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1
UNIVERSIDADE ABERTA
EDUCAÇÃO EM REDE: USO DAS COMUNIDADES VIRTUAIS DE PRÁTICA
NA FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES
Eliane Gonçalves Ciolfi
Mestrado em Pedagogia do Elearning
Trabalho da Unidade Curricular Metodologia de Investigação em Contextos
Online
Professora Dra. Teresa Cardoso
Abril de 2015
2
Resumo – Numa sociedade globalizada, em constante mudança, o
aperfeiçoamento contínuo do docente passa a ser fator essencial para uma
educação de qualidade. Neste texto abordamos a temática do uso das
comunidades virtuais de prática na formação continuada dos professores.
Começamos por refletir sobre a aprendizagem colaborativa e sua importância
como um dos pilares do processo de formação, onde as comunidades virtuais
podem proporcionar um ambiente favorável ao compartilhamento de
informações e à construção de novos conhecimentos. Em seguida,
apresentamos aspectos positivos e limitações das comunidades virtuais nesse
contexto e concluímos que o trabalho colaborativo é essencial para grandes
transformações no contexto educacional.
Palavras-chave: Aprendizagem colaborativa; comunidades de prática;
comunidades virtuais; educação; formação continuada.
Abstract – In a global society that is in constant transformation, the constant
improvement of teaching practices becomes an important factor for a high-quality
education. This article approaches the use of virtual communities of practice in
teacher’s continuing education. We begin by reflecting on collaborative learning
and its importance as one of the pillars of the training process, where virtual
communities can provide a favorable environment for sharing information and
building new knowledge. After this, we show positive aspects and limitations of
virtual communities in this context and we conclude that collaborative work is the
key to big changes in the educational entourage.
Keywords: Collaborative learning; continuing education; education; practical
communities; virtual communities.
3
Introdução
A sociedade tem passado por constantes transformações num ritmo
acelerado com o aparecimento e o desenvolvimento cada vez mais crescente
das novas tecnologias, implicando numa necessidade contínua de
reestruturação dos ambientes de aprendizagem e recursos utilizados no ensino.
Diante de tal situação, professores necessitam desenvolver constantemente
novas formas de ensinar e de aprender. O desenvolvimento de novas
competências para o acompanhamento de todo esse processo de ensino e
aprendizagem torna-se imperial. A profissão docente, continuamente, precisa
atender às demandas das novas políticas educacionais e tendências atuais da
sociedade.
A formação dos professores é um aspecto fundamental da educação, por ter
um efeito poderoso nos processos de ensino e aprendizagem, determinando
concepções, estratégias, dimensões pedagógicas, refletindo substancialmente
na qualidade do ensino.
Estudos têm nos mostrado que a realidade dos professores não favorece
um processo de formação contínua, pois muitos possuem longas jornadas de
trabalho, e consequentemente, não há disponibilidade de tempo e, muitas
vezes, nem recursos financeiros para seu aprimoramento profissional e troca de
experiências entre os pares.
Por outro lado, escolas necessitam de projetos coletivos para a solução dos
mais diferentes tipos de problemas e questões que surgem no cotidiano escolar.
Sabemos da existência de práticas docentes inovadoras com projetos de
excelência, com ótimos resultados que, muitas vezes, não são compartilhados e
discutidos.
A busca de soluções para os problemas encontrados no universo escolar
tem sido o foco de muitos estudiosos, e, professores e instituições educacionais
também são responsáveis por essa questão.
A formação básica acadêmica não tem sido mais suficiente para suprir as
necessidades atuais. O professor, em sua prática docente, encontra dificuldades
4
que precisam ser superadas e a formação continuada é uma das vertentes
defendidas por especialistas da área, para que os educadores possam ter maior
segurança ao lidar com esses problemas e termos uma educação de melhor
qualidade.
Com o desenvolvimento da tecnologia e o crescente acesso aos meios
informatizados, professores de toda a parte do mundo poderiam se comunicar,
compartilhar e não depender mais somente de livros ou simples busca de
informações pela internet.
A construção do conhecimento é um processo social e a internet é um
recurso que a cada dia faz mais parte de nosso cotidiano escolar. Então, por
que não utilizarmos esse instrumento para o aprimoramento da prática docente?
Professores têm um potencial para a interação, ampliando possibilidades
para exploração e aprimoramento profissional e as ferramentas da internet
poderão contribuir para essa formação, conectando pedagogia e tecnologia.
Para a realização deste artigo, recorreu-se ao Google e repositórios de
grandes universidades, utilizando palavras-chave como “aprendizagem
colaborativa”, “comunidades virtuais”, “comunidades de prática” e “formação
continuada”. A revisão bibliográfica teve um enfoque na aprendizagem
colaborativa como um instrumento essencial na formação de educadores.
Começamos por contextualizar a aprendizagem colaborativa e posteriormente,
formação dos professores e comunidades virtuais de prática.
Este artigo, procura apresentar uma primeira e ainda superficial pesquisa
bibliográfica sobre a temática, com algumas referências e portanto, não se
esgota por aqui.
Aprendizagem Colaborativa
A ideia de trabalho em equipe e aprendizagem em grupo vêm sendo
desenvolvida desde o século XVIII e já foi discutida por muitos pesquisadores
(Irala & Torres, 2004).
Em 1994, Lev Vygotsky, grande pesquisador, criou a Pedagogia
Socioconstrutivista e desenvolveu o conceito de zona de desenvolvimento
proximal (ZDP), que faz parte de sua teoria sociocultural.
5
A teoria de Vygotsky tem uma visão interacionista para a construção do
conhecimento, onde a colaboração entre os pares é aspecto primordial para
uma aprendizagem significativa. Isso tem despertado a atenção no sentido de
que contextos coletivos de aprendizagem proporcionam um engajamento ativo
dos envolvidos para a resolução de problemas. A negociação entre pares com
diferentes habilidades e competências favorece o processo de aprendizagem e
o desenvolvimento do indivíduo como um todo. A contribuição de cada um
agrega no conhecimento individual e coletivo. Os aprendentes constroem meios
pelos quais novos conhecimentos são criados e integrados com o conhecimento
já existente. A aprendizagem ocorre em contextos e relacionamentos.
