O documento discute diabetes mellitus, incluindo suas causas, tipos, sintomas e complicações. Resume que a diabetes é uma doença metabólica causada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue, que pode causar problemas como infarto e insuficiência renal se não tratada, e afeta cerca de 12% da população brasileira.
2. INTRODUÇÃO
Diabetes Me llitus é uma doença metabólica, causada pelo
aumento da quantidade de glicose sanguínea
A glicose é a principal fonte de energia para o organismo, mas o
excesso é prejudicial.
Quando não tratada, causa doenças como: infarto, derrame,
insuficiência renal, dificuldade em cicatrizações, problemas
visuais entre outras.
A OMS estima que 240 milhões de pessoas sejam diabéticas no
mundo
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4. ETIOLOGIA
O Diabetes afeta cerca de 12% da população no Brasil
(aproximadamente 22 milhões de pessoas)
De acordo com a OMS, em 2006 havia cerca de 171 milhões
de pessoas doentes da Diabetes.
É estimado que em 2030 esse número dobre.
O aumento do índice de Diabetes em países em
desenvolvimento segue a tendência de urbanização e
mudança de estilos de vida.
O diabetes está na lista das 5 doenças de maior índice de
morte no mundo.
De acordo com a Am e rican Diabe te s Asso ciatio n existem
cerca de 6.2 milhões de pessoas não diagnosticadas e cerca
de 41 milhões de pessoas que poderiam ser consideradas
pré-diabéticas. 4
5. CAUSAS E FISIOPATOLOGIA
Diabetes Mellitus tipo 1:
Falta de insulina.
O pâncreas não produz insulina ou a produz em quantidades muito
baixas.
Com a falta de insulina, a glicose não entra nas células,
permanecendo na circulação sanguínea em grandes quantidades.
A diabetes mellitus do tipo I é também caracterizada pela produção
de anticorpos à insulina (doença auto-imune). É muito recorrente em
pessoas jovens, e apresenta sintomatologia definida, onde os
enfermos perdem peso. 5
6. CAUSAS E FISIOPATOLOGIA
Diabetes Mellitus tipo 2 (DM tipo 2).
Mal funcionamento ou diminuição dos receptores das células.
A produção de insulina está normal.
Como os receptores (portas) não estão funcionando direito ou estão
em pequenas quantidades, a insulina não consegue promover a
entrada de glicose necessária para dentro das células, aumentando
também as concentrações da glicose na corrente sanguínea.
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7. GENÉTICA
Ambos os tipos são herditário,
O tipo 1 de diabetes parece ser desencadeado por infecções
(principalmente virais) e, em uma proporção menor de pessoas,
por exposições ambientais a drogas ou estresse.
Existe um forte padrão de herança para o diabetes do tipo 2.
Aquelas pessoas com parentes de primeiro grau com diabetes do
tipo 2 possuem um risco muito maior de desenvolver a diabetes
tipo 2, com o risco aumentando com o número de parentes
acometidos.
Gêmeos é de quase 100% e cerca de 25% das pessoas com a
doença possuem uma história na família de diabetes.
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9. FATORES AMBIENTAIS
Por que existe uma discordância em
relação ao diabetes mellitus tipo 1 nos
gêmeos idênticos?
Por que existe uma discordância em
relação ao diabetes mellitus tipo 1 nos
gêmeos idênticos?
FATORES AMBIENTAIS?
Vírus, Bactérias
Albumina Bovina
Toxinas
Estresse
Vírus, Bactérias
Albumina Bovina
Toxinas
Estresse
??
10. VÍRUS POSSIVELMENTE IMPLICADOS
NO DESENCADEAMENTO DO DM 1
Coxsackie B
Rubéola
Caxumba
Citomegalovírus
Mononucleose Infecciosa
Retrovírus
Reovírus 1
Hepatite
11. FISIOPATOLOGIAO pâncreas responsável pela produção
insulina hormônio
É responsável pela regulação da glicemia
(glicemia: nível de glicose no sangue).
Para que as células respiração aeróbica (utilizar glicose como fonte de
energia) glicose esteja presente na célula.
Receptores de insulina (tirosina quinase) membrana celular para a
entrada da glicose presente na circulação sanguínea.
Uma falha na produção de insulina:
níveis de glicose no sangue
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12. FISIOPATOLOGIA
CHO são convertidos em poucas horas em glicose
Alguns carboidratos não são convertidos em glicose:
Frutose: utilizada como um combustível celular, mas não é
convertida em glicose e não participa no mecanismo regulatório
metabólico da insulina / glicose;
Celulose: humanos e muitos animais não têm vias digestivas
capazes de digerir a celulose.
Fructosemia: pessoa que não tem enzimas para degradar a
frutose
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13. FISIOPATOLOGIA
A insulina é liberada células beta do pâncreas
glicose sangue liberação célula beta
A insulina leva a maioria das células do corpo a absorverem a glicose do
sangue e a utilizarem como combustível
conversão em outras moléculas necessárias ou armazenamento
A insulina é o sinal da conversão da glicose em glicogênio
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14. DIAGNÓSTICO
Normal: glicemia de jejum entre 70 mg/dl e 99mg/dl
inferior a 140mg/dl 2 horas após sobrecarga de
glicose.
