariam graça dessa proposta, felizmente também existem aqueles que ficariam fascinados pela proposta e pelos resultados que ela geraria. Portanto, um professor que conhece não a vida pessoal de cada aluno, mais o jeito de ser, as tendências, anseios e objetivos que permeiam o universo de cada um, tem em mãos os ingredientes para descobrir como motivar seus alunos, pois conhecendo tudo isto sobre o aluno, ele poderá propor tarefas que façam com que esse último não precise deixar de fazer algo que gosta quando está fora da escola, para ter que ir fazer algum trabalho, ou estudar para
  • 6. a prova, mas que façam com que aprenda e domine o conteúdo justamente na prática da atividade que tem fora da escola, seja através da visualização do conteúdo em algum local aonde ele (o aluno) vai com frequência, ou através da execução da tarefa exatamente em uma prática costumeira do aluno, quando este está fora da escola. ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS A geografia é uma disciplina que possuí conteúdos que abordam desde a formação geológica da terra, até a dinâmica dos sistemas econômicos globais, ou seja, assuntos que em algum momento tornam-se interessantes para os alunos; ou por ficarem maravilhados com as imagens de um vídeo que mostra a deriva continental, e o surgimento das cadeias montanhosas, e etc; ou por identificarem em suas vidas uma determinada consequência do processo da globalização: o aluno que se comunica com um amigo no exterior através da internet, por exemplo. E na escola que serviu de campo para a pesquisa, essa realidade não se mostrou diferente como mostra o gráfico 1 abaixo: A GEOGRAFIA É: CHATA/ININTELI GÍVEL 4 8% LEGAL/POUCO INTELIGÍVEL 9 18% INTERESSANTE/I NTELIGÍVEL 38 74% TOTAL: 52 Gráfico 1: A opinião dos alunos a respeito da disciplina de geografia. Em um questionário (APÊNDICE A) aplicado para alunos das três séries do ensino médio (total de 52 alunos), observou-se que a maioria deles (74%) considera a geografia como uma disciplina interessante e fácil entendimento. E também através do questionário se pode perceber a visão dos alunos com relação à metodologia de seu professor de geografia (que é o mesmo nas três turmas), que pode ser visualizada no gráfico 2, a seguir:
  • 7. METODOLOGIA DO PROFESSOR CHATA/RUIM RAZOÁVEL 1 8 2% 15% MUITO BOA/ÓTIMA 21 41% BOA 22 42% TOTAL: 52 ALUNOS Gráfico 2: Conceituação dos próprios alunos com relação à metodologia do professor de geografia. Como se pôde verificar 83% dos alunos consideram a metodologia do professor de geografia, no mínimo, boa. Ou seja, em termos gerais: um professor que explica bem e que é paciente com a turma, segundo resposta dos alunos a outra pergunta do questionário aplicado. Contudo, ao se ter acesso às notas dos alunos na 1ª avaliação (a única que já havia ocorrido), foram verificadas médias extremamente baixas – 3,6 no 1º ano; 4,5 no 2º ano, e 3,3 no 3º ano -, contrastando com o fato de a geografia ser considerada uma matéria interessante, e a metodologia do professor ser considerada boa. Diante dessa situação, surge uma questão clara: se a maioria dos alunos considera a geografia uma disciplina interessante, e a maioria deles também considera boa a metodologia do professor, porque as notas são tão baixas? Na busca de uma resposta para esse questionamento, realizou-se entrevistas com esses alunos e com o professor da turma, e da maioria das repostas dos alunos foi que surgiu a ideia para o tema desse trabalho. POR QUE NÃO SE ESTUDAR GEOGRAFIA? Apesar de a geografia ser uma matéria interessante para a maioria dos alunos, e de compreenderem as explicações do professor, estes não tiram boas notas nas provas, e a causa disso encontra-se na falta de motivação para estudar. Embora os assuntos dentro da geografia sejam de prender a atenção do aluno, isto é apenas por alguns minutos (o tempo que dura uma, ou duas aulas), após isso o aluno não mantem mais nenhum contato com aquele
