SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 29
BIOQUÍMICA I
CATARINA CRUZ     Licenciatura em Bioquímica
                          2º ano, 1º semestre
JOÃO RIBEIRO               Dezembro de 2012
PATRÍCIA CASTRO
Introdução

 Compostos naturalmente predominantes e fundamentais

    Proporção 1 C : 1 H2O característica

    Compostos polifuncionais
     •    Um grupo cetona (cetose) ou aldeído (aldose)
     •    Vários grupos hidroxilo.
     Disposição dos átomos de carbono e dos átomos que se ligam a eles crucial nestes compostos,
     pois determinará a ligação para formar açúcares mais complexos e as propriedades desses
     açúcares.




Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Introdução

 Ligação glicosídica




    A ligação resulta da reacção de 2 grupos
     hidroxilo, levando à formação de uma
     ‘ponte de oxigénio’, e à libertação de água.

    Os dissacáridos resultam da ligação de dois
     monossacáridos

    Os polissacáridos resultam da ligação de
     mais do que 10 monossacáridos.




Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Principais funções
Os hidratos de carbono desempenham importantes e variadas funções em
diversos aspectos do funcionamento do nosso organismo…




Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Principais funções dos hidratos de
carbono

                              Cromatografia               Electroforese              Espectroscopia




                     Compreensão dos mecanismos celulares e moleculares

                     Conhecimento das propriedades físicas e químicas




                 ENERGIA                              RECONHECIMENTO                            ESTRUTURA

Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Principais funções dos hidratos de
  carbono


 Revestimento de estruturas biológicas                                Constituinte de membranas plasmáticas

                                                                     Celulose
                                                                      • Hidrato de carbono mais naturalmente
                                                                        abundante
                                                                      • Função estrutural na célula vegetal
                                                                      • Polímero de glicose formado por ligações β(1,4)
                                                                      • Estrutura espacial linear
                                                                      • Forma fibras insolúveis em água não digeríveis
Quitina
 • Cadeia longa de N-acetilglicosamina
 • É o precursor da quitosana
 • Principal componente da parede celular dos
   fungos e exosqueleto de artrópodes (rigidez)
 • Contém um grupo acetamina no C2
  Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Principais funções dos hidratos de
carbono
Estruturalmente, difere da celulose por conter um grupo acetamina, em vez de um grupo
hidroxilo, no C2.


                         celulose




                         quitina




Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Principais funções dos hidratos de
carbono
É muito conhecido devido à sua elevada resistência, pelo que, num futuro próximo, poderá substituir
os plásticos, por ser biodegradável.




Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Exemplos de hidratos de carbono
complexos


    Ácido hialurónico
                                                           •     Grandes dimensões e peso molecular

                                                           •     Monómeros de dois açúcares simples modificados :
                                                                 • Ácido glucorónico
                                                                 • N-acetilglicosamina

                                                           •     Cadeia excepcionalmente                   alongada        induz
                                                                 viscosidade e resistência

                                                           •     Elevada hidrofilicidade

                                                                                                  Ossos e articulações
    Naturalmente presente no corpo humano
                                                                                                  Tecido conjuntivo
    Utilizado em produtos para o cuidado da pele e ainda na
     investigação médica (ramos da ortopedia e da cirurgia                                        Pele e folículos capilares
     oftalmológica)                                                                               Olhos
Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Principais funções dos hidratos de
carbono



                                                 Armazenamento de energia nas células sob a forma de
                                                 amido e glicogénio
                                                 Metabolismo/degradação da glucose é fonte de energia


                                                                      Oxidação completa
                                                                               Ciclo de Krebs
                                                                          (fosforilação oxidativa)



                                                                                   ENERGIA




Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Exemplos de hidratos de carbono
complexos

                                                                 Amido
                                                                  • Armazenamento energético
                                                                  • Contém ligações α(1-4) e poucas α(1-6) (“pontos de
                                                                    ramificação”)
                                                                  • Amilose + amilopectina (estrutura ramificada)
                                                                  • Possível enrolar em hélice.




                                                Glicogénio
                                                  • Polissacarídeo de reserva da célula animal
                                                  • Muito ramificado
                                                  • Os vários pontos de ramificação são um importante impedimento à
                                                    formação de uma hélice




Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Principais funções dos hidratos de
   carbono


                                                           Açúcares                              Metabolização em H2O, CO2,
CONTRIBUIÇÃO DA DIETA ALIMENTAR
                                                           Fibras alimentares                    energia como calor, entre outras

Hidratos de carbono simples                                Fibras vegetais
• Processamento e absorção rápida                           • Resistem à digestão, mas melhoram substancialmente
                                                              a absorção de nutrientes e aceleram a digestão,
Hidratos de carbono complexos                                 minimizando a exposição e absorção de toxinas
• Absorção gradual                                            eventualmente presentes nos alimentos.


       A glucose é a única fonte de energia que as células nervosas conseguem usar!




   Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Principais funções dos hidratos de
carbono


   DIGESTÃO DOS HIDRATOS DE CARBONO
       A digestão ocorre inicialmente na boca, uma vez que as
        glândulas salivares secretam α-amilase, que vai digerir o
        amido, quebrando as ligações α(1-4);

       No estômago, a elevada acidez faz com que haja uma
        inibição da acção da enzima.

