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Centro Universitário UNA

Beatriz Salvador De Oliveira
Daniela Nascimento
Gabriel Melchior
Geiscislaine Laís Martins
Jean Pablo Esteves
Jeane Oliveira Santos
Natália Caroline
Nathália Ferrari
Rhayenne Dellamaris

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Belo Horizonte,
2013.
Beatriz Salvador De Oliveira
Daniela Nascimento
Gabriel Melchior
Geiscislaine Laís Martins
Jean Pablo Esteves
Jeane Oliveira Santos
Natália Caroline
Nathália Ferrari
Rhayenne Dellamaris

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Trabalho acadêmico apresentado ao Curso de
Psicologia do Centro Universitário UNA
como requisito parcial para aprovação na
disciplina Trabalho Interdisciplinar Dirigido
II.
Prof.: Hunayara Tavares

Belo Horizonte,
2013.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 4
2 METODOLOGIA.................................................................................................................
6
3 LISTA DE SIGLAS........................................................................................................... 7
4 HISTÓRICO DO AUTISMO, SUA ETIOLOGIA E RELAÇÕES
INTERPESSOAIS................................................................................................................. 8
4.1 Origem Etimológica e definição................................................................................. 8
4.2 Histórico do Autis mo.................................................................................................. 9
4.3 Aspectos genéticos que proporcionam o desencadeamento do autis mo..................10
4.4 Como identificar um indivíduo autista...................................................................... 12
4.5 Síndrome de Asperger................................................................................................ 14
4.6 As inte rfaces de mães e da família de autistas...........................................................18
4.7 Inserção dos autistas na educação............................................................................. 19
4.8 Políticas públicas voltadas para indivíduos autistas................................................ 21
5 ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO COM AUTISTAS........................................................... 21
5.1 Autis mo visto nos variados pontos de vista psicológicos............................................ 21
5.2 Abordage m Comportame ntal....................................................................................... 22
5.2.1 Teoria da Mente (ToM - Theory of Mind).......................................................... 23
5.2.2 TEACCH: Enfoque no Comportamental e na Psicolinguística......................... 25
5.2.3 Análise do Comportamento Aplicada (Applied Behavior Analysis:
ABA)................................................................................................................................ 25
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................. 27
REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO................................................................................. 29
1 INTRODUÇÃO

Neste trabalho busca-se discutir o Autismo e seus enfoques de identificação e tratamento. A
palavra autismo vem do grego “autos” que significa a “de si mesmo” ou “próprio” e
começou a ser usada pelo autor Plouller em 1906. É sabido que o autismo é um distúrbio de
desenvolvimento, com etiologias múltiplas, de origem neurobiológica, o que implica uma
abordagem sobre os diferentes aspectos comportamentais ligado ao Autismo e seus
processos de identificação. Busca-se discutir o Autismo e seus enfoques de identificação e
tratamento partindo de sua conceituação desde os primeiros estudos feitos no início do
século XX com os desafios de compreender suas manifestações, às descobertas que
enfatizam os tratamentos nos dias atuais.
O autismo se apresenta como uma anormalidade específica à condição cerebral, de origem
complexa, assumindo-se como um transtorno no seu desenvolvimento comportamental. As
suas manifestações comportamentais varia de acordo com fase em que o individuo se
encontra e suas capacidades, embora as suas características gerais, presentes em todos os
estádios de desenvolvimento, são perturbações no âmbito social em sua imaginação e
convivência.
É necessário abordar os diferentes aspectos comportamentais ligado ao Autismo e seus
processos de identificação. Dessa forma, será explicitado o Autismo em sua fase mais
importante, diagnosticada na infância, investigando os quadros característicos. Enfatiza-se a
importância do tratamento precoce, a fim de amenizar os sintomas do Transtorno do
Espectro do Autismo no que se diz respeito à linguagem e ao desenvolvimento no decorrer
da vida da criança. Serão expostas as diferenças e semelhanças entre o Autismo Clássico e a
Síndrome de Asperger, que por sua vez não pode ser identificada nos primeiros anos de
vida. A Síndrome de Asperger só pode de fato ser identificada depois dos 6 anos de idade,
pois esses indivíduos não possuem déficits cognitivos aparentes.
Demonstra-se a visão que psicólogos e psiquiatras defendem a respeito dessa disfunção, qual
é a correlação existente entre o autismo, genética, meio ambiente e sociedade. A dificuldade
encontrada pelos pesquisadores ao investigarem sobre esse tema que hoje é de suma
relevância para a busca de uma sociedade igualitária, juntamente com sua forma de atuação

4
e tratamento adequados, levando-se em conta as diferentes correntes de estudos
psicológicos, sendo elas a comportamental, psicanalítica, gestalt e humanista.
Será enfatizada a importância do diagnóstico precoce e as estratégias de controle utilizadas
para minimizar os impactos sofridos pelo indivíduo que por sua vez tornam-se seres
agressivos e rebeldes em contato com um mundo até então desconhecido por eles. Se faz
importante entender os processos de socialização do autista, na importância da família
dentro do contexto terapêutico e como a cultura influencia os procedimentos do tratamento.
Os desafios que surgem face a questão do Transtorno do Espectro do Autismo,
principalmente num contexto em que a presença de uma criança no meio familiar, mobiliza
atenção e esforço em prol de sua socialização. Dentro de uma interdisciplinaridade de
tratamento, levando em consideração a idade, o sexo, o grau de déficit cognitivo e os outros
fatores inerentes que norteiam a vida do paciente e a importância da integração entre os
profissionais que cuidam do mesmo caso.
Com isso, será apresentado a atuação do profissional de Psicologia no tratamento do
Autismo, sua forma de atuação, levando-se em conta as diferentes correntes de estudo
psicológicas, tendo um enfoque nessa revisão bibliográfica nas buscas de pesquisa e
tratamento cognitivo/comportamental para indivíduos com tais sintomas. O papel do
psicólogo se explicita em meio ao diagnóstico, de forma a identificar os atos que divergem
de uma normalidade, estando este a atuar segundo sua linha empregada, visando uma
integração não somente familiar, mas social aos autistas.

5
2

METODOLOGIA

Este trabalho é resultado de uma pesquisa de natureza bibliográfica de caráter qualitativo.
Para tal, foram feitos levantamentos de publicações ou bases de dados em termos descritos
pelo SCIELO e BVS-psi (1996-2013), utilizando os seguintes descritores para busca dos
artigos: “Autismo”, “Atuação do Psicólogo com crianças Autistas”, “Mães de Autistas”,
“Transtorno do Espectro Autista” e “Socialização do Autista”. Todavia, para a construção da
interdisciplinaridade o tema foi discutido entre o grupo de alunos na qual foi elaborada a
sistematização do assunto a ser abordado juntamente com o auxílio dos professores do
segundo módulo de Psicologia.

6
3 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABA (Applied Behavioral Analisys): Análise Comportamental Aplicada
DSM IV: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5
DTT (Discrete Trial Teaching): Ensino de Tentativas Discretas
LOCI: Local fixo de um cromossomo onde está localizado um gene.
ONU: Organização das Nações Unidas
QI: Quociente de inteligência
SN: Sistema Nervoso
TEACCH: Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com déficits relacionados à
Comunicação.
ToM: Teoria da Mente
ToME: Teoria da Mente Explícita
ToMI: Teoria da Mente Implícita

7
4

HISTÓRICO

DO

AUTISMO, SUA ETIOLOGIA E

RELAÇÕES INTERPESSOAIS
4.1 Origem etimológica e definição
A palavra "autismo", originada do grego autos - eu próprio -, é utilizada para definir um tipo
de transtorno global do desenvolvimento, sendo este último um "grupo de transtornos
caracterizados por alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e modalidades de
comunicação e por um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e
repetitivo.

Estas anomalias qualitativas constituem uma característica global do

funcionamento do sujeito, em todas as ocasiões" (CID 10). O conceito de "espectro do
autismo" abrange indivíduos que apresentam essas anormalidades, seja leve ou grave, e
inclui o Transtorno Autista como um transtorno prototípico, além do Transtorno de
Asperger, Transtorno de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância e dos Transtornos
Globais do Desenvolvimento Sem Outra Especificação. (TONELLI, 2011) A Organização
Mundial de Saúde, através da Classificação Internacional de Doenças caracteriza o autismo
com os seguintes aspectos:
a) u m desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes da idade de três
anos, e b) apresentando uma perturbação característica do funcionamento em cada
um dos três domínios seguintes: interações sociais, co municação, co mportamento
focalizado e repetitivo. Além disso, o transtorno se acompanha comu mente de
numerosas outras manifestações inespecíficas, por exemplo fobias, perturbações
de sono ou da alimentação, crises de birra ou agressividade (auto -agressividade).
(OMS – CID-10)

Para Santos & Souza (2005), o autismo é considerado uma síndrome relacionada ao
comportamento e que possui características de distúrbio de desenvolvimento, que afetam as
capacidades físicas, sociais e linguísticas e relacionamento anormal com objetos, eventos e
pessoas. Pesquisas apontam que fatores biológicos são determinantes em quase todos os
casos de autismo, mesmo que ainda não se tenha definido um marcador biológico específico.
De acordo com Frith (1994), existe uma enorme diversidade neste transtorno, encontrandose sujeitos com bloqueios comportamentais intensos, á medida que outros são afetuosos e
fáceis de lidar. Alguns mostram dificuldades no aprendizado bastante específicas que
prejudicam seu desempenho principalmente no âmbito escolar, enquanto que outros
conquistam elevado grau universitário e assim sucesso acadêmico, enquanto que outros

8
encontram o seu “lugar” na sociedade e sentem-se razoavelmente integrados, mas outros
ficam isolados, e a cada dia sentem-se mais excluídos e desintegrados na sociedade.

4.2

Histórico do Autismo

Em 1911, Eugen Bleuer (1857-1939), atribui o termo autismo inicialmente a determinados
sintomas que se contradizem com a definição que Leo Kanner viria a contrapor logo depois,
de acordo com Rivera (2007 apud Rutter, 1984, pp. 1-26). Expressou com esse nome, a
inclusão abrupta à fantasia em que alguns pacientes se encontravam, o que Bleuer afirmava
que esses transtornos esquizofrênicos e a conduta intencional de evitar relações sociais se
davam por conta própria do doente.
Em 1943, o autismo foi descrito pelo psiquiatra austríaco Leo Kanner através do artigo
intitulado "Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo", publicado na extinta revista The
Nervous Child, onde apresenta uma observação de um grupo de crianças na qual onze delas
manifestavam comportamentos parecidos. Logo, o a utismo foi visto como uma doença
específica, relacionada ao segmento da esquizofrenia. (PEREIRA, 1999).
Segundo Baron & Cohen apud Sousa et al (1990, p.408) apesar de o assunto ter surgido em
1943, houve depois disto, uma ausência de estudos durante os vinte anos seguintes. O fato
ocorreu pois na época, Kanner descreveu o autismo como uma alteração puramente
emocional, o que foi bem aceito pelos psicanalistas. Somente no inicio da década de 60
houve uma mudança na forma de percepção quanto ao autismo, e então os psicólogos
começaram a considerá- lo como uma desordem cognitiva. Para Timo; Maia; Ribeiro (1992,
apud Klinger; Rogers p.157-186; 2000, p.79-107), o autismo era compreendido como um
distúrbio básico de processos cognitivos e linguísticos, fugindo de uma análise que implique
na contribuição social e afetiva para a síndrome.
Em 1997 observou-se um aumento na proporção de indivíduos com a síndrome de autismo
onde a cada 500 indivíduos um possui a síndrome, entretanto para Marques (1993) o
autismo até a data presente, era considerado uma doença rara, pois atingia uma a cada 1.200
pessoas. O autismo é mais comum em pessoas do sexo masculino com uma incidência de
quatro vezes mais em relação ao gênero feminino e parece não associar-se a quaisquer

9
fatores sejam econômico racial e social. Porém acredita-se que está relacionado à genética.
(SANTOS; SOUSA apud DUNLAP et.al. 1999).
É sabido que o autismo é um distúrbio de desenvolvimento, com etiologias múltiplas
(ASSUMPÇÃO, 1995), de origem neurobiológica (GILBERG & COLEMAN, 1992 apud
BOSA & CALLIAS, 2000), não necessariamente relacionando à problemas na interação
mãe-bebê, e sim com fatores ambientais, com vacinas e diversas outras hipóteses já
levantadas a respeito da doença.
O autismo é uma doença congênita, não temos o poder de criar filhos autistas, eles
nascem com esta deficiência, que pode se manifestar desde seu nascimento (sendo
o autismo clássico) ou até o dois anos de idade (MOREIRA, 2001).

De acordo com o DSM IV-TR (2002) este transtorno de desenvolvimento afeta 1:1000
crianças, tendo incidência maior no sexo masculino (3:1/4:1).

4.3 Aspectos genéticos que proporcionam o desencadeamento
do autismo
Sabe-se que as manifestações autísticas são tidas como fontes de estudos e indagações do
conhecimento científico, servindo se aparato para estudos nas áreas biológicas/gênicas que
vêm desencadeando uma série de estudos que proporcionam uma resposta mais válida e
coerente a respeito dessa doença.
Segundo vários estudos efetuados pela investigadora do Instituto de Ciências da Gulbenkian,
uma das observações mais consistentes no Autismo é o aumento anômalo dos níveis de
serotonina com graves conseqüências a nível do neurodesenvolvimento e do funcionamento
do Sistema Nervoso Central (VILELA; DIOGO; SEQUEIRA, 2009).
Apesar de se saber que o autismo afeta o funcionamento cerebral, continua por se conhecer a
sua causa específica. De fato, a maioria dos autores defende uma etiologia multifatorial,
sendo que cada uma dessas múltiplas causas pode manifestar-se em diferentes formas ou
subtipos de autismo. A partir de tal afirmação, os autores Vilela; Diogo; Sequeira ( 2009)
afirmam:

10
O co mportamento autista tem sido relatado nas patologias clínicas do lobo
temporal. As disfunções das regiões temporais podem explicar grande parte dos
sintomas clín icos (déficit perceptivo, emocional e cognitivo) observados no
autismo. Além disso, as regiões associativas temporais estão estreitamente
conectadas aos sistemas sensoriais associativos frontais, parietais e límb ico.