Uma aprendizagem colaborativa envolve a participação ativa de todos os
envolvidos no processo de aprendizagem, com a presença de um mediador,
proporcionando uma construção coletiva do conhecimento a partir de atividades
que propiciam a troca e interação entre pares, aceitação das diferenças e
respeito à diversidade, desenvolvimento da autonomia, valorizando o processo e
não o produto (Torres, 2004).
Johnson & Johnson (1993) dizem que a aprendizagem colaborativa aumenta
a auto realização dos estudantes, propiciando maior motivação intrínseca para a
aprendizagem.
Para Dillembourg (1999), na colaboração, todos trabalham em conjunto,
sem distinções hierárquicas, em um esforço coordenado, a fim de alcançarem o
objetivo ao qual se propuseram.
Podemos encontrar muitas definições para a aprendizagem colaborativa,
porém, é de comum acordo entre teóricos, que a base da aprendizagem
colaborativa é a interação e troca entre os alunos para a construção coletiva de
novos conhecimentos.
Num processo de aprendizagem colaborativa, cada um trabalha de forma
individual sobre o mesmo tema e, em seguida, compartilha com o grupo o que
aprendeu e há discussões para o aprofundamento do tema e crescimento de
todos. Nesse tipo de aprendizagem há a superação do conceito de reprodução
do conhecimento para um conceito de produção. O aluno passa a não ser
somente consumidor do conteúdo, mas também produtor.
6
George Siemens e Sthephen Downes (2007) enfatizam que a aprendizagem
é o processo de construir redes de informação, contato e recursos que são
aplicados a problemas reais. A informação é abundante e o estudante tem que
fazer conexões e ter capacidade para encontrar e aplicar conhecimento quando
e onde for necessário. Na Pedagogia Conectivista, há uma rede entre pessoas,
artefactos digitais e conteúdo, onde as pessoas podem se envolver, interagir,
compartilhar e aprender.
A aprendizagem colaborativa pode ocorrer em diversos contextos e não
depende somente de recursos tecnológicos. Porém, diante da grande
propagação do uso da internet, podemos utilizar esse recurso para troca de
conhecimentos e aquisição de novas aprendizagens.
Para Silva, B. (2001, p. 840) as tecnologias não são apenas meros
instrumentos que possibilitam a emissão/recepção deste ou daquele conteúdo
de conhecimento, mas também contribuem fortemente para condicionar e
estruturar a ecologia comunicacional das sociedades.
A internet proporciona um ambiente de aprendizagem motivador, rico,
interativo e dinâmico.
Segundo Castells,
A Internet pode ser considerada o epicentro de muitas áreas da atividade social,
econômica e política, constituindo-se como o instrumento tecnológico e a forma
organizativa que distribui o poder da informação, a geração de conhecimentos e
a capacidade de ligar-se em rede em qualquer âmbito da atividade humana.
(Castells, 2004:311)
Terry Anderson (2011) nos deixa claro que nas gerações futuras, as
tecnologias farão cada vez mais o uso dos coletivos. Além disso, Anderson,
também enfatiza a questão da presença social no contexto de aprendizagem,
onde há a expressão de ideias num meio colaborativo.
A colaboração entre os professores pode ser o caminho para a inovação e
qualidade do ensino.
7
Formação continuada dos professores
Segundo Costa (2004, p. 46), a importância de encarar a formação na
perspectiva do desenvolvimento profissional resulta da constatação de que uma
sociedade em constante mudança impõe à escola responsabilidades cada vez
maiores.
Terry Anderson (2011) desenvolve um modelo de comunidade de
aprendizagem, abordando conceitos de presença cognitiva, presença social e
presença de ensino. Quando se fala de presença de ensino, remete-nos
imediatamente ao papel do professor, que é essencial no processo de ensino e
aprendizagem. Daí a importância do professor no contexto educacional.
O papel do professor tem se modificado, passando de transmissor do
conhecimento para facilitador, mediador da aprendizagem. Alarcão (2008)
afirma que “o professor não é concebido como mero transmissor do saber, mas
como facilitador e gestor de aprendizagens e mobilizador de recursos” (p. 176).
Sendo assim, a formação desse professor passa a ser imprescindível, cuja
aprendizagem ocorre ao longo da vida, através da reflexão de suas práticas,
junto aos seus pares.
Avalos (2011) afirma que as instituições educacionais estão se afastando do
tradicional modelo de formação de professores e estão buscando modelos
inovadores que incorporem as necessidades dos mesmos em seu dia a dia.
Segundo ele, os professores devem se envolver na redefinição de suas práticas
de ensino, tornando-se mais responsáveis pela sua própria aprendizagem.
O crescimento profissional contínuo do professor melhora a qualidade da
educação como um todo. E o compartilhamento de informações, experiências e
discussões sobre sua prática podem contribuir para o desenvolvimento de
metodologias mais adequadas.
Darling-Hammond et al. (2009) estudaram o desenvolvimento profissional de
professores e descobriram que os programas típicos de formação não são
suficientes para que se tenha uma mudança efetiva e sim que o
desenvolvimento profissional eficaz deve estar ligado à prática.
8
Ducan (2012) comenta que o processo de aprendizagem, para ser bem
sucedido, deve-se considerar as necessidades dos professores e preocupações
que se tem com a aprendizagem dos alunos.
Os alunos vivem em um mundo multissensorial com computadores,
celulares, tablets, num contexto totalmente acelerado com jogos e mensagens
instantâneas.
Os processos de aprendizagem e envolvimento precisam ser revistos para
que as necessidades cognitivas da era digital sejam contempladas também no
ambiente escolar. Somente a reestruturação de currículos, avaliações e
estratégias de ensino utilizadas pelos professores poderão dar conta da atual
demanda.
Ernest et al.(2013) sugere que a melhor maneira para os professores
realizarem essa transformação é também se expor à oportunidades e desafios
de colaboração em um ambiente virtual para o seu próprio desenvolvimento
profissional.
A construção de comunidades virtuais de prática de professores é uma
proposta com o objetivo de apoiar os professores na construção de novos
conhecimentos e habilidades para motivá-los e ajudá-los a colaborar,
compartilhar e reutilizar recursos educacionais, aprendendo e desenvolvendo
novas estratégias para a melhoria da qualidade de seu trabalho.
A integração bem sucedida entre a pedagogia e usos de recursos
tecnológicos para a formação, requer uma reformulação de ideias pré-
concebidas e concepções já obsoletas, havendo uma necessidade de um maior
vínculo entre professores e computadores.