       No intestino delgado, várias endoglicosidases completam a
        digestão, resultando em hidratos de carbono simples, que
        são, mais tarde, absorvidos para a corrente sanguínea




Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Principais funções dos hidratos de
carbono


          COMPOSTOS GLICOCONJUGADOS NA SUPERFÍCIE EXTERNA DA MEMBRANA CELULAR
            Remoção de eritrócitos envelhecidos                     Receptores da membrana plasmática
                                                                      (biossinalização)
            Grupos sanguíneos (sistema ABO)
                                                                     Regulação da proliferação celular



                    Estereoisomeria

              Processo de polimerização
              Diversidade estrutural


         ARMAZENAMENTO DE INFORMAÇÃO


Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Principais funções dos hidratos de
  carbono


      HORMONAS                   Eritropoietina
   FUNÇÕES IMUNOLÓGICAS
Os hidratos de carbono são mais estáveis que as proteínas e desempenham múltiplas funções na
fisiologia e na patofisiologia, estando envolvidos na resposta inflamatória, interacções célula-a-
célula, reconhecimento e adesão a patogénios, transdução de sinais, entre muitos outros
processos.
                        • Glicoproteína que medeia o reconhecimento e adesão célula-a-célula
                            na passagem de neutrófilos através parede dos capilares para os locais
                            de infecção ou inflamação.
   SELECTINA
                             •     Artrite, asma, psoríase, esclerose múltipla e rejeição de órgãos
                                   transplantados.
                             •     Antigénio expresso por carcinomas presente apenas em células fetais
                                   que favorece as células tumorais e a metastização.


          Grande interesse no desenvolvimento de medicamentos inibidores da
                     adesão célula-a-célula mediada pela selectina.
  Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Principais funções dos hidratos de
carbono



 FUNÇÕES IMUNOLÓGICAS


O vírus influenza liga-se através da hemaglutinina (uma proteína viral) a
resíduos de ácido siálico ligados a galactose presentes em glicoproteínas
da membrana celular, conseguindo assim entrar na célula e replicar-se.



                                 O Plasmodium falciparum, o protozoário parasita
                                 responsável pela malária, coloniza os organismos
                                 hospedeiros tendo também como base este
                                 mecanismo de especificidade




Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Principais funções dos hidratos de
 carbono


  FUNÇÕES IMUNOLÓGICAS

“Doença das vacas loucas”
Encefalopatia espongiforme bovina
A degeneração dos neurónios causada por
infecção pelo prião depende da presença, na
superfície das células nervosas, de receptores
(proteoglicanos) que contêm glicosaminoglicanos.
O prião precisa interagir com esses polissacarídeos
para entrar no neurónio – o papel deles no
reconhecimento celular é fundamental para o
desenvolvimento dessa infecção.

Ou seja, os priões são proteínas com capacidade de invadir um hospedeiro, alcançando o seu
sistema nervoso central e destruindo-o progressivamente, isto graças ao reconhecimento de
determinados glicosaminoglicanos na superfície das células nervosas.


 Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Principais funções dos hidratos de
carbono


 FUNÇÕES IMUNOLÓGICAS                     POTENCIAL COMO VACINAS

                                                                                Vacinas altamente eficientes em
                                                                                 desencadear respostas imunológicas
                                                                                 que previnem um grande número de
                                                                                 doenças.
                                                                                Identificação e síntese de hidratos de
                                                                                 carbono antigénicos em laboratório.

Nova geração de vacinas baseadas em hidratos de carbono, com papéis cruciais no
cancro, Haemophilus influenza tipo B, malária, SIDA, etc…

• Respostas imunológicas protectoras.                        • Hidratos de carbono são antigénios
• As crianças não produzem anticorpos                          independentes dos linfócitos T, logo, falham na
  suficientes em caso de doença                                memória imunológica.
• Redução da necessidade de
  administrar o agente patogénico.                                        Péptidos miméticos antigénicos
Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Compostos glicoconjugados

Para além das suas importantes funções como armazenamento energético e de
estrutura, os polissacarídeos são portadores de informações e servem como
indicadores de “direcção” para algumas proteínas e como mediadores para
interacções específicas célula-célula e célula-matriz extracelular.
As moléculas que contêm hidratos de carbono específicos agem em:
 Reconhecimento e adesão célula-célula
 Revestimento sanguíneo
 Resposta imune
 etc.




Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Compostos glicoconjugados

   A membrana plasmática de
    praticamente      todas     as
    células animais também
    pode ter, do seu lado
    externo,    moléculas      de
    açúcar     (oligossacarídeos)
    ligados a proteínas e lípidos.
    Essa camada de açúcar é
    chamada de glicocálice.

   O glicocálice tem várias
    funções, sendo uma das
    principais o seu importante
    papel no reconhecimento
    célula-célula.




Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Compostos glicoconjugados

Polissacarídeos da superfície celular

         Glicoproteínas
           • Ligados a uma proteína

         Glicolípidos
           • Ligados a um lípido

         Proteoglicanos
           • Cadeias de glicosaminoglicanos unidos a uma proteína



                                 RECEPTORES E SINALIZADORES

Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Compostos glicoconjugados

 Proteoglicanos

                Unidade básica                       “Proteína central” ligada covalentemente a glicosaminoglicanos

           Maior componente dos
                                                                       Rigidez, resistência e elasticidade
            tecidos conjuntivos


        Glucosaminoglicanos

       Os glicosaminoglicanos são formados por unidades repetitivas de
       dissacarídeos. Um dos monossacarídeos que compõe os dissacarídeos é
       sempre a N-acetilglicosamina ou a N-acetilgalactosamina, o outro é na
       maioria um ácido urónico.
       Um glucosaminoglicano é ligado por um trissacárido através de uma serina à
       proteína central formando proteoglicanos.


Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Compostos glicoconjugados
                    Glucosaminoglicanos

                                                                                                            Ácido hialurónico
                                                                                                            É um componente essencial da
                                                                                                            matriz extracelular das cartilagens
Não é                                                                                                       e dos tendões.
sulfatado.




