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TÉCNICAS FONOARTICULATÓRIAS
PARA O PROFISSIONAL DA VOZ*
PHONEARTICULATORS TECHNICS FOR THE VOICE
PROFESSIONAL
Fabíola Moura Reis dos Santos'
Vicente José Assencio-Ferreira2
53
RESUMO
Introdução: a cada dia cresce o número de profissionais que usam a voz como instrumento de trabalho, confio professores, locuto-
res, repórteres e atores. Esses profissionais buscam aperfeiçoamento na expressão oral por meio de articulação clara e precisa. Obje-
tivo : contribuir com a fonoaudiologia na área de voz profissional, enumerando os principais exercícios fonoarticulatórios citados na
literatura e seus benefícios para a voz. Métodos: levantamento das técnicas fonoarticulatórias através de revisão bibliográfica de
livros de teatro, canto e oratória. Também foram estudados autores que pesquisaram o tema com objetivo terapêutico. Resulta-
dos: foi possível conhecera opinião dos autores sobre a eficiência de cada exercício e fazer uma espécie de manual para auxiliar
o fonoaudiólogo no trabalho com o profissional da voz e com outros pacientes, já que essas técnicas podem ser eficazes em dife-
rentes patologias, desde que devidamente direcionadas. Conclusões: foi possível estabelecer 153 exercícios para o treinamento
de profissionais da voz. O treino artículatório não só aumenta a projeção vocal, como também descentraliza o trabalho da larin-
ge durante a fonação.
Descritores: voz; treinamento da voz; qualidade da voz.
N
INTRODUÇÃO
A cada dia cresce o número de profissionais que usam a voz como instrumento de trabalho, como professores, locuto-
res, repórteres e atores. Para melhor desempenho nesse mercado tão competitivo, esses profissionais buscam aperfeiçoa-
mento na expressão oral por meio de articulação clara e precisa. Eles procuram a ajuda fonoaudiológica na esperança de
superar qualquer distúrbio no processo de comunicação e na tentativa de se tornarem profissionais diferenciados nas suas
áreas de atuação. Como a fonoaudiologia estética é uma área ainda muito recente, cabe a nós, fonoaudiólogos, pesquisar-
mos mais profundamente o assunto para suprir as necessidades de nossos clientes.
A história da busca pela perfeição da fala é tão antiga quanto a história das primeiras civilizações humanas . Desde a
Grécia antiga, no início dos estudos sobre a retórica, que a sociedade valorizava a expressão oral. No Egito Antigo a prefe-
rencia por vozes nasais e vibrantes para a arte do canto pôde ser observada em pinturas e relevos que representavam os
cantores. Nessas gravuras, a nasalidade era salientada pelo enrugamento do nariz, pelos olhos revirados e pela tensão da
musculatura bucal e cervical.(') Demóstenes, que se tornou o maior orador da Grécia Antiga, corrigiu defeitos de dicção
colocando seixos na boca e tentando pronunciar as palavras da forma mais correta possível .(2) 0 artista árabe Ali-ibn-
Serjab-Srafierjab colocava fibras de madeira entre os dentes de seus discípulos para acostumá-los a abrirem a boca. No
Japão, os cantores emitiam sons fortemente guturais e retidos, pois osjaponeses consideram vulgar abrir muito a boca.
No século XVII, mais precisamente em 1613, o espanhol Cerone expõe as regras da vocalização e da pronúncia para o
cantor.(') 0 autor contou ainda com a contribuição da cantora lírica Montserrát Caballé e do ator Enrique Guitart para estu-
dar a dicção ligada ao canto, a declamação no teatro e a oratória . Houve até mesmo a criação de um gourmet de fonética
'Trabalho realizado no CEFAC - Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica .
'Fonoaudoooga do Curso de Especialização em Voz do CEFAC.
2 Prof. Dr. Neurologista Docente do CEFAC.
Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64
54 Santos FMR, Assencio-Ferreira VI
para aperfeiçoar o trabalho com os seus atores.(3~ A impor-
tância dada à eloqüência em Atenas e a história de Demós-
tenes foram estudadas para justificar a importância da fala
no mundo em que vivemos, já que ela é um instrumento de
trabalho importantíssimo .(4)
Apesar de o estudo davoz falada se confundir com a his-
tória do homem, parece que nenhum autor se preocupou
até agora em enumerar todas as técnicas fonoarticulatórias,
investigando sua real competência . Sendo assim, este traba-
lho se propõe a responder às seguintes questões: quais se-
riam as técnicas fonoarticulatórias necessárias para aprimo-
rar a articulação e como atuariam melhorando-a?
MÉTODO
Revisão da Literatura
Este trabalho de pesquisa foi realizado por meio de
levantamento bibliográfico, abrangendo não apenas a área
de fonoaudiologia, como também as publicações e revistas
nas áreas de teatro, canto e oratória.
Stanislavski
A importância da dicção é enfatizada com relação à
própria inteligibilidade do texto a ser declamado pelo ator
no teatro.(') Em busca da precisão articulatória, ele desen
volveu o que chamou de gourmet de fonética . Pela observa-
ção da posição da língua e da abertura da boca na pronún-
cia das vogais, foram estudados os pontos articulatórios de
todas as consoantes. Inicialmente treinou-se com a produ-
ção isolada de cada consoante, depois a formação de síla-
bas aleatórias, palavras e, finalmente, frases. O treino não
só permitia uma articulação mais clara e precisa, como tam-
bém aumentava a projeção vocal, garantindo que o ator
fosse ouvido por todo o público .
Bloch
Os problemas articulatórios estariam ligados ao mau
funcionamento ou à paralisia do véu palatino, à hipertonia,
a dentes mal implantados ou à sua má oclusão, entre
outros, como a rigidez mandibular, a boca semicerrada, a
disartria causada por uma lesão neurológica ou um simples
erro de mecanismo.(`) A pronúncia é considerada como a
escolha dos sons da palavra e articulação como o processo
de formação dos sons e das subas. Então, a palavra mal
pronunciada é aquela que contém um ou mais sons errados
ou quando é alterada por omissão, adição, troca ou distor-
ção dos sons ou mau uso da acentuação. já a palavra mal
articulada é aquela cujos sons não são emitidos com preci-
são. Para o autor, o trabalho com a articulação é tão impor-
tante que chega a descentralizar o trabalho da laringe
durante a fonação. A mandíbula foi considerada como um
Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64
dos órgãos articuladores mais importantes por acreditar-se
que a tensão e a abertura de boca incorreta alteram a fala.
Sendo assim, o seguinte exercício é sugerido: fechar os
dentes firmemente, manter a boca fechada (sem exagerar
na força) e deixar o queixo cair levemente .
Sanchez
Os lábios foram relacionados como órgãos fonéticos
importantes porque eles intervêm na articulação dos fone-
mas, principalmente /p/, /m/, /f/ e /v/.(5) A partir de pesquisas
sobre o lábio leporino em crianças, foram desenvolvidos
exercícios para combater a imobilidade e a debilidade labial:
Li Com os maxilares quase juntos:
Projetar os lábios unidos.
Projetar os lábios unidos, contraindo-os .
Projetar os lábios unidos, para cima e para baixo.
* Com os lábios entreabertos: realizar os exercícios ante-
riores.
* Com os lábios totalmente separados e a boca aberta:
realizar os exercícios anteriores.
LI Tração do lábio superior para baixo, com a ajuda do
lábio inferior.
J Articular de forma rápida Ia a, Ia o e Ia u. Depois Ia a, Ia e,
Ia i, com movimentos exagerados.
U Articular /p/, /m/, /b/, /f/ e /v/.
LI Vibrar os lábios.
Também são sugeridos exercícios para a mobilidade
do véu palatino, combinando os exercícios fonéticos com
os respiratórios :(5)
" Com um pequeno objeto, que pode ser uma espátula,
toca-se a parte posterior do véu, produzindo-se imedia-
tamente um movimento reflexo e aproximando-se o véu
da parede faríngea.
" Elevar o véu imitando um bocejo.
" Colocar um espelho nas narinas para conscientizar o paci-
ente de que ele só deve embaçar nos fonemas nasais.
" Inspiração nasal. Articulação do fonema /i/, com saída
violenta do ar. Descanso. Repetir várias vezes.
LI Mesmo do anterior, agora com o fonema /u/.
U Inspiração nasal. Articulação dos fonemas /i/ e /u/, com
esforço violento, sem voltar a inspirar previamente.
Descanso. Repetir.
L.I Inspiração nasal. Articulação alternada dos fonemas /i/ e
/u/, até esgotar o ar inspirado. Descanso . Repetir.
J Inspiração nasal. Articulação alternada de /i/ e /o/, da
mesma forma anterior . Da mesma forma também reali-
zando as seguintes combinações: /i/ e/e/; /i/e /a/; /u/ e /o/;
/u/ e /e/; /u/ e /a/.
Técnicas de fala em profissionais da voz
Para dar agilidade e mobilidade à língua, o autor suge-
riu os exercícios seguintes:
U Sacar a língua lenta e, logo, rapidamente .
J Levá-la para cima, para baixo, para a direita e para a
esquerda.
13 Movimento circular da direita à esquerda, e da esquerda
à direita.
12 Dobrar a língua para cima e para trás, com a ajuda dos
incisivos inferiores.
0 Golpear a face anterior e posterior dos incisivos superiores.
LI Com o dorso, tocar no palato (posição da articulação
dos fonemas /k/ e /gn.
[I Tocar com a ponta da língua os molares superiores e infe-
riores, o palato e as protuberâncias alveolares superiores.
