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Leitura de Homero, por Sir Lawrence Alma-Tadema


Um poema épico, ou epopeia é um poema heroico narrativo extenso, uma coleção de feitos, de fatos
históricos, de um ou de vários indivíduos, reais, lendários ou mitológicos.
A epopeia eterniza lendas seculares e tradições ancestrais, preservadas ao longo dos tempos pela
tradição oral ou escrita. Os primeiros grandes modelos ocidentais de epopéia são os poemas
homéricos a Ilíada e a Odisséia, os quais têm a sua origem nas lendas sobre a guerra de Tróia (Ílion).
A epopeia pertence ao gênero épico, mas embora tenha fundamentos históricos, não representa os
acontecimentos com fidelidade, geralmente reveste os acontecimentos relatados com conceitos
morais e atos exemplares que funcionam como modelos de comportamento.
O Termo “Epopéia”
provém do grego
antigo ἐποποΐα.




Escultura “Aquiles ferido no calcanhar”
Para os gregos e outros povos da Antiguidade, um          Os poetas escolhiam os ritmos de seus versos
poema não era bem o que hoje chamamos de                  segundo o efeito que desejavam produzir. Nas
"poesia", e sim um arranjo de sílabas longas e breves     comédias, por exemplo, usava-se muito os versos
que dava aos poemas, quando declamados, uma               iâmbicos, que se assemelhavam bastante à fala
musicalidade característica. A poesia foi usada pelos     durante uma conversação comum. Na poesia
gregos extensivamente na epopéia, na lírica, na           épica, a mais antiga forma conservada de poesia
tragédia e na comédia.                                    grega, a preferência recaía sobre o hexâmetro
Os poemas eram organizados em versos, unidades            dactílico, de efeito lento e solene. A poesia épica ou
rítmicas padronizadas que com o advento da escrita        epopéia tem geralmente uma certa extensão e
foram convencionalmente dispostas de modo a               relata aventuras heróicas — míticas ou históricas
ocupar uma linha do texto. Não havia rimas,               — em estilo elevado.
costume que se desenvolveu muito mais tarde com o         O hexâmetro dactílico (ou "heróico"), constituía-se
advento do Cristianismo e da poesia religiosa.            essencialmente de seis pés dactílicos ou seus
A poesia grega usava vários metros, combinações de        equivalentes espondeus, cada um com um
sílabas longas e breves, e aos grupos silbicos que        elemento bem marcado e outro mais fraco; o
formavam a estrutura básica dos versos chamamos           "tempo" bem marcado correspondia sempre a uma
pés. Cada pé era constituído pela sucessão de longas      sílaba longa, e o "tempo" fraco a uma sílaba longa
e breves e comportava dois "tempos", um mais              ou duas breves. Havia geralmente uma "pausa" ou
elevado e um mais baixo. A sucessão padronizada           cesura no meio do verso (terceiro pé), de modo a
de pés emprestava ao verso um ritmo característico,       permitir a respiração do declamador...
lento e solene, ou vivaz e agitado, e assim por diante.   Eis a estrutura métrica do primeiro verso da Íliada
                                                          de Homero composto por volta de -750:
                                                          Μῆνιν ἄ|ειδε, θε|ά,            ||     Πη| ληϊάδ|εω
                                                                                  Ἀχιλ|ῆος
Homero
                  O nome de Homero (gr. Ὅμηρος), o mais antigo e respeitado
                  poeta da Grécia Antiga, está vinculado há mais de 2.500 anos
                  à Ilíada e à Odisséia. Não há nenhuma evidência, no entanto,
                  de que ele tenha realmente existido ou de que tenha escrito
                  qualquer uma das duas epopéias, tradicionalmente
                  chamadas de poemas homéricos.
                  Segundo Heródoto (aprox. 484/425 a. C.), Homero teria
                  vivido 400 anos antes dele.
