As metodologias associadas aos princípios da produção Lean, com origem sobretudo na indústria automóvel, tiveram uma taxa de aplicação exponencial nas últimas duas décadas. Porém, a introdução das metodologias e ferramentas Lean continuam a levantar dificuldades de implementação já que, por vezes, em muitas empresas ou organizações, é complexo embeber e sustentar os ganhos obtidos com a aplicação dos conceitos e ferramentas de aumento de eficiência, nomeadamente pela sua dificuldade interpretativa ou perceção do seu valor para a organização. Paralelamente, já existe, e tende vir a ser agravada, uma forte pressão do lado da escassez de matérias-primas ou recursos (o que provoca custos base acrescidos), pelo que não basta atuar sobre a produtividade de um sistema, mas também, e de modo integrado, com a eficiência de gestão de recursos ou mesmo no controlo dos processos. A metodologia designada por MSM® - Multi-Layer Stream Mapping foi desenvolvida no INEGI e visa a avaliação agregada da eficiência de um sistema de produção, aferindo simultaneamente a produtividade e a gestão de recursos (como energia, matérias-primas, área produtiva, consumíveis diversos, tratamento de resíduos, etc.). O MSM contém uma relação intrínseca à ferramenta Lean VSM – Value Stream Mapping, mas introduz inovações radicais quanto à sua aplicabilidade, uma vez que visa uma análise de menor complexidade para a avaliação do binómio, valor-acrescentado versus desperdício, de um dado processo. Por outro lado, ao incluir também elementos simples de gestão visual (escala de cores intuitiva para distinguir variáveis/processos mais eficientes dos menos eficientes), permite ser apelativo, de fácil leitura e interpretação pelos operacionais, através de um painel de controlo intuitivo e útil para vários níveis da organização (desde a camada mais operacional, passando pela gestão intermédia, até à gestão de topo). Uma vez que a metodologia é baseada na adimensionalização sistemática de rácios de variáveis que caracterizam o sistema produtivo, com o quociente da porção de variável que acrescenta valor ao produto, sobre o total da variável que entra no processo unitário, é possível a agregação da eficiência ao longo de linhas produtivas, setores, ou mesmo unidades fabris.