U Movimento vibratório, como na articulação do /r/.
De acordo com essa concepção de exercícios, a articu-
lação é a posição bem determinada que todos os órgãos to-
mam em conjunto. Diferente da pronúncia, que é a emissão
de uma voz normal, com límpida articulação de todos os fo-
nemas e entoação apropriada.(5)
Perelló
Por outro lado, a articulação também é definida como a
produção dos distintos fonemas que constituem a letra e o
texto de uma linha melódica.(') Uma série de dados é apon
tada, como a velocidade da articulação dos sons cantados
sendo quatro vezes menor do que na fala; uma articulação
nítida pode transformar uma voz pequena ou mediamente
forte em mais sonora que outra grande, porém com articu-
lação imprecisa; a dicção é a maneira estética de articular as
palavras umavez que dá inteligência e sensibilidade ao can-
to. A língua, por sua vez, facilita uma perfeita articulação,
produzindo um movimento rápido e incessante. Durante o
canto, a língua deve efetuar as mesmas atitudes, mas a li-
nha melódica a obriga a fazer ligeiras modificações. Os ato-
res devem procurar ter uma articulação o mais perfeita pos-
sível e devem conhecer e diferenciar o modo de produção
de todos os fonemas de sua língua. Descrevendo uma emis-
são correta, os seguintes movimentos da língua e da boca
são relacionados:(')
J A língua não deve avançar em massa, nem retroceder
nem se acomodar no assoalho da boca.
LJ A ponta da língua deve tocar a parede posterior dos inci-
sivos.
U 0 dorso da língua deve estar ligeiramente elevado.
U A base da língua se eleva mais ou menos segundo as
vogais.
55
LJ A base da língua deve ter mais tendência a elevar-se que
se abaixar.
U A boca deve ter uma atitude natural, com um sorriso aco-
lhedor, sem jamais abri-Ia demais nem avançar os lábios
em forma de tubo. Os lábios devem cobrir os dentes.
A posição corporal ideal para o desenvolvimento da
voz é a apoiada nos pés, ligeiramente separados, coluna
reta, ombros relaxados, cabeça erguida e mandíbula rela
xada. 0 autor também citou alguns exercícios para dar mo-
bilidade, força e elasticidade aos órgãos fonoarticulató-
rios. Exercícios que devem ser feitos 20 vezes por dia.
1 . Abrir a boca ao máximo, mandíbula e comissuras labi-
ais separadas. Fazer esse movimento em um só gol-
pe.
- Fechar a boca instantaneamente e apertar os
dentes.
2. Abrir a boca fortemente, mover a mandíbula para a
direita e para a esquerda. Sem mover a cabeça.
3. Projetar repentinamente a mandíbula para frente.
- Baixar a mandíbula .
- Fechar a mandíbula com força.
4. Boca fechada, apertar os lábios para dentro. Apertá-
los um contra o outro com energia .
- Separar rapidamente os lábios mostrando os
dentes cerrados.
- Voltar a apertar os lábios.
5. Inflar as bochechas com os lábios fechados.
6. Abrir e fechar a boca aberta e, logo, com os lábiosjun-
tos.
7. Abrir a boca. Exteriorizar a língua afilada. Reintrodu-
zir a língua na boca e fechá-la.
8. Com a boca aberta, colocar a língua para dentro e
para fora rapidamente.
9. Girar a língua com a boca fechada.
10. Com a boca aberta, a ponta da língua toca sucessiva-
mente os dentes superiores, inferiores, a comissura
labial direita e a esquerda.
11 . Boca aberta, exteriorizar a língua e mover sua ponta
para cima e para baixo.
12. Apertar os lábios, soprar e fazer uma pequena plosão.
13. Pronunciar sucessiva e rapidamente /ta/ e /ka/.
Nunes
A articulação é a "ginástica bucal" que modifica os sons
da pregas vocais, transformando-os em vogais e consoan-
tes.(') A articulação ideal é aquela que ressalta cada sílaba,
considerando as consoantes, respeitando a sonoridade das
vogais e, conseqüentemente, dando clareza, energia e vee-
Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64
56 Santos FMR, Assencio-Ferreira VI
meneia às palavras . As dislalias são alterações das palavras,
são defeitos de articulação na emissão das consoantes.
Esses defeitos podem ser de origem congênita, mecânica
ou psíquica; passando por anomalias dos órgãos bucais, má
implantação dentária, vícios adquiridos na infância e até
causas nervosas ou mesológicas . Para a correção das dislali-
as, o paciente deve observar, com o auxilio de um espelho,
a posição dos órgãos móveis (língua, lábios e palato mole)
durante a emissão das consoantes. Uma série de alitera-
ções, no início dos trabalhos, deve ser lida muito devagar,
exagerando as articulações, até que possam ser lidas rapi-
damente e com nitidez. Vamos citar aqui apenas os exercí-
cios enumerados para flexibilidade dos órgãos bucais.(6)
Para a mandíbula:
U Abrir a boca lentamente dizendo: ma, ma, ma, ma e fe-
chá-la também muito lentamente: - iara - iate - iaga -
iansã.
J Abrir e fechar a boca com firmeza e rapidez dizendo
muitas vezes: ba - ba - ba - ba - ba - ba - ba.
J Dizer lentamente: não há luar - não há luar - não há
luar...
Para o palato mole:
Bocejar . Dizer lentamente: gong, gong, gong, gong.
U Emitir e alternar a vogal oral com nasal: a ã - e em - o
om-i im-u um -móm-mó o.
Gargarejar.
Para a língua:
U Põr a língua para fora e recolhe-la rapidamente.
J Arquear a língua até encostar a ponta no palato mole.
U Arquear a língua para cima e para baixo.
Bater com a ponta da língua na face anterior e logo na
posterior dos incisivos inferiores. Fazer o mesmo contra os
incisivos superiores. Rapidamente, várias vezes.
U Fazer rotações com a língua, contornando os lábios com
a boca aberta e também contra os lábios cerrados.
U Firmar todo o contorno da língua nos molares superio-
res, deixando apenas a ponta livre para golpear o palato,
dizendo: Ia le li lo lu lo li le Ia.
U Articular lentamente, apressando aos poucos: telê-telê
- telê - telê, variar as vogais. ftd ftd ftd ftd
Articular lentamente, apressando aos poucos: terê -
terê -terê - terê - terê - trê; variar as consoantes iniciais
e as vogais - fara - fara - fara - fara - fira etc.
LJ Firmar a ponta da língua nos alvéolos dos incisivos supe-
riores e expirar com muita pressão para provocar vibra-
ções da ponta da língua.
Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64
" Imitar campainhas: trrrim - trrrim - trrrim, ou sinos:
belelém - belelém - belelém.
Tambores: prrrrr - prrrrr - prrrr.
" Consoantes que são articuladas com movimentos da lín-
gua contra o palato:
Ia le li lo lu lo li le Ia le li lo lu lo li le Ia le li lo lu lo . . .
na ne ni no nu no ni ne na ne ni no nu no ni ne na ne ni no nu no...
ta te ti to tu to ti te ta te ti to tu to ti te ta te ti to tu to...
da de di do du do di de da di do du do di de da de di do du do . . .
LJ Teu tio Tadeu te deu teus dois tetéus...(várias vezes).
J Lana, Leria, Lina e Lola louvam Nina e Madalena.
iu-iu-lu-lu-lu iu-lu iu-ruiu-iu-lu-Muiu .
tuim - tuira - tuiuva -tuiuca tuiuiú - suíno - suiurá -
siúba - siusi.
* Ler com os dentes cerrados, exagerando a articulação
labial.
* Comprimir fortemente os lábios e soprar com explosão:
* P- P- P- P- P - primeiro sem som, depois dizendo: pa -
pé -pi-po-pu-pa-pe-pi-po-pu ... com muita
rapidez e firmeza .
Assobiar .
* Soprar tiras de papel.
LJ Leitura afõnica, exagerando as articulações.
J Repetir a mesma leitura relaxando o maxilar inferior.
LI Ler o seguinte trecho da Lua de Ouro freto, de Murilo
Mendes:
Lua, luar!
Oh! Celebrarei
Na lira alada
Doida de amar -
Na lira amada
Lua e luar.
Um ponto é lua
Outro é luar
Não confundamos
Estou mandando
A lua luar.
Sou luarento
Aluado sou
Vamos amar!
Segre
Para os lábios:
Dizer muitas vezes:
E na boca que acontecem a articulação dos fonemas e a
ressonância do sinal laríngeo e é por isso mesmo que qual-
Técnicas de fala em profissionais da voz
quer alteração, como a ausência de dentes (com escape de
ar e língua entre os dentes) e a oclusão inadequada dos
maxilares podem provocar transtornos na articulação da
palavra e distorções no mecanismo da ressonãncia.(7) A ten-
são de mandíbula não só compromete a musculatura facial
e mastigatória, como também afeta a articulação temporo-
mandibular, resultando numa fonação quase sem abertura
de boca. Por isso, alguns exercícios são indicados para rela-
xar a mandíbula.(')
A massagem das bochechas nos masseteres é impor-
tante. O sopro áfono em posição de /a/ facilita a percepção
da descida da mandíbula.
LJ Com os olhos fechados, para perceber internamente o
jogo muscular.
LI Usando um espelho para observar o ângulo de abertura
ideal, depois de conseguir o relaxamento .
Da mesma forma, devem ser exercitadas todas as vo-
gais individualmente e em combinação de três, antes de
passar a sílabas e palavras.
