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   Controle de Zoonoses
                                   Município de Itapura




   M. V Elisângela Medeiros Melo
   Doença crônica, parasitária, agente etiológico
    denominado Leishmania Chagasi
   É uma zoonose
   Doença de Notificação Compulsória e com
    características clínicas de evolução grave.
   Alta Letalidade em indivíduos não tratados, crianças
    desnutridas e pessoas com deficiência imunológica.
   Mais freqüente em crianças menores de 10 anos
    (54,4%), sendo 41%dos casos registrados em menores
    de 5 anos (imaturidade imunológica celular)
   Adultos: formas oligossintomáticas, ou assintomáticas.
   Ocorre na Ásia, Europa, Oriente Médio e Américas
   Na América Latina já foi descrita em 12 países, sendo 90% dos
    casos no Brasil, principalmente na região nordeste
   Brasil: registro do 1º caso humano em 1913
   Desde então a doença vem sido descrita em vários municípios
    de todas as regiões, exceto na região sul
   Inicialmente predominava em áreas caracteristicamente rurais
    e periurbanas mas recentemente em centros urbanos como Rio
    de Janeiro (RJ), Corumbá (MS), Belo Horizonte (MG), Araçatuba
    (SP), Palmas (TO), Três Lagoas (MS), Campo Grande (MS),
    entre outros.
   Atualmente, no Brasil a LV está registrada em 19 das 27
    Unidades da Federação, com aproximadamente 1600
    municípios apresentando transmissão autócne
   Protozoários tripanossomídeos do gênero Leishmania,

   parasita intracelular obrigatório das células do sistema
    fagocítico mononuclear,

   com uma forma flagelada ou promastigota, encontrada
    no tubo digestivo do inseto vetor

    e outra aflagelada ou amastigota nos tecidos dos
    vertebrados
   Na área urbana o cão é a principal fonte de infecção
   No ambiente silvestres são os canídeos
    selvagens (lobo guará, cachorro vinagre, raposa)
    e marsupiais (gambá, preguiça
   Flebotomínios
   Principal espécie transmissora no
    Brasil Lutzomia Longipalpis e
    Lutzomia Cruzi
   Nomes populares: mosquito palha,
    birigui, cangalinha, tatuquira
   Inseto pequeno: 1 a 3 mm, corpo
    coberto por pêlos, coloração clara
    (castanho claro ou cor de palha)
   Voa em pequenos saltos e pousa
    com as asas entreabertas
   Ambos os sexos necessitam de
    carboidratos como fonte energética
    e as fêmeas necessitam de sangue
    para o desenvolvimento dos ovos
   Atualmente adaptado ao
    ambiente urbano e periferias de
    grandes cidades.
   Pode ser encontrado em
    galinheiro, chiqueiro, canil, paiol
    e outros lugares com acúmulo de
    matéria orgânica e também
    dentro do domicílio.
   O período de maior transmissão
    de LV é durante é após a
    estação chuvosa (aumento da
    densidade populacional do
    inseto)
   Ciclo Biológico: ovo  larva
    (quatro estágios)  pupa 
    adulto
   Na fase adulta está adaptado a
    diversos ambientes; na fase
    larvária se desenvolve em
    ambientes terrestres úmidos e
    ricos em matéria orgânica e de
    baixa incidência luminosa.
   Após a cópula as fêmeas
    colocam seu ovos sobre um
    substrato úmido no solo e com
    alto teor de matéria orgânica para
    garantir a alimentação das larvas
   Ovos eclodem 7 a 10 dias após a
    postura
   Larvas alimentam-se vorazmente
    e desenvolvem entre 20 a 30 dias
   Larvas de quarto estágio pode
    entrar em diapausa (ambiente
    desfavorável)
   Após este período
    transformam-se em pupas
    (mais resistentes às variações
    de umidade do que os ovos e
    as larva) média 2 semanas
   O desenvolvimento do ovo ao
    inseto adulto em média é 30 a
    40 dias.
   A fêmea vive em média 20
    dias, hematófaga obrigatória,
    alimenta-se de várias
    espécies. O cão é a principal
    fonte de alimentação.
   A atividade dos flebotomínios
    é crepuscular e noturna
   A fêmea suga o sangue de mamíferos infectados, ingerem
    macrófagos parasitados por formas amastigotas da Leishmania.
   Trato digestivo anterior do vetor ocorre o rompimento dos
    macrófagos e liberação dos parasitas
   Reproduzem-se e diferenciam-se em formas flageladas
    (promastigotas)  divisão binária  formas paramastigotas 
    colonizam esôfago e faringe do vetor  permanecem aderidas ao
    epitélio pelo flagelo formas infectantes  promastigotas
    metacíclicas
   O ciclo do parasito no inseto se completa em torno de 72 horas
   Após este período, as fêmeas infectantes estão aptas a infectarem
    um novo hospedeiro
   Na epiderme as formas promastigotas são fagocitadas
    pelas células do sitema mononuclear fagocitário
    no interior dos macrófagos diferenciam em
    amastigotas e se multiplicam intensamente até o
    rompimento dos mesmos
    liberação destas formas que serão fagocitadas por
    novos macrófagos continuamente
   disseminação hematogênica para outros tecidos
    (linfonodos, fígado, baço e medula óssea)
   No Brasil o modo de transmissão é pela picada dos
    vetores L. Longipalpis e Lutzomia Cruzi infectados
    pela Leishmania (L.) Chagasi
   Transmissão de cão para cão?????
   Transmissão entre os cães através de carrapatos
    infectados???????
   Não ocorre transmissão direta de LV de pessoa para
    pessoa
   A transmissão para o vetor ocorre enquanto houver o
    parasitismo na pele ou no sangue periférico do
    hospedeiro
 Homem: 10 dias a 24 meses (média entre 2 a 6
  meses)
 Cão: bastante variável , de 3 meses a vários anos

