[1] O documento discute o livro de Eclesiastes e sua ênfase na "vaidade de vaidades", ou seja, que todas as coisas deste mundo são passageiras e fúteis. [2] Salomão observa que as mesmas coisas se repetem ciclicamente sob o sol, sem nada de verdadeiramente novo, e que a sabedoria trás tanto benefícios quanto enfado. [3] Apesar da futilidade das coisas mundanas, Deus sustenta o universo e pode dar sentido à vida.
1. ECLESIASTES 1:1-18
1:1 – sobre a autoria do livro, já foi discutida na última aula.
1:2 - “Vaidade de vaidades. Tudo é vaidade” (1:2 e 12:8).
A forma literária hebraica “X de X” indica um superlativo e intensifica uma ideia. Por exemplo:
o “Santo dos Santos” é o lugar mais santo, o “Rei dos reis” é o maior de todos os reis e o
“cântico dos cânticos” é o melhor de todos os cânticos. (Adaptado, Arnold, p. 327).
Vaidade = vapor, um pouquinho de fumaça, uma rajada de vento, um simples sopro, neblina,
algo sem substância.
Propostas de traduções: nulidade, vacuidade, futilidade, temporalidade, absurdo,
incompreensibilidade, enigma, frustração, contra-senso.
A vaidade deixa de significar simplesmente o que é banal e passageiro e passa a descrever,
desastrosamente, aquilo que não tem sentido. O Pregador conclui de maneira sucinta: “Tudo é
vaidade.” Em termos atuais a conclusão poderia ser:
“Futilidade total... futilidade total. Tudo isso não passa de futilidade”
NTLH : “ É ilusão, é ilusão, diz o Sábio. Tudo é ilusão.” Ilusão: aquilo que é vazio, passageiro, de
pouca duração, sem valor, sem sentido.
Salmo 39:5-6
Salmo 62:9
Salmo 144:4
1:3 – “Que proveito tem o homem de todo o seu trabalho, com que se afadiga...” Neste
versículo, ele se refere a uma indenização ou a lucros, termos que geralmente fazem parte do
universo comercial. A questão é: o que resta depois que todas as despesas foram
contabilizadas?
“Debaixo do sol” = debaixo do céu (v.13); sobre a terra; neste mundo (NTLH) = o mundo que
podemos ver.
1:4-11 –Salmo 104:5 – “para que ela não vacile – O mundo é estável e bem ordenado, e não
caótico. O controle do mundo, por parte de Deus, é um consolo para aqueles que reconhecem
isso” (Bíblia de Genebra, p. 688). O Universo é sustentado por DEUS (Cl 1:17, Hb 1:2-3).
Salmo 119:90
Salmo 19:1-6 – DEUS nos deu um grande presente:Ele se revela na natureza.
Salmo 104:8-9
Jereminas 5:22
V.8 - O versículo 8 resume esse infindável ciclo taxando-o de indizível canseira.
V. 9 e 10 – “ O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois,
novo debaixo do sol.” “Não há nada novo debaixo do sol? Até que ponto ele é verdadeiro?
Talvez a própria forma como costumamos usá-lo nos dê a melhor resposta. Nós o enunciamos
como um comentário geral sobre o cenário da humanidade, e não como um pronunciamento
sobre as invenções. Ninguém – muito menos Coelet – há de negar a capacidade inventiva do
homem. Mas plus ça change, plus c’est La même chose: quanto mais as coisas mudam, mais se
revelam as mesmas. As coisas antigas prosseguem em seu novo disfarce. Como raça, jamais
aprendemos.” (Kidner, p.12).
2. “Gerhard vol Rad comenta que com este autor “a literatura da Sabedoria perdeu o
último contato com a antiga maneira de pensar de Israel em termos de história conservadora
e, muito consistentemente, retrocedeu ao modo cíclico de pensar comum no Oriente...
apenas... de uma forma total secular”. Este é um comentário correto, se “o modo cíclico de
pensar” significa apenas uma preocupação com a sucessão das estações e com os ritmos da
vida. Mas é fácil esquecer que, se Coelet está assumindo a posição do homem do mundo para
mostrar no que isto implica, é justamente o ponto de vista que ele tem que expor. E se assim o
faz para denunciar tal posição e despertar o desejo de alguma coisa melhor, como os últimos
capítulos vão mostrar, então não deve ser identificado com ela a não ser por causa de sua
solidariedade e de sua profunda visão interior.” (Kidner, p13)
As coisas se repetem por causa das leis naturais estabelecidas por DEUS. Aqui não é a defesa
da História cíclica e caótica (como defendem os hindus). Cristo é a plenitude da História. (Cl
1:13-20)(adaptado da Bíblia Apologética de Estudos, p. 628)
V 11 – Eclesiastes 2:16
Êxodo 1:8 “ Depois, levantou-se um novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José,”.
1:12 - sobre a autoria do livro, já foi discutida na última aula.
1:13 – “...este enfadonho trabalho impôs DEUS aos filhos dos homens, para nele os afligir”.
Aflição tem o sentido de exercitar, conf. João 16:33, em que o sentido de aflição é moenda
para moer azeitonas ou lagar para pisar as uvas. (Rev. Amauri em 25/10/2013)
1:14 - A vida é real, mas passa rápido; qualquer tentativa de retê-la é tão vã quanto tentar
agarrar o vento (tradução literal da expressão).
1:15 - Salomão não está dizendo que tentar endireitar ou mudar algo e inútil, e sim que, por
mais que se esquadrinhe ou use todos os recursos da terra, não se pode endireitar o que Deus
estabeleceu que fosse torto, distorcido, deturpado ou invertido.
“...coisas “tortas” no sentido de fatos estranhos e irreversíveis, mas não moralmente maus.”
(Kidner, p.14).
A benção de aceitar as coisas como elas são. Diferente de acomodação e resignação.
1:16 – I Reis 3:12-13; Gênesis 14:18; Josué 10:1; I Samuel 5:6-10.
1:17-18 - Na muita sabedoria, há muito enfado. Apesar das vantagens provenientes da
sabedoria, Salomão confessa que sabedoria e conhecimento demais são fonte de dor, tristeza
e aflição. Sabe-se bem que o próprio processo de aprendizado apenas expande a consciência
de nossa ignorância. Para os mortais, aumentar a sabedoria pode ser apenas aumentar a dor. I
Tessalonicenses 5:21.
“Se o amor de DEUS não for a diferença, tudo vai ser igual”. Paulo Cesar Baruk
Zilrene Alcantara Miguel
Igreja Presbiteriana do Brasil/Penha /São Paulo
Classe da UMP
Setembro/2013