                     Sulfato de condroitina                                                                  Heparina
                     É o maior constituinte da cartilagem, promovendo                                        Anticoagulante natural
                     estrutura, retenção de água e nutrientes.                                               sintetizado nos mastócitos.
                                                                                                             Interage com a antitrombina,
                                                                                                             uma molécula que desactiva
                                                                                                             as enzimas de coagulação.
             Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Compostos glicoconjugados

        Glucosaminoglicanos




                                                                       Condroitina sulfato
                                                                       Um trissacarídeo ligante conecta um
                                                                       glicosaminoglicano por meio de um
                                                                       resíduo de serina da proteína central.
                                                   Syndecan
                                                   Proteína central da membrana plasmática.
                                                   Domínio aminoterminal extracelular covalentemente
                                                   ligado pelo trissacárido ligante, três cadeias de heparana
                                                   sulfato e a duas de condroitina sulfato.
                                                   Heparana sulfato liga-se a uma variedade de ligantes com
                                                   receptores específicos.

Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Compostos glicoconjungados
Glicoproteínas
                                                                                    Proteínas conjugadas que possuem
                                                                                      como grupos prostéticos um ou
                                                                                     vários oligossacáridos, formando
                                                                                    uma série de unidades repetidas e
                                                                                      ligadas covalentemente a uma
                                                                                                 proteína.
                                                                                Exemplos:
                                                                                •     Proteína transferrina
                                                                                •     Hormona FSH
                                                                                •     Enzima ribonuclease
Onde estão?
•    Face exterior da                   Ligações N-glicosídicas entre N-acetilglicosamina e o grupo NH2 da
     membrana plasmática                asparagina
•    Matriz extracelular                Ligações O-glicosídicas entre a N-acetilgalactosamina e o grupo
•    Sangue                             OH da serina ou treonina (carbono anomérico por ligação
•    Complexo de Golgi                  glicosídica)
•    Lisossomas.

Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Compostos glicoconjungados

Glicolípidos


                                                                             Lípidos da membrana celular
                                                                             Grupos          hidrofílicos      são
                                                                             oligossacáridos que funcionam como
                                                                             sítios     específicos       para   o
                                                                             reconhecimento pelas proteínas
                                                                             ligadas a hidratos de carbono.


A especificidade do sistema ABO de grupos sanguíneos é determinada por certos
oligossacáridos muito curtos e parecidos entre si, que estão presentes na membrana plasmática
dos eritrócitos.




Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Compostos glicoconjungados

 Curiosidades

Lectinas
Ampla variedade de processos de reconhecimento
célula-célula e processos de adesão.
Moléculas de lectina da membrana plasmática
dos hepatócitos ligam especificamente cadeias de
oligossacáridos com unidades de galactose não
protegidas por unidades de ácido siálico terminal.
O ácido siálico nas extremidades dos
oligossacáridos de muitas glicoproteínas do
plasma protegem-nas da captação e degradação
no fígado. A remoção dessas unidades pela
enzima sialidase “marca” proteínas “velhas” para
destruição e reposição.
Os eritrócitos recém-sintetizados têm várias
glicoproteínas de membrana com cadeias de
oligossacáridos que terminam em ácido siálico.

 Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Compostos glicoconjungados

Curiosidades

 Glicoproteínas anticongelantes
 Presentes nos peixes da Antárctida, são
 glicoproteínas que evitam que a água
 congele, ao baixar a temperatura a que a
 água solidifica (modificam o tempo e o
 modo de crescimento dos cristais de gelo,
 o que permite aos peixes sobreviverem).
 Ou seja, elas afectam as moléculas de água
 de modo a que esta permaneça no estado
 liquido.
 A actividade anticongelante não é conseguida através de uma única ligação molecular entre a
 proteína e água, mas porque a glicoproteína anticongelante perturba o solvente.
 A partir da espectrometria de terahertz, é possível mostrar uma espécie de “dança
 permanente” das moléculas (em água líquida) e, posteriormente, como vão introduzindo
 novos efeitos mais ordenados, na presença das proteínas anticongelantes.


Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Bibliografia

    The New York Times’ Health Guide – Hidratos de carbono
     http://health.nytimes.com/health/guides/nutrition/carbohydrates/overview.html

    Michael Meade and Associates – Health Articles – Hidratos de Carbono
     www.mmeade.com/cheat/carbohydrates.html

    Volhardt & Score, Organic Chemistry – Structure and Function, 6ª edição, W. H. Freeman, Nova Iorque
     (EUA)

    Hyalogic.com
     http://www.hyalogic.com/main/about_hyaluronic_acid

    Vitor Hugo Pomin e Paulo Antônio de Souza Mourão (Hospital Universitário Clementino Fraga Filho e
     Instituto de Bioquímica Médica, Universidade Federal do Rio de Janeiro), “Carboidratos” - Revista
     CIÊNCIA HOJE - vol. 39, nº 233 - Dezembro de 2006 – pp. 24-31

    Doshi et al., Carbohydrate Vaccines- A burgeoning field of Glycomics, Journal of Applied Pharmaceutical
     Science 01 (02); 2011: 17-22

    Cunto-Amesty et al., Directing the Immune Response to Carbohydrate Antigens, August 10, 2001 - The
     Journal of Biological Chemistry



Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Antigenos e Anticorpos
Antigenos e AnticorposAntigenos e Anticorpos
Antigenos e AnticorposLABIMUNO UFBA
 
Introdução ao estudo da fisiologia
Introdução ao estudo da fisiologiaIntrodução ao estudo da fisiologia
Introdução ao estudo da fisiologiaCaio Maximino
 
Triagem clínica
Triagem clínicaTriagem clínica
Triagem clínicaUnicruz
 
Fisiologia Humana 1 - Introdução à Fisiologia Humana
Fisiologia Humana 1 - Introdução à Fisiologia HumanaFisiologia Humana 1 - Introdução à Fisiologia Humana
Fisiologia Humana 1 - Introdução à Fisiologia HumanaHerbert Santana
 
