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Sobre arte, política e
representatividade
A arte das mulheres – e aqui não estou pensando
nas belas-artes produzidas por mulheres, mas na
arte tradicional de mulheres, como colcha de
retalhos, que inicialmente não entravam nos
museus de belas-artes – estava sujeita à avaliação
com referência à qualidade.
Ocupações tradicionalmente ocupada por
homens e o seu similar feminino:
Médicos – enfermeiras
Artistas plásticos – artesãs
Chefes de cozinha – cozinheiras
Mesmo ocupando os mesmos cargos mulheres
ganham salários e títulos menores. Encontram
ainda dificuldades no mercado de trabalho, já que
historicamente a elas foi dada a responsabilidade
sobre os filhos, pais, sogros e outros e por isso,
teoricamente, faltam mais ou serviço.
* Quantos físicas, cientistas, historiadoras vocês
estudaram na escola?
É um livro escrito publicado originalmente
em 1949 e uma das obras mais celebradas e
importantes para o movimento feminista. O
pensamento de Beauvoir analisa a situação
da mulher na sociedade.
 No Brasil foi publicado em dois volumes:
"Fatos e mitos" é o volume 1, e faz uma
reflexão sobre mitos e fatos que
condicionam a situação da mulher na
sociedade. "A experiência vivida" é o
volume 2, e analisa a condição feminina nas
esferas sexual, psicológica, social e
política.
Balanço internacional da Nova Pintura e
da Nova escultura*, assim como Zietgeist*
não foi capaz de dar conta das realizações
das mulheres artistas. Entre 165 artistas,
apenas 14 eram mulheres. Uma
manifestação de protesto realizada pelo
Comitê de Mulheres pela Arte não
conseguiu arrancar nenhuma resposta
pública do museu.
*Exposições internacionais do final do século XX. Essa referência foi
tirada do livro de Douglas Crimp “Sobre as ruínas do museu”
Anselm Feuerbach
Título: Iphigenia
(Second Version), 1871
Fecha: Tipo: Oil on
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Staatsgalerie,
Stuttgart
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Título: Camilla
(III), 1999
Fecha: Tipo:
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Uma Cariátide é uma figura feminina esculpida
servindo como um suporte de arquitetura tomando
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com um entablamento na cabeça.
Jules Breton Título: At
the Fountain, 1892
Fecha: Tipo: Oil on
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Medidas: Musée des
Beaux-Arts de Quimper
Collection, Inv. no.: 55-
78
Janine Antoni Título:
Caryatid (Terra Cotta
Amphora), 2003 Fecha:
Tipo: Photograph and
broken vessel installation.
Photograph: 231.1 x 74.9
cm.; Vessel: 48.3 x 40.6 x
35.6 cm Medidas:
Úbicacion: Courtesy of
the artist and Luhring
Augustine, New York
Maruja Mallo Título: The Net, 1938 Fecha: Tipo: Oil on canvas, 95.5
x 150 cm Medidas: Úbicacion: Private Collection, courtesy Galería
Guillermo de Osma, Madrid
As Bancantes são as similares femininas na
mitologia grega de Baco ou Dionísio, deus do
teatro, vinho, festas e fertilidade. Possui
uma conotação erótica, para o deleite do
observador. Porém, essa figura mitológica
que tem poderes e força sobrenaturais
simbólicamente é a representação da
rebeldia contra o patriarcado.
William-Adolphe Bouguereau Título: Bacchante on a Panther, 1855 Fecha: Tipo: Oil on canvas,
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Lord Frederick Leighton Título: Greek Girls Playing at Ball, c. 1889 Fecha: Tipo: Oil on
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Imagine o seguinte: Sua filha, irmã, mulher, prima,
sobrinha acaba de vencer uma partida em Roland Garros
e a mídia noticia o feito falando da celulite dela.
