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Figura 1. Espaço para inserção de depoimento
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O comportamento do gênero
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• Definição e propósito comunicativo (COSTA, 2008)
• Contrapartes possíveis (MARCUSCHI 2005, 2007)
““depoimento dodepoimento do orkut”orkut”
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com quem se mantém algum vínculo social.
Recursos de escrita hipertextual
• Inclusão limitada de links e emoticons
• Pontuação abundante ou minimalista
• Reiteração de letras (CRYSTAL, 2005)
• Escrita em letras minúsculas
• Uso de abreviaturas (SILVA, 2006)
• Disposição gráfica deslinearizada
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Marcas de oralidade
• Expressão de atitudes, hesitação, prosódia
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• Uso de vocativos
• Caráter assíncrono, mas pode haver uso do espaço em interação
síncrona (MARCUSCHI, 2005)
• Hibridismo entre escrita e oralidade
Marcas de oralidade
A estrutura composicional
• Introdução metaenunciativa (APOTHÉLOZ, 1995)
A estrutura composicional
• Predomínio de seqüência descritiva
• Descrição própria do gênero retrato (ADAM, 1992)
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percepção apreciativa e relato de experiências compartilhadas.
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• Fechamento com seqüência fática de encerramento (ADAM, 1992)
• Uso de vocativos e expressões de despedida
• Tom conversacional (Paiva, 2005 )
Seleção lingüística
• Seleção de adjetivos e advérbios quantificadores
• Estratégia de referenciação com expressões nominais
indefinidas (KOCH, 2004)
• Uso anafórico de SN indefinidos (CUNHA LIMA, 2004)
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• Tendência para projeção de imagem positiva do outro
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ser tomado como particularidade do gênero
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uma recurso lingüístico que atua no
desenvolvimento do conteúdo temático e,
conseqüentemente, na construção de sentidos.
Porém sustentar essa hipótese requer lidar com
interpretações controversas quanto ao uso de
sintagma nominal indefinido na composição de uma
anáfora ou uma predicação. Diante da recorrência
desse uso no corpus, parece-nos relevante
questionar seu caráter:
éé anafórico ou predicativo?anafórico ou predicativo?
Referências bibliográficas
ADAM, Jean-Michel. Les textes: types et prototypes. Paris: Nathan, 1992.
ARAÚJO, J. C. R. A conversa na web: o estudo da transmutação de um gênero textual. In: MARCUSCHI, L. A; XAVIER, A. C.
(orgs.). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção de sentido. 2. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. p.
91-109.
BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
BEAUGRANDE, R. New Foundations for a Science of Text and discourse: cognition, communication, and the freedom of
access to knowledge and society. Norwood, New Jersey: Ablex, 1997.
COLARES, V. Retextualização do depoimento judicial oral em texto escrito. VEREDAS - Rev. Est. Ling., Juiz de Fora, v.9, n.1 e
n.2, p.29-54, jan./dez. 2005.
COSTA, S. R. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
CRYSTAL, D. A revolução da linguagem. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
CUNHA LIMA, M. L. Indefinido, Anáfora e Construção Textual da Referência. 231f. Tese (Doutorado em Lingüística) –
Departamento de Lingüística do Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas. Campinas,
2004.
FRANCHI, Carlos. Linguagem – atividade constitutiva. In: Revista do GEL. Número Especial: Em Memória de Carlos Franchi.
São Paulo: Contexto, 2002. p. 37-74. (Republicação de Almanaque, n. 5, p. 9-26, 1977).
KOCH, I. G. V. Introdução à lingüística textual. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais emergentes no contexto da tecnologia digital. In: MARCUSCHI, L. A; XAVIER, A. C.
(orgs.). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção de sentido. 2. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. p.
13–67.
______. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2007.
ORKUT. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Orkut>. Acesso em 22/03/2007.
PAIVA, V. L. M. O. E-mail: um novo gênero textual. In: MARCUSCHI, L. A; XAVIER, A. C. (orgs.). Hipertexto e gêneros
digitais: novas formas de construção de sentido. 2.ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. p. 68–90.
RECUERO, R. C. Redes sociais na Internet: considerações iniciais. E-Compós. Brasília, v. 2, abr. 2005. Disponível em:
<http://boston.braslink.com/compos.org.br/e-compos/adm/documentos/abril2005_recuero.pdf >. Acesso em: 22/03/2007.
SILVA, F. S. Uma abordagem diacrônico-comparativa da abreviatura em diferentes gêneros, suportes e tecnologias. 253
f. Tese (Doutorado em Lingüística) – Centro de Artes e Comunicação, Universidade Federal de Pernambuco. Recife,
2006.
www.orkut.com
XAVIER, A. C. Leitura, texto e hipertexto. In: MARCUSCHI, L. A; XAVIER, A. C. (Orgs.). Hipertexto e gêneros digitais: novas
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  • 2. A questão inicial Marcuschi (2005)Marcuschi (2005) “gêneros textuais emergentes na Internet” Crystal (2005)Crystal (2005) “caráter revolucionário da Internet em aspectos lingüísticos, tecnológicos e sociais.” Como é o comportamento do gêneroComo é o comportamento do gênero ““depoimento dodepoimento do orkutorkut”” no contexto de comunicação digital?no contexto de comunicação digital?