  • 8. conteúdo, não por isto ser impossível, mas porque simplesmente não vai gastar o tempo que tem fora da escola para se divertir passear, acessar uma rede social, ou fazer uma outa atividade qualquer, para estudar algo que (no seu entender) só serve para ser usado na escola, no momento em que for fazer a prova, não é algo que vá lhe servir no dia-a-dia, como é percebido na fala de uma aluna entrevistada: “A geografia é legal, mas eu não sinto vontade de estudar. É tipo astronomia, tem umas coisas que acho muito interessante, mas eu não vou perder tempo estudando astronomia, não vai me servir de nada”. O que se percebe é uma total falta de motivação para se estudar geografia (e talvez muitas outras matérias), porém não se pode mais ter a visão de que o aluno tem o ato de estudar como obrigação, e que deva ter predisposição para isso quando entra na escola, e quando está em casa também. É comum ouvir dos pais que a única obrigação de seus filhos é estudar, por não possuírem outra ocupação em suas vidas, com ter filhos para criar, contas a pagar, ter que trabalhar, enfim, coisas que adultos fazem. Essa visão termina por desconsiderar a vida particular do aluno, não levando em conta que ele gosta de preencher seu tempo com atividades dinâmicas, com seus amigos, saindo para conhecer e aproveitar vários lugares. Um aluno é um ser humano normal, se ele não perceber a aplicabilidade, ou o sentido que determinada coisa tem em sua vida, não haverá motivação para fazê-la. É como um colaborador de uma empresa que está em uma função na qual não tem afinidade, mesmo que seu salário dependa de um bom desempenho, sem a devida motivação para aquela tarefa, sua produtividade sempre será baixa, pois não haverá satisfação na realização da mesma. Se nossos alunos não veem o estudo como algo que gere satisfação, e por isso não o tem como hábito, é porque falta motivação para isso, “a motivação é a energia para a aprendizagem” (MORAES, 2007, pg. 9), e não por serem biologicamente preguiçosos ou desinteressados, e este trabalho é fundamentalmente baseado na crença de que compete ao professor mais este desafio, além de trabalhar com uma remuneração indigna, hoje em dia, correndo risco de vida e destituído de autoridade e autonomia na escola, cabe ao professor também ser o descobridor dos elementos que são potenciais geradores da motivação em seus alunos. CAMINHOS PARA A MOTIVAÇÃO Como esperar que os alunos desenvolvam o hábito de estudar fora da escola (quando estão em casa), ou que aproveitem uma situação corriqueira do seu dia-a-dia para aplicarem algum conteúdo visto na sala de aula, se o único local onde é exigido um contato dele com
  • 9. aquele assunto, é na escola? Se o professor tem a intenção de fazer com que o aluno estude quando não estiver na escola, que leia textos, busque notícias, enfim, traga alguma contribuição para a aula, este deve passar para o aluno tarefas, que tenham que ser feitas quando não estiverem na escola (extraescolares), não aquele dever de casa que a professora da alfabetização passava, mas fala-se aqui de uma atividade que “obrigue” o aluno a ter outro contato com o conteúdo, mas não de maneira objetiva, repetitiva, decorativa, fazendo com que ele entre na internet, copie e cole um texto no trabalho e termine, mas de forma subjetiva, inovadora, produtiva, fazendo com que o aluno se desloque de sua casa para um determinado local para observar a paisagem, as relações sociais, a organização espacial, ou que se sinta desafiado a produzir um texto, não copiado, mas com suas próprias palavras e ideias. Partindo dessa concepção de se motivar o aluno a estudar usando o próprio cotidiano dele, várias ferramentas apresentam-se como auxiliadoras nesse processo. Questionário de Preferências do Aluno Segundo MORAES (2007, pg. 2) “O professor deve fundamentar seutrabalho conforme as necessidades de seus alunos, considerando sempre omomento emocional e as ansiedades que permeiam a vida do aluno naquele momento”, portanto há a necessidade do professor estreitar a sua relação com os alunos. Como o professor poderá passar uma atividade que implique na integração da mesma com uma atividade da vida cotidiana do aluno, se o professor não possui uma mínima ideia sobre esse cotidiano? Uma forma bem prática e simples de se resolver esse problema é a aplicação de um questionário com perguntas como, por exemplo: Qual seu esporte preferido? Qual seu passatempo nas horas vagas? Se você tem acesso à internet, o que mais gosta de fazer quando está navegando? O objetivo desses questionamentos é fornecer ao professor um conhecimento sobre o universo particular de cada aluno: suas preferências, pretensões para o futuro, insatisfações, dificuldades, estresses, gosto musical, lugares que frequenta etc, e assim munir o professor de informações que serão cruciais para proposição de atividades que motivem os alunos a cultivarem o hábito de estudar.