O lobo temporal é necessário para o processamento de inúmeros estímulos internos e
externos que atuam no sistema nervoso (SN) por meio dos órgãos dos sentidos,
principalmente os órgãos sensoriais visuais e auditivos. O lobo temporal é também
fundamental para o processamento dos estímulos, dando origem às experiências vivenciadas
em nosso mundo. Sabe-se que o comportamento autista está associado à diversas disfunções
cerebrais,que atuam em diferentes regiões do mesmo, tais como a ativação anormal auditiva,
que segundo os autores Vilela; Diogo; Sequeira (2009), está associada ao córtex temporal
esquerdo, essa região temporal também está associada a organização cerebral da linguagem.
“Esta ativação anormal do hemisfério esquerdo pode estar envolvida, nos prejuízos de
linguagem e na resposta comportamental inadequada aos sons dos autistas (VILELA;
DIOGO; SEQUEIRA, 2009).”
Estudos realizados pelos autores citados acima, constatam que os indivíduos que possuem o
Transtorno do Espectro Autista, realizam maiores atividades na região temporo-occipitais,
salientando que os mesmos possuem diferentes ativações cerebrais e podem ser essas
diferentes atividades que caracterizam a forma distinta de seu comportamento.
As buscas para a causa do autismo são contínuas, em pesquisa realizada foi descoberto que
em uma família que já há uma criança com a síndrome de autismo, esta probabilidade é
aumenta de 3% para 8% (Gadia apud Shao, Fisher et al et al, 2002). Em uma análise feita
nos genomas descobriu-se ligações entre a doença e alguns cromossomos, sendo eles 2,7, 1 e
17 os mais efetivos. A ligação se torna ainda maior a respeito dos cromossomos 2 e 7
tratando-se de autistas que possuem déficits severos de linguagem. A explicação relatada
para esta experiência é a seguinte:
“O gene responsável por esse transtorno severo de linguagem foi identificado
como u m fator de transcrição putativo. Outro gene localizado no cromossomo 7
com u ma possível associação com o autismo é que o gene que codifica a reelina.
Essa proteína extracelular serve de guia para a migração neuronal durante o
desenvolvimento cerebral, principalmente do córtex cerebral, do cerebelo do
hipocampo e do tronco cerebral.( Gad ia et al apud PERSICO et al, LAI et al
2004.)”

11
Todavia, sabe-se que os estudos relacionados à genética ainda são poucos para a grande
curiosidade e extensão do assunto. O autismo é um transtorno genético muito complexo e de
acordo com as pesquisas já realizadas há entre 5 e 100 loci ( local fixo de um cromossomo
onde está localizado um gene) podem estar relacionados ao TEA. Ainda assim, sabendo que
vários cromossomos estão ligados com a síndrome, não há nenhuma resposta definitiva
(Gadia et al apud Vukicevic et al).

4.4 Como identificar um indivíduo autista
O autismo se caracteriza como um dos transtornos mais desafiadores para a clínica
Psiquiátrica e Psicológica. Seu diagnóstico é por observação, e o manejo clínico é
complicado porque geralmente o autista não estabelece vínculo ou responde de maneira mais
ou menos esperada as tentativas de interação do terapeuta (ESEQUIAS, 2010).
Quando nos referimos a indivíduos autistas devemos considerar as suas
características singulares, no entanto “A personalidade autista é altamente distinta
apesar das amplas diferenças individuais.” De fato, os autistas distinguem-se de
quaisquer outros, não apenas pelo nível do distúrbio de contato e das capacidades
intelectuais, mas também pela sua personalidade e interesses peculiares,
geralmente originais e variados (SANTOS; SOUZA apud ASPERGER, 1994, p.
67).

O diagnóstico deve ser dado por profissionais especializados e de diversas áreas da saúde
para que não haja discrepâncias na nomeação de tal transtorno, pois, quanto mais cedo este
for identificado, maiores são as chances de o tratamento obter resultados benéficos ao
indivíduo.
De acordo Amato et.al. (2011) apud Lord C., a questão do diagnóstico envolve, desde a
distinção entre a suspeita de surdez por algumas famílias, associada à ausência de linguagem
de algumas crianças autistas, até as discussões a respeito dos limites que podem ser
determinados entre os grandes distúrbios do desenvolvimento, como os do espectro do
autismo, os distúrbios específicos de linguagem e os transtornos de hiperatividade e déficit
de atenção.
Dentre os vários sintomas apresentados por indivíduos autistas, encontra-se o
desenvolvimento anormal ou desajustado antes do terceiro ano de vida, nas seguintes áreas:
interação social, retardo na linguagem, falta de reciprocidade social ou emotiva, sendo

12
praticamente incapaz de expressar seus sentimentos, possui falha na imaginação e preocupase em realizar atividades rotineiras e não funcionais etc.
Para Aarons e Gittens (1992) o conjunto de características que definem os indivíduos
autistas resume-se por: incapacidade desenvolver relações com outros indivíduos, atraso na
aquisição da linguagem, uso não-comunicativo da linguagem verbal (mesmo depois do seu
desenvolvimento), ecolalia, jogo repetitivo e estereotipado, boa memória de repetição e
aparência física normal.
Segundo os autores Vilela; Diogo; Sequeira (2009), as aptidões cognitivas dos indivíduos
autistas, possuem um nível menor e/ou desigual em relação ao nível de inteligência:
Em crianças com a perturbação artística, o nível da linguagem receptiva
(comp reensão da linguagem) são inferiores ao da linguagem exp ressiva
(vocabulário). Os sujeitos com esta perturbação podem apresentar uma ampla
gama de sintomas comportamentais tais como a hiperatividade, redução no campo
de atenção, impulsividade, agressividade, comportamentos auto -agressivos e
birras, especialmente, nas crianças mais jovens.

Torna-se possível salientar que esses indivíduos respondem de forma agressiva a sons e
luzes, apresentando também resistência ao sono além de criarem uma dieta restrita,
prendendo-se somente a alguns tipos de alimentação. Na adolescência ou inicio da vida
adulta podem deprimir-se quando conscientes do seu grave déficit cognitivo. De forma
sucinta as características mais comuns do Autista são:
Tem dificuldade em estabelecer contacto com os olhos; Parece surdo, apesar de
não o ser; Pode começar a desenvolver a linguagem, mas repentinamente ela é
completamente interro mpida; Age co mo se não tomasse conhecimento do que
acontece com os outros; Por vezes ataca e fere outras pessoas mesmo que não
existam mot ivos para isso; Costuma estar inacessível perante as tentativas de
comunicação das outras pessoas; Não explora o ambiente e as novidades e
costuma restringir-se e fixar-se em poucas coisas; Apresenta certos gestos
repetitivos e imot ivados como balançar as mãos ou balançar-se; Cheira, morde ou
lambe os brinquedos e ou roupas; Mostra-se insensível aos ferimentos podendo
inclusive ferir-se intencionalmente (VILELA; DIOGO; SEQUEIRA, 2009).

A partir da realização de pesquisas científicas, constatou-se que o autismo não é um
distúrbio do contato afetivo, e sim um distúrbio do desenvolvimento. A partir de tal fato,
constitui-se o autismo como uma síndrome comportamental, por ser definida com base nos
padrões exigidos pela sociedade. O autismo não é uma doença, nem tão pouco é contagioso,
não havendo indícios de que se adquira através do contato com o meio, é uma disfunção
cerebral que afeta o funcionalismo do cérebro (SOUZA; SANTOS).

13
4.5

Síndrome de Asperger

Esta Síndrome foi identificada em 1944, mas só foi oficia lmente reconhecido como critério
de diagnóstico no DSM-IV em 1994. Como resultado, muitas crianças foram mal
diagnosticadas com síndromes como Autismo, Perturbação Obsessivo – Compulsivo, etc. É
uma desordem pouco comum, contudo importante na prevenção do processo psicológico de
crianças, que tardiamente é diagnosticado devido à falta de conhecimento por parte dos
profissionais,

nomeadamente

dos professores

e educadores

(VILELA;

DIOGO;

SEQUEIRA, 2009). Por sua vez, essa síndrome não poderia ser identificada nos primeiros
anos de vida como ocorre com o Autismo, pois neste período as crianças desenvolvem uma
linguagem altamente correta do ponto de vista gramatical.
Apesar de existirem algumas semelhanças com o Autismo, as pessoas com
Síndro me de Asperger geralmente têm elevadas habilidades cognitivas (pelo
menos Q.I. normal, às vezes indo até as faixas mais altas) e por funções de
linguagem normais, se comparadas a outras desordenas ao longo do espectro
(TEIXEIRA, 2000).

As principais características que distinguem a Síndrome de Asperger do Autismo são as
habilidades “normais” da inteligência e da linguagem. A preservação destas habilidades
pode, por vezes, “enganar” o diagnóstico e este ser tardio (VILELA; DIOGO; SEQUEIRA,
2009). Mesmo que estes indivíduos não apresentem déficits cognitivos, torna-se necessário
que os mesmos recebam uma educação especializada e de qualidade para que possam
controlar seu comportamento e direcione suas habilidades a determinadas áreas que possuam
maior integralidade.
Pessoas com essa Síndrome têm necessidade de fazer amigos e realizar diálogos monólogos
principalmente com adultos, mas muitas vezes acabam afastando as pessoas ao seu redor por
sua grande excentricidade e vulgaridade na abordagem das mesmas. Os autores Vilela;
Diogo; Sequeira (2009) explicitam que indivíduos com a Síndrome de Asperger são capazes
de descrever corretamente de uma forma cognitiva e formalista, as emoções, sentimentos e
intenções das demais pessoas, mas sem nunca saberem para que servem essas informações.
Não conseguindo assim uma interação com o outro.
De acordo com o autor Vilela (2009), as características mais evidentes da Síndrome de
Asperger são:
Atraso na fala, desenvolvimento fluente da linguagem verbal antes dos 5 anos.
Dificu ldade na linguagem mais rebuscada, ecolalia (repetição do que ouvem eco)

14
de palavras ou frases; Interesses restritos escolhem u m assunto de interesse. Casos
mais comuns é o interesse exagerado por coleções e cálculos; Presença de
habilidades não mu ito co muns, tais como cálculos mentais, memorização de
grandes seqüências (mapas de cidades), ouvido musical absoluto, entre outros;
Incapacidade de interpretar metáforas, mentiras, ironias, frases com duplo sentido;
Dificu ldades no uso do olhar, expressões faciais, gestos e mo vimentos corporais,
como a co municação não verbal; Pensamento concreto; Dificuldade para entender
ou expressar emoções e dentre outros.

Por fim, ao observar as características citadas acima, torna-se necessário salientar que o
diagnóstico só pode ser dado como tal, depois dos 6 anos de idade, diferentemente do
Autismo que se midiatiza aos 3 anos de idade. Além do mais, essas crianças podem possuir
perfis de super dotados, pois, possuem habilidades cognitivas acentuadas e elevadas. O
autista está isolado no seu próprio mundo. O sujeito com Asperger está no nosso mundo,
porém vivendo o seu estilo próprio de forma isolada. (VILELA; DIOGO; SEQUEIRA,
2009)

4.6

As interfaces de mães e da família de autistas

De acordo com Smeha & Cezar (2011), ao engravidar, a rotina da mãe sofre mudanças,
principalmente se esta for uma primeira gestação. Enquanto a gravidez perdura, os pais
criam expectativas e fantasias com o filho esperado. Quando estes se deparam com uma
criança que possui alguma limitação significativa, abre-se uma distância entre o filho
perfeito, onde os genitores depositam seus sonhos e ideais como forma de concretizá- los, e o
filho da realidade; o que tornam essas expectativas extremamente frágeis, já que a criança
fantasiada não existe. Smeha & Cezar (2011 apud Buscaglia, 2006) afirmam que ao
enfrentarem com essas limitações, a sensação da família é de encarar o desconhecido,
causando sofrimento, confusão, frustrações e medo, tornando o ato da paternidade e
maternidade uma experiência complexa, mesmo com todo o auxílio profissional que esses
pais venham a ter.
Segundo Borges (2010, apud Buscaglia, 2006), deparar-se com as limitações do filho, em
qualquer família, é sempre um encontro com o desconhecido. Encarar essa nova e
inesperada realidade causa preocupação, angustia sofrimento e medo. Tornando assim a
maternidade e a paternidade complexa, mesmo tendo apoio total de familiares e
profissionais qualificados, as cargas de maiores responsabilidade sobre caem sobre os pais.

15
Diante disso, caracteriza-se esse diagnostico como um transtorno de inicio precoce, com
causas diversas e que compromete o processo do desenvolvimento infantil (BORGES, 2010
apud FACION; MARINHO; RABELO, 2002). Estudos elaborados pela Associação
Psiquiátrica Americana (APA, 2002), explica:
O autis mo está entre os “transtornos globais do desenvolvimento” e seu
compro metimento está pressente em três áreas do desenvolvimento: habilidades de
interação social recíproca, habilidades de co municação e co mportamento,
interesses e atividades com padrões restritos e repetitivos (APA, 2002).

Desta maneira, para se adequar aos limites e necessidades precisas da criança com autismo,
a família necessita de constantes alterações em seus costumes diários (BORGES, 2010 apud
FÁVERO; SANTOS, 2005; SCHIMIDT; DELL’AGLIO; BOSA, 2007). Considerado então
que há necessidade de acompanhamento no comportamento de crianças autistas, somando o
grau de gravidade que se apresenta no mesmo, podem constituir estresse em grande escala
aos familiares (BORGES, 2010 apud SHIMIDT; BOSA, 2007).

Estudos estão sendo

comprovados atestando a presença de estresse nas famílias de indivíduos portadores do
autismo, destaca-se também, o impacto que as crianças com este diagnóstico criam sobre
seus familiares, em consequência ao tempo e esforço que são essenciais para dar conta da
sobrecarga de cuidados exigidos pelos mesmos.
Ao perceber que o filho, em decorrência do autismo, apresenta uma variedade de limitações
as mães procuram por soluções na tentativa de abrandar o efeito do autismo. Afirmam
Borges (2010, Mannoni 1999; Jerusalinsky 2007):
Os pais demandam incansavelmente diagnósticos, avaliações e indicações por que
anseiam que seja “curado” o filho que apresenta algum co mpro met imento, pois a
criança que não corresponde ao ideal frag iliza o narcisismo desses pais, já que o
futuro sonhado por eles para o filho se apresenta no plano do improvável.

Os pais percebem que as pessoas ficam incomodadas com a presença de um autista e
segundo Borges (2010 apud Mannoni 1999), “qualquer ofensa ao filho é sentida pela mãe
como se fosse dirigido a ela própria” com isso, elas sacrificam-se inteiramente aos cuidados
do filho. Mediante a isso Borges (2010, apud Núñes 2007), afirma que “a mãe dedica todo
seu tempo e sua energia para cuidar do filho, sacrificando-se como mulher e esposa”.
Destaca-se ainda que este caminho e cuidados não possam ser trilhados sozinhos pois, as
mães necessitam contar com a ajuda de demais pessoas ou instituições para adquirir
conhecimentos específicos para que não fique sobrecarregada com os cuidados do filho.
As redes sociais, como a família ampliada, a co munidade, a escola e a equipe de
profissionais, são fontes de auxilio e informações diante das advertências sentidas

16
pelos pais em decorrência da situação limitante do filho (CASTRO; PICCININI,
2002).

