1) O documento descreve um projeto de capacitação para dirigentes de reuniões mediúnicas realizado em novembro de 2015 no Rio de Janeiro. 2) Inclui agenda com atividades como exposição inicial, grupos de reflexão e avaliação. 3) Fornece detalhes sobre objetivos, organização, participantes e questões a serem discutidas durante a capacitação.
1. PROJETO
“Mediunidade sem Tabu”
CICLO DE CAPACITAÇÃO DE TAREFEIROS DA MEDIUNIDADE
MÓDULO V
DIRIGENTE DE REUNIÃO MEDIÚNICA
DATA: 08 de novembro de 2015
HORÁRIO: 9h30 às 17h
LOCAL: C.E. Amor ao Próximo - Rua Expedicionário Otacílio de Souza, 394- Fragoso - RJ.
ATIVIDADES: Exposição inicial e Grupos de Reflexão sobre o tema central
PÚBLICO ALVO: Dirigentes de Instituições Espíritas - Dirigentes e Tarefeiros das Atividades
Mediúnicas das Casas Espíritas do 6º CEU/CEERJ.
ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHOS: Equipe SeAM/AREE/CEERJ e Coordenação Local do
6º CEU/CEERJ.
AGENDA DAS ATIVIDADES
HORÁRIO ATIVIDADE COORDENAÇÃO
9h Recepção Coordenação Local
9h30 Plenário de Abertura dos Trabalhos SeAM/CEERJ
10h45
Exposição Interativa e motivacional sobre o tema
central do Encontro
SeAM e monitores locais
12h – INTERVALO - ALMOÇO
13h30-
16h30
Reflexões em Grupo
(Cada Monitor percorre os 3 grupos)
SeAM e monitores locais
16h50 Avaliação - Plenário de Encerramento Coordenação local
PARTE A – EXPOSIÇÃO INTERATIVA – PONTOS A DESTACAR
O processo da comunicação humana - Aspectos a considerar
Planejamento: uma atividade corriqueira na nossa vida;
Liderança natural e liderança formal - Aspectos da liderança;
Liderança Servidora;
Qualidades e peculiaridades do Líder Espírita.
CONSELHO ESPÍRITA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - CEERJ
Adeso à Federação Espírita Brasileira
6º CONSELHO ESPÍRITA DE UNIFICAÇÃO – 6º CEU/CEERJ
ÁREA DE EDUCAÇÃO ESPÍRITA
Serviço de Atividades Mediúnicas – SeAM/CEERJ
&
Serviço de Atividades Espirituais e Mediúnicas – SAEM/6ºCEU
2. PARTE B – QUESTÕES PARA REFLEXÃO
1. Que atividades mediúnicas uma Casa Espírita poderá desenvolver?
2. Como organizar essas atividades?
3. Qual a função de um dirigente de reunião mediúnica?
4. Qualquer pessoa de boa vontade pode dirigir uma sessão mediúnica?
5. Que requisitos são essenciais para se exercer a função de dirigente? Que qualidades a mais o
dirigente deve desenvolver?
6. Como dirigir uma reunião mediúnica nas suas diversas etapas?
7. Quantos tarefeiros devem participar de uma reunião mediúnica segura?
8. Que critérios o dirigente deve adotar para a admissão de um novo tarefeiro no grupo?
9. Na direção das reuniões, o que pensar do animismo no médium? Como tratar o médium em
franca comunicação anímica?
10. Como entender o estado de sonolência durante as reuniões?
11. Como identificar e resolver situações de perturbação nas reuniões mediúnicas?
12. Que trato deve ser dado às produções mediúnicas obtidas na Casa Espírita?
13. Devem ser feitas avaliações ao final de cada reunião mediúnica? Qual a melhor maneira de fazê-
las?
PARTE C - COMENTÁRIO DAS QUESTÕES
1. Que atividades mediúnicas uma Casa Espírita poderá desenvolver?
a) Uma Casa Espírita não se estabelecerá tendo por seu início a Mediunidade sem as bases de estudo
da Doutrina Espírita. As Casas que já mantenham diversas atividades doutrinárias, e que desejam
iniciar-se nos trabalhos mediúnicos, devem começar por criar grupo de estudo específico da
Mediunidade, tendo à frente equipe preparada para coordená-lo. Depois se formarão, por
sequência, os grupos de educação da mediunidade e os de socorro espiritual, até que se possam
oferecer ao tarefeiro da mediunidade campos de maior complexidade. Os tarefeiros iniciantes na
Doutrina, que querem participar das atividades mediúnicas, devem, pois, começar por participar
dos grupos de estudo para a base doutrinária e para o conhecimento básico da mediunidade,
anterior à prática mediúnica.