  • 3. Pressupostos teóricos Franchi (1977) Beaugrande (1997) Xavier (2002) Bakhtin (1997) “concepção de linguagem como atividade constitutivaatividade constitutiva” “texto como evento comunicativoevento comunicativo que envolve atos sociais, cognitivos e lingüísticos” “hipertexto como modo de enunciação digital constituído por textos escritos, sons, imagens, ícones, animações.” “gênero textual como enunciado relativamente estávelenunciado relativamente estável”
  • 4. Opções metodológicas Figura 1. Espaço para inserção de depoimento Figura 2. Perfil de usuário do site orkut
  • 5. O comportamento do gênero “depoimento do“depoimento do orkutorkut”” • Definição e propósito comunicativo (COSTA, 2008) • Contrapartes possíveis (MARCUSCHI 2005, 2007) ““depoimento dodepoimento do orkut”orkut” depoimento jornalístico cartas pessoais depoimento judicial Enunciado construído em linguagem informal para declarar algo por escrito sobre indivíduo com quem se mantém algum vínculo social.
  • 6. Recursos de escrita hipertextual • Inclusão limitada de links e emoticons • Pontuação abundante ou minimalista • Reiteração de letras (CRYSTAL, 2005)
  • 7. • Escrita em letras minúsculas • Uso de abreviaturas (SILVA, 2006) • Disposição gráfica deslinearizada Recursos de escrita hipertextual
  • 8. Marcas de oralidade • Expressão de atitudes, hesitação, prosódia • Dêiticos pessoais • Marcadores conversacionais (MARCUSCHI, 2007)
  • 9. • Uso de vocativos • Caráter assíncrono, mas pode haver uso do espaço em interação síncrona (MARCUSCHI, 2005) • Hibridismo entre escrita e oralidade Marcas de oralidade
  • 10. A estrutura composicional • Introdução metaenunciativa (APOTHÉLOZ, 1995)
  • 11. A estrutura composicional • Predomínio de seqüência descritiva • Descrição própria do gênero retrato (ADAM, 1992) • Descrições valorativas, argumentações a favor, explicações de percepção apreciativa e relato de experiências compartilhadas.
  • 12. A estrutura composicional • Fechamento com seqüência fática de encerramento (ADAM, 1992) • Uso de vocativos e expressões de despedida • Tom conversacional (Paiva, 2005 )
  • 13. Seleção lingüística • Seleção de adjetivos e advérbios quantificadores • Estratégia de referenciação com expressões nominais indefinidas (KOCH, 2004) • Uso anafórico de SN indefinidos (CUNHA LIMA, 2004)
  • 14. Conteúdo temático • Tendência para projeção de imagem positiva do outro
  • 15. O questionamento atual O emprego de SN indefinido anafóricoSN indefinido anafórico pode ser tomado como particularidade do gênero depoimento dodepoimento do orkut,orkut, porque constituiria uma recurso lingüístico que atua no desenvolvimento do conteúdo temático e, conseqüentemente, na construção de sentidos. Porém sustentar essa hipótese requer lidar com interpretações controversas quanto ao uso de sintagma nominal indefinido na composição de uma anáfora ou uma predicação. Diante da recorrência desse uso no corpus, parece-nos relevante questionar seu caráter: éé anafórico ou predicativo?anafórico ou predicativo?
  • 16. Referências bibliográficas ADAM, Jean-Michel. Les textes: types et prototypes. Paris: Nathan, 1992. ARAÚJO, J. C. R. A conversa na web: o estudo da transmutação de um gênero textual. In: MARCUSCHI, L. A; XAVIER, A. C. (orgs.). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção de sentido. 2. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. p. 91-109. BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1997. BEAUGRANDE, R. New Foundations for a Science of Text and discourse: cognition, communication, and the freedom of access to knowledge and society. Norwood, New Jersey: Ablex, 1997. COLARES, V. Retextualização do depoimento judicial oral em texto escrito. VEREDAS - Rev. Est. Ling., Juiz de Fora, v.9, n.1 e n.2, p.29-54, jan./dez. 2005. COSTA, S. R. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. CRYSTAL, D. A revolução da linguagem. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. CUNHA LIMA, M. L. Indefinido, Anáfora e Construção Textual da Referência. 231f. Tese (Doutorado em Lingüística) – Departamento de Lingüística do Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2004. FRANCHI, Carlos. Linguagem – atividade constitutiva. In: Revista do GEL. Número Especial: Em Memória de Carlos Franchi. São Paulo: Contexto, 2002. p. 37-74. (Republicação de Almanaque, n. 5, p. 9-26, 1977). KOCH, I. G. V. Introdução à lingüística textual. São Paulo: Martins Fontes, 2004. MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais emergentes no contexto da tecnologia digital. In: MARCUSCHI, L. A; XAVIER, A. C. (orgs.). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção de sentido. 2. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. p. 13–67. ______. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2007. ORKUT. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Orkut>. Acesso em 22/03/2007. PAIVA, V. L. M. O. E-mail: um novo gênero textual. In: MARCUSCHI, L. A; XAVIER, A. C. (orgs.). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção de sentido. 2.ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. p. 68–90. RECUERO, R. C. Redes sociais na Internet: considerações iniciais. E-Compós. Brasília, v. 2, abr. 2005. Disponível em: <http://boston.braslink.com/compos.org.br/e-compos/adm/documentos/abril2005_recuero.pdf >. Acesso em: 22/03/2007. SILVA, F. S. Uma abordagem diacrônico-comparativa da abreviatura em diferentes gêneros, suportes e tecnologias. 253 f. Tese (Doutorado em Lingüística) – Centro de Artes e Comunicação, Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2006. www.orkut.com XAVIER, A. C. Leitura, texto e hipertexto. In: MARCUSCHI, L. A; XAVIER, A. C. (Orgs.). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção de sentido. 2.ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. p. 170-180.