Intolerância à glicose: glicemia de jejum entre 100 a 125mg/dl.
Diabetes: 2 amostras colhidas em dias diferentes com
resultado igual ou acima de 126mg/dl. ou quando a glicemia
aleatória (feita a qualquer hora) estiver igual ou acima de
200mg/dl na presença de sintomas.
Teste de tolerância à glicose aos 120 minutos igual ou acima
de 200mg/dl.
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15. DIABETES TIPO 1
O tipo de alimentação, o estilo de vida, não têm qualquer influência.
Inicia na infância ou adolescência, e se caracteriza por um déficit de
insulina.
Destruição das células betado pâncreas por processos auto-imunes.
Só cerca de 1 em 20 pessoas diabéticas tem diabetes tipo 1, a qual
se apresenta mais freqüentemente entre jovens e crianças.
Diabe te s m e llitus insulino -de pe nde nte ou diabe te s infantil.
O corpo produz pouca ou nenhuma insulina.
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16. DIABETES TIPO 1
Injeções diárias de insulina.
A quantidade de injeções diárias é variável em função do tratamento e
também em função da quantidade de insulina produzida pelo
pâncreas.
A insulina sintética pode ser de ação lenta ou rápida:
ação lenta é ministrada ao acordar e ao dormir;
ação rápida é indicada logo após grandes refeições.
Para controlar este tipo de diabetes é necessário o equilíbrio de três
fatores: a insulina, a alimentação e o exercício.
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17. DIABETES TIPO 2
Diabe te s Não Insulino -de pe nde nte , mas sim Diabe te s Tardio .
Diminuição na resposta dos receptores de glicose presentes no tecido
periférico à insulina, levando ao fenômeno de resistência à insulina.
As células beta do pâncreas aumentam a produção de insulina e, ao longo dos
anos, a resistência à insulina acaba por levar as células beta à exaustão.
Desenvolve-se em etapas adultas da vida e é muito freqüente a associação
com a obesidade e idosos.
Vários fármacos podem causar este tipo de diabetes.
É muito freqüente a diabetes tipo 2 associada ao uso prolongado de
corticóides.
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18. DIABETES GESTACIONAL
Fisiopatologicamente similar ao Diabetes Mellitus tipo 2.
90% das pacientes com DMG tem uma deficiência de
receptores de insulina (prévia a gestação).
Como na DM tipo 2, as mulheres que desenvolvem a DMG
são aquelas com sobrepeso ou obesidade.
As pacientes têm um apetite aumentado, secundário ao
excesso de insulina.
É tratavel
Macrossomia fetal
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19. PRINCIPAIS DIFERENÇAS
TIPO 1 TIPO2
Idade início Antes 20 anos Depois de 30 a 40
anos
Tipo início Nascimento,
repentinamente
Gradual
Peso corporal Normal ou perda Ganho
Células Beta reduzidas Podem estar
normais
Tratamento Insulina e dieta Dieta e medicação
oral
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20. SINAIS E SINTOMAS
Hiperglicemia: aumento da glicose no sangue
Glicosúria: elimina glicose na urina
Poliúria: urina excessiva
Polidipsia: muita sede
Polifagia: fome intensa
Cetose
Hipertensão
Angiopatia: lesões vasculares
Arteriosclerose: depósito de gorduras nas artérias
Nefropatias: alterações renais
Retinopatias: alterações oculares
Neuropatias: Alterações sistema nervoso
Gangrena
Baixa resistência infecções
Retardo cicatrização
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21. CETOSE
Quando o fígado converte gordura em ácidos graxos e corpos cetônicos,
usados pelo corpo para energia.
A subnutrição e a diabetes não controlada podem produzir cetose.
A cetose acontece quando o organismo usa os depósitos de gordura como
fonte energética (quando não há mais carboidratos).
A cetose é tóxica para as células.
A cetose costuma ocorrer em dietas sem carboidratos, como a dieta das
proteínas.
A pessoa em fase de cetose expele através da respiração um odor 22
23. CETOACIDOSE
A cetoacidose é um tipo de acidose metabólica que é causada por altas concentrações
de cetoácidos, formados pela desaminação dos aminoácidos.
Ela é mais comum na diabetes mellitus tipo 1 não tratada.
Quando o fígado quebra a gordura e proteínas em resposta a uma necessidade
percebida de substrato respiratório.
Na cetoacidose o acúmulo de cetoácidos é tão severo que o pH do sangue é
substancialmente reduzido.
É uma decorrência de uma deficiência insulínica grave e de um estado de resistência a
insulina.
Glicemia maior que 300 mg/dl
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26. COMPLICAÇÕES CRÔNICAS
Retinopatia diabética
Aterosclerose
Hipertensão
Tromboses e coágulos na corrente sanguínea;
Problemas dermatológicos (por desnaturação de proteínas
endoteliais)
Pé diabético
Problemas neurológicos principalmente no pé, como perda de
sensibilidade
Dificuldade em coagular o sangue
Problemas metabólicos generalizados.