                  Estudos recentes, porém, situam a data de composição da
Busto de Homero
                  Ilíada e da Odisséia no fim da Idade das Trevas (c. -750 a. C.)
                  ou no início do Período Arcaico (-750/-713). O uso
                  predominante do dialeto jônico sugere que o autor dos
                  poemas veio provavelmente da Jônia. Que ele era um aedo
                  cego nascido especificamente em Quios ou em outro lugar
                  da região e se chamava Homero, porém, não tem qualquer
                  comprovação histórica. Não são confiáveis, igualmente, as
                  numerosas "Vidas" (lat. Vitae) de Homero que proliferaram
                  na Antiguidade.
Há calorosas disputas que tentam esclarecer a origem da Ilíada
e da Odisséia desde o Período Helenístico compõem a famosa
"Questão Homérica", que pode ser resumida assim:
- seriam a Ilíada e a Odisséia obra de um só poeta?
- teriam sido criadas a partir da união de vários poemas
isolados?
- qual dos poemas é o mais antigo?
- seria "Homero" o nome atribuído a algum poeta anônimo
que organizou uma extensa e antiga tradição oral?
- teria sido "Homero" um poeta genial que simplesmente se
baseou em temas da tradição oral de diversas épocas?
- seriam os dois poemas, como os conhecemos, modificações
tardias dos poemas originalmente compostos?
Discute-se esses itens — e outros ainda — até hoje... No
momento, a maior parte dos eruditos parecem inclinar-se à
possibilidade de que os dois poemas foram escritos por duas
pessoas diferentes, e que a Ilíada é o mais antigo dos dois.
Além da Ilíada e da Odisséia, outras obras foram
tradicionalmente atribuídas a Homero na Antiguidade, mas
sem respaldo histórico ou literário: o Margites, poema cômico a
respeito de um herói trapalhão; a Batracomiomaquia, paródia
burlesca da Ilíada que relata uma guerra fantástica entre ratos
e rãs, e os hinos homéricos.
Independentemente das numerosas questões que envolvem
Homero, a poesia atribuída a ele foi profundamente
reverenciada durante toda a Antiguidade e seus versos eram
considerados fonte geral de sabedoria e citados
constantemente por todos.




 Pintura Homero guiado por um garoto, por Jean Ingres
Apoteose de Homero - Jean Auguste Dominique Ingres, 1827
Odisseia
         Iliadas

Tradução de Haroldo de Campos   Tradução de Donaldo Schüler
Fragmento de um papiro
antigo,    encontrado     em
escavações arqueológicas.
Note-se que o papiro, embora
desgastado, ainda mantém a
grafia original, em grego
arcaico.
Em Grego                                     Tradução de Haroldo de
                                             Campos para Português
Μῆνιν ἄειδε θεὰ Πηληφάδευ Ἀσιλῆορ
οὐλομένην, ἣ μςπί' Ἀσαιοῖρ ἄλγε' ἔθηκε,      A ira, Deusa, celebra do Peleio
πολλὰρ δ' ἰθθίμοςρ τςσὰρ Ἄφδι πποΐατεν       Aquiles,
ἡπώυν, αὐηοὺρ δὲ ἑλώπια ηεῦσε κύνεζζιν       o irado desvario, que aos Aqueus
οἰυνοῖζί ηε πᾶζι, Διὸρ δ' ἐηελείεηο βοςλή,   tantas penas
ἐξ οὗ δὴ ηὰ ππῶηα διαζηήηην ἐπίζανηε         trouxe, e incontáveis almas arrojou
Ἀηπεΐδηρ ηε ἄναξ ἀνδπῶν καὶ δῖορ Ἀσιλλεύρ.   no Hades
                                             de valentes, de heróis, espólio para os
Ilíada, 1.1-7                                cães,
                                             pasto de aves rapaces: fez-se a lei de
                                             Zeus;
                                             desde que por primeiro a discórdia
                                             apartou
                                             o Atreide, chefe de homens, e o
                                             divino Aquiles.