As reuniões espíritas “apresentam caracteres muito diferentes, conforme o fim com que se realizam; por isso
mesmo, suas condições intrínsecas também devem diferir” (O Livro dos Médiuns. - Capítulo 29/ Item 324)
2. Como organizar essas atividades ?
a) Para o funcionamento de qualquer atividade é imprescindível um mínimo de planejamento;
“As pequenas reuniões apenas precisam de um regulamento disciplinar, muito simples, para a boa
ordem das sessões” - (O Livro dos Médiuns - Capítulo 29/ Item 339)
b) É aconselhável que haja um Regimento Interno para cada atividade da Casa Espírita, em que se
descreva a finalidade, a hora e o local da atividade, seus coordenadores e atribuições, requisitos
para os participantes, e outras definições julgadas necessárias;
c) “Nas atividades espirituais, há que se observar igualmente o clima de sequência, se quisermos
obter colaboradores corretos e eficientes” (Mediunidade e Sintonia – Emmanuel – Capítulo XIX);
d) Os diversos tipos de reuniões mediúnicas, nas suas finalidades específicas, devem se constituir
diversos campos para o crescimento gradual dos seus participantes, tanto no estudo como na
prática mediúnica. Destacam-se os seguintes ciclos de atividades mediúnicas:
1º - CICLO DE REUNIÕES DE ESTUDO DA MEDIUNIDADE
Foco: O ensino da Mediunidade segundo o Espiritismo.
2º - CICLO DE REUNIÕES DE EDUCAÇÃO DA MEDIUNIDADE
Foco 1: O desenvolvimento da mediunidade em suas diversas modalidades e a capacitação
para as demais tarefas da atividade mediúnica;
3. Foco 2: O Início do aprendizado do atendimento espiritual.
3º - CICLO DE REUNIÕES DE SOCORRO ESPIRITUAL
Foco 1: O Atendimento aos espíritos comunicantes;
Foco 2: Tipificação da mediunidade;
Foco 3: A formação da Equipe Mediúnica.
4º - CICLO DE REUNIÕES DE ATENDIMENTO AOS CASOS DE OBSESSÃO ESPIRITUAL
Foco 1: O atendimento aos casos de obsessão: atendimento às entidades comunicantes e às
pessoas envolvidas em sua área de conflito;
Foco 2: A Equipe Mediúnica como um todo, com atenção ao resguardo da harmonia da
equipe.
OBS: Esses grupos devem “corresponder-se entre si, visitando-se, permutando
observações”, formando assim o núcleo da grande família espírita no seio da Instituição onde
se inserem, unindo “o homem por um único sentimento:o da fraternidade, trazendo o cunho
da caridade cristã”.
(O Livro dos Médiuns - Cap. 29 / item 334);
e)Deve-se observar acurado cuidado na análise do desenvolvimento dos médiuns e demais
trabalhadores da mediunidade quando da passagem de um tipo de reunião para outro de maior
complexidade.
3. Qual a função de um dirigente de reunião mediúnica?
“O dirigente do grupo não é o que se senta à cabeceira da mesa e dá instruções - ele é apenas um
companheiro, um coordenador, um auxiliar em suma, dos verdadeiros responsáveis pela tarefa global,
que se acham no mundo espiritual.” (Hermínio C. Miranda - Diálogo com as Sombras – Capítulo 2)
a) “O dirigente da reunião é aquele que preside os trabalhos, encaminhando todo o seu desenrolar.
É o responsável, no plano terrestre, pela reunião.”
(Suely C. Schubert-Obsessão/Desobsessão-Terceira Parte-Cap. 5);
b) A dúvida que, por vezes temos ao pensarmos nas figuras do dirigente e do
Doutrinador/Dialogador, ocorre porque muitos dirigentes acumulam as duas funções; isto é,
esclarecem os desencarnados e também dirigem a reunião, o que não representa uma posição
equivocada.
