SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 27
Baixar para ler offline
MATRIZ AFRO 
Prof. Damilson Santos
“Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando 
na alma e no corpo (...) a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena 
ou do negro. No litoral, do Maranhão ao Rio Grande do Sul, e em 
Minas Gerais, principalmente do negro. A influência direta, ou vaga e 
remota, do africano. 
Na ternura, na mímica excessiva, no catolicismo em que se deliciam 
nossos sentidos, na música, no andar, na fala, no canto de ninar 
menino pequeno, em tudo que é expressão sincera de vida, trazemos 
quase todos a marca da influência negra. Da escrava ou sinhama que 
nos embalou. Que nos deu de mamar. Que nos deu de comer. Ela 
própria amolengando na mão o bolão de comida. Da negra velha que 
nos contou as primeiras histórias de bicho e de mal-assombrado. Da 
mulata que nos tirou o primeiro bicho-de-pé de lima coceira tão boa. 
Da que nos iniciou no amor físico nos transmitiu, ao ranger da cama-de- 
vento, a primeira sensação completa de homem. Do moleque que 
foi o nosso primeiro companheiro de brinquedo.” 
FREIRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: formação da família brasileira sob 
o regime da economia patriarcal. 21a. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1981. 
p. 367. 
MATRIZ AFRO 
Prof. Damilson
MATRIZ AFRO 
 África: a mãe negra 
 Sociedades domésticas 
 Eternos jovens 
 Como um africano perdia a liberdade? 
 Reinos escravizadores 
Prof. Damilson
MATRIZ AFRO 
Prof. Damilson
MATRIZ AFRO 
 Diáspora negra no Brasil 
 Congo e Angola 
 Bantos: centro-africanos 
 Portos: Cabinda, Benquela e Luanda 
 Costa de Mina 
 Jejes, Nagôs e Huaçás 
 Golfo do Benin (“costa dos escravos”) 
 Iorubás 
Prof. Damilson
MATRIZ AFRO 
Prof. Damilson
MATRIZ AFRO 
Prof. Damilson
MATRIZ AFRO 
Prof. Damilson
O ESCRAVISMO COLONIAL 
 Escravidão indígena e negra 
 Resistência servil
O ESCRAVISMO COLONIAL 
 Escravidão indígena: 
“Resgate” 
“Guerra justa” 
1755: Proibição da escravização de nativos 
 Escravidão negra: 
Alta lucratividade do tráfico negreiro 
Cultura negra em relação ao trabalho 
Discurso religioso 
Prof. Damilson
COMÉRCIO NEGREIRO: DA ÁFRICA AO 
BRASIL 
 Castelos, presídios e feitorias 
 O embarque Maldito 
 Lutando pelo ar e o cálculo econômico 
Prof. Damilson
COMÉRCIO NEGREIRO: DA ÁFRICA AO 
BRASIL 
 Macabra travessia 
 Longa viagem e a macabra dança 
 O funesto desembarque 
 Venda de cativos 
Prof. Damilson
COMÉRCIO NEGREIRO: DA ÁFRICA AO 
BRASIL 
Prof. Damilson
SENZALA: ESPAÇO DE TORTURA 
Prof. Damilson
RESISTÊNCIA SERVIL 
Fugas, revoltas, envenenamentos e 
apunhaladas 
Suicídios e abortos 
Formação de quilombos 
Ex: Quilombo de Palmares 
Prof. Damilson
QUILOMBO DE PALMARES 
 Negros, mestiços, índios e brancos 
 A Guerra de Palmares 
Zumbi e Domingos Jorge Velho 
Suicídio ou assassinato? 
 O homem e o mito 
Prof. Damilson
QUILOMBO DE PALMARES 
 A escravidão nos quilombos tinha dupla 
finalidade: 
Aculturar os escravos recém-libertos às práticas do 
quilombos, que consistiam em trabalho árduo para a 
subsistência da comunidade, já que muitos dos 
escravos libertos achavam que não teriam mais que 
trabalhar. 
Visava diferenciar os ex-escravos que chegavam aos 
quilombos pelos próprios meios, daqueles trazidos por 
incursões de resgates (escravos libertados por 
quilombolas que iam às fazendas e vilas para libertar 
escravos). 
 CARNEIRO, Edson. O quilombo dos Palmares. São Paulo: 
Prof. Damilson Nacional, 1958.
APROFUNDAMENTO 
Sugestões de leituras específicas e dicas 
de filmes, documentários, seriados e 
vídeos sobre as temáticas trabalhadas.
PALMARES 1999 - NATIRUTS 
A cultura e o folclore são meus 
Mas os livros foi você quem escreveu 
Quem garante que palmares se entregou 
Quem garante que Zumbi você matou 
Prof. Damilson
PALMARES 1999 - NATIRUTS 
Perseguidos sem direitos nem escolas 
Como podiam registrar as suas glórias? 
Nossa memória foi contada por vocês 
E é julgada verdadeira como a própria lei 
Por isso temos registrados em toda história 
Uma mísera parte de nossas vitórias 
É por isso que não temos sopa na colher 
E sim anjinhos pra dizer que o lado mal é o 
candomblé 
Prof. Damilson
PALMARES 1999 - NATIRUTS 
A energia vem do coração 
E a alma não se entrega não 
A energia vem do coração 
E a alma não se entrega não 
Prof. Damilson
PALMARES 1999 - NATIRUTS 
A influência dos homens bons deixou a todos 
ver 
Que omissão total ou não 
Deixa os seus valores longe de você 
Então despreza a flor zulu 
Sonha em ser pop na zona sul 
Por favor não entenda assim 
Procure o seu valor ou será o seu fim 
Prof. Damilson
PALMARES 1999 - NATIRUTS 
Por isso corre pelo mundo sem jamais se 
encontrar 
Procura as vias do passado no espelho mas não 
vê 
E apesar de ter criado o toque do agogô 
Fica de fora dos cordões do carnaval de 
salvador 
A energia vem do coração 
E a alma não se entrega não 
A energia vem do coração 
Prof. Damilson
LEITURAS 
 ALENCASTRO, Luiz Felipe de. O trato dos viventes. Formação do 
Brasil no Atlântico Sul. Séculos XVI e XVII. São Paulo: Companhia 
das Letras, 2000. 
 CARDOSO, Ciro Flamarion. A Afro-América: a escravidão no novo 
mundo. São Paulo: Brasiliense, 1982, p. 67-81. 
 CARNEIRO, Edson. O quilombo dos Palmares. São Paulo: Nacional, 
1958. 
 FREIRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: formação da família 
brasileira sob o regime da economia patriarcal. 21a. ed. Rio de 
Janeiro: José Olympio, 1981. 
 GORENDER, Jacob. A escravidão reabilitada. São Paulo: Ática, 
1990. 
 GORENDER, Jacob. O escravismo colonial. São Paulo: Ática, 1978. 
 SCHWARTZ, Stuart B. Segredos internos: engenhos e escravos na 
Prof. Damsoilcsioend ade colonial. São Paulo: Cia. Das Letras, 1988.
FILMES 
 Ganga Zumba - Rei dos Palmares 
 Brasil, 1963, 110 mim, Globo Vídeo. Dir.: Cacá Diegues. 
 Filme retrata o sonho de liberdade de Zumbo dos Palmares, escravo 
que, no século XVII, se rebelou contra os colonizadores e tentou 
estabelecer uma comunidade. 
 Quilombo 
 Brasil, 1984, 119 mim. Dir.: Cacá Diegues. 
 Filme clássico sobre a história do Quilombo de Palmares, desde 
Ganga Zumba até Zumbi. 
 O tráfico negreiro 
 Documentário da GNT. 
 Documentário com depoimentos de especialistas em História da 
África. 
 
