O documento analisa os índices de satisfação e felicidade da comunidade São Rafael utilizando a metodologia da Felicidade Interna Bruta. A pesquisa mostra altos níveis de bem-estar psicológico e padrão de vida, mas aponta problemas com o uso do tempo e a necessidade de fortalecer os serviços do Banco Comunitário de Desenvolvimento.
APRESENTAÇÃO FELICIDADE INTERNA BRUTA (FIB) SÃO RAFAEL
1. DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL EDESENVOLVIMENTO TERRITORIAL E
INDICADORES SOCIAIS:INDICADORES SOCIAIS:
UM ESTUDO DO BANCO COMUNITÁRIO DE DESENVOLVIMENTOUM ESTUDO DO BANCO COMUNITÁRIO DE DESENVOLVIMENTO
JARDIM BOTÂNICO E DA COMUNIDADE SÃO RAFAELJARDIM BOTÂNICO E DA COMUNIDADE SÃO RAFAEL
João Pessoa - PB
12 de junho de 2015
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO
CIENTÍFICA (PIBIC/CNPq/UFPB) – 2013/2014
2. - Grande questão: como analisar o desenvolvimento de comunidades
socioeconomicamente vulneráveis => Uso de indicadores sociais: Felicidade Interna
Bruta (FIB)
- Objetivo:
• Analisar os índices de satisfação, felicidade e sentimento de bem estar da
comunidade São Rafael, a partir da Felicidade Interna Bruta, assim como
investigar de que maneira os processos financeiros desencadeados pelo Banco
Comunitário com a moeda social se traduzem em apoio e fomento ao
desenvolvimento local e comunitário.
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO
Fonte: Acervo do CPCC
3. - Pesquisas estruturadas (130 questionários, 68 questões fechadas e abertas) e semiestruturadas
(com moradores e lideranças comunitárias).
- Tabulação no software estatístico SPSS 17.0.
METODOLOGIA:
FELICIDADE INTERNA BRUTA
METODOLOGIA:
FELICIDADE INTERNA BRUTA
FIBFIB
Bem estar
psicológico
Padrão de
Vida
Boa
Governança
Diversidade
e Resiliência
Ecológica
Educação
Saúde
Diversidade
Cultural
Vitalidade
Comunitária
Uso do
Tempo
4. DIMENSÃO 1: BEM ESTAR PSICOLÓGICO
Gráfico I - Autoavaliação de felicidade – inicio e fim da pesquisa
Fonte: Pesquisa de Campo, São Rafael, set./nov. 2013. Elaboração própria.
5. DIMENSÃO 1: BEM ESTAR PSICOLÓGICO
Gráfico II – Grau de Felicidade
Fonte: Pesquisa de Campo, São Rafael, set./nov. 2013. Elaboração própria.
Muito felizes: família, amizades e por gostarem da
comunidade.
Não informado/não muito felizes: problemas de
segurança, drogas e poluição.
6. DIMENSÃO 2: PADRÃO DE VIDA
Gráfico III – Renda Atual
Fonte: Pesquisa de Campo, São Rafael, set./nov. 2013. Elaboração própria.
- A renda tem melhorado ao longo do tempo.
- Situação Financeira: melhorou (66,2%), permaneceu a mesma (26,9%), caiu (4%) e não informado (2,3%).
- Renda: suficiente (70,8%), insuficiente (25,4%), mais que suficiente (1,5%).
- Equilíbrio financeiro: controla o orçamento (68,5%), poupam (53,1%), habitações próprias (80,8%).
- Gráfico: outros membros da família têm buscado fontes de renda. Benefícios sociais (50%).
7. DIMENSÃO 3: USO DO TEMPO
Gráfico IV – Tempo utilizado com a realização de atividades que gostam, em uma semana.
- Tempo de lazer: amigos (31,5%), vizinhos (22,5%), família (54,6%), praça (9,2%) e outros (17,7%).
Fonte: Pesquisa de Campo, São Rafael, set./nov. 2013. Elaboração própria.
8. DIMENSÃO 4: VITALIDADE COMUNITÁRIA
Conhece o Banco Comunitário Jardim
Botânico?
Total
Sim Não
Sente-se parte da
comunidade?