  (média 3 a 7 meses)
No           homem:
 Crianças e idosos são mais susceptíveis
 Anticorpos: pouca importância como defesa
    (Leishmania é parasita intracelular obrigatório de células do Sistema Mononuclear Fagocitário,
    determina uma imunossupressão reversível e específica da imunidade mediada por células )


   Só uma pequena parcela de indivíduos infectados
    desenvolve os sinais e sintomas da doença
No           cão:
   Até o momento não foi verificada predisposição racial, sexual ou
    etária relacionada com a infecção do animal
   Infecção da pele disseminação do parasita por todo o corpo
    desenvolvimento dos sintomas ( forma aguda ou crônica)
   Linfócitos T exercem maior influência sobre a infecção . Como a Leishmania é um parasito
    intracelular obrigatório, as defesas do hospedeiro são dependentes da atividade dessas células ,
    que se encontram reduzidas durante a infecção. Em contrapartida há a proliferação de Linfócitos
    B e abundante produção de anticorpos, porém é deletéria e não protetora.
   Geralmente, a doença no cão é sistêmica e crônica, no entanto, a evolução aguda e grave pode
    levar o animal ao óbito em poucas semanas. Em alguns cães a doença pode permanecer
    latente, levando inclusive à cura espontânea. No Brasil a forma assintomática da doença é
    encontra em 40 a 60% da população soropositiva.
   No Homem:
   O diagnóstico e tratamento dos pacientes deve ser realizado
    precocemente e sempre que possível com a confirmação parasitológica
    deve preceder o tratamento

   As manifestações clínicas podem ser discretas (oligossintomáticas),
    moderadas e graves (pode levar o paciente à morte)
   Suspeita clínica: febre, esplenomegalia associado ou não há
    hepatomegalia


A evolução clínica da LV é dividida em 3 períodos: inicial, de estado e final
   Em áreas endêmicas, uma pequena
    proporção de indivíduos, geralmente
    crianças, podem apresentar um
    quadro clínico discreto, de curta
    duração, aproximadamente 15 dias,
    que frequentemente evolui para cura
    espontânea. Estes pacientes
    apresentam sintomatologia mais
    discreta, com febre baixa, palidez
    cutâneo-mucosa leve, diarréia e/ou
    tosse não produtiva e pequena
    hepatoesplenomegalia. Esta
    apresentação clínica pode facilmente
    ser confundida com outros processos
    infecciosos de natureza benigna
   Alterações laboratoriais:
    hiperglobulinemia e
    hemossedimentação alta
   Alterações laboratoriais: hiperglobulinemia e
    hemossedimentação alta
   Punção aspirativa de medula óssea e baço pode ou não
    mostrar formas amastigotas (a princípio não é indicado
    a sua realização
   A sorologia é invariavelmente positiva (IFI, ELISA)
   Início da sintomatologia (varia de paciente para paciente),
    geralmente febre com duração inferior a 4 semanas, palidez
    cutâneo-mucosa e hepatoesplenomegalia (frequentemente estes pacientes se
    apresentam o serviço médico fazendo uso de antimicrobiano sem resposta clínica)
   Anemia discreta                 Exame sorológico: IFI é
   Contagem de leucócitos sem       invariavelmente reativos
    alterações significativas       Aspirado de medula óssea e do
    (predomínio de células           baço geralmente mostram formas
    linfomonocitárias)               amastigotas do parasita
   Contagem de plaquetas pode
    estar normal
   Velocidade de
    hemossedimentação elevada
   Proteínas totais e frações
    discretamente alteradas