4. Qualquer pessoa de boa vontade pode dirigir uma sessão mediúnica?
a) A figura daquele que dirige é de muita importância para todo o grupo. Deve ser uma pessoa que
conheça profundamente a Doutrina Espírita e, mais que isto, que viva os seus postulados, obtendo
assim a autoridade moral imprescindível aos labores dessa ordem. É ela que irá infundir nos
integrantes da equipe a certeza de uma direção segura e equilibrada. O dirigente precisa ser, pois,
alguém em quem o grupo confie, uma pessoa que represente para os encarnados a diretriz
espiritual, aquela que na realidade sustenta e orienta tudo o que ocorre. Ele é o representante da
direção existente na Espiritualidade, o polo catalisador da confiança e da boa vontade de todos.
(Suely C. Schubert - Obsessão/Desobsessão-Terceira Parte - Cap. 5).
5. Que requisitos são essenciais para se exercer a função de dirigente? Que qualidades a mais o dirigente
deve desenvolver?
“Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a
justa doutrina como para convencer os contradizentes”. (Paulo - À Tito, 1:9)
a) Certo, não se lhe exigirão qualidades superiores à do homem comum; no entanto, o orientador
da assistência aos desencarnados sofredores precisa compreender que as suas funções, diante dos
médiuns e frequentadores do grupo, são semelhantes às de um pai de família, no instituto
doméstico:
4. 4
Autoridade fundamentada no exemplo;
Hábito de estudo e oração;
Dignidade e respeito para com todos;
Afeição sem privilégios;
Brandura e firmeza;
Sinceridade e entendimento
Conversação construtiva (Desobsessão –
André Luiz- Capítulo 13)
b) Ninguém exerce ascendente sobre os Espíritos inferiores senão pela superioridade moral. (…)
“Deixa-me em paz, com teus ares de matamouros, que não vales mais do que eu; dir-se-ia um ladrão a pregar moral
a outro ladrão” (O Livro dos Médiuns – Capítulo 25/item 279)
"Demais, o ascendente que o homem pode exercer sobre os Espíritos está na razão da sua superioridade moral."
(O Livro dos Médiuns, Allan Kardec – Capítulo 23/item 254, 5ª q.)
c) Algumas das qualidades indispensáveis ao dirigente: autoridade fundamentada no exemplo;
conhecimento do Espiritismo; fé; facilidade de se expressar; amor à tarefa e ao próximo; hábito
de estudo e oração; delicadeza, calma, firmeza; precisão. (S C. Schubert-Obsessão/Desobsessão - Cap. 5)
6. Como dirigir uma reunião mediúnica nas suas diversas etapas?
Diante da necessidade de evitar toda a causa de perturbação e distração, uma sociedade espírita que se
organiza deve pôr toda sua atenção nas medidas destinadas a evitar os fatores de desordem e os motivos de
prejuízos, facilitando os meios de afastá-los. As pequenas reuniões necessitam de um regulamento disciplinar
bem simples para ordem das sessões. (O Livro dos Médiuns – Capítulo. 29/ Item 339)
a) Elaborar, juntamente com os demais coordenadores, o Regimento Interno.
Nele, fará constar, entre outros itens as finalidades e as etapas de uma reunião mediúnica, que
são: preparação, estudo teórico, pratica mediúnica e avaliação;
b) Cuidar que haja harmonia entre os participantes da reunião.
b1) A harmonia entre os participantes da reunião é condição indispensável para o bom êxito dos
trabalhos. (Missionários da Luz – André Luiz / F.C. Xavier pag. 275 – 36ª. Edição);
b2) Harmonia em reunião mediúnica significa: “Perfeita comunhão de vistas e de sentimentos;
cordialidade recíproca entre todos os membros; ausência de todo sentimento contrário à
verdadeira caridade cristã: o desejo único dos participantes de se instruírem e melhorarem por
meio dos ensinos dos Espíritos; recolhimento e silêncio respeitoso; isenção, nos médiuns, de todo
sentimento de orgulho, de amor próprio e de supremacia.” (O Livro dos Médiuns – Cap. 29 / Item
341);
b3) Muitos fluidos utilizados nas reuniões, para formar imagens sugestivas e para a magnetização
necessária, vêm das doações de todos os componentes da reunião quando unidos de forma
harmônica, o que também favorece a recepção das ideias que o Mentor transmite ao doutrinador.