  • 10. A Utilização do Facebook na Aula As redes sociais são bastante acessadas por crianças e adolescentes em idade escolar, é o que diz uma pesquisa2 do Núcleo de Informação e Coordenação do ponto BR (Nic.br), que implementa as decisões e projetos do CGI do Brasil (Comitê Gestor da Internet) realizada com 1.580 crianças e adolescentes, segundo a qual 42% das crianças entre 9 e 11 anos tem perfil nas redes sociais, e entre 11 e 16 essa taxa sobe para 70%. E complementando esta, a EBC (Empresa Brasil de Comunicação) divulgou em seu site3, os dados de uma pesquisa sobre as redes sócias mais utilizadas no Brasil, na qual o facebook aparece em primeiro lugar. Baseando-se nesses dados, pode-se presumir que uma grande parte das crianças e adolescentes entre 9 e 16 anos, possuem um perfil no facebook. Esta rede social recebe destaque nesse trabalho e, é indicada para ser utilizada nas aulas (sejam de geografia, ou mesmo de outra matéria), por acreditar-se que uma esmagadora maioria de alunos dentro de uma sala de aula acesse-a com bastante frequência, mais do que a qualquer outra página, pelo menos essa realidade se apresentou nas três turmas que foram pesquisadas. E nesse fato reside uma oportunidade impar de se motivar o aluno a estudar, a realizar as atividades extraclasse com afinco, e efetuar a aprendizagem dos conteúdos, pois, solicitando a este aluno que ele resolva uma determinada atividade tendo que encontrar as informações necessárias para isso, exclusivamente, na rede social, além de ele descobrir uma nova forma de utilizar a rede social, este não precisará deixar de fazer algo que gera entretenimento, para cumprir uma atividade da escola. Ou seja, não faltará motivação para que o aluno estude, pois além de encontrar algum divertimento ao efetuar a atividade (por estar fazendo isso usando as ações e ferramentas da rede social), ele estará, enfim, conseguindo aplicar os conteúdos em seu dia-a-dia. O que não faltam são maneiras de se utilizar o facebook na aula, a seguir, apenas algumas dessas: a) solicitar ao aluno que encontre na rede uma postagem que exemplifique o conteúdo ministrado na aula, e ao encontrar, marcar o nome do professor (para que se saiba que a postagem foi encontrada na rede), e trazê-la para a próxima aula para que o aluno comente e argumente, explicando o porquê de aquela postagem exemplificar o conteúdo; b) com uma questionamento, ou com uma breve explanação, o professor pode levantar um debate relâmpago com os alunos que estiverem online, pedindo que eles se manifestem 2 Endereço eletrônico da pesquisa: http://www.nic.br/imprensa/clipping/2012/midia1347.htm 3 Endereço eletrônico: http://www.ebc.com.br/tecnologia/2012/09/saiba-quais-sao-as-cinco-redes-sociais-mais- acessadas-do-brasil
  • 11. através da opção “comentar”, e o professor pode realizar o feedback (dar o retorno ao aluno) através da opção “curtir”; c) o professor pode postar vídeos, documentários, filmes curtos, que abordem algum conteúdo ministrado em sala de aula, e pedir, além de resumos para serem entregues na sala, comentário breves dos alunos sobre o vídeo, na própria rede. O facebook deve ser usado pelo professor apenas como uma ferramenta para motivação do aluno, para que este chegue ao ponto de despertar tanta vontade pelo estudo, que não seja necessária a obrigatoriedade da utilização da rede social, mas que ele estude por amor ao conhecimento. Alunos que não possuírem perfil na página podem receber a orientação de como fazer isso, inclusive dos próprios colegas para que haja uma integração entre a turma, ou se não desejarem