E para a contribuição do tratamento Borges (2010, apud Owen 2007), afirma que é
necessário um trabalho em equipe interdisciplinar, aliando a psicoterapia á farmacologia.
Borges (2010, apud Bossa 2006), por sua vez afirma que o tratamento se torna eficaz quando
a equipe técnica possui habilidades para trabalhar junto a família do autista.
Devido a esse fator, a principal fonte de apoio vem da família. Os maridos auxiliam
principalmente com o sustento financeiro. De acordo com Borges (2010, apud Núñes 2007),
a mulher fica em casa para cuidar do filho, e cabe ao marido trabalhar fora e encarregar do
sustento financeiro. Outra fonte de apoio não menos importante vem na presença de irmãos
e dos avós. Para Borges (2010, apud Castro e Piccinini 2002), os avós são grandes
provedores de apoio e auxilio diante da situação atípica da criança. Segundo Borges (2010,
apud Núñes 2007), a relação entre irmãos é um importante recurso de socialização, pois
possibilita trocas e interações sociais.
Na opinião de Relvas (1996), a família é o primeiro ambiente onde a criança se integra e
onde vai constituir a sua personalidade. É o primeiro contato social que ampara e se
responsabiliza por instituir necessidades afetivas, bio lógicas, protentivas e sociais.
A família exerce neste ciclo um papel de consolidação, através da socialização, que busca
elaborar nos indivíduos a aceitação, de forma a que se habituem à nova estrutura complexa
da qual fazem parte. De acordo com Pereira-Silva e Dessen (2003, p.503)
As interações estabelecidas no microssistema família são as que trazem
implicações mais significat ivas para o desenvolvimento da criança, embora outros
sistemas sociais (ex.: escola, local de trabalho dos genitores, clube) tamb ém
contribuam para o seu desenvolvimento.

De acordo com Colnago (1991) é no convívio dos familiares que as crianças passam pelas
primeiras experiências e interiorização de valores e padrões sociais, e se a família não se
encontrar numa situação estável, as interações entre os pais, filhos e sociedade, podem ser
prejudicados. Sendo a família para Sigolo (2004, p.189) “um espaço de socialização
infantil", ela se constitui como "mediadora na relação entre a criança e a sociedade". As
relações familiares desenvolvem os padrões de comportamentais, hábitos, atitudes e
linguagens, usos de valores e costumes são transmitidos e as bases da subjetividade, da
personalidade e da identidade são desenvolvidas.

17
Defende Relvas (1996) que as famílias são cercadas por limites, que se assemelham como
membranas que por sua vez permitem a passagem seleta de informações, tanto entre a
família e o meio como entre os diversos sistemas familiares.
Diante de tais perspectivas é possível identificar a importância da família no
desenvolvimento de uma criança autista, sendo o ponto de partida para este desenvolvimento
e aceitação do diagnóstico, onde podemos considerar enfaticamente o período mais
complexo na relação familiar, pois é necessário uma desmistificação de conceitos pré
estabelecidos e a adaptação a uma nova realidade.
Segundo Marques (2000), a maior parte dos pais denotam preocupações comuns fronte ao
desenvolvimento dos filhos. Porém os pais das crianças com o Transtorno do Espectro
Autista manifestam preocupações específicas e quando postos diante o diagnóstico do
autismo demonstram um sentimento de perda, devido ao fato de não corresponderem às
expectativas criadas. No entanto, existe sempre uma recusa de que há algo errado,
ponderando que até o momento os filhos sempre foram “saudáveis”.
De acordo com Siegel (1997, apud Marques 2000), de um modo geral, os pais destas
crianças apresentam maior adaptação e envolvimento com os filhos quando tomam ciência
mais cedo do diagnóstico.
Segundo Gayhardt (1996, apud Pereira & Serra, 2005) a adaptação da família ao Transtorno
do Espectro Autista se desenvolve por um esquema de sentimentos onde se inicia após o
diagnóstico. Pois existe um período de choque e negação que se identifica pela sensação de
perda. A imagem da criança idealizada se desmorona e é necessário o reconhecimento das
limitações da criança, surge um elevado grau de realismo, onde acabam por criar poucas
expectativas diante a capacidade dos filhos provocando uma super proteção.
Os pais atribuem a culpa a si mesmo ou à outras causas diante dessa situação em que os
filhos se encontram. A vergonha acomete à família a evitar a freqüentar locais públicos por
não conseguirem controlar alguns comportamentos dos filhos e acabam causando um
isolamento para evitar uma rejeição dos mesmos. Já a reflexão e esperança ocorrem à
medida que os pais começam à compreender as características do autismo e percebem a
necessidade e a forma como podem ajudar o seu filho a desenvolver-se. Há uma busca ativa
em termos terapêuticos para investir no desenvolvimento do indivíduo. A aceitação é

18
referida como o momento onde a família compreende e investe no auxilio ao filho buscando
o tratamento, a sua integração social e cultural.
Em síntese consiste em um processo de adequação, referindo à noção das transições de uma
família comum para enfrentamento das dificuldades acarretadas pela síndrome. Constata-se
que as famílias requisitam de um período de tempo para vivenciarem todo um conjunto de
sentimentos que possibilitam enfrentar de forma positiva as limitações do autista.
A família além da adaptação manifesta-se também essencial para o autismo, quando nos
referimos ao tratamento psicológico de acordo com Honing (1982, apud Marques, 2000), os
familiares são as pessoas mais conscientes das dificuldades e capacidades das crianças
autistas para além de que são os primeiros a fornecer uma base emocionalmente concreta,
reforçando assim a necessidade do seu envolvimento no processo de intervenção além de
apresentarem grande importância no momento da inte gração da criança na vida escolar.
Partindo desses pressupostos é possível delinear a família como um viés de extrema
essencialidade para o autista sendo ela o ponto de partida e apoio para o seu
desenvolvimento em diversas perspectivas.

4.7 Inserção dos indivíduos autistas na educação
A socialização é uma grande referência para pais de autistas. Perante a busca de tratamentos
para o filho já diagnosticado autista cabe a eles integrar a criança á sociedade, com a entrada
do filho a escola. Integrar a criança á comunidade, explica Borges (2010, apud Jerusalinsky
2007), é um momento gerador de crise, pois já nas primeiras saídas em locais onde estão
outras crianças, é perceptível para os pais o surgimento da rejeição social e este preconceito
ao autismo é perceptível pelas mães quando estão à procura das escolas para o filho.
A partir de pesquisas feitas em decorrência ao Transtorno do Espectro Autista, Carla Vasques
(2003, p.61) cita que:
A simp les matrícula destes alunos não é suficiente para garantir efeit os
potencializadores de desenvolvimento e aprendizagens. Pelo contrário, a inserção
em certos espaços pode promover, inclusive, o rechaço da própria escolarização
como u m todo.

A inclusão de autistas nas escolas certamente produzirá ansiedade, preocupação, medo,

19
hesitação em toda comunidade escolar, principalmente se esta instituição for de ordem
pública, sem os devidos acompanhamentos que este sujeito necessita para seu
desenvolvimento e interação social. A partir da consciência das limitações desses indivíduos
é justificável propor uma mudança curricular, efetuar um recurso de aula próprio ao aluno
autista conforme experiências apresentadas já por várias tentativas significativas onde o
colégio, associado aos outros profissionais que consisti uma rede de aprendizagem,
conseguir resultados construtivos nesse método de escolarização.
Não há um método preciso de trabalho com crianças autistas nas escolas, cada qual deve ser
respeitado conforme sua diferença, o apoio familiar, a mudança curricular, tudo isso é
importante para a construção destes processos inclusivos.

4.8 Políticas públicas voltadas para indivíduos autistas
Efetuaremos um resgate histórico e bibliográfico no subgrupo de Políticas Públicas voltadas
para indivíduos que possuam o Transtorno do Espectro Autista no âmbito da garantia de
direitos e das práticas clínicas voltadas para essa população; da mesma maneira, agregando
diferentes saberes, pretendemos ser propositivos em relação ao rumo dessas políticas
públicas, de modo que elas possam operar com o campo da subjetividade dos mesmos e das
pessoas que os cercam.
Seguindo essa linha, o Ministério da Educação, juntamente com outros órgãos educacionais,
instituíram a Lei nº 12.764/2012 voltada à Política Nacional de Proteção dos Direitos da
Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, atendendo aos princípios da Política Nacional
de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (MEC/2008) e ao propósito da
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. De acordo com essa mesma lei,
pessoas que possuem o Transtorno do Espectro Autista são conside radas deficientes e detêm
de leis favoráveis ao seu desenvolvimento social. Dentre as diretrizes de execução dessa lei
destacam-se medidas que tratem da efetivação do direito à educação:
I - a intersetorialidade no desenvolvimento das ações e das política s e no
atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista;
II - a participação da comunidade na formu lação de políticas públicas voltadas
para as pessoas com transtorno do espectro autista e o controle social da sua
implantação, aco mpanhamento e avaliação;
[...]

20
V - o estímu lo à inserção da pessoa com transtorno do espectro autista no mercado
de trabalho, observadas as peculiaridades da deficiência e as
disposições da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente);
VII – o incentivo à formação e à capacitação dos profissionais especializados no
atendimento á pessoa com transtorno do espectro autista, bem como pais e
responsáveis.

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva tem por
objetivo:
A transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a educação
superior; Atendimento Educacional Especializado; Continuidade da escolarização
nos níveis mais elevados de ensino; Formação de professores para o atendimento
educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão
escolar e dentre outros.

É importante ressaltar que a formação dos profissionais da educação possibilitará a
construção de conhecimento para práticas educacionais que propiciem o desenvolvimento
sócio cognitivo dos estudantes com Transtorno do Espectro Autista.
Sendo assim, diante das políticas educacionais apresentadas, torna-se possível inferir, que a
política está inerte em todos os cidadãos tanto na elaboração de direitos, como na efetuação
do deveres sociais, a partir de então, para que possamos exercer de fato a nossa cidadania de
forma democrática temos que fazer valer essas leis promulgadas de forma eficaz. Ao
analisarmos a lei instituída pelo Ministério da Educação, podemos visualizar o outro lado da
moeda na qual verificamos a dificuldade de inserção de indivíduos com tais transtornos no
meio social, visto que possuímos precariedade no nosso sistema educacional.
Alguns especialistas estabelecem que os autistas têm direito de estudar em escolas regulares,
tanto na Educação Básica quanto no Ensino Profissionalizante, e, se preciso, pode solicitar
um acompanhante especializado, essa descrição, esta instituída no art. 2o Último Parágrafo
da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro
Autista.
Existem diversos artigos intitulados em prol ao desenvolvimento educacional desses
indivíduos autistas. O lançamento dessa Política marca o Dia Mundial de Conscientização
do Autismo anualmente em 2 de Abril. A data foi instituída pela Organização das Nações
Unidas (ONU) em 18 de Dezembro de 2007 para esclarecer, informar e chamar a atenção da
sociedade para as pessoas que têm esse transtorno.

21
5 ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO COM AUTISTAS
5.1 Autismo visto nos variados pontos de vista psicológicos
A preocupação dos pais com o comportamento de seus filhos aparece em seus primeiros
anos de vida, sendo esse um período importante para se detectar quaisquer anormalidades
que envolvam o desenvolvimento. Esse pode ser prejudicado caso haja algum prejuízo
cognitivo e a probabilidade de desenvolverem um atraso de linguagem e comportamentos de
auto-agressão é maior. Problemas na comunicação e socialização permanecem no indivíduo
por toda a vida, no entanto, com o passar da idade esse quadro pode ser amenizado se o
paciente receber os cuidados adequados. Não há evidências de que um tipo de intervenção
surte efeito positivo em todos os pacientes e nem que seja capaz de curar o autismo.
Contudo, há tratamentos diferentes para as várias especifidades da doença, que dependem de
idade, do grau de déficit cognitivo, do comprometimento da linguagem e de sintomas gerais,
além do aspecto familiar, do suporte social e etc (BOSA, 2006).
Conforme aborda Souza et al. (2004), o psicólogo deve estar inserido no diagnóstico da
pessoa autista, pela importância analítica que deve possuir do comportamento entendido
como normal para a averiguação dos sintomas apresentados que destoam nesses pacientes,
sendo assim vital em um estudo mutidisciplinar de cada caso. Bosa (2006) afirma que o
tratamento deve ser estruturado de acordo com a idade do indivíduo. Em crianças, preocupase com a formação da linguagem e da interação social, enquanto que nos adolescentes o foco
são as habilidades sociais e o desenvolvimento da sexualidade. Enfatiza-se a importância
dos muitos profissionais que lidam com essa patologia e com as diversas abordagens do
mesmo, mas leva-se em consideração que a interação entre os mesmos como equipe e em
contato com a família se faz necessária.
Na busca de uma recuperação funcional do autista, encontra-se diferentes formas de
abordagem, sejam pelas correntes de análise psicanalítica, individual e cognitiva. Souza
apud Windholz (1995) aponta que a terapia comportamental seria a mais completa no
tratamento, embora o autor ainda busque a referência de uma abordagem adaptável, com a
aplicação da psicoterapia, psicanálise e orientação, como aborda Gauderer, pela
característica limitada que o mesmo vê em cada um dos enfoques de tratamento, estando

22
cada uma complementando a outra conforme o curso do processo terapêutico (SOUZA,
2004 apud GAUDERER, 1997).
Sabendo-se das variadas vertentes psicológicas, a abordagem psicanalítica parte de um
pressuposto inicial de estudo visando um diagnóstico precoce. Visani (2012, apud Laznik,
2000) defende uma identificação através da relação entre mãe e filho, sendo essa, a de maior
interação com o lactante desde o seu nascimento, capaz de perceber as reações que a criança
transmite à sua genitora. A mãe pode não desempenhar seu papel adequadamente, seja ela
em sua incapacidade materna de envolver-se emocionalmente, frustrando a expectativa do
filho quando este lhe pede um retorno. (DORIA; MARINHA & FILHO, 2006). O psicólogo
assim teria o papel de investigar, na ausência da capacidade por parte dos pais em assumir o
papel do outro primordial, sendo esse um termo adotado por pesquisadores lacanianos e
tende a se preocupar com o comportamento dos genitores no decorrer do processo, confirma
Dora, Marinho & Filho (2006). Nota-se dificuldade por parte dos pais em reconhecer a
dificuldade no relacionamento com a criança, podendo assim compromenter a técnica
terapêutica. É a partir dessas características na estrutura do relacionamento familiar que se
pode traçar os elementos fundamentais para levantar a hipótese de autismo. Dessa forma, o
psicanalista trabalha com as funções materna e paterna para que se surta resultados positivos
na terapia com a criança autista. Na inabilidade por parte dos pais em fornecer uma troca em
uma investigação psicanalítica, cabe ao profissional exercer essa função, observando as
manifestações que a criança produz (VISANI, 2012), e assim contribuindo para uma
melhoria das relações socio-afetivas (DORA; MARINHO & FILHO, 2006).

