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Análise de dados pluviométricos históricos de Angola para
melhorar a compreensão da variabilidade de chuvas e suas
implicações para as inundações e erosão.
Development Workshop
Janeiro de 2014
Porque analisar dados históricos de pluviosidade?
• Para alcançar as metas de desenvolvimento na África,
necessita uma melhor adaptação à variabilidade
climática e às alterações climáticas.
• Isto requer o conhecimento de mais do que as
condições médias.
• Informações sobre a variabilidade e as alterações
implicam uma análise de dados de longo prazo.
O desafio de dados históricos de pluviosidade na Africa
• África sempre tinha menos estações de observação do
clima de que outras partes do mundo.
• Desenvolvimento duma rede de estações de observação
climática na África começou há cerca de 100 anos atrás,
mais tarde do que em outras partes do mundo.
• Poucos desses registros foram digitalizados.
O desafio de dados históricos de pluviosidade em Angola
• Observação climática em Angola sempre foi esporádica,
até a década de 1940 (salvo no caso do Observatório de
Luanda para o qual há um registro de chuvas completa
desde 1901)
• Havia poucas estações pré-1940 e observações em
todos (salvo Luanda) eram esporádicos.
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O desafio de dados históricos de pluviosidade em Angola
• Havia uma boa rede de observação climática em Angola
durante um período de 30 anos até 1975.
• Mesmo assim, havia poucas estações no leste de
Angola.
O desafio de dados históricos de pluviosidade em Angola
O desafio de dados históricos de pluviosidade em Angola
• O número de estações de observação de chuvas
reduziu até cerca de 20 durante 1975.
• As tentativas para reconstruir a rede, desde então, só
teve algum sucesso pós-2002.
O desafio de dados históricos de pluviosidade em Angola
Recuperação de dados perdidos
• O projecto de pesquisa do Development Workshop
"Gestão de recursos hídricos no contexto dum clima em
alteração nas áreas urbanas costeiras de Angola" inclui
um componente de análise de dados históricos de
chuvas.
• Este componente identificou documentos e fontes de
dados digitalizadas, e usaram os documentos para
verificar, expandir e preencher as lacunas nas fontes
digitalizados.
Recuperação de dados perdidos
• O base de dados está a ser utilizado para examinar a
variabilidade da precipitação e possiveis alterações, e
para mapear os resultados.
Angola: precipitação anual média
Angola: precipitação anual média
• O mapa da precipitação média anual não difere de
mapas anteriores.
• Chuvas diminuem de norte a sul em Angola
• No entanto, a costa atlântica é mais seco do que o
interior
• Efeito da corrente fria de Benguela é a redução de
chuvas em áreas costeiras
Variabilidade da precipitação de um ano para o outro
• Variabilidade da precipitação de um ano para o outro em
Angola foi pouco estudada (salvo Queiroz, 1955).
• Um índice de variabilidade é o coeficiente de variação.
Isto mostra o grau de variabilidade em relação à média
de uma população. É o desvio padrão de um conjunto
de dados dividida pela sua média.
• O mapa deste índice mostra que a variabilidade da
precipitação é maior no litoral e diminui com a distância
para o interior.
Variabilidade da precipitação de um ano para o outro
Variabilidade da precipitação de um ano para o outro
• Outra medida de variabilidade foi definida por
Conrad (1941): anomalia da variabilidade da
precipitação anual. Esta é a diferença num certo
local entre a variância e a variância esperada para
um local com que a precipitação média anual.
• O mapa deste índice também mostra que a
variabilidade da precipitação é maior no litoral e
diminui com a distância para o interior.
Variabilidade da precipitação de um ano para o outro
Variabilidade da precipitação de um ano para o outro
• Isto não é inesperado. Conrad descobriu que anomalias
positivas elevadas em todo o mundo ocorrem
particularmente nas costas continentais onde há um
défice de chuvas e onde o clima está afetado pelas
correntes oceânicas.
• Por exemplo, correntes de Califórnia e de Chile-Peru e
(no caso de Angola) da Corrente de Benguela.
