O documento descreve as principais etapas e funções da produção cinematográfica, incluindo a pré-produção, produção e pós-produção. Nas três etapas, várias funções são essenciais como direção, produção, fotografia, arte, som, montagem e finalização. Cada função tem responsabilidades específicas para garantir o sucesso de um filme.
2. PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA
O Cinema é antes de tudo uma arte coletiva. Não se faz
cinema sozinho. Mas, uma vez escolhida atividade
cinematográfica, é fundamental ter em mente que iremos
trabalhar com muitas pessoas e que não podemos nos
prender a rotinas ordinárias do dia-a-dia.
3. A DIVISÃO DA EQUIPE
Uma produção cinematográfica, como já mencionamos, é
necessariamente coletiva, e, portanto, as tarefas devem estar muito
claras e os objetivos muito bem definidos. Existem claro, inúmeras
funções no cinema, cada uma delas responsável por uma
determinada faixa de atuação, uma necessidade frente a um contexto
específico – o filme – e que variam em certa medida de acordo com o
caráter da produção. Entretanto, há certas funções que são básicas,
e que sem a qual não se faz cinema, pois são de necessidade
primordial. São elas:
4. DIREÇÃO:
O diretor de um filme é responsável pelo resultado final de um conjunto
chamado cinema.
No início do cinema, ainda por volta dos primeiros anos do séc. XX, não
havia nenhum contingente técnico disponível, e quem tivesse vontade de
filmar, deveria tomar todas as iniciativas para tal. Os diretores então
escreviam suas próprias histórias, produziam, filmavam, às vezes atuavam
e também montavam o filme. O Diretor tem, portanto, seguindo o raciocínio
europeu, a responsabilidade do projeto. Ele deve conhecer perfeitamente
todos os detalhes do roteiro, estudá-lo num storyboard, e ter previamente
uma imagem feita de cada plano, que no conjunto dará significado à sua
obra.
5. DIREÇÃO:
Além do mais, deve conhecer detalhadamente cada função técnica do
cinema, e saber o que pode extrair de cada uma com o orçamento que
tem. Deve ter uma cultura literária, musical e dramática elevada, ou pelo
menos condizente com o resultado que quer obter do cinema, pois tudo
servirá como referência em sua criação, mas também para poder
escolher a melhor trilha sonora e a melhor forma de extrair a
dramaticidade desejada de seus atores.
O trabalho do diretor é árduo, pois dele todos da equipe esperam
segurança, tanto na escolha dos planos como na condução da filmagem
tecnicamente falando
6. PRODUÇÃO::
Como Produtor em cinema, pode-se entender de três
maneiras principais: O Produtor, propriamente, o Produtor
Executivo, e o Diretor de Produção. O primeiro é o dono do
estúdio, no caso do cinema comercial, ou quem banca
financeiramente um filme, no caso do cinema artístico.
O Produtor executivo é o administrador da verba, do dinheiro
disponível, e que sabe exatamente todos os custos do filme
para direcionar melhor a produção durante as filmagens.
7. PRODUÇÃO::
O Diretor de Produção é o que gerencia as necessidades
práticas de um filme. É ele quem entra em contato com as
locadoras de equipamentos, os laboratórios, as locações, os
atores e a equipe técnica, procurando sempre a melhor opção
para o resultado que o diretor espera.
Em suma, o produtor é o responsável pelo andamento prático
do filme. Mais do que o próprio diretor, o diretor de produção é
quem sabe mais o que está acontecendo ao redor do filme.
8. FOTOGRAFIA:
O Diretor de Fotografia, DF ou simplesmente fotógrafo, é o responsável
pela imagem de um filme. Como todo o filme é uma projeção de imagens
fotográficas, sua participação confunde-se com o próprio ato de fazer
cinema, e daí o uso dessas expressões.
O fotógrafo é o responsável por todo o design da luz do filme, ou seja,
ele concebe as características estéticas dos tipos de iluminação para cada
plano, bem como eventuais efeitos de filtragem na luz (gelatinas nos
refletores ou filtros na câmera), para obter colorações específicas na luz ou
mesmo balanceá-las; considera as relações de contraste da luz e do filme
e escolhe qual a exposição correta para cada plano filmado.
9. ARTE:
A equipe de Arte costuma ser maior que as demais. Isso
porque existem muitas funções adjuntas, que trabalham
paralelas e que se denominam genericamente a Arte de um
filme. Mas, em linhas gerais, elas são constituídas
principalmente pela cenografia (cenários em estúdio ou
preparação de locações), adereços (objetos de cena), pelo
figurino (roupas e acessórios que os atores vão utilizar) e
pela maquiagem.