                                             Ilíada, 1.1-7
Aquiles flechado no calcanhar por Páris
         Escultura em mármore             Aquiles vivenciado pelo ator norte-
                                                 americano Brad Pitt,
                                              no filme “Tróia”, em 2003
Odisséia




“Os Heróis Gregos reúnem-se em concílio”
ΟΔΥΣΣΕΙΑΣ — a Odisséia — foi composta,                   Leitura de Homero, por Sir Lawrence Alma-Tadema
provavelmente, alguns anos depois da Ilíada,
possivelmente entre -743 e -713 a. C. (Janko, 1982). O
título do poema deriva do nome do principal
protagonista, Odisseu, herói grego mais conhecido
entre nós pelo nome romano, Ulisses.
A exemplo da Ilíada, a Odisséia se baseia em longa
tradição oral e assumiu forma escrita somente no
fim do século -VI.
Enquanto a Ilíada é uma história de guerra, a Odisséia é basicamente uma
história de viagens fantásticas. Nela, [Homero] relata as aventuras de
Odisseu após a Guerra de Tróia. Durante dez anos o herói tenta retornar a
Ítaca, seu reino, onde o aguardam ansiosos o pai Laerte, a esposa Penélope
e o filho Telêmaco; numerosas aventuras, porém, retardam sua volta. Em
Ítaca, a esposa (Penélope) e o filho (Telêmaco) são constantemente
assediados por uma multidão de pretendentes ao trono e à esposa de
Odisseu, que é dado como desaparecido.
O poema começa no vigésimo ano de sua partida para Tróia (dez anos de
guerra, mais dez anos de viagens), e as aventuras dos anos anteriores são
contadas pelo próprio Odisseu. Ao mesmo tempo, o narrador relata as
peripécias do jovem Telêmaco, que procura desesperadamente o pai por
causa dos atrevidos pretendentes que ameaçam sua vida, dissipam seus
bens e cobiçam sua mãe. No final, é claro, Odisseu consegue retornar ao
lar e à família, matar todos os pretendentes e recuperar seu reino.




                                                                             O heroi Odisseu (Ulysses),
                                                                               caricatura por Laudo
(...)
"Enquanto isto acontecia, Odisseu, enfim, abriu os olhos.
Ele se encontrava na sua terra, embora não a reconhecesse.
Tudo lhe era estranho. Longe estava a nau.
A névoa de Atena lhe obscurecia a visão.
Ele próprio seria irreconhecível à esposa, aos cidadãos,
aos amigos, para melhor punir a insolência dos pretendentes.
Por essa razão, o que o rei via tinha outro aspecto: extensos caminhos,
portos seguros, rochas escarpadas, árvores vigorosas.
Erguendo-se de um salto, perdeu-se na contemplação da terra natal.
Insistiam soluças. Caíram-lhe as mãos. Com um golpe na coxa,
falou sem conter lágrimas: „Estou desolado.
Na terra de que gente me encontro?
Violentos, selvagens, homens sem lei?
 São hospitaleiros? Rendem culto aos deuses?
Haverá lugar para guardar minhas riquezas?
Para onde irei? Eu deveria ter ficado lá com os feáceos.
Teria encontrado, com certeza, outro rei façanhudo,
que teria me acolhido e devolvido à minha terra”.
                                                                          “Odisseu seduzido pelas Sereias”
“A Odisséia”, canto XIII
Tradução do grego por Donaldo Schüler
Editora LP &M Pocket
O Famoso Cavalo de Tróia, concebido pela astúcia de Odisseu. O povo troiano
comemora uma falsa vitória. Nem sequer sabiam o que se ocultava dentro do cavalo!
I - “A Eneida”, do poeta romano Virgílio Maron, composta nos tempos do imperador
Otávio Augusto, narra a fuga do heroi troiano Enéas e de suas viagens até aportar na
península itálica, onde viria a fundar a cidade que daria origem à Roma.