• O comportamento normal dessas correntes frias faz com
que a pluviosidade normalmente é baixa. Um pequeno
desvio da corrente e a intrusão de água mais quente
entre o Corrente e a costa traz chuvas mais
abundantes.
Variabilidade da precipitação de um ano para o outro
• Análise de dados de precipitação histórica Angola
mostra que há anos chuvosos e anos secos em todas as
regiões costeiras de Angola. Isto implica que um
mecanismo como a intrusão de águas costeiras mais
quentes é um factor que leva a anos de maior
pluviosidade.
Variabilidade da precipitação de um ano para o outro
• Anos com baixa precipitação num número significativo
de estações em áreas costeiras de Angola: -
• 1939, 1941, 1943, 1948, 1953, 1956, 1958, 1964, 1978,
1982, 1990.
• Anos com alta pluviosidade num número significativo de
estações em áreas costeiras de Angola: -
• 1944, 1949, 1957, 1959-1962, 1969, 1995, 2001, 2002.
• Isso corresponde com os dados da literatura sobre a
Corrente de Benguela.
Padrões de precipitação em zonas de alta variabilidade
• A área costeira com alta variabilidade de chuvas é, em
grande medida, uma área com baixa pluviosidade.
• No entanto, existem áreas com alta pluviosidade e alta
variabilidade.
• Por exemplo Cubal, Ganda, Quilengues com de precipitação
mais de 1000 por ano, em média.
• Nas zonas costeiras que têm uma alta variabilidade, a
precipitação ocorre principalmente em Março (no sul) e em
Abril (no norte). Normalmente é só no final da temporada de
chuvas que a entrada de água quente entre a corrente
oceânica fria e a costa traz chuvas mais abundantes.
Padrões de precipitação em zonas de alta variabilidade
Padrões de precipitação em zonas de alta variabilidade
• As chuvas nesta área tendem a cair na forma de
aguaceiras, tempestades isoladas no final do período
chuvoso. Uma alta proporção da precipitação média
anual pode cair num só dia.
• Luanda – precipitação média anual = 361 mm
• Luanda – mais que 150 mm de precipitação pode cair
em 24 horas
Padrões de precipitação em zonas de alta variabilidade
Padrões de precipitação em zonas de alta variabilidade
• Assim, existem as condições para inundações nas
cidades crescentes das regiões costeiras de Angola.
• Chuvas fortes num período muito curto fazem
esparrinhar partículas finas do solo e depósitos-los
como uma crosta repelente de água.
• Isso aumenta o escoamento, e o nível de água nos rios
sobe rapidamente.
• As cidades também podem ser afetados por
tempestades na própria área urbana.
Inundações e erosão
• Um número significativo de agregados familiares nos
inquéritos do DW dizem que eles foram afectados por
inundações ou de erosão.
• Apesar de Cabinda tem mais chuva, menos agregados
estão afetados por inundações e erosão.
• Luanda – 20.0 % de agregados
• Cabinda – 6.4 % de agregados
Alterações climáticas
• A alta variabilidade das chuvas em Angola torna difícil
avaliar se o clima está a alterar.
• Um ano de alta pluviosidade faz parte da variabilidade
normal ou é algo de anormal?
• Um estiagem faz parte da variabilidade normal ou é algo
de anormal?
Alterações climáticas
• No entanto, sob regimes climáticos futuros, é pouco
provável que a variabilidade será menor. Adaptar-se a
variabilidade atual será um grande passo para a
adaptação às alterações climáticas.
• Sistemas de drenagem em cidades terão de ser
mantidas limpas ao longo de anos de seca, em
prontidão para uma violenta tempestade inesperada.
• Recolha de lixo deve ser de de alto qualidade, para
evitar que o lixo bloquea pontes e tubos.
• Os sistemas de drenagem deverão ser planificados para
chuvas excepcionais, tempestades de curta duração.
Alterações climáticas
• Compreender os mecanismos que levam a
temperaturas oceânicas elevadas e chuvas mais
elevadas em certos anos podem ajudar a melhorar os
sistemas de alerta contra inundações.