9
Comunidades
As comunidades existem desde que o Homem sentiu a necessidade de se
aliar para cumprir qualquer tarefa. A partilha e a conjugação de esforços para a
consecução de uma tarefa passaram a ocorrer.
O trabalho colaborativo passou a existir diante da necessidade de realizar
tarefas e busca de soluções para problemas que não eram possíveis de serem
realizadas sozinho.
Comunidades Virtuais de Prática
Para aprender, as pessoas precisam de tempo para refletir sobre a sua
experiência e suas implicações e incorporar novos insights sobre seus
momentos mentais atuais. Precisam sentir-se seguros para explorar novas
ideias e desafiar suas próprias convicções.
Rosenbaum e Schachaf (2010) afirmam que comunidade virtual é o conjunto
de pessoas que se reúnem e interagem regularmente em algum tipo de espaço
digital (p. 1934)
Etienne Wenger (1999) desenvolveu o conceito de comunidade de prática
que é um grupo de indivíduos que possuem interesses comuns no aprendizado
e se reúnem para discutir e, em seguida, aplicar o que foi aprendido. Segundo
ele, há o compartilhamento de conhecimento entre as pessoas, trocando
experiências, levando seus problemas e buscando soluções. As pessoas se
envolvem num aprendizado coletivo.
Essa é uma prática que tem chamado a atenção do mundo acadêmico e
organizacional. O cenário competitivo exige velocidade no surgimento de novas
ideias e aprender de forma coletiva é um contributo nesse sentido.
Atualmente, muitas empresas que buscam inovação, trabalham com
comunidades de prática e procuram proporcionar ambiente favorável para que
isso aconteça de maneira natural.
A comunidade de prática é um grupo que compartilha conhecimento,
aprende junto e cria algumas práticas comuns. Os participantes ajudam uns aos
10
outros na resolução de problemas, dando conselhos, desenvolvendo novas
abordagens e instrumentos para seu campo de atuação. Existe uma pessoa que
convida as outras a participar, faz coesão entre as mesmas, mantendo a
comunidade atuante.
O conceito de comunidades de prática existe em quase todos os contextos
sociais e estes grupos interagem regularmente e são formados com base em
preocupações e interesses comuns. Através das redes, os indivíduos
aprofundam seus conhecimentos e experiências.
Pierre Lévy (1999) comenta que a tecnologia amplifica a imaginação,
permitindo o compartilhamento e a relação entre grupos, possibilitando o
desenvolvimento da Inteligência Coletiva. O surgimento das novas tecnologias
possibilita a partilha da memória, da percepção, do aspecto imaginativo,
resultando na aprendizagem coletiva e na troca de conhecimentos.
Howard Rheingold (1996) detectou a existência de “contratos sociais entre
grupos humanos- imensamente mais sofisticados, embora informais” – que nos
permitem agir como agentes inteligentes uns para os outros”. Esse é o conceito
de inteligência coletiva, onde se trabalha em grupo, em benefício de cada
indivíduo.
Segundo o mesmo autor, as comunidades virtuais são constituídas por
diversos profissionais que lidam diretamente com o conhecimento, fornecendo
informação específica, com opinião especializada, funcionando como uma
enciclopédia viva, dinâmica, auxiliando os membros da comunidade a lidar com
a abundância de informações e com a filtragem das mesmas.
Rheingold afirma que as comunidades virtuais são importantes para partilha
do conhecimento, inclusive em áreas profissionais.
Uma comunidade virtual é uma rede social em que cada um dos membros
proporciona o conhecimento para a rede. A aquisição de novas informações em
rede possibilita o aprendizado.
As comunidades virtuais de prática surgem com a necessidade de
renovação contínua do conhecimento.
11
Driscoll (2000) afirma que existe a aprendizagem informal e a educação
formal, mas que o nosso aprendizado se dá principalmente na interação com o
mundo.
Karen Stephenson enfatiza que a experiência tem sido o melhor professor
do conhecimento. Portanto, a capacidade de reconhecimento e adaptação às
mudanças, além da habilidade para fomentar e manter o fluxo de conhecimento,
são essenciais, e as comunidades virtuais de prática contribuem nesse aspecto.
Na educação, comunidades virtuais podem ser utilizadas para o crescimento
profissional do professor, contribuindo para o desempenho do aluno (Wenger,
1998). Educadores podem se conectar e compartilhar ideias para melhoria de
sua prática docente (Baker-Doyle & Yoon, 2011).
Um exemplo foi um estudo realizado no Paquistão, por Kasi (2010), onde a
pesquisa mostrou o potencial e a eficácia das comunidades virtuais de
aprendizagem para o desenvolvimento profissional dos professores, em que foi
substituído o método de transmissão nas formações para as comunidades de
prática, ligando novatos, experientes e especialistas para a troca de informações
e conhecimentos.
O desenvolvimento profissional deve ser atual, acessível e significativo para
que os professores possam colaborar com os colegas e todos aprenderem.
Keung (2009) estudou as interações entre professores dentro de
comunidades virtuais de prática buscando um plano de melhoria da escola. Ele
analisou as práticas reflexivas dos professores primários em Hong Kong e
concluiu que as comunidades contribuíram para melhoria de suas práticas em
sala de aula. Quando um professor pesquisa sua própria prática de ensino e
realiza trocas, as chances de transformação aumentam.
As comunidades precisam ser organizadas de forma dinâmica para que nos
tragam vantagens.
A organização de uma comunidade virtual tem sua fase de iniciação, onde
se verifica as informações de interesse, com questões motivadoras e depois a
própria implementação, onde há o chamamento para a participação,
aumentando a teia de conexões.
12
Existe um tipo de hierarquia quase informal, mas para melhor organização,
segundo Clastres (2003), deve-se ter um professor coordenador, não uma
pessoa que comanda, mas que se comunica, provocando a participação
comprometida dos professores, articulando os conhecimentos. Essa
organização deve ocorrer de forma horizontal.
Um aspecto importante é que a tecnologia que será utilizada para essa
formação, seja definida pelo próprio grupo de professores, para que nasça da
própria escola e seja aperfeiçoada pelos próprios membros. As ferramentas não
podem ser muito complexas e nem obsoletas para não proporcionar a fuga dos
participantes.
A organização da comunidade virtual de prática pode permitir que o
professor colabore no sentido de identificar objetivos comuns para aprofundar os
temas e desenvolver suas aulas.