Sim 66,4% 33,6% 100%
Não 47,4% 52,6% 100%
Total 63,5% 36,5% 100%
Tabela I – Relação de pertencimento da comunidade e conhecimento do BCDJB
Fonte: Pesquisa de Campo, São Rafael, set./nov. 2013. Elaboração própria.
-Pertencimento a comunidade: sim (82,3%), não (14,6%) e não informado (3,1%).
-BCDJB: conhecem (61,5%), não conhecem (35,4%) e não informado (3,1%).
- Utilização da Orquídea: sim (16,2%), não (80,8%) e não informado (3,1%).
- Serviços BCDJB: sim (7,7%), não (86,2%) e não informado (6,2%)
9. DIMENSÃO 4: VITALIDADE COMUNITÁRIA
O Banco Comunitário trará
benefícios para a comunidade?
Total
Sim Não
Conhece o
Banco
Comunitário?
Sim
95,9% 4,1% 100%
Não
90,5% 9,5% 100%
Total 94% 6% 100%
Tabela II – Relação de conhecimento do BCD com os possíveis benefícios do mesmo
Fonte: Pesquisa de Campo, São Rafael, set./nov. 2013. Elaboração própria.
-Segurança: sim (50%), bastante (18,5%), inseguros (14,6%), pouco (13,8%) e não informado (3,1%).
- Participação em festividades, reuniões e atividades comunitárias: raramente (68,5%) e organizações sociais
(15,4%)
10. DIMENSÃO 5: DIVERSIDADE CULTURAL
Gráfico V – Valores e princípios da vida
Fonte: Pesquisa de Campo, São Rafael, set./nov. 2013. Elaboração própria.
11. DIMENSÃO 5: DIVERSIDADE CULTURAL
Gráfico VI – Avaliação da relação de atividades entre homens e mulheres
Fonte: Pesquisa de Campo, São Rafael, set./nov. 2013. Elaboração própria.
- Atividades culturais: sim (20%), não (75,4%) e não informado (4,6%).
12. DIMENSÃO 6: SAÚDE
Gráfico VII – Relação das pessoas que fumam ou não com a autoavaliação de saúde.
Fonte: Pesquisa de Campo, São Rafael, set./nov. 2013. Elaboração própria.
-Autoavaliação: boa (33,1%), regular/franca (17,7%), muito boa (15,4%), não informado (4,6%).
- Fuma: sim (15,4%). Frequência: diariamente (83,3%), certa frequência (5,6%), raramente (11,1%).
13. DIMENSÃO 7: EDUCAÇÃO
Gráfico VIII – Relação de onde estudam e a satisfação com a qualidade do ensino.
Fonte: Pesquisa de Campo, São Rafael, set./nov. 2013. Elaboração própria.
-Estudam: comunidade (4,6%), não estudam (66,2%), fora (20%), não informado (8,5%).
- Educação desejada: graduação (26,9%), nenhum (20%), técnico (16,2%), ensino médio (12,3%), ensino
fundamental (8,5%), especialização (6,9%), alfabetização (2,3%), não informado (6,9%).
14. DIMENSÃO 8: DIVERSIDADE E RESILIÊNCIA
ECOLÓGICA
Gráfico IX – Avaliação dos principais problemas da comunidade.
Fonte: Pesquisa de Campo, São Rafael, set./nov. 2013. Elaboração própria.
-Os moradores apresentaram um bom conhecimento dos aspectos ecológicos do entorno da comunidade
(Jardim Botânico e animais da Mata do Buraquinho).
-Respeito as diversidades: sim (85,4%), não (8,5%), não informado (6,2%).
15. DIMENSÃO 9: BOA GOVERNANÇA
Gráfico X– Avaliação do governo local
Fonte: Pesquisa de Campo, São Rafael, set./nov. 2013. Elaboração própria.
16. CONSIDERAÇÕES FINAIS
1) Bem estar psicológico: comunidade em equilíbrio, elevado grau de felicidade. Nenhum indicador considerado
como ponto de atenção estratégico.
2) Padrão de vida: melhoria na situação financeira, consideram-se equilibrados financeiramente, possuem
propriedade habitacional (estabilidade).
3) Uso do tempo: problemas na administração do tempo (execução das atividades e realização de atividades que
gosta. Necessita de atenção especial.