Aula 05 fisiologia respiratoria mamiferos
Aula 05   fisiologia respiratoria  mamiferosAula 05   fisiologia respiratoria  mamiferos
Aula 05 fisiologia respiratoria mamiferosFelipe Beijamini
 
Fisiologia - Sistema Nervoso Central
Fisiologia - Sistema Nervoso CentralFisiologia - Sistema Nervoso Central
Fisiologia - Sistema Nervoso CentralPedro Miguel
 
Aula - SNA - Introdução ao Sistema Nervoso Autônomo
Aula - SNA - Introdução ao Sistema Nervoso AutônomoAula - SNA - Introdução ao Sistema Nervoso Autônomo
Aula - SNA - Introdução ao Sistema Nervoso AutônomoMauro Cunha Xavier Pinto
 
Regulação e expressão gênica bacteriana
Regulação e expressão gênica bacterianaRegulação e expressão gênica bacteriana
Regulação e expressão gênica bacterianaUERGS
 
Anatomia e fisiologia humana
Anatomia e fisiologia humanaAnatomia e fisiologia humana
Anatomia e fisiologia humanaJorge Santos
 
Aula 06 sistema nervoso - anatomia e fisiologia
Aula 06   sistema nervoso - anatomia e fisiologiaAula 06   sistema nervoso - anatomia e fisiologia
Aula 06 sistema nervoso - anatomia e fisiologiaHamilton Nobrega
 
Fisiologia Humana 7 - Sistema Respiratório
Fisiologia Humana 7 - Sistema RespiratórioFisiologia Humana 7 - Sistema Respiratório
Fisiologia Humana 7 - Sistema RespiratórioHerbert Santana
 
Mecanismos homeostáticos do corpo humano
Mecanismos homeostáticos do corpo humanoMecanismos homeostáticos do corpo humano
Mecanismos homeostáticos do corpo humanoMariana Remiro
 
Fisiologia - Sistema Cardiovascular
Fisiologia - Sistema CardiovascularFisiologia - Sistema Cardiovascular
Fisiologia - Sistema CardiovascularPedro Miguel
 
Anatomia do sistema respiratório
Anatomia do sistema respiratórioAnatomia do sistema respiratório
Anatomia do sistema respiratórioFlávia Salame
 
Fisiologia do sistema nervoso organização funcional
Fisiologia do sistema nervoso   organização funcionalFisiologia do sistema nervoso   organização funcional
Fisiologia do sistema nervoso organização funcionalRaul Tomé
 
2013 to fisiologia sgi-i
2013  to fisiologia sgi-i2013  to fisiologia sgi-i
2013 to fisiologia sgi-iCelina Guedes
 

Mais procurados (20)

Antigenos e Anticorpos
Antigenos e AnticorposAntigenos e Anticorpos
Antigenos e Anticorpos
 
Introdução ao estudo da fisiologia
Introdução ao estudo da fisiologiaIntrodução ao estudo da fisiologia
Introdução ao estudo da fisiologia
 
Triagem clínica
Triagem clínicaTriagem clínica
Triagem clínica
 
Fisiologia Humana 1 - Introdução à Fisiologia Humana
Fisiologia Humana 1 - Introdução à Fisiologia HumanaFisiologia Humana 1 - Introdução à Fisiologia Humana
Fisiologia Humana 1 - Introdução à Fisiologia Humana
 
Lipídeos fsp
Lipídeos fspLipídeos fsp
Lipídeos fsp
 
Aula 05 fisiologia respiratoria mamiferos
Aula 05   fisiologia respiratoria  mamiferosAula 05   fisiologia respiratoria  mamiferos
Aula 05 fisiologia respiratoria mamiferos
 
Fisiologia - Sistema Nervoso Central
Fisiologia - Sistema Nervoso CentralFisiologia - Sistema Nervoso Central
Fisiologia - Sistema Nervoso Central
 
Fisiologia pulmonar
Fisiologia pulmonarFisiologia pulmonar
Fisiologia pulmonar
 
Aula - SNA - Introdução ao Sistema Nervoso Autônomo
Aula - SNA - Introdução ao Sistema Nervoso AutônomoAula - SNA - Introdução ao Sistema Nervoso Autônomo
Aula - SNA - Introdução ao Sistema Nervoso Autônomo
 
Regulação e expressão gênica bacteriana
Regulação e expressão gênica bacterianaRegulação e expressão gênica bacteriana
Regulação e expressão gênica bacteriana
 
Transmissao sinaptica
Transmissao sinapticaTransmissao sinaptica
Transmissao sinaptica
 
Anatomia e fisiologia humana
Anatomia e fisiologia humanaAnatomia e fisiologia humana
Anatomia e fisiologia humana
 
Aula 06 sistema nervoso - anatomia e fisiologia
Aula 06   sistema nervoso - anatomia e fisiologiaAula 06   sistema nervoso - anatomia e fisiologia
Aula 06 sistema nervoso - anatomia e fisiologia
 
Fisiologia Humana 7 - Sistema Respiratório
Fisiologia Humana 7 - Sistema RespiratórioFisiologia Humana 7 - Sistema Respiratório
Fisiologia Humana 7 - Sistema Respiratório
 
Hemostasia
HemostasiaHemostasia
Hemostasia
 
Mecanismos homeostáticos do corpo humano
Mecanismos homeostáticos do corpo humanoMecanismos homeostáticos do corpo humano
Mecanismos homeostáticos do corpo humano
 
Fisiologia - Sistema Cardiovascular
Fisiologia - Sistema CardiovascularFisiologia - Sistema Cardiovascular
Fisiologia - Sistema Cardiovascular
 
Anatomia do sistema respiratório
Anatomia do sistema respiratórioAnatomia do sistema respiratório
Anatomia do sistema respiratório
 