Prof. Damilson
FILMES 
 Quanto vale ou é por quilo? 
 Brasil, 2005, 110 mim. Dir.: Sergio Bianchi. 
 Livre adaptação do conto Pai contra a mãe, de Machado de Assis. O 
filme traça um paralelo entre a vida no período da escravidão e a 
sociedade brasileira contemporânea, focando as semelhanças 
existentes no contexto social e econômico das duas épocas. 
Apontando a câmera para a falência das instituições no pais, o filme 
faz uma analogia entre o antigo comercio de escravos e a exploração 
da miséria pelo marketing social: a solidariedade de fachada. 
Prof. Damilson
“Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando 
na alma e no corpo (...) a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena 
ou do negro. No litoral, do Maranhão ao Rio Grande do Sul, e em 
Minas Gerais, principalmente do negro. A influência direta, ou vaga e 
remota, do africano. 
Na ternura, na mímica excessiva, no catolicismo em que se deliciam 
nossos sentidos, na música, no andar, na fala, no canto de ninar 
menino pequeno, em tudo que é expressão sincera de vida, trazemos 
quase todos a marca da influência negra. Da escrava ou sinhama que 
nos embalou. Que nos deu de mamar. Que nos deu de comer. Ela 
própria amolengando na mão o bolão de comida. Da negra velha que 
nos contou as primeiras histórias de bicho e de mal-assombrado. Da 
mulata que nos tirou o primeiro bicho-de-pé de lima coceira tão boa. 
Da que nos iniciou no amor físico nos transmitiu, ao ranger da cama-de- 
vento, a primeira sensação completa de homem. Do moleque que 
foi o nosso primeiro companheiro de brinquedo.” 
FREIRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: formação da família brasileira sob 
o regime da economia patriarcal. 21a. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1981. 
p. 367. 
MATRIZ AFRO 
Prof. Damilson

