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ENTREVISTA COM JOÃO                   SÉRGIO       RAMALHO         SÉ    –    CANÁRIO
BRASILEIRINHO
     Autor: César Wenceslau
     Revista CCCC 2009


        1) No Brasil, o segmento de canários de porte é, de modo geral, pouco
conhecido pela população, e algumas raças geram até certo desconforto ao público
leigo. Você acha que o reconhecimento de uma raça de canários de porte tipicamente
nacional pode ajudar a difundir a criação de canários de porte no país?

        R. Eu não entendo dessa maneira. Em meu ponto de vista o segmento de porte é o
segundo em interesse de criação no Brasil e se compararmos proporcionalmente em relação
aos canários de cor vem aumentando a quantidade de canários exposto no brasileiro e em
alguns clubes os canários de porte já são a maioria. O reconhecimento desta raça com
certeza aumentará o interesse.

      2) Como surgiu o canário Brasileirinho? De onde veio a idéia de criar uma raça
de canários de porte Brasileira?

        R Em 2000, o ano que me tornei juiz, eu e o também Juiz de canários de porte
Antonio Carlos Lemo, durantes os muitos julgamentos que fizemos, conversávamos e nos
incentivávamos a criar uma raça de canários de porte. Não sei se fui eu, ou ele, quem
começou a falar em criar esta raça, mas não tem mais importância. Ele talvez por ser muito
atarefado, com a gráfica que tem e com a revista da FOB, acabou não levando a idéia em
frente. Em 1997, houve algumas mudanças na raça Gloster, que os criadores passaram a
valorizar os pássaros mais cabeçudos e com o peito mais cheio e conseqüentemente o
tamanho aumentou muito, eu como gostava e achava que os pequenos voltariam a serem
mais valorizados continuei a criar com três, quatro casais. Em 2000, 2001 vi que isto não
aconteceria. Então com a seleção rigorosa para o tamanho, vi que, com a mudança de
algumas características poderia fazer um novo canário, o que seria o primeiro canário de
porte do Brasil.


       3) Quais as principais dificuldades encontradas durante o processo de
formação e seleção do Brasileirinho? Há quantos anos você vem se dedicando à
seleção deste canário?

         R Desde 1997, venho selecionando estes pássaros, já são doze anos. A maior
dificuldade vem sendo a diminuição da cauda, pois como se sabe, não se conhece a
transmissão genética das características de um canário de porte. Até eu compreender como
é feita esta transmissão, sofri muito.
HISTÓRICO DA RAÇA: CANÁRIO BRASILEIRINHO
        Origem: São José do Rio Preto - BRASIL.
        Criador: JOÃO SERGIO RAMALHO SÉ
        Tempo de fixação das características da raça: dez anos.
         Crio canário desde os dez anos, e sou um apaixonado pela seleção e transformação
das qualidades dos pássaros, em 1997 já criava mais de 100 casais de canários de cor e
porte, entre eles gloster com topete e sem topete. Nessa época mudanças na raça gloster
que aumentaram substancialmente a caixa (peito) e a cabeça e, conseqüentemente o
tamanho; fizeram com que os criadores, para competirem, mudassem radicalmente o seu
plantel para essas novas características. Eu criava com vinte casais de gloster e também
comecei a mudança, mas com receio de que a moda não vingasse, considerei acasalar
todos os anos dois ou três casais do padrão antigo, ou seja: canários extremamente curtos.
Com o passar dos anos não houve retorno àquelas características dos gloster, mas
continuei criando esses canários.
         A pressão de seleção para canários extremamente curtos, modificou
consideravelmente as características dos canários gloster tanto com e sem topetes e,
considerei a possibilidade, de que, se acrescentando algumas outras características,
surgiria uma nova raça de canário de porte, a primeira do Brasil.