Diagnóstico Laboratorial         Diagnóstico Imunológico e
Complementar                     Parasitológico
 Febre irregular geralmente associada a
  emagrecimento progressivo
 Palidez cutâneo mucosa

 Aumento da hepatoesplenomegalia



   Quadro clínico com mais de 2 meses de evolução, na maioria das vezes
    associado a comprometimento do estado geral
   Laboratorial Complementar:
Anemia
Trombocitopenia
Leucopenia com predominância
  acentuada de células linfomocitárias
Inversão da relação albumina/globulina
   Alterações Bioquímicas (podem
    estar presentes)

Elevação dos níveis das
   aminotransferases (2 a 3 x o valor normal)
Alteração das bilirrubinas
Aumento discreto da uréia e creatinina
  Caso não seja feito o diagnóstico e tratamento, a doença evolui
   progressivamente para o período final
Febre contínua
Comprometimento mais intenso do estado geral
Desnutrição
Cabelos quebradiços, cílios alongados e pele seca
Edema dos membros inferiores que pode evoluir para anasarca
Hemorragias (epistaxe, gengivorragia e petéquias)
Icterícia
Ascite

O óbito geralmente é determinado por infecções bacterianas e/ou sangramentos
   As complicações mais frequentes da LV são de
    natureza infecciosa bacteriana:
Otite média aguda
Piodermites
Infecções do trato urinário e respiratório

Caso essas infecções não sejam tratadas com antimicrobianos, o
  paciente poderá desenvolver um quadro séptico que pode ser fatal
 É uma doença sistêmica severa, porém na
  maioria dos casos a evolução é lenta
 As manifestações clínicas estão dependentes do

  tipo de resposta imunológica expressada pelo
  animal infectado
 O quadro clínico dos cães infectados apresenta

  um espectro de características clínicas que varia
  do aparente estado sadio a um severo estado
  final
   Lesões cutâneas, principalmente
    descamação e eczema, em
    particular no focinho e orelhas
   Pequenas úlceras nas orelhas,
    focinho, cauda e articulações
   Pêlo opaco
   Lesões ao redor dos olhos
   Ceratoconjutivite
   Coriza
   Onicogrifose (unhas compridas)      Apatia
   Esplenomegalia                      Diarréia
   Linfoadenopatia                     Hemorragia Intestinal
   Alopecia
                                        Edema de patas
                                        Vômito
   Dermatites                          Hiperqueratose
   Úlceras de pele                     Caquexia
   Ceratoconjuntivite                  Anasarca
   Coriza                              Paralisia dos membros
   Emagrecimento progressivo            posteriores
                                        Morte

                                     Fase Final
   Segundo os sinais clínicos os animais infectados podem se
    apresentar:
Clínico

Laboratorial
   Difícil de ser determinado devido a grande
    quantidade de animais assintomáticos e
    oligossintomáticos.
   (Áreas com padrão socioeconômico baixo
    dermatoses e desnutrição)
 Sorológico
 Parasitológico
   Detecta anticorpos no soro. (Não diferencia
    anticorpos maternos, de infecção e de vacina)
Em áreas com transmissão autócne é feito o
 inquérito sorológico censitário anual para
 determinar a prevalência da infecção na
 população canina.
Animais acima de 3 meses de idade
   RIFI (Reação de Imunofluorescência Indireta) e ELISA
    (Ensaio Imunoenzimático)  (Inquérito Canino)
   Fase de implantação, está sendo utilizado como
    triagem de cães sorologicamente negativos
   Pode apresentar reações cruzadas para outras
    doenças (LTA e doença de chagas). Titulação
    considerada reagente igual ou superior 1:40
   Elisa não reagente  resultado negativo
 Elisa reagente  realiza o RIFI
 Elisa reagente + RIFI não reagente  Inconclusivo