Fisiologia do sistema nervoso organização funcional
Fisiologia do sistema nervoso   organização funcionalFisiologia do sistema nervoso   organização funcional
Fisiologia do sistema nervoso organização funcional
 
2013 to fisiologia sgi-i
2013  to fisiologia sgi-i2013  to fisiologia sgi-i
2013 to fisiologia sgi-i
 

Destaque

Hidratos de carbono
Hidratos de carbonoHidratos de carbono
Hidratos de carbonoGafanhota
 
Hidratos de carbono
Hidratos de carbonoHidratos de carbono
Hidratos de carbonoLuis Ribeiro
 
Glúcidos o hidratos de carbono
Glúcidos o hidratos de carbonoGlúcidos o hidratos de carbono
Glúcidos o hidratos de carbonojavier Mutenroy
 
Os hidratos de carbono ou glícidos
Os hidratos de carbono ou glícidosOs hidratos de carbono ou glícidos
Os hidratos de carbono ou glícidosJoelLoureiro
 
Hidratos de carbono
Hidratos de carbonoHidratos de carbono
Hidratos de carbonoSar88
 
Bioquímica Articular, Articulações e Pele
Bioquímica Articular, Articulações e PeleBioquímica Articular, Articulações e Pele
Bioquímica Articular, Articulações e PeleMayara Mônica
 
Bioquimica 2 Carboidratos
Bioquimica 2   CarboidratosBioquimica 2   Carboidratos
Bioquimica 2 Carboidratosguest67130e
 
Carboidratos slideshare
Carboidratos   slideshareCarboidratos   slideshare
Carboidratos slideshareSid Siqueira
 
Membrana Plasmática
Membrana PlasmáticaMembrana Plasmática
Membrana PlasmáticaFabio Barbosa
 

Destaque (13)

Hidratos de carbono
Hidratos de carbonoHidratos de carbono
Hidratos de carbono
 
Hidratos de carbono
Hidratos de carbonoHidratos de carbono
Hidratos de carbono
 
Glúcidos o hidratos de carbono
Glúcidos o hidratos de carbonoGlúcidos o hidratos de carbono
Glúcidos o hidratos de carbono
 
Os hidratos de carbono ou glícidos
Os hidratos de carbono ou glícidosOs hidratos de carbono ou glícidos
Os hidratos de carbono ou glícidos
 
Indice glucemico
Indice glucemicoIndice glucemico
Indice glucemico
 
Hidratos de carbono
Hidratos de carbonoHidratos de carbono
Hidratos de carbono
 
Indice glicemico
Indice glicemicoIndice glicemico
Indice glicemico
 
Bioquímica Articular, Articulações e Pele
Bioquímica Articular, Articulações e PeleBioquímica Articular, Articulações e Pele
Bioquímica Articular, Articulações e Pele
 
O que são Glicoproteínas?
O que são Glicoproteínas?O que são Glicoproteínas?
O que são Glicoproteínas?
 
Bioquimica 2 Carboidratos
Bioquimica 2   CarboidratosBioquimica 2   Carboidratos
Bioquimica 2 Carboidratos
 
Biologia celular
Biologia celularBiologia celular
Biologia celular
 
Carboidratos slideshare
Carboidratos   slideshareCarboidratos   slideshare
Carboidratos slideshare
 
Membrana Plasmática
Membrana PlasmáticaMembrana Plasmática
Membrana Plasmática
 

Semelhante a Bioquímica Hidratos Funções

Semelhante a Bioquímica Hidratos Funções (20)

A base molecular dos seres vivos
A base molecular dos seres vivosA base molecular dos seres vivos
A base molecular dos seres vivos
 
Módulo 1 bioquímica celular
Módulo 1 bioquímica celularMódulo 1 bioquímica celular
Módulo 1 bioquímica celular
 
Biologia molecular 1
Biologia molecular 1Biologia molecular 1
Biologia molecular 1
 
2lipídeos carbohidratos
2lipídeos carbohidratos2lipídeos carbohidratos
2lipídeos carbohidratos
 
Composiçao quimica da celula
Composiçao quimica da celulaComposiçao quimica da celula
Composiçao quimica da celula
 
Simlado 01
Simlado 01Simlado 01
Simlado 01
 
Simlado 01
Simlado 01Simlado 01
Simlado 01
 
42951 carboidratos --introdução.2012
42951 carboidratos --introdução.201242951 carboidratos --introdução.2012
42951 carboidratos --introdução.2012
 
Carboidratos(2)
Carboidratos(2)Carboidratos(2)
Carboidratos(2)
 
Aulão vestibular inverno
Aulão vestibular invernoAulão vestibular inverno
Aulão vestibular inverno
 
Aulas 03-membranas-celulares
Aulas 03-membranas-celularesAulas 03-membranas-celulares
Aulas 03-membranas-celulares
 
Pdf biologia
Pdf biologiaPdf biologia
Pdf biologia
 
Apostila de Biologia
Apostila de BiologiaApostila de Biologia
Apostila de Biologia
 
Carboidratos shared
Carboidratos sharedCarboidratos shared
Carboidratos shared
 
Bioquimica
BioquimicaBioquimica
Bioquimica
 
ESPECÍFICA COMP QUIM CEL
ESPECÍFICA COMP QUIM CELESPECÍFICA COMP QUIM CEL
ESPECÍFICA COMP QUIM CEL
 
Carboidratos
CarboidratosCarboidratos
Carboidratos
 
Bioquimica
BioquimicaBioquimica
Bioquimica
 
Carboidratos.pdf
Carboidratos.pdfCarboidratos.pdf
Carboidratos.pdf
 
Resumo pas 1 em
Resumo pas 1 emResumo pas 1 em
Resumo pas 1 em
 

Último

Enhanced recovery after surgery in neurosurgery
Enhanced recovery  after surgery in neurosurgeryEnhanced recovery  after surgery in neurosurgery
Enhanced recovery after surgery in neurosurgeryCarlos D A Bersot
 