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Vp2 cpb slides funk man cult original
Vp2 cpb slides funk man cult originalVp2 cpb slides funk man cult original
Vp2 cpb slides funk man cult originalDayane SLima
 
A PresençA Negra Na Cultura Brasileira 22
A PresençA Negra Na Cultura Brasileira 22A PresençA Negra Na Cultura Brasileira 22
A PresençA Negra Na Cultura Brasileira 22Tânia Mara
 
Herança escravista
Herança escravistaHerança escravista
Herança escravistalevel2012
 
As danças africanas
As danças africanas As danças africanas
As danças africanas minella14
 
Danças Africanas
Danças AfricanasDanças Africanas
Danças Africanasturma8a
 
Danças folclóricas - África
Danças folclóricas - África Danças folclóricas - África
Danças folclóricas - África StefhanyCrizTna
 
A escravidão no período colonial
A escravidão no período colonialA escravidão no período colonial
A escravidão no período colonialEdenilson Morais
 
Influência da-cultura-africana-no-brasil
Influência da-cultura-africana-no-brasilInfluência da-cultura-africana-no-brasil
Influência da-cultura-africana-no-brasilNancihorta
 
História e cultura afro brasileira e indígena
História e cultura afro brasileira e indígenaHistória e cultura afro brasileira e indígena
História e cultura afro brasileira e indígenaValeria Santos
 

Destaque (12)

Matriz afro
Matriz afroMatriz afro
Matriz afro
 
Vp2 cpb slides funk man cult original
Vp2 cpb slides funk man cult originalVp2 cpb slides funk man cult original
Vp2 cpb slides funk man cult original
 
A PresençA Negra Na Cultura Brasileira 22
A PresençA Negra Na Cultura Brasileira 22A PresençA Negra Na Cultura Brasileira 22
A PresençA Negra Na Cultura Brasileira 22
 
Herança escravista
Herança escravistaHerança escravista
Herança escravista
 
As danças africanas
As danças africanas As danças africanas
As danças africanas
 
Danças Africanas
Danças AfricanasDanças Africanas
Danças Africanas
 
Danças folclóricas - África
Danças folclóricas - África Danças folclóricas - África
Danças folclóricas - África
 
