O documento discute a evolução histórica da ginecologia como especialidade médica desde a época do Império Romano até o século XIX. Os principais fatores que levaram ao desenvolvimento da ginecologia foram o crescimento das cidades após a Revolução Industrial, a melhoria dos hospitais e da saúde pública, e o avanço de procedimentos como a cesariana e a anestesia.
3. Embora alguns procedimentos de ginecologia,
tais como a cesariana fossem conhecidos desde
a época do Império Romano, a ginecologia como
especialização da medicina e também ciência,
surgiu somente no século XIX.
Os principais motivos que levaram a evolução da
ginecologia foram o crescimento das cidades
após a revolução industrial urbano, começaram
a surgir melhores hospitais e a saúde pública, a
descoberta da anestesia e procedimentos com
anti-sepsia.
Chirlei A Ferreira
4. Há algumas décadas , o aprendizado de Ginecologia e Obstetrícia
(GO) baseava-se nas lições de poucos e grandes mestres, que
dominavam o conhecimento de forma abrangente.
O contato com o professor era intenso, ocorrendo, na maioria das
vezes, à beira dos leitos hospitalares.
Atualmente, os alunos adquirem experiência em diferentes situações e
cenários clínicos, incluindo ambulatórios e enfermarias, unidades
básicas de saúde e hospitais universitários.
Chirlei A Ferreira
5. A multiplicação exponencial do conhecimento e
das novas tecnologias levaram as
subespecialidades e a dominação de conteúdos
cada vez mais específicos.
Conseqüentemente os alunos são expostos a
condutas e exemplos de docentes ou preceptores
diversos que atuam em especialidades definidas
muitas vezes carentes de uma visão holística do
cuidado à mulher e deslocados da realidade na
qual a paciente está inserida.
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8. Primeira Metade Segunda Metade
Relatório Flexner – EUA (1910) Relatório Lalonde – CANADA (1974)
MODELO FLEXNERIANO Conferência Internacional da
Organização Mundial em Saúde
Alma-Ata (1978)
Passa a direcionar o ensino médico
americano para uma sólida formação
em ciências básicas, utilizando o Reforça um modelo ideológico da
hospital como cenário – é reproduzido Medicina Integral, a importância da
em diversos países inclusive no Brasil formação de um médico generalista e
da Atenção Primária à Saúde
Chirlei A Ferreira
9. 1991
8ª.Conferência Nacional de Saúde Associação Brasileira de Educação
(1986) Médica, Conselho Federal de Medicina
e mais nove instituições relacionadas a
profissão médica constituíram a
Delineia o projeto de construção de Comissão Interinstitucional
um sistema público de saúde pautado Nacional de Avaliação das Escolas
numa concepção ampliada de saúde Médicas (Cinaem)
e no lema – “Saúde como direito de
todos e dever do Estado”
Constituição Federal (1988)
FINALIDADE
Lei 8.080/90 Avaliar a educação médica e fomentar
Garantiu ao Sistema Único de Saúde o aperfeiçoamento do Sistema de
(SUS) dentro dos princípios da Saúde.
universalidade, integralidade,
equidade, hierarquização da
assistência e participação da
comunidade
Chirlei A Ferreira
10. A DCN determina que o perfil do egresso do médico deve:
Ter formação generalista, humanista, crítica e reflexiva,
Deve ser capacitado a atuar, pautado em princípios éticos, no processo
saúde-doença, em seus diferentes níveis de atenção, com ações de
promoção, prevenção, recuperação e reabilitação à saúde –
integralidade da assistência;
Censo de responsabilidade social;
Compromisso com a cidadania;
Promotor da saúde integral do ser humano;
Competências gerais de atenção a saúde, tomada de decisões,
comunicação, liderança, administração e gerenciamento;
Educação permanente.
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11. Reorganização da atenção à saúde em níveis de
assistência, retirando a atenção primária dos
hospitais universitários;
O perfil de morbidade se modificou com a
entrada da mulher no mercado de trabalho;
Redução da natalidade;
Envelhecimento da população;
Mudanças das prioridades femininas.
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13. COMPLEXIDADE DA
QUESTÃO:
A maioria dos cursos de Saúde e sociedade, paradigmas
Medicina se encontra ainda médicos e estilos de pensamento,
organizada de acordo com as saberes e práticas, modelos
proposições do Relatório assistenciais e resolutividade dos
Flexner. problemas de saúde, políticas
públicas e projetos pedagógicos de
cursos.
O ensino médico no
Brasil está realmente
mudando?