5.2 Abordagem Comportamental
Na aplicação do estudo para o tratamento do autismo, segundo Soares (2012), terapeutas
comportamentalistas utilizam-se das teorias behaviorista e funcionalista de Watson e Carr,
direcionado às famílias com paciente autista. Dessa maneira, investiga-se as resultantes
enfrentadas no dia a dia direcionados pelo condicionamento clássico e operante, modelagem
e mudança cognitiva. Essa busca visa a alterar, por via direta da família, os comportamentos
disformes apresentados pelo paciente.
Essa abordagem define um modelo, que consiste em: aquisição, fluência, manutenção,
generalização e adaptação, sendo moldáveis segundo o grau de aprendizagem apresentado

23
pelo autista. O estímulo, meio de controle para se reforçar determinado comando, é utilizado
para designar métodos de instrução, analisando ao se obter o comportamento almejado, o seu
reforço (SOARES, 2012). Para Soares et. al. (2012, Apud, Dunst Trivet; 2005), um auxílio
efetivo é conquistado quando se capacita a família a enfrentar os problemas e aplicar as
corretivas necessárias, possibilitando um controle da criança assim como do grupo familiar.
A utilização de terapia comportamental possibilita às crianças portadoras da síndrome uma
interação com objetos e jogos, que auxiliam em se u raciocínio e resolução de problemas.
Tais práticas devem ser constantemente monitoradas de maneira única para cada paciente
visando uma compreensão se determinada atividade está apresentando resultados às suas
necessidades e às dos pais (Soares et. al. (2012, apud Pimentel, 2005). Por essas práticas, a
reeducação através da terapia não é implicada somente ao paciente, mas também aos
pais/família, uma vez que esses necessitam estar atentos às mudanças apresentadas pelo
tratamento e observação da progressão alcançada. O auxílio do psicólogo é fundamental para
a instrução da família, tornando-os ativos no processo de decisão e percepção para o auxílio
de seus filhos autistas (SOARES, 2012).

5.2.1 Teoria da Mente (ToM - Theory of Mind)
A capacidade automática e espontânea de atribuir estados metais a si próprio ou ao próximo
é chamada de Teoria da Mente (ToM). A impossibilidade desse ato se denomina como
"cegueira mental" e impede o indivíduo de interagir socialmente. Estudos indicam que
portadores de autismo ou de transtornos mentais, como a esquizofrenia, o transtorno
esquizotípico de personalidade e o transtorno bipolar, possuem limitação no que se diz
respeito a habilidade mental de compreensão de seus comportamentos. Podem apresentar
baixo processamento das emoções, reconhecimento de faces, controle do olhar, capacidade
de imitar, comunicação gestual, compreensão de ironias e metáforas e reconhecimento dos
próprios pensamentos e do próximo, assim dizendo que pessoas que portam esses
transtornos são inabilitadas à Teoria da Mente. Essa expressão foi criada pelo primatologista
Premack e pelo psicólogo Woodruff ao questionarem se assim como os humanos, os
chimpanzés também possuiriam a mesma capacidade

(TONELLI, 2009). Os autores

tentaram demonstrar essa ideia a partir de um experimento com primatas a fim de saber se

24
esses animais eram capazes de interpretar certos comportamentos humanos (JOU & SPERB,
1999). Sobre a nomenclatura desse processo, Premack e Woodruff explicam:
Ao dizer que um indivíduo tem u ma teoria da mente, queremos significar que o
indivíduo atribui estados mentais a si próprio e aos outros (seja da mesma espécie
ou de outra). Um sistema de inferência desse tipo é, apropriadamente, visto como
uma teoria, p rimeiro, porque esses estados não são observáveis diretamente e,
segundo, porque o sistema pode ser usado para fazer pred ições, especificamente,
sobre o comportamento de outros organismos. (JOU & SPERB, 1999)

Denomina-se ToMi (Teoria da Mente Implícita) a habilidade automática de processar
informações provindas de um ambiente social e de inferir estados mentais. Já a capacidade
de otimizar o convívio com outras pessoas, dá-se o nome de ToMe (Teoria da Mente
Explícita). Acredita-se que ToMi e ToMe recrutem circuitos neurais distintos, e ToMe é
mais lenta no ponto de vista da eficácia, o que não permite um processamento online da
informação social. Baron-Cohen, Leslie e Frith (1986) estudaram crianças com Sindrome de
Down e Autistas, comparando suas capacidades interpretativas com crianças normais,
apresentando-as à vinhetas ilustradas que indicavam situações exigindo habilidades ToM e
vinhetas que não exigiam. A pesquisa mostrou que crianças autistas demonstravam pobreza
de compreensão das vinhetas que exigiam mentalização, o que mostrava que seu
desempenho era inferior ao de crianças normais e portadoras de Sindrome de Down.
Atualmente sabe-se que nem todos os autistas apresentam esse desempenho inferior quando
expostos ao mesmo teste, mas compreende-se que a maioria demonstra atraso nas
habilidades ToM em relação à crianças sem nenhum transtorno. A resposta para isso pode
ser explicado pelo prejuizo no que se diz respeito ao ToMi, fazendo com que os autistas
contem apenas com capacidades ToMe, as quais exigiriam mais tempo para um
desenvolvimento completo, uma vez que exigem aprendizado (TONELLI, 2009).
De acordo com Caixeta e Nitrini (2001), a psicologia cognitiva, a do desenvolvimento e a
evolucionista se interessaram pela Teoria da Mente e abordaram esse conceito cada qual à
sua maneira, aproveitando para entender certos aspectos até então não entendidos dentro
dessas abordagens psicológicas. A Teoria da Mente passou a designar um ramo da
Psicologia Cognitiva Social que se dedica a estudar a capacidade humana em compreender,
atribuir e interfirir em estados mentais aos outros e a si próprio. A Psicologia Cognitiva
Social se envolve com os estudos da congnição no que se diz respeito à geração de
representações mentais relacionados ao convívio social, partindo do princípio de que o
indivíduo seja capaz de elaborar um modelo mental do que ocorre com outra pessoa em
determinado momento (TONELLI, 2009).
25
5.2.2

TEACCH: Enfoque

no

Comportamental e

na

Psicolinguística
O programa TEACCH (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com déficits
relacionados à Comunicação), tem por base uma abordagem Behaviorista e Psicolinguística.
Busca através da investigação de condutas e tratamento utilizando estímulos visuais
compensar os déficits ocasionados pela síndrome, interagindo pensamento e linguagem,
dotando-o de uma característica funcional e prática (KWEE et al., 2009). Baseia-se nas
características de aprendizado do paciente e promove sua independência, sendo responsável
pelo suporte flexível e específico no indivíduo que apresenta Transtorno do Espectro do
Autismo e sua respectiva família. (University of North Carolina, 2013). Conforme afirma
Moreira (2005, Apud, Leon e Lewis (1997), o que sustenta o programa TEACCH são os
seguintes aspectos: espaços físicos bem definidos com sua função de uso; utilização de
comunicação visual, seja com murais ou cartões informativos.
Foi observado por Moreira (2005) que na utilização do método TEACCH, em análise de três
crianças, há um aumento no desenvolvimento apresentado no decorrer do ano, sendo
preservado o conhecimento adquirido. O método auxilia à criança lidar com tolerância às
situações que geram confusões, alterando assim certas tendências comportamentais. Tratar
cada individualmente, pois apesar de apresentarem um mesmo diagnóstico, o tratamento
deve ser direcionado à subjetividade de cada criança.

5.2.3

Análise

do

Comportamento

Aplicada

(Applied

Behavior Analysis: ABA)
O método ABA (Applied Behavioral Analisys), seguindo princípios da Análise do
Comportamento, é aplicado em âmbito educacional, proporcionando uma atenção especial a
esses pacientes. Sua aplicação consiste logo com a criança pequena, que não elimina seu uso
em jovens e adultos. Sua terapêutica é individual e requer envolvimento tanto dos pais como
em ambiente escolar. Têm como característica não ser punitiva, gerando sempre ações que
positivem o esforço e objetivos alcançados pelos pacientes, contemplando assim atividades

26
sociais, educacionais, de linguagem, cuidados pessoais, motoras e suas brincadeiras (LEAR,
2004).
A técnica de premiação e estímulo quanto aos resultados alcançados, é sustentado pelo
método Ensino de Tentativas Discretas (Discrete Trial Teaching: DTT). O método DTT
consiste em apresentar as atividades de aprendizado aplicadas pelo professor, em pequenas
abordagens seguidas de várias tentativas, mesmo que o profissional auxilie no processo,
fazendo assim um reforço positivo, bonificando a criança com o sucesso alcançado com o
que foi proposto (LEAR, 2004).
Ivar Loobas é um psicólogo que utilizou os princípios das técnicas de ABA e DTT em
conjunto, publicando em 1987 os resultados encontrados. Quantitativamente, em um grupo
de 19 crianças, 47% que foram contempladas com o tratamento alcançaram níveis normais
de capacidade funcional tanto educacionalmente como intelectualmente, apresentando QI
dentro da normalidade e desempenho escolar na primeira série em nível padrão em escolas
públicas. Outros 40% apresentaram leve retardo e necessitaram de frequentar classes
especiais para aprendizado de linguagem. Os participantes remanescentes do tratamento
apresentaram retardo severo. De maneira comparativa, em um grupo de 40 crianças não
sujeitas à terapeutica, somente 2% atingiram níveis normais de capacidade intelect ual e
educacional. Outras 45% apresentaram retardo leve e 53% apresentaram retardo severo
(LEAR, 2004).

27
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebe-se a grande importância no conhecimento do Transtorno do Espectro do Autismo,
visto que trata-se de uma condição muito falada atualmente. Os profissionais da saúde se
empenham a fim de trazer a esses indivíduos formas de tratamento que se adequem às suas
especificidades emocionais e físicas, a fim de aliarem-os à vida em sociedade.
Discutiu-se ao decorrer desse trabalho, sobre o que levou a caracterizar o Autismo ao que ele
é hoje, sua formação histórica, biológica e genética e o papel do profissional da Psicologia
atribuindo certas técnicas terapêuticas no processo. A presença do psicólogo se faz
necessária para atentar-se aos aspectos psíquicos do indivíduo, já que sentem dificuldade em
expressarem e entenderem sobre seus próprios sentimentos e atribuí- los também aos outros.
Não só por isso, mas para bem se ajustarem e se incluírem no âmbito familiar e social,
trazendo a família para trabalhar ativamente na manutenção do tratamento.
A proposta psicanalítica se encontra bem fundamentada, no que se diz respeito à teoria
abordada quanto ao surgimento desse transtorno com o indivíduo e pode ser facilmente
encontrada enquanto se realiza quaisquer pesquisas relacionadas ao Autismo. Das
abordagens psicológicas, essa é a que mais se destaca em âmbito teórico. Verificou-se uma
variedade maior de artigos científicos tratando da abordagem psicanalítica, tendo em suas
observações, a citada conexão entre causa e problema
Embora a pesquisa bibliográfica possa aparentar ser mais rápida e elaborada numa linha de
raciocínio psicanalítico, devido ao grande número de artigos científicos que concerne à
respeito, e que aqui tenha sido apresentada alguns pontos gerais no que concerne à
psicologia num âmbito maior, o trabalho se embasa levemente em uma abordagem
comportamental, a partir do momento em que se encontram mencionados programas,
métodos, atividades e dinâmicas que fazem parte da teoria Behaviorista.
Entretanto, a pesquisa nesse sentido foi contemplada com uma base teórica restrita para tal, e
para que a busca dos métodos utilizados fossem eficazes, foi-se necessário recorrer ao
conteúdo disposto por instituições que estudam e tratam o autismo e basear-se nos
fundamentos e técnicas apresentadas por elas, enquadrando o psicólogo numa posição de
expositor desses meios e fazendo uso de atividades que requerem certas habilidades e
cuidados para que todo o processo seja eficaz.
28
Pode ser percebido os inúmeros programas e métodos que existem para lidarem com o
Transtorno do Espectro do Autismo. As técnicas ABA e TEACCH, cada qual com suas
características, mas podendo trabalhar em conjunto; são amplamente utilizadas e respaldadas
não somente pelos profissionais que as desenvolveram, mas também pelas instituições que
fazem delas instrumentos de capacitação e socialização autista.
Inferiu-se a grande importância da utilização desses métodos e como a abordagem
comportamental se insere em um tratamento como esse. A ideia central deve distanciar-se do
discurso de que o indivíduo autista deve permanecer patológico. Os autistas são pessoas com
necessidades especiais tanto no domínio escolar, como social e familiar, com isso, é
necessária devida atenção específica e exaustiva para que possam permanecer em sociedade
de forma mais feliz e aceitado possível.
Conclui-se assim, que a Psicologia sendo uma área do conhecimento que abrange diversos
cenários do desenvolvimento humano, é de extrema importância que ela se faça presente em
casos de autismo, utilizando-se dos métodos necessários e comprovadamente eficazes que
proporcionem um tratamento efetivo. Não só isso, mas também a importância de políticas
públicas que insiram a criança ou o sujeito autista de forma a não excluí- lo dos meios da
educação e da cultura, com a finalidade de trazê-lo à uma realidade completamente possível
a ele.