O escravismo colonial
O escravismo colonialO escravismo colonial
O escravismo colonial
 
A escravidão no período colonial
A escravidão no período colonialA escravidão no período colonial
A escravidão no período colonial
 
Cultura negra
Cultura negraCultura negra
Cultura negra
 
Influência da-cultura-africana-no-brasil
Influência da-cultura-africana-no-brasilInfluência da-cultura-africana-no-brasil
Influência da-cultura-africana-no-brasil
 
História e cultura afro brasileira e indígena
História e cultura afro brasileira e indígenaHistória e cultura afro brasileira e indígena
História e cultura afro brasileira e indígena
 

Semelhante a 04 Matriz Afro - Damilson Santos

pai-contra-mae-machado-de-assis-e-a-escravidao peguei isso aqui no gogle
pai-contra-mae-machado-de-assis-e-a-escravidao peguei isso aqui no goglepai-contra-mae-machado-de-assis-e-a-escravidao peguei isso aqui no gogle
pai-contra-mae-machado-de-assis-e-a-escravidao peguei isso aqui no gogleveronica394801
 
A Geração De 22 - Prof. Kelly Mendes - Literatura
A Geração De 22 - Prof. Kelly Mendes - LiteraturaA Geração De 22 - Prof. Kelly Mendes - Literatura
A Geração De 22 - Prof. Kelly Mendes - LiteraturaHadassa Castro
 
AfroPoemas, set 2020 - Equinócio de Primavera
AfroPoemas, set 2020 - Equinócio de PrimaveraAfroPoemas, set 2020 - Equinócio de Primavera
AfroPoemas, set 2020 - Equinócio de Primaveraoficinativa
 
Praticas leitoras
Praticas leitorasPraticas leitoras
Praticas leitorasmife76
 
Plano de aula quilombolas- francisca roseane
 Plano de aula quilombolas- francisca roseane Plano de aula quilombolas- francisca roseane
Plano de aula quilombolas- francisca roseaneRoseane Ribeiro
 
Plano de aula quilombolas- francisca roseane
 Plano de aula quilombolas- francisca roseane Plano de aula quilombolas- francisca roseane
Plano de aula quilombolas- francisca roseaneRoseane Ribeiro
 
consciencia_negra-_professora_camila_correa-_ei.docx.doc
consciencia_negra-_professora_camila_correa-_ei.docx.docconsciencia_negra-_professora_camila_correa-_ei.docx.doc
consciencia_negra-_professora_camila_correa-_ei.docx.docisauraprof23
 
Fatores psicossociais sulamericanos
Fatores psicossociais sulamericanosFatores psicossociais sulamericanos
Fatores psicossociais sulamericanosSaulo Barreto
 
Fatores psicossociais sulamericanos
Fatores psicossociais sulamericanosFatores psicossociais sulamericanos
Fatores psicossociais sulamericanosSauloBarreto7
 
O quilombo mata cavalo territorialidade negra no mundo globalizado
O quilombo mata cavalo   territorialidade negra no mundo globalizadoO quilombo mata cavalo   territorialidade negra no mundo globalizado
O quilombo mata cavalo territorialidade negra no mundo globalizadoSilvânio Barcelos
 
Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.
Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.
Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.Glauco Ricciele
 
Projeto africanidades
Projeto africanidadesProjeto africanidades
Projeto africanidadeshleite
 
Exerccios sobre africanos_no_brasil
Exerccios sobre africanos_no_brasilExerccios sobre africanos_no_brasil
Exerccios sobre africanos_no_brasilAna Carvalho
 

Semelhante a 04 Matriz Afro - Damilson Santos (20)

Atvidades negros[1]
Atvidades negros[1]Atvidades negros[1]
Atvidades negros[1]
 
pai-contra-mae-machado-de-assis-e-a-escravidao peguei isso aqui no gogle
pai-contra-mae-machado-de-assis-e-a-escravidao peguei isso aqui no goglepai-contra-mae-machado-de-assis-e-a-escravidao peguei isso aqui no gogle
pai-contra-mae-machado-de-assis-e-a-escravidao peguei isso aqui no gogle
 