        O tamanho da cauda foi o maior desafio, pois levei muitos anos para conseguir que
a mesma alcançasse apenas três centímetros, um centímetro embaixo das asas e dois
expostos. O corpo roliço, como o de uma pombinha, o peito proeminente, a cabeça
miúda e a cauda curta, são as características mais marcantes nesse canário extremamente
belo e delicado que encanta a todos.

       4) Qual é o padrão do canário Brasileirinho?

        O BRASILEIRINHO IDEAL:
         É um pássaro muito pequeno, somente dez centímetros, o menor canário do mundo.
         O topete é redondo muito pequeno, simétrico e aderente à nuca com seu ponto
central irradiando penas curtas.
         O canário sem topete possui a cabeça pequena e redonda, olhos mais próximos do
bico e, como nos miniaturas seu bico deve ser muito pequeno.
         O pescoço é muito curto, sendo junto à cabeça mais estreito e junto ao corpo mais
largo, dorso e ombros largos com peito proeminente de pomba.
          São aceitas todas as cores inclusive com fator, a plumagem deve ser muito
compacta e sem penas soltas em toda sua extensão.
          Como o gloster, sua postura é de aproximadamente 45 graus em relação à
horizontal.
         A cauda é extremamente curta com somente três centímetros ou menos, compacta e
alinhada com o resto do corpo.
          As pernas com coxas dissimuladas na plumagem, são implantadas no corpo
ligeiramente atrás do seu ponto mediano de equilíbrio. Saúde perfeita, agilidade, limpeza,
canelas curtas, dedos e unhas perfeitas completam o conjunto.
         Todas essas características aliadas à forma de pombinha dão ao canário uma
encantadora beleza que agrada a todos.
Em concurso se apresentam como o canário gloster, de acordo com a relação
Melanina-Lipocromo, 9 classes para sem topete e 9 para com topete.

       Tabela de pontuação
                           VALOR   No    DE
ITEM                                        MB        B          R           F
                           MAX.    PONTOS
1-CAUDA     (   3CM   ou
                             25              2            3          4a5      6 ou +
MENOS)
2-TAMANHO (10 CM)            20              2            3           4       5 ou +
3-FORMA                      10              1            2           3       4 ou +
4-CABEÇA/TOPETE              10              1            2           3       4 ou +
5-PEITO DE POMBA             10              1            2           3       3 ou +
6-POSIÇÃO (45GRAUS)          5               0         0a1           1a2      2 ou +
7-PESCOÇO                    5               0         0a1           1a2      2 ou +
8-PLUMAGEM                   5               0         0a1           1a2      2 ou +
9-PERNAS E PÉS               5               0         0a1           1a2      2 ou +
10-CONDIÇÃO GERAL            5               0         0a1           1a2      2 ou +
TOTAL MAX.                  100


       COMENTÁRIOS SOBRE OS ITENS DA TABELA.

        1 - CAUDA – 25 PONTOS.
       A cauda é o item mais importante, não pode exceder 04 cm. O objetivo é dois cm
exposto e um cm embaixo das asas.
       2 -TAMANHO - 20´PONTOS
       O tamanho gira em torno de 10cm a 11cm, pássaros acima disso devem ser
desclassificados. Para conseguir isto, deve-se dividir o pássaro em três, e trabalhar a
diminuição nas três partes:
       Cabeça/pescoço – corpo – cauda.
       3 - FORMA - 10 PONTOS
       Forma arredondada traços equilibrados dão as características que harmonizam o
conjunto, que tem o desenho de uma pombinha.
        4 - CABEÇA/TOPETE - 10 PONTOS
         Uma cabeça pequena e redonda com olhos mais próximos do bico. Topete
redondo, com penas curtas que se irradiam do centro sem cobrir os olhos. Deve ser bem
assentado. Topete levantado na nuca deve ser penalizado com rigor.
       5 - PEITO DE POMBA - 10 PONTOS
       Peito proeminente, amplo e arredondado por todos os ângulos sem tirar a beleza do
pássaro (Forma de pomba).
       6 - POSIÇÃO (45 GRAUS) - 5 PONTOS
       Pássaros altivos ou muito na horizontal devem ser penalizados.
       7 - PESCOÇO - 5 PONTOS
       O pescoço deve ser curto, afunilando em direção à cabeça que é muito pequena.
        8 - PLUMAGEM - 5 PONTOS
Todas as cores são admitidas, inclusive com fator. Sendo um pássaro de forma, a
plumagem deve ser curta e a mais compacta possível, frisos, penas soltas e longas não são
toleradas.
       9 - PERNAS E PÉS - 5 PONTOS
       Pernas curtas como deve ter um pássaro miniatura, a coxa não deve estar aparente,
pés e dedos perfeitos sem escamas.
       10- CONDIÇÕES GERAIS - 5 PONTOS
       Limpeza, saúde perfeita e pássaros calmos são o ideal.