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  • 1. Análise de dados pluviométricos históricos de Angola para melhorar a compreensão da variabilidade de chuvas e suas implicações para as inundações e erosão. Development Workshop Janeiro de 2014
  • 2. Porque analisar dados históricos de pluviosidade? • Para alcançar as metas de desenvolvimento na África, necessita uma melhor adaptação à variabilidade climática e às alterações climáticas. • Isto requer o conhecimento de mais do que as condições médias. • Informações sobre a variabilidade e as alterações implicam uma análise de dados de longo prazo.
  • 3. O desafio de dados históricos de pluviosidade na Africa • África sempre tinha menos estações de observação do clima de que outras partes do mundo. • Desenvolvimento duma rede de estações de observação climática na África começou há cerca de 100 anos atrás, mais tarde do que em outras partes do mundo. • Poucos desses registros foram digitalizados.
  • 4. O desafio de dados históricos de pluviosidade em Angola • Observação climática em Angola sempre foi esporádica, até a década de 1940 (salvo no caso do Observatório de Luanda para o qual há um registro de chuvas completa desde 1901) • Havia poucas estações pré-1940 e observações em todos (salvo Luanda) eram esporádicos.
  • 5. O desafio de dados históricos de pluviosidade em Angola
  • 6. O desafio de dados históricos de pluviosidade em Angola • Havia uma boa rede de observação climática em Angola durante um período de 30 anos até 1975. • Mesmo assim, havia poucas estações no leste de Angola.
  • 7. O desafio de dados históricos de pluviosidade em Angola
  • 8. O desafio de dados históricos de pluviosidade em Angola • O número de estações de observação de chuvas reduziu até cerca de 20 durante 1975. • As tentativas para reconstruir a rede, desde então, só teve algum sucesso pós-2002.
  • 9. O desafio de dados históricos de pluviosidade em Angola
  • 10. Recuperação de dados perdidos • O projecto de pesquisa do Development Workshop "Gestão de recursos hídricos no contexto dum clima em alteração nas áreas urbanas costeiras de Angola" inclui um componente de análise de dados históricos de chuvas. • Este componente identificou documentos e fontes de dados digitalizadas, e usaram os documentos para verificar, expandir e preencher as lacunas nas fontes digitalizados.
  • 11. Recuperação de dados perdidos • O base de dados está a ser utilizado para examinar a variabilidade da precipitação e possiveis alterações, e para mapear os resultados.
  • 13. Angola: precipitação anual média • O mapa da precipitação média anual não difere de mapas anteriores. • Chuvas diminuem de norte a sul em Angola • No entanto, a costa atlântica é mais seco do que o interior • Efeito da corrente fria de Benguela é a redução de chuvas em áreas costeiras
  • 14. Variabilidade da precipitação de um ano para o outro • Variabilidade da precipitação de um ano para o outro em Angola foi pouco estudada (salvo Queiroz, 1955). • Um índice de variabilidade é o coeficiente de variação. Isto mostra o grau de variabilidade em relação à média de uma população. É o desvio padrão de um conjunto de dados dividida pela sua média. • O mapa deste índice mostra que a variabilidade da precipitação é maior no litoral e diminui com a distância para o interior.
  • 15. Variabilidade da precipitação de um ano para o outro
  • 16. Variabilidade da precipitação de um ano para o outro • Outra medida de variabilidade foi definida por Conrad (1941): anomalia da variabilidade da precipitação anual. Esta é a diferença num certo local entre a variância e a variância esperada para um local com que a precipitação média anual. • O mapa deste índice também mostra que a variabilidade da precipitação é maior no litoral e diminui com a distância para o interior.
  • 17. Variabilidade da precipitação de um ano para o outro
  • 18. Variabilidade da precipitação de um ano para o outro • Isto não é inesperado. Conrad descobriu que anomalias positivas elevadas em todo o mundo ocorrem particularmente nas costas continentais onde há um défice de chuvas e onde o clima está afetado pelas correntes oceânicas. • Por exemplo, correntes de Califórnia e de Chile-Peru e (no caso de Angola) da Corrente de Benguela. • O comportamento normal dessas correntes frias faz com que a pluviosidade normalmente é baixa. Um pequeno desvio da corrente e a intrusão de água mais quente entre o Corrente e a costa traz chuvas mais abundantes.