A Geração De 22 - Prof. Kelly Mendes - Literatura
A Geração De 22 - Prof. Kelly Mendes - LiteraturaA Geração De 22 - Prof. Kelly Mendes - Literatura
A Geração De 22 - Prof. Kelly Mendes - Literatura
 
AfroPoemas, set 2020 - Equinócio de Primavera
AfroPoemas, set 2020 - Equinócio de PrimaveraAfroPoemas, set 2020 - Equinócio de Primavera
AfroPoemas, set 2020 - Equinócio de Primavera
 
Da origem do hip
Da origem do hipDa origem do hip
Da origem do hip
 
Praticas leitoras
Praticas leitorasPraticas leitoras
Praticas leitoras
 
Dia da Consciencia Negra
Dia da Consciencia NegraDia da Consciencia Negra
Dia da Consciencia Negra
 
Plano de aula quilombolas- francisca roseane
 Plano de aula quilombolas- francisca roseane Plano de aula quilombolas- francisca roseane
Plano de aula quilombolas- francisca roseane
 
Plano de aula quilombolas- francisca roseane
 Plano de aula quilombolas- francisca roseane Plano de aula quilombolas- francisca roseane
Plano de aula quilombolas- francisca roseane
 
consciencia_negra-_professora_camila_correa-_ei.docx.doc
consciencia_negra-_professora_camila_correa-_ei.docx.docconsciencia_negra-_professora_camila_correa-_ei.docx.doc
consciencia_negra-_professora_camila_correa-_ei.docx.doc
 
Fatores psicossociais sulamericanos
Fatores psicossociais sulamericanosFatores psicossociais sulamericanos
Fatores psicossociais sulamericanos
 
Fatores psicossociais sulamericanos
Fatores psicossociais sulamericanosFatores psicossociais sulamericanos
Fatores psicossociais sulamericanos
 
Cultura afro
Cultura afroCultura afro
Cultura afro
 
O quilombo mata cavalo territorialidade negra no mundo globalizado
O quilombo mata cavalo   territorialidade negra no mundo globalizadoO quilombo mata cavalo   territorialidade negra no mundo globalizado
O quilombo mata cavalo territorialidade negra no mundo globalizado
 
Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.
Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.
Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.
 
Brasil negros no sistema colonial 2020
Brasil negros no sistema colonial 2020Brasil negros no sistema colonial 2020
Brasil negros no sistema colonial 2020
 
Projeto africanidades
Projeto africanidadesProjeto africanidades
Projeto africanidades
 
Jornal heitor
Jornal heitorJornal heitor
Jornal heitor
 
Livro mia couto
Livro mia coutoLivro mia couto
Livro mia couto
 
Exerccios sobre africanos_no_brasil
Exerccios sobre africanos_no_brasilExerccios sobre africanos_no_brasil
Exerccios sobre africanos_no_brasil
 