        RESUMO TÉCNICO DA RAÇA BRASILEIRINHO.

                 1-CAUDA - 25 PONTOS
        Característica mais importante, penas na cauda de três a quatro cm no máximo.
                  2-TAMANHO - 20 PONTOS
        Corpo e cauda bem curtos, com 10 a 11 cm.
                  3 -FORMA - 10 PONTOS
        Forma arredondada, sem tirar a beleza do conjunto com formato de pomba.
                  4 –CABEÇA /TOPETE – 10 PONTOS
        Cabeça pequena com topete redondo e bem curto.
                  5-PEITO DE POMBA - 10 PONTOS
        Peito proeminente, sem perder a forma arredondada.
                  6-POSIÇÃO (45 GRAUS) - 5 PONTOS
        Aproximadamente 45 graus com a horizontal, como o canário gloster.
                  7 -PESCOÇO - 5 PONTOS
        Pescoço curto, afunilando em direção corpo /cabeça.
                  8 -PLUMAGEM - 5 PONTOS
        Plumagem curta e aderente, todas as cores são admitidas inclusive o vermelho.
                  9 -PERNAS E PÉS - 5 PONTOS
        Coxas invisíveis, pernas curtas, pés e unhas limpos e perfeitos.
                 10 -CONDIÇÃO GERAL - 5 PONTOS
        Pássaro saudável, limpo e calmo.

         Gaiola tipo canário de cor.(Poleiro distante 7,5 cm).
         Anilhas - 2,7 de diâmetro .



       DEFEITOS DESCLASSIFICANTES:
             -Cauda com tamanho superior a 4 cm.
             -Pássaro com cabeça/ ou topete muito grande, como o gloster .
             -Pássaro com tamanho acima de 11cm .
            -Corpo muito fino que estrague a forma de pomba.
            -Forma do canário Fife-fancy.
5) O Brasileirinho é um canário com traços totalmente diferenciados e
marcantes. Dentre estes, o padrão prevê um tamanho de 10cm e a cauda curta, com
no máximo 2 cm aparentes. Isto é uma realidade? Já existem aves com estas
características?

       R Já existem pássaros que poderíamos classificar com noventa pontos. É claro que
temos que trabalhar muito ainda, mas a raça de um canário nunca para de evoluir, quando
alcançamos o que planejamos, projetamos novas metas e aí vai , não para nunca

       6) Em nosso país, as raças de canários com topete são bastante populares,
sendo o Gloster a mais difundida. O fato do Brasileirinho possuir topete tem alguma
relação com esta popularidade?

        R. A raça do canário Brasileirinho foi pensada por muito tempo para ser o canário
mais popular do Brasil por ser a primeira de porte brasileira, e com certeza a mais
interessante, pois alem de ter todas as divisões para concurso como o Gloster, ela terá a cor
vermelha (pense em um canário pintado de cobre e vermelho intenso). O topete aumenta a
disponibilidade para o criador entrar em concurso.