II - “Balada de Rolando”, de autor anônimo, do século IX d. C. Narra as aventuras de
Rolando, um dos paladinos do Imperador Carlos Magno.
III - “Beowulf”, poema anglo-saxão do séc. XI d.C. que deu origem à Literatura Inglesa.
Influenciou definitivamente o escritor britânico J. R. R. Tolkien na criação da saga “O
Senhor dos Anéis”.
IV - “A Epopéia de Gilgamesh”, narra as aventuras de um Rei Babilônio que busca a
imortalidade. Diz-se que esta é a primeira epopéia da Humanidade. Mas, há
controvérsias.
V - A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, composta no século XIII d. C., que narra a
epopéia espiritual de Dante através do Inferno, Purgatório e Paraíso, em busca de sua      O herói anglo-saxão Beowulf
amada Beatrice.
VI - “Os Lusíadas”, de Luís de Camões, composta no século XVI d. C., epopeia mais
conhecida em língua portuguesa, que narra a viagem de Vasco da Gama até as Índias.
VII - “O Mâhabhârata”, segundo a maioria dos estudiosos da História da Literatura e da
Filologia, é a mais antiga epopeia já escrita. Atribui-se sua autoria ao poeta e místico
Vyâsa, na antiga Índia. É um poema grandioso em dezoito volumes, contento milhares de
páginas. Narra a guerra entre dos clãs (famílias) rivais, os Pândava e Kûrava.
O Mâhabhârata (devanágari:              ,
translit. Mahābhārata), é um dos dois
maiores épicos clássicos da Índia,
juntamente com o Ramâyana. Sua autoria
é atribuída a Krishna Dvapayana Vyasa. O
texto é monumental, com mais de 74.000
versos em sânscrito, e mais de 1,8
milhões de palavras; se o Harivamsa for
incluído como sendo anexo e parte da
obra, chega-se a um total de 90.000
versos, compondo o maior volume de
texto numa única obra humana.
“As coisas fáceis são para o vulgo e a gente comum.
Os Homens heróicos e divinos passam pelo caminho
Das dificuldades afim de que estas, ao fim de suas provas,
Lhes concedam a glória e a imortalidade”.

Giordano Bruno, in “Os Heróicos Furores”
Apresentação em Power Point
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awmergin@hotmail.com
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A viagem de Odisseu: análise da Odisséia de Homero

  • 1.
  • 2. Leitura de Homero, por Sir Lawrence Alma-Tadema Um poema épico, ou epopeia é um poema heroico narrativo extenso, uma coleção de feitos, de fatos históricos, de um ou de vários indivíduos, reais, lendários ou mitológicos. A epopeia eterniza lendas seculares e tradições ancestrais, preservadas ao longo dos tempos pela tradição oral ou escrita. Os primeiros grandes modelos ocidentais de epopéia são os poemas homéricos a Ilíada e a Odisséia, os quais têm a sua origem nas lendas sobre a guerra de Tróia (Ílion). A epopeia pertence ao gênero épico, mas embora tenha fundamentos históricos, não representa os acontecimentos com fidelidade, geralmente reveste os acontecimentos relatados com conceitos morais e atos exemplares que funcionam como modelos de comportamento.