4) Vitalidade comunitária: boa organização comunitária, sentimento de pertencimento. A comunidade acredita nos
benefícios futuros com o BCD, no entanto, necessita-se de ações estratégicas para os serviços do BCDJB.
5) Diversidade Cultural: o principio da riqueza foi avaliado como não importante, gerando reflexões se realmente a
acumulação de bens materiais é fundamental para atingir níveis de felicidade.
6) Saúde: consideram sua saúde boa e uma pequena parcela da população fuma.
7) Educação: necessita de atenção especial, tanto pela alta proporção de pessoas que não estudam quanto pela alta
proporção de pessoas que se deslocam para outros bairros para estudar.
8) Diversidade e resiliência ecológica: bom conhecimento da diversidade ecológica, no entanto, apresenta
problemas com tráfico de drogas, seguido do lixo urbano e de habitação.
9) Boa governança: boa organização local que tem buscado novas possibilidades de desenvolvimento local e de
diálogo dos principais problemas da comunidade, no entanto, falta uma maior inserção do poder público local.
17. REFERÊNCIAS
BANCO PALMAS 15 anos: resistindo e inovando/ Núcleo de Economia Solidária – NESOL-USP e Instituto Palmas – São Paulo: A9 Editora, 2013.
DOWBOR, Ladislau. Democracia Econômica: alternativas de gestão social. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2008.
FRANÇA FILHO, G. e SILVA JUNIOR, J. Bancos Comunitários de Desenvolvimento. In.: Dicionário Internacional da Outra Economia. São Paulo: Almedina, 2009.
________________ e _______________. Incubação de Redes Locais de Economia Solidária: lições e aprendizados a partir da experiência do Projeto Eco-Luzia e da Metodologia da
ITES/UFBA. Revista Organização e Sociedade. Salvador, v.16, n. 51, p. 725-747, out./dez. 2009.
GREMAUD, Amaury Patrick; VASCONCELOS, Marco Antonio Sandoval de; TONETO JR, Rudnei. Da Crise ao Milagre (1960-1973). In: Economia brasileira contemporânea. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2002, p. 384-409.
LACERDA, Antônio Corrêa de; BOCCHI, João Ildebrando; REGO, José Márcio; BORGES, Maria Angélica; MARQUES, Rosa Maria, Economia brasileira. 5. ed. São Paulo: Saraiva,
2013.
LUCENA, Sarah Araújo de. A implantação de um Banco Comunitário de desenvolvimento: um estudo de caso sobre o processo organizativo comunitário. 2013, 192 f. Dissertação
(Mestrado Profissional em Gestão em Organizações Aprendentes) - UFPB, João Pessoa, 2013.
LUSTOSA, Alberto Elias; MELO, Lucelena Fátima de. Felicidade Interna Bruta (FIB) – Índice Sustentável. In: SEPLAN. Conjuntura Econômica Goiana: boletim trimestral. Goiana, n.
14, abr./jun., 2010. Disponível em: < http://www.seplan.go.gov.br/sepin/down/Conjuntura14.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2014.
MELO NETO, J. J. e MAGALHÃES, S. Bancos Comunitários. In.: Mercado de Trabalho, Conjuntura e Análise. Brasília: IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, n. 41, nov.
2009. p. 59-64.
______ ______. Bairros Pobres, Ricas Soluções: Banco Palmas, ponto a ponto. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2008.
SILVA, Fabiana Santos da. Felicidade Interna Bruta (FIB) em Serra Grande, Bahia. 2011, 143 f. Dissertação de Mestrado – IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, Serra Grande,
2011.
SINGER, Paul. Introdução à Economia Solidária. 1 ed. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2002.
______. Finanças Solidárias e Moeda Social. In: Perspectivas e desafios para a inclusão financeira no Brasil: visão de diferentes autores. Brasília: Banco Central do Brasil, 2009. P. 69-
78.
VANÍCOLA, Cássia Regina. “Índice de Felicidade Interna, o Produto Interno Bruto das Nações e outros Indicadores Quantitativos: um estudo sobre as suas relações”. Disponível
em: <http://www.aedb.br/seget/artigos08/323_Indice%20de%20Felicidade%20Interna_SEGeT.pdf>. Acesso em: 11 jun. 2014.