Fator de risco à periodontite
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37. OS MAIS UTILIZADOS
Metformina (biguanida)
Em obesos (sd. Plurimetabólica- resistência periférica à
insulina)
Glicemia < 150 mg/dl
Glibenclamida (sulfoniluréia)
Magro, com perda de peso (pouca secreção)
Glicemia > 150 mg/dl
> 270 mg /dl INSULINA
38. 1-BIGUANIDAS
METFORMINA (500 e 850 mg)
Mecanismo de ação complexo, não totalmente compreendido
Aumenta a captação de glicose no músculo esquelético reduz a
resistência à insulina
Reduz a neoglicogênese
hepática
39. “Aquele grandão”
Não causa hipoglicemias sem problemas nos
idosos e “puladores de jantas”
Reduz as LDL ideal para diminuir o risco global
cardiovascular demonstrado que “salva vidas”
Foi tentada prevenção primária da DM com metformina os melhores
resultados, com dieta e exercício diário
METIFORMINA
40. PROBLEMAS
Freqüentes: gastrintestinais
Diarréia, flatulência, epigastralgia,
náuseas
Normalmente, transitórios
paciência e esperar 1-2 semanas
Raridade, mas muito grave:
acidose lática
Evitar em circunstâncias que a
favoreçam
Insuficiências renal / hepática /
cardíaca / respiratória
Gravidez
MEDICINA 6º PERÍODO / SETEMBRO 2011
41. USO CLÍNICO
Pacientes com DM tipo 2
Obesos, com síndrome
plurimetabólica (HAS,
dislipémicos...)
Após falha da dieta
Diminuem apetite
Med
cina
6º
perí
odo
/
42. 2-SULFONILURÉIAS
CLORPROPAMIDA é de 1ª geração (antiga)
Duração muito longa e eliminação pela urina Crises
hipoglicémicas graves, prolongadas (internar sempre).
Cuidado nos idosos, pela insuficiência renal.
Rubor intenso com álcool (efeito dissulfiram)
cuidado também nos jovens
43. GLIBENCLAMIDA, GLIPIZIDA e GLIMEPIRIDA são de 2ª geração.
Equivalentes na ação hipoglicemiante
Diferenças de farmacocinética
Glipizida se metaboliza no fígado ótimo na insuficiência renal e pacientes
> 65 anos
Glimepirida pode ser tomado em tomada única diária
44. Atuam sobre as células β pancreáticas, sobre receptores específicos de
sulfoniluréias nos canais de KATP.
Estimulam a secreção de insulina na fase 1
MECANISMO DE AÇÃO
45. EFEITOS ADVERSOS
HIPOGLICEMIA
Relacionada com a duração do medicamento pior com a
clorpropamida (paciente “pulou” refeições)
Evitar glibenclamida em idosos e em pacientes com problemas
renais
Estimulam o apetite ganho de peso cuidado em
obesos
Rash cutâneo
47. VANTAGENS
Início e término de ação muito rápidas (início em 1 hora e
término em 3 horas) baixo risco de hipoglicemia
Tomados antes da refeição reduzir a elevação pós-prandial
imediata (muito relacionada com morte cardiovascular)
Pacientes com glicemia em jejum normal e Hemoglobina
glicosilada muito alta elevaçao pós-prandial
MORREM MAIS
48. Produzem menor ganho de peso
São muito seletivos para canais KATP das células β pancreáticas
sem efeitos no músculo cardíaco e músculo liso vascular sem
problemas de morte no IAM
50. MECANISMO DE AÇÃO
Efeitos análogos à metformina SEM
HIPOGLICEMIAS
Evitam a produção de glicose no fígado
Favorecem a captação de glicose no músculo
Aumentam a eficácia da insulina endôgena (reduzem a
resistência periférica) em 30%
51. EFEITOS ADVERSOS
Houve sérios problemas hepáticos com as primeiras
utilizadas (Troglitazona, já retirada) vigiar a função
hepática no início
Ganho de peso e retenção hídrica cuidados na ICC
Proibidas em grávidas.
Aditivas com outros hipoglicemiantes orais em alguns
países, proibido o uso com insulina (evitar a ICC)
52. 6-INIBIDORES DA Α-
GLICOSIDASE
ACARBOSE
Retarda absorção de carboidratos reduz o “pico”
pós-prandial
Produzem flatulência, fezes amolecidas, dor
abdominal
Pode ser administrada com outros
hipoglicemiantes
A Epidemia de Diabetes No ano de 2000 haviam 151 milhões de diabéticos no mundo. O crescimento previsto deste número em 10 anos varia entre 23 e 57% nas diferentes áreas. Em 2010 o número de pacientes diabéticos deverá ser de 221 milhões. Alguns autores consideram estes números subestimados. Zimmet et al. Nature, 414: 782-787, 2001