IJ Movimentos mastigatórios com a boca fechada, abrin-
do-a de vez em quando (semelhante a uma mastigação
grosseira) .
LJ Exercício de vogais, sílabas e palavras, mastigando. Isto
facilita o relaxamento dos músculos mastigatórios, mui-
to potentes e que se contraem facilmente .
J Exercitação do som em uma zona cômoda (em cada
vogal), controlando o relaxamento mandibular (com
controle visual, manual e proprioceptivo) .
Outros fatores que modificam a dicção e a modulação
também devem ser considerados: a idade, o temperamen-
to, o meio social, o idioma e os dialetos. A língua é o mais
importante e ativo dos articuladores, além de ser o órgão
responsável pela modificação da cavidade oral durante a
sua movimentação e pela qualidade da ressonância. A posi-
ção das vogais está assim descrita:(7)
U /a/- boca separada com os lábios relaxados; língua des-
cansando no assoalho da boca; ponta da língua apoiada
suavemente contra os incisivos inferiores; véu elevado e
tenso toca na parede faríngea posterior, impedindo a
saída de ar pelo nariz.
J /e/ - boca separada, mas com leve tensão das comissu-
ras; dentes incisivos superiores apenas visíveis; língua
levemente elevada nas bordas posteriores; véu seme-
lhante ao /a/.
U /i/ - arcadas dentárias apenas separadas; tensão das
comissuras labiais, semelhante a um leve sorriso; ponta
da língua contra os incisivos inferiores e dorso mais ele-
57
vado, próximo do palato duro; véu e faringe mais eleva-
dos, reduzindo-se o espaço bucofaríngeo.
LJ /o/ - boca oval, não muito aberta; lábios protruídos por
ação dos músculos orbicular e bucinador; posição pos-
terior da língua elevada, menos do que na vogal /i/; larin-
ge mais baixa.
J /u/ - boca protruída com lábios quase fechados; dorso
da língua mais elevado que na vogal /o/; os espaços da
boca e da faringe se alargam e a laringe baixa; véu bran-
do como no /o/.
As consoantes foram classificadas de acordo com o pon-
to de articulação, a forma da emissão e o tipo de som provo-
cado como, por exemplo, as bilabiais, labiodentais, plosivas
e fricativas.(7) Estão relacionados o movimento da língua
com o do véu palatino: sempre que a base da língua sobe, o
véu baixa e vice-versa. Essa informação é importante para
determinar a composição sonora dos fonemas e sua articula-
ção correta. A relação língua-véu também é definitiva na
emissão das vogais. As emissões com pouco volume permi-
tem uma percepção maior da dicção e articulação de lábios e
língua. Alguns exercícios são sugeridos utilizando apenas o
sopro expiratório.
LJ Prática áfona exalando o ar inspirado:
Inspiração --- a/--- mandíbula levemente relaxada
Inspiração --/e/--- leve sorriso
Inspiração ---/i/--- maior extensão das comissuras
labiais
Inspiração ---/o/--- boca levemente ovalada
Inspiração ---/u/--- lábios estirados e quase fechados
" Prática áfona de combinação de vogais:
Inspiração aeaeaeae
Inspiração eieieieiei ---Produção com apoio abdominal
Inspiração oaoaoaoa
Inspiração aeiaeiaei
Inspiração aeiouaeiou
Prática dos exercícios anteriores com som.
" As consoantes devem ser exercitadas em sílabas e só é
conveniente especificar seu ponto de articulação quan-
do existem vícios de dicção, ou seja, quando a ponta da
língua toca um ponto que não corresponde à produção
do _fonema .
LJ Prática de sílabas áfonas combinando todas as vogais:
com e sem movimento corporal de cabeça e braços:
Papapa, pepepe, pipipi...; sasasa, sesese, sisisi.; cosa-
cosacosa
J Prática sonora de sílabas e palavras em monopitch (con-
forme o original em espanhol):
Monorosarisa .
Cosamiradoresaca .
Púsolaalvientocorriendo .
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58 Santos FMR, Assencio-Ferreira VI
LI Prática de frases áfonas e com som com continuação
(num único sopro expiratório):
Queroirmedestacasa amanhãvenhobuscarte (confor-
me o original em espanhol)
U Prática de trava-línguas em diversas velocidades:
áfonos - com e sem dinâmica corporal
sonoros - com e sem dinâmica corporal
 Prática de leitura de frases, rimas e trava-línguas morden-
do um lápis (introduzindo uma ponta de apenas 1 cm
dentro da boca).
 Exercício para fluidez na dicção:
- áfona, com lápis - lento, rápido, normal
- sonora, com lápis - lento, rápido, normal
- áfona, sem lápis - lento, rápido, normal
- sonora, sem lápis - lento, rápido, normal
U Leitura rítmica: observando o acento lógico da frase,
com o apoio abdominal.
0 terapeuta deve iniciar o trabalho com a exercitação
das vogais áfonas durante a expiração e corrigir as posições
erradas dos lábios e da língua. Quando necessário adequar
também a tensão temporomandibular e dos músculos mas-
tigatórios . Para treinar a habilidade e a flexibilidade da lín-
gua deve praticar-se com um espelho, imitando o terapeu-
ta e com os olhos fechados, estimulando a memória muscu-
lar para que o efeito seja duradouro.(7) Exercícios habituais:
Língua
- Protruir a língua tensa e retraí-Ia relaxada.
- Mover a ponta da língua para as comissuras direita
e esquerda.
- Mover a ponta da língua para o lábio superior e in-
ferior.
- Girá-la em torno dos lábios.
- Interpô-la entre os dentes e vibrar a ponta.
- Elevar e baixar a base.
- Alternar a ponta entre os incisivos superiores e in-
feriores, atrás da arcada dentária.
Véu palatino
- Bocejo.
- Inflando as bochechas, deixando o ar sair suave e
com forte pressão.
- Praticando as consoantes/k/eW, com e sem som.
É fundamental que o profissional da voz conheça o me-
canismo da fala para adquirir uma dicção compreensível e
uma voz audível, que não cause fadiga. 0 objetivo da dic
ção, que deve ser clara e precisa sem ser exagerada, é dar
Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64
expressividade ao texto.(7) A boa mobilidade dos órgãos da
articulação, o grau de abertura da boca, a posição da língua
e o volume e a forma das cavidades de ressonância, modifi-
cam e aliviam o trabalho e o rendimento da laringe.isi
Brandi
A clareza da dicção depende da nitidez do desenho
articulatório?) Independentemente das dislalias, a articu-
lação pode ser dividida em resvalante, obscura, frouxa, ten
sa e mal delineada . Para a nitidez da articulação, os seguin-
tes exercícios são indicados:
Exercício com palavras dissílabas:
Pronuncie somente as consoantes das palavras dadas.
Ex. tinta pinto quinto minha
t t p t k t m nh
LI /l/ no final de palavras:
sal - cal - tal - qual
til - mil - Gil - vil
rol - sol - gol - sul
fel - fiel - mel - anel
U /r/no final de palavras (cada série de quatro deve ser pro-
nunciada numa só expiração, com ligeira parada entre
cada palavra):
bar - dar - lar - mar
ter - ler - ver - vir
quer - der - cor - mor
cor - dor - for - pôr
LI /s/ e /z/ no final de palavras (evitar a pronúncia de diton-
gos onde não existem, como nóis em vez de nós ou
noz):
zás - gás - paz - rãs
dez - rés - lês - vês
diz - lis -fiz - quis
sós - _foz - noz - voz
nos - vos - pus - sus
 Exercício com ditongos (pronunciar cada grupo de três
palavras, desenhando com precisão o ditongo):
causa - louco - comeu - feudo - chapéu - partiu
gáudio - pouco - colheu - Deus - réu - riu
fauna - rouco - vendeu - meu - céu - feriu
 Exercício com tritongos (repita em tom natural, falado,
numa só expiração, ligando as palavras entre si com a
cadência rítmica decorrente dos acentos tônicos) :
déia - dia - dei-o - doeu
faia - feia - feio - fiei
gaia - guia - Goya - guiei
laia - lia - leia - leal
maio - mia - meia - moeu
paio - pia - peia - piei
raio - _ria - raia - roeu
Técnicas de fala em profissionais da voz
teia - tia - veia - voei
cheia - chia - geio - geiou
J Exercícios para fortalecer os fonemas bilabiais /p/, /b/ e
/m/:
Faça movimentos de sucção em seco.
Aperte fortemente entre os lábios uma rolha.
Repita várias vezes com firmeza:
mi -bi-pi
mu -bu-pu
ma -ba-pa
mó -bô-pó
mó -bó-pó
U Exercícios para fortalecer os fonemas fricativos labio-
dentais /f/ e /v/:
Avançar o lábio inferior para fora, fazendo beiço, várias
vezes.
Fazer o mesmo; em seguida, morder a parte interna do
lábio inferior; soltar; recomeçar várias vezes.
Fazer o mesmo, mas antes de completar a mordida
soprar fortemente no ponto em que o lábio inferior
encosta-se à borda dos incisivos superiores,
Fazer o mesmo, sonorizando.
U Para fortalecer os fonemas linguodentais /t/, /d/ e /n/:
Abrir bem a boca com a mandíbula relaxada ; comprimir
a ponta da língua contra os incisivos superiores; soltar,
de forma que a ponta da língua baixe, deslizando pela
parte superior dos incisivos superiores; repetir várias
vezes, cada vez mais rapidamente. ATENÇAO: fazer
todo o possível para manter a mandíbula imóvel.