10. SOM:
Uma vez que não se faz mais filmes mudos desde 1927, o técnico de
som em algum momento com certeza entrará na produção. O que pode
ocorrer é ele não estar presente durante as filmagens, pois há duas
maneiras de colocar som no filme: A primeira é o som direto, captado com
um gravador profissional de fita ¼’ chamado Nagra, um DAT (Digital Audio
Tape) ou ainda som digital gravado em cartões de memória, no exato
momento da filmagem. Todos os sons (ruído, música, diálogos) serão
captados e estarão em sincronismo perfeito com a imagem (na parte
técnica há mais detalhes sobre isso); A Segunda é o som feito depois da
filmagem, na pós-produção, e que é reproduzido num estúdio de som,
através da dublagem dos atores e dos ruídos de ambiente recriados.
11. SOM:
De qualquer maneira, o som no produto final, no filme terminado, é
uma das últimas etapas a ser finalizada. Inclui a produção e/ou
gravação de trilha sonora, inclusão de ruídos específicos, mixagem e
transcrição (ver técnica). Neste caso, por vezes há ainda outro técnico
encarregado apenas desta etapa.
12. MONTAGEM E FINALIZAÇÃO:
Entende-se por montagem ou edição a ordenação dos planos filmados
de tal maneira que formem um contínuo de ações que geram sentido de
acordo com o roteiro. É como se um escritor pensasse previamente em
todas as palavras que fosse escrever, e só depois de selecioná-las é que
as colocaria em ordem para fazer sentido. É uma comparação exagerada,
pois um escritor lida com milhares de palavras, e os cineastas lidam com
algumas dúzias (ou centenas, no caso de um longa) de planos, um
número muito menor de elementos. Mas a importância da montagem fica
bastante clara através deste exemplo, pois o filme não está pronto sem
este arremate importantíssimo, a ordenação dos elementos selecionados.
13. MONTAGEM E FINALIZAÇÃO:
Neste quesito, seu trabalho não é apenas colocar em ordem, mas
também imprimir ritmo e harmonia nos cortes de cada plano, de tal
maneira que as mudanças de um plano para outro fiquem tão naturais
que passem despercebidas.
15. 1.PRÉ-PRODUÇÃO:
A etapa de pré-produção de um filme começa quando há verba
disponível; e portanto, está pressuposta toda a parte de captação de
recursos, anterior a esta. Uma vez captado o dinheiro da produção, ao
todo ou em parte, inicia-se o processo de pré-produção.
Este nada mais é que uma organização sistemática de como serão
conduzidas as filmagens. Por mais que essa organização varie de filme
para filme, de diretor para diretor, ela sempre é necessária, em maior ou
menor grau, pois, como já mencionamos, sendo o cinema uma arte
coletiva, é preciso contar com a disponibilidade e organização não só da
equipe, mas também dos atores e também de terceiros que cedem
locações, objetos de cena, figurinos, etc.
16. 1.PRÉ-PRODUÇÃO:
Sem que haja um cronograma,
análise técnica e uma divisão eficiente
de planos por dia, não é possível dar
conta de todos os detalhes de
produção de um filme, além da
eminente possibilidade de ‘queimar o
filme’ com quem se dispõe a ajudar.
Mas que fique claro: fazer um
cronograma, análise técnica e plano de
filmagem não livra ninguém de
contratempos; mas com certeza farão
de todos passíveis de ser resolvidos
sem prejudicar o andamento da
filmagem, sem necessidade de
extremismos.
As etapas de uma pré-produção
podem estar sobrepostas, mas as
etapas são fundamentais e em algum
momento devem estar presentes.
São elas:
Escolha da Equipe
Reuniões gerais de produção
Análise técnica e cronograma
Escolha do Elenco
Reuniões de equipe
17. 2. PRODUÇÃO:
Chamamos produção o início das filmagens propriamente
ditas, e que pressupõe que todos (ou pelo menos a grande
maioria) dos itens de pré-produção já estejam resolvidos.
A produção confunde-se com a própria ação de fazer
cinema, mas, como vimos na pré e veremos na pós-produção,
este fazer cinema inclui muito mais que o set de
filmagem. De qualquer maneira, esta é a etapa mais
sedutora do trabalho em cinema.