"Lamentável o comentário machista e preconceituoso da
seção “Folha Corrida seu dia em 5 minutos” do
Cotidiano sobre a tenista Maria Sharapova. O trecho
denomina a grande tenista de “Quase Perfeita” porque
superou a rival em Roland Garros na chuva, “mas não
[superou] a celulite”. Que mensagem a Folha quer
passar à sociedade? Que vencer em Roland Garros na
chuva não é o bastante para uma mulher? Que uma
atleta de ponta precisa mesmo é se ocupar de sua
celulite? Segundo a Folha, vencer a celulite é
igualmente importante a vencer em Roland Garros!"
https://www.facebook.com/empodereduasmulhe
res/videos/861221960618460/
https://www.facebook.com/empodereduasmulher
es/videos/1087025798038074/
https://www.facebook.com/empodereduasmulher
es/videos/1084718574935463/
https://www.facebook.com/rosaluzoficial/videos/
1707642972792543/
Tão chocante quanto o estupro denunciado por
uma jovem de 16 anos, que teria envolvido mais
de 30 homens, no Rio de Janeiro, e tão chocante
quanto os vídeos que mostram seus ferimentos e
foram postados na internet, foi a reação de uma
parcela da sociedade, que se divertiu nas redes
sociais com eles e com a história. E a inação de
uma outra parte, que culpou a própria vítima pelo
ocorrido ou simplesmente caiu no autoengano de
que essa história não nos diz respeito.
No mesmo dia em que o caso gerou indignação nas
redes sociais, o novo ministro da Educação
recebia o ator Alexandre Frota para discutir a
educação (!!!) no Brasil. O mesmo Frota que,
durante uma entrevista a um programa de TV,
narrou um caso de violência sexual do qual foi
protagonista contra uma mãe-de-santo, para
deleite da plateia, que ria como se fosse uma
piada. Acusado por organizações sociais de estupro
e de apologia ao estupro, deu de ombros.
Enquanto isso, o deputado federal Jair Bolsonaro
sobe nas intenções de voto, principalmente entre
as classes mais ricas. Tempos atrás, durante um
debate com a também deputada federal Maria do
Rosário, soltou uma das maiores ignomínias de sua
carreira: “Jamais iria estuprar você, porque você
não merece''. Ao dizer que ela não merecia ser
estuprada, deixando claro que há mulheres que
merecem, sabia que seu discurso receberia o apoio
de uma quantidade considerável de pessoas.
Os 30 homens no Rio, Alexandre Frota, Jair
Bolsonaro foram criticados e acusados por um
grande número de pessoas, mas também defendidos
e glorificados por outros tantos. Vivemos em
uma sociedade que garante que o estupro
continue a ser um instrumento violento de poder,
de dominação, de humilhação. Uma sociedade na
qual uma das maiores agressões ao corpo e à mente
de outro ser humano é banalizada, menosprezada e
tratada como piada. Uma sociedade em que
mulheres ainda são consideradas objetos
descartáveis à disposição dos homens.
Tanto que o governo desse país escolhe um
ministério formado apenas por homens e não é
obrigado a voltar atrás.
Quando mulheres são sistematicamente estupradas, não
apenas seus corpos e almas são violentados. A dignidade
de todas as mulheres é coletivamente agredida e
negada. Porque falhamos profundamente como
sociedade em garantir um dos direitos mais
fundamentais. E se isso acontece junto a discursos que
louvam ou relativizam esses estupros, podemos
começar a nos questionar que tipo de povo somos
nós.
Violência sexual não é monopólio de determinada classe
social e nível de escolaridade. Quem espanca e violenta
pode ter apertado o sinal de parada do ônibus ou roçado
o banco de couro de um BMW. O que une os diferentes
no Brasil, afinal de contas, não é o futebol, a religião ou
a comida. É a violência de gênero. A cultura de estupro
é um “privilégio'' masculino, que vem sendo derrubado
pelo feminismo ao longo do tempo, mas com
dificuldade, porque encontra a resistência de homens
pelo caminho.
Meninos e rapazes deveríamos nos conscientizar uns
aos outros, desde cedo, para que não sejamos os
monstrinhos formados em ambientes que fomentam
o machismo, como família, igrejas, escolas e mídia.
Todos nós, homens, de esquerda, de direita, de
centro, somos sim inimigos até que sejamos
devidamente educados para o contrário. E, tendo
em vista a formação que tivemos e a sociedade em
que vivemos, que autoriza e chancela
comportamentos inaceitáveis, é um longo caminho
até que isso aconteça. Blog do Sakamoto
Faz 43 anos. Mas
poderia ter sido na
última quarta-feira.