       7) Em se tratando de um canário que tenha traços que o caracterizem como
brasileiro, a meu ver, seria interessante que os Brasileirinhos fossem canários de
fundo amarelo pintados (pintados de verde e amarelo). Sabemos que isto é inviável,
pois sempre surgirão canários melânicos e lipocrômicos juntamente à criação de
pintados. Neste aspecto, sobre as cores de fundo: serão permitidos Brasileirinhos com
as três cores de fundo (branco, amarelo e vermelho)? Haverá uma valorização dos
exemplares pintados em relação à melânicos ou lipocrômicos?

        R. Sobre as cores do Brasil, que eu gosto muito, restringiríamos muito as inscrições
para concurso, foi me sugerido que os mesmo só tivessem a cor canela, seria muito
interessante,mas do mesmo jeito, diminuiria muito para concurso e como já dissemos o
canário veio para ser o mais popular do Brasil. Quanto à relação entre os pintados e os
outros, não haverá nenhuma distinção entre eles. Lutaremos para que sejam permitidas
todas as cores, inclusive a vermelha, que a meu ver será a mais interessante.

       8) Quantos canários Brasileirinhos você possui atualmente? Há um plantel
consolidado com aves apresentando as características desejadas?

        R Por ser uma raça em formação, a pressão de seleção é muito rigorosa. Então não
podemos criar com pássaros, que estão muito longe do padrão. E como todo o plantel,
temos uma parte com características muito boas e outra parte com nem tanto, mas com
possibilidades de geneticamente continuar o trabalho. Devo criar 2009 com cinqüenta
casais de brasileirinho, em 2010, criaremos com cem casais

        9) Como é a criação deste canário? São aves prolíficas e que cuidam bem dos
filhotes?

       R São canários como o Gloster muito fácil de criar. Tratam muito bem dos filhotes,
quase sem ajuda.

      10) Como está sendo a receptividade e a procura por parte dos criadores de
canários com relação ao Brasileirinho?

       R O interesse é muito grande, e o incentivo me surpreende e quero agradecer a
todos de coração.

      11) Existe algum outro criador de canários que possui e também está se
dedicando ao Brasileirinho?

       R Não existe nenhum criador que tem canários da minha linhagem. Tem um criador
de Brasília, que também é juiz, e disse que esta trabalhando com alguns canários, estas
características. No final de 2010, após a criação iniciarei as vendas.
12) Nos últimos dois anos, durante a realização do Campeonato Brasileiro,
pude ver alguns canários Brasileirinhos, e a evolução que estes vêm apresentando é
evidente. Em relação ao processo de reconhecimento e homologação do Brasileirinho
junto à FOB e OBJO: como está o andamento? Há alguma previsão para que estas
aves comecem a se apresentar em concursos?

       R Não, não há previsão para concurso. Em relação ao corpo de juízes de porte, me
parece que a maioria concorda que temos condições de realmente almejar este
reconhecimento. É preciso que todos encarem esse desafio como um projeto de todos, pois
eu somente dei o pontapé inicial, e as etapas seguintes são:

      --Aceitação pelos criadores (O que é uma realidade, todo mundo gosta.).
      --Reconhecimento e orientação pelo corpo de juízes
      --Reconhecimento pela FOB.
      --Reconhecimento pela Federação Mundial de Ornitologia.

       13) Quais são as suas expectativas com relação ao futuro do canário
Brasileirinho?

       R Eu sou positivo por natureza, portanto as minhas expectativas são as melhores,
       Que o nosso canário de porte alce vôos cada vez mais altos e que além do Brasil
alcance o mundo todo.


       Gostaria de agradecer João Sé pela atenção dispensada e por ter aceitado
participar desta entrevista, que teve como objetivo esclarecer dúvidas sobre seu
projeto do Canário Brasileirinho.