 ELISA reagente RIFI reagente  POSITIVO
 Deve ser sorológico
 Em laboratórios que participem do programa de

  controle de qualidade preconizado pelo ministério
  da saúde
   Demonstração do parasita em material biológico
    (linfonodos, medula óssea, fígado e baço)
   Dificuldades: Inexistência de um teste 100 %
    específico e sensível
 No homem
 Antimoniais
   No Brasil usado pela primeira vez em 1913
   Droga de primeira escolha
   No Brasil a única formulação disponível é o N-metil
    glucamina, distribuído pelo Ministério da Saúde
   Dose 20 mg/kg/dia endovenosa ou intramuscular por no
    mínimo 20 dias e no máximo 40 dias
   Bons índices de cura
   Nos últimos anos, doses progressivamente maiores tem
    sido recomendadas pela OMS devido ao aparecimento
    de resistência primária dos parasitas
   Tratamento das infecções concomitantes
   Ação sobre o aparelho cardiovascular (realização de
    eletrocardiograma semanal)
   Anorexia
   Dor no local da aplicação
   Aumento da diurese
   Alteração de enzimas : amilase e lipase
   Insuficiência Renal Aguda (aumento de uréia e creatinina)
   Icterícia e outras demonstrações de hepatotoxicicidade
   Pancreatite aguda
   Contra-Indicações :Pacientes que fazem uso de
    Beta-Bloqueadores e drogas antiarrítimicas ;
     Insuficientes renais ou hepáticos
      Gestantes até o 6º mês

   Acompanhamento do paciente até no 3º, 6º e 12º
   Anfotericina B: (Inúmeros efeitos colaterias)
Tóxica para células do endotélio vascular flebites
Vasoconstrição renalInsuficiência Renal
Durante a aplicação: calafrio, febre, falta de apetite, náuseas,
  vômitos, cefaléias, dor muscular, dor na articulação e diminuição da
  pressão arterial.
 Isotionato e Mesilato  Europa e Ásia
 Miltefosine  Índia
 Complicado e polêmico
 Ministério da Saúde não recomenda o tratamento

  no cão.
   Inquérito Sorológico Canino e Eutanásia de Cães
    Sororeagentes
   Aplicação de inseticidas (nas quadras onde houve
    casos humanos)
   Diagnóstico e tratamento adequado dos casos
    registrados (humanos)
No   ser humano
Uso de mosquiteiro com malha fina;
Telagem de portas e janelas;
Uso de repelentes;
Não se expor nos horários de atividade do vetor
(crepúsculo e noite) em locais onde ele
  podehabitualmente encontrado
Dirigidas à população canina
Controle da população canina de cães errantes
Uso de telas de malha fina em canis
Uso de repelentes (óleo de citronela)
Coleiras impregnadas com deltametrina a 4%
Vacina antileishmaniose visceral canina
 Manejo ambiental
Limpeza de quintais, terrenos e praças públicas
 Controle Químico (Borrifação)
 Utilização de Inseticida de ação residual
 Medida dirigida apenas para o inseto adulto

 Evitar e/ou reduzir o contato entre o inseto

  transmissor e a população humana
 Recomendado           quando :
1. há  o primeiro registro de caso autócne de LV
   humano, imediatamente após a investigação
   entomológica
2. Em áreas com transmissão moderada ou
   intensa
3. Em áreas com surto
   Onde deve ser feito?
Eutanásia de cães
Recomendada para todos os animais
 sororreagentes ou parasitológicos positivos
 Anestesia Geral prévia
Tiopental sódico 5% - 30mg/kg IV

Parada Cardíaca
Cloreto de Potássio 19,1% 1ml/kg IV
   Orientações dirigidas às atividades de Educação
    em Saúde
•   Inserida nos serviços
•    Divulgação e informação à população
•    Incorporar atividades ou ações em
      processos de educação continuada.
•    Integração interinstitucional
 Inquérito sorólogico censitário
 2006:    354 cães com amostras coletadas 93 cães positivos
    (RIFI e ELISA) Prevalência = 26 %


   2007:
   Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral –
    Ministério da Saúde 2006

   Revista Clínica Veterinária – Edição Especial de Saúde Pública ,
    Leishmaniose n. 71, nov/dez 2007

   Aula Prof Italmar Teodorico Navarro – Depto Medicina Veterinária
    Preventiva – Universidade Estadual de Londrina, 2005