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14. PROFISSIONAL ASSISTENTE NÃO
DOCENTE
Carga horária
ESTÍMULO assistencial deve
Perfil de ser acrescida de
professor atividade tutorial
Remuneração INFLUÊNCIA
financeira Vínculo com a POLÍTICA DO
Universidade MUNICÍPIO
•Pós-graduação
•Livre acesso nas aulas de
residência para atualização;
•Inscrição gratuita para
congressos,
•Acesso a biblioteca
•Educação Permanente
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15. HIERARQUIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA
ATENÇAO INTEGRAL A SAÚDE DA
MULHER
ATENDIMENTO BÁSICO A MULHER
ASSISTÊNCIA PRÉ- PATOLOGIAS COMUNS
NATAL DE EM CONSULTÓRIO DE
GRAVIDEZ DE GINECOLOGIA
BAIXO RISCO
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16. OS HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS SÃO REFERÊNCIAS
TERCIÁRIA
COMO REALIZAR O APRENDIZADO BÁSICO E
INTERMEDIÁRIO?
BUSCA DE OUTROS CENÁRIOS
UNIDADES BÁSICAS UNIDADES DE
HOSPITAIS DE
DE SAÚDE PRONTO ATENDIMENTO
MÉDIO PORTE
ATENDIMENTO
NÍVEL SECUNDÁRIO
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17. UNIDADES BÁSICAS
DE SAÚDE
ATENÇÃO A SAÚDE DA MULHER
ATENÇÃO A SAÚDE DA ATENÇÃO A SAÚDE DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
MULHER MULHER
•Realizar semiologia •Identificação dos aspectos de
•Desenvolvimento de ginecológica e normalidade do ciclo gravídico-
ações de promoções e propedêutica da saúde da puerperal através da realização da
prevenção em saúde da mulher; semiologia obstétrica;
mulher; •Prevenção, diagnóstico e •Rastreamento do risco gestacional
•Manuseio adequado de tratamento das doenças (demográfico-social-
anticonceptivos; ginecológicas mais epidemiológico);
•Atendimento a mulher prevalentes, sabendo •Preparo para o parto e
vítima de violência sexual; referenciar o necessário; amamentação;
•Identificação dos •Prevenção primária e •Orientação quanto ao uso de drogas
aspectos normais da vida secundária das neoplasias durante a gestação e lactação;
reprodutiva; mais prevalentes, •Diagnóstico e tratamento das
•Identificação dos padrões •Identificação, orientação principais intercorrências;
do desenvolvimento e do e manejo iniciais dos •Diagnóstico, tratamento inicial e
padrão menstrual. sinais e sintomas mais encaminhamento das
comuns do climatério. intercorrências de maior gravidade.
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18. HOSPITAIS DE MÉDIO PORTE
ATENDIMENTO NÍVEL SECUNDÁRIO
ATENÇÃO A SAÚDE DA MULHER GESTANTE
ASSISTÊNCIA AO PARTO
•Diagnóstico de trabalho de parto;
•Acompanhamento de trabalho de parto através do
conhecimento do mecanismo de parto e do
partograma;
•Diagnóstico e tratamento do manejo ativo do
terceiro período do parto.
ASSISTÊNCIA AO PUERPÉRIO
•Assistência ao puerpério imediato e tardio;
•Orientações sobre amamentação
•Acompanhamento do puerpério;
•Planejamento familiar.
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19. UNIDADES DE
PRONTO ATENDIMENTO
ATENÇÃO A SAÚDE DA MULHER
OBSTÉTRICAS – DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO INICIAL
•Hemorragias do ciclo gravídico-puerperal;
•Endocrinopatias descompensadas;
•Infecções agudas no ciclo gravídico puerperal;
•Emergências hipertensivas;
•Urgências cardiovasculares na gravidez.
GINECOLÓGICAS – DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO INICIAL
•Violência sexual;
•Dor pélvica aguda;
•Sangramento uterino anormal;
•Abdome agudo;
•Traumas ginecológicas
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20. No nível de graduação, a maioria do conhecimento, habilidades e
atitudes esperadas para a ginecologia e obstetrícia é adquirida no
internato.
O aprendizado em serviço do Internato, etapas diferenciadas de
aprendizagem da prática clínica gineco-obstétrica, requer um
professor muito bem preparado. Deve estar atualizado no
conhecimento clínico, ser habilidoso tecnicamente e na relação
médico com o paciente e seu aluno, sensível às necessidades de
ambos, apto a retroalimentar o aluno em relação ao seu desempenho
no atendimento ao paciente e capaz de contribuir para a decisão a
respeito da qualificação deste aluno para prosseguir nas próximas
etapas da carreira e, no final, de ser médico.
Chirlei A Ferreira
21. EDUCAÇÃO PERMANENTE
ENCONTRO
UNIVERSIDADES SERVIÇOS DE SAÚDE
Chirlei A Ferreira
22. SABERES
•COOPERAÇÃO
•COMUNICAÇÃO
CORRESPONDE AS •RESOLUÇÃO DE
DIRETRIZES CONFLITOS
CURRICULARES
•RESOLUÇÃO DE
PROBLEMAS
COMPETÊNCIA
SABER SABER
SER FAZER
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24. A DCN não define conteúdos específicos, nem os hierarquiza nas
diferentes fases do curso;
Não há resoluções ou consensos da sociedade de especialidade,
associações de professores de GO ou conselhos de residência médicas
em GO que nos informem quais objetivos e conteúdos devem ser
alcançados ao final do treinamento, o que difere dos EUA;
A inserção precoce do aluno nas atividades práticas e a ruptura da
dicotomia básico-profissionalizante, as atividades voltadas à saúde da
mulher se concentram numa fase avançada do curso;
O sistema de avaliação proposto deve ser válido, confiável, justo para
todos os alunos, aceitável para os que vão utilizá-lo ou se submeter a
ele, ter efeito educacional e ser viável.