29
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Transtorno Espectro Autista

  • 1. Centro Universitário UNA Beatriz Salvador De Oliveira Daniela Nascimento Gabriel Melchior Geiscislaine Laís Martins Jean Pablo Esteves Jeane Oliveira Santos Natália Caroline Nathália Ferrari Rhayenne Dellamaris TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA Belo Horizonte, 2013.
  • 2. Beatriz Salvador De Oliveira Daniela Nascimento Gabriel Melchior Geiscislaine Laís Martins Jean Pablo Esteves Jeane Oliveira Santos Natália Caroline Nathália Ferrari Rhayenne Dellamaris TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA Trabalho acadêmico apresentado ao Curso de Psicologia do Centro Universitário UNA como requisito parcial para aprovação na disciplina Trabalho Interdisciplinar Dirigido II. Prof.: Hunayara Tavares Belo Horizonte, 2013.
  • 3. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 4 2 METODOLOGIA................................................................................................................. 6 3 LISTA DE SIGLAS........................................................................................................... 7 4 HISTÓRICO DO AUTISMO, SUA ETIOLOGIA E RELAÇÕES INTERPESSOAIS................................................................................................................. 8 4.1 Origem Etimológica e definição................................................................................. 8 4.2 Histórico do Autis mo.................................................................................................. 9 4.3 Aspectos genéticos que proporcionam o desencadeamento do autis mo..................10 4.4 Como identificar um indivíduo autista...................................................................... 12 4.5 Síndrome de Asperger................................................................................................ 14 4.6 As inte rfaces de mães e da família de autistas...........................................................18 4.7 Inserção dos autistas na educação............................................................................. 19 4.8 Políticas públicas voltadas para indivíduos autistas................................................ 21 5 ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO COM AUTISTAS........................................................... 21 5.1 Autis mo visto nos variados pontos de vista psicológicos............................................ 21 5.2 Abordage m Comportame ntal....................................................................................... 22 5.2.1 Teoria da Mente (ToM - Theory of Mind).......................................................... 23 5.2.2 TEACCH: Enfoque no Comportamental e na Psicolinguística......................... 25 5.2.3 Análise do Comportamento Aplicada (Applied Behavior Analysis: ABA)................................................................................................................................ 25 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................. 27 REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO................................................................................. 29
  • 4. 1 INTRODUÇÃO Neste trabalho busca-se discutir o Autismo e seus enfoques de identificação e tratamento. A palavra autismo vem do grego “autos” que significa a “de si mesmo” ou “próprio” e começou a ser usada pelo autor Plouller em 1906. É sabido que o autismo é um distúrbio de desenvolvimento, com etiologias múltiplas, de origem neurobiológica, o que implica uma abordagem sobre os diferentes aspectos comportamentais ligado ao Autismo e seus processos de identificação. Busca-se discutir o Autismo e seus enfoques de identificação e tratamento partindo de sua conceituação desde os primeiros estudos feitos no início do século XX com os desafios de compreender suas manifestações, às descobertas que enfatizam os tratamentos nos dias atuais. O autismo se apresenta como uma anormalidade específica à condição cerebral, de origem complexa, assumindo-se como um transtorno no seu desenvolvimento comportamental. As suas manifestações comportamentais varia de acordo com fase em que o individuo se encontra e suas capacidades, embora as suas características gerais, presentes em todos os estádios de desenvolvimento, são perturbações no âmbito social em sua imaginação e convivência. É necessário abordar os diferentes aspectos comportamentais ligado ao Autismo e seus processos de identificação. Dessa forma, será explicitado o Autismo em sua fase mais importante, diagnosticada na infância, investigando os quadros característicos. Enfatiza-se a importância do tratamento precoce, a fim de amenizar os sintomas do Transtorno do Espectro do Autismo no que se diz respeito à linguagem e ao desenvolvimento no decorrer da vida da criança. Serão expostas as diferenças e semelhanças entre o Autismo Clássico e a Síndrome de Asperger, que por sua vez não pode ser identificada nos primeiros anos de vida. A Síndrome de Asperger só pode de fato ser identificada depois dos 6 anos de idade, pois esses indivíduos não possuem déficits cognitivos aparentes. Demonstra-se a visão que psicólogos e psiquiatras defendem a respeito dessa disfunção, qual é a correlação existente entre o autismo, genética, meio ambiente e sociedade. A dificuldade encontrada pelos pesquisadores ao investigarem sobre esse tema que hoje é de suma relevância para a busca de uma sociedade igualitária, juntamente com sua forma de atuação 4
  • 5. e tratamento adequados, levando-se em conta as diferentes correntes de estudos psicológicos, sendo elas a comportamental, psicanalítica, gestalt e humanista. Será enfatizada a importância do diagnóstico precoce e as estratégias de controle utilizadas para minimizar os impactos sofridos pelo indivíduo que por sua vez tornam-se seres agressivos e rebeldes em contato com um mundo até então desconhecido por eles. Se faz importante entender os processos de socialização do autista, na importância da família dentro do contexto terapêutico e como a cultura influencia os procedimentos do tratamento. Os desafios que surgem face a questão do Transtorno do Espectro do Autismo, principalmente num contexto em que a presença de uma criança no meio familiar, mobiliza atenção e esforço em prol de sua socialização. Dentro de uma interdisciplinaridade de tratamento, levando em consideração a idade, o sexo, o grau de déficit cognitivo e os outros fatores inerentes que norteiam a vida do paciente e a importância da integração entre os profissionais que cuidam do mesmo caso. Com isso, será apresentado a atuação do profissional de Psicologia no tratamento do Autismo, sua forma de atuação, levando-se em conta as diferentes correntes de estudo psicológicas, tendo um enfoque nessa revisão bibliográfica nas buscas de pesquisa e tratamento cognitivo/comportamental para indivíduos com tais sintomas. O papel do psicólogo se explicita em meio ao diagnóstico, de forma a identificar os atos que divergem de uma normalidade, estando este a atuar segundo sua linha empregada, visando uma integração não somente familiar, mas social aos autistas. 5
  • 6. 2 METODOLOGIA Este trabalho é resultado de uma pesquisa de natureza bibliográfica de caráter qualitativo. Para tal, foram feitos levantamentos de publicações ou bases de dados em termos descritos pelo SCIELO e BVS-psi (1996-2013), utilizando os seguintes descritores para busca dos artigos: “Autismo”, “Atuação do Psicólogo com crianças Autistas”, “Mães de Autistas”, “Transtorno do Espectro Autista” e “Socialização do Autista”. Todavia, para a construção da interdisciplinaridade o tema foi discutido entre o grupo de alunos na qual foi elaborada a sistematização do assunto a ser abordado juntamente com o auxílio dos professores do segundo módulo de Psicologia. 6
  • 7. 3 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ABA (Applied Behavioral Analisys): Análise Comportamental Aplicada DSM IV: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5 DTT (Discrete Trial Teaching): Ensino de Tentativas Discretas LOCI: Local fixo de um cromossomo onde está localizado um gene. ONU: Organização das Nações Unidas QI: Quociente de inteligência SN: Sistema Nervoso TEACCH: Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com déficits relacionados à Comunicação. ToM: Teoria da Mente ToME: Teoria da Mente Explícita ToMI: Teoria da Mente Implícita 7
  • 8. 4 HISTÓRICO DO AUTISMO, SUA ETIOLOGIA E RELAÇÕES INTERPESSOAIS 4.1 Origem etimológica e definição A palavra "autismo", originada do grego autos - eu próprio -, é utilizada para definir um tipo de transtorno global do desenvolvimento, sendo este último um "grupo de transtornos caracterizados por alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e modalidades de comunicação e por um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Estas anomalias qualitativas constituem uma característica global do funcionamento do sujeito, em todas as ocasiões" (CID 10). O conceito de "espectro do autismo" abrange indivíduos que apresentam essas anormalidades, seja leve ou grave, e inclui o Transtorno Autista como um transtorno prototípico, além do Transtorno de Asperger, Transtorno de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância e dos Transtornos Globais do Desenvolvimento Sem Outra Especificação. (TONELLI, 2011) A Organização Mundial de Saúde, através da Classificação Internacional de Doenças caracteriza o autismo com os seguintes aspectos: a) u m desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes da idade de três anos, e b) apresentando uma perturbação característica do funcionamento em cada um dos três domínios seguintes: interações sociais, co municação, co mportamento focalizado e repetitivo. Além disso, o transtorno se acompanha comu mente de numerosas outras manifestações inespecíficas, por exemplo fobias, perturbações de sono ou da alimentação, crises de birra ou agressividade (auto -agressividade). (OMS – CID-10) Para Santos & Souza (2005), o autismo é considerado uma síndrome relacionada ao comportamento e que possui características de distúrbio de desenvolvimento, que afetam as capacidades físicas, sociais e linguísticas e relacionamento anormal com objetos, eventos e pessoas. Pesquisas apontam que fatores biológicos são determinantes em quase todos os casos de autismo, mesmo que ainda não se tenha definido um marcador biológico específico. De acordo com Frith (1994), existe uma enorme diversidade neste transtorno, encontrandose sujeitos com bloqueios comportamentais intensos, á medida que outros são afetuosos e fáceis de lidar. Alguns mostram dificuldades no aprendizado bastante específicas que prejudicam seu desempenho principalmente no âmbito escolar, enquanto que outros conquistam elevado grau universitário e assim sucesso acadêmico, enquanto que outros 8
  • 9. encontram o seu “lugar” na sociedade e sentem-se razoavelmente integrados, mas outros ficam isolados, e a cada dia sentem-se mais excluídos e desintegrados na sociedade. 4.2 Histórico do Autismo Em 1911, Eugen Bleuer (1857-1939), atribui o termo autismo inicialmente a determinados sintomas que se contradizem com a definição que Leo Kanner viria a contrapor logo depois, de acordo com Rivera (2007 apud Rutter, 1984, pp. 1-26). Expressou com esse nome, a inclusão abrupta à fantasia em que alguns pacientes se encontravam, o que Bleuer afirmava que esses transtornos esquizofrênicos e a conduta intencional de evitar relações sociais se davam por conta própria do doente. Em 1943, o autismo foi descrito pelo psiquiatra austríaco Leo Kanner através do artigo intitulado "Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo", publicado na extinta revista The Nervous Child, onde apresenta uma observação de um grupo de crianças na qual onze delas manifestavam comportamentos parecidos. Logo, o a utismo foi visto como uma doença específica, relacionada ao segmento da esquizofrenia. (PEREIRA, 1999). Segundo Baron & Cohen apud Sousa et al (1990, p.408) apesar de o assunto ter surgido em 1943, houve depois disto, uma ausência de estudos durante os vinte anos seguintes. O fato ocorreu pois na época, Kanner descreveu o autismo como uma alteração puramente emocional, o que foi bem aceito pelos psicanalistas. Somente no inicio da década de 60 houve uma mudança na forma de percepção quanto ao autismo, e então os psicólogos começaram a considerá- lo como uma desordem cognitiva. Para Timo; Maia; Ribeiro (1992, apud Klinger; Rogers p.157-186; 2000, p.79-107), o autismo era compreendido como um distúrbio básico de processos cognitivos e linguísticos, fugindo de uma análise que implique na contribuição social e afetiva para a síndrome. Em 1997 observou-se um aumento na proporção de indivíduos com a síndrome de autismo onde a cada 500 indivíduos um possui a síndrome, entretanto para Marques (1993) o autismo até a data presente, era considerado uma doença rara, pois atingia uma a cada 1.200 pessoas. O autismo é mais comum em pessoas do sexo masculino com uma incidência de quatro vezes mais em relação ao gênero feminino e parece não associar-se a quaisquer 9
  • 10. fatores sejam econômico racial e social. Porém acredita-se que está relacionado à genética. (SANTOS; SOUSA apud DUNLAP et.al. 1999). É sabido que o autismo é um distúrbio de desenvolvimento, com etiologias múltiplas (ASSUMPÇÃO, 1995), de origem neurobiológica (GILBERG & COLEMAN, 1992 apud BOSA & CALLIAS, 2000), não necessariamente relacionando à problemas na interação mãe-bebê, e sim com fatores ambientais, com vacinas e diversas outras hipóteses já levantadas a respeito da doença. O autismo é uma doença congênita, não temos o poder de criar filhos autistas, eles nascem com esta deficiência, que pode se manifestar desde seu nascimento (sendo o autismo clássico) ou até o dois anos de idade (MOREIRA, 2001). De acordo com o DSM IV-TR (2002) este transtorno de desenvolvimento afeta 1:1000 crianças, tendo incidência maior no sexo masculino (3:1/4:1). 4.3 Aspectos genéticos que proporcionam o desencadeamento do autismo Sabe-se que as manifestações autísticas são tidas como fontes de estudos e indagações do conhecimento científico, servindo se aparato para estudos nas áreas biológicas/gênicas que vêm desencadeando uma série de estudos que proporcionam uma resposta mais válida e coerente a respeito dessa doença. Segundo vários estudos efetuados pela investigadora do Instituto de Ciências da Gulbenkian, uma das observações mais consistentes no Autismo é o aumento anômalo dos níveis de serotonina com graves conseqüências a nível do neurodesenvolvimento e do funcionamento do Sistema Nervoso Central (VILELA; DIOGO; SEQUEIRA, 2009). Apesar de se saber que o autismo afeta o funcionamento cerebral, continua por se conhecer a sua causa específica. De fato, a maioria dos autores defende uma etiologia multifatorial, sendo que cada uma dessas múltiplas causas pode manifestar-se em diferentes formas ou subtipos de autismo. A partir de tal afirmação, os autores Vilela; Diogo; Sequeira ( 2009) afirmam: 10