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Leishmaniose visceral completo

  • 1. Controle de Zoonoses  Município de Itapura  M. V Elisângela Medeiros Melo
  • 2. Doença crônica, parasitária, agente etiológico denominado Leishmania Chagasi  É uma zoonose  Doença de Notificação Compulsória e com características clínicas de evolução grave.  Alta Letalidade em indivíduos não tratados, crianças desnutridas e pessoas com deficiência imunológica.  Mais freqüente em crianças menores de 10 anos (54,4%), sendo 41%dos casos registrados em menores de 5 anos (imaturidade imunológica celular)  Adultos: formas oligossintomáticas, ou assintomáticas.
  • 3. Ocorre na Ásia, Europa, Oriente Médio e Américas  Na América Latina já foi descrita em 12 países, sendo 90% dos casos no Brasil, principalmente na região nordeste  Brasil: registro do 1º caso humano em 1913  Desde então a doença vem sido descrita em vários municípios de todas as regiões, exceto na região sul  Inicialmente predominava em áreas caracteristicamente rurais e periurbanas mas recentemente em centros urbanos como Rio de Janeiro (RJ), Corumbá (MS), Belo Horizonte (MG), Araçatuba (SP), Palmas (TO), Três Lagoas (MS), Campo Grande (MS), entre outros.  Atualmente, no Brasil a LV está registrada em 19 das 27 Unidades da Federação, com aproximadamente 1600 municípios apresentando transmissão autócne
  • 4.
  • 5.
  • 6. Protozoários tripanossomídeos do gênero Leishmania,  parasita intracelular obrigatório das células do sistema fagocítico mononuclear,  com uma forma flagelada ou promastigota, encontrada no tubo digestivo do inseto vetor  e outra aflagelada ou amastigota nos tecidos dos vertebrados
  • 7.
  • 8. Na área urbana o cão é a principal fonte de infecção
  • 9. No ambiente silvestres são os canídeos selvagens (lobo guará, cachorro vinagre, raposa) e marsupiais (gambá, preguiça
  • 10. Flebotomínios  Principal espécie transmissora no Brasil Lutzomia Longipalpis e Lutzomia Cruzi  Nomes populares: mosquito palha, birigui, cangalinha, tatuquira  Inseto pequeno: 1 a 3 mm, corpo coberto por pêlos, coloração clara (castanho claro ou cor de palha)  Voa em pequenos saltos e pousa com as asas entreabertas  Ambos os sexos necessitam de carboidratos como fonte energética e as fêmeas necessitam de sangue para o desenvolvimento dos ovos
  • 11. Atualmente adaptado ao ambiente urbano e periferias de grandes cidades.  Pode ser encontrado em galinheiro, chiqueiro, canil, paiol e outros lugares com acúmulo de matéria orgânica e também dentro do domicílio.  O período de maior transmissão de LV é durante é após a estação chuvosa (aumento da densidade populacional do inseto)  Ciclo Biológico: ovo  larva (quatro estágios)  pupa  adulto
  • 12. Na fase adulta está adaptado a diversos ambientes; na fase larvária se desenvolve em ambientes terrestres úmidos e ricos em matéria orgânica e de baixa incidência luminosa.  Após a cópula as fêmeas colocam seu ovos sobre um substrato úmido no solo e com alto teor de matéria orgânica para garantir a alimentação das larvas  Ovos eclodem 7 a 10 dias após a postura  Larvas alimentam-se vorazmente e desenvolvem entre 20 a 30 dias  Larvas de quarto estágio pode entrar em diapausa (ambiente desfavorável)
  • 13. Após este período transformam-se em pupas (mais resistentes às variações de umidade do que os ovos e as larva) média 2 semanas  O desenvolvimento do ovo ao inseto adulto em média é 30 a 40 dias.  A fêmea vive em média 20 dias, hematófaga obrigatória, alimenta-se de várias espécies. O cão é a principal fonte de alimentação.  A atividade dos flebotomínios é crepuscular e noturna
  • 14. A fêmea suga o sangue de mamíferos infectados, ingerem macrófagos parasitados por formas amastigotas da Leishmania.  Trato digestivo anterior do vetor ocorre o rompimento dos macrófagos e liberação dos parasitas  Reproduzem-se e diferenciam-se em formas flageladas (promastigotas)  divisão binária  formas paramastigotas  colonizam esôfago e faringe do vetor  permanecem aderidas ao epitélio pelo flagelo formas infectantes  promastigotas metacíclicas  O ciclo do parasito no inseto se completa em torno de 72 horas  Após este período, as fêmeas infectantes estão aptas a infectarem um novo hospedeiro