Aspectos positivos e limitações das Comunidades Virtuais
As comunidades virtuais são grandes aliadas no processo de ensino e
aprendizagem, possibilitando o alcance de conteúdos ricos, já que reúne
propostas, ideias e soluções de várias pessoas.
Aprende-se partilhando e trocando experiências e a aprendizagem passa a
ser mais social, já que desenvolve as competências relacionais. Também
incentiva o desenvolvimento da criticidade, onde cada um é professor e todos
aprendem com todos.
Adquire-se maior segurança para se expressar, diminuindo o medo às
críticas; fortalece o espírito de solidariedade e respeito mútuo. O desejo de
contribuir para o grupo faz com que a pessoa se sinta parte de uma comunidade
a medida que compartilha seus pontos de vista e níveis de conhecimento.
Com a aproximação das pessoas em torno de interesses comuns, mesmo
geograficamente distantes, há a troca de informações, renovando linguagens,
hábitos, costumes, promovendo inclusive uma mescla cultural.
A constatação da riqueza do grupo não só em conhecimento, mas também
em qualidades das relações humanas fortalece o senso de coletividade.
13
Dentre as limitações, podemos citar as dificuldades no domínio das
ferramentas tecnológicas, pois nem todos possuem facilidade no manuseio.
Outro ponto é que, já que as relações nas comunidades virtuais são horizontais,
podemos ter dificuldades para organização da comunidade.
Deve-se levar em conta alguns aspectos importantes numa comunidade
como a linguagem clara e objetiva, ambiente atrativo e políticas internas que
devem ser respeitadas para que não haja abusos e assuntos fora do contexto.
Spiegel (1999) coloca que as comunidades virtuais podem gerar um
comportamento egoísta, já que muitas pessoas acabam por utilizar da
experiência de outros e não partilha as suas.
Wenger (1998) observou que a falta de familiaridade com um grupo pode
ser uma limitação à participação nas atividades da comunidade.
Metodologia
O presente estudo teve por objetivo fazer um breve mapeamento de alguns
dos trabalhos existentes nessa temática e fazer uma tímida revisão bibliográfica.
Tentou-se obter uma visão panorâmica sobre o assunto e traçar algumas ideias
relevantes.
Considerações finais
Na Educação temos grandes desafios. Um deles é o de como trabalhar com
a formação continuada dos professores num contexto onde ainda há, em muitos
locais, a precariedade de diversos elementos.
Uma proposta é a utilização das comunidades virtuais de prática para a
formação continuada dos professores, onde as estratégias de colaboração
podem promover o alinhamento de ideias, melhorando a prática docente e
consequentemente, o desempenho dos alunos. Todos os envolvidos no
processo educativo poderão compartilhar responsabilidades, aprendendo juntos
com o objetivo de melhoria da qualidade de ensino.
14
Um trabalho colaborativo oportuniza inovações, possibilitando um pensar e
fazer reflexivo. O aprender constante torna possível a revisão e o
direcionamento de novos caminhos para responder às necessidades de cada
um.
As comunidades virtuais de prática constituem um espaço favorável para a
troca e compartilhamento de saberes, um ambiente fértil para o
desenvolvimento de novas competências e inovações pedagógicas.
Cada professor é um ponto de informação e conhecimento e juntos, num
espaço horizontal, podem formar uma rede de aprendizagem contínua.
Bonilla & Oliveira (2011) afirmam que trata-se de incorporar os recursos
tecnológicos no cotidiano da escola, não como algo imposto de fora, mas como
uma necessidade de formação permanente do professor, pois um professor
“excluído” do mundo virtual não tem condições de “incluir” seus alunos.
A mudança não está somente na tecnologia em si, mas nas infinitas
possibilidades de comunicação e mediação, onde o ambiente para o
aprendizado se amplia, expandindo horizontes e fornecendo novos caminhos.
O conhecimento é produzido socialmente e os profissionais têm muito a oferecer
uns aos outros e a troca de experiências e partilha de saberes são essenciais.
Cardoso & Salema (2012) afirmam que
A crescente reflexão sobre as relações entre o conhecimento tecnológico e o
conhecimento pedagógico desenvolverá no professor uma maior expertise, quer
no manuseamento da tecnologia, quer na sua adequação aos conteúdos e aos
resultados de aprendizagem que se pretendem alcançar.
(Cardoso & Salema, 2012)
A reflexão sobre esta temática perpassa por três ideias, as quais foram
desenvolvidas e citadas por Cardoso, Alarcão & Antunes Celorico (2010): a de
percurso, a de esforço e a de colaboração em continuidade, já que o
conhecimento não se constrói de uma só vez.
Dessa forma, esse tema precisa ser estudado e aprofundado, considerando,
inclusive, diversos aspectos e elementos não abordados aqui. Utilizando a frase
dos mesmos autores, é um tema que precisa ser “dissecado, integrado e melhor
analisado, explorando o campo e abrindo horizontes”.(Cardoso, Alarcão &
Celorico, 2010).
15
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http://eliciolfimpel.blogspot.com.br/2015/03/sociedade-em-rede-uso-das-
comunidades.html [05 de abril de 2015]

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Artigo Uso das comunidades virtuais de prática na formação continuada dos professores

  • 1. 1 UNIVERSIDADE ABERTA EDUCAÇÃO EM REDE: USO DAS COMUNIDADES VIRTUAIS DE PRÁTICA NA FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES Eliane Gonçalves Ciolfi Mestrado em Pedagogia do Elearning Trabalho da Unidade Curricular Metodologia de Investigação em Contextos Online Professora Dra. Teresa Cardoso Abril de 2015
  • 2. 2 Resumo – Numa sociedade globalizada, em constante mudança, o aperfeiçoamento contínuo do docente passa a ser fator essencial para uma educação de qualidade. Neste texto abordamos a temática do uso das comunidades virtuais de prática na formação continuada dos professores. Começamos por refletir sobre a aprendizagem colaborativa e sua importância como um dos pilares do processo de formação, onde as comunidades virtuais podem proporcionar um ambiente favorável ao compartilhamento de informações e à construção de novos conhecimentos. Em seguida, apresentamos aspectos positivos e limitações das comunidades virtuais nesse contexto e concluímos que o trabalho colaborativo é essencial para grandes transformações no contexto educacional. Palavras-chave: Aprendizagem colaborativa; comunidades de prática; comunidades virtuais; educação; formação continuada. Abstract – In a global society that is in constant transformation, the constant improvement of teaching practices becomes an important factor for a high-quality education. This article approaches the use of virtual communities of practice in teacher’s continuing education. We begin by reflecting on collaborative learning and its importance as one of the pillars of the training process, where virtual communities can provide a favorable environment for sharing information and building new knowledge. After this, we show positive aspects and limitations of virtual communities in this context and we conclude that collaborative work is the key to big changes in the educational entourage. Keywords: Collaborative learning; continuing education; education; practical communities; virtual communities.