04 Matriz Afro - Damilson Santos

  • 1. MATRIZ AFRO Prof. Damilson Santos
  • 2. “Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando na alma e no corpo (...) a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena ou do negro. No litoral, do Maranhão ao Rio Grande do Sul, e em Minas Gerais, principalmente do negro. A influência direta, ou vaga e remota, do africano. Na ternura, na mímica excessiva, no catolicismo em que se deliciam nossos sentidos, na música, no andar, na fala, no canto de ninar menino pequeno, em tudo que é expressão sincera de vida, trazemos quase todos a marca da influência negra. Da escrava ou sinhama que nos embalou. Que nos deu de mamar. Que nos deu de comer. Ela própria amolengando na mão o bolão de comida. Da negra velha que nos contou as primeiras histórias de bicho e de mal-assombrado. Da mulata que nos tirou o primeiro bicho-de-pé de lima coceira tão boa. Da que nos iniciou no amor físico nos transmitiu, ao ranger da cama-de- vento, a primeira sensação completa de homem. Do moleque que foi o nosso primeiro companheiro de brinquedo.” FREIRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 21a. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1981. p. 367. MATRIZ AFRO Prof. Damilson
  • 3. MATRIZ AFRO  África: a mãe negra  Sociedades domésticas  Eternos jovens  Como um africano perdia a liberdade?  Reinos escravizadores Prof. Damilson
  • 4. MATRIZ AFRO Prof. Damilson
  • 5. MATRIZ AFRO  Diáspora negra no Brasil  Congo e Angola  Bantos: centro-africanos  Portos: Cabinda, Benquela e Luanda  Costa de Mina  Jejes, Nagôs e Huaçás  Golfo do Benin (“costa dos escravos”)  Iorubás Prof. Damilson
  • 6. MATRIZ AFRO Prof. Damilson
  • 7. MATRIZ AFRO Prof. Damilson
  • 8. MATRIZ AFRO Prof. Damilson
  • 9. O ESCRAVISMO COLONIAL  Escravidão indígena e negra  Resistência servil
  • 10. O ESCRAVISMO COLONIAL  Escravidão indígena: “Resgate” “Guerra justa” 1755: Proibição da escravização de nativos  Escravidão negra: Alta lucratividade do tráfico negreiro Cultura negra em relação ao trabalho Discurso religioso Prof. Damilson
  • 11. COMÉRCIO NEGREIRO: DA ÁFRICA AO BRASIL  Castelos, presídios e feitorias  O embarque Maldito  Lutando pelo ar e o cálculo econômico Prof. Damilson
  • 12. COMÉRCIO NEGREIRO: DA ÁFRICA AO BRASIL  Macabra travessia  Longa viagem e a macabra dança  O funesto desembarque  Venda de cativos Prof. Damilson
  • 13. COMÉRCIO NEGREIRO: DA ÁFRICA AO BRASIL Prof. Damilson
  • 14. SENZALA: ESPAÇO DE TORTURA Prof. Damilson
  • 15. RESISTÊNCIA SERVIL Fugas, revoltas, envenenamentos e apunhaladas Suicídios e abortos Formação de quilombos Ex: Quilombo de Palmares Prof. Damilson
  • 16. QUILOMBO DE PALMARES  Negros, mestiços, índios e brancos  A Guerra de Palmares Zumbi e Domingos Jorge Velho Suicídio ou assassinato?  O homem e o mito Prof. Damilson
  • 17. QUILOMBO DE PALMARES  A escravidão nos quilombos tinha dupla finalidade: Aculturar os escravos recém-libertos às práticas do quilombos, que consistiam em trabalho árduo para a subsistência da comunidade, já que muitos dos escravos libertos achavam que não teriam mais que trabalhar. Visava diferenciar os ex-escravos que chegavam aos quilombos pelos próprios meios, daqueles trazidos por incursões de resgates (escravos libertados por quilombolas que iam às fazendas e vilas para libertar escravos).  CARNEIRO, Edson. O quilombo dos Palmares. São Paulo: Prof. Damilson Nacional, 1958.
  • 18. APROFUNDAMENTO Sugestões de leituras específicas e dicas de filmes, documentários, seriados e vídeos sobre as temáticas trabalhadas.
  • 19. PALMARES 1999 - NATIRUTS A cultura e o folclore são meus Mas os livros foi você quem escreveu Quem garante que palmares se entregou Quem garante que Zumbi você matou Prof. Damilson