  • 11. O co mportamento autista tem sido relatado nas patologias clínicas do lobo temporal. As disfunções das regiões temporais podem explicar grande parte dos sintomas clín icos (déficit perceptivo, emocional e cognitivo) observados no autismo. Além disso, as regiões associativas temporais estão estreitamente conectadas aos sistemas sensoriais associativos frontais, parietais e límb ico. O lobo temporal é necessário para o processamento de inúmeros estímulos internos e externos que atuam no sistema nervoso (SN) por meio dos órgãos dos sentidos, principalmente os órgãos sensoriais visuais e auditivos. O lobo temporal é também fundamental para o processamento dos estímulos, dando origem às experiências vivenciadas em nosso mundo. Sabe-se que o comportamento autista está associado à diversas disfunções cerebrais,que atuam em diferentes regiões do mesmo, tais como a ativação anormal auditiva, que segundo os autores Vilela; Diogo; Sequeira (2009), está associada ao córtex temporal esquerdo, essa região temporal também está associada a organização cerebral da linguagem. “Esta ativação anormal do hemisfério esquerdo pode estar envolvida, nos prejuízos de linguagem e na resposta comportamental inadequada aos sons dos autistas (VILELA; DIOGO; SEQUEIRA, 2009).” Estudos realizados pelos autores citados acima, constatam que os indivíduos que possuem o Transtorno do Espectro Autista, realizam maiores atividades na região temporo-occipitais, salientando que os mesmos possuem diferentes ativações cerebrais e podem ser essas diferentes atividades que caracterizam a forma distinta de seu comportamento. As buscas para a causa do autismo são contínuas, em pesquisa realizada foi descoberto que em uma família que já há uma criança com a síndrome de autismo, esta probabilidade é aumenta de 3% para 8% (Gadia apud Shao, Fisher et al et al, 2002). Em uma análise feita nos genomas descobriu-se ligações entre a doença e alguns cromossomos, sendo eles 2,7, 1 e 17 os mais efetivos. A ligação se torna ainda maior a respeito dos cromossomos 2 e 7 tratando-se de autistas que possuem déficits severos de linguagem. A explicação relatada para esta experiência é a seguinte: “O gene responsável por esse transtorno severo de linguagem foi identificado como u m fator de transcrição putativo. Outro gene localizado no cromossomo 7 com u ma possível associação com o autismo é que o gene que codifica a reelina. Essa proteína extracelular serve de guia para a migração neuronal durante o desenvolvimento cerebral, principalmente do córtex cerebral, do cerebelo do hipocampo e do tronco cerebral.( Gad ia et al apud PERSICO et al, LAI et al 2004.)” 11
  • 12. Todavia, sabe-se que os estudos relacionados à genética ainda são poucos para a grande curiosidade e extensão do assunto. O autismo é um transtorno genético muito complexo e de acordo com as pesquisas já realizadas há entre 5 e 100 loci ( local fixo de um cromossomo onde está localizado um gene) podem estar relacionados ao TEA. Ainda assim, sabendo que vários cromossomos estão ligados com a síndrome, não há nenhuma resposta definitiva (Gadia et al apud Vukicevic et al). 4.4 Como identificar um indivíduo autista O autismo se caracteriza como um dos transtornos mais desafiadores para a clínica Psiquiátrica e Psicológica. Seu diagnóstico é por observação, e o manejo clínico é complicado porque geralmente o autista não estabelece vínculo ou responde de maneira mais ou menos esperada as tentativas de interação do terapeuta (ESEQUIAS, 2010). Quando nos referimos a indivíduos autistas devemos considerar as suas características singulares, no entanto “A personalidade autista é altamente distinta apesar das amplas diferenças individuais.” De fato, os autistas distinguem-se de quaisquer outros, não apenas pelo nível do distúrbio de contato e das capacidades intelectuais, mas também pela sua personalidade e interesses peculiares, geralmente originais e variados (SANTOS; SOUZA apud ASPERGER, 1994, p. 67). O diagnóstico deve ser dado por profissionais especializados e de diversas áreas da saúde para que não haja discrepâncias na nomeação de tal transtorno, pois, quanto mais cedo este for identificado, maiores são as chances de o tratamento obter resultados benéficos ao indivíduo. De acordo Amato et.al. (2011) apud Lord C., a questão do diagnóstico envolve, desde a distinção entre a suspeita de surdez por algumas famílias, associada à ausência de linguagem de algumas crianças autistas, até as discussões a respeito dos limites que podem ser determinados entre os grandes distúrbios do desenvolvimento, como os do espectro do autismo, os distúrbios específicos de linguagem e os transtornos de hiperatividade e déficit de atenção. Dentre os vários sintomas apresentados por indivíduos autistas, encontra-se o desenvolvimento anormal ou desajustado antes do terceiro ano de vida, nas seguintes áreas: interação social, retardo na linguagem, falta de reciprocidade social ou emotiva, sendo 12
  • 13. praticamente incapaz de expressar seus sentimentos, possui falha na imaginação e preocupase em realizar atividades rotineiras e não funcionais etc. Para Aarons e Gittens (1992) o conjunto de características que definem os indivíduos autistas resume-se por: incapacidade desenvolver relações com outros indivíduos, atraso na aquisição da linguagem, uso não-comunicativo da linguagem verbal (mesmo depois do seu desenvolvimento), ecolalia, jogo repetitivo e estereotipado, boa memória de repetição e aparência física normal. Segundo os autores Vilela; Diogo; Sequeira (2009), as aptidões cognitivas dos indivíduos autistas, possuem um nível menor e/ou desigual em relação ao nível de inteligência: Em crianças com a perturbação artística, o nível da linguagem receptiva (comp reensão da linguagem) são inferiores ao da linguagem exp ressiva (vocabulário). Os sujeitos com esta perturbação podem apresentar uma ampla gama de sintomas comportamentais tais como a hiperatividade, redução no campo de atenção, impulsividade, agressividade, comportamentos auto -agressivos e birras, especialmente, nas crianças mais jovens. Torna-se possível salientar que esses indivíduos respondem de forma agressiva a sons e luzes, apresentando também resistência ao sono além de criarem uma dieta restrita, prendendo-se somente a alguns tipos de alimentação. Na adolescência ou inicio da vida adulta podem deprimir-se quando conscientes do seu grave déficit cognitivo. De forma sucinta as características mais comuns do Autista são: Tem dificuldade em estabelecer contacto com os olhos; Parece surdo, apesar de não o ser; Pode começar a desenvolver a linguagem, mas repentinamente ela é completamente interro mpida; Age co mo se não tomasse conhecimento do que acontece com os outros; Por vezes ataca e fere outras pessoas mesmo que não existam mot ivos para isso; Costuma estar inacessível perante as tentativas de comunicação das outras pessoas; Não explora o ambiente e as novidades e costuma restringir-se e fixar-se em poucas coisas; Apresenta certos gestos repetitivos e imot ivados como balançar as mãos ou balançar-se; Cheira, morde ou lambe os brinquedos e ou roupas; Mostra-se insensível aos ferimentos podendo inclusive ferir-se intencionalmente (VILELA; DIOGO; SEQUEIRA, 2009). A partir da realização de pesquisas científicas, constatou-se que o autismo não é um distúrbio do contato afetivo, e sim um distúrbio do desenvolvimento. A partir de tal fato, constitui-se o autismo como uma síndrome comportamental, por ser definida com base nos padrões exigidos pela sociedade. O autismo não é uma doença, nem tão pouco é contagioso, não havendo indícios de que se adquira através do contato com o meio, é uma disfunção cerebral que afeta o funcionalismo do cérebro (SOUZA; SANTOS). 13
  • 14. 4.5 Síndrome de Asperger Esta Síndrome foi identificada em 1944, mas só foi oficia lmente reconhecido como critério de diagnóstico no DSM-IV em 1994. Como resultado, muitas crianças foram mal diagnosticadas com síndromes como Autismo, Perturbação Obsessivo – Compulsivo, etc. É uma desordem pouco comum, contudo importante na prevenção do processo psicológico de crianças, que tardiamente é diagnosticado devido à falta de conhecimento por parte dos profissionais, nomeadamente dos professores e educadores (VILELA; DIOGO; SEQUEIRA, 2009). Por sua vez, essa síndrome não poderia ser identificada nos primeiros anos de vida como ocorre com o Autismo, pois neste período as crianças desenvolvem uma linguagem altamente correta do ponto de vista gramatical. Apesar de existirem algumas semelhanças com o Autismo, as pessoas com Síndro me de Asperger geralmente têm elevadas habilidades cognitivas (pelo menos Q.I. normal, às vezes indo até as faixas mais altas) e por funções de linguagem normais, se comparadas a outras desordenas ao longo do espectro (TEIXEIRA, 2000). As principais características que distinguem a Síndrome de Asperger do Autismo são as habilidades “normais” da inteligência e da linguagem. A preservação destas habilidades pode, por vezes, “enganar” o diagnóstico e este ser tardio (VILELA; DIOGO; SEQUEIRA, 2009). Mesmo que estes indivíduos não apresentem déficits cognitivos, torna-se necessário que os mesmos recebam uma educação especializada e de qualidade para que possam controlar seu comportamento e direcione suas habilidades a determinadas áreas que possuam maior integralidade. Pessoas com essa Síndrome têm necessidade de fazer amigos e realizar diálogos monólogos principalmente com adultos, mas muitas vezes acabam afastando as pessoas ao seu redor por sua grande excentricidade e vulgaridade na abordagem das mesmas. Os autores Vilela; Diogo; Sequeira (2009) explicitam que indivíduos com a Síndrome de Asperger são capazes de descrever corretamente de uma forma cognitiva e formalista, as emoções, sentimentos e intenções das demais pessoas, mas sem nunca saberem para que servem essas informações. Não conseguindo assim uma interação com o outro. De acordo com o autor Vilela (2009), as características mais evidentes da Síndrome de Asperger são: Atraso na fala, desenvolvimento fluente da linguagem verbal antes dos 5 anos. Dificu ldade na linguagem mais rebuscada, ecolalia (repetição do que ouvem eco) 14
  • 15. de palavras ou frases; Interesses restritos escolhem u m assunto de interesse. Casos mais comuns é o interesse exagerado por coleções e cálculos; Presença de habilidades não mu ito co muns, tais como cálculos mentais, memorização de grandes seqüências (mapas de cidades), ouvido musical absoluto, entre outros; Incapacidade de interpretar metáforas, mentiras, ironias, frases com duplo sentido; Dificu ldades no uso do olhar, expressões faciais, gestos e mo vimentos corporais, como a co municação não verbal; Pensamento concreto; Dificuldade para entender ou expressar emoções e dentre outros. Por fim, ao observar as características citadas acima, torna-se necessário salientar que o diagnóstico só pode ser dado como tal, depois dos 6 anos de idade, diferentemente do Autismo que se midiatiza aos 3 anos de idade. Além do mais, essas crianças podem possuir perfis de super dotados, pois, possuem habilidades cognitivas acentuadas e elevadas. O autista está isolado no seu próprio mundo. O sujeito com Asperger está no nosso mundo, porém vivendo o seu estilo próprio de forma isolada. (VILELA; DIOGO; SEQUEIRA, 2009) 4.6 As interfaces de mães e da família de autistas De acordo com Smeha & Cezar (2011), ao engravidar, a rotina da mãe sofre mudanças, principalmente se esta for uma primeira gestação. Enquanto a gravidez perdura, os pais criam expectativas e fantasias com o filho esperado. Quando estes se deparam com uma criança que possui alguma limitação significativa, abre-se uma distância entre o filho perfeito, onde os genitores depositam seus sonhos e ideais como forma de concretizá- los, e o filho da realidade; o que tornam essas expectativas extremamente frágeis, já que a criança fantasiada não existe. Smeha & Cezar (2011 apud Buscaglia, 2006) afirmam que ao enfrentarem com essas limitações, a sensação da família é de encarar o desconhecido, causando sofrimento, confusão, frustrações e medo, tornando o ato da paternidade e maternidade uma experiência complexa, mesmo com todo o auxílio profissional que esses pais venham a ter. Segundo Borges (2010, apud Buscaglia, 2006), deparar-se com as limitações do filho, em qualquer família, é sempre um encontro com o desconhecido. Encarar essa nova e inesperada realidade causa preocupação, angustia sofrimento e medo. Tornando assim a maternidade e a paternidade complexa, mesmo tendo apoio total de familiares e profissionais qualificados, as cargas de maiores responsabilidade sobre caem sobre os pais. 15
  • 16. Diante disso, caracteriza-se esse diagnostico como um transtorno de inicio precoce, com causas diversas e que compromete o processo do desenvolvimento infantil (BORGES, 2010 apud FACION; MARINHO; RABELO, 2002). Estudos elaborados pela Associação Psiquiátrica Americana (APA, 2002), explica: O autis mo está entre os “transtornos globais do desenvolvimento” e seu compro metimento está pressente em três áreas do desenvolvimento: habilidades de interação social recíproca, habilidades de co municação e co mportamento, interesses e atividades com padrões restritos e repetitivos (APA, 2002). Desta maneira, para se adequar aos limites e necessidades precisas da criança com autismo, a família necessita de constantes alterações em seus costumes diários (BORGES, 2010 apud FÁVERO; SANTOS, 2005; SCHIMIDT; DELL’AGLIO; BOSA, 2007). Considerado então que há necessidade de acompanhamento no comportamento de crianças autistas, somando o grau de gravidade que se apresenta no mesmo, podem constituir estresse em grande escala aos familiares (BORGES, 2010 apud SHIMIDT; BOSA, 2007). Estudos estão sendo comprovados atestando a presença de estresse nas famílias de indivíduos portadores do autismo, destaca-se também, o impacto que as crianças com este diagnóstico criam sobre seus familiares, em consequência ao tempo e esforço que são essenciais para dar conta da sobrecarga de cuidados exigidos pelos mesmos. Ao perceber que o filho, em decorrência do autismo, apresenta uma variedade de limitações as mães procuram por soluções na tentativa de abrandar o efeito do autismo. Afirmam Borges (2010, Mannoni 1999; Jerusalinsky 2007): Os pais demandam incansavelmente diagnósticos, avaliações e indicações por que anseiam que seja “curado” o filho que apresenta algum co mpro met imento, pois a criança que não corresponde ao ideal frag iliza o narcisismo desses pais, já que o futuro sonhado por eles para o filho se apresenta no plano do improvável. Os pais percebem que as pessoas ficam incomodadas com a presença de um autista e segundo Borges (2010 apud Mannoni 1999), “qualquer ofensa ao filho é sentida pela mãe como se fosse dirigido a ela própria” com isso, elas sacrificam-se inteiramente aos cuidados do filho. Mediante a isso Borges (2010, apud Núñes 2007), afirma que “a mãe dedica todo seu tempo e sua energia para cuidar do filho, sacrificando-se como mulher e esposa”. Destaca-se ainda que este caminho e cuidados não possam ser trilhados sozinhos pois, as mães necessitam contar com a ajuda de demais pessoas ou instituições para adquirir conhecimentos específicos para que não fique sobrecarregada com os cuidados do filho. As redes sociais, como a família ampliada, a co munidade, a escola e a equipe de profissionais, são fontes de auxilio e informações diante das advertências sentidas 16
  • 17. pelos pais em decorrência da situação limitante do filho (CASTRO; PICCININI, 2002). E para a contribuição do tratamento Borges (2010, apud Owen 2007), afirma que é necessário um trabalho em equipe interdisciplinar, aliando a psicoterapia á farmacologia. Borges (2010, apud Bossa 2006), por sua vez afirma que o tratamento se torna eficaz quando a equipe técnica possui habilidades para trabalhar junto a família do autista. Devido a esse fator, a principal fonte de apoio vem da família. Os maridos auxiliam principalmente com o sustento financeiro. De acordo com Borges (2010, apud Núñes 2007), a mulher fica em casa para cuidar do filho, e cabe ao marido trabalhar fora e encarregar do sustento financeiro. Outra fonte de apoio não menos importante vem na presença de irmãos e dos avós. Para Borges (2010, apud Castro e Piccinini 2002), os avós são grandes provedores de apoio e auxilio diante da situação atípica da criança. Segundo Borges (2010, apud Núñes 2007), a relação entre irmãos é um importante recurso de socialização, pois possibilita trocas e interações sociais. Na opinião de Relvas (1996), a família é o primeiro ambiente onde a criança se integra e onde vai constituir a sua personalidade. É o primeiro contato social que ampara e se responsabiliza por instituir necessidades afetivas, bio lógicas, protentivas e sociais. A família exerce neste ciclo um papel de consolidação, através da socialização, que busca elaborar nos indivíduos a aceitação, de forma a que se habituem à nova estrutura complexa da qual fazem parte. De acordo com Pereira-Silva e Dessen (2003, p.503) As interações estabelecidas no microssistema família são as que trazem implicações mais significat ivas para o desenvolvimento da criança, embora outros sistemas sociais (ex.: escola, local de trabalho dos genitores, clube) tamb ém contribuam para o seu desenvolvimento. De acordo com Colnago (1991) é no convívio dos familiares que as crianças passam pelas primeiras experiências e interiorização de valores e padrões sociais, e se a família não se encontrar numa situação estável, as interações entre os pais, filhos e sociedade, podem ser prejudicados. Sendo a família para Sigolo (2004, p.189) “um espaço de socialização infantil", ela se constitui como "mediadora na relação entre a criança e a sociedade". As relações familiares desenvolvem os padrões de comportamentais, hábitos, atitudes e linguagens, usos de valores e costumes são transmitidos e as bases da subjetividade, da personalidade e da identidade são desenvolvidas. 17