  • 15. Na epiderme as formas promastigotas são fagocitadas pelas células do sitema mononuclear fagocitário   no interior dos macrófagos diferenciam em amastigotas e se multiplicam intensamente até o rompimento dos mesmos   liberação destas formas que serão fagocitadas por novos macrófagos continuamente  disseminação hematogênica para outros tecidos (linfonodos, fígado, baço e medula óssea)
  • 16.
  • 17. No Brasil o modo de transmissão é pela picada dos vetores L. Longipalpis e Lutzomia Cruzi infectados pela Leishmania (L.) Chagasi  Transmissão de cão para cão?????  Transmissão entre os cães através de carrapatos infectados???????  Não ocorre transmissão direta de LV de pessoa para pessoa  A transmissão para o vetor ocorre enquanto houver o parasitismo na pele ou no sangue periférico do hospedeiro
  • 18.  Homem: 10 dias a 24 meses (média entre 2 a 6 meses)  Cão: bastante variável , de 3 meses a vários anos (média 3 a 7 meses)
  • 19. No homem:  Crianças e idosos são mais susceptíveis  Anticorpos: pouca importância como defesa (Leishmania é parasita intracelular obrigatório de células do Sistema Mononuclear Fagocitário, determina uma imunossupressão reversível e específica da imunidade mediada por células )  Só uma pequena parcela de indivíduos infectados desenvolve os sinais e sintomas da doença
  • 20. No cão:  Até o momento não foi verificada predisposição racial, sexual ou etária relacionada com a infecção do animal  Infecção da pele disseminação do parasita por todo o corpo desenvolvimento dos sintomas ( forma aguda ou crônica)  Linfócitos T exercem maior influência sobre a infecção . Como a Leishmania é um parasito intracelular obrigatório, as defesas do hospedeiro são dependentes da atividade dessas células , que se encontram reduzidas durante a infecção. Em contrapartida há a proliferação de Linfócitos B e abundante produção de anticorpos, porém é deletéria e não protetora.  Geralmente, a doença no cão é sistêmica e crônica, no entanto, a evolução aguda e grave pode levar o animal ao óbito em poucas semanas. Em alguns cães a doença pode permanecer latente, levando inclusive à cura espontânea. No Brasil a forma assintomática da doença é encontra em 40 a 60% da população soropositiva.
  • 21. No Homem:  O diagnóstico e tratamento dos pacientes deve ser realizado precocemente e sempre que possível com a confirmação parasitológica deve preceder o tratamento  As manifestações clínicas podem ser discretas (oligossintomáticas), moderadas e graves (pode levar o paciente à morte)  Suspeita clínica: febre, esplenomegalia associado ou não há hepatomegalia A evolução clínica da LV é dividida em 3 períodos: inicial, de estado e final
  • 22. Em áreas endêmicas, uma pequena proporção de indivíduos, geralmente crianças, podem apresentar um quadro clínico discreto, de curta duração, aproximadamente 15 dias, que frequentemente evolui para cura espontânea. Estes pacientes apresentam sintomatologia mais discreta, com febre baixa, palidez cutâneo-mucosa leve, diarréia e/ou tosse não produtiva e pequena hepatoesplenomegalia. Esta apresentação clínica pode facilmente ser confundida com outros processos infecciosos de natureza benigna  Alterações laboratoriais: hiperglobulinemia e hemossedimentação alta
  • 23. Alterações laboratoriais: hiperglobulinemia e hemossedimentação alta  Punção aspirativa de medula óssea e baço pode ou não mostrar formas amastigotas (a princípio não é indicado a sua realização  A sorologia é invariavelmente positiva (IFI, ELISA)
  • 24. Início da sintomatologia (varia de paciente para paciente), geralmente febre com duração inferior a 4 semanas, palidez cutâneo-mucosa e hepatoesplenomegalia (frequentemente estes pacientes se apresentam o serviço médico fazendo uso de antimicrobiano sem resposta clínica)