(Obsessão e Desobsessão – S C. Schubert – Cap. 6).
c) Ensejar a manutenção da concentração mental dos participantes do grupo, sem a qual não se
dará a influencia espiritual benfazeja.
c1) O dirigente se torna o centro do processo de auxílio aos espíritos, quanto se põe em sintonia
direta com os mentores espirituais, auxiliados por todos da Reunião. (Ver Missionários da Luz–pág.
287– 36ª. Ed);
c2) A reunião mediúnica é um laboratório do amor, através da experimentação do sentimento de
compreensão e de fraternidade para com os que sofrem. (Leis Morais da Vida – cap 60 – J. de
Angelis/D. P. Franco);
d) Conduzir o grupo ao constante estudo das obras espíritas, entendendo que o Estudo é
imprescindível em todos os graus da prática mediúnica.
“Que, dentre vós, o médium que não sinta com forças de perseverar no ensino espírita, se abstenha; porquanto, não
fazendo proveitosa a luz que o ilumina, será menos escusável do que outro qualquer e terá que expiar a sua
cegueira." Pascal. (O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, cap. 31/XIII)
5. 5
d1) Deverá elaborar e fazer cumprir programas de estudo, seja qual for o tipo de reunião que dirija;
e também, incentivar o grupo mediúnico a assistir a palestras, seminários e cursos relativos aos
assuntos pertinentes às atividades mediúnicas;
d2) Alguns dirigentes de atividades mediúnicas entendem, erroneamente, ser inadequado o
estudo mais aprofundado da ciência espírita nas reuniões de grupos de socorro espiritual ou nas
de desobsessão; baseiam-se nas observações de André Luiz apostas em o livro ‘Desobsessão’, cap.
27, onde se lê que o Livro dos Médiuns e as obras técnicas correlatas não devem ser estudadas
nas reuniões de desobsessão. Ocorre que, mais adiante, no mesmo parágrafo, o autor espiritual
complementa o pensamento dizendo que tal estudo deve se processar em oportunidades
adequadas, referidas nos capítulos 66 e 72 da mesma obra;
d3) Sugerimos que os estudos mais aprofundados da ciência espírita se realizem após o término
dos trabalhos mediúnicos. Outra sugestão é que as reuniões especiais de estudo sejam feitas no
mesmo local e horário das sessões, em período mensal ou de dois em dois meses, suspensas então
as atividades mediúnicas nesses dias;
d4) A programação dos ciclos de estudo da mediunidade deve, sempre que possível, prever o uso
de técnicas e de metodologia de ensino que propiciem a motivação de seus participantes para o
pensar e o refletir, contando com expositores da própria Casa ou convidados que detenham
reconhecido conhecimento do assunto a ser abordado;
e) Ser capaz de promover ações eficazes na solução de problemas de comportamento e atitude
dos participantes do grupo mediúnico;
“Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?” (Paulo-1Coríntios, 5:6).
f) Promover a integração da equipe mediúnica nas demais atividades da Casa Espírita.
Os tarefeiros da mediunidade devem estar entrosados em outras atividades da Casa Espírita.
Devem auxiliar nas palestras das reuniões públicas, quando requisitado; devem integrar-se nos
trabalhos de passe, quando for requerido; devem conhecer outras atividades, como a
evangelização, as atividades assistenciais, participar de seus Seminários, enfim, ser conhecidos dos
outros tarefeiros da Casa e tê-los como irmãos, membros da grande família espírita.
(Coleção Diretrizes do CEERJ – Módulo 9)
7. Quantos tarefeiros devem participar de uma reunião mediúnica segura?
a) “Sendo o recolhimento e a comunhão dos pensamentos as condições essenciais a toda reunião
séria, fácil é de compreender-se que o número excessivo dos assistentes constitui uma das causas
mais contrárias à homogeneidade.” (O Livro dos Médiuns - Capítulo 29 / item 332);
b) O número de participantes depende do tipo de reunião, de sua finalidade e da capacidade física
do ambiente. Um Ciclo de Reuniões de Estudo da Mediunidade, por exemplo, poderá reunir até
25 pessoas. Já, quanto às reuniões de tratamento espiritual (desobsessão e similares) André Luiz
adverte que “os componentes da reunião, (...) nunca excederão o número de quatorze”
(Desobsessão, Capítulo 20), enquanto que Léon Denis diz ser “prudente não exceder o limite de
dez a doze pessoas”(No Invisível, primeira parte, cap.9.).