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25. SÉTIMO PERÍODO OITAVO PERÍODO
Medicina Geral de Crianças I Medicina Geral de Crianças II
Medicina Geral de Adultos I Medicina Geral de Adultos II
Ginecologia e Obstetrícia I Ginecologia e Obstetrícia II
Patologia Clínica II Cirurgia ambulatorial
Psicologia Médica Aplicada Política da saúde e planejamento
OBJETIVO COMUM OBJETIVO COMUM
Integrar os conteúdos da Integrar os o aluno ao SUS, através
semiologia que permitam fazer o da participação na assistência
diagnóstico do estado de saúde do integral ao paciente dentro de seu
indivíduo, em seu contexto contexto socioeconômico e
socioeconômico e cultural. cultural.
Chirlei A Ferreira
26. Distanciamento da realidade do paciente;
Clientela dirigida ou selecionada;
Falta de continuidade e seguimento;
Falta de integração entre as disciplinas;
Falta de integração entre as disciplinas e o serviço;
Falta de visão multiprofissional do trabalho em saúde;
Abordagem biologicista-individual do trabalho médico;
Métodos pedagógicos inadequados.
Chirlei A Ferreira
27. PRIMÁRIO
Ambulatório pré-natal baixo risco/puerpério
tardio/planejamento familiar
SECUNDÁRIO
Parto e puerpério imediato de baixo risco
TERCIÁRIO
Pré-natal, parto e puerpério de gestação de alto risco
Lógica do nível crescente de complexidade com o
decorrer do curso
Inserção do aluno na prática (4° ano?)
Inserção da Universidade na comunidade
Chirlei A Ferreira
29. Percebeu-se a necessidade de:
Um profissional capaz de atender melhor seus
clientes, mais humano, habilidoso, conhecedor,
gerente, líder, capaz de solucionar 80% dos problemas
da atenção primária e secundária (prevenção,
promoção, recuperação – DIRETRIZES
CURRICULARES – 2001)
A observação e o acompanhamento de atividade
prática é eficaz para mudança de desempenho.
Chirlei A Ferreira
30. Conceitos que embasam a construção da
prova prática
LÓGICA: EXEMPLOS
somativa/formativa OSCE
(Perrenoud, 1999) Mini-OSCE
Casos longos/curtos
ESTRUTURADA:
Objetiva
Paciente simulados
REALISMO Pacientes padronizados
CONFIABILIDADE Mini-CEX
VALIDADE
É relativa a conteúdo, critério,
construção.
Chirlei A Ferreira
31. Mini - CEX
Sabe o que Sabe como Sabe Avaliação
fazer fazer fazer
•COGNITIVOS +++ ++ + •Interna (auto)
•Externa
•AFETIVOS + ++ ++++ •Devolutiva:
imediata/tardia
•PSICOMOTORES + + ++++
TAREFAS:
Anamnese, exame clínico, comunicação, raciocínio clínico/crítico, condutas e
orientações
Chirlei A Ferreira
32. Iniciou em 1972 em Dundee, na Escócia por R. Harden
e F. Glesson;
Primeiro relato na literatura sobre OSCE (Exame
Clínico Objetivo e Estruturado) foi em 1975 na BMJ;
Usado na graduação assim como na pós-graduação em
diversas disciplinas;
Na maioria das estações os estudantes são observados
por um ou mais examinadores;
Suas tarefas são realizados por materiais clínicos
(dados de laboratórios, raio-x, etc) e suas respostas são
anotadas.
Chirlei A Ferreira
33. PASSOS:
Defina a proposta da estação;
Faça as instruções para o candidato;
Organize o “checklist” para a pontuação;
Padronize as instruções aos pacientes;
Identifique os pontos das estações e instrua os candidatos.
CONDUTA
HISTÓRIA DADOS
OU
CLÍNICA LABORATORIAIS
TRATAMENTO
Chirlei A Ferreira
36. Avaliação de sua atuação em
vivos: através de pacientes
simulados, vídeos, manequins, etc
SER
Avaliação de sua atuação em vivos:
questionários, testes baseados em
MOSTRAR simulações, etc
Testes baseados em contextos
SABER FAZER clínicos: oral, textos, etc
Testes factuais: oral, textos,etc
SABER
Chirlei A Ferreira
37. “Na verdade, sabe-se somente
quando se sabe pouco;
Com o saber, crescem as
dúvidas.”
Goethe
Muito obrigada!
Chirlei /2010
Chirlei A Ferreira