  • 19. Variabilidade da precipitação de um ano para o outro • Análise de dados de precipitação histórica Angola mostra que há anos chuvosos e anos secos em todas as regiões costeiras de Angola. Isto implica que um mecanismo como a intrusão de águas costeiras mais quentes é um factor que leva a anos de maior pluviosidade.
  • 20. Variabilidade da precipitação de um ano para o outro • Anos com baixa precipitação num número significativo de estações em áreas costeiras de Angola: - • 1939, 1941, 1943, 1948, 1953, 1956, 1958, 1964, 1978, 1982, 1990. • Anos com alta pluviosidade num número significativo de estações em áreas costeiras de Angola: - • 1944, 1949, 1957, 1959-1962, 1969, 1995, 2001, 2002. • Isso corresponde com os dados da literatura sobre a Corrente de Benguela.
  • 21. Padrões de precipitação em zonas de alta variabilidade • A área costeira com alta variabilidade de chuvas é, em grande medida, uma área com baixa pluviosidade. • No entanto, existem áreas com alta pluviosidade e alta variabilidade. • Por exemplo Cubal, Ganda, Quilengues com de precipitação mais de 1000 por ano, em média. • Nas zonas costeiras que têm uma alta variabilidade, a precipitação ocorre principalmente em Março (no sul) e em Abril (no norte). Normalmente é só no final da temporada de chuvas que a entrada de água quente entre a corrente oceânica fria e a costa traz chuvas mais abundantes.
  • 22. Padrões de precipitação em zonas de alta variabilidade
  • 23. Padrões de precipitação em zonas de alta variabilidade • As chuvas nesta área tendem a cair na forma de aguaceiras, tempestades isoladas no final do período chuvoso. Uma alta proporção da precipitação média anual pode cair num só dia. • Luanda – precipitação média anual = 361 mm • Luanda – mais que 150 mm de precipitação pode cair em 24 horas
  • 24. Padrões de precipitação em zonas de alta variabilidade
  • 25. Padrões de precipitação em zonas de alta variabilidade • Assim, existem as condições para inundações nas cidades crescentes das regiões costeiras de Angola. • Chuvas fortes num período muito curto fazem esparrinhar partículas finas do solo e depósitos-los como uma crosta repelente de água. • Isso aumenta o escoamento, e o nível de água nos rios sobe rapidamente. • As cidades também podem ser afetados por tempestades na própria área urbana.
  • 26. Inundações e erosão • Um número significativo de agregados familiares nos inquéritos do DW dizem que eles foram afectados por inundações ou de erosão. • Apesar de Cabinda tem mais chuva, menos agregados estão afetados por inundações e erosão. • Luanda – 20.0 % de agregados • Cabinda – 6.4 % de agregados
  • 27. Alterações climáticas • A alta variabilidade das chuvas em Angola torna difícil avaliar se o clima está a alterar. • Um ano de alta pluviosidade faz parte da variabilidade normal ou é algo de anormal? • Um estiagem faz parte da variabilidade normal ou é algo de anormal?
  • 28. Alterações climáticas • No entanto, sob regimes climáticos futuros, é pouco provável que a variabilidade será menor. Adaptar-se a variabilidade atual será um grande passo para a adaptação às alterações climáticas. • Sistemas de drenagem em cidades terão de ser mantidas limpas ao longo de anos de seca, em prontidão para uma violenta tempestade inesperada. • Recolha de lixo deve ser de de alto qualidade, para evitar que o lixo bloquea pontes e tubos. • Os sistemas de drenagem deverão ser planificados para chuvas excepcionais, tempestades de curta duração.
  • 29. Alterações climáticas • Compreender os mecanismos que levam a temperaturas oceânicas elevadas e chuvas mais elevadas em certos anos podem ajudar a melhorar os sistemas de alerta contra inundações. • Podem ajudar a melhorar o conhecimento sobre possiveis alterações climáticas.