U Para fortalecer os fonemas palatais:
i/- encostar fortemente todo o dorso da língua no pala-
to, tendo a ponta da língua apoiada nos incisivos superio-
res; em seguida, relaxar; repetir várias vezes.
/nh/- fazer o mesmo que no exercício anterior, mas com
a ponta da língua apoiada nos incisivos inferiores.
/ch/ - arquear as partes laterais do pré-dorso da língua,
encostando-a aos molares superiores; elevar a ponta da
língua, mas mantê-la desencostada de qualquer parte da
boca; verificar que as bordas dos dentes superiores e infe-
riores estejam bem próximas; soprar fortemente .
l/- fazer o mesmo que no exercício anterior, sonorizan-
do.
U Para fortalecer os fonemas velares /k/ e /g/:
Abrir bem a boca, com naturalidade, com a ponta da lín-
gua encostada nos incisivos inferiores, levantar o dorso
da língua até o véu palatino e fazervários cliques imitan-
do um ganso. A mandíbula faz leves movimentos flexí-
veis, acompanhando a língua.
Gargarejar sempre que puder.
Inspirar, reter o sopro, prendendo o dorso da língua
59
contra o véu palatino ; soltar a língua e o sopro ao mes-
mo tempo.
Fazer várias vezes gong-gong-gong, como quem quer, no
início da cada som, reter o ar entre a boca e a garganta.
U Para fortalecer os fonemas fricativos alveolares/s/e/z/:
De boca aberta, enroscar a língua, de forma que a ponta
role até os alvéolos dos incisivos inferiores e o pré
dorso, arqueado, se apóie fortemente nos molares su-
periores; repita várias vezes.
Fazer o mesmo e, sempre de boca aberta, soprar forte-
mente pelo centro da boca.
Fazer o mesmo; sem soprar, trancar os dentes, de forma
que a borda dos incisivos superiores e inferiores se encos-
tem uma na outra, não permitindo que, ao fazê-lo, a ponta
da língua se solte de sua posição; repetir várias vezes.
Fazer o mesmo que no exercício anterior, mas sopran-
do, em seguida, sobre os incisivos superiores ; aumentar
gradativamente a força do sopro.
Fazer o mesmo, porém sonorizando.
U Exercício de fortalecimento articulatório :
Colocar uma rolha entre os dentes, nem pequena, nem
grande demais. Ter o cuidado de deixá-la mais para fora
que para dentro. Prendê-la firme entre os dentes e pro-
nunciar as palavras do exercício. Em vez de rolha, a pon-
ta do dedo polegar também funciona . ATENÇAO: Esfor-
çar-se por enunciá-las com a mais absoluta nitidez, a
despeito da rolha. Só assim o exercício terá valor.
ajajá bariri caíco fifã ituítuí meuê-meuê sede-sede urária
taiataia ovovivíparo pichororé vai-vai quejando xixi chicha
zão-zão rufe-rufe guirapuru uistiti virapuru quibembeque
Quinteiro
A fala bem articulada depende de um organismo bem
articulado como um todo.() A articulação da fala cênica no
teatro não pode ser melhorada apenas com exercícios de
repetição ou imitação. Sendo assim, os seguintes exercícios
para desencadear o reflexo respiratório são recomenda-
dos.('°)
Sentado confortavelmente, mantendo posição anatômi-
ca e com os olhos fechados, levar os dedos das mãos,
unidos, até a articulação temporomandibular, tocando-
a sutilmente. Após alguns instantes, a mandíbula come-
ça a dar sinais de leve movimento para baixo, ocasionan-
do um relaxamento por toda essa área. 0 reflexo respi-
ratório pode manifestar-se, e isso só fará bem.
LJ Fazer caretas, mesmo feias, é um exercício diário reco-
mendado para manter em forma a musculatura da face.
Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64
60 Santos FMR, Assencio-Ferreira VI
Greene
Os órgãos da articulação são os órgãos da mastigação e
da deglutição adaptados para a fala. Lábios, dentes, gengi-
vas, maxilares, língua e palatos duro e mole estão coope
rando na articulação de vogais e consoantes. São as altera-
ções do tamanho e da forma da cavidade oral, causadas
pela modificação na posição dessas estruturas, que produ-
zem os sons da língua falada.() Os lábios, por exemplo, são
usados na articulação dos sons bilabiais e labiodentais. Eles
também alteram a forma da cavidade oral por variarem os
graus de arredondamento e expansão, o que contribui para
a qualidade da vogal, como no caso do /u/ e/i/, /o/e /a/. A lín-
gua é considerada como o órgão mais importante da articu-
lação e da deglutição, por ser um órgão ativo e móvel, com
infinita variedade de movimento e alterações de forma. 0
palato mole é importante para a fala quando está se elevan-
do adequadamente. Na articulação das consoantes, é
necessário evitar o escape de ar nasal. A habilidade de com-
primir o ar na cavidade oral é fundamental na articulação
dos sons oclusivos e fricativos. 0 músculo da úvula também
é importante para a fala porque atua no fechamento do
esfincter velofaríngeo. De acordo com a autora, os canto-
res devem conhecer as formas das vogais e sua relação com
a ressonância no trabalho de dicção. Eles devem ter cons-
ciência de que os movimentos de mandíbula, língua e
lábios são decisivos na produção de formantes corretos
para cada vogal. No canto, a articulação das consoantes
deve ser exagerada e a articulação das vogais e sua resso-
nância devem ser adaptadas ao tom da nota da laringe, fre-
qüentemente diferente da articulação da fala. Os exercícios
de articulação também são eficientes para dirigir o ar atra-
vés da boca, em vez de através do nariz. A partir de um tra-
balho com pacientes com problemas de nasalidade e subs-
tituição de consoantes, uma prática diante de um espelho
(para inibir qualquer tensão muscular) e o ensino da posi-
ção correta da língua na articulação de consoantes podem
ser indicados. Alguns exercícios de diretividade do sopro e
articulação foram enumerados.( )
U Soprar suavemente com os lábios e então, interromper
o sopro, fechando suavemente os lábios para a emissão
da consoante surda /p/, /p/, /p/. Seguir com a sonora /b/,
/b/, /b/.
LJ Soprar com os incisivos superiores sobre o lábio inferior
e então acrescentar /f/, /f/, /f/, prosseguindo com /v/, /v/,
/v/.
U Suspirarem forma de um longo /f/e interromper com/t/.
Para a correção da fala desnasalizada :
U Treinamento auditivo : ensinar a criança a discriminar
sons nasais de orais, consoantes que vêm para o nariz e
Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64
outras que saem pela boca; /m/, /n/ e /nh/ em contraste
com /p/, /b/, /t/, /d/, /g/ e /k/.
LI Contraste de subas sem sentido: ma, pa, ba, ning,
ching, tip.
 Contraste de palavras e frases; pote-bote, tia-dia, pata-
bata. Bote o pote da tia ali e não bata na pata.
 Praticar subas cantaroladas para desenvolver ressonãn-
cia nasal. Ex: mim-mim-mim ; ning-nang-nong.
 Murmúrio: emitir hum-on sobre /m/, /n/ e /nh/, sentindo
os lábios formigando por estarem relaxados.
LJ Compor e praticar versos.
LI Praticar sílabas com sons nasais. Dar à criança séries de
palavras para que ela forme suas próprias sentenças.
Nos casos de disartrofonia, a terapia de articulação
muitas vezes é necessária com exercícios para a língua, os
lábios e palato. Exercícios específicos para desenvolver e
fortalecer a língua e o palato e exercícios vocais são úteis
quando os músculos ficaram inativos por muito tempo.
Golpear os lábios e a língua com uma espátula para promo-
ver movimentos reflexos e reavivar a consciência sinestési-
ca e tátil. Golpear com cubos de gelo ou frutas cristalizadas
também é benéfico.0 1)
Beuttenmüller
A emissão natural da voz acontece, entre outras coi-
sas, quando a língua está frouxa, com a ponta tocando os
incisivos inferiores, e o véu palatino elevado. É importan
te observar se os órgãos fonoarticulatórios estão descon-
traídos, a posição correta da língua e do véu e se a mandí-
bula e os músculos do pescoço estão relaxados.(12)
0 pro-
fissional da voz deve ter consciência de que cada som
vocálico tem uma forma própria, interna e externa (consi-
derando a posição dos lábios e da língua), que deve ser
obedecida. A sonoridade da palavra pode mudar de acor-
do com a maneira de usar os lábios, a abertura da boca, a
posição da língua e do véu palatino . Para articular correta-
mente, e necessário:
IJ Saber articular todas as sílabas que formam as palavras.
* Saber sustentar as demoras nos acentos (tônicos) e dar-
lhes vivência. Exemplos: mara(vi)lha, (mor)te.
* Saber erguer a voz nas consoantes finais das sílabas e
das palavras. Exemplos: carta, casta, calda.
* Saber que jamais a consoante pode ter duração maior
que as vogais. Exemplos: d(e)z, cont(a)r.
* A articulação deve ser observada, cuidada, ouvida e sen-
tida.
Exercícios indicados para as vogais:
LI Vogal /a/:
Com a língua descontraída no piso da boca e o ápice
Técnicas de fala em profissionais da voz
tocando na parte posterior dos incisivos inferiores,
fazer o seguinte exercício.
Abrir e fechar a boca sem tensão mandibular. Esta e a
forma da vogal /a/. Se sonorizarmos, obteremos o som
de /a/ou de /ã/. Com o véu palatino levantado, o som é
oral. Com o véu palatino abaixado, o som torna-se nasal,
pois parte da corrente de ar passa pelo nariz. Para a
emissão dessa vogal, a laringe sobe.