8. Que critérios o dirigente deve adotar para a admissão de um novo tarefeiro no grupo?
a) Além das pessoas notoriamente malévolas que se infiltram nas reuniões há as que, por
temperamento, levam a perturbação onde comparecem. Dessa maneira nunca será demasiado o
cuidado na admissão de novos elementos. Os mais prejudiciais, nesse caso, não são os ignorantes
da matéria, nem mesmo os descrentes. A convicção só se adquire através da experiência, e há
pessoas de boa fé que querem se esclarecer. Aqueles contra os quais particularmente se devem
acautelar são as pessoas dotadas de ideias preconcebidas, os incrédulos sistemáticos que duvidam
de tudo, mesmo da evidência, os orgulhosos que pretendem ter o privilégio da verdade e
procuram impor sempre a sua opinião olhando com desdém os que não pensam como eles. Não
vos enganeis com o seu pretenso desejo de esclarecimento
6. 6
(O Livro dos Médiuns – Cap 29 / item 338);
b) As condições para o ingresso dos médiuns e demais tarefeiros da mediunidade devem ser
expressas em normas regulamentares.
“Não nos iludamos com respeito à formação mediúnica. Desenvolvimento medianímico sem aperfeiçoamento do
veiculo para as manifestações espirituais, é o mesmo que trabalho sem orientação do operário, que resulta
invariavelmente em cansaço inútil” (Mediunidade e Sintonia – Emmanuel – cap. XIV);
c) Aos iniciantes na mediunidade devem ser oferecidos campos de estudo para a base doutrinária
e para o conhecimento básico da mediunidade, anterior à prática mediúnica. O postulante à
prática mediúnica deverá estar integrado em outras atividades da Casa Espírita e revelar possuir
conhecimento espírita adquirido, em geral, nos cursos regulares de estudo do Espiritismo e da
mediunidade;
“(...) indispensável se faz o estudo prévio da teoria, para todo aquele que queira evitar os inconvenientes
peculiares à experiência.” (O Livro dos Médiuns - Cap17 / it 211);
d) Para o desenvolvimento da mediunidade somente deve ser encaminhado quem esteja
razoavelmente saudável e equilibrado, conscientemente esclarecido quanto a importância da
tarefa mediúnica, e que já detenha conhecimento básico da Doutrina Espírita;
e) E quanto àqueles que já apresentam uma mediunidade ostensiva? - “A Instituição Espírita
orientada pela Doutrina deverá aproximá-los dos estudos doutrinários, das reuniões doutrinárias,
do trabalho assistencial, daqueles labores que possam gradativamente disciplinar a criatura. Não
é oportuno que ela chegue ao Centro e seja, de imediato, encaixada à mesa de trabalhos
mediúnicos, mas sim ser introduzida no campo de estudo, de conhecimento doutrinário.”
(Diretrizes de Segurança-Divaldo Franco/J Raul Teixeira – q. 54.);
f) Para integrar a equipe mediúnica de trabalhos especiais das chamadas reuniões de desobsessão
devem ser convocados somente os tarefeiros que já tenham vivência na seara espírita e na prática
mediúnica. O tarefeiro iniciante, novato na Doutrina, não terá condições de participar de um
trabalho dessa ordem;
g) Os casos de obsessão que requerem tratamento sequenciado serão atendidos nas chamadas
Reuniões de Desobsessão; isso irá requerer do tarefeiro uma habilidade especial de lidar também
com o encarnado e com as demais pessoas envolvidas na sua área de conflito. (OBS: as
peculiaridades das reuniões de desobsessão serão tratadas no Módulo VI deste Projeto)
9. Na direção das reuniões, o que pensar do animismo no médium? Como tratar o médium em
franca comunicação anímica?