  • 3. 3 Introdução A sociedade tem passado por constantes transformações num ritmo acelerado com o aparecimento e o desenvolvimento cada vez mais crescente das novas tecnologias, implicando numa necessidade contínua de reestruturação dos ambientes de aprendizagem e recursos utilizados no ensino. Diante de tal situação, professores necessitam desenvolver constantemente novas formas de ensinar e de aprender. O desenvolvimento de novas competências para o acompanhamento de todo esse processo de ensino e aprendizagem torna-se imperial. A profissão docente, continuamente, precisa atender às demandas das novas políticas educacionais e tendências atuais da sociedade. A formação dos professores é um aspecto fundamental da educação, por ter um efeito poderoso nos processos de ensino e aprendizagem, determinando concepções, estratégias, dimensões pedagógicas, refletindo substancialmente na qualidade do ensino. Estudos têm nos mostrado que a realidade dos professores não favorece um processo de formação contínua, pois muitos possuem longas jornadas de trabalho, e consequentemente, não há disponibilidade de tempo e, muitas vezes, nem recursos financeiros para seu aprimoramento profissional e troca de experiências entre os pares. Por outro lado, escolas necessitam de projetos coletivos para a solução dos mais diferentes tipos de problemas e questões que surgem no cotidiano escolar. Sabemos da existência de práticas docentes inovadoras com projetos de excelência, com ótimos resultados que, muitas vezes, não são compartilhados e discutidos. A busca de soluções para os problemas encontrados no universo escolar tem sido o foco de muitos estudiosos, e, professores e instituições educacionais também são responsáveis por essa questão. A formação básica acadêmica não tem sido mais suficiente para suprir as necessidades atuais. O professor, em sua prática docente, encontra dificuldades
  • 4. 4 que precisam ser superadas e a formação continuada é uma das vertentes defendidas por especialistas da área, para que os educadores possam ter maior segurança ao lidar com esses problemas e termos uma educação de melhor qualidade. Com o desenvolvimento da tecnologia e o crescente acesso aos meios informatizados, professores de toda a parte do mundo poderiam se comunicar, compartilhar e não depender mais somente de livros ou simples busca de informações pela internet. A construção do conhecimento é um processo social e a internet é um recurso que a cada dia faz mais parte de nosso cotidiano escolar. Então, por que não utilizarmos esse instrumento para o aprimoramento da prática docente? Professores têm um potencial para a interação, ampliando possibilidades para exploração e aprimoramento profissional e as ferramentas da internet poderão contribuir para essa formação, conectando pedagogia e tecnologia. Para a realização deste artigo, recorreu-se ao Google e repositórios de grandes universidades, utilizando palavras-chave como “aprendizagem colaborativa”, “comunidades virtuais”, “comunidades de prática” e “formação continuada”. A revisão bibliográfica teve um enfoque na aprendizagem colaborativa como um instrumento essencial na formação de educadores. Começamos por contextualizar a aprendizagem colaborativa e posteriormente, formação dos professores e comunidades virtuais de prática. Este artigo, procura apresentar uma primeira e ainda superficial pesquisa bibliográfica sobre a temática, com algumas referências e portanto, não se esgota por aqui. Aprendizagem Colaborativa A ideia de trabalho em equipe e aprendizagem em grupo vêm sendo desenvolvida desde o século XVIII e já foi discutida por muitos pesquisadores (Irala & Torres, 2004). Em 1994, Lev Vygotsky, grande pesquisador, criou a Pedagogia Socioconstrutivista e desenvolveu o conceito de zona de desenvolvimento proximal (ZDP), que faz parte de sua teoria sociocultural.
  • 5. 5 A teoria de Vygotsky tem uma visão interacionista para a construção do conhecimento, onde a colaboração entre os pares é aspecto primordial para uma aprendizagem significativa. Isso tem despertado a atenção no sentido de que contextos coletivos de aprendizagem proporcionam um engajamento ativo dos envolvidos para a resolução de problemas. A negociação entre pares com diferentes habilidades e competências favorece o processo de aprendizagem e o desenvolvimento do indivíduo como um todo. A contribuição de cada um agrega no conhecimento individual e coletivo. Os aprendentes constroem meios pelos quais novos conhecimentos são criados e integrados com o conhecimento já existente. A aprendizagem ocorre em contextos e relacionamentos. Uma aprendizagem colaborativa envolve a participação ativa de todos os envolvidos no processo de aprendizagem, com a presença de um mediador, proporcionando uma construção coletiva do conhecimento a partir de atividades que propiciam a troca e interação entre pares, aceitação das diferenças e respeito à diversidade, desenvolvimento da autonomia, valorizando o processo e não o produto (Torres, 2004). Johnson & Johnson (1993) dizem que a aprendizagem colaborativa aumenta a auto realização dos estudantes, propiciando maior motivação intrínseca para a aprendizagem. Para Dillembourg (1999), na colaboração, todos trabalham em conjunto, sem distinções hierárquicas, em um esforço coordenado, a fim de alcançarem o objetivo ao qual se propuseram. Podemos encontrar muitas definições para a aprendizagem colaborativa, porém, é de comum acordo entre teóricos, que a base da aprendizagem colaborativa é a interação e troca entre os alunos para a construção coletiva de novos conhecimentos. Num processo de aprendizagem colaborativa, cada um trabalha de forma individual sobre o mesmo tema e, em seguida, compartilha com o grupo o que aprendeu e há discussões para o aprofundamento do tema e crescimento de todos. Nesse tipo de aprendizagem há a superação do conceito de reprodução do conhecimento para um conceito de produção. O aluno passa a não ser somente consumidor do conteúdo, mas também produtor.