fazê-lo – através do questionário de preferências – o professor deve preparar outra atividade para esses alunos, envolvendo elementos e/ou atividades de seus cotidianos. Enfim, o facebook recebe ênfase, apenas por se tratar de um elemento fortemente presente na realidade da maioria dos alunos, porém como tem acontecido com todas as redes sociais que um dia lideraram o ranking das mais utilizadas, o facebook pode perder sua popularidade, dando lugar a uma nova rede social, mas que com certeza também será presente no cotidiano das crianças e adolescentes, o professor apenas adequará as atividades à dinâmica dessa eventual nova rede social. A Realização de Jogos Outro elemento que também é encontrado bastante presente na vida de uma criança e/ou adolescente, é o jogo. Seja de tabuleiro, de cartas, ou um videogame, enfim, este acaba constituindo-se como uma forma de entretenimento de grande aceitação. O principal fator estimulante em um jogo é o teste de habilidades, seja individualmente, ou contra adversários. Considerando o potencial motivador de um jogo, a realização de gincanas sobre os conteúdos geográficos, nas quais os alunos teriam a oportunidade de mostrarem seus potenciais, é uma ótima proposta, pois os alunos sentiriam-se empolgados pelo clima de competição e sentiriam também que o conhecimento que adquiriram possui algum valor, não somente porque os ajudou a ganhar pontuação para suas avaliações e porque obtiveram premiações nas competições, mas principalmente porque serviu para que tivessem conteúdo base para argumentação sobre determinados assuntos relacionados ao mundo de maneira geral. O jogo vem como um estímulo tanto para melhor compreensão do conteúdo, quanto para o crescimento e o desenvolvimento intelectual do aluno – fundamental,
  • 12. também, para atingir a responsabilidade e a maturidade. É mais uma forma de levar o conteúdo aos alunos motivando-os a estudar de maneira envolvente. (VERRI, 2010, pg. 2) CONSIDERAÇÕES FINAIS Em qualquer atividade que se possa imaginar, se a motivação não estiver presente naqueles que foram designados para executá-la, ou ela simplesmente não será feita, ou será, porém de forma bem descompromissada, e consequentemente deixará a desejar. Em se tratando de estudar não é diferente. Para que o processo de aprendizagem possa ser bem sucedido, resultando na formação de conhecimento no intelecto do aluno, além de uma boa explanação do professor, é necessária uma apropriação desse conhecimento, por parte do aluno, porém com o seu próprio olhar para o tema em questão, ou seja, é preciso que o aluno estude por si só, que também estude quando não estiver na escola, e quando estiver, que preste atenção na aula. Entretanto o aluno não se prestará gratuitamente para isso, e quando não se prestar, é errado determiná-lo como alguém preguiçoso e desleixado, e abandoná-lo no fundo da sala de aula. Um olhar atento para esta situação irá identificar a falta de motivação como causa desta postura danosa do aluno ao processo de aprendizagem. E cabe ao professor, mais esta missão, de descobrir como motivar seu aluno para que este passe a contribuir positivamente neste processo. Entretanto, conhecer não só a turma, mas a cada aluno especificamente, é fundamental para que o professor encontre a motivação para eles. E no enfrentamento desse desafio, ferramentas como questionários para o conhecimento do perfil do aluno, utilização de redes sociais na aula, realização de jogos, além de simples observações ao jeito de ser de seus alunos e conversas com os pais destes, apresentam-se como fortes aliadas.