  • 3. O Termo “Epopéia” provém do grego antigo ἐποποΐα. Escultura “Aquiles ferido no calcanhar”
  • 4. Para os gregos e outros povos da Antiguidade, um Os poetas escolhiam os ritmos de seus versos poema não era bem o que hoje chamamos de segundo o efeito que desejavam produzir. Nas "poesia", e sim um arranjo de sílabas longas e breves comédias, por exemplo, usava-se muito os versos que dava aos poemas, quando declamados, uma iâmbicos, que se assemelhavam bastante à fala musicalidade característica. A poesia foi usada pelos durante uma conversação comum. Na poesia gregos extensivamente na epopéia, na lírica, na épica, a mais antiga forma conservada de poesia tragédia e na comédia. grega, a preferência recaía sobre o hexâmetro Os poemas eram organizados em versos, unidades dactílico, de efeito lento e solene. A poesia épica ou rítmicas padronizadas que com o advento da escrita epopéia tem geralmente uma certa extensão e foram convencionalmente dispostas de modo a relata aventuras heróicas — míticas ou históricas ocupar uma linha do texto. Não havia rimas, — em estilo elevado. costume que se desenvolveu muito mais tarde com o O hexâmetro dactílico (ou "heróico"), constituía-se advento do Cristianismo e da poesia religiosa. essencialmente de seis pés dactílicos ou seus A poesia grega usava vários metros, combinações de equivalentes espondeus, cada um com um sílabas longas e breves, e aos grupos silbicos que elemento bem marcado e outro mais fraco; o formavam a estrutura básica dos versos chamamos "tempo" bem marcado correspondia sempre a uma pés. Cada pé era constituído pela sucessão de longas sílaba longa, e o "tempo" fraco a uma sílaba longa e breves e comportava dois "tempos", um mais ou duas breves. Havia geralmente uma "pausa" ou elevado e um mais baixo. A sucessão padronizada cesura no meio do verso (terceiro pé), de modo a de pés emprestava ao verso um ritmo característico, permitir a respiração do declamador... lento e solene, ou vivaz e agitado, e assim por diante. Eis a estrutura métrica do primeiro verso da Íliada de Homero composto por volta de -750: Μῆνιν ἄ|ειδε, θε|ά, || Πη| ληϊάδ|εω Ἀχιλ|ῆος
  • 5. Homero O nome de Homero (gr. Ὅμηρος), o mais antigo e respeitado poeta da Grécia Antiga, está vinculado há mais de 2.500 anos à Ilíada e à Odisséia. Não há nenhuma evidência, no entanto, de que ele tenha realmente existido ou de que tenha escrito qualquer uma das duas epopéias, tradicionalmente chamadas de poemas homéricos. Segundo Heródoto (aprox. 484/425 a. C.), Homero teria vivido 400 anos antes dele. Estudos recentes, porém, situam a data de composição da Busto de Homero Ilíada e da Odisséia no fim da Idade das Trevas (c. -750 a. C.) ou no início do Período Arcaico (-750/-713). O uso predominante do dialeto jônico sugere que o autor dos poemas veio provavelmente da Jônia. Que ele era um aedo cego nascido especificamente em Quios ou em outro lugar da região e se chamava Homero, porém, não tem qualquer comprovação histórica. Não são confiáveis, igualmente, as numerosas "Vidas" (lat. Vitae) de Homero que proliferaram na Antiguidade.
  • 6. Há calorosas disputas que tentam esclarecer a origem da Ilíada e da Odisséia desde o Período Helenístico compõem a famosa "Questão Homérica", que pode ser resumida assim: - seriam a Ilíada e a Odisséia obra de um só poeta? - teriam sido criadas a partir da união de vários poemas isolados? - qual dos poemas é o mais antigo? - seria "Homero" o nome atribuído a algum poeta anônimo que organizou uma extensa e antiga tradição oral? - teria sido "Homero" um poeta genial que simplesmente se baseou em temas da tradição oral de diversas épocas? - seriam os dois poemas, como os conhecemos, modificações tardias dos poemas originalmente compostos? Discute-se esses itens — e outros ainda — até hoje... No momento, a maior parte dos eruditos parecem inclinar-se à possibilidade de que os dois poemas foram escritos por duas pessoas diferentes, e que a Ilíada é o mais antigo dos dois. Além da Ilíada e da Odisséia, outras obras foram tradicionalmente atribuídas a Homero na Antiguidade, mas sem respaldo histórico ou literário: o Margites, poema cômico a respeito de um herói trapalhão; a Batracomiomaquia, paródia burlesca da Ilíada que relata uma guerra fantástica entre ratos e rãs, e os hinos homéricos. Independentemente das numerosas questões que envolvem Homero, a poesia atribuída a ele foi profundamente reverenciada durante toda a Antiguidade e seus versos eram considerados fonte geral de sabedoria e citados constantemente por todos. Pintura Homero guiado por um garoto, por Jean Ingres
  • 7. Apoteose de Homero - Jean Auguste Dominique Ingres, 1827
  • 8. Odisseia Iliadas Tradução de Haroldo de Campos Tradução de Donaldo Schüler
  • 9. Fragmento de um papiro antigo, encontrado em escavações arqueológicas. Note-se que o papiro, embora desgastado, ainda mantém a grafia original, em grego arcaico.