  • 18. Defende Relvas (1996) que as famílias são cercadas por limites, que se assemelham como membranas que por sua vez permitem a passagem seleta de informações, tanto entre a família e o meio como entre os diversos sistemas familiares. Diante de tais perspectivas é possível identificar a importância da família no desenvolvimento de uma criança autista, sendo o ponto de partida para este desenvolvimento e aceitação do diagnóstico, onde podemos considerar enfaticamente o período mais complexo na relação familiar, pois é necessário uma desmistificação de conceitos pré estabelecidos e a adaptação a uma nova realidade. Segundo Marques (2000), a maior parte dos pais denotam preocupações comuns fronte ao desenvolvimento dos filhos. Porém os pais das crianças com o Transtorno do Espectro Autista manifestam preocupações específicas e quando postos diante o diagnóstico do autismo demonstram um sentimento de perda, devido ao fato de não corresponderem às expectativas criadas. No entanto, existe sempre uma recusa de que há algo errado, ponderando que até o momento os filhos sempre foram “saudáveis”. De acordo com Siegel (1997, apud Marques 2000), de um modo geral, os pais destas crianças apresentam maior adaptação e envolvimento com os filhos quando tomam ciência mais cedo do diagnóstico. Segundo Gayhardt (1996, apud Pereira & Serra, 2005) a adaptação da família ao Transtorno do Espectro Autista se desenvolve por um esquema de sentimentos onde se inicia após o diagnóstico. Pois existe um período de choque e negação que se identifica pela sensação de perda. A imagem da criança idealizada se desmorona e é necessário o reconhecimento das limitações da criança, surge um elevado grau de realismo, onde acabam por criar poucas expectativas diante a capacidade dos filhos provocando uma super proteção. Os pais atribuem a culpa a si mesmo ou à outras causas diante dessa situação em que os filhos se encontram. A vergonha acomete à família a evitar a freqüentar locais públicos por não conseguirem controlar alguns comportamentos dos filhos e acabam causando um isolamento para evitar uma rejeição dos mesmos. Já a reflexão e esperança ocorrem à medida que os pais começam à compreender as características do autismo e percebem a necessidade e a forma como podem ajudar o seu filho a desenvolver-se. Há uma busca ativa em termos terapêuticos para investir no desenvolvimento do indivíduo. A aceitação é 18
  • 19. referida como o momento onde a família compreende e investe no auxilio ao filho buscando o tratamento, a sua integração social e cultural. Em síntese consiste em um processo de adequação, referindo à noção das transições de uma família comum para enfrentamento das dificuldades acarretadas pela síndrome. Constata-se que as famílias requisitam de um período de tempo para vivenciarem todo um conjunto de sentimentos que possibilitam enfrentar de forma positiva as limitações do autista. A família além da adaptação manifesta-se também essencial para o autismo, quando nos referimos ao tratamento psicológico de acordo com Honing (1982, apud Marques, 2000), os familiares são as pessoas mais conscientes das dificuldades e capacidades das crianças autistas para além de que são os primeiros a fornecer uma base emocionalmente concreta, reforçando assim a necessidade do seu envolvimento no processo de intervenção além de apresentarem grande importância no momento da inte gração da criança na vida escolar. Partindo desses pressupostos é possível delinear a família como um viés de extrema essencialidade para o autista sendo ela o ponto de partida e apoio para o seu desenvolvimento em diversas perspectivas. 4.7 Inserção dos indivíduos autistas na educação A socialização é uma grande referência para pais de autistas. Perante a busca de tratamentos para o filho já diagnosticado autista cabe a eles integrar a criança á sociedade, com a entrada do filho a escola. Integrar a criança á comunidade, explica Borges (2010, apud Jerusalinsky 2007), é um momento gerador de crise, pois já nas primeiras saídas em locais onde estão outras crianças, é perceptível para os pais o surgimento da rejeição social e este preconceito ao autismo é perceptível pelas mães quando estão à procura das escolas para o filho. A partir de pesquisas feitas em decorrência ao Transtorno do Espectro Autista, Carla Vasques (2003, p.61) cita que: A simp les matrícula destes alunos não é suficiente para garantir efeit os potencializadores de desenvolvimento e aprendizagens. Pelo contrário, a inserção em certos espaços pode promover, inclusive, o rechaço da própria escolarização como u m todo. A inclusão de autistas nas escolas certamente produzirá ansiedade, preocupação, medo, 19
  • 20. hesitação em toda comunidade escolar, principalmente se esta instituição for de ordem pública, sem os devidos acompanhamentos que este sujeito necessita para seu desenvolvimento e interação social. A partir da consciência das limitações desses indivíduos é justificável propor uma mudança curricular, efetuar um recurso de aula próprio ao aluno autista conforme experiências apresentadas já por várias tentativas significativas onde o colégio, associado aos outros profissionais que consisti uma rede de aprendizagem, conseguir resultados construtivos nesse método de escolarização. Não há um método preciso de trabalho com crianças autistas nas escolas, cada qual deve ser respeitado conforme sua diferença, o apoio familiar, a mudança curricular, tudo isso é importante para a construção destes processos inclusivos. 4.8 Políticas públicas voltadas para indivíduos autistas Efetuaremos um resgate histórico e bibliográfico no subgrupo de Políticas Públicas voltadas para indivíduos que possuam o Transtorno do Espectro Autista no âmbito da garantia de direitos e das práticas clínicas voltadas para essa população; da mesma maneira, agregando diferentes saberes, pretendemos ser propositivos em relação ao rumo dessas políticas públicas, de modo que elas possam operar com o campo da subjetividade dos mesmos e das pessoas que os cercam. Seguindo essa linha, o Ministério da Educação, juntamente com outros órgãos educacionais, instituíram a Lei nº 12.764/2012 voltada à Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, atendendo aos princípios da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (MEC/2008) e ao propósito da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. De acordo com essa mesma lei, pessoas que possuem o Transtorno do Espectro Autista são conside radas deficientes e detêm de leis favoráveis ao seu desenvolvimento social. Dentre as diretrizes de execução dessa lei destacam-se medidas que tratem da efetivação do direito à educação: I - a intersetorialidade no desenvolvimento das ações e das política s e no atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista; II - a participação da comunidade na formu lação de políticas públicas voltadas para as pessoas com transtorno do espectro autista e o controle social da sua implantação, aco mpanhamento e avaliação; [...] 20
  • 21. V - o estímu lo à inserção da pessoa com transtorno do espectro autista no mercado de trabalho, observadas as peculiaridades da deficiência e as disposições da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente); VII – o incentivo à formação e à capacitação dos profissionais especializados no atendimento á pessoa com transtorno do espectro autista, bem como pais e responsáveis. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva tem por objetivo: A transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a educação superior; Atendimento Educacional Especializado; Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados de ensino; Formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão escolar e dentre outros. É importante ressaltar que a formação dos profissionais da educação possibilitará a construção de conhecimento para práticas educacionais que propiciem o desenvolvimento sócio cognitivo dos estudantes com Transtorno do Espectro Autista. Sendo assim, diante das políticas educacionais apresentadas, torna-se possível inferir, que a política está inerte em todos os cidadãos tanto na elaboração de direitos, como na efetuação do deveres sociais, a partir de então, para que possamos exercer de fato a nossa cidadania de forma democrática temos que fazer valer essas leis promulgadas de forma eficaz. Ao analisarmos a lei instituída pelo Ministério da Educação, podemos visualizar o outro lado da moeda na qual verificamos a dificuldade de inserção de indivíduos com tais transtornos no meio social, visto que possuímos precariedade no nosso sistema educacional. Alguns especialistas estabelecem que os autistas têm direito de estudar em escolas regulares, tanto na Educação Básica quanto no Ensino Profissionalizante, e, se preciso, pode solicitar um acompanhante especializado, essa descrição, esta instituída no art. 2o Último Parágrafo da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Existem diversos artigos intitulados em prol ao desenvolvimento educacional desses indivíduos autistas. O lançamento dessa Política marca o Dia Mundial de Conscientização do Autismo anualmente em 2 de Abril. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 18 de Dezembro de 2007 para esclarecer, informar e chamar a atenção da sociedade para as pessoas que têm esse transtorno. 21
  • 22. 5 ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO COM AUTISTAS 5.1 Autismo visto nos variados pontos de vista psicológicos A preocupação dos pais com o comportamento de seus filhos aparece em seus primeiros anos de vida, sendo esse um período importante para se detectar quaisquer anormalidades que envolvam o desenvolvimento. Esse pode ser prejudicado caso haja algum prejuízo cognitivo e a probabilidade de desenvolverem um atraso de linguagem e comportamentos de auto-agressão é maior. Problemas na comunicação e socialização permanecem no indivíduo por toda a vida, no entanto, com o passar da idade esse quadro pode ser amenizado se o paciente receber os cuidados adequados. Não há evidências de que um tipo de intervenção surte efeito positivo em todos os pacientes e nem que seja capaz de curar o autismo. Contudo, há tratamentos diferentes para as várias especifidades da doença, que dependem de idade, do grau de déficit cognitivo, do comprometimento da linguagem e de sintomas gerais, além do aspecto familiar, do suporte social e etc (BOSA, 2006). Conforme aborda Souza et al. (2004), o psicólogo deve estar inserido no diagnóstico da pessoa autista, pela importância analítica que deve possuir do comportamento entendido como normal para a averiguação dos sintomas apresentados que destoam nesses pacientes, sendo assim vital em um estudo mutidisciplinar de cada caso. Bosa (2006) afirma que o tratamento deve ser estruturado de acordo com a idade do indivíduo. Em crianças, preocupase com a formação da linguagem e da interação social, enquanto que nos adolescentes o foco são as habilidades sociais e o desenvolvimento da sexualidade. Enfatiza-se a importância dos muitos profissionais que lidam com essa patologia e com as diversas abordagens do mesmo, mas leva-se em consideração que a interação entre os mesmos como equipe e em contato com a família se faz necessária. Na busca de uma recuperação funcional do autista, encontra-se diferentes formas de abordagem, sejam pelas correntes de análise psicanalítica, individual e cognitiva. Souza apud Windholz (1995) aponta que a terapia comportamental seria a mais completa no tratamento, embora o autor ainda busque a referência de uma abordagem adaptável, com a aplicação da psicoterapia, psicanálise e orientação, como aborda Gauderer, pela característica limitada que o mesmo vê em cada um dos enfoques de tratamento, estando 22
  • 23. cada uma complementando a outra conforme o curso do processo terapêutico (SOUZA, 2004 apud GAUDERER, 1997). Sabendo-se das variadas vertentes psicológicas, a abordagem psicanalítica parte de um pressuposto inicial de estudo visando um diagnóstico precoce. Visani (2012, apud Laznik, 2000) defende uma identificação através da relação entre mãe e filho, sendo essa, a de maior interação com o lactante desde o seu nascimento, capaz de perceber as reações que a criança transmite à sua genitora. A mãe pode não desempenhar seu papel adequadamente, seja ela em sua incapacidade materna de envolver-se emocionalmente, frustrando a expectativa do filho quando este lhe pede um retorno. (DORIA; MARINHA & FILHO, 2006). O psicólogo assim teria o papel de investigar, na ausência da capacidade por parte dos pais em assumir o papel do outro primordial, sendo esse um termo adotado por pesquisadores lacanianos e tende a se preocupar com o comportamento dos genitores no decorrer do processo, confirma Dora, Marinho & Filho (2006). Nota-se dificuldade por parte dos pais em reconhecer a dificuldade no relacionamento com a criança, podendo assim compromenter a técnica terapêutica. É a partir dessas características na estrutura do relacionamento familiar que se pode traçar os elementos fundamentais para levantar a hipótese de autismo. Dessa forma, o psicanalista trabalha com as funções materna e paterna para que se surta resultados positivos na terapia com a criança autista. Na inabilidade por parte dos pais em fornecer uma troca em uma investigação psicanalítica, cabe ao profissional exercer essa função, observando as manifestações que a criança produz (VISANI, 2012), e assim contribuindo para uma melhoria das relações socio-afetivas (DORA; MARINHO & FILHO, 2006). 5.2 Abordagem Comportamental Na aplicação do estudo para o tratamento do autismo, segundo Soares (2012), terapeutas comportamentalistas utilizam-se das teorias behaviorista e funcionalista de Watson e Carr, direcionado às famílias com paciente autista. Dessa maneira, investiga-se as resultantes enfrentadas no dia a dia direcionados pelo condicionamento clássico e operante, modelagem e mudança cognitiva. Essa busca visa a alterar, por via direta da família, os comportamentos disformes apresentados pelo paciente. Essa abordagem define um modelo, que consiste em: aquisição, fluência, manutenção, generalização e adaptação, sendo moldáveis segundo o grau de aprendizagem apresentado 23
  • 24. pelo autista. O estímulo, meio de controle para se reforçar determinado comando, é utilizado para designar métodos de instrução, analisando ao se obter o comportamento almejado, o seu reforço (SOARES, 2012). Para Soares et. al. (2012, Apud, Dunst Trivet; 2005), um auxílio efetivo é conquistado quando se capacita a família a enfrentar os problemas e aplicar as corretivas necessárias, possibilitando um controle da criança assim como do grupo familiar. A utilização de terapia comportamental possibilita às crianças portadoras da síndrome uma interação com objetos e jogos, que auxiliam em se u raciocínio e resolução de problemas. Tais práticas devem ser constantemente monitoradas de maneira única para cada paciente visando uma compreensão se determinada atividade está apresentando resultados às suas necessidades e às dos pais (Soares et. al. (2012, apud Pimentel, 2005). Por essas práticas, a reeducação através da terapia não é implicada somente ao paciente, mas também aos pais/família, uma vez que esses necessitam estar atentos às mudanças apresentadas pelo tratamento e observação da progressão alcançada. O auxílio do psicólogo é fundamental para a instrução da família, tornando-os ativos no processo de decisão e percepção para o auxílio de seus filhos autistas (SOARES, 2012). 5.2.1 Teoria da Mente (ToM - Theory of Mind) A capacidade automática e espontânea de atribuir estados metais a si próprio ou ao próximo é chamada de Teoria da Mente (ToM). A impossibilidade desse ato se denomina como "cegueira mental" e impede o indivíduo de interagir socialmente. Estudos indicam que portadores de autismo ou de transtornos mentais, como a esquizofrenia, o transtorno esquizotípico de personalidade e o transtorno bipolar, possuem limitação no que se diz respeito a habilidade mental de compreensão de seus comportamentos. Podem apresentar baixo processamento das emoções, reconhecimento de faces, controle do olhar, capacidade de imitar, comunicação gestual, compreensão de ironias e metáforas e reconhecimento dos próprios pensamentos e do próximo, assim dizendo que pessoas que portam esses transtornos são inabilitadas à Teoria da Mente. Essa expressão foi criada pelo primatologista Premack e pelo psicólogo Woodruff ao questionarem se assim como os humanos, os chimpanzés também possuiriam a mesma capacidade (TONELLI, 2009). Os autores tentaram demonstrar essa ideia a partir de um experimento com primatas a fim de saber se 24