  • 6. 6 George Siemens e Sthephen Downes (2007) enfatizam que a aprendizagem é o processo de construir redes de informação, contato e recursos que são aplicados a problemas reais. A informação é abundante e o estudante tem que fazer conexões e ter capacidade para encontrar e aplicar conhecimento quando e onde for necessário. Na Pedagogia Conectivista, há uma rede entre pessoas, artefactos digitais e conteúdo, onde as pessoas podem se envolver, interagir, compartilhar e aprender. A aprendizagem colaborativa pode ocorrer em diversos contextos e não depende somente de recursos tecnológicos. Porém, diante da grande propagação do uso da internet, podemos utilizar esse recurso para troca de conhecimentos e aquisição de novas aprendizagens. Para Silva, B. (2001, p. 840) as tecnologias não são apenas meros instrumentos que possibilitam a emissão/recepção deste ou daquele conteúdo de conhecimento, mas também contribuem fortemente para condicionar e estruturar a ecologia comunicacional das sociedades. A internet proporciona um ambiente de aprendizagem motivador, rico, interativo e dinâmico. Segundo Castells, A Internet pode ser considerada o epicentro de muitas áreas da atividade social, econômica e política, constituindo-se como o instrumento tecnológico e a forma organizativa que distribui o poder da informação, a geração de conhecimentos e a capacidade de ligar-se em rede em qualquer âmbito da atividade humana. (Castells, 2004:311) Terry Anderson (2011) nos deixa claro que nas gerações futuras, as tecnologias farão cada vez mais o uso dos coletivos. Além disso, Anderson, também enfatiza a questão da presença social no contexto de aprendizagem, onde há a expressão de ideias num meio colaborativo. A colaboração entre os professores pode ser o caminho para a inovação e qualidade do ensino.
  • 7. 7 Formação continuada dos professores Segundo Costa (2004, p. 46), a importância de encarar a formação na perspectiva do desenvolvimento profissional resulta da constatação de que uma sociedade em constante mudança impõe à escola responsabilidades cada vez maiores. Terry Anderson (2011) desenvolve um modelo de comunidade de aprendizagem, abordando conceitos de presença cognitiva, presença social e presença de ensino. Quando se fala de presença de ensino, remete-nos imediatamente ao papel do professor, que é essencial no processo de ensino e aprendizagem. Daí a importância do professor no contexto educacional. O papel do professor tem se modificado, passando de transmissor do conhecimento para facilitador, mediador da aprendizagem. Alarcão (2008) afirma que “o professor não é concebido como mero transmissor do saber, mas como facilitador e gestor de aprendizagens e mobilizador de recursos” (p. 176). Sendo assim, a formação desse professor passa a ser imprescindível, cuja aprendizagem ocorre ao longo da vida, através da reflexão de suas práticas, junto aos seus pares. Avalos (2011) afirma que as instituições educacionais estão se afastando do tradicional modelo de formação de professores e estão buscando modelos inovadores que incorporem as necessidades dos mesmos em seu dia a dia. Segundo ele, os professores devem se envolver na redefinição de suas práticas de ensino, tornando-se mais responsáveis pela sua própria aprendizagem. O crescimento profissional contínuo do professor melhora a qualidade da educação como um todo. E o compartilhamento de informações, experiências e discussões sobre sua prática podem contribuir para o desenvolvimento de metodologias mais adequadas. Darling-Hammond et al. (2009) estudaram o desenvolvimento profissional de professores e descobriram que os programas típicos de formação não são suficientes para que se tenha uma mudança efetiva e sim que o desenvolvimento profissional eficaz deve estar ligado à prática.
  • 8. 8 Ducan (2012) comenta que o processo de aprendizagem, para ser bem sucedido, deve-se considerar as necessidades dos professores e preocupações que se tem com a aprendizagem dos alunos. Os alunos vivem em um mundo multissensorial com computadores, celulares, tablets, num contexto totalmente acelerado com jogos e mensagens instantâneas. Os processos de aprendizagem e envolvimento precisam ser revistos para que as necessidades cognitivas da era digital sejam contempladas também no ambiente escolar. Somente a reestruturação de currículos, avaliações e estratégias de ensino utilizadas pelos professores poderão dar conta da atual demanda. Ernest et al.(2013) sugere que a melhor maneira para os professores realizarem essa transformação é também se expor à oportunidades e desafios de colaboração em um ambiente virtual para o seu próprio desenvolvimento profissional. A construção de comunidades virtuais de prática de professores é uma proposta com o objetivo de apoiar os professores na construção de novos conhecimentos e habilidades para motivá-los e ajudá-los a colaborar, compartilhar e reutilizar recursos educacionais, aprendendo e desenvolvendo novas estratégias para a melhoria da qualidade de seu trabalho. A integração bem sucedida entre a pedagogia e usos de recursos tecnológicos para a formação, requer uma reformulação de ideias pré- concebidas e concepções já obsoletas, havendo uma necessidade de um maior vínculo entre professores e computadores.
