O documento discute a importância de realizar um "diagnóstico" da vida usando a ferramenta da "Roda da Vida" para identificar áreas de satisfação e insatisfação. A roda divide a vida em várias áreas e avalia o nível de satisfação em cada uma, revelando desequilíbrios. Isso permite criar um plano de ação focado na área com maior potencial de alavancagem para melhorar o bem-estar geral.
1. «Sinto-me triste... mas
porquê?... Gostava de mudar
algo, mas não sei exactamente
o quê... Gosto do que faço,
mas por que será que me
falta energia?...». Tal como a
resposta que tantas vezes se
ouve à pergunta ‘Como estás?’:
Mais ou menos. Então, o que
poderia ser diferente para que
a resposta fosse ‘Excelente!’?
A importância de viver a vida como um todo A roda da vida
viver uma vida feliz
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rência, que este diagnóstico seja preciso e
rigoroso, para que o tratamento prescrito
seja o mais eficaz e eficiente. Assim é
na medicina e assim deve ser na vida.
Antes de agir, importa saber onde agir. Se
sabemos que algo não está bem, temos a
oportunidade de mudar e fazer diferente.
A palavra-chave, aqui, é ‘diagnóstico’.
Para tal, podemos trabalhar uma ferramenta
muito simples e de grande impacto visual,
chamada Roda da Vida.
Trabalhar a Roda da Vida
Para trabalhar a Roda da Vida, começa-se
por identificar entre 5 a 10 áreas impor-tantes
na vida. Não menos que 5, pois
existem, certamente, pelo menos 5 campos
que corresponderão a áreas base da nossa
vida. Por exemplo: a saúde, as finanças,
o romance, a carreira e a vida social. Não
mais que 10 campos, sob pena de se criar
demasiada dispersão.
Identificadas as áreas-chave da vida de
cada um, o segundo passo será desenhar
uma roda e dividi-la no número de campos
identificados. Depois, para cada um, analisar
o nível de satisfação actual, comparando
com o que a pessoa considera ser ‘100%
de satisfação’. Esta análise e avaliação são
pessoais, pois o que é considerado uma
situação ideal para uma pessoa poderá não
ser para outra. Perante um mesmo cenário,
São questões que se colocam
e para as quais a resposta terá
que ser precedida de um dia-gnóstico.
Por vezes, percebemos
que ‘algo não está bem’ ou que ‘algo pode
ser melhorado’, embora nem sempre se
saiba, de imediato, o quê em concreto.
Portanto, antes de qualquer planeamento
em direcção ao estado futuro desejado é
necessário conhecer e perceber o estado
actual, o ponto de partida, qual o desper-dício
associado, o que está menos bem e
se pretende mudar. Da mesma forma que,
quando se está doente e se vai ao médico,
antes de qualquer prescrição é necessário
que se identifique a maleita. E, de prefe-
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uma situação poderá ser satisfatória para
uma pessoa e ser completamente insatisfa-tória
para outra. Esta avaliação vai sendo
colocada na roda, nos respectivos cam-pos,
preechendo o ‘queijo’, no sentido
do centro para a periferia, na área que
corresponde ao nível de satisfação. Por
exemplo, uma satisfação de 50% com a
saúde, corresponde a metade do ‘queijo’
preenchido. Uma satisfação de 85% já
corresponderá a mais área preenchida,
para mais próximo do limite da roda.
O processo repete-se para cada uma das
áreas-chave. No final, deve olhar-se para o
gráfico que resulta e analisar se a informa-ção
visual que o mesmo nos dá reflecte os
desequilíbrios sentidos na nossa vida, se
as áreas com menos preenchimento são,
de facto, aquelas com que nos sentimos
menos satisfeitos e que poderão contribuir
para a insatisfação geral e descaracterizada
que, por vezes, se sente e não se sabe ao
certo de onde vem, porque tudo parece
estar, aparentemente, bem.
A vida, tal como uma roda, precisa de
certas condições para rodar. Uma roda
com desníveis não rola com fluidez, anda
aos solavancos. Os desequilíbrios identifi-cados
na Roda da Vida poderão, também
eles, ser responsáveis pelos solavancos e
desequilíbrios sentidos na nossa vida, que
nos causam sentimentos de insatisfação
e angústia para os quais, por vezes, não
identificamos a origem.
Resultado do exercício
O resultado deste exercício é precisamente o
diagnóstico do estado actual: identificar, na
nossa vida, quais as áreas que consideramos
importantes e qual o nível de satisfação
actual em cada uma delas. Este será o
primeiro passo para o planeamento para
a mudança em direcção ao estado futuro
desejado. E, agora, por onde começar esta
mudança?
Existem várias possibilidades. A consi-derada
mais ecológica em coaching, é
a identificação da área de alavancagem.
A área de alavancagem é a área que, com
menor esforço e menor investimento, ao
conseguir melhorar, terá mais impactos
positivos nos níveis de satisfação com as
outras áreas. Identificada esta área e optando
por agir sobre ela, o plano de acções será
feito no sentido de alavancar esta área.
Poderão ser colocadas questões que nos
Atinja a felicidade e o bem-estar
A Roda da Vida é uma ferramenta muito simples na sua aplicação, mas
que pode trazer impactos profundos na vida de uma pessoa, pela análise
que possibilita. Este é o primeiro passo para o plano de acções, pelo que
também permite que as acções que se planeiam sejam consentâneas com
o estado futuro desejado. Esta ferramenta, muito utilizada em coaching, pode
ter diversas variantes, seguindo sempre a sua estrutura de Roda. Podemos
desenhar a Roda dos Valores, a Roda da Equipa, a Roda da Saúde… Cada
Roda, pode ser desdobrada, mediante os seus campos, em outras Rodas
com campos mais específicos.
Sabendo onde estamos, e sabendo para onde queremos ir, é mais fácil
escolher qual o caminho.
Escolher um caminho sem saber de onde se parte e para onde se quer ir é
desperdício de recursos e, portanto, não agrega valor à nossa vida.
Ver a vida como um todo é fundamental para o nosso bem-estar e
felicidade!
ajudem nesta reflexão:
• Como gostava que fosse? – Identificação e
clarificação do estado futuro desejado;
• O que posso fazer para mudar? – Descobrir
que acções podem ser tomadas;
• Que tarefas/acções, em concreto? – Con-cretizar
essas acções em tarefas especí-ficas;
• Quando vou começar? – Definir uma data
para o primeiro passo (e seguintes);
Outra possibilidade, é identificar, livre-mente,
olhando para as várias áreas, e
escolhendo trabalhar sobre aquela que se
entende ser a mais importante, ainda que
possa não ser a mais carenciada.
Claro que esta opção pode acarretar cus-tos
de manter os desequilíbrios sentidos
devido às discrepâncias entre os níveis de
satisfação com as várias áreas. Z
Christiane Tscharf
Executive &Lean Coach,
research@cltservices.net
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