J Vogal /ó/ e /ô/:
Para a emissão da vogal /o/, a boca está menos aberta
que para a vogal /a/. Os lábios se projetam de forma cir-
cular, o ápice da língua toca no início do assoalho da
boca e o dorso da língua vai em direção ao palato mole.
Para o/ô/, a forma circular é mais fechada e a língua mais
recuada; a laringe desce.
J Vogal /u/:
Para a emissão da vogal /u/, os lábios ficam em posição
de franzido, com apenas um orifício por onde vai passar
o som. A ponta da língua se encontra mais recuada que
no /o/ e a sua base se eleva em direção ao véu palatino . A
laringe desce. 0 /u/ é a vogal de som mais grave.
U Vogal /i/:
Forma externa; boca entreaberta, em forma de sorriso,
com as comissuras labiais afastadas. A abertura da boca
é a suficiente para a passagem do som.
Forma interna; a ponta da língua tocando fortemente a
parte posterior dos incisivos inferiores e o dorso da lín-
gua em direção ao palato. A laringe eleva-se, para este
som, bem mais que para o /a/. 0 filé a vogal de som mais
agudo.
U Vogal /é/ e /é/:
Se o /i/ tem a forma exterior de um sorriso, o /e/tem a de
um sorriso amarelo. A posição da língua é mais frouxa
que no caso do /i/; a laringe eleva-se menos que para o /i/
e mais que para o /a/. Para o /é/ a abertura da boca torna-
se um pouco maior. Para os sons nasais, a forma externa
não se modifica; apenas a interna, com o abaixamento
do véu palatino.
0 posicionamento da língua dentro da cavidade oral
tem sido relacionado com a ressonância e a qualidade
da voz.() Se a língua estiver funcionando adequada-
mente na produção de cadavogal e de cada consoante, a
comunicação será inteligível . 0 posicionamento ade-
quado da língua também facilita o funcionamento da
ressonância oral na medida que filtra a freqüência fun-
damental produzida pela pregas vocais. A abordagem
de abertura bucal é considerada como sendo de extre-
ma importância para a voz. A qualidade da voz, tanto
normal como disfônica, melhora com a maior abertura
de boca.(13)
_Fonseca et al. e Tessitore
61
Exercícios e massagens na face fortalecem a muscula-
tura e devem ser feitos na pós-menopausa, quando a pele
fica seca, perde o turgor e aparecem as rugas e manchas.(14)
A manipulação da musculatura da face como alternativa
para alterações da motricidade oral.() 0 trabalho da auto-
ra combina a manipulação profunda sensoperceptiva com
massagem de deslizamento e alongamento passivos, mais
a estimulação dos pontos motores e a utilização de exercí-
cios isométricos e em seqüência, com a adequação das fun-
ções neurovegetativas (respiração, sucção, mastigação e
deglutição). A técnica também leva em consideração os dis-
túrbios articulatórios por inabilidade muscular, como nos
casos de hipotonia. Toda a musculatura dos órgãos fonoar-
ticulatórios é trabalhada, dando maior ênfase aos proces-
sos musculares mais alterados .(' 5)
Behlau e Render
A articulação dos sons da voz falada tem sido compara-
da com a da voz cantada. A articulação na fala deve ser pre-
cisa, mantendo a identidade dos sons, para garantir a trans
missão da mensagem .já no canto, os aspectos musicais são
privilegiados, o que pode significar o sacrifício da articula-
ção de certos sons que podem ser subarticulados ou distor-
cidos. Na fala, as vogais e consoantes têm duração definida
pela língua falada. Na frase musical, as vogais são geralmen-
te mais longas que as consoantes e servem de apoio à quali-
dade vocal. Ainda na fala, os movimentos articulatórios
básicos são definidos pela língua utilizada, porém o padrão
articulatório sofre grande influência dos aspectos emocio-
nais e do discurso. No canto, os movimentos articulatórios
básicos sofrem influência dos aspectos tonais da música e
da frase musical em si; assim, as constrições que produzem
os sons e são realizadas ao longo do trato vocal tendem a
ser reduzidas.(16)
Polito
A dicção foi definida como a pronúncia dos sons da
palavra.0As deficiências na pronúncia desses sons são cau-
sadas, quase sempre, pela omissão de letras em posição
final ou intermediária de palavras, ou pela omissão de síla-
bas. Algumas alterações fonéticas causariam erros de dic-
ção como a hipértese, que é a transposição de som de uma
sílaba para outra da mesma palavra (p. ex., trigue em vez de
tigre); e a metátese, que é a transposição de som dentro de
uma mesma sílaba (p. ex., pooque em vez de porque). Os
vícios de linguagem provocam erros na pronúncia das pala-
vras. 0 rotacismo, por exemplo, causa a troca do 1 pelo r (p.
ex., crássico em vez de clássico), e o lambdacismo, que é a
troca do r pelo 1(p. ex., tarde em vez de tarde). A leitura em
Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64
62 Santos FMk, Assencio-Ferreira V/
voz alta com obstáculos na boca (lápis ou o dedo) aparece
como sugestão para treinar a pronúncia das palavras.
DISCUSSÃO
A dicção foi definida neste trabalho de duas maneiras:
dicção e a maneira estética de articular as palavras, o que
sugere uma preocupação com a forma correta de expressar
a língua falada(') e dicção como a pronúncia dos sons da
palavra, sem fazer ligação alguma do termo com a estética
da fala.(') No dicionário do autor brasileiro Aurélio Buarque
de Holanda, a palavra dicção foi definida como o modo de
dizer; a arte de dizer, de recitar. Fatores como a idade, o
temperamento e o meio social podem modificar a dicção,(')
mas a omissão de letras ou de sílabas em diferentes posi-
ções da palavra e as alterações fonéticas é que causam as
deficiências propriamente ditas na dicção.(2)
0 objetivo da dicção é dar sensibilidade ao canto,(') e
também deve dar expressividade ao texto.(') 0 trabalho de
dicção tem sido considerado como um fator primordial ria
carreira do profissional da voz.(3,11) É essencial que esses
profissionais tenham consciência de que a clareza da dic-
ção depende da nitidez do desenho articulatório(9)e de que
eles próprios conheçam o mecanismo da fala.(')
Articulação e pronúncia têm sido definidas de diferen-
tes formas. A articulação pode servista como o processo de
formação dos sons e das sílabas,(4) mas também pode signi
ficar a posição determinada que todos os órgãos tomam
em conjunto.(') As definições diferem, apesar da concor-
dância de que a articulação está relacionada com forma,
posição, ou o que normalmente chamamos de ponto arti-
culatório dos fonemas. A definição de articulação no dicio-
nário do autor Aurélio Buarque de Holanda é a seguinte:
ato ou efeito de articular; pronunciação distinta de pala-
vras; anatomia; dispositivo orgânico pelo qual ficam em
contato dois ou mais ossos, móveis ou não, entre si.
A pronúncia pode ser tida como a emissão de uma voz
normal, com límpida articulação de todos os fonemas e
entoação apropriada.(') Pronúncia, por outro lado, é a esco
lha dos sons da palavra.(4) Há uma concordância quanto ao
fato de que todos os sons da palavra devem ser articulados
para a clareza da comunicação. A articulação também tem
sido vista como a produção dos distintos fonemas que
constituem a letra e o texto de uma linha melódica .(') A arti-
culação também tem sido considerada como a ginástica
bucal que modifica os sons das pregas vocais, transfor-
mando-os em vogais e consoantes.(6) A articulação correta
pode transformar uma voz pequena em altamente expres-
siva. A posição dos órgãos fonoarticulatórios (OFAS) tem
sido relacionada com a articulação, sendo que se pode ir
além afirmando que a fala bem articulada está diretamente
ligada a todo um organismo bem articulado.('°)
Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64
A descrição da posição dos OFAS durante a produção
das vogais serve inclusive de orientação e exercício para o
profissional que trabalha com a voz.(7,12) A observação dos
OFAS durante a emissão de vogais e consoantes isoladas e
em grupos foi sugerida como exercício para aperfeiçoar a
articulação e aumentar a projeção vocal.(3,6,11 )
A língua tem sido considerada como o mais importante
e ativo dos articuladores.(',) A mandíbula também tem
sido assim considerada porque a tensão e a abertura de
boca alterariam diretamente a fala.(4) Maior importância
aos lábios tem sido dada pela sua participação na articula-
ção dos fonemas.(') A importância da úvula para a fala tam-
bém é apontada por sua participação no fechamento do
esfíncter velofaríngeo.()
Na verdade, todos os órgãos fonoarticulatórios parti-
cipam direta ou indiretamente da produção dos sons da
fala, o que nos leva a concluir que todos esses órgãos são da
mesma forma importantes e que o mau funcionamento de
qualquer um deles vai alterar algum fonema significativa-
mente. A boa mobilidade dos OFAS, ao lado do funciona-
mento das cavidades de ressonância, amplifica e descentra-
liza o trabalho da laringe durante a fonação.(4,8,13)
A articulação dos sons da fala tem sido comparada com
a dos sons do canto.(116)
Apesar de a velocidade da articula-
ção dos sons cantados ser quatro vezes menor do que na
fala,(') os aspectos musicais são mais importantes que a
mensagem propriamente dita, por isso alguns sons podem
ser subarticulados e até distorcidos .(`) Podemos acrescen-
tar a essas afirmações que a articulação da consoante no
canto lírico tende a ser mais curta que na fala e no canto
popular. Por outro lado, a articulação davogal é mais longa,
principalmente no canto lírico.