       NOTA DO AUTOR (20/07/2011): João Sérgio Ramalho Sé continua
desenvolvendo a raça, e vem apresentando aves nos últimos Campeonatos Brasileiros.
Neste ano de 2011, apresentou aves com excelente padrão dentro do proposto, e em visita
recente ao seu criadouro, pude verificar que além das aves apresentadas, existem muitas
aves dentro do padrão proposto, e com tamanho bastante reduzido. Estamos torcendo e
desejando bastante sorte ao João Sé para que consiga obter a homologação da raça.

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Canário Brasileirinho - Entrevista com o criador João Sérgio Ramalho Sé

  • 1. ENTREVISTA COM JOÃO SÉRGIO RAMALHO SÉ – CANÁRIO BRASILEIRINHO Autor: César Wenceslau Revista CCCC 2009 1) No Brasil, o segmento de canários de porte é, de modo geral, pouco conhecido pela população, e algumas raças geram até certo desconforto ao público leigo. Você acha que o reconhecimento de uma raça de canários de porte tipicamente nacional pode ajudar a difundir a criação de canários de porte no país? R. Eu não entendo dessa maneira. Em meu ponto de vista o segmento de porte é o segundo em interesse de criação no Brasil e se compararmos proporcionalmente em relação aos canários de cor vem aumentando a quantidade de canários exposto no brasileiro e em alguns clubes os canários de porte já são a maioria. O reconhecimento desta raça com certeza aumentará o interesse. 2) Como surgiu o canário Brasileirinho? De onde veio a idéia de criar uma raça de canários de porte Brasileira? R Em 2000, o ano que me tornei juiz, eu e o também Juiz de canários de porte Antonio Carlos Lemo, durantes os muitos julgamentos que fizemos, conversávamos e nos incentivávamos a criar uma raça de canários de porte. Não sei se fui eu, ou ele, quem começou a falar em criar esta raça, mas não tem mais importância. Ele talvez por ser muito atarefado, com a gráfica que tem e com a revista da FOB, acabou não levando a idéia em frente. Em 1997, houve algumas mudanças na raça Gloster, que os criadores passaram a valorizar os pássaros mais cabeçudos e com o peito mais cheio e conseqüentemente o tamanho aumentou muito, eu como gostava e achava que os pequenos voltariam a serem mais valorizados continuei a criar com três, quatro casais. Em 2000, 2001 vi que isto não aconteceria. Então com a seleção rigorosa para o tamanho, vi que, com a mudança de algumas características poderia fazer um novo canário, o que seria o primeiro canário de porte do Brasil. 3) Quais as principais dificuldades encontradas durante o processo de formação e seleção do Brasileirinho? Há quantos anos você vem se dedicando à seleção deste canário? R Desde 1997, venho selecionando estes pássaros, já são doze anos. A maior dificuldade vem sendo a diminuição da cauda, pois como se sabe, não se conhece a transmissão genética das características de um canário de porte. Até eu compreender como é feita esta transmissão, sofri muito.
  • 2. HISTÓRICO DA RAÇA: CANÁRIO BRASILEIRINHO Origem: São José do Rio Preto - BRASIL. Criador: JOÃO SERGIO RAMALHO SÉ Tempo de fixação das características da raça: dez anos. Crio canário desde os dez anos, e sou um apaixonado pela seleção e transformação das qualidades dos pássaros, em 1997 já criava mais de 100 casais de canários de cor e porte, entre eles gloster com topete e sem topete. Nessa época mudanças na raça gloster que aumentaram substancialmente a caixa (peito) e a cabeça e, conseqüentemente o tamanho; fizeram com que os criadores, para competirem, mudassem radicalmente o seu plantel para essas novas características. Eu criava com