  • 25. esses animais eram capazes de interpretar certos comportamentos humanos (JOU & SPERB, 1999). Sobre a nomenclatura desse processo, Premack e Woodruff explicam: Ao dizer que um indivíduo tem u ma teoria da mente, queremos significar que o indivíduo atribui estados mentais a si próprio e aos outros (seja da mesma espécie ou de outra). Um sistema de inferência desse tipo é, apropriadamente, visto como uma teoria, p rimeiro, porque esses estados não são observáveis diretamente e, segundo, porque o sistema pode ser usado para fazer pred ições, especificamente, sobre o comportamento de outros organismos. (JOU & SPERB, 1999) Denomina-se ToMi (Teoria da Mente Implícita) a habilidade automática de processar informações provindas de um ambiente social e de inferir estados mentais. Já a capacidade de otimizar o convívio com outras pessoas, dá-se o nome de ToMe (Teoria da Mente Explícita). Acredita-se que ToMi e ToMe recrutem circuitos neurais distintos, e ToMe é mais lenta no ponto de vista da eficácia, o que não permite um processamento online da informação social. Baron-Cohen, Leslie e Frith (1986) estudaram crianças com Sindrome de Down e Autistas, comparando suas capacidades interpretativas com crianças normais, apresentando-as à vinhetas ilustradas que indicavam situações exigindo habilidades ToM e vinhetas que não exigiam. A pesquisa mostrou que crianças autistas demonstravam pobreza de compreensão das vinhetas que exigiam mentalização, o que mostrava que seu desempenho era inferior ao de crianças normais e portadoras de Sindrome de Down. Atualmente sabe-se que nem todos os autistas apresentam esse desempenho inferior quando expostos ao mesmo teste, mas compreende-se que a maioria demonstra atraso nas habilidades ToM em relação à crianças sem nenhum transtorno. A resposta para isso pode ser explicado pelo prejuizo no que se diz respeito ao ToMi, fazendo com que os autistas contem apenas com capacidades ToMe, as quais exigiriam mais tempo para um desenvolvimento completo, uma vez que exigem aprendizado (TONELLI, 2009). De acordo com Caixeta e Nitrini (2001), a psicologia cognitiva, a do desenvolvimento e a evolucionista se interessaram pela Teoria da Mente e abordaram esse conceito cada qual à sua maneira, aproveitando para entender certos aspectos até então não entendidos dentro dessas abordagens psicológicas. A Teoria da Mente passou a designar um ramo da Psicologia Cognitiva Social que se dedica a estudar a capacidade humana em compreender, atribuir e interfirir em estados mentais aos outros e a si próprio. A Psicologia Cognitiva Social se envolve com os estudos da congnição no que se diz respeito à geração de representações mentais relacionados ao convívio social, partindo do princípio de que o indivíduo seja capaz de elaborar um modelo mental do que ocorre com outra pessoa em determinado momento (TONELLI, 2009). 25
  • 26. 5.2.2 TEACCH: Enfoque no Comportamental e na Psicolinguística O programa TEACCH (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com déficits relacionados à Comunicação), tem por base uma abordagem Behaviorista e Psicolinguística. Busca através da investigação de condutas e tratamento utilizando estímulos visuais compensar os déficits ocasionados pela síndrome, interagindo pensamento e linguagem, dotando-o de uma característica funcional e prática (KWEE et al., 2009). Baseia-se nas características de aprendizado do paciente e promove sua independência, sendo responsável pelo suporte flexível e específico no indivíduo que apresenta Transtorno do Espectro do Autismo e sua respectiva família. (University of North Carolina, 2013). Conforme afirma Moreira (2005, Apud, Leon e Lewis (1997), o que sustenta o programa TEACCH são os seguintes aspectos: espaços físicos bem definidos com sua função de uso; utilização de comunicação visual, seja com murais ou cartões informativos. Foi observado por Moreira (2005) que na utilização do método TEACCH, em análise de três crianças, há um aumento no desenvolvimento apresentado no decorrer do ano, sendo preservado o conhecimento adquirido. O método auxilia à criança lidar com tolerância às situações que geram confusões, alterando assim certas tendências comportamentais. Tratar cada individualmente, pois apesar de apresentarem um mesmo diagnóstico, o tratamento deve ser direcionado à subjetividade de cada criança. 5.2.3 Análise do Comportamento Aplicada (Applied Behavior Analysis: ABA) O método ABA (Applied Behavioral Analisys), seguindo princípios da Análise do Comportamento, é aplicado em âmbito educacional, proporcionando uma atenção especial a esses pacientes. Sua aplicação consiste logo com a criança pequena, que não elimina seu uso em jovens e adultos. Sua terapêutica é individual e requer envolvimento tanto dos pais como em ambiente escolar. Têm como característica não ser punitiva, gerando sempre ações que positivem o esforço e objetivos alcançados pelos pacientes, contemplando assim atividades 26
  • 27. sociais, educacionais, de linguagem, cuidados pessoais, motoras e suas brincadeiras (LEAR, 2004). A técnica de premiação e estímulo quanto aos resultados alcançados, é sustentado pelo método Ensino de Tentativas Discretas (Discrete Trial Teaching: DTT). O método DTT consiste em apresentar as atividades de aprendizado aplicadas pelo professor, em pequenas abordagens seguidas de várias tentativas, mesmo que o profissional auxilie no processo, fazendo assim um reforço positivo, bonificando a criança com o sucesso alcançado com o que foi proposto (LEAR, 2004). Ivar Loobas é um psicólogo que utilizou os princípios das técnicas de ABA e DTT em conjunto, publicando em 1987 os resultados encontrados. Quantitativamente, em um grupo de 19 crianças, 47% que foram contempladas com o tratamento alcançaram níveis normais de capacidade funcional tanto educacionalmente como intelectualmente, apresentando QI dentro da normalidade e desempenho escolar na primeira série em nível padrão em escolas públicas. Outros 40% apresentaram leve retardo e necessitaram de frequentar classes especiais para aprendizado de linguagem. Os participantes remanescentes do tratamento apresentaram retardo severo. De maneira comparativa, em um grupo de 40 crianças não sujeitas à terapeutica, somente 2% atingiram níveis normais de capacidade intelect ual e educacional. Outras 45% apresentaram retardo leve e 53% apresentaram retardo severo (LEAR, 2004). 27
  • 28. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebe-se a grande importância no conhecimento do Transtorno do Espectro do Autismo, visto que trata-se de uma condição muito falada atualmente. Os profissionais da saúde se empenham a fim de trazer a esses indivíduos formas de tratamento que se adequem às suas especificidades emocionais e físicas, a fim de aliarem-os à vida em sociedade. Discutiu-se ao decorrer desse trabalho, sobre o que levou a caracterizar o Autismo ao que ele é hoje, sua formação histórica, biológica e genética e o papel do profissional da Psicologia atribuindo certas técnicas terapêuticas no processo. A presença do psicólogo se faz necessária para atentar-se aos aspectos psíquicos do indivíduo, já que sentem dificuldade em expressarem e entenderem sobre seus próprios sentimentos e atribuí- los também aos outros. Não só por isso, mas para bem se ajustarem e se incluírem no âmbito familiar e social, trazendo a família para trabalhar ativamente na manutenção do tratamento. A proposta psicanalítica se encontra bem fundamentada, no que se diz respeito à teoria abordada quanto ao surgimento desse transtorno com o indivíduo e pode ser facilmente encontrada enquanto se realiza quaisquer pesquisas relacionadas ao Autismo. Das abordagens psicológicas, essa é a que mais se destaca em âmbito teórico. Verificou-se uma variedade maior de artigos científicos tratando da abordagem psicanalítica, tendo em suas observações, a citada conexão entre causa e problema Embora a pesquisa bibliográfica possa aparentar ser mais rápida e elaborada numa linha de raciocínio psicanalítico, devido ao grande número de artigos científicos que concerne à respeito, e que aqui tenha sido apresentada alguns pontos gerais no que concerne à psicologia num âmbito maior, o trabalho se embasa levemente em uma abordagem comportamental, a partir do momento em que se encontram mencionados programas, métodos, atividades e dinâmicas que fazem parte da teoria Behaviorista. Entretanto, a pesquisa nesse sentido foi contemplada com uma base teórica restrita para tal, e para que a busca dos métodos utilizados fossem eficazes, foi-se necessário recorrer ao conteúdo disposto por instituições que estudam e tratam o autismo e basear-se nos fundamentos e técnicas apresentadas por elas, enquadrando o psicólogo numa posição de expositor desses meios e fazendo uso de atividades que requerem certas habilidades e cuidados para que todo o processo seja eficaz. 28
  • 29. Pode ser percebido os inúmeros programas e métodos que existem para lidarem com o Transtorno do Espectro do Autismo. As técnicas ABA e TEACCH, cada qual com suas características, mas podendo trabalhar em conjunto; são amplamente utilizadas e respaldadas não somente pelos profissionais que as desenvolveram, mas também pelas instituições que fazem delas instrumentos de capacitação e socialização autista. Inferiu-se a grande importância da utilização desses métodos e como a abordagem comportamental se insere em um tratamento como esse. A ideia central deve distanciar-se do discurso de que o indivíduo autista deve permanecer patológico. Os autistas são pessoas com necessidades especiais tanto no domínio escolar, como social e familiar, com isso, é necessária devida atenção específica e exaustiva para que possam permanecer em sociedade de forma mais feliz e aceitado possível. Conclui-se assim, que a Psicologia sendo uma área do conhecimento que abrange diversos cenários do desenvolvimento humano, é de extrema importância que ela se faça presente em casos de autismo, utilizando-se dos métodos necessários e comprovadamente eficazes que proporcionem um tratamento efetivo. Não só isso, mas também a importância de políticas públicas que insiram a criança ou o sujeito autista de forma a não excluí- lo dos meios da educação e da cultura, com a finalidade de trazê-lo à uma realidade completamente possível a ele. 29
  • 30. REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO I Seminário Autismo e Políticas Públicas. Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais. Belo Horizonte, 15 Outubro 2013. Disponível em: <http://www.crp mg.org.br/ GeraConteudo.asp?materiaID=2891 >. Acesso em: 13 Outubro 2013. AARONS, M. & Gittens, T. (1992). The handbook of autism: a guide for parents and professionals. London: Routledge. AMATO, Cibelle; A VEJONAS, Dan iela; SANTOS, Thais et.al. Fatores intervenientes na terapia fonoaudiológica de crianças autistas. Rev. soc. bras. fonoaudi ol., São Pau lo, vol.16, nº.1 Jan./Mar 2011. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S151680342011000100019&script=sci_arttext >. Acesso em: 28 Agosto 2013. ASSUMPÇÃ O, Francisco Baptista Júnior, SCHWA RTZMAN, José Salo mão. Autis mo Infantil. São Pau lo: Memnon, 1995. BOSA, Cleonice Alves. Autismo: intervenções psicoeducacionais. Rev. Bras. Psiqui atr., São Pau lo, v. 28, supl. 1, May 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S151644462006000500007&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 26 Agosto 2013. CAIXETA, Leonardo; NITRINI, Ricardo. Teoria da mente: u ma revisão com enfoque na sua incorporação pela psicologia médica. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 15, n. 1, 2002. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&p id=S0102-79722002000100012&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 28 Agosto 2013. COLNA GO, N. A. S. (1991). Pares "mães bebês síndrome de Down": Estudo da Estimulação e dos aspectos qualitativos da interação. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós Graduação em Educação Especial, Centro de Educação e Ciências Hu manas, Un iversidade Federal de São Carlos, São Carlos. Disponível em: <http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.php?codA rquivo=1422>. Acesso em: 07 setembro 2013. DORIA, Neda Gabriela D. Morillo; MARINHO, Thiago Santana, FILHO, Uelinton da Silva Pereira. O autismo no enfoque psicanalítico. Faculdade Jorge A mado. 2006. Disponível em <http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0311.pdf>. Acesso em 26 Agosto 2013. 30
  • 31. GA DIA, Carlos A.; TUCHMAN, Roberto; ROTTA, Newra T.. Autismo e doenças invasivas de desenvolvimento. J. Pediat r. (Rio J.), Porto Alegre , v. 80, n. 2, supl. Apr. 2004 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext &pid=S0021 -75572004000300011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 24 Outubro 2013. JOU, Graciela Inchausti de; SPERB, Tania Mara. Teoria da Mente: d iferentes abordagens. Psicol. Reflex. Crit., Porto A legre, v. 12, n. 2, 1999. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext &pid=S0102 -79721999000200004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 28 Agosto 2013. KUPFER, M. C. M, (2000). Notes on the Diagnostic Differences Between Psychosis and Autism in Childhood. Psicologia USP, 11 (1), 85-105. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010365642000000100006&script=sci_arttext>. Acesso em: 26 setembro 2013. KWEE, Caro line Sianlian; SAMPAIO, Tania Maria Marinho; ATHERINO, Ciríaco Cristóvão Tavares. Autismo: u ma avaliação transdisciplinar baseada no programa TEA CCH. Rev. CEFAC, São Paulo, v. 11, supl. 2, 2009 . Disponível em <http://www.scielo.br/s cielo.php?script=sci_arttext&p id=S151618462009000600012&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 26 Agosto. 2013. LEA R, Kathy. Manual treinamento ABA (help us learn) u m programa de treinamento em A BA (analise do comportamento aplicada) em rit mo auto-estabelecido, 2004. Disponível em: <http://www.autismo.psicologiaeciencia.co m.b r/wp-content/uploads/2012/07/Autismo-ajude-nos-aaprender.pdf>. Acesso em 10 Outubro 2013. LEON, Viv iane & LEW IS, Soni. Grupos com autista. In: ZIM ERMAN, David & OSORIO, Luis Carlos (orgs.). Co mo Trabalhamos com Grupos. Porto Alegre: Art med, 1997. MARQUES, C. (2000). Perturbações do espectro do autismo. Ensaio de u ma intervenção construtivista desenvolvimentista com Mães . Lisboa: Quarteto Editora. Disponível em: <http://repositorio.ipcb.pt/bitstream/10400.11/ 700/1/Tese_Isabel_Ferreira.pdf>. Acesso em: 19 setembro 2013. MARQUES, Jairo. Folha de São Paulo. Pais de crianças autistas divergem sobre educação especial. São Paulo, 18 Agosto 2013. Disponível em: < http://www1.fo lha.uol.co m.br/cotidiano/2013/08/1328082 -pais-de-criancasautistas-divergem-sobre-educacao-especial.shtm>. Acesso em: 15 Outubro 2013. MATTOS, Leonardo. Leis, Projetos. Câmara Municipal. Belo Horizonte, 13 Março 2012. Disponível em: <http://www.crp mg.org.br/ GeraConteudo.asp?materiaID=2891 >. Acesso em: 12 Outubro 2013. MOREIRA, Patrícia. Autismo: A Difícil Arte De Educar. Psicologia.co m.pt. O portal dos Psicólogos. Universidade Luterana do Brasil. Rio Grande do Sul, 2001. Disponível em: 31
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