Entre as técnicas fonoarticulatórios indicadas para a
mandíbula, associadas ou não a outros objetivos, encon-
tram-se exercícios voltados para aliviar a tensão, dar mobi-
lidade, força e flexibilidade ao órgão.(1,4,6-7,910)
Técnicas indicadas para os lábios têm os mesmos obje-
tivos dos relacionados acima para a mandíbula.(''-6.y.)
Para a língua, os exercícios, associados ou não a outros
objetivos, pretendem dar agilidade, mobilidade e força ao
órgão.,5-7,9,11)
Os exercícios sugeridos para o véu palatino têm como
meta dar mobilidade, força e flexibilidade ao órgão.(5-7,9,)
As bochechas e os músculos da face são trabalhados
com o objetivo de aumentar a mobilidade, a força e a elasti-
cidade.(',1°)
Exercícios usando obstáculos na boca, como o pole-
gar, uma rolha ou um lápis, são sugeridos por com o obje-
tivo de se obter fluidez na dicção e o fortalecimento arti
culatório .(2,',9) Os trava-línguas têm finalidade semelhan-
te.(7)
Técnicas de fala em profissionais da voz
Técnicas de motricidade oral específicas para a boca
podem contribuir na prevenção e na atenuação de rugas.
Seguindo a teoria de que um dos fatores responsáveis pelas
rugas ao redor da boca são as contrações exageradas dos
músculos dessa região, foram aplicados exercícios que
relaxavam e alongavam esses músculos. O trabalho foi tes-
tado em aproximadamente 30 mulheres, em duas sessões
semanais durante um mês, até que as técnicas fossem
incorporadas ao cotidiano das pacientes. Elas aprenderam
a movimentar a boca e a deglutir sem tensionar seus mús-
culos, o que pode ser eficiente para atenuar as linhas defini-
das pelas rugas.
Considerando que muitos dos exercícios de motricida-
de oral também são utilizados como técnicas fonoarticula-
tórias, pode-se então concluir que os exercícios usados
para aperfeiçoar a dicção também estariam trabalhando e
REFERENCIAS
1 .
2.
3.
4.
5.
6
7
Perelló J . Canto - dicción (foniatría estética). Barcelona:
Científico-Médica ; 1975 .
Polito R. Como falar corretamente e sem inibições . 18a. ed .
São Paulo: Saraiva; 1998 .
Stanislavski C. A construção do personagem . Rio de
Janeiro : Civilização Brasileira ; 1970 .
Bloch P. Você quer fàlar melhor? 5a . ed . Rio de janeiro:
Bloch ; 1973 .
Corredera Sánchez T. Defectos en Ia diccíon infantil :
procedimientos para sú correccíon . - Buenos Aires:
Kapelusz ; 1973 .
Nunes L. Manual de voz e dicção . 2a . ed . Rio de janeiro :
Serviço Nacional do Teatro; 1976 .
Segre R, Naidich S, Jackson CA. Principios de foniatría
para alumnos y profesionales de canto y dicción. Buenos
Aires: Médica Panamericana; 1981 .
CONCLUSÃO
63
fortalecendo a musculatura, prevenindo e até minimizando
as inevitáveis marcas deixadas na pele pelo tempo. Essa
afirmação pode ser reforçada pela indicação de massagens
e exercícios na face para fortalecer a musculatura dessa
região.('4,'s)
Foi possível estabelecer 153 exercícios para o treina-
mento de profissionais da voz, a partir dos dados encontra-
dos na literatura. De acordo com o estudo, também se
pode concluir que o treino articulatório não só aumenta a
projeção vocal, como também descentraliza o trabalho da
laringe durante a fonação.
ABSTRACT
Introductiion : the number of professionals that uses the voice as work instrument as teachers, speakers, reporters and actors
grows each day. Those professionals look for improvement in the oral expression according to tlieir needs. Purpose: to
contribute with the speech-language pathology on professional voice area, enumerating the principal sound articulation
exercises mentioned in the literature and their benefits to the voìce. Methods: studies on these techniques were obtained
from theater books, singíng and eloquence. Authors that researched the theme wíth the therapeutic objective were also
studied. Results: it was possible to know some authors' opinion about the effíciency of each exercise and make a kind of
manual to help the speech-language pathologist in the work with the voìce professional and other patients . Those techniques
can be effective in different pathologies, since properly addressed. Conclusions: it was possible fio establish 153 exercises for
training voice professionals. The sound training increases the vocal projection, as well as it decentralizes the work of the
larynx during phonation.
Keywords : voìce; voice quality; voice training.
8. Piccolotto L. Trabalhando a voz: vários enfoques em
fonoaudiologia . São Paulo: Summus ; 1988.
9. Mello, EB S. Educação da voz falada . 3a . ed . Rio de janeiro:
Atheneu; 1988 .
10. Quinteiro EA. Estética da voz: uma voz para o ator. São
Paulo: Summus ; 1989 .
11 . Greene MCL. Distúrbios da voz. 4a . ed . São Paulo: Manole;
1989 .
12 . Beuttenmüller G, Laport N. Expressão vocal e expressão
corporal . 2a . ed. Rio de Janeiro : Enelivros; 1992 .
13 . Boone D, McFarlane SC . Voz e a terapia vocal . 5a. ed.
Porto Alegre: Artes Médicas; 1994 .
14 . Fonseca AM, Bagnoli VR, Ramos LO. Anatomia do
climatério : pele e cabelos. In : Pinotti JA, Halbe HW, Hegg
R. Menopausa. São Paulo: Roca; 1995 . p. 63-72.
15 . Tessitore A. Abordagem mioterápica com estimula ção de
pontos motores da face. In : Marchesan IQ, Bolaffi C,
Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64
64 Santos FMR, Assencio-Ferreira VI
Gomes ICD, Zorzi JL . Tópicos em Fonoaudiologia 1995 .
São Paulo: Lovise; 1995 . p. 75-82
16 . Behlau M, Rehder MI . Higiene vocal para o canto coral.
Rio de Janeiro: Revinter; 1997 .
Recebido para publicação: 29/11/2000
Aceito em: 2_3/02/2001
Endereço para correspondência
Nome: Fabíola Moura Reis dos Santos
Endereço: Rua Manoel Clementino, 1201 - CEP: 56302-170 - Petrolina - PE
Fone: (81) 861-3525
Nome : VicenteJosé Assencio-Ferreira
Endereço: Rua Cayowáa, 664 - CEP: 05018-000 - São Paulo - SP
Fone/fax: (11) 3675-1677
e-mail : cefac@cefac.br
http:/www.cefac.br
Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64
Bibliografia Consultada
Ferreira ABH. Minidicionário Aurélio da Língua Portuguesa . Rio
de janeiro: Nova Fronteira ; 1993 . 577 p.