AULA DE ERROS radiologia odontologia.ppsx
AULA DE ERROS radiologia odontologia.ppsxAULA DE ERROS radiologia odontologia.ppsx
AULA DE ERROS radiologia odontologia.ppsxLeonardoSauro1
 
Prurigo. Dermatologia. Patologia UEM17B2.pdf
Prurigo. Dermatologia. Patologia UEM17B2.pdfPrurigo. Dermatologia. Patologia UEM17B2.pdf
Prurigo. Dermatologia. Patologia UEM17B2.pdfAlberto205764
 
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICASAULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICASArtthurPereira2
 
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptxINTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptxssuser4ba5b7
 
O mundo secreto dos desenhos - Gregg M. Furth.pdf
O mundo secreto dos desenhos - Gregg M. Furth.pdfO mundo secreto dos desenhos - Gregg M. Furth.pdf
O mundo secreto dos desenhos - Gregg M. Furth.pdfNelmo Pinto
 
Primeiros Socorros - Sinais vitais e Anatomia
Primeiros Socorros - Sinais vitais e AnatomiaPrimeiros Socorros - Sinais vitais e Anatomia
Primeiros Socorros - Sinais vitais e AnatomiaCristianodaRosa5
 
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdfSistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdfGustavoWallaceAlvesd
 

Último (9)

Enhanced recovery after surgery in neurosurgery
Enhanced recovery  after surgery in neurosurgeryEnhanced recovery  after surgery in neurosurgery
Enhanced recovery after surgery in neurosurgery
 
AULA DE ERROS radiologia odontologia.ppsx
AULA DE ERROS radiologia odontologia.ppsxAULA DE ERROS radiologia odontologia.ppsx
AULA DE ERROS radiologia odontologia.ppsx
 
Prurigo. Dermatologia. Patologia UEM17B2.pdf
Prurigo. Dermatologia. Patologia UEM17B2.pdfPrurigo. Dermatologia. Patologia UEM17B2.pdf
Prurigo. Dermatologia. Patologia UEM17B2.pdf
 
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICASAULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
 
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptxINTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
 
Aplicativo aleitamento: apoio na palma das mãos
Aplicativo aleitamento: apoio na palma das mãosAplicativo aleitamento: apoio na palma das mãos
Aplicativo aleitamento: apoio na palma das mãos
 
O mundo secreto dos desenhos - Gregg M. Furth.pdf
O mundo secreto dos desenhos - Gregg M. Furth.pdfO mundo secreto dos desenhos - Gregg M. Furth.pdf
O mundo secreto dos desenhos - Gregg M. Furth.pdf
 
Primeiros Socorros - Sinais vitais e Anatomia
Primeiros Socorros - Sinais vitais e AnatomiaPrimeiros Socorros - Sinais vitais e Anatomia
Primeiros Socorros - Sinais vitais e Anatomia
 
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdfSistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdf
 