  • 9. 9 Comunidades As comunidades existem desde que o Homem sentiu a necessidade de se aliar para cumprir qualquer tarefa. A partilha e a conjugação de esforços para a consecução de uma tarefa passaram a ocorrer. O trabalho colaborativo passou a existir diante da necessidade de realizar tarefas e busca de soluções para problemas que não eram possíveis de serem realizadas sozinho. Comunidades Virtuais de Prática Para aprender, as pessoas precisam de tempo para refletir sobre a sua experiência e suas implicações e incorporar novos insights sobre seus momentos mentais atuais. Precisam sentir-se seguros para explorar novas ideias e desafiar suas próprias convicções. Rosenbaum e Schachaf (2010) afirmam que comunidade virtual é o conjunto de pessoas que se reúnem e interagem regularmente em algum tipo de espaço digital (p. 1934) Etienne Wenger (1999) desenvolveu o conceito de comunidade de prática que é um grupo de indivíduos que possuem interesses comuns no aprendizado e se reúnem para discutir e, em seguida, aplicar o que foi aprendido. Segundo ele, há o compartilhamento de conhecimento entre as pessoas, trocando experiências, levando seus problemas e buscando soluções. As pessoas se envolvem num aprendizado coletivo. Essa é uma prática que tem chamado a atenção do mundo acadêmico e organizacional. O cenário competitivo exige velocidade no surgimento de novas ideias e aprender de forma coletiva é um contributo nesse sentido. Atualmente, muitas empresas que buscam inovação, trabalham com comunidades de prática e procuram proporcionar ambiente favorável para que isso aconteça de maneira natural. A comunidade de prática é um grupo que compartilha conhecimento, aprende junto e cria algumas práticas comuns. Os participantes ajudam uns aos
  • 10. 10 outros na resolução de problemas, dando conselhos, desenvolvendo novas abordagens e instrumentos para seu campo de atuação. Existe uma pessoa que convida as outras a participar, faz coesão entre as mesmas, mantendo a comunidade atuante. O conceito de comunidades de prática existe em quase todos os contextos sociais e estes grupos interagem regularmente e são formados com base em preocupações e interesses comuns. Através das redes, os indivíduos aprofundam seus conhecimentos e experiências. Pierre Lévy (1999) comenta que a tecnologia amplifica a imaginação, permitindo o compartilhamento e a relação entre grupos, possibilitando o desenvolvimento da Inteligência Coletiva. O surgimento das novas tecnologias possibilita a partilha da memória, da percepção, do aspecto imaginativo, resultando na aprendizagem coletiva e na troca de conhecimentos. Howard Rheingold (1996) detectou a existência de “contratos sociais entre grupos humanos- imensamente mais sofisticados, embora informais” – que nos permitem agir como agentes inteligentes uns para os outros”. Esse é o conceito de inteligência coletiva, onde se trabalha em grupo, em benefício de cada indivíduo. Segundo o mesmo autor, as comunidades virtuais são constituídas por diversos profissionais que lidam diretamente com o conhecimento, fornecendo informação específica, com opinião especializada, funcionando como uma enciclopédia viva, dinâmica, auxiliando os membros da comunidade a lidar com a abundância de informações e com a filtragem das mesmas. Rheingold afirma que as comunidades virtuais são importantes para partilha do conhecimento, inclusive em áreas profissionais. Uma comunidade virtual é uma rede social em que cada um dos membros proporciona o conhecimento para a rede. A aquisição de novas informações em rede possibilita o aprendizado. As comunidades virtuais de prática surgem com a necessidade de renovação contínua do conhecimento.
  • 11. 11 Driscoll (2000) afirma que existe a aprendizagem informal e a educação formal, mas que o nosso aprendizado se dá principalmente na interação com o mundo. Karen Stephenson enfatiza que a experiência tem sido o melhor professor do conhecimento. Portanto, a capacidade de reconhecimento e adaptação às mudanças, além da habilidade para fomentar e manter o fluxo de conhecimento, são essenciais, e as comunidades virtuais de prática contribuem nesse aspecto. Na educação, comunidades virtuais podem ser utilizadas para o crescimento profissional do professor, contribuindo para o desempenho do aluno (Wenger, 1998). Educadores podem se conectar e compartilhar ideias para melhoria de sua prática docente (Baker-Doyle & Yoon, 2011). Um exemplo foi um estudo realizado no Paquistão, por Kasi (2010), onde a pesquisa mostrou o potencial e a eficácia das comunidades virtuais de aprendizagem para o desenvolvimento profissional dos professores, em que foi substituído o método de transmissão nas formações para as comunidades de prática, ligando novatos, experientes e especialistas para a troca de informações e conhecimentos. O desenvolvimento profissional deve ser atual, acessível e significativo para que os professores possam colaborar com os colegas e todos aprenderem. Keung (2009) estudou as interações entre professores dentro de comunidades virtuais de prática buscando um plano de melhoria da escola. Ele analisou as práticas reflexivas dos professores primários em Hong Kong e concluiu que as comunidades contribuíram para melhoria de suas práticas em sala de aula. Quando um professor pesquisa sua própria prática de ensino e realiza trocas, as chances de transformação aumentam. As comunidades precisam ser organizadas de forma dinâmica para que nos tragam vantagens. A organização de uma comunidade virtual tem sua fase de iniciação, onde se verifica as informações de interesse, com questões motivadoras e depois a própria implementação, onde há o chamamento para a participação, aumentando a teia de conexões.
  • 12. 12 Existe um tipo de hierarquia quase informal, mas para melhor organização, segundo Clastres (2003), deve-se ter um professor coordenador, não uma pessoa que comanda, mas que se comunica, provocando a participação comprometida dos professores, articulando os conhecimentos. Essa organização deve ocorrer de forma horizontal. Um aspecto importante é que a tecnologia que será utilizada para essa formação, seja definida pelo próprio grupo de professores, para que nasça da própria escola e seja aperfeiçoada pelos próprios membros. As ferramentas não podem ser muito complexas e nem obsoletas para não proporcionar a fuga dos participantes. A organização da comunidade virtual de prática pode permitir que o professor colabore no sentido de identificar objetivos comuns para aprofundar os temas e desenvolver suas aulas. Aspectos positivos e limitações das Comunidades Virtuais As comunidades virtuais são grandes aliadas no processo de ensino e aprendizagem, possibilitando o alcance de conteúdos ricos, já que reúne propostas, ideias e soluções de várias pessoas. Aprende-se partilhando e trocando experiências e a aprendizagem passa a ser mais social, já que desenvolve as competências relacionais. Também incentiva o desenvolvimento da criticidade, onde cada um é professor e todos aprendem com todos. Adquire-se maior segurança para se expressar, diminuindo o medo às críticas; fortalece o espírito de solidariedade e respeito mútuo. O desejo de contribuir para o grupo faz com que a pessoa se sinta parte de uma comunidade a medida que compartilha seus pontos de vista e níveis de conhecimento. Com a aproximação das pessoas em torno de interesses comuns, mesmo geograficamente distantes, há a troca de informações, renovando linguagens, hábitos, costumes, promovendo inclusive uma mescla cultural. A constatação da riqueza do grupo não só em conhecimento, mas também em qualidades das relações humanas fortalece o senso de coletividade.