Poderia ter sido
ontem. Na verdade,
essa é uma triste
realidade brasileira,
de todos os dias.
Araceli Sanchez
tinha apenas oito
anos quando foi
estuprada e morta,
no Espírito Santo,
em 1973.
Depois de um dia na escola, voltando pra casa, foi
convidada para dar um passeio com Paulo Constanteen.
Atraída e coagida, Araceli aceitou. Foi drogada por ele
e passou dois dias mantida em cárcere. Teve peito,
barriga e vagina dilacerados por mordidas e
agressões; o queixo, deslocado a golpes; o rosto
desfigurado com ácido.
Paulo Constanteen Helal e Dante Michelini foram
apontados como suspeitos do crime. Mas nada
aconteceu. A dupla foi absolvida: seus familiares eram
pessoas influentes e ligados à ditadura militar.
Para Araceli? A morte. Para os suspeitos? Honra. Anos
depois, Paulo Helal recebeu honrarias da Assembléia
Legislativa de seu estado por ser o primeiro maçom
do Espírito Santo. A via mais famosa da cidade, onde
Araceli foi morta, chama-se Avenida Dante Michelini.
O processo segue arquivado pela Justiça.
Em memória de Araceli, o dia 18 de maio foi
instituído como O Dia Nacional do Combate ao
Abuso Sexo e à Exploração Sexual de Crianças e
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No Brasil, 50 mil mulheres são estupradas por
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Feminismo

  • 1. Sobre arte, política e representatividade
  • 2. A arte das mulheres – e aqui não estou pensando nas belas-artes produzidas por mulheres, mas na arte tradicional de mulheres, como colcha de retalhos, que inicialmente não entravam nos museus de belas-artes – estava sujeita à avaliação com referência à qualidade.
  • 3. Ocupações tradicionalmente ocupada por homens e o seu similar feminino: Médicos – enfermeiras Artistas plásticos – artesãs Chefes de cozinha – cozinheiras Mesmo ocupando os mesmos cargos mulheres ganham salários e títulos menores. Encontram ainda dificuldades no mercado de trabalho, já que historicamente a elas foi dada a responsabilidade sobre os filhos, pais, sogros e outros e por isso, teoricamente, faltam mais ou serviço. * Quantos físicas, cientistas, historiadoras vocês estudaram na escola?
  • 4. É um livro escrito publicado originalmente em 1949 e uma das obras mais celebradas e importantes para o movimento feminista. O pensamento de Beauvoir analisa a situação da mulher na sociedade.  No Brasil foi publicado em dois volumes: "Fatos e mitos" é o volume 1, e faz uma reflexão sobre mitos e fatos que condicionam a situação da mulher na sociedade. "A experiência vivida" é o volume 2, e analisa a condição feminina nas esferas sexual, psicológica, social e política.
  • 5. Balanço internacional da Nova Pintura e da Nova escultura*, assim como Zietgeist* não foi capaz de dar conta das realizações das mulheres artistas. Entre 165 artistas, apenas 14 eram mulheres. Uma manifestação de protesto realizada pelo Comitê de Mulheres pela Arte não conseguiu arrancar nenhuma resposta pública do museu. *Exposições internacionais do final do século XX. Essa referência foi tirada do livro de Douglas Crimp “Sobre as ruínas do museu”
  • 6. Anselm Feuerbach Título: Iphigenia (Second Version), 1871 Fecha: Tipo: Oil on canvas, 192.5 x 126.5 cm Medidas: Úbicacion: Staatsgalerie, Stuttgart Solidão
  • 7. Sarah Jones Título: Camilla (III), 1999 Fecha: Tipo: C-print on aluminium, 149.86 x 149.86 cm Medidas: Úbicacion: Laura Steinberg & B. Nadal-Ginard Collection
  • 8. Émile-Antoine Bourdelle Título: Penelope, 1909 Fecha: Tipo: Bronze, 120 x 43 x 37 cm Medidas: Úbicacion: Petit Palais-Musée des Beaux-Arts de la Ville de Paris
  • 9. Uma Cariátide é uma figura feminina esculpida servindo como um suporte de arquitetura tomando o lugar de uma coluna ou um pilar de sustentação com um entablamento na cabeça.