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Artigo 6

  • 1. TÉCNICAS FONOARTICULATÓRIAS PARA O PROFISSIONAL DA VOZ* PHONEARTICULATORS TECHNICS FOR THE VOICE PROFESSIONAL Fabíola Moura Reis dos Santos' Vicente José Assencio-Ferreira2 53 RESUMO Introdução: a cada dia cresce o número de profissionais que usam a voz como instrumento de trabalho, confio professores, locuto- res, repórteres e atores. Esses profissionais buscam aperfeiçoamento na expressão oral por meio de articulação clara e precisa. Obje- tivo : contribuir com a fonoaudiologia na área de voz profissional, enumerando os principais exercícios fonoarticulatórios citados na literatura e seus benefícios para a voz. Métodos: levantamento das técnicas fonoarticulatórias através de revisão bibliográfica de livros de teatro, canto e oratória. Também foram estudados autores que pesquisaram o tema com objetivo terapêutico. Resulta- dos: foi possível conhecera opinião dos autores sobre a eficiência de cada exercício e fazer uma espécie de manual para auxiliar o fonoaudiólogo no trabalho com o profissional da voz e com outros pacientes, já que essas técnicas podem ser eficazes em dife- rentes patologias, desde que devidamente direcionadas. Conclusões: foi possível estabelecer 153 exercícios para o treinamento de profissionais da voz. O treino artículatório não só aumenta a projeção vocal, como também descentraliza o trabalho da larin- ge durante a fonação. Descritores: voz; treinamento da voz; qualidade da voz. N INTRODUÇÃO A cada dia cresce o número de profissionais que usam a voz como instrumento de trabalho, como professores, locuto- res, repórteres e atores. Para melhor desempenho nesse mercado tão competitivo, esses profissionais buscam aperfeiçoa- mento na expressão oral por meio de articulação clara e precisa. Eles procuram a ajuda fonoaudiológica na esperança de superar qualquer distúrbio no processo de comunicação e na tentativa de se tornarem profissionais diferenciados nas suas áreas de atuação. Como a fonoaudiologia estética é uma área ainda muito recente, cabe a nós, fonoaudiólogos, pesquisar- mos mais profundamente o assunto para suprir as necessidades de nossos clientes. A história da busca pela perfeição da fala é tão antiga quanto a história das primeiras civilizações humanas . Desde a Grécia antiga, no início dos estudos sobre a retórica, que a sociedade valorizava a expressão oral. No Egito Antigo a prefe- rencia por vozes nasais e vibrantes para a arte do canto pôde ser observada em pinturas e relevos que representavam os cantores. Nessas gravuras, a nasalidade era salientada pelo enrugamento do nariz, pelos olhos revirados e pela tensão da musculatura bucal e cervical.(') Demóstenes, que se tornou o maior orador da Grécia Antiga, corrigiu defeitos de dicção colocando seixos na boca e tentando pronunciar as palavras da forma mais correta possível .(2) 0 artista árabe Ali-ibn- Serjab-Srafierjab colocava fibras de madeira entre os dentes de seus discípulos para acostumá-los a abrirem a boca. No Japão, os cantores emitiam sons fortemente guturais e retidos, pois osjaponeses consideram vulgar abrir muito a boca. No século XVII, mais precisamente em 1613, o espanhol Cerone expõe as regras da vocalização e da pronúncia para o cantor.(') 0 autor contou ainda com a contribuição da cantora lírica Montserrát Caballé e do ator Enrique Guitart para estu- dar a dicção ligada ao canto, a declamação no teatro e a oratória . Houve até mesmo a criação de um gourmet de fonética 'Trabalho realizado no CEFAC - Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica . 'Fonoaudoooga do Curso de Especialização em Voz do CEFAC. 2 Prof. Dr. Neurologista Docente do CEFAC. Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64
  • 2. 54 Santos FMR, Assencio-Ferreira VI para aperfeiçoar o trabalho com os seus atores.(3~ A impor- tância dada à eloqüência em Atenas e a história de Demós- tenes foram estudadas para justificar a importância da fala no mundo em que vivemos, já que ela é um instrumento de trabalho importantíssimo .(4) Apesar de o estudo davoz falada se confundir com a his- tória do homem, parece que nenhum autor se preocupou até agora em enumerar todas as técnicas fonoarticulatórias, investigando sua real competência . Sendo assim, este traba- lho se propõe a responder às seguintes questões: quais se- riam as técnicas fonoarticulatórias necessárias para aprimo- rar a articulação e como atuariam melhorando-a? MÉTODO Revisão da Literatura Este trabalho de pesquisa foi realizado por meio de levantamento bibliográfico, abrangendo não apenas a área de fonoaudiologia, como também as publicações e revistas nas áreas de teatro, canto e oratória. Stanislavski A importância da dicção é enfatizada com relação à própria inteligibilidade do texto a ser declamado pelo ator no teatro.(') Em busca da precisão articulatória, ele desen volveu o que chamou de gourmet de fonética . Pela observa- ção da posição da língua e da abertura da boca na pronún- cia das vogais, foram estudados os pontos articulatórios de todas as consoantes. Inicialmente treinou-se com a produ- ção isolada de cada consoante, depois a formação de síla- bas aleatórias, palavras e, finalmente, frases. O treino não só permitia uma articulação mais clara e precisa, como tam- bém aumentava a projeção vocal, garantindo que o ator fosse ouvido por todo o público . Bloch Os problemas articulatórios estariam ligados ao mau funcionamento ou à paralisia do véu palatino, à hipertonia, a dentes mal implantados ou à sua má oclusão, entre outros, como a rigidez mandibular, a boca semicerrada, a disartria causada por uma lesão neurológica ou um simples erro de mecanismo.(`) A pronúncia é considerada como a escolha dos sons da palavra e articulação como o processo de formação dos sons e das subas. Então, a palavra mal pronunciada é aquela que contém um ou mais sons errados ou quando é alterada por omissão, adição, troca ou distor- ção dos sons ou mau uso da acentuação. já a palavra mal articulada é aquela cujos sons não são emitidos com preci- são. Para o autor, o trabalho com a articulação é tão impor- tante que chega a descentralizar o trabalho da laringe durante a fonação. A mandíbula foi considerada como um Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64 dos órgãos articuladores mais importantes por acreditar-se que a tensão e a abertura de boca incorreta alteram a fala. Sendo assim, o seguinte exercício é sugerido: fechar os dentes firmemente, manter a boca fechada (sem exagerar na força) e deixar o queixo cair levemente . Sanchez Os lábios foram relacionados como órgãos fonéticos importantes porque eles intervêm na articulação dos fone- mas, principalmente /p/, /m/, /f/ e /v/.(5) A partir de pesquisas sobre o lábio leporino em crianças, foram desenvolvidos exercícios para combater a imobilidade e a debilidade labial: Li Com os maxilares quase juntos: Projetar os lábios unidos. Projetar os lábios unidos, contraindo-os . Projetar os lábios unidos, para cima e para baixo. * Com os lábios entreabertos: realizar os exercícios ante- riores. * Com os lábios totalmente separados e a boca aberta: realizar os exercícios anteriores. LI Tração do lábio superior para baixo, com a ajuda do lábio inferior. J Articular de forma rápida Ia a, Ia o e Ia u. Depois Ia a, Ia e, Ia i, com movimentos exagerados. U Articular /p/, /m/, /b/, /f/ e /v/. LI Vibrar os lábios. Também são sugeridos exercícios para a mobilidade do véu palatino, combinando os exercícios fonéticos com os respiratórios :(5) " Com um pequeno objeto, que pode ser uma espátula, toca-se a parte posterior do véu, produzindo-se imedia- tamente um movimento reflexo e aproximando-se o véu da parede faríngea. " Elevar o véu imitando um bocejo. " Colocar um espelho nas narinas para conscientizar o paci- ente de que ele só deve embaçar nos fonemas nasais. " Inspiração nasal. Articulação do fonema /i/, com saída violenta do ar. Descanso. Repetir várias vezes. LI Mesmo do anterior, agora com o fonema /u/. U Inspiração nasal. Articulação dos fonemas /i/ e /u/, com esforço violento, sem voltar a inspirar previamente. Descanso. Repetir. L.I Inspiração nasal. Articulação alternada dos fonemas /i/ e /u/, até esgotar o ar inspirado. Descanso . Repetir. J Inspiração nasal. Articulação alternada de /i/ e /o/, da mesma forma anterior . Da mesma forma também reali- zando as seguintes combinações: /i/ e/e/; /i/e /a/; /u/ e /o/; /u/ e /e/; /u/ e /a/.
  • 3. Técnicas de fala em profissionais da voz Para dar agilidade e mobilidade à língua, o autor suge- riu os exercícios seguintes: U Sacar a língua lenta e, logo, rapidamente . J Levá-la para cima, para baixo, para a direita e para a esquerda. 13 Movimento circular da direita à esquerda, e da esquerda à direita. 12 Dobrar a língua para cima e para trás, com a ajuda dos incisivos inferiores. 0 Golpear a face anterior e posterior dos incisivos superiores. LI Com o dorso, tocar no palato (posição da articulação dos fonemas /k/ e /gn. [I Tocar com a ponta da língua os molares superiores e infe- riores, o palato e as protuberâncias alveolares superiores. U Movimento vibratório, como na articulação do /r/. De acordo com essa concepção de exercícios, a articu- lação é a posição bem determinada que todos os órgãos to- mam em conjunto. Diferente da pronúncia, que é a emissão de uma voz normal, com límpida articulação de todos os fo- nemas e entoação apropriada.(5) Perelló Por outro lado, a articulação também é definida como a produção dos distintos fonemas que constituem a letra e o texto de uma linha melódica.(') Uma série de dados é apon tada, como a velocidade da articulação dos sons cantados sendo quatro vezes menor do que na fala; uma articulação nítida pode transformar uma voz pequena ou mediamente forte em mais sonora que outra grande, porém com articu- lação imprecisa; a dicção é a maneira estética de articular as palavras umavez que dá inteligência e sensibilidade ao can- to. A língua, por sua vez, facilita uma perfeita articulação, produzindo um movimento rápido e incessante. Durante o canto, a língua deve efetuar as mesmas atitudes, mas a li- nha melódica a obriga a fazer ligeiras modificações. Os ato- res devem procurar ter uma articulação o mais perfeita pos- sível e devem conhecer e diferenciar o modo de produção de todos os fonemas de sua língua. Descrevendo uma emis- são correta, os seguintes movimentos da língua e da boca são relacionados:(') J A língua não deve avançar em massa, nem retroceder nem se acomodar no assoalho da boca. LJ A ponta da língua deve tocar a parede posterior dos inci- sivos. U 0 dorso da língua deve estar ligeiramente elevado. U A base da língua se eleva mais ou menos segundo as vogais. 