  • 10. Em Grego Tradução de Haroldo de Campos para Português Μῆνιν ἄειδε θεὰ Πηληφάδευ Ἀσιλῆορ οὐλομένην, ἣ μςπί' Ἀσαιοῖρ ἄλγε' ἔθηκε, A ira, Deusa, celebra do Peleio πολλὰρ δ' ἰθθίμοςρ τςσὰρ Ἄφδι πποΐατεν Aquiles, ἡπώυν, αὐηοὺρ δὲ ἑλώπια ηεῦσε κύνεζζιν o irado desvario, que aos Aqueus οἰυνοῖζί ηε πᾶζι, Διὸρ δ' ἐηελείεηο βοςλή, tantas penas ἐξ οὗ δὴ ηὰ ππῶηα διαζηήηην ἐπίζανηε trouxe, e incontáveis almas arrojou Ἀηπεΐδηρ ηε ἄναξ ἀνδπῶν καὶ δῖορ Ἀσιλλεύρ. no Hades de valentes, de heróis, espólio para os Ilíada, 1.1-7 cães, pasto de aves rapaces: fez-se a lei de Zeus; desde que por primeiro a discórdia apartou o Atreide, chefe de homens, e o divino Aquiles. Ilíada, 1.1-7
  • 11. Aquiles flechado no calcanhar por Páris Escultura em mármore Aquiles vivenciado pelo ator norte- americano Brad Pitt, no filme “Tróia”, em 2003
  • 12. Odisséia “Os Heróis Gregos reúnem-se em concílio”
  • 13. ΟΔΥΣΣΕΙΑΣ — a Odisséia — foi composta, Leitura de Homero, por Sir Lawrence Alma-Tadema provavelmente, alguns anos depois da Ilíada, possivelmente entre -743 e -713 a. C. (Janko, 1982). O título do poema deriva do nome do principal protagonista, Odisseu, herói grego mais conhecido entre nós pelo nome romano, Ulisses. A exemplo da Ilíada, a Odisséia se baseia em longa tradição oral e assumiu forma escrita somente no fim do século -VI.
  • 14. Enquanto a Ilíada é uma história de guerra, a Odisséia é basicamente uma história de viagens fantásticas. Nela, [Homero] relata as aventuras de Odisseu após a Guerra de Tróia. Durante dez anos o herói tenta retornar a Ítaca, seu reino, onde o aguardam ansiosos o pai Laerte, a esposa Penélope e o filho Telêmaco; numerosas aventuras, porém, retardam sua volta. Em Ítaca, a esposa (Penélope) e o filho (Telêmaco) são constantemente assediados por uma multidão de pretendentes ao trono e à esposa de Odisseu, que é dado como desaparecido. O poema começa no vigésimo ano de sua partida para Tróia (dez anos de guerra, mais dez anos de viagens), e as aventuras dos anos anteriores são contadas pelo próprio Odisseu. Ao mesmo tempo, o narrador relata as peripécias do jovem Telêmaco, que procura desesperadamente o pai por causa dos atrevidos pretendentes que ameaçam sua vida, dissipam seus bens e cobiçam sua mãe. No final, é claro, Odisseu consegue retornar ao lar e à família, matar todos os pretendentes e recuperar seu reino. O heroi Odisseu (Ulysses), caricatura por Laudo
  • 15. (...) "Enquanto isto acontecia, Odisseu, enfim, abriu os olhos. Ele se encontrava na sua terra, embora não a reconhecesse. Tudo lhe era estranho. Longe estava a nau. A névoa de Atena lhe obscurecia a visão. Ele próprio seria irreconhecível à esposa, aos cidadãos, aos amigos, para melhor punir a insolência dos pretendentes. Por essa razão, o que o rei via tinha outro aspecto: extensos caminhos, portos seguros, rochas escarpadas, árvores vigorosas. Erguendo-se de um salto, perdeu-se na contemplação da terra natal. Insistiam soluças. Caíram-lhe as