  • 10. Jules Breton Título: At the Fountain, 1892 Fecha: Tipo: Oil on canvas, 90.5 x 68.5 cm Medidas: Musée des Beaux-Arts de Quimper Collection, Inv. no.: 55- 78
  • 11. Janine Antoni Título: Caryatid (Terra Cotta Amphora), 2003 Fecha: Tipo: Photograph and broken vessel installation. Photograph: 231.1 x 74.9 cm.; Vessel: 48.3 x 40.6 x 35.6 cm Medidas: Úbicacion: Courtesy of the artist and Luhring Augustine, New York
  • 12. Maruja Mallo Título: The Net, 1938 Fecha: Tipo: Oil on canvas, 95.5 x 150 cm Medidas: Úbicacion: Private Collection, courtesy Galería Guillermo de Osma, Madrid
  • 13. As Bancantes são as similares femininas na mitologia grega de Baco ou Dionísio, deus do teatro, vinho, festas e fertilidade. Possui uma conotação erótica, para o deleite do observador. Porém, essa figura mitológica que tem poderes e força sobrenaturais simbólicamente é a representação da rebeldia contra o patriarcado.
  • 14. William-Adolphe Bouguereau Título: Bacchante on a Panther, 1855 Fecha: Tipo: Oil on canvas, 71.4 x 111.3 cm Medidas: The Cleveland Museum of Art, Bequest of Noah L. Butkin, Inv. no.: 1980.238.2 Úbicacion: Numero de inventario
  • 15.
  • 16.
  • 17.
  • 19. Lord Frederick Leighton Título: Greek Girls Playing at Ball, c. 1889 Fecha: Tipo: Oil on canvas, 114 x 197 cm Medidas: Úbicacion: East Ayrshire Council, Scotland
  • 20.
  • 21.
  • 23.
  • 25.
  • 26. Angelica Kauffmann Título: Drawing, c. 1778– 80 Fecha: Tipo: Oil on canvas, 130 x 150 cm Medidas: Úbicacion: Royal Academy of Arts, London
  • 27.
  • 28.
  • 30.
  • 32.
  • 33.
  • 35.
  • 36.
  • 38.
  • 39.
  • 40. Brasilienses Temática da obra: Feminismo e resistência
  • 42.
  • 43.
  • 44.
  • 45.
  • 46.
  • 47.
  • 48.
  • 49.
  • 50.
  • 51.
  • 52.
  • 53.
  • 54.
  • 55.
  • 56. Imagine o seguinte: Sua filha, irmã, mulher, prima, sobrinha acaba de vencer uma partida em Roland Garros e a mídia noticia o feito falando da celulite dela. "Lamentável o comentário machista e preconceituoso da seção “Folha Corrida seu dia em 5 minutos” do Cotidiano sobre a tenista Maria Sharapova. O trecho denomina a grande tenista de “Quase Perfeita” porque superou a rival em Roland Garros na chuva, “mas não [superou] a celulite”. Que mensagem a Folha quer passar à sociedade? Que vencer em Roland Garros na chuva não é o bastante para uma mulher? Que uma atleta de ponta precisa mesmo é se ocupar de sua celulite? Segundo a Folha, vencer a celulite é igualmente importante a vencer em Roland Garros!"
  • 58. Tão chocante quanto o estupro denunciado por uma jovem de 16 anos, que teria envolvido mais de 30 homens, no Rio de Janeiro, e tão chocante quanto os vídeos que mostram seus ferimentos e foram postados na internet, foi a reação de uma parcela da sociedade, que se divertiu nas redes sociais com eles e com a história. E a inação de uma outra parte, que culpou a própria vítima pelo ocorrido ou simplesmente caiu no autoengano de que essa história não nos diz respeito.
  • 59. No mesmo dia em que o caso gerou indignação nas redes sociais, o novo ministro da Educação recebia o ator Alexandre Frota para discutir a educação (!!!) no Brasil. O mesmo Frota que, durante uma entrevista a um programa de TV, narrou um caso de violência sexual do qual foi protagonista contra uma mãe-de-santo, para deleite da plateia, que ria como se fosse uma piada. Acusado por organizações sociais de estupro e de apologia ao estupro, deu de ombros.