  • 20. PALMARES 1999 - NATIRUTS Perseguidos sem direitos nem escolas Como podiam registrar as suas glórias? Nossa memória foi contada por vocês E é julgada verdadeira como a própria lei Por isso temos registrados em toda história Uma mísera parte de nossas vitórias É por isso que não temos sopa na colher E sim anjinhos pra dizer que o lado mal é o candomblé Prof. Damilson
  • 21. PALMARES 1999 - NATIRUTS A energia vem do coração E a alma não se entrega não A energia vem do coração E a alma não se entrega não Prof. Damilson
  • 22. PALMARES 1999 - NATIRUTS A influência dos homens bons deixou a todos ver Que omissão total ou não Deixa os seus valores longe de você Então despreza a flor zulu Sonha em ser pop na zona sul Por favor não entenda assim Procure o seu valor ou será o seu fim Prof. Damilson
  • 23. PALMARES 1999 - NATIRUTS Por isso corre pelo mundo sem jamais se encontrar Procura as vias do passado no espelho mas não vê E apesar de ter criado o toque do agogô Fica de fora dos cordões do carnaval de salvador A energia vem do coração E a alma não se entrega não A energia vem do coração Prof. Damilson
  • 24. LEITURAS  ALENCASTRO, Luiz Felipe de. O trato dos viventes. Formação do Brasil no Atlântico Sul. Séculos XVI e XVII. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.  CARDOSO, Ciro Flamarion. A Afro-América: a escravidão no novo mundo. São Paulo: Brasiliense, 1982, p. 67-81.  CARNEIRO, Edson. O quilombo dos Palmares. São Paulo: Nacional, 1958.  FREIRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 21a. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1981.  GORENDER, Jacob. A escravidão reabilitada. São Paulo: Ática, 1990.  GORENDER, Jacob. O escravismo colonial. São Paulo: Ática, 1978.  SCHWARTZ, Stuart B. Segredos internos: engenhos e escravos na Prof. Damsoilcsioend ade colonial. São Paulo: Cia. Das Letras, 1988.
  • 25. FILMES  Ganga Zumba - Rei dos Palmares  Brasil, 1963, 110 mim, Globo Vídeo. Dir.: Cacá Diegues.  Filme retrata o sonho de liberdade de Zumbo dos Palmares, escravo que, no século XVII, se rebelou contra os colonizadores e tentou estabelecer uma comunidade.  Quilombo  Brasil, 1984, 119 mim. Dir.: Cacá Diegues.  Filme clássico sobre a história do Quilombo de Palmares, desde Ganga Zumba até Zumbi.  O tráfico negreiro  Documentário da GNT.  Documentário com depoimentos de especialistas em História da África.  Prof. Damilson
  • 26. FILMES  Quanto vale ou é por quilo?  Brasil, 2005, 110 mim. Dir.: Sergio Bianchi.  Livre adaptação do conto Pai contra a mãe, de Machado de Assis. O filme traça um paralelo entre a vida no período da escravidão e a sociedade brasileira contemporânea, focando as semelhanças existentes no contexto social e econômico das duas épocas. Apontando a câmera para a falência das instituições no pais, o filme faz uma analogia entre o antigo comercio de escravos e a exploração da miséria pelo marketing social: a solidariedade de fachada. Prof. Damilson
  • 27. “Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando na alma e no corpo (...) a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena ou do negro. No litoral, do Maranhão ao Rio Grande do Sul, e em Minas Gerais, principalmente do negro. A influência direta, ou vaga e remota, do africano. Na ternura, na mímica excessiva, no catolicismo em que se deliciam nossos sentidos, na música, no andar, na fala, no canto de ninar menino pequeno, em tudo que é expressão sincera de vida, trazemos quase todos a marca da influência negra. Da escrava ou sinhama que nos embalou. Que nos deu de mamar. Que nos deu de comer. Ela própria amolengando na mão o bolão de comida. Da negra velha que nos contou as primeiras histórias de bicho e de mal-assombrado. Da mulata que nos tirou o primeiro bicho-de-pé de lima coceira tão boa. Da que nos iniciou no amor físico nos transmitiu, ao ranger da cama-de- vento, a primeira sensação completa de homem. Do moleque que foi o nosso primeiro companheiro de brinquedo.” FREIRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 21a. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1981. p. 367. MATRIZ AFRO Prof. Damilson