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FOGO MORTO
José Lins do Rego
Antonio Minharro
Cláudio Amaro
Marcela Almeida
José Lins do Rego
Obras:
Ciclo da cana-de-
açúcar:
José Lins escreveu cinco livros a que
nomeou "Ciclo da cana-de-açúcar",
numa referência ao papel que nele
ocupa a decadência do engenho
açucareiro nordestino, visto de modo
cada vez menos nostálgico e mais
realista pelo autor:
Otto Maria Carpeaux fez uma súmula de sua obra: “A
obra de José Lins do Rego é profundamente triste. É
uma epopéia da tristeza, da tristeza da sua terra e da
sua gente, da tristeza do Brasil (...) Há na sua obra a
consciência de que tudo está condenado a adoecer,
a morrer, a apodrecer...
...Há a certeza da decadência dos
seus engenhos e dos seus avós, de
toda essa gente que produziu, como
último produto, o homem engraçado
e triste que lhe erigiu o monumento. É
grande literatura.”
Na obra de José Lins do Rego, a parte mais importante é
a que corresponde ao chamado ciclo da cana-de-
açúcar. Partindo de experiências autobiográficas – a
vida no engenho do avô – o escritor encontra na
memória o fundamento de seus romances, nos quais fixa
melancolicamente a decadência do engenho-de-
açúcar, substituído como modo de produção pela
fábrica.
Participante, ou pelo menos observador, deste
processo, José Lins do Rego esforça-se para registrar
a verdadeira revolução social desencadeada pela
nova tecnologia de produção açucareira que, em
pouco tempo, levou um grande número de
senhores de engenho a mais completa bancarrota
económica.
Como romance de feição realista,
esse livro procura penetrar a superfície
das coisas e revelar o processo de
mudanças sociais por que passa o
Nordeste brasileiro, num largo período
que vai desde o Segundo Reinado,
incluindo a Revolução Praieira e a
Abolição, até as primeiras décadas do
século XX.
O tema central de Fogo Morto é o
desajuste das pessoas com a
realidade resultante do declínio do
escravismo nos engenhos nordestinos,
nas primeiras décadas do século XX.
O romance conta a história de um
poderoso engenho – Engenho Santa
Fé localizado na zona da Mata da
Paraíba – desde a sua fundação até o
declínio, quando se transforma em
"fogo morto", expressão com que, no
Nordeste, se designam os engenhos
inativos.
Fogo Morto é uma obra-prima de José
Lins do Rego, livro que mostra com
linguagem forte e poética a
decadência dos engenhos de cana-
de-açúcar. Fogo Morto faz parte da 2ª
fase do modernisno.
Apesar de marcar o término da série,
com a decadência dos senhores de
engenho, o romance também assinala
seu auge, seu momento de
superação, constituindo uma obra-
prima da literatura regionalista, de
caráter neo-realista.
O romance, narrado em terceira
pessoa, é dividido em três partes.
Cada uma conta com seu próprio
protagonista, como se fossem três
histórias distintas e sucessivas. Os três
protagonistas, conforme atesta Alfredo
Bosi, "são expressões maduras dos
conflitos humanos de um Nordeste
decadente".
Fogo Morto é o décimo romance de José Lins do Rego e
foi considerado pela crítica desde o princípio como uma
obra-prima. O texto gira em torno de três personagens –
José Amaro, Luís César de Holanda Chacon e o capitão
Vitorino Carneiro da Cunha (maior personagem não só do
livro, como de toda a obra de Lins do Rego).
É um romance essencialmente triste e
com uma presença forte de loucura
(uma das obsessões do autor, assim
como morte e sexo. A história se
desenrola em torno do engenho de
Santa Fé
Primeira parte:
Na primeira parte, o mestre José
Amaro, seleiro orgulhoso e
conservador, espalha rancor à sua
volta. Temido pelo povo da várzea por
sua aparência horrível e pela raiva
acumulada, ele surra a filha histérica
com o intuito de cura-la,e também
maltrata a esposa.
Segunda parte
Na segunda parte do romance, o
coronel Lula de Holanda, também
orgulhoso, não consegue fazer
prosperar o engenho que recebera de
herança. Autoritário, não permite que
nenhum homem se aproxime da filha,
que permanece melancólica e
solteirona...
...Depois de sofrer um ataque de
epilepsia na igreja, torna-se devoto.
Gasta todo o dinheiro que lhe restou.
Por fim, leva o engenho a fogo morto
(propriedade que não produz mais).
Terceira parte:
Na terceira parte o capitão Vitorino,
senhor de engenho que acreditava
que a lua era Nossa Senhora
Aparecida e que escravos negros
eram animais que mereciam sofrer.... O
Mestre José amaro se mata na sala da
casa dele.
PROCESSO DE
DEGRADAÇÃO DOS
PERSONAGENS
PRINCIPAIS
Na primeira parte domina a figura do seleiro de profissão
José Amaro,velho frustrado, orgulhoso e patriarcal. “Sou
da minha casa, da minha família, trabalho para quem
quiser, não sou cabra de bagaceira de ninguém”.
Morador revoltado do engenho de Santa Fé, homem de
trato duro, áspero.
Descarrega uma carga de rancor contra aqueles que
o rodeiam, principalmente à sua filha Marta e sua
esposa Sinhá.“ Voltava outra vez a sua mágoa latente:
o filho que lhe não viera, a filha que era uma manteiga
derretida. Sinhá sua mulher, era a culpada de tudo”.
No decorrer do romance,
vários fatos ocorrem que lhes
são as causas de sua total
decadência:
Sua filha enlouquece e é internada. “
O mestre José Amaro não quis ver a
saída de sua filha. Emocionado, entrou
em casa e o soluço da mulher cortou-
lhe o coração… não podia ver aquilo.
Lá embaixo escutou os gritos da filha.”;
Sua esposa que não o tolera
mais, acaba fugindo. “A
mulher o abandonara”.
Devido a uma intriga com o negro
Floripes, é expulso de sua casa no
engenho de Santa Fé, onde viveu
toda sua vida, desde os tempos em
que o Capitão Tomás era o
proprietário.“Há uma semana que
tinha sido posto para fora de sua casa
pelo senhor de engenho.”
O povo passa a temê-lo por causa de
sua feiúra e de sua raiva enrustida e
devido às andanças pela noite, ganha
a fama de lobisomem.“Era um homem
perdido, sem filha, sem mulher, só no
mundo como se fosse um condenado.
Lobisomem. Homem do demônio.”
Por ajudar os cangaceiros de Antonio
Silvino, é preso, apanha e é humilhado.
“… Ia para cadeia como um
assassino.”.
Não agüentando a frustação e a
solidão, enfrenta uma crise existencial
e suicida-se. “O mestre estava caído
perto da tenda com a faca de cortar
sola enterrada no peito”.
Na segunda parte da obra ocorre um
retorno histórico, há um longo
flashback em que se evocam as lutas
do fundador Capitão Tomás Cabral
para o estabelecimento do Engenho
de Santa Fé; devido o pulso firme do
trabalho do capitão, o engenho
prosperava, havia muita abastância
naquele lugar.
“E o Santa Fé, com o capitão Tomás
Cabral de Melo, chegou a sua maior
grandeza… “Família criada, engenho
moente e corrente, gado de primeira
ordem, partidos de cana, roçado de
algodão…”.
Com a morte do capitão Tomás, seu
genro Lula de Holanda_ homem
calado, arrogante, impiedoso,
epilético e orgulhoso, casado com
Amélia, herda toda a riqueza e se
torna senhor de engenho de Santa Fé.
Não gostava de trabalhar para o
crescimento do engenho, vivia alheio
as coisas que aconteciam ao seu
redor.“… o marido não parecia
homem, como era a sua gente. Era
alheio a vida que o cercava.”
Lula era um desalmado,
principalmente para com os negros,
mandava castigá-los sem nenhuma
razão, por isso era visto por eles, como
um monstro. “ O povo cercava os
negros libertos para ouvir as histórias de
torturas.”
Acontece a Abolição e os negros se
foram para outros engenhos, exceto o
boleeiro do cabriolé_o negro Macário.
“Todos se foram, todas as negras
ganharam o mundo. Não havia quem
quisesse ficar no Santa Fé.”
Devido a falta de bravura e braço forte do homem
de campo, começa a decadência de Lula e do
engenho de Santa Fé_ aos poucos foi se
perdendo as plantações. “… e as safras de açúcar
e de algodão minguavam de ano para ano”.
O engenho entra em rápido declínio_
“Eram umas três vacas, uns dez bois de
carro, uns poucos novilhos. Era tudo
que o coronel tinha de criação”.
Santa Fé pára de produzir_transforma-
se em fogo morto. “Capitão, não bota
mais, está de fogo morto.”
Toda essa escala de decadência é
acompanhada por uma filha
solteirona e melancólica, por sua
mulher Amélia e uma cunhada louca.
O senhor de engenho busca refúgio e
consolo na religião em Deus.
“Lula é como se não soubesse das
dificuldades por que passavam…
naquela devoção, no seu rezar, era
como um homem de outro mundo,
fora de tudo que fosse terra,
indiferente ao seu tempo.”
A terceira parte concentra-se nas aventuras do
Capitão Vitorino, um personagem que vive momentos
sublimes, de grande valentia, como também
momentos ridículos. No início ele era visto apenas
como motivo de zombaria, riam dele, ninguém o
levava a sério. Por várias vezes é abordado por
pessoas que tem prazer em xingá-lo, provocá-lo.“Os
meninos gritavam para ele aquele “Papa_Rabo,,,”.
Ele falava mal de tudo e de todos,
quando tinha implicância com
alguém, puxava para briga, dizia
desaforos. É movido pelo desejo de
justiça e igualdade. Era contra o
governo, não media as conseqüências
em desafiar as autoridades,
ocasionando, muitas vezes, sua prisão.
“Amarre este velho e vamos com ele)
para cadeia de Pilar. A tropa saiu com
o Capitão Vitorino Carneiro da Cunha
todo amarrado de corda, montado na
burra velha…”
Não tinha medo de nada, estava
sempre prestes a desafiar o poder e a
injustiça, enfrentava até mesmo o
cangaceiro Antônio Silvino. Para ele, o
homem mais valente do mundo era
ele próprio. Falava o que pensava e
sonhava com o dia em que
governasse.
“Todos se espantavam da coragem,
do jeitão atrevido do velho Vitorino.
Era homem que ninguém dava nada
por ele e não tinha medo de coisa
alguma.”
“A vila do Pilar teria calçamento,
cemitério novo, jardim… Todos
pagariam impostos… Sou o prefeito
Vitorino que estou aqui para cumprir a
lei.”
Contudo, no final do romance, Vitorino
é apresentado como verdadeiro herói.
Gradativamente passa a ser
reconhecido pelos que o cercam.
“…pela primeira vez em sua vida, ela
via a grandeza de Vitorino…”(p.252).
Se torna o elo de ligação entre os ricos
e os pobres, fracos e fortes. “À sua
casa vinham os grandes e os
pequenos da terra.”
É um homem bom, que emprega toda
a sua valentia em prol do próximo.
“…Seu Vitorino que só tinha palavras
na boca, que era tão bom para os
outros…
É um homem bom, que emprega toda
a sua valentia em prol do próximo.
“…Seu Vitorino que só tinha palavras
na boca, que era tão bom para os
outros…
Por ser um sonhador, não percebia
que vinha de uma família tão rica e
que estava acabando na pobreza.
“Vitorino não tinha consciência para
sofrer. Não sofria, não era capaz de
sentir que tudo se acabara, que eles
em breve veria o fim da família que
fora tão grande e tão cheia de
riqueza.” (p 218)
Nesta terceira faz menção também
do Capitão Antonio Silvino que se
apresenta como a força da
subversão_ o poder de uma justiça
ilegal, porém legítima. Tira dos ricos
para dar aos pobres.
“ O capitão Antônio Silvino…
protegendo os pobres, tomando dos
ricos” “…mandou sacudir os dois
caixões de níqueis no meio da rua. O
povo caiu em cima daquelas
moedas… o povo tirara o pé da
lama.”.
RELAÇÃO DOS
PERSONAGENS COM A
SOCIEDADE
Partindo da análise feita dos
personagens principais da obra,
podemos observar a relação que
cada um tem com a sociedade e as
denúncias que trazem consigo.
A família da Casa Grande do Engenho
Santa Fé é o estereótipo da família
patriarcal, com valores tradicionais e
católicos arraigados.
O Mestre José Amaro, representa o
povo ordeiro, trabalhador e esquecido
do Nordeste, que percebendo a
exploração, alia-se a Antonio Silvino.
O Coronel Lula de Holanda, representa
a aristrocacia arruinada dos engenhos,
simbolizando a recusa do progresso,
enquanto que o Vitorino Carneiro da
Cunha, representa o herói do povo.
BINÔMIO: ILUSÃO x
REALIDADE
Pode-se considerar Lula de Holanda
como sendo um dos personagens mais
alienado de toda obra. Ele tenta de
uma maneira desesperada manter a
imponência que um dia tivera o Santa
Fé e sua família. O autor deixa claro o
contraste da vida e da realidade que
este personagem vive. Aparentando
algo totalmente oposto a realidade
que estava vivendo.
“Seu Lula, porém, não devia, não
tomava emprestado. Todas as
aparências do senhor de engenho
eram mantidas com dignidade… tudo
era como se fosse uma imitação da
realidade.”
Essa tentativa de se manter como
família tradicional e de grande riqueza
é mostrada além do constante uso do
cabriolé, pelas jóias que as mulheres
do Santa Fé tem que ostentar.
“Eram os mesmos. Neném e ela
traziam as mesmas jóias, aqueles
trancelins, aqueles anéis que lhe
tomavam os dedos das mãos. Lula não
deixava que saíssem de casa sem as
jóias.”
Mantinha a pose de um senhor
possuidor de muitas riquezas enquanto
na verdade estava se definhando,
sobrevivendo das migalhas que ainda
restava da herança que recebera de
seu sogro.
“Os cavalos já não eram aqueles dois
belos cavalos ruços. A nova parelha
da cabriolé não aparentava aquela
beleza de antigamente.”
“Amélia, tenho ainda umas moedas,
heim? Vai à Paraiba e troca isto com o
Mendes.”
Preferiu viver de ilusões a encarar a
realidade, se alimentando do amor ao
passado, recordando de uma
felicidade antiga. Torna-se um
verdadeiro devoto, encontrando
consolo na religião. “Quando toca as
aves-marias, dão para rezar. Reza
todo mundo da casa…”(p.32)
POSIÇÃO DO
NARRADOR
O romance é escrito em terceira
pessoa; é predominante o discurso
indireto livre. O autor procura escrever
como se fala, baseando-se na
linguagem do cotidiano, revestindo-se
de oralidade espontânea, resultando
na impressão de vivacidade e
dinamismo. Seu ritmo sintático e
narrativo é nervoso, quase frenético,
imitando o vaivém das pessoas pelas
estradas do engenho.
O narrador obedece uma ordem
cronológica (primeira, segunda e
terceira, partes). Sendo que o
flashback ( segunda parte) serve para
situar os personagens na história,
retomando os temas do princípio, na
terceira parte.
ASPECTO
MEMORIALISTA
Em Fogo Morto, o autor soube
transformar em ficção a vida real dos
engenhos nordestinos. Trata-se de uma
sociedade decadente, marcada pelo
ressentimento, pelo desajuste e pela
revolta.
O autor escreve em tom
memorialístico, como se fizesse uma
crônica sobre o que vivenciou em sua
experiência com a realidade do povo
da Paraíba _ sua terra natal. Retoma o
espírito de observação realista
produzindo um minucioso
levantamento da vida social e
psicológica dos engenhos da Paraíba.
O estilo da obra é modernista, baseia-
se na linguagem do cotidiano, da
oralidade espontânea. Pertence ao
regionalismo Nordestino porque
aborda a paisagem específica dessa
região, mas as questões abordadas
transcendem os limites regionais, o que
é comum nas obras bem realizadas.
Fogo Morto - Apresentação

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Fogo Morto - Apresentação

  • 1.
  • 2. FOGO MORTO José Lins do Rego Antonio Minharro Cláudio Amaro Marcela Almeida
  • 3. José Lins do Rego Obras:
  • 5. José Lins escreveu cinco livros a que nomeou "Ciclo da cana-de-açúcar", numa referência ao papel que nele ocupa a decadência do engenho açucareiro nordestino, visto de modo cada vez menos nostálgico e mais realista pelo autor:
  • 6.
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  • 12. Otto Maria Carpeaux fez uma súmula de sua obra: “A obra de José Lins do Rego é profundamente triste. É uma epopéia da tristeza, da tristeza da sua terra e da sua gente, da tristeza do Brasil (...) Há na sua obra a consciência de que tudo está condenado a adoecer, a morrer, a apodrecer...
  • 13. ...Há a certeza da decadência dos seus engenhos e dos seus avós, de toda essa gente que produziu, como último produto, o homem engraçado e triste que lhe erigiu o monumento. É grande literatura.”
  • 14. Na obra de José Lins do Rego, a parte mais importante é a que corresponde ao chamado ciclo da cana-de- açúcar. Partindo de experiências autobiográficas – a vida no engenho do avô – o escritor encontra na memória o fundamento de seus romances, nos quais fixa melancolicamente a decadência do engenho-de- açúcar, substituído como modo de produção pela fábrica.
  • 15. Participante, ou pelo menos observador, deste processo, José Lins do Rego esforça-se para registrar a verdadeira revolução social desencadeada pela nova tecnologia de produção açucareira que, em pouco tempo, levou um grande número de senhores de engenho a mais completa bancarrota económica.
  • 16. Como romance de feição realista, esse livro procura penetrar a superfície das coisas e revelar o processo de mudanças sociais por que passa o Nordeste brasileiro, num largo período que vai desde o Segundo Reinado, incluindo a Revolução Praieira e a Abolição, até as primeiras décadas do século XX.
  • 17. O tema central de Fogo Morto é o desajuste das pessoas com a realidade resultante do declínio do escravismo nos engenhos nordestinos, nas primeiras décadas do século XX.
  • 18. O romance conta a história de um poderoso engenho – Engenho Santa Fé localizado na zona da Mata da Paraíba – desde a sua fundação até o declínio, quando se transforma em "fogo morto", expressão com que, no Nordeste, se designam os engenhos inativos.
  • 19. Fogo Morto é uma obra-prima de José Lins do Rego, livro que mostra com linguagem forte e poética a decadência dos engenhos de cana- de-açúcar. Fogo Morto faz parte da 2ª fase do modernisno.
  • 20. Apesar de marcar o término da série, com a decadência dos senhores de engenho, o romance também assinala seu auge, seu momento de superação, constituindo uma obra- prima da literatura regionalista, de caráter neo-realista.
  • 21. O romance, narrado em terceira pessoa, é dividido em três partes. Cada uma conta com seu próprio protagonista, como se fossem três histórias distintas e sucessivas. Os três protagonistas, conforme atesta Alfredo Bosi, "são expressões maduras dos conflitos humanos de um Nordeste decadente".
  • 22. Fogo Morto é o décimo romance de José Lins do Rego e foi considerado pela crítica desde o princípio como uma obra-prima. O texto gira em torno de três personagens – José Amaro, Luís César de Holanda Chacon e o capitão Vitorino Carneiro da Cunha (maior personagem não só do livro, como de toda a obra de Lins do Rego).
  • 23. É um romance essencialmente triste e com uma presença forte de loucura (uma das obsessões do autor, assim como morte e sexo. A história se desenrola em torno do engenho de Santa Fé
  • 24. Primeira parte: Na primeira parte, o mestre José Amaro, seleiro orgulhoso e conservador, espalha rancor à sua volta. Temido pelo povo da várzea por sua aparência horrível e pela raiva acumulada, ele surra a filha histérica com o intuito de cura-la,e também maltrata a esposa.
  • 25. Segunda parte Na segunda parte do romance, o coronel Lula de Holanda, também orgulhoso, não consegue fazer prosperar o engenho que recebera de herança. Autoritário, não permite que nenhum homem se aproxime da filha, que permanece melancólica e solteirona...
  • 26. ...Depois de sofrer um ataque de epilepsia na igreja, torna-se devoto. Gasta todo o dinheiro que lhe restou. Por fim, leva o engenho a fogo morto (propriedade que não produz mais).
  • 27. Terceira parte: Na terceira parte o capitão Vitorino, senhor de engenho que acreditava que a lua era Nossa Senhora Aparecida e que escravos negros eram animais que mereciam sofrer.... O Mestre José amaro se mata na sala da casa dele.
  • 29. Na primeira parte domina a figura do seleiro de profissão José Amaro,velho frustrado, orgulhoso e patriarcal. “Sou da minha casa, da minha família, trabalho para quem quiser, não sou cabra de bagaceira de ninguém”. Morador revoltado do engenho de Santa Fé, homem de trato duro, áspero.
  • 30. Descarrega uma carga de rancor contra aqueles que o rodeiam, principalmente à sua filha Marta e sua esposa Sinhá.“ Voltava outra vez a sua mágoa latente: o filho que lhe não viera, a filha que era uma manteiga derretida. Sinhá sua mulher, era a culpada de tudo”.
  • 31. No decorrer do romance, vários fatos ocorrem que lhes são as causas de sua total decadência:
  • 32. Sua filha enlouquece e é internada. “ O mestre José Amaro não quis ver a saída de sua filha. Emocionado, entrou em casa e o soluço da mulher cortou- lhe o coração… não podia ver aquilo. Lá embaixo escutou os gritos da filha.”;
  • 33. Sua esposa que não o tolera mais, acaba fugindo. “A mulher o abandonara”.
  • 34. Devido a uma intriga com o negro Floripes, é expulso de sua casa no engenho de Santa Fé, onde viveu toda sua vida, desde os tempos em que o Capitão Tomás era o proprietário.“Há uma semana que tinha sido posto para fora de sua casa pelo senhor de engenho.”
  • 35. O povo passa a temê-lo por causa de sua feiúra e de sua raiva enrustida e devido às andanças pela noite, ganha a fama de lobisomem.“Era um homem perdido, sem filha, sem mulher, só no mundo como se fosse um condenado. Lobisomem. Homem do demônio.”
  • 36. Por ajudar os cangaceiros de Antonio Silvino, é preso, apanha e é humilhado. “… Ia para cadeia como um assassino.”.
  • 37. Não agüentando a frustação e a solidão, enfrenta uma crise existencial e suicida-se. “O mestre estava caído perto da tenda com a faca de cortar sola enterrada no peito”.
  • 38. Na segunda parte da obra ocorre um retorno histórico, há um longo flashback em que se evocam as lutas do fundador Capitão Tomás Cabral para o estabelecimento do Engenho de Santa Fé; devido o pulso firme do trabalho do capitão, o engenho prosperava, havia muita abastância naquele lugar.
  • 39. “E o Santa Fé, com o capitão Tomás Cabral de Melo, chegou a sua maior grandeza… “Família criada, engenho moente e corrente, gado de primeira ordem, partidos de cana, roçado de algodão…”.
  • 40. Com a morte do capitão Tomás, seu genro Lula de Holanda_ homem calado, arrogante, impiedoso, epilético e orgulhoso, casado com Amélia, herda toda a riqueza e se torna senhor de engenho de Santa Fé.
  • 41. Não gostava de trabalhar para o crescimento do engenho, vivia alheio as coisas que aconteciam ao seu redor.“… o marido não parecia homem, como era a sua gente. Era alheio a vida que o cercava.”
  • 42. Lula era um desalmado, principalmente para com os negros, mandava castigá-los sem nenhuma razão, por isso era visto por eles, como um monstro. “ O povo cercava os negros libertos para ouvir as histórias de torturas.”
  • 43. Acontece a Abolição e os negros se foram para outros engenhos, exceto o boleeiro do cabriolé_o negro Macário. “Todos se foram, todas as negras ganharam o mundo. Não havia quem quisesse ficar no Santa Fé.”
  • 44. Devido a falta de bravura e braço forte do homem de campo, começa a decadência de Lula e do engenho de Santa Fé_ aos poucos foi se perdendo as plantações. “… e as safras de açúcar e de algodão minguavam de ano para ano”.
  • 45. O engenho entra em rápido declínio_ “Eram umas três vacas, uns dez bois de carro, uns poucos novilhos. Era tudo que o coronel tinha de criação”. Santa Fé pára de produzir_transforma- se em fogo morto. “Capitão, não bota mais, está de fogo morto.”
  • 46. Toda essa escala de decadência é acompanhada por uma filha solteirona e melancólica, por sua mulher Amélia e uma cunhada louca. O senhor de engenho busca refúgio e consolo na religião em Deus.
  • 47. “Lula é como se não soubesse das dificuldades por que passavam… naquela devoção, no seu rezar, era como um homem de outro mundo, fora de tudo que fosse terra, indiferente ao seu tempo.”
  • 48. A terceira parte concentra-se nas aventuras do Capitão Vitorino, um personagem que vive momentos sublimes, de grande valentia, como também momentos ridículos. No início ele era visto apenas como motivo de zombaria, riam dele, ninguém o levava a sério. Por várias vezes é abordado por pessoas que tem prazer em xingá-lo, provocá-lo.“Os meninos gritavam para ele aquele “Papa_Rabo,,,”.
  • 49. Ele falava mal de tudo e de todos, quando tinha implicância com alguém, puxava para briga, dizia desaforos. É movido pelo desejo de justiça e igualdade. Era contra o governo, não media as conseqüências em desafiar as autoridades, ocasionando, muitas vezes, sua prisão.
  • 50. “Amarre este velho e vamos com ele) para cadeia de Pilar. A tropa saiu com o Capitão Vitorino Carneiro da Cunha todo amarrado de corda, montado na burra velha…”
  • 51. Não tinha medo de nada, estava sempre prestes a desafiar o poder e a injustiça, enfrentava até mesmo o cangaceiro Antônio Silvino. Para ele, o homem mais valente do mundo era ele próprio. Falava o que pensava e sonhava com o dia em que governasse.
  • 52. “Todos se espantavam da coragem, do jeitão atrevido do velho Vitorino. Era homem que ninguém dava nada por ele e não tinha medo de coisa alguma.”
  • 53. “A vila do Pilar teria calçamento, cemitério novo, jardim… Todos pagariam impostos… Sou o prefeito Vitorino que estou aqui para cumprir a lei.”
  • 54. Contudo, no final do romance, Vitorino é apresentado como verdadeiro herói. Gradativamente passa a ser reconhecido pelos que o cercam. “…pela primeira vez em sua vida, ela via a grandeza de Vitorino…”(p.252). Se torna o elo de ligação entre os ricos e os pobres, fracos e fortes. “À sua casa vinham os grandes e os pequenos da terra.”
  • 55. É um homem bom, que emprega toda a sua valentia em prol do próximo. “…Seu Vitorino que só tinha palavras na boca, que era tão bom para os outros…
  • 56. É um homem bom, que emprega toda a sua valentia em prol do próximo. “…Seu Vitorino que só tinha palavras na boca, que era tão bom para os outros…
  • 57. Por ser um sonhador, não percebia que vinha de uma família tão rica e que estava acabando na pobreza. “Vitorino não tinha consciência para sofrer. Não sofria, não era capaz de sentir que tudo se acabara, que eles em breve veria o fim da família que fora tão grande e tão cheia de riqueza.” (p 218)
  • 58. Nesta terceira faz menção também do Capitão Antonio Silvino que se apresenta como a força da subversão_ o poder de uma justiça ilegal, porém legítima. Tira dos ricos para dar aos pobres.
  • 59. “ O capitão Antônio Silvino… protegendo os pobres, tomando dos ricos” “…mandou sacudir os dois caixões de níqueis no meio da rua. O povo caiu em cima daquelas moedas… o povo tirara o pé da lama.”.
  • 61. Partindo da análise feita dos personagens principais da obra, podemos observar a relação que cada um tem com a sociedade e as denúncias que trazem consigo.
  • 62. A família da Casa Grande do Engenho Santa Fé é o estereótipo da família patriarcal, com valores tradicionais e católicos arraigados.
  • 63. O Mestre José Amaro, representa o povo ordeiro, trabalhador e esquecido do Nordeste, que percebendo a exploração, alia-se a Antonio Silvino.
  • 64. O Coronel Lula de Holanda, representa a aristrocacia arruinada dos engenhos, simbolizando a recusa do progresso, enquanto que o Vitorino Carneiro da Cunha, representa o herói do povo.
  • 66. Pode-se considerar Lula de Holanda como sendo um dos personagens mais alienado de toda obra. Ele tenta de uma maneira desesperada manter a imponência que um dia tivera o Santa Fé e sua família. O autor deixa claro o contraste da vida e da realidade que este personagem vive. Aparentando algo totalmente oposto a realidade que estava vivendo.
  • 67. “Seu Lula, porém, não devia, não tomava emprestado. Todas as aparências do senhor de engenho eram mantidas com dignidade… tudo era como se fosse uma imitação da realidade.”
  • 68. Essa tentativa de se manter como família tradicional e de grande riqueza é mostrada além do constante uso do cabriolé, pelas jóias que as mulheres do Santa Fé tem que ostentar.
  • 69. “Eram os mesmos. Neném e ela traziam as mesmas jóias, aqueles trancelins, aqueles anéis que lhe tomavam os dedos das mãos. Lula não deixava que saíssem de casa sem as jóias.”
  • 70. Mantinha a pose de um senhor possuidor de muitas riquezas enquanto na verdade estava se definhando, sobrevivendo das migalhas que ainda restava da herança que recebera de seu sogro.
  • 71. “Os cavalos já não eram aqueles dois belos cavalos ruços. A nova parelha da cabriolé não aparentava aquela beleza de antigamente.” “Amélia, tenho ainda umas moedas, heim? Vai à Paraiba e troca isto com o Mendes.”
  • 72. Preferiu viver de ilusões a encarar a realidade, se alimentando do amor ao passado, recordando de uma felicidade antiga. Torna-se um verdadeiro devoto, encontrando consolo na religião. “Quando toca as aves-marias, dão para rezar. Reza todo mundo da casa…”(p.32)
  • 74. O romance é escrito em terceira pessoa; é predominante o discurso indireto livre. O autor procura escrever como se fala, baseando-se na linguagem do cotidiano, revestindo-se de oralidade espontânea, resultando na impressão de vivacidade e dinamismo. Seu ritmo sintático e narrativo é nervoso, quase frenético, imitando o vaivém das pessoas pelas estradas do engenho.
  • 75. O narrador obedece uma ordem cronológica (primeira, segunda e terceira, partes). Sendo que o flashback ( segunda parte) serve para situar os personagens na história, retomando os temas do princípio, na terceira parte.
  • 77. Em Fogo Morto, o autor soube transformar em ficção a vida real dos engenhos nordestinos. Trata-se de uma sociedade decadente, marcada pelo ressentimento, pelo desajuste e pela revolta.
  • 78. O autor escreve em tom memorialístico, como se fizesse uma crônica sobre o que vivenciou em sua experiência com a realidade do povo da Paraíba _ sua terra natal. Retoma o espírito de observação realista produzindo um minucioso levantamento da vida social e psicológica dos engenhos da Paraíba.
  • 79. O estilo da obra é modernista, baseia- se na linguagem do cotidiano, da oralidade espontânea. Pertence ao regionalismo Nordestino porque aborda a paisagem específica dessa região, mas as questões abordadas transcendem os limites regionais, o que é comum nas obras bem realizadas.