Bioquímica Hidratos Funções

  • 1. BIOQUÍMICA I CATARINA CRUZ Licenciatura em Bioquímica 2º ano, 1º semestre JOÃO RIBEIRO Dezembro de 2012 PATRÍCIA CASTRO
  • 2. Introdução Compostos naturalmente predominantes e fundamentais  Proporção 1 C : 1 H2O característica  Compostos polifuncionais • Um grupo cetona (cetose) ou aldeído (aldose) • Vários grupos hidroxilo. Disposição dos átomos de carbono e dos átomos que se ligam a eles crucial nestes compostos, pois determinará a ligação para formar açúcares mais complexos e as propriedades desses açúcares. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 3. Introdução Ligação glicosídica  A ligação resulta da reacção de 2 grupos hidroxilo, levando à formação de uma ‘ponte de oxigénio’, e à libertação de água.  Os dissacáridos resultam da ligação de dois monossacáridos  Os polissacáridos resultam da ligação de mais do que 10 monossacáridos. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 4. Principais funções Os hidratos de carbono desempenham importantes e variadas funções em diversos aspectos do funcionamento do nosso organismo… Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 5. Principais funções dos hidratos de carbono Cromatografia Electroforese Espectroscopia Compreensão dos mecanismos celulares e moleculares Conhecimento das propriedades físicas e químicas ENERGIA RECONHECIMENTO ESTRUTURA Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 6. Principais funções dos hidratos de carbono Revestimento de estruturas biológicas Constituinte de membranas plasmáticas Celulose • Hidrato de carbono mais naturalmente abundante • Função estrutural na célula vegetal • Polímero de glicose formado por ligações β(1,4) • Estrutura espacial linear • Forma fibras insolúveis em água não digeríveis Quitina • Cadeia longa de N-acetilglicosamina • É o precursor da quitosana • Principal componente da parede celular dos fungos e exosqueleto de artrópodes (rigidez) • Contém um grupo acetamina no C2 Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 7. Principais funções dos hidratos de carbono Estruturalmente, difere da celulose por conter um grupo acetamina, em vez de um grupo hidroxilo, no C2. celulose quitina Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 8. Principais funções dos hidratos de carbono É muito conhecido devido à sua elevada resistência, pelo que, num futuro próximo, poderá substituir os plásticos, por ser biodegradável. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 9. Exemplos de hidratos de carbono complexos Ácido hialurónico • Grandes dimensões e peso molecular • Monómeros de dois açúcares simples modificados : • Ácido glucorónico • N-acetilglicosamina • Cadeia excepcionalmente alongada induz viscosidade e resistência • Elevada hidrofilicidade  Ossos e articulações  Naturalmente presente no corpo humano  Tecido conjuntivo  Utilizado em produtos para o cuidado da pele e ainda na investigação médica (ramos da ortopedia e da cirurgia  Pele e folículos capilares oftalmológica)  Olhos Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 10. Principais funções dos hidratos de carbono Armazenamento de energia nas células sob a forma de amido e glicogénio Metabolismo/degradação da glucose é fonte de energia Oxidação completa Ciclo de Krebs (fosforilação oxidativa) ENERGIA Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 11. Exemplos de hidratos de carbono complexos Amido • Armazenamento energético • Contém ligações α(1-4) e poucas α(1-6) (“pontos de ramificação”) • Amilose + amilopectina (estrutura ramificada) • Possível enrolar em hélice. Glicogénio • Polissacarídeo de reserva da célula animal • Muito ramificado • Os vários pontos de ramificação são um importante impedimento à formação de uma hélice Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 12. Principais funções dos hidratos de carbono  Açúcares Metabolização em H2O, CO2, CONTRIBUIÇÃO DA DIETA ALIMENTAR  Fibras alimentares energia como calor, entre outras Hidratos de carbono simples Fibras vegetais • Processamento e absorção rápida • Resistem à digestão, mas melhoram substancialmente a absorção de nutrientes e aceleram a digestão, Hidratos de carbono complexos minimizando a exposição e absorção de toxinas • Absorção gradual eventualmente presentes nos alimentos. A glucose é a única fonte de energia que as células nervosas conseguem usar! Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 13. Principais funções dos hidratos de carbono DIGESTÃO DOS HIDRATOS DE CARBONO  A digestão ocorre inicialmente na boca, uma vez que as glândulas salivares secretam α-amilase, que vai digerir o amido, quebrando as ligações α(1-4);  No estômago, a elevada acidez faz com que haja uma inibição da acção da enzima.  No intestino delgado, várias endoglicosidases completam a digestão, resultando em hidratos de carbono simples, que são, mais tarde, absorvidos para a corrente sanguínea Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 14. Principais funções dos hidratos de carbono COMPOSTOS GLICOCONJUGADOS NA SUPERFÍCIE EXTERNA DA MEMBRANA CELULAR  Remoção de eritrócitos envelhecidos  Receptores da membrana plasmática (biossinalização)  Grupos sanguíneos (sistema ABO)  Regulação da proliferação celular Estereoisomeria  Processo de polimerização  Diversidade estrutural ARMAZENAMENTO DE INFORMAÇÃO Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 15. Principais funções dos hidratos de carbono HORMONAS Eritropoietina FUNÇÕES IMUNOLÓGICAS Os hidratos de carbono são mais estáveis que as proteínas e desempenham múltiplas funções na fisiologia e na patofisiologia, estando envolvidos na resposta inflamatória, interacções célula-a- célula, reconhecimento e adesão a patogénios, transdução de sinais, entre muitos outros processos. • Glicoproteína que medeia o reconhecimento e adesão célula-a-célula na passagem de neutrófilos através parede dos capilares para os locais de infecção ou inflamação. SELECTINA • Artrite, asma, psoríase, esclerose múltipla e rejeição de órgãos transplantados. • Antigénio expresso por carcinomas presente apenas em células fetais que favorece as células tumorais e a metastização. Grande interesse no desenvolvimento de medicamentos inibidores da adesão célula-a-célula mediada pela selectina. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 16. Principais funções dos hidratos de carbono FUNÇÕES IMUNOLÓGICAS O vírus influenza liga-se através da hemaglutinina (uma proteína viral) a resíduos de ácido siálico ligados a galactose presentes em glicoproteínas da membrana celular, conseguindo assim entrar na célula e replicar-se. O Plasmodium falciparum, o protozoário parasita responsável pela malária, coloniza os organismos hospedeiros tendo também como base este mecanismo de especificidade Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 17. Principais funções dos hidratos de carbono FUNÇÕES IMUNOLÓGICAS “Doença das vacas loucas” Encefalopatia espongiforme bovina A degeneração dos neurónios causada por infecção pelo prião depende da presença, na superfície das células nervosas, de receptores (proteoglicanos) que contêm glicosaminoglicanos. O prião precisa interagir com esses polissacarídeos para entrar no neurónio – o papel deles no reconhecimento celular é fundamental para o desenvolvimento dessa infecção. Ou seja, os priões são proteínas com capacidade de invadir um hospedeiro, alcançando o seu sistema nervoso central e destruindo-o progressivamente, isto graças ao reconhecimento de determinados glicosaminoglicanos na superfície das células nervosas. