Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Midia linguagem e pensamento
1. Mídia, linguagem e pensamento: uma escalada de complexidades
Cíntia Dal Bello
Fonte: http://www.cintiadalbello.blogspot.com.br/2010/09/midia-linguagem-e-pensamento-uma.html
As duas telas fazem parte da apresentação sobre o texto “Mediações tecnológicas e suas
metáforas” [SANTAELLA, Lucia. Linguagens líquidas na era da mobilidade. São Paulo: Paulus, 2007. (Capítulo
8).], realizada em agosto de 2010 no PEPGCOS da PUC-SP, durante a aula da Professora Lúcia Santaella, pelo
grupo de alunos Cíntia Dal Bello, Cynthia Mello Ferrari, Márcia Fusaro e Marcelo Suárez.
A primeira tela sintetiza as considerações presentes no texto sobre a crescente complexização dos dispositivos
tecnológicos de comunicação, além de apresentar as características que possibilitam sua classificação em uma
das cinco gerações identificadas.
Assim, a 1ª Geração corresponde aos meios eletromecânicos (tecnologias de reprodução: fotografia, jornal,
revista, cinema). Embora esses meios tenham sido responsáveis pelo processo de massificação das
informações, a preponderância dos meios da 2ª Geração (rádio e tv), efetivamente tecnologias de difusão,
acabou por tornar os meios da geração anterior um "tanto quanto" elitistas, uma espécie de "distintivos"
culturais.
Os dispositivos da 3ª Geração (que Santaella irá chamar de "Cultura das Mídias") marcam um silencioso e
crescente movimento em direção à personalização - contrário, portanto, à corrente de programação massiva
propiciada pelos meios anteriores. Meios eletrônicos reinventam-se com o surgimento do controle-remoto,
do videocassete, do walkman, da tv por assinatura, do videogame, do paperview. Meios impressos sofrem as
pressões da fotocopiadora, revistas e jornais partem para assinaturas segmentadas.
A 4ª Geração, com o advento das máquinas computacionais conectadas em rede, maximiza o processo de
segmentação ou personalização precedente, pois confere ao "antigo" receptor um novo status: este agente
"navegador" traça sua rota por meio dos hyperlinks, interage com o conteúdo, atualiza-se a partir de fontes
múltiplas (não apenas aquela que representa "a grande mídia") e alimenta a rede com informações
produzidas por si.
2. A 5ª Geração, revestida de todas as características anteriores (amplifica a reprodução e a difusão das
informações, sempre disponíveis e acessíveis), mas, agora com a seguinte diferença (ou
acréscimo): os dispositivos de conexão são móveis, portáteis, tornando-a efetivamente contínua. Celulares,
GPSs e netbooks são os exemplos mais notáveis. Mas, obviamente, há outros indicativos de que o processo de
sobreposição ou hibridação entre mundo digital e concreto (embora o digital também apresente sua "física"
ou concretude particular), principalmente a partir da mobilidade, tem se tornado cada vez mais possível:
aplicações de realidade virtual, realidade aumentada, computação pervasiva, ambientes inteligentes ou
computação vestível são as mais novas "vedetes" do processo de complexização.
Obviamente, as metáforas utilizadas para descrever as mediações possibilitadas por cada Geração
(lembrando, sempre, que a linguagem é a primeira responsável pela mediação entre o ser pensante e a
realidade do que se lhe apresenta, seja seu entorno, um interlocutor ou o conteúdo veiculado por qualquer
um dos meios citados) também tornaram-se mais complexas.
Se os meios de comunicação da 1ª Geração podiam ser pensados a partir do espelho, metáfora que revela a
percepção (ou a profissão de fé) de que os conteúdos refletiam a realidade social (e, de certo modo, eram
confiáveis), o mesmo não ocorre com os meios da 2ª Geração. A TV, sobretudo, pensada como expressão
máxima do "espetáculo" (conforme Debord), por embaraçar em sua programação fragmentada ficção e
realidade (Chauí já havia chamado a atenção para o fato de que choramos com a morte dos personagens de
novela e duvidamos de certas cenas exibidas pelo telejornalismo - torção inexorável de nossa percepção neste
meio), serve à apresentação e representação de ideologias.
Santaella também denota que a metáfora de "universo paralelo" inaugurada com o cyberspace está cada vez
mais em desuso, superada pela metáfora do híbrido ou, como prefere, "intersticial". Se "universo paralelo"
pressupõe separação entre Real e Virtual (como se fossem termos opostos - o que seria uma contradição, pois
o virtual não corresponde ao que não é real), a metáfora "espaços intersticiais" busca dar conta das
sobreposições e misturas possíveis entre ambos.
A reflexão, bastante rica, pede inclusive que se façam alguns apontamentos relacionando-a ao conceito de
glocal (o que tratarei em outra oportunidade).