  • 25. Anemia discreta  Exame sorológico: IFI é  Contagem de leucócitos sem invariavelmente reativos alterações significativas  Aspirado de medula óssea e do (predomínio de células baço geralmente mostram formas linfomonocitárias) amastigotas do parasita  Contagem de plaquetas pode estar normal  Velocidade de hemossedimentação elevada  Proteínas totais e frações discretamente alteradas Diagnóstico Laboratorial Diagnóstico Imunológico e Complementar Parasitológico
  • 26.  Febre irregular geralmente associada a emagrecimento progressivo  Palidez cutâneo mucosa  Aumento da hepatoesplenomegalia  Quadro clínico com mais de 2 meses de evolução, na maioria das vezes associado a comprometimento do estado geral
  • 27.
  • 28. Laboratorial Complementar: Anemia Trombocitopenia Leucopenia com predominância acentuada de células linfomocitárias Inversão da relação albumina/globulina  Alterações Bioquímicas (podem estar presentes) Elevação dos níveis das aminotransferases (2 a 3 x o valor normal) Alteração das bilirrubinas Aumento discreto da uréia e creatinina
  • 29.  Caso não seja feito o diagnóstico e tratamento, a doença evolui progressivamente para o período final Febre contínua Comprometimento mais intenso do estado geral Desnutrição Cabelos quebradiços, cílios alongados e pele seca Edema dos membros inferiores que pode evoluir para anasarca Hemorragias (epistaxe, gengivorragia e petéquias) Icterícia Ascite O óbito geralmente é determinado por infecções bacterianas e/ou sangramentos
  • 30.
  • 31.
  • 32. As complicações mais frequentes da LV são de natureza infecciosa bacteriana: Otite média aguda Piodermites Infecções do trato urinário e respiratório Caso essas infecções não sejam tratadas com antimicrobianos, o paciente poderá desenvolver um quadro séptico que pode ser fatal
  • 33.  É uma doença sistêmica severa, porém na maioria dos casos a evolução é lenta  As manifestações clínicas estão dependentes do tipo de resposta imunológica expressada pelo animal infectado  O quadro clínico dos cães infectados apresenta um espectro de características clínicas que varia do aparente estado sadio a um severo estado final
  • 34.
  • 35. Lesões cutâneas, principalmente descamação e eczema, em particular no focinho e orelhas  Pequenas úlceras nas orelhas, focinho, cauda e articulações  Pêlo opaco  Lesões ao redor dos olhos  Ceratoconjutivite  Coriza
  • 36. Onicogrifose (unhas compridas)  Apatia  Esplenomegalia  Diarréia  Linfoadenopatia  Hemorragia Intestinal  Alopecia  Edema de patas  Vômito  Dermatites  Hiperqueratose  Úlceras de pele  Caquexia  Ceratoconjuntivite  Anasarca  Coriza  Paralisia dos membros  Emagrecimento progressivo posteriores  Morte Fase Final
  • 37.
  • 38.
  • 39.
  • 40. Segundo os sinais clínicos os animais infectados podem se apresentar:
  • 41.
  • 42.
  • 43.
  • 44.
  • 45.
  • 46.
  • 47.
  • 49. Difícil de ser determinado devido a grande quantidade de animais assintomáticos e oligossintomáticos.  (Áreas com padrão socioeconômico baixo dermatoses e desnutrição)
  • 51. Detecta anticorpos no soro. (Não diferencia anticorpos maternos, de infecção e de vacina) Em áreas com transmissão autócne é feito o inquérito sorológico censitário anual para determinar a prevalência da infecção na população canina. Animais acima de 3 meses de idade
  • 52. RIFI (Reação de Imunofluorescência Indireta) e ELISA (Ensaio Imunoenzimático)  (Inquérito Canino)
  • 53. Fase de implantação, está sendo utilizado como triagem de cães sorologicamente negativos
  • 54. Pode apresentar reações cruzadas para outras doenças (LTA e doença de chagas). Titulação considerada reagente igual ou superior 1:40
  • 55. Elisa não reagente  resultado negativo  Elisa reagente  realiza o RIFI  Elisa reagente + RIFI não reagente  Inconclusivo  ELISA reagente RIFI reagente  POSITIVO
  • 56.  Deve ser sorológico  Em laboratórios que participem do programa de controle de qualidade preconizado pelo ministério da saúde