mãos. Com um golpe na coxa, falou sem conter lágrimas: „Estou desolado. Na terra de que gente me encontro? Violentos, selvagens, homens sem lei? São hospitaleiros? Rendem culto aos deuses? Haverá lugar para guardar minhas riquezas? Para onde irei? Eu deveria ter ficado lá com os feáceos. Teria encontrado, com certeza, outro rei façanhudo, que teria me acolhido e devolvido à minha terra”. “Odisseu seduzido pelas Sereias” “A Odisséia”, canto XIII Tradução do grego por Donaldo Schüler Editora LP &M Pocket
  • 16. O Famoso Cavalo de Tróia, concebido pela astúcia de Odisseu. O povo troiano comemora uma falsa vitória. Nem sequer sabiam o que se ocultava dentro do cavalo!
  • 17. I - “A Eneida”, do poeta romano Virgílio Maron, composta nos tempos do imperador Otávio Augusto, narra a fuga do heroi troiano Enéas e de suas viagens até aportar na península itálica, onde viria a fundar a cidade que daria origem à Roma. II - “Balada de Rolando”, de autor anônimo, do século IX d. C. Narra as aventuras de Rolando, um dos paladinos do Imperador Carlos Magno. III - “Beowulf”, poema anglo-saxão do séc. XI d.C. que deu origem à Literatura Inglesa. Influenciou definitivamente o escritor britânico J. R. R. Tolkien na criação da saga “O Senhor dos Anéis”. IV - “A Epopéia de Gilgamesh”, narra as aventuras de um Rei Babilônio que busca a imortalidade. Diz-se que esta é a primeira epopéia da Humanidade. Mas, há controvérsias. V - A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, composta no século XIII d. C., que narra a epopéia espiritual de Dante através do Inferno, Purgatório e Paraíso, em busca de sua O herói anglo-saxão Beowulf amada Beatrice. VI - “Os Lusíadas”, de Luís de Camões, composta no século XVI d. C., epopeia mais conhecida em língua portuguesa, que narra a viagem de Vasco da Gama até as Índias. VII - “O Mâhabhârata”, segundo a maioria dos estudiosos da História da Literatura e da Filologia, é a mais antiga epopeia já escrita. Atribui-se sua autoria ao poeta e místico Vyâsa, na antiga Índia. É um poema grandioso em dezoito volumes, contento milhares de páginas. Narra a guerra entre dos clãs (famílias) rivais, os Pândava e Kûrava.
  • 18. O Mâhabhârata (devanágari: , translit. Mahābhārata), é um dos dois maiores épicos clássicos da Índia, juntamente com o Ramâyana. Sua autoria é atribuída a Krishna Dvapayana Vyasa. O texto é monumental, com mais de 74.000 versos em sânscrito, e mais de 1,8 milhões de palavras; se o Harivamsa for incluído como sendo anexo e parte da obra, chega-se a um total de 90.000 versos, compondo o maior volume de texto numa única obra humana.
  • 19. “As coisas fáceis são para o vulgo e a gente comum. Os Homens heróicos e divinos passam pelo caminho Das dificuldades afim de que estas, ao fim de suas provas, Lhes concedam a glória e a imortalidade”. Giordano Bruno, in “Os Heróicos Furores”
  • 20. Apresentação em Power Point Confeccionada por Awmergin. E-mail: awmergin@hotmail.com Todos os direitos reservados ©