a) “Na verdade a questão do animismo foi de tal maneira inflada, além de suas proporções, que
acabou transformando-se em verdadeiro fantasma, uma assombração para espíritas
desprevenidos ou desatentos. Muitos são os dirigentes que condenam sumariamente o médium,
pregando-lhe o rótulo de fraude, ante a mais leve suspeita de estar produzindo fenômeno anímico
e não espírita” (Diversidades dos Carismas – H. C. Miranda - volume I, cap. III);
b) A tese animista é respeitável. Partiu de investigadores conscienciosos e sinceros, e nasceu para
coibir os prováveis abusos da imaginação; entretanto, vem sendo usada cruelmente pela maioria
dos nossos colaboradores encarnados, que fazem dela um órgão inquisitorial, quando deveriam
aproveitá-la como elemento educativo, na ação fraterna. Milhares de companheiros fogem ao
trabalho, amedrontados, recuam ante os percalços da iniciação mediúnica, porque o animismo se
converteu em Cérbero. (...). Nenhuma árvore nasce produzindo, e qualquer faculdade nobre
requer burilamento. A mediunidade tem, pois sua evolução, seu campo, sua rota. Não é possível
7. 7
laurear o estudante no curso superior, sem que ele tenha tido suficiente aplicação nos cursos
preparatórios, através de alguns anos de luta, de esforço, de disciplina. (No Mundo Maior – André
Luiz - Cap. 9 – fala do Espírito Calderaro);
c) “Frequentemente, pessoas encarnadas (...) são encontráveis em reuniões mediúnicas,
mergulhadas nos mais complexos estados emotivos, quais se personificassem entidades outras,
quando, na realidade, exprimem a si mesmas, a emergirem da subconsciência nos trajes mentais
em que se externavam em outras épocas, sob o fascínio constante dos desencarnados que as
subjugam.” (Mecanismos da Mediunidade – André Luiz – Cap. 23);
d) “A doutrinação será exercida como se realmente ali estivéssemos em contato com
comunicante desencarnado, trazido para o atendimento fraterno” (Mediunidade – Tire Suas
dúvidas – Luiz Gonzaga Pinheiro).
10. Como entender o estado de sonolência durante as reuniões?
“Não raro, em pleno serviço de socorro aos desencarnados, soam alarmes solicitando atendimento
aos membros da esfera física, que se desequilibram facilmente, deixando-se anestesiar pelos
tóxicos do sono fisiológico ou pelas interferências da hipnose espiritual inferior, quando não
derrapam pelos desvios mentais das conjecturas perniciosas a que se aclimataram e em que se
comprazem.” (Grilhões Partidos – Prolusão).
11. Como identificar e resolver situações de perturbação nas reuniões mediúnicas?
“O conjunto em ação é comparável a um dínamo em cujas engrenagens a corrente mental do amparo fraterno
necessita circular equilibradamente na prestação de serviço”. (Desobsessão-André Luiz/F.C.Xavier/Waldo Vieira-cap.38)
a) Quem poderá então dizer que os que provoquem perturbações nas reuniões não sejam agentes
provocadores, interessados na desordem? (…) Graças a manobras escusas, que passam
despercebidas, semeiam a dúvida, a desconfiança e a inimizade. Sob a aparência de interesse pela
causa criticam tudo, formam grupinhos que logo rompem a harmonia do conjunto. É o que eles
querem. (…).
Pode-se pois estabelecer em princípio que todo aquele que numa reunião espírita provoca
desordem ou desunião, ostensivamente ou por meios escusos, é um agente provocador ou pelo
menos um mau espírita de que se deve desembaraçar o quanto antes.
(O Livro dos Médiuns – Cap. 29 / it 336 e 337).
E Jesus, encarecendo a responsabilidade que nos supervisiona os caminhos, adverte-nos no versículo trinta e três do
capítulo treze, no Evangelho de Marcos: “Olhai, vigiai e orai…” (Emmanuel-Justiça Divina - Cap79);
b) Se a pessoa estiver com a mediunidade atormentada será encaminhada a tratamento através
de passes, explicações doutrinárias, da participação nas reuniões de estudos, para que possa,
gradualmente, ir assentando essas energias revoltas, equilibrando-se até que possa chegar à
atividade propriamente mediúnica. Isto porque, se aproximarmos a criatura, sem nenhum
conhecimento espírita da mediunidade, aquilo não lhe sendo compreensível poderá afastá-la ou
perturbá-la ainda mais... (Diretrizes de Segurança – Divaldo Pereira Franco e J. Raul Teixeira.