18. 2. PRODUÇÃO:
O ambiente em que está sendo realizada a filmagem chama-se set de
filmagem, e pode ser qualquer lugar, estúdio ou locação, mas que deve ser
considerado como tal durante a permanência da equipe por lá. Isso
significa que ele deve ser claramente delimitado, ‘cercado’, e apenas os
profissionais envolvidos nas filmagens terão acesso a este espaço, salvo
convites expressos de membros da equipe. Isso porque é fundamental que
se mantenha a ordem e a concentração durante as filmagens, e a
permanência de curiosos, transeuntes, pessoas alheias ao objetivo do
filme, costumam desviar a atenção dos técnicos e atores. O espaço do set
de filmagem é o local de trabalho do cineasta e deve ser compreendido
como tal.
19. 2. PRODUÇÃO:
Cada equipe deve ter uma ‘base’ de controle, geralmente os chamados
“praticáveis” (mesa desmontável de madeira), em que são acomodados os
equipamentos e suprimentos necessários de cada função, e esta base é
exclusiva de cada equipe, não devendo ser misturada. Em outras palavras,
há um espaço específico da fotografia, onde estarão os cases de câmera,
tripés, caixa de filtros, fotômetros, equipamentos do assistente, etc.,
O produtor de set é responsável pela organização destas bases,
escolhendo os melhores locais para cada equipe (a fotografia deve ficar
sempre à sombra numa locação externa, por exemplo), providenciando
cadeiras para atores e equipe, guarda-sol ou guarda-chuva, se necessário,
organizando as refeições e distribuindo a equipe nos transportes.
20. 2. PRODUÇÃO:
Todos os diretores técnicos – e também o diretor – devem chegar a
um set de filmagem com uma ideia muito clara do que vai acontecer lá,
bem como todos os procedimentos já previamente decididos. O set não
é o lugar para pensar sobre, é para fazer o que já foi pensado. Se há
necessidade de parar o set para pensar o que se deve fazer, algo está
fora de lugar, e será preciso repensar o cronograma.
No caso específico do diretor de fotografia a luz já deve estar
previamente concebida, se possível já montada por completo, e o DF
apenas ‘afina’ a luz, que nada mais é que um ajuste sutil da luz para os
personagens ou objetos montados no cenário
21. 3.PÓS-PRODUÇÃO:
A pós-produção subentende duas ações; a desprodução do set de
filmagem e também a finalização do filme.
Em se tratando da pós-produção imediata de um filme, podemos
entender que toda a parafernália de equipe, atores, locações,
equipamentos, e tudo o que está subjacente a isso, precisa voltar para o
seu lugar. Sim, é um monte de trabalho, muitas vezes braçal, mas é
assim que se faz num planeta tão denso como a Terra. Ainda mais em 3
dimensões.
Em linhas gerais, a pós-produção neste sentido envolve todo o
processo de desprodução, que significa:
22. 3.PÓS-PRODUÇÃO:
• Encerrar todos os contratos com os
atores e equipes, bem como pagá-los (no
caso de produções comerciais ou com
subsídio);
• Providenciar a volta e o deslocamento de
atores e membros das equipes de outros
estados e localidades distantes, para que
voltem sem ônus para casa;
• Devolver todas as locações no mesmo
estado em que se encontraram antes das
filmagens, pintar novamente estas locações
se for preciso, bem como arcar com os custos
de alguma perda ou substituir objetos e
utensílios que possam ter sido quebrados por
conta da filmagem.
• No caso de cenários, desmontá-los e
procurar formas de reutilizar ou reciclar a
matéria-prima (madeira, plástico, papel),
ou ainda doar itens que não serão mais
utilizados. Evita-se a todo o custo jogar
coisas fora.
• A produção também deve
providenciar a devolução de todos os
objetos tomados emprestados ou em
consignação para o filme, e devolvê-los
de preferência com uma carta de
agradecimento assinada pelo diretor de
produção.
23. 3.PÓS-PRODUÇÃO:
Ainda posteriormente à finalização, há outra etapa ainda, que consiste
na divulgação, distribuição e exibição, ou seja, toda a publicidade e a
viabilidade do filme ser visto e comentado. Para isso, há desde o circuito
comercial, para longas-metragens, e o circuito alternativo de festivais,
mostras e exibições específicas, que servem não apenas para lançar
longas mas também exibir curtas, documentários e filmes experimentais. A
divulgação de um produto audiovisual é de extrema importância, já que o
cinema é uma arte que foi feita para ser vista. Os americanos entenderam
isso muito bem, e até hoje demonstram competência tanto na arte da
realização como na comercialização