55 LJ A base da língua deve ter mais tendência a elevar-se que se abaixar. U A boca deve ter uma atitude natural, com um sorriso aco- lhedor, sem jamais abri-Ia demais nem avançar os lábios em forma de tubo. Os lábios devem cobrir os dentes. A posição corporal ideal para o desenvolvimento da voz é a apoiada nos pés, ligeiramente separados, coluna reta, ombros relaxados, cabeça erguida e mandíbula rela xada. 0 autor também citou alguns exercícios para dar mo- bilidade, força e elasticidade aos órgãos fonoarticulató- rios. Exercícios que devem ser feitos 20 vezes por dia. 1 . Abrir a boca ao máximo, mandíbula e comissuras labi- ais separadas. Fazer esse movimento em um só gol- pe. - Fechar a boca instantaneamente e apertar os dentes. 2. Abrir a boca fortemente, mover a mandíbula para a direita e para a esquerda. Sem mover a cabeça. 3. Projetar repentinamente a mandíbula para frente. - Baixar a mandíbula . - Fechar a mandíbula com força. 4. Boca fechada, apertar os lábios para dentro. Apertá- los um contra o outro com energia . - Separar rapidamente os lábios mostrando os dentes cerrados. - Voltar a apertar os lábios. 5. Inflar as bochechas com os lábios fechados. 6. Abrir e fechar a boca aberta e, logo, com os lábiosjun- tos. 7. Abrir a boca. Exteriorizar a língua afilada. Reintrodu- zir a língua na boca e fechá-la. 8. Com a boca aberta, colocar a língua para dentro e para fora rapidamente. 9. Girar a língua com a boca fechada. 10. Com a boca aberta, a ponta da língua toca sucessiva- mente os dentes superiores, inferiores, a comissura labial direita e a esquerda. 11 . Boca aberta, exteriorizar a língua e mover sua ponta para cima e para baixo. 12. Apertar os lábios, soprar e fazer uma pequena plosão. 13. Pronunciar sucessiva e rapidamente /ta/ e /ka/. Nunes A articulação é a "ginástica bucal" que modifica os sons da pregas vocais, transformando-os em vogais e consoan- tes.(') A articulação ideal é aquela que ressalta cada sílaba, considerando as consoantes, respeitando a sonoridade das vogais e, conseqüentemente, dando clareza, energia e vee- Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64
  • 4. 56 Santos FMR, Assencio-Ferreira VI meneia às palavras . As dislalias são alterações das palavras, são defeitos de articulação na emissão das consoantes. Esses defeitos podem ser de origem congênita, mecânica ou psíquica; passando por anomalias dos órgãos bucais, má implantação dentária, vícios adquiridos na infância e até causas nervosas ou mesológicas . Para a correção das dislali- as, o paciente deve observar, com o auxilio de um espelho, a posição dos órgãos móveis (língua, lábios e palato mole) durante a emissão das consoantes. Uma série de alitera- ções, no início dos trabalhos, deve ser lida muito devagar, exagerando as articulações, até que possam ser lidas rapi- damente e com nitidez. Vamos citar aqui apenas os exercí- cios enumerados para flexibilidade dos órgãos bucais.(6) Para a mandíbula: U Abrir a boca lentamente dizendo: ma, ma, ma, ma e fe- chá-la também muito lentamente: - iara - iate - iaga - iansã. J Abrir e fechar a boca com firmeza e rapidez dizendo muitas vezes: ba - ba - ba - ba - ba - ba - ba. J Dizer lentamente: não há luar - não há luar - não há luar... Para o palato mole: Bocejar . Dizer lentamente: gong, gong, gong, gong. U Emitir e alternar a vogal oral com nasal: a ã - e em - o om-i im-u um -móm-mó o. Gargarejar. Para a língua: U Põr a língua para fora e recolhe-la rapidamente. J Arquear a língua até encostar a ponta no palato mole. U Arquear a língua para cima e para baixo. Bater com a ponta da língua na face anterior e logo na posterior dos incisivos inferiores. Fazer o mesmo contra os incisivos superiores. Rapidamente, várias vezes. U Fazer rotações com a língua, contornando os lábios com a boca aberta e também contra os lábios cerrados. U Firmar todo o contorno da língua nos molares superio- res, deixando apenas a ponta livre para golpear o palato, dizendo: Ia le li lo lu lo li le Ia. U Articular lentamente, apressando aos poucos: telê-telê - telê - telê, variar as vogais. ftd ftd ftd ftd Articular lentamente, apressando aos poucos: terê - terê -terê - terê - terê - trê; variar as consoantes iniciais e as vogais - fara - fara - fara - fara - fira etc. LJ Firmar a ponta da língua nos alvéolos dos incisivos supe- riores e expirar com muita pressão para provocar vibra- ções da ponta da língua. Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64 " Imitar campainhas: trrrim - trrrim - trrrim, ou sinos: belelém - belelém - belelém. Tambores: prrrrr - prrrrr - prrrr. " Consoantes que são articuladas com movimentos da lín- gua contra o palato: Ia le li lo lu lo li le Ia le li lo lu lo li le Ia le li lo lu lo . . . na ne ni no nu no ni ne na ne ni no nu no ni ne na ne ni no nu no... ta te ti to tu to ti te ta te ti to tu to ti te ta te ti to tu to... da de di do du do di de da di do du do di de da de di do du do . . . LJ Teu tio Tadeu te deu teus dois tetéus...(várias vezes). J Lana, Leria, Lina e Lola louvam Nina e Madalena. iu-iu-lu-lu-lu iu-lu iu-ruiu-iu-lu-Muiu . tuim - tuira - tuiuva -tuiuca tuiuiú - suíno - suiurá - siúba - siusi. * Ler com os dentes cerrados, exagerando a articulação labial. * Comprimir fortemente os lábios e soprar com explosão: * P- P- P- P- P - primeiro sem som, depois dizendo: pa - pé -pi-po-pu-pa-pe-pi-po-pu ... com muita rapidez e firmeza . Assobiar . * Soprar tiras de papel. LJ Leitura afõnica, exagerando as articulações. J Repetir a mesma leitura relaxando o maxilar inferior. LI Ler o seguinte trecho da Lua de Ouro freto, de Murilo Mendes: Lua, luar! Oh! Celebrarei Na lira alada Doida de amar - Na lira amada Lua e luar. Um ponto é lua Outro é luar Não confundamos Estou mandando A lua luar. Sou luarento Aluado sou Vamos amar! Segre Para os lábios: Dizer muitas vezes: E na boca que acontecem a articulação dos fonemas e a ressonância do sinal laríngeo e é por isso mesmo que qual-
  • 5. Técnicas de fala em profissionais da voz quer alteração, como a ausência de dentes (com escape de ar e língua entre os dentes) e a oclusão inadequada dos maxilares podem provocar transtornos na articulação da palavra e distorções no mecanismo da ressonãncia.(7) A ten- são de mandíbula não só compromete a musculatura facial e mastigatória, como também afeta a articulação temporo- mandibular, resultando numa fonação quase sem abertura de boca. Por isso, alguns exercícios são indicados para rela- xar a mandíbula.(') A massagem das bochechas nos masseteres é impor- tante. O sopro áfono em posição de /a/ facilita a percepção da descida da mandíbula. LJ Com os olhos fechados, para perceber internamente o jogo muscular. LI Usando um espelho para observar o ângulo de abertura ideal, depois de conseguir o relaxamento . Da mesma forma, devem ser exercitadas todas as vo- gais individualmente e em combinação de três, antes de passar a sílabas e palavras. IJ Movimentos mastigatórios com a boca fechada, abrin- do-a de vez em quando (semelhante a uma mastigação grosseira) . LJ Exercício de vogais, sílabas e palavras, mastigando. Isto facilita o relaxamento dos músculos mastigatórios, mui- to potentes e que se contraem facilmente . J Exercitação do som em uma zona cômoda (em cada vogal), controlando o relaxamento mandibular (com controle visual, manual e proprioceptivo) . Outros fatores que modificam a dicção e a modulação também devem ser considerados: a idade, o temperamen- to, o meio social, o idioma e os dialetos. A língua é o mais importante e ativo dos articuladores, além de ser o órgão responsável pela modificação da cavidade oral durante a sua movimentação e pela qualidade da ressonância. A posi- ção das vogais está assim descrita:(7) U /a/- boca separada com os lábios relaxados; língua des- cansando no assoalho da boca; ponta da língua apoiada suavemente contra os incisivos inferiores; véu elevado e tenso toca na parede faríngea posterior, impedindo a saída de ar pelo nariz. J /e/ - boca separada, mas com leve tensão das comissu- ras; dentes incisivos superiores apenas visíveis; língua levemente elevada nas bordas posteriores; véu seme- lhante ao /a/. U /i/ - arcadas dentárias apenas separadas; tensão das comissuras labiais, semelhante a um leve sorriso; ponta da língua contra os incisivos inferiores e dorso mais ele- 57 vado, próximo do palato duro; véu e faringe mais eleva- dos, reduzindo-se o espaço bucofaríngeo. LJ /o/ - boca oval, não muito aberta; lábios protruídos por ação dos músculos orbicular e bucinador; posição pos- terior da língua elevada, menos do que na vogal /i/; larin- ge mais baixa. J /u/ - boca protruída com lábios quase fechados; dorso da língua mais elevado que na vogal /o/; os espaços da boca e da faringe se alargam e a laringe baixa; véu bran- do como no /o/. As consoantes foram classificadas de acordo com o pon- to de articulação, a forma da emissão e o tipo de som provo- cado como, por exemplo, as bilabiais, labiodentais, plosivas e fricativas.(7) Estão relacionados o movimento da língua com o do véu palatino: sempre que a base da língua sobe, o véu baixa e vice-versa. Essa informação é importante para determinar a composição sonora dos fonemas e sua articula- ção correta. A relação língua-véu também é definitiva na emissão das vogais. As emissões com pouco volume permi- tem uma percepção maior da dicção e articulação de lábios e língua. Alguns exercícios são sugeridos utilizando apenas o sopro expiratório. LJ Prática áfona exalando o ar inspirado: Inspiração --- a/--- mandíbula levemente relaxada Inspiração --/e/--- leve sorriso Inspiração ---/i/--- maior extensão das comissuras labiais Inspiração ---/o/--- boca levemente ovalada Inspiração ---/u/--- lábios estirados e quase fechados " Prática áfona de combinação de vogais: Inspiração aeaeaeae Inspiração eieieieiei ---Produção com apoio abdominal Inspiração oaoaoaoa Inspiração aeiaeiaei Inspiração aeiouaeiou Prática dos exercícios anteriores com som. " As consoantes devem ser exercitadas em sílabas e só é conveniente especificar seu ponto de articulação quan- do existem vícios de dicção, ou seja, quando a ponta da língua toca um ponto que não corresponde à produção do _fonema . LJ Prática de sílabas áfonas combinando todas as vogais: com e sem movimento corporal de cabeça e braços