Pergunta 54.).
12. Que trato deve ser dado às produções mediúnicas obtidas na Casa Espírita?
a) O material produzido nas reuniões mediúnicas (pinturas, comunicações psicográficas diversas,
textos literários) é de propriedade das reuniões. Tal material será analisado pelos coordenadores
do trabalho visando ao acompanhamento e à orientação quanto ao desenvolvimento dos
médiuns.
8. 8
13. Devem ser feitas avaliações ao final de cada reunião mediúnica? Qual a melhor maneira de
fazê-las?
a) “É interessante que dirigente, assessores, médiuns psicofônicos e integrantes da equipe, finda
a reunião analisem, sempre que possível, as comunicações havidas, indicando-se para exame
proveitoso os pontos vulneráveis dessa ou daquela transmissão. (...) De semelhante providência,
efetuada com o apreço recíproco que necessitamos sustentar uns para com os outros, resultará
que todos os componentes da reunião se investirão, por si mesmos, da responsabilidade que nos
cabe manter no estudo constante para a eficiência do grupo.”(André Luiz– Desobsessão – cap. 60);
b) As observações fraternas e desapaixonadas, nesse sentido, alertarão os companheiros da
mediunidade quanto à senões que precisem evitar e recordarão aos encarregados do
esclarecimento pequenas inconveniências de atitude ou palavra nas quais não devem reincidir
(André Luiz– Desobsessão – cap. 60);
c) O Processo avaliativo comporta, em essência, a auto avaliação e a avaliação das atividades. Vale
ressaltar que avalia-se o trabalho, não a pessoa. A avaliação deve, necessariamente, primar pelo
teor fraterno (ver “Mediunidade: Estudo e Prática” – Programa 2 FEB – módulo I – Tema 5);
d) A avaliação será, sempre, um exercício de auto revisão, onde não caberá suscetibilidade.
Lembremos a palavra de André Luiz: “Não permita que suscetibilidades lhes conturbem o coração.
(...), Muita vez, uma opinião diversa da sua pode ser de grande auxílio em sua experiência ou
negócio, se você se dispuser a estudá-la” (Sinal Verde – André Luiz pag.68-69);
e) (…) O médium que se irrita com a crítica, tanto menos razão tem para isso quanto o seu amor
próprio não está envolvido no assunto, pois se o que escreve não é dele, ao ler a má comunicação
a sua responsabilidade é semelhante à de quem lesse os versos de um mau poeta.
Insistimos nesse ponto porque se é ele um tropeço para os médiuns, também o é para as reuniões
que não devem confiar levianamente em todos os intérpretes dos Espíritos. O concurso de
qualquer médium obsedado ou fascinado lhes seria mais prejudicial do que útil. Elas não devem
aceitá-lo. (...). Os médiuns obsedados que não querem reconhecer a sua situação assemelham-se
a esses doentes que se iludem quanto à saúde, perdendo-se por não se submeterem ao regime
necessário. (O Livro dos Médiuns – Cap. 29 / it 329);
f) Também devem ser feitas periodicamente avaliações gerais quanto ao cumprimento do
Regimento Interno, quanto à adequação do programa de estudo, e quanto à frequência, ao
comprometimento e empenho dos tarefeiros no estudo e na aplicação que a atividade requer;
g) Esses ajustes constituem, ainda, meios de atuação segura e direta dos mentores espirituais do
grupo para assumirem medidas ou plasmarem advertências, aconselháveis ao equilíbrio e ao
rendimento do conjunto (Desobsessão – André Luiz – págs. 245 e 246, da 1ª. ed.);
h) “Os médiuns esclarecedores não podem alhear-se do imperativo de entendimento recíproco e
estudo constante em torno das atividades que lhes dizem respeito. Para isso, reunir-se-ão,
periodicamente, ou quando lhes seja possível, para a troca de impressões, à luz da Doutrina
Espírita, analisando tópicos do trabalho ou apresentando planos entre si com o objetivo de
melhoria e aperfeiçoamento do grupo. Semelhantes reuniões são absolutamente necessárias para
que se aparem determinadas arestas da máquina de ação e se ajustem providências a benefício
das obras em andamento”. (Desobsessão – André Luiz –cap. 65).
*