  • 13. APÊNDICE A - Questionário para Projeto de Pesquisa *QUAL A SUA SÉR IE? ( ) 1º ANO ( )2º ANO ( )3º ANO 1- O QUE VOCÊ ACHA DA DISC IPLINA “GEOGRAFIA”? POR QUÊ? R= 2- COM QUAL ASSUNTO DA DISCIP LINA “GEOGRAFIA” VOCÊ MAIS SE IDENTIFICA? POR QUÊ? R= 3- O QUE VOCÊ ACHA DA METODOLOGIA (A MANEIRA DE ENSINAR) DO PROFESSOR? R= 4- O QUE É UM BOM PROFESSOR PARA VOCÊ? R= 5- VOCÊ CONSEGUE APLICAR OS CONTEÚDOS VISTOS EM GEOGRAFIA NO SEU DIA -A-DIA? R= 6- QUE RECURSO VOCÊ GOSTA QUE SEJA USADO NAS AULAS DE GEOGRAFIA? R= 7- QUANDO A AULA DE GEOGRAFIA SE TORNA ATRAENTE? R= 8- DÊ UMA SUGESTÃO PARA TORNAR A AULA MAIS ATRAENTE? R= 9- VOCÊ É UM ALUNO QUE FICA MUITO FORA DE SALA? POR QUÊ? R=
  • 14. REFERÊNCIAS FONSECA, José Antonio de Oliveira. MOTA, Patrícia Pereira. PINHEIRO, Josemare Pereira dos Santos. O papel das novas tecnologias no ensino da geografia. Universidade Federal de Sergipe. São Cristovão, 2011. Disponível em: http://www.educonufs.com.br/vcoloquio/cdcoloquio/cdroom/eixo%208/PDF/Microsoft%20W ord%20%20O%20PAPEL%20DAS%20NOVAS%20TECNOLOGIAS%20NO%20ENSINO %20DA%20GEOGRAFIA.pdf. Acesso em: 29/08/2012. KNÜPPE, Luciane. Motivação e Desmotivação: desafio para as professoras do ensino fundamental. Revista Educaronline. nº.27. pp 277-290. Curitiba: UFPR, 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/er/n27/a17n27.pdf. Acesso em: 31/08/12. MORAES, Carolina Roberta. Motivação do aluno durante o processo de ensino aprendizagem. Revista Eletrônica de Educação. Ano I. n.1. ago-dez. Centro Universitário Filadélfia. Londrina-PR. 2007. Disponível em: http://web.unifil.br/docs/revista_eletronica/educacao/Artigo_06.pdf. Acesso em: 16/09/12. PEIXINHO, Dimas Moraes. SOUSA, Marluce Silva. O saber geográfico e seu desenvolvimento na escola. Revista Eletrônica: Intinerarius Reflections. Universidade Federal de Goiás. Jataí, 2006. Disponível em: http://revistas.jatai.ufg.br/index.php/itinerarius/article/view/196/178. Acesso em: 02/09/2012. VERRI, Juliana Bertolino. A importância da utilização de jogos aplicados ao ensino da geografia. Universidade Estadual de Maringá. Maringá. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/2010/Geografia/art _geo_jogos.pdf. Acesso em: 01/09/2012. VIEIRA, Rejane. Metodologias de ensino utilizadas nas aulas de geografia. Universidade Federal de Pelotas. Disponível em: http://www.ufpel.edu.br/fae/dialogoscompaulofreire/METODOLOGIAS%20DE%20ENSINO %20UTILIZADAS%20NAS%20AULAS%20DE%20GEOGRAFIA.pdf. Acesso em: 07/09/2012. http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/05/25/936671/100-maneiras-usar- facebook-em-sala-aula.html. Acesso em: 02/11/12