  • 57. Demonstração do parasita em material biológico (linfonodos, medula óssea, fígado e baço)
  • 58.
  • 59.
  • 60. Dificuldades: Inexistência de um teste 100 % específico e sensível
  • 61.  No homem  Antimoniais
  • 62. No Brasil usado pela primeira vez em 1913  Droga de primeira escolha  No Brasil a única formulação disponível é o N-metil glucamina, distribuído pelo Ministério da Saúde  Dose 20 mg/kg/dia endovenosa ou intramuscular por no mínimo 20 dias e no máximo 40 dias  Bons índices de cura  Nos últimos anos, doses progressivamente maiores tem sido recomendadas pela OMS devido ao aparecimento de resistência primária dos parasitas  Tratamento das infecções concomitantes
  • 63. Ação sobre o aparelho cardiovascular (realização de eletrocardiograma semanal)  Anorexia  Dor no local da aplicação  Aumento da diurese  Alteração de enzimas : amilase e lipase  Insuficiência Renal Aguda (aumento de uréia e creatinina)  Icterícia e outras demonstrações de hepatotoxicicidade  Pancreatite aguda
  • 64. Contra-Indicações :Pacientes que fazem uso de Beta-Bloqueadores e drogas antiarrítimicas ; Insuficientes renais ou hepáticos Gestantes até o 6º mês  Acompanhamento do paciente até no 3º, 6º e 12º
  • 65. Anfotericina B: (Inúmeros efeitos colaterias) Tóxica para células do endotélio vascular flebites Vasoconstrição renalInsuficiência Renal Durante a aplicação: calafrio, febre, falta de apetite, náuseas, vômitos, cefaléias, dor muscular, dor na articulação e diminuição da pressão arterial.
  • 66.  Isotionato e Mesilato  Europa e Ásia  Miltefosine  Índia
  • 67.  Complicado e polêmico  Ministério da Saúde não recomenda o tratamento no cão.
  • 68. Inquérito Sorológico Canino e Eutanásia de Cães Sororeagentes
  • 69. Aplicação de inseticidas (nas quadras onde houve casos humanos)  Diagnóstico e tratamento adequado dos casos registrados (humanos)
  • 70. No ser humano Uso de mosquiteiro com malha fina; Telagem de portas e janelas; Uso de repelentes; Não se expor nos horários de atividade do vetor (crepúsculo e noite) em locais onde ele podehabitualmente encontrado
  • 71. Dirigidas à população canina Controle da população canina de cães errantes Uso de telas de malha fina em canis Uso de repelentes (óleo de citronela) Coleiras impregnadas com deltametrina a 4% Vacina antileishmaniose visceral canina
  • 72.
  • 73.  Manejo ambiental Limpeza de quintais, terrenos e praças públicas  Controle Químico (Borrifação)
  • 74.
  • 75.
  • 76.
  • 77.
  • 78.
  • 79.
  • 80.
  • 81.
  • 82.
  • 83.
  • 84.
  • 85.
  • 86.
  • 87.
  • 88.
  • 89.
  • 90.
  • 91.
  • 92.
  • 93.
  • 94.
  • 95.
  • 96.
  • 97.
  • 98.
  • 99.
  • 100.
  • 101.  Utilização de Inseticida de ação residual  Medida dirigida apenas para o inseto adulto  Evitar e/ou reduzir o contato entre o inseto transmissor e a população humana
  • 102.  Recomendado quando : 1. há o primeiro registro de caso autócne de LV humano, imediatamente após a investigação entomológica 2. Em áreas com transmissão moderada ou intensa 3. Em áreas com surto
  • 103. Onde deve ser feito?
  • 104.
  • 105. Eutanásia de cães Recomendada para todos os animais sororreagentes ou parasitológicos positivos
  • 106.
  • 107.  Anestesia Geral prévia Tiopental sódico 5% - 30mg/kg IV Parada Cardíaca Cloreto de Potássio 19,1% 1ml/kg IV
  • 108.
  • 109. Orientações dirigidas às atividades de Educação em Saúde • Inserida nos serviços • Divulgação e informação à população • Incorporar atividades ou ações em processos de educação continuada. • Integração interinstitucional
  • 110.  Inquérito sorólogico censitário  2006: 354 cães com amostras coletadas 93 cães positivos (RIFI e ELISA) Prevalência = 26 %  2007:
  • 111.
  • 112. Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral – Ministério da Saúde 2006  Revista Clínica Veterinária – Edição Especial de Saúde Pública , Leishmaniose n. 71, nov/dez 2007  Aula Prof Italmar Teodorico Navarro – Depto Medicina Veterinária Preventiva – Universidade Estadual de Londrina, 2005