  • 60. Enquanto isso, o deputado federal Jair Bolsonaro sobe nas intenções de voto, principalmente entre as classes mais ricas. Tempos atrás, durante um debate com a também deputada federal Maria do Rosário, soltou uma das maiores ignomínias de sua carreira: “Jamais iria estuprar você, porque você não merece''. Ao dizer que ela não merecia ser estuprada, deixando claro que há mulheres que merecem, sabia que seu discurso receberia o apoio de uma quantidade considerável de pessoas.
  • 61. Os 30 homens no Rio, Alexandre Frota, Jair Bolsonaro foram criticados e acusados por um grande número de pessoas, mas também defendidos e glorificados por outros tantos. Vivemos em uma sociedade que garante que o estupro continue a ser um instrumento violento de poder, de dominação, de humilhação. Uma sociedade na qual uma das maiores agressões ao corpo e à mente de outro ser humano é banalizada, menosprezada e tratada como piada. Uma sociedade em que mulheres ainda são consideradas objetos descartáveis à disposição dos homens. Tanto que o governo desse país escolhe um ministério formado apenas por homens e não é obrigado a voltar atrás.
  • 62. Quando mulheres são sistematicamente estupradas, não apenas seus corpos e almas são violentados. A dignidade de todas as mulheres é coletivamente agredida e negada. Porque falhamos profundamente como sociedade em garantir um dos direitos mais fundamentais. E se isso acontece junto a discursos que louvam ou relativizam esses estupros, podemos começar a nos questionar que tipo de povo somos nós. Violência sexual não é monopólio de determinada classe social e nível de escolaridade. Quem espanca e violenta pode ter apertado o sinal de parada do ônibus ou roçado o banco de couro de um BMW. O que une os diferentes no Brasil, afinal de contas, não é o futebol, a religião ou a comida. É a violência de gênero. A cultura de estupro é um “privilégio'' masculino, que vem sendo derrubado pelo feminismo ao longo do tempo, mas com dificuldade, porque encontra a resistência de homens pelo caminho.
  • 63. Meninos e rapazes deveríamos nos conscientizar uns aos outros, desde cedo, para que não sejamos os monstrinhos formados em ambientes que fomentam o machismo, como família, igrejas, escolas e mídia. Todos nós, homens, de esquerda, de direita, de centro, somos sim inimigos até que sejamos devidamente educados para o contrário. E, tendo em vista a formação que tivemos e a sociedade em que vivemos, que autoriza e chancela comportamentos inaceitáveis, é um longo caminho até que isso aconteça. Blog do Sakamoto
  • 64. Faz 43 anos. Mas poderia ter sido na última quarta-feira. Poderia ter sido ontem. Na verdade, essa é uma triste realidade brasileira, de todos os dias. Araceli Sanchez tinha apenas oito anos quando foi estuprada e morta, no Espírito Santo, em 1973.
  • 65. Depois de um dia na escola, voltando pra casa, foi convidada para dar um passeio com Paulo Constanteen. Atraída e coagida, Araceli aceitou. Foi drogada por ele e passou dois dias mantida em cárcere. Teve peito, barriga e vagina dilacerados por mordidas e agressões; o queixo, deslocado a golpes; o rosto desfigurado com ácido. Paulo Constanteen Helal e Dante Michelini foram apontados como suspeitos do crime. Mas nada aconteceu. A dupla foi absolvida: seus familiares eram pessoas influentes e ligados à ditadura militar. Para Araceli? A morte. Para os suspeitos? Honra. Anos depois, Paulo Helal recebeu honrarias da Assembléia Legislativa de seu estado por ser o primeiro maçom do Espírito Santo. A via mais famosa da cidade, onde Araceli foi morta, chama-se Avenida Dante Michelini.
  • 66. O processo segue arquivado pela Justiça. Em memória de Araceli, o dia 18 de maio foi instituído como O Dia Nacional do Combate ao Abuso Sexo e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. No Brasil, 50 mil mulheres são estupradas por ano. Um caso a cada onze minutos. No Nordeste, são nove denúncias por dia.