  • 13. 13 Dentre as limitações, podemos citar as dificuldades no domínio das ferramentas tecnológicas, pois nem todos possuem facilidade no manuseio. Outro ponto é que, já que as relações nas comunidades virtuais são horizontais, podemos ter dificuldades para organização da comunidade. Deve-se levar em conta alguns aspectos importantes numa comunidade como a linguagem clara e objetiva, ambiente atrativo e políticas internas que devem ser respeitadas para que não haja abusos e assuntos fora do contexto. Spiegel (1999) coloca que as comunidades virtuais podem gerar um comportamento egoísta, já que muitas pessoas acabam por utilizar da experiência de outros e não partilha as suas. Wenger (1998) observou que a falta de familiaridade com um grupo pode ser uma limitação à participação nas atividades da comunidade. Metodologia O presente estudo teve por objetivo fazer um breve mapeamento de alguns dos trabalhos existentes nessa temática e fazer uma tímida revisão bibliográfica. Tentou-se obter uma visão panorâmica sobre o assunto e traçar algumas ideias relevantes. Considerações finais Na Educação temos grandes desafios. Um deles é o de como trabalhar com a formação continuada dos professores num contexto onde ainda há, em muitos locais, a precariedade de diversos elementos. Uma proposta é a utilização das comunidades virtuais de prática para a formação continuada dos professores, onde as estratégias de colaboração podem promover o alinhamento de ideias, melhorando a prática docente e consequentemente, o desempenho dos alunos. Todos os envolvidos no processo educativo poderão compartilhar responsabilidades, aprendendo juntos com o objetivo de melhoria da qualidade de ensino.
  • 14. 14 Um trabalho colaborativo oportuniza inovações, possibilitando um pensar e fazer reflexivo. O aprender constante torna possível a revisão e o direcionamento de novos caminhos para responder às necessidades de cada um. As comunidades virtuais de prática constituem um espaço favorável para a troca e compartilhamento de saberes, um ambiente fértil para o desenvolvimento de novas competências e inovações pedagógicas. Cada professor é um ponto de informação e conhecimento e juntos, num espaço horizontal, podem formar uma rede de aprendizagem contínua. Bonilla & Oliveira (2011) afirmam que trata-se de incorporar os recursos tecnológicos no cotidiano da escola, não como algo imposto de fora, mas como uma necessidade de formação permanente do professor, pois um professor “excluído” do mundo virtual não tem condições de “incluir” seus alunos. A mudança não está somente na tecnologia em si, mas nas infinitas possibilidades de comunicação e mediação, onde o ambiente para o aprendizado se amplia, expandindo horizontes e fornecendo novos caminhos. O conhecimento é produzido socialmente e os profissionais têm muito a oferecer uns aos outros e a troca de experiências e partilha de saberes são essenciais. Cardoso & Salema (2012) afirmam que A crescente reflexão sobre as relações entre o conhecimento tecnológico e o conhecimento pedagógico desenvolverá no professor uma maior expertise, quer no manuseamento da tecnologia, quer na sua adequação aos conteúdos e aos resultados de aprendizagem que se pretendem alcançar. (Cardoso & Salema, 2012) A reflexão sobre esta temática perpassa por três ideias, as quais foram desenvolvidas e citadas por Cardoso, Alarcão & Antunes Celorico (2010): a de percurso, a de esforço e a de colaboração em continuidade, já que o conhecimento não se constrói de uma só vez. Dessa forma, esse tema precisa ser estudado e aprofundado, considerando, inclusive, diversos aspectos e elementos não abordados aqui. Utilizando a frase dos mesmos autores, é um tema que precisa ser “dissecado, integrado e melhor analisado, explorando o campo e abrindo horizontes”.(Cardoso, Alarcão & Celorico, 2010).
  • 15. 15 Referências Bibliográficas Anderson, T. & Dron, J. (2011). Three generations of distance education pedagogy. IRRODL. http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/890 [17 de março de 2015] Anderson, T. (2008). Teaching in an Online Learning Context. In Anderson, T. (Ed). Theory and Practice of Online Learning. Athabasca University: Au Press (2ª Edição). http://www.aupress.ca/books/120146/ebook/14_Anderson_2008- Theory_and_Practice_of_Online_Learning.pdf [16 de março de 2015] Arnell, R. (2014). Teacher Beliefs on Personal Learning, Collaboration, and Participation in Virtual Communities of Practice. Walden University. http://scholarworks.waldenu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1047&context=disse rtations [28 de fevereiro de 2014] Avalos-Bevan, B. (2011). Teacher professional development in Teaching and Teacher Education over ten years. Teaching and Teacher Education 27 (1), 10- 20. http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0742051X10001435 [27 de fevereiro de 2015] Bezerra, A. C. S. (2014). Comunidades de Prática Online e a Construção de Competências para o Ensino Ativo. Universidade de Aveiro. http://ria.ua.pt/handle/10773/13137 [24 de março de 2015] Cardoso, T., Alarcão, I. & Celorico, J. A. (2010). Revisão da Literatura e Sistematização do Conhecimento. Porto: Porto Editora. Coleção Nova CIDInE, n.º 3. Cardoso, T. Alarcão, I. & Celorico, J. A. (2013). “MAECC®: um caminho para mapear investigação”. Indagatio Didactica, 5 (2), 289-299 [Online]. CIDTFF - Centro de Investigação em Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores,
  • 16. 16 Universidade de Aveiro. http://revistas.ua.pt/index.php/ID/article/view/2452/2323 [07 de abril de 2015] Clastres, P. (2003). A sociedade contra o Estado – pesquisas de antropologia política. São Paulo: Cosac & Naify. https://we.riseup.net/assets/71282/clastres- a-sociedade-contra-o-estado.pdf [28 de fevereiro de 2015] Darling-Hammond, L., Wei R.C., Andree, A., Richardson, N., & Orphanos, S. (2009). Professional learning in the learning profession: A status report on teacher development in the United States and abroad. Dallas, TX: National Staff Development Council. http://learningforward.org/docs/pdf/nsdcstudytechnicalreport2009.pdf?sfvrsn=0 [02 de março de 2015] Duncan-Howell, J. (2010). Teachers making connections: Online communities as a source of professional learning. British Journal of Educational Technology, 41(2), 324-340. http://www.researchgate.net/publication/40635994_Teachers_making_connectio ns__online_communities_as_a_source_of_professional_learning [ 02 de março de 2015] Ferreira, A.de A. & Silva, B. D. (2011). Colaboração Online: Uma Estratégia para o Desenvolvimento Profissional de Professores. Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte-BR e Instituto de Educação da Universidade do Minho. Portugal: CCUM. https://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/14367 [08 de abril de 2015] Irala, E. A. F. & Torres, P. L. (2004). O uso do AMANDA como ferramenta de apoio a uma proposta de aprendizagem colaborativa para a língua inglesa. PUC/PR. http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/172-TC-D4.htm [02 de março de 2015]
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