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 18. Principais funções dos hidratos de carbono FUNÇÕES IMUNOLÓGICAS POTENCIAL COMO VACINAS  Vacinas altamente eficientes em desencadear respostas imunológicas que previnem um grande número de doenças.  Identificação e síntese de hidratos de carbono antigénicos em laboratório. Nova geração de vacinas baseadas em hidratos de carbono, com papéis cruciais no cancro, Haemophilus influenza tipo B, malária, SIDA, etc… • Respostas imunológicas protectoras. • Hidratos de carbono são antigénios • As crianças não produzem anticorpos independentes dos linfócitos T, logo, falham na suficientes em caso de doença memória imunológica. • Redução da necessidade de administrar o agente patogénico. Péptidos miméticos antigénicos Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 19. Compostos glicoconjugados Para além das suas importantes funções como armazenamento energético e de estrutura, os polissacarídeos são portadores de informações e servem como indicadores de “direcção” para algumas proteínas e como mediadores para interacções específicas célula-célula e célula-matriz extracelular. As moléculas que contêm hidratos de carbono específicos agem em:  Reconhecimento e adesão célula-célula  Revestimento sanguíneo  Resposta imune  etc. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 20. Compostos glicoconjugados  A membrana plasmática de praticamente todas as células animais também pode ter, do seu lado externo, moléculas de açúcar (oligossacarídeos) ligados a proteínas e lípidos. Essa camada de açúcar é chamada de glicocálice.  O glicocálice tem várias funções, sendo uma das principais o seu importante papel no reconhecimento célula-célula. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 21. Compostos glicoconjugados Polissacarídeos da superfície celular Glicoproteínas • Ligados a uma proteína Glicolípidos • Ligados a um lípido Proteoglicanos • Cadeias de glicosaminoglicanos unidos a uma proteína RECEPTORES E SINALIZADORES Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 22. Compostos glicoconjugados Proteoglicanos Unidade básica “Proteína central” ligada covalentemente a glicosaminoglicanos Maior componente dos Rigidez, resistência e elasticidade tecidos conjuntivos Glucosaminoglicanos Os glicosaminoglicanos são formados por unidades repetitivas de dissacarídeos. Um dos monossacarídeos que compõe os dissacarídeos é sempre a N-acetilglicosamina ou a N-acetilgalactosamina, o outro é na maioria um ácido urónico. Um glucosaminoglicano é ligado por um trissacárido através de uma serina à proteína central formando proteoglicanos. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 23. Compostos glicoconjugados Glucosaminoglicanos Ácido hialurónico É um componente essencial da matriz extracelular das cartilagens Não é e dos tendões. sulfatado. Sulfato de condroitina Heparina É o maior constituinte da cartilagem, promovendo Anticoagulante natural estrutura, retenção de água e nutrientes. sintetizado nos mastócitos. Interage com a antitrombina, uma molécula que desactiva as enzimas de coagulação. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 24. Compostos glicoconjugados Glucosaminoglicanos Condroitina sulfato Um trissacarídeo ligante conecta um glicosaminoglicano por meio de um resíduo de serina da proteína central. Syndecan Proteína central da membrana plasmática. Domínio aminoterminal extracelular covalentemente ligado pelo trissacárido ligante, três cadeias de heparana sulfato e a duas de condroitina sulfato. Heparana sulfato liga-se a uma variedade de ligantes com receptores específicos. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 25. Compostos glicoconjungados Glicoproteínas Proteínas conjugadas que possuem como grupos prostéticos um ou vários oligossacáridos, formando uma série de unidades repetidas e ligadas covalentemente a uma proteína. Exemplos: • Proteína transferrina • Hormona FSH • Enzima ribonuclease Onde estão? • Face exterior da Ligações N-glicosídicas entre N-acetilglicosamina e o grupo NH2 da membrana plasmática asparagina • Matriz extracelular Ligações O-glicosídicas entre a N-acetilgalactosamina e o grupo • Sangue OH da serina ou treonina (carbono anomérico por ligação • Complexo de Golgi glicosídica) • Lisossomas. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 26. Compostos glicoconjungados Glicolípidos Lípidos da membrana celular Grupos hidrofílicos são oligossacáridos que funcionam como sítios específicos para o reconhecimento pelas proteínas ligadas a hidratos de carbono. A especificidade do sistema ABO de grupos sanguíneos é determinada por certos oligossacáridos muito curtos e parecidos entre si, que estão presentes na membrana plasmática dos eritrócitos. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 27. Compostos glicoconjungados Curiosidades Lectinas Ampla variedade de processos de reconhecimento célula-célula e processos de adesão. Moléculas de lectina da membrana plasmática dos hepatócitos ligam especificamente cadeias de oligossacáridos com unidades de galactose não protegidas por unidades de ácido siálico terminal. O ácido siálico nas extremidades dos oligossacáridos de muitas glicoproteínas do plasma protegem-nas da captação e degradação no fígado. A remoção dessas unidades pela enzima sialidase “marca” proteínas “velhas” para destruição e reposição. Os eritrócitos recém-sintetizados têm várias glicoproteínas de membrana com cadeias de oligossacáridos que terminam em ácido siálico. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 28. Compostos glicoconjungados Curiosidades Glicoproteínas anticongelantes Presentes nos peixes da Antárctida, são glicoproteínas que evitam que a água congele, ao baixar a temperatura a que a água solidifica (modificam o tempo e o modo de crescimento dos cristais de gelo, o que permite aos peixes sobreviverem). Ou seja, elas afectam as moléculas de água de modo a que esta permaneça no estado liquido. A actividade anticongelante não é conseguida através de uma única ligação molecular entre a proteína e água, mas porque a glicoproteína anticongelante perturba o solvente. A partir da espectrometria de terahertz, é possível mostrar uma espécie de “dança permanente” das moléculas (em água líquida) e, posteriormente, como vão introduzindo novos efeitos mais ordenados, na presença das proteínas anticongelantes. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • 29. Bibliografia  The New York Times’ Health Guide – Hidratos de carbono http://health.nytimes.com/health/guides/nutrition/carbohydrates/overview.html  Michael Meade and Associates – Health Articles – Hidratos de Carbono www.mmeade.com/cheat/carbohydrates.html  Volhardt & Score, Organic Chemistry – Structure and Function, 6ª edição, W. H. Freeman, Nova Iorque (EUA)  Hyalogic.com http://www.hyalogic.com/main/about_hyaluronic_acid  Vitor Hugo Pomin e Paulo Antônio de Souza Mourão (Hospital Universitário Clementino Fraga Filho e Instituto de Bioquímica Médica, Universidade Federal do Rio de Janeiro), “Carboidratos” - Revista CIÊNCIA HOJE - vol. 39, nº 233 - Dezembro de 2006 – pp. 24-31  Doshi et al., Carbohydrate Vaccines- A burgeoning field of Glycomics, Journal of Applied Pharmaceutical Science 01 (02); 2011: 17-22  Cunto-Amesty et al., Directing the Immune Response to Carbohydrate Antigens, August 10, 2001 - The Journal of Biological Chemistry Faculdade de Ciências da Universidade do Porto/Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar