O documento fornece vários métodos de orientação sem equipamentos, incluindo o uso da rosa dos ventos, lua, estrelas, sol e relógio. Ele explica como identificar a direção norte usando esses métodos naturais de orientação.
2. INDICE
A ROSA-DOS-VENTOS 3
ORIENTAÇÃO PELA LUA 5
ORIENTAÇÃO PELAS ESTRELAS 11
ORIENTAÇÃO PELO SOL 17
ORIENTAÇÃO PELO RELÓGIO 18
ORIENTAÇÃO PELO MÉTODO DA SOMBRA DA VARA
21
ORIENTAÇÃO PELO MÉTODO DAS SOMBRAS IGUAIS
23
ORIENTAÇÃO POR INDÍCIOS 25
USANDO A BÚSSOLA 26
A CARTA (o mapa) 34
O AZIMUTE 35
O AZIMUTE INVERSO 39
COMO MARCAR O AZIMUTE NUMA CARTA
40
MÉTODO DA TRIANGULAÇÃO 42
SINALÉTICA 49
SINALÉTICA – Exemplos de placas identificativas 50
3. A ROSA-DOS-VENTOS
Dos diferentes tipos de orientação podemos desde já começar por aqueles
que, sem qualquer tipo de equipamento especial, nos permitem estar sempre
orientados e saber sempre qual o local, ou orientação geográfica, onde nos
encontramos, bastando para isso olharmos com alguma atenção especial para
aquilo que nos rodeia.
Antes de tudo o mais, recordemos a Rosa-dos-Ventos.
Esta configuração dos pontos cardeais, deverá estar permanentemente
presente na nossa mente.
Por do Sol Nasce o Sol
4. A ROSA-DOS-VENTOS
Antes de avançarmos mais, e já que vimos a Rosa-dos-Ventos, é importante
que recordemos aqui, para além dos pontos cardeais, também os restantes
pontos da Rosa-dos-Ventos.
A Rosa-dos-Ventos mais completa, divide-se assim, em:
Pontos Cardeais N Pontos Colaterais
NNO NNE
N – Norte - 0º NO NE NE – Nordeste – 45º
E – Este – 90º ONO ENE SE – Sueste – 135º
S – Sul – 180º O E SO – Sudoeste – 225º
O – Oeste – 270º OSO ESE NO – Noroeste – 315º
SO SE
SSO SSE
S
Pontos Sub-Colaterais
NNE – Nor-Nordeste – 22,5º SSO – Su-Sudoeste – 202,5º
ENE – Lés-Nordeste – 67,5º OSO – Oés-Sudoeste – 247,5º
ESE – Lés-Sueste – 112,5º ONO – Oés-Noroeste – 292,5º
SSE – Su-Sueste – 157,5º NNO – Nor-Noroeste – 337,5º
5. ORIENTAÇÃO PELA LUA
Desde logo, temos a Lua, que quase sempre está no nosso horizonte visual
e que nos pode, se a olharmos com atenção, ser um auxiliar precioso na
nossa orientação.
Vejamos como, mas antes recordemos como a Terra gira face ao Sol…
NORTE
O Geóide
A Terra não é
completamente esférica.
Apresenta consistentes
achatamentos nos pólos
e ligeiras protuberâncias
OESTE ESTE
em várias partes do
Globo.
Não possui uma forma
geométrica bem definida,
ainda que ande muito
próxima de um elipsóide.
O Globo tem a forma de De Oeste para Este
um geóide.
SUL
6. ORIENTAÇÃO PELA LUA
Tal como o sol, a Lua nasce a Leste (ou a Este), só
que a hora a que nasce depende da sua fase.
A Fase da Lua depende da posição do sol.
A parte da Lua que está iluminada indica a direcção
onde se encontra o sol.
Nasce o Sol
Nasce a Lua
Face iluminada da Lua
Lado do Sol
7. ORIENTAÇÃO PELA LUA
A Lua, vista da Terra, possui diferentes fases, e para a podermos conhecer
melhor, teremos para isso, que as recordar:
Sol a Este Sol a Norte Sol a Oeste A Lua Nova
nascer do Sol Meio dia Por do Sol não é visível
Manhã Tarde
A parte da Lua que está iluminada indica a direcção
onde se encontra o sol.
8. ORIENTAÇÃO PELA LUA
Para saber se a a face iluminada da Lua está a crescer (a caminho da Lua
Cheia), ou a minguar (a caminho da Lua Nova), basta seguir o dizer popular de
que «a Lua é mentirosa». Assim, se a face iluminada parecer um «D» (de
decrescer) então está a crescer. Se parecer um «C» (de crescer) então está a
decrescer ou (minguar).
Lua em forma de “D” – Decrescer – A Lua está a aumentar, ficará em
breve Lua Cheia
Lua em forma de “C” – Crescer – A Lua está a diminuir, ficará em breve
Lua Nova (não se verá, pois ficará toda escura, “apagada” pelo Sol.
9. ORIENTAÇÃO PELA LUA
Parte iluminada “D” Quarto Crescente
Parte iluminada “C” Quarto Minguante
Lua em forma de “D” – Decrescer – A Lua está a aumentar, ficará em
breve Lua Cheia – Quarto Crescente
Lua em forma de “C” – Crescer – A Lua está a diminuir, ficará em breve
Lua Nova (não se verá, pois ficará toda escura, “apagada” pelo Sol –
Quarto Minguante
A parte da Lua que está iluminada indica a direcção
onde se encontra o sol.
10. ORIENTAÇÃO PELA LUA
Se olharmos com muita atenção para a Lua, ela dá-nos imensas
indicações geográficas, e indica-nos, conforme a hora a que estivermos a
localização exacta, onde nos encontramos face ao Sol.
Se tivermos um relógio, e soubermos a hora a que nos encontramos,
face à posição da Lua, saberemos seguramente onde está o Sol, e a
partir daí, poderemos sempre saber o ponto cardeal onde nos
encontramos.
Para isso, atentemos no quadro seguinte:
N
N
Poderemos sempre N
memorizar N
apenas a localização N
do Norte
N
N
N
11. ORIENTAÇÃO PELAS ESTRELAS
Para além da Lua, podemos ainda, sobretudo se estivermos de noite, utilizar
as estrelas como forma de encontramos a nossa posição.
À noite, o Céu (se tivermos visibilidade), é um manancial de informação,
bastando apenas que saibamos interpretar as Estrelas e que as consigamos
identificar.
O Céu, possui tantas Estrelas que nem as conseguimos contar, mas algumas
delas, pela importância que têm e pela informação que nos podem prestar são
fundamentais para que saibamos sempre onde estamos afinal.
Vamos ver por isso, como é que as Estrelas do Céu nos podem ajudar….
12. ORIENTAÇÃO PELAS ESTRELAS
A orientação pelas estrelas é um dos métodos naturais mais antigos, em
todas as civilizações. As constelações mais usadas para orientação, no
Hemisfério Norte, são a Ursa Maior, Ursa Menor, Orion e a Cassiopeia.
A Ursa Maior
A Ursa Maior é uma das constelações que mais
facilmente se identifica no céu.
Tem forma de uma caçarola, embora alguns povos
antigos a identificassem como uma caravana no
horizonte, bois atrelados, uma concha e mesmo um
homem sem uma perna.
O par de estrelas Merak e Dubhe formam as chamadas
«Guardas», muito úteis para se localizar a Estrela Polar.
Curiosamente, existem duas estrelas (Mizar e Alcor) que
se confundem com uma apenas, mas um bom
observador consegue distingui-las a olho nú.
13. ORIENTAÇÃO PELAS ESTRELAS
A Ursa Menor
A Ursa Menor, ligeiramente mais pequena que a
Ursa Maior, é também mais difícil de identificar,
principalmente com o céu ligeiramente nublado,
uma vez que as suas estrelas são menos
brilhantes.
A sua forma é idêntica à da Ursa Maior.
Na ponta da sua «cauda» fica a Estrela Polar,
bastante mais brilhante que as outras estrelas, e
fundamental para a orientação.
Esta estrela tem este nome precisamente por
indicar a direcção do Polo Norte.
As restantes constelações rodam aparentemente
em torno da Estrela Polar, a qual se mantém fixa.
Estrela Polar
14. ORIENTAÇÃO PELAS ESTRELAS
Estrela Polar
Orion ou Orionte
A constelação de Orion (ou Orionte) é apenas visível no Inverno,
pois a partir de Abril desaparece a Oeste, mas é muito facilmente
identificável.
Diz a mitologia que Orion, o Grande Caçador, se vangloriava de
poder matar qualquer animal.
O terrível combate que travou com o Escorpião levou os deuses a
separá-los. A constelação de Escorpião encontra-se realmente na
região oposta da esfera celeste, daí nunca se conseguirem
encontrar estas duas constelações ao mesmo tempo acima do
horizonte.
A constelação de Orion parece, assim, um homem, sendo as
estrelas Saiph e Rigel os pés.
Ao meio aparecem 3 estrelas em linha recta, que se reconhecem
imediatamente, dispostas obliquamente em relação ao horizonte.
Este trio forma o Cinturão de Orion, do qual pende uma espada,
constituída por outras 3 estrelas, dispostas na vertical.
Prolongando uma linha imaginária que passe pela estrela central
do Cinturão de Orion, passando pelas 3 estrelas da «cabeça»,
vamos encontrar a Estrela Polar.
15. ORIENTAÇÃO PELAS ESTRELAS
Se traçarmos uma linha imaginária que passe pelas duas «Guardas» da Ursa
Maior, e a prolongarmos 5 vezes a distância entre elas, iremos encontrar a Estrela
Polar.
A figura ilustra este procedimento, e mostra também o sentido de rotação aparente
das constelações em torno da Estrela Polar, a qual se mantém fixa.
Se prolongarmos uma linha imaginária passando pela primeira estrela da cauda da
Ursa Maior (a estrela Megrez) e pela Estrela Polar, numa distância igual, iremos
encontrar a constelação da Cassiopeia, em forma de «M» ou «W», a qual é
facilmente identificável no céu.
Assim, a Cassiopeia e a Ursa Maior estão sempre em simetria em relação à
Estrela Polar.
Estrela Polar
5 vezes
16. ORIENTAÇÃO PELAS ESTRELAS
Para obter o Norte, para nos orientarmos de
noite, basta descobrir a Estrela Polar.
Se a «deixarmos cair» até ao horizonte, é
nessa direcção que fica o Norte.
17. ORIENTAÇÃO PELO SOL
O sol nasce aproximadamente a Este e põe-se a Oeste, encontrando-se a Sul ao
meio-dia solar.
A hora legal (dos relógios) está adiantada em relação à hora solar:
► Inverno está adiantada cerca de 36 minutos,
► Verão a diferença passa para cerca de 1h36m.
18. ORIENTAÇÃO PELO RELÓGIO
Mas não ficamos por aqui…
Se tivermos um simples relógio, com ponteiros, poderemos igualmente
saber sempre o caminho a seguir para nunca nos perdermos.
O Sol, nasce sempre do mesmo lado – de Este.
Recordemos a nossa Rosa-dos-Ventos…
Por do Sol Nasce o Sol
19. ORIENTAÇÃO PELO RELÓGIO
O relógio que trazemos no pulso, para além de nos dizer as horas, é também
uma excelente bússola.
Se estivermos perdidos, saberemos sempre as horas em que tal aconteceu,
mas sabemos também sempre onde estamos afinal, ou pelo menos para onde
devemos ir.
Para isso, só temos que saber utilizar o relógio, e não será certamente para
sabermos as horas.
20. ORIENTAÇÃO PELO RELÓGIO
Usando um RELÓGIO e o SOL
Complicado ?
Não ! Muito simples….
Coloque o relógio na horizontal de maneira que o ponteiro das horas esteja
apontando para o sol.
O Norte Verdadeiro está localizado na bissectriz do ângulo formado entre o
ponteiro das horas e as 12 h.
Este método é muito aproximado.
NOTA: No caso de o relógio ser digital, o problema resolve-
se desenhando um relógio no chão, com um ramo ou mesmo
com a vara., começando-se por desenhar primeiro o ponteiro
das horas, que é o que deve ficar apontado para o sol (no
Hemisfério Norte).
21. RIENTAÇÃO PELO MÉTODO DA SOMBRA DA VARA
Mas, e se não tivermos relógio?
Será que ficaremos perdidos, sem saber por onde ir?
Não, nada disso, vejamos como com um pouco de imaginação…
Este método não oferece uma
precisão exacta, devendo ser aplicado
ou de manhã ou de tarde.
Para a vara, não é necessário que
seja uma vara propriamente.
De facto, este método permite que
seja usado qualquer ramo, direito ou
torto, ou até mesmo usar a sombra de
um ramo de uma árvore, uma vez que
apenas interessa a sombra da ponta
do objecto que estamos a usar.
22. RIENTAÇÃO PELO MÉTODO DA SOMBRA DA VARA
Assim, começa-se por marcar no chão, com uma pedra, uma estaca ou uma
cruz, o local onde está a ponta da sombra da vara.
Ao fim de algum tempo, a sombra moveu-se, e voltamos a marcar do mesmo
modo a ponta da sombra da vara.
Se unirmos as duas marcas, obtemos uma linha que define a direcção Este-
Oeste.
O tempo que demora a obter um deslocamento da sombra (bastam alguns
centímetros) depende também do comprimento da vara.
Assim, uma vara de 1m de comprimento leva cerca de 15 min a proporcionar
um deslocamento da sombra suficiente para se aplicar este método.
23. RIENTAÇÃO PELO MÉTODO DAS SOMBRAS IGUAIS
Este método é muito mais preciso do que o da sombra da vara, mas é
mais exigente na sua execução.
A hora ideal para o aplicar é por volta do meio-dia solar e a vara a usar deve
ficar completamente vertical e proporcionar pelo menos 30cm de sombra.
1 - Começa-se por marcar, com uma pedra
ou uma estaca, a ponta da sombra da vara.
2 - Com uma espia atada a uma estaca e a outra ponta atada
à vara, desenha-se um arco cujo centro é a vara e raio igual
ao comprimento da sombra inicial marcada, tal como na figura
da esquerda.
Com o passar do tempo, a sombra vai-se encurtando e deslocando, mas a partir de
certa altura volta a aumentar o seu comprimento e acaba por chegar até ao arco que foi
desenhado no chão.
24. RIENTAÇÃO PELO MÉTODO DAS SOMBRAS IGUAIS
3 - Marca-se então o local onde incide a ponta da
sombra. Unindo as duas marcas, obtemos uma linha que
define a direcção Este-Oeste, tal como na figura da
esquerda.
Uma vez que a vara está exactamente à mesma distância
entre as duas marcas, é fácil traçar então a linha da direcção
Sul-Norte.
Usando um ramo com ponta bifurcada, uma vara ou ramo e
algumas pedras, monta-se um sistema como o da figura à
esquerda.
As pedras ajudam a segurar a vara.
Dependurando da ponta da vara um fio com uma pedra
atada na ponta, obtém-se uma espécie de fio-de-prumo que
garante assim termos uma linha exactamente vertical, tal
como se exige neste método.
25. ORIENTAÇÃO POR INDICIOS
Tudo o que nos rodeia dá-nos a informação que precisamos para sabermos
sempre onde nos encontramos, bastando para isso apenas estarmos com a
atenção suficiente que nos permita obter indícios da nossa localização.
Aqui ficam alguns pequenos indícios que nos podem ser muito úteis, desde
que os observemos com atenção.
• Caracóis - encontram mais nos muros e paredes voltados para Leste e para Sul.
• Formigas - têm o formigueiro, especialmente as entradas, abrigadas dos ventos frios do Norte.
• Igrejas - as igrejas costumavam ser construídas com o Altar-Mor voltado para Este (nascente) e a porta principal
para Oeste (Poente), o que já não acontece em todas as igrejas construídas recentemente.
• Campanários e Torres - normalmente possuem no cimo um cata-vento, o qual possui uma cruzeta indicando
os Pontos Cardeais.
• Casca das Árvores - a casca das árvores é mais rugosa e com mais fendas do lado que é batido pelas chuvas,
ou seja, do lado Norte.
• Folhas de Eucalipto - torcem-se de modo a ficarem memos expostas ao sol, apresentando assim as «faces»
viradas para Leste e Oeste.
• Moinhos - as portas dos moinhos portugueses ficam geralmente viradas para Sudoeste.
• Inclinação das Árvores - se soubermos qual a direcção do vento dominante, numa região, através da inclinação
das árvores conseguimos determinar os pontos cardeais.
• Musgos e Cogumelos - desenvolvem-se mais facilmente em locais sombrios, ou seja, do lado Norte.
• Girassóis - voltam a sua flor para Sul, em busca do sol.
• Tocas de animais – estão sempre voltadas a Sul
26. Usando a BÚSSOLA
Mas, se tiver consigo uma bússola e um mapa, mais fácil ainda se torna saber
onde se encontra, para que nunca se perca.
Porém, para sabermos ler atentamente um mapa, e utilizar a bússola, é
importante que actuemos com alguns cuidados, e por isso vamos ver como
deveremos proceder.
Em primeiro lugar e antes de mais, temos que saber usar a bússola e conhecê-
la, pelo menos com alguma profundidade para dela podermos tirar o máximo
de informação.
28. Usando a BÚSSOLA
Modo de segurar numa bússola
Ao usar a bússola, deve sempre colocá-la o mais na horizontal possível.
Se fizer leituras com a bússola inclinada estará a cometer erros.
O polegar deve estar correctamente encaixado na respectiva argola, com o
indicador dobrado debaixo da bússola, suportando-a numa posição nivelada.
Bússola na
Polegar encaixado horizontal
na argola
Indicador dobrado
29. Usando a BÚSSOLA
CUIDADOS A TER AO MANUSEAR A BÚSSOLA
A Bússola, é um instrumento que funciona através do magnetismo terrestre, e
por isso, temos que ter em atenção alguns cuidados sob pena de termos
informações erradas.
Nunca se devem fazer leituras com a bússola perto de objectos metálicos ou de
circuitos eléctricos.
Assim, pode ver no quadro abaixo exemplos de objectos e respectivas
distâncias que deve respeitar quando quiser fazer uma leitura da sua bússola.
Objecto Distância
Linhas de alta tensão 60 m
Camião 20 m
Fios telefónicos 10 m
Arame farpado 10 m
Carro 10 m
Machado 1,5 m
Tacho 1m
30. Usando a BÚSSOLA
Mas, se tiver consigo uma bússola e um mapa, mais fácil ainda se torna saber
onde se encontra, para que nunca se perca.
Porém, para sabermos ler atentamente um mapa, e utilizar a bússola, é
importante que actuemos com alguns cuidados, e por isso vamos ver como
deveremos proceder.
Um mapa está “orientado”, quando é correspondente ao terreno que
representa. Na maioria dos mapas, o Norte Geográfico (ou Verdadeiro) é a
parte superior do mapa.
Há três modos simples para orientar um mapa em relação ao terreno:
31. Usando a BÚSSOLA
Usando um transferidor, crie uma linha na direcção do
Norte da Quadrícula (NQ), conforme linha azul, em
qualquer lugar do seu mapa (na maioria dos mapas, esta
linha é feita no centro do mapa)
O diagrama que mostra o valor da Declinação Magnética (no centro do mapa) -
normalmente localizado na legenda - dará a direcção e valor do ângulo entre o
Norte da Quadrícula (NQ) e o Norte Magnético (NM).
Use sempre os valores numéricos obtidos
pelo transferidor, pois o diagrama é
esquemático.
32. Usando a BÚSSOLA
Coloque a bússola sobre a linha do Norte da
Quadrícula (NQ) traçado no mapa
Vire o conjunto "mapa e bússola" lentamente até
que o Norte da agulha da bússola coincida com
o Norte Magnético no mapa. Assim, o mapa está
orientado em relação ao Norte magnético.
33. Usando a BÚSSOLA
Se sabe identificar a sua posição num mapa, também pode identificar a
posição de algum objecto distante, vire o mapa de forma que esta situação
seja correspondente ao terreno.
ORIENTAÇÃO POR OBJECTOS
DISTANTES
34. A CARTA (o mapa)
Agora, que vimos como utilizar a bússola na Carta (mapa), vamos
interpretar as informações contidas em qualquer Carta.
● De recordar que as Cartas (mapas) mais
fidedignos são as Cartas Militares, pois são
essas que possuem a maior informação em
cada ponto ou área geográfica.
● As Cartas Militares são por isso mesmo
uma excelente ferramenta quando
prosseguimos caminhos desconhecidos.
● Temos, porém, que saber interpretar
toda a informação que elas contêm, para
que saibamos o local onde nos
encontramos e da mesma forma qual o
caminho a seguir para atingirmos o nosso
objectivo.
35. O Azimute
O que é um AZIMUTE?
Um azimute é uma direcção definida em graus, variando de 0º a 360º.
Existem outros sistemas de medida de azimutes, tais como o milésimo e o
grado, mas o mais usado é o Grau.
A direcção de 0º graus corresponde ao Norte, e aumenta no sentido directo dos
ponteiros do relógio.
Exemplo de um azimute de 60º
36. O Azimute
Há 3 tipos de azimutes a considerar:
Azimute Magnético : quando medido a partir do Norte Magnético (indicado
pela bússola);
Azimute Geográfico : quando medido a partir do Norte Geográfico (direcção
do Pólo Norte);
Azimute Cartográfico : quando medido a partir do Norte Cartográfico
(direcção das linhas verticais das quadrículas na carta).
37. O Azimute
Como determinar o Azimute magnético de um ponto?
Querendo-se determinar o azimute magnético de um ponto usando uma
bússola há que, primeiro, alinhar a fenda de pontaria com a linha de pontaria
e com o ponto a fixar.
Depois deste alinhamento, espreita-se pela ocular para o mostrador e lê-se a
medida junto ao ponto de referência.
Todo este processo deve ser feito
sem deslocar a bússola, porque
assim alteraria a medida.
O polegar deve estar
correctamente encaixado na
respectiva argola, com o indicador
dobrado debaixo da bússola,
suportando-a numa posição
nivelada.
38. O Azimute
Como apontar o Azimute magnético de um ponto?
Querendo apontar um azimute magnético no terreno, para se seguir um
percurso nessa direcção, por exemplo, começa-se por rodar a bússola,
constantemente nivelada, de modo a que o ponto de referência coincida
com o azimute pretendido. Isto é feito mirando através da ocular para o
mostrador.
Uma vez que o ponto de referência esteja no azimute, espreita-se pela
fenda de pontaria e pela linha de pontaria, fazendo coincidir as duas, e
procura-se ao longe, um ponto do terreno que possa servir de referência.
Caso não haja um bom ponto de referência no terreno, pode servir uma vara
que, entretanto, se deslocou para a frente do azimute e se colocou na sua
direcção.
39. O Azimute Inverso
O Azimute Inverso é o azimute de direcção oposta.
Por exemplo, o Azimute Inverso de 90º (Este) é o de 270º (Oeste).
0º
Para o calcular basta somar ou subtrair
180º ao azimute em causa, consoante
270º 90º
este é, respectivamente, menor ou
maior do que 180º.
180º
O Azimute inverso de 65º é 245º
65 + 180 = 245
40. Como marcar o Azimute numa Carta
Para marcar um azimute numa carta, basta usar um transferidor.
Coloca-se a base do transferidor (linha 0º - 180º) paralela às linhas verticais
das quadrículas da carta e o ponto de referência sobre o ponto a partir do qual
pretendemos traçar o azimute.
De seguida faz-se uma marca na carta mesmo junto ao ponto de graduação do
transferidor correspondente ao ângulo do azimute que pretendemos traçar.
Por fim, traçamos uma linha a unir o nosso ponto de partida e a marca do
azimute.
41. Como marcar o Azimute numa Carta
Exemplo para marcar um azimute de 55º a partir de uma Igreja
1- A Igreja, a partir da qual se pretende marcar
um azimute de 55º
2- O transferidor alinhado com as linhas verticais
das quadrículas, e com o ponto de referência sobre
a igreja.
3- O azimute de 55º traçado a partir da Igreja e
passando pela marca correspondente aos 55º
graus.
42. MÉTODO DA TRIANGULAÇÃO
PARA DETERMINAR A NOSSA POSIÇÃO NUMA CARTA
Este método permite-nos localizar, com bastante precisão, a nossa posição
numa carta.
Vamos ver um exemplo de como utilizar este método.
Começa-se por identificar, no terreno e na carta, dois pontos à vista.
Neste caso escolheu-se um marco
geodésico e um cruzamento,
pois ambos estão à vista do
observador e são facilmente
identificáveis na carta através dos
seus símbolos.
cruzamento
Marco geodésico
43. MÉTODO DA TRIANGULAÇÃO
PARA DETERMINAR A NOSSA POSIÇÃO NUMA CARTA
cruzamento
Marco geodésico
De seguida, com a bússola determinam-se os azimutes dos dois pontos, 340º e
30º, respectivamente para o marco geodésico e para o cruzamento.
Conhecidos os azimutes, passamos a calcular os azimutes inversos
respectivos: 160º é o azimute inverso de 340º e 210º o de 30º.
Recordemos a fórmula: 340º - 180º = 160º
30º + 180º = 210º
44. MÉTODO DA TRIANGULAÇÃO
PARA DETERMINAR A NOSSA POSIÇÃO NUMA CARTA
cruzamento
Marco geodésico
Na carta, e com o auxílio de um transferidor, traçam-se os azimutes inversos a
partir de cada um dos pontos (160º para o marco geodésico e 210º para o
cruzamento).
O ponto onde as linhas dos
dois azimutes inversos se
cruzam corresponde à nossa
localização.
45. MÉTODO DA TRIANGULAÇÃO
MÉTODO DA TRIANGULAÇÃO PARA
IDENTIFICAR UM PONTO DO TERRENO NA
CARTA
Este método permite-nos, com bastante precisão, identificar um determinado
ponto do terreno à nossa frente na carta.
O seguinte exemplo usa a mesma localização que o anterior.
Desta vez, pretende-se localizar na carta o ponto onde está o Marco Geodésico.
É preciso que um caminheiro vá até
aos dois pontos com uma bússola e
meça os azimutes desses pontos para
o Marco Geodésico.
46. MÉTODO DA TRIANGULAÇÃO
MÉTODO DA TRIANGULAÇÃO PARA
IDENTIFICAR UM PONTO DO TERRENO NA
CARTA
Depois disso, não é preciso calcular os azimutes inversos, porque basta usar
os mesmos azimutes para traçar as linhas na carta e obter os pontos (tal como
na figura do exemplo anterior).
47. MÉTODO DA TRIANGULAÇÃO
SEGUIR AZIMUTES EM LONGOS PERCURSOS
Quando pretender seguir uma determinada direcção (azimute) durante um
longo percurso, eis uma técnica simples para que mantenha a direcção
correcta ao avançar no terreno.
Tal como na figura, o caminheiro A, que possui a bússola, começa por
visualizar o azimute pretendido, enquanto os outros dois caminheiros, mais
longe, tentam alinhar as suas varas com o azimute.
O caminheiro A tem de lhes dar as
indicações necessárias (esquerda ou
direita) para eles se moverem e ficarem
alinhados.
48. MÉTODO DA TRIANGULAÇÃO
SEGUIR AZIMUTES EM LONGOS PERCURSOS
A seguir, o caminheiro A caminha até ao B,
e coloca-se exactamente no sítio da vara.
O caminheiro B parte levando a sua vara,
passa pelo caminheiro C e vai-se
colocando mais longe ainda, seguindo as
ordens do caminheiro A de maneira a
alinhar-se com o azimute.
O caminheiro A avança até ao C e coloca-
se também no lugar da vara, sendo agora
a vez do caminheiro C partir e ir-se colocar
para lá do caminheiro B.
Este processo repete-se sempre, até chegar ao fim do percurso.
Quanto mais complicada for a natureza do terreno, mais curtas devem ser as
distâncias entre os 3 caminheiros.
No caso de ser no meio de mato denso, como por exemplo uma mata de acácias,
torna-se necessário encurtar as distâncias para menos de 10 metros.
49. SINALÉTICA
Ao longos dos percursos que fazemos, iremos encontrar vários sinais,
previamente marcados, que nos facilitarão o caminho.
São esses sinais/marcas que falaremos agora…
A sinalética que encontramos nos percursos já homologados, é constituída por
riscas vermelhas, amarelas, brancas e verdes, dependendo do tipo de
percurso.
Existem 3 tipos de percursos homologados e para cada um deles a sua cor
respectiva que o identifica claramente:
GR – Grande Rota Vermelho e Branco
PR – Pequena Rota Vermelho e Amarelo
PL – Percurso Local Vermelho e Verde
50. Sinalética – Exemplos de placas identificativas
GR – GRANDE ROTA
LOCAL E DISTANCIA
GR
2 -N
G
2º percurso homologado da Região Norte G = é aconselhável o percurso com guia
PR – PEQUENA ROTA
LOCAL E DISTANCIA
PR
2 -N
G
2º percurso homologado da Região Norte G = é aconselhável o percurso com guia
51. Sinalética – Exemplos de placas identificativas
(Grande Rota)
Quando o percurso Local decorre
temporária e simultaneamente com uma
GR – Grande Rota
(Percurso Local)
Percursos em simultâneo
(Pequena Rota)
Quando o percurso Local decorre
temporária e simultaneamente com uma
PR – Pequena Rota
(Percurso Local)
(Grande Rota)
Quando a Pequena Rota decorre
temporária e simultaneamente com uma
GR – Grande Rota
(Pequena Rota)
52. Sinalética – Exemplos de placas identificativas
Grande Rota Pequena Rota Percurso Local
Caminho Certo
Caminho Errado
Virar à Esquerda
Virar à Direita
53. COMO PREVER O TEMPO
É sempre útil saber prever o tempo durante actividades no exterior.
Para isto, temos que observar os sinais naturais e, saber observar os
comportamentos dos animais e os sinais meteorológicos.
Para prevermos se vai chover ou se vai estar bom tempo, podemo-nos orientar
por estas indicações:
Sinais de Chuva
√ Céu sem nuvens e estrelas obscurecidas;
√ Lua pálida de bordos pouco nítidos;
√ Nevoeiros sobre o sol;
√ Céu com nuvens pesadas;
√ Ventos fortes, em particular se vindos de Sul;
√ Céu amarelo pálido ou azul leitoso;
√ Céu amarelado e alaranjado antes do pôr-do-sol;
√ Céu avermelhado ao nascer do sol significa que o tempo vai mudar;
√ Voo baixo dos pássaros e seu silêncio indicam uma tempestade eminente;
√ Ondulação das folhas dos carvalhos indica chuva forte;
√ Cascas das pinhas permanecendo fechadas é sinal de chuva;
√ Gaivotas abrigando-se: eminência de uma tempestade;
√ Formigas construindo acessos muito íngremes ao formigueiro e gatos
limpando-se atrás das orelhas, são sinais de chuva eminente.
54. COMO PREVER O TEMPO
Sinais de bom tempo
√ Céu claro e brilhante ou limpo com clarões no horizonte;
√ Céu uniforme encoberto;
√ Céu avermelhado antes do pôr-do-sol;
√ Céu avermelhado ao pôr-do-sol pode significar bom tempo no dia a seguir
√ Voo alto dos pássaros indica bom tempo
√ Abertura das cascas das pinhas indica tempo seco.
55. COMO PREVER O TEMPO
Previsão de vento
Também há sinais que permitem prever se vai estar vento e com que
intensidade.
Para isso temos que estar atentos a:
√ Céu azul-escuro ou sem nuvens indica vento moderado;
√ Céu amarelado brilhante ao entardecer significa vento no dia seguinte;
√ Lua cheia com coroa à volta ou vermelha ao nascer pode indicar vento;
√ Quando o vento vem depois da chuva, vai provavelmente tornar-se forte;
√ Um aguaceiro forte faz cair o vento.