vinte casais de gloster e também comecei a mudança, mas com receio de que a moda não vingasse, considerei acasalar todos os anos dois ou três casais do padrão antigo, ou seja: canários extremamente curtos. Com o passar dos anos não houve retorno àquelas características dos gloster, mas continuei criando esses canários. A pressão de seleção para canários extremamente curtos, modificou consideravelmente as características dos canários gloster tanto com e sem topetes e, considerei a possibilidade, de que, se acrescentando algumas outras características, surgiria uma nova raça de canário de porte, a primeira do Brasil. O tamanho da cauda foi o maior desafio, pois levei muitos anos para conseguir que a mesma alcançasse apenas três centímetros, um centímetro embaixo das asas e dois expostos. O corpo roliço, como o de uma pombinha, o peito proeminente, a cabeça miúda e a cauda curta, são as características mais marcantes nesse canário extremamente belo e delicado que encanta a todos. 4) Qual é o padrão do canário Brasileirinho? O BRASILEIRINHO IDEAL: É um pássaro muito pequeno, somente dez centímetros, o menor canário do mundo. O topete é redondo muito pequeno, simétrico e aderente à nuca com seu ponto central irradiando penas curtas. O canário sem topete possui a cabeça pequena e redonda, olhos mais próximos do bico e, como nos miniaturas seu bico deve ser muito pequeno. O pescoço é muito curto, sendo junto à cabeça mais estreito e junto ao corpo mais largo, dorso e ombros largos com peito proeminente de pomba. São aceitas todas as cores inclusive com fator, a plumagem deve ser muito compacta e sem penas soltas em toda sua extensão. Como o gloster, sua postura é de aproximadamente 45 graus em relação à horizontal. A cauda é extremamente curta com somente três centímetros ou menos, compacta e alinhada com o resto do corpo. As pernas com coxas dissimuladas na plumagem, são implantadas no corpo ligeiramente atrás do seu ponto mediano de equilíbrio. Saúde perfeita, agilidade, limpeza, canelas curtas, dedos e unhas perfeitas completam o conjunto. Todas essas características aliadas à forma de pombinha dão ao canário uma encantadora beleza que agrada a todos.
  • 3. Em concurso se apresentam como o canário gloster, de acordo com a relação Melanina-Lipocromo, 9 classes para sem topete e 9 para com topete. Tabela de pontuação VALOR No DE ITEM MB B R F MAX. PONTOS 1-CAUDA ( 3CM ou 25 2 3 4a5 6 ou + MENOS) 2-TAMANHO (10 CM) 20 2 3 4 5 ou + 3-FORMA 10 1 2 3 4 ou + 4-CABEÇA/TOPETE 10 1 2 3 4 ou + 5-PEITO DE POMBA 10 1 2 3 3 ou + 6-POSIÇÃO (45GRAUS) 5 0 0a1 1a2 2 ou + 7-PESCOÇO 5 0 0a1 1a2 2 ou + 8-PLUMAGEM 5 0 0a1 1a2 2 ou + 9-PERNAS E PÉS 5 0 0a1 1a2 2 ou + 10-CONDIÇÃO GERAL 5 0 0a1 1a2 2 ou + TOTAL MAX. 100 COMENTÁRIOS SOBRE OS ITENS DA TABELA. 1 - CAUDA – 25 PONTOS. A cauda é o item mais importante, não pode exceder 04 cm. O objetivo é dois cm exposto e um cm embaixo das asas. 2 -TAMANHO - 20´PONTOS O tamanho gira em torno de 10cm a 11cm, pássaros acima disso devem ser desclassificados. Para conseguir isto, deve-se dividir o pássaro em três, e trabalhar a diminuição nas três partes: Cabeça/pescoço – corpo – cauda. 3 - FORMA - 10 PONTOS Forma arredondada traços equilibrados dão as características que harmonizam o conjunto, que tem o desenho de uma pombinha. 4 - CABEÇA/TOPETE - 10 PONTOS Uma cabeça pequena e redonda com olhos mais próximos do bico. Topete redondo, com penas curtas que se irradiam do centro sem cobrir os olhos. Deve ser bem assentado. Topete levantado na nuca deve ser penalizado com rigor. 5 - PEITO DE POMBA - 10 PONTOS Peito proeminente, amplo e arredondado por todos os ângulos sem tirar a beleza do pássaro (Forma de pomba). 6 - POSIÇÃO (45 GRAUS) - 5 PONTOS Pássaros altivos ou muito na horizontal devem ser penalizados. 7 - PESCOÇO - 5 PONTOS O pescoço deve ser curto, afunilando em direção à cabeça que é muito pequena. 8 - PLUMAGEM - 5 PONTOS
  • 4. Todas as cores são admitidas, inclusive com fator. Sendo um pássaro de forma, a plumagem deve ser curta e a mais compacta possível, frisos, penas soltas e longas não são toleradas. 9 - PERNAS E PÉS - 5 PONTOS Pernas curtas como deve ter um pássaro miniatura, a coxa não deve estar aparente, pés e dedos perfeitos sem escamas. 10- CONDIÇÕES GERAIS - 5 PONTOS Limpeza, saúde perfeita e pássaros calmos são o ideal. RESUMO TÉCNICO DA RAÇA BRASILEIRINHO. 1-CAUDA - 25 PONTOS Característica mais importante, penas na cauda de três a quatro cm no máximo. 2-TAMANHO - 20 PONTOS Corpo e cauda bem curtos, com 10 a 11 cm. 3 -FORMA - 10 PONTOS Forma arredondada, sem tirar a beleza do conjunto com formato de pomba. 4 –CABEÇA /TOPETE – 10 PONTOS Cabeça pequena com topete redondo e bem curto. 5-PEITO DE POMBA - 10 PONTOS Peito proeminente, sem perder a forma arredondada. 6-POSIÇÃO (45 GRAUS) - 5 PONTOS Aproximadamente 45 graus com a horizontal, como o canário gloster. 7 -PESCOÇO - 5 PONTOS Pescoço curto, afunilando em direção corpo /cabeça. 8 -PLUMAGEM - 5 PONTOS Plumagem curta e aderente, todas as cores são admitidas inclusive o vermelho. 9 -PERNAS E PÉS - 5 PONTOS Coxas invisíveis, pernas curtas, pés e unhas limpos e perfeitos. 10 -CONDIÇÃO GERAL - 5 PONTOS Pássaro saudável, limpo e calmo. Gaiola tipo canário de cor.(Poleiro distante 7,5 cm). Anilhas - 2,7 de diâmetro . DEFEITOS DESCLASSIFICANTES: -Cauda com tamanho superior a 4 cm. -Pássaro com cabeça/ ou topete muito grande, como o gloster . -Pássaro com tamanho acima de 11cm . -Corpo muito fino que estrague a forma de pomba. -Forma do canário Fife-fancy.
  • 5. 5) O Brasileirinho é um canário com traços totalmente diferenciados e marcantes. Dentre estes, o padrão prevê um tamanho de 10cm e a cauda curta, com no máximo 2 cm aparentes. Isto é uma realidade? Já existem aves com estas características? R Já existem pássaros que poderíamos classificar com noventa pontos. É claro que temos que trabalhar muito ainda, mas a raça de um canário nunca para de evoluir, quando alcançamos o que planejamos, projetamos novas metas e aí vai , não para nunca 6) Em nosso país, as raças de canários com topete são bastante populares, sendo o Gloster a mais difundida. O fato do Brasileirinho possuir topete tem alguma relação com esta popularidade? R. A raça do canário Brasileirinho foi pensada por muito tempo para ser o canário mais popular do Brasil por ser a primeira de porte brasileira, e com certeza a mais interessante, pois alem de ter todas as divisões para concurso como o Gloster, ela terá a cor
  • 6. vermelha (pense em um canário pintado de cobre e vermelho intenso). O topete aumenta a disponibilidade para o criador entrar em concurso. 7) Em se tratando de um canário que tenha traços que o caracterizem como brasileiro, a meu ver, seria interessante que os Brasileirinhos fossem canários de fundo amarelo pintados (pintados de verde e amarelo). Sabemos que isto é inviável, pois sempre surgirão canários melânicos e lipocrômicos juntamente à criação de pintados. Neste aspecto, sobre as cores de fundo: serão permitidos Brasileirinhos com as três cores de fundo (branco, amarelo e vermelho)? Haverá uma valorização dos exemplares pintados em relação à melânicos ou lipocrômicos? R. Sobre as cores do Brasil, que eu gosto muito, restringiríamos muito as inscrições para concurso, foi me sugerido que os mesmo só tivessem a cor canela, seria muito interessante,mas do mesmo jeito, diminuiria muito para concurso e como já dissemos o canário veio para ser o mais popular do Brasil. Quanto à relação entre os pintados e os outros, não haverá nenhuma distinção entre eles. Lutaremos para que sejam permitidas todas as cores, inclusive a vermelha, que a meu ver será a mais interessante. 8) Quantos canários Brasileirinhos você possui atualmente? Há um plantel consolidado com aves apresentando as características desejadas? R Por ser uma raça em formação, a pressão de seleção é muito rigorosa. Então não podemos criar com pássaros, que estão muito longe do padrão. E como todo o plantel, temos uma parte com características muito boas e outra parte com nem tanto, mas com possibilidades de geneticamente continuar o trabalho. Devo criar 2009 com cinqüenta casais de brasileirinho, em 2010, criaremos com cem casais 9) Como é a criação deste canário? São aves prolíficas e que cuidam bem dos filhotes? R São canários como o Gloster muito fácil de criar. Tratam muito bem dos filhotes, quase sem ajuda. 10) Como está sendo a receptividade e a procura por parte dos criadores de canários com relação ao Brasileirinho? R O interesse é muito grande, e o incentivo me surpreende e quero agradecer a todos de coração. 11) Existe algum outro criador de canários que possui e também está se dedicando ao Brasileirinho? R Não existe nenhum criador que tem canários da minha linhagem. Tem um criador de Brasília, que também é juiz, e disse que esta trabalhando com alguns canários, estas características. No final de 2010, após a criação iniciarei as vendas.
  • 7. 12) Nos últimos dois anos, durante a realização do Campeonato Brasileiro, pude ver alguns canários Brasileirinhos, e a evolução que estes vêm apresentando é evidente. Em relação ao processo de reconhecimento e homologação do Brasileirinho junto à FOB e OBJO: como está o andamento? Há alguma previsão para que estas aves comecem a se apresentar em concursos? R Não, não há previsão para concurso. Em relação ao corpo de juízes de porte, me parece que a maioria concorda que temos condições de realmente almejar este reconhecimento. É preciso que todos encarem esse desafio como um projeto de todos, pois eu somente dei o pontapé inicial, e as etapas seguintes são: --Aceitação pelos criadores (O que é uma realidade, todo mundo gosta.). --Reconhecimento e orientação pelo corpo de juízes --Reconhecimento pela FOB. --Reconhecimento pela Federação Mundial de Ornitologia. 13) Quais são as suas expectativas com relação ao futuro do canário Brasileirinho? R Eu sou positivo por natureza, portanto as minhas expectativas são as melhores, Que o nosso canário de porte alce vôos cada vez mais altos e que além do Brasil alcance o mundo todo. Gostaria de agradecer João Sé pela atenção dispensada e por ter aceitado participar desta entrevista, que teve como objetivo esclarecer dúvidas sobre seu projeto do Canário Brasileirinho. NOTA DO AUTOR (20/07/2011): João Sérgio Ramalho Sé continua desenvolvendo a raça, e vem apresentando aves nos últimos Campeonatos Brasileiros. Neste ano de 2011, apresentou aves com excelente padrão dentro do proposto, e em visita recente ao seu criadouro, pude verificar que além das aves apresentadas, existem muitas aves dentro do padrão proposto, e com tamanho bastante reduzido. Estamos torcendo e desejando bastante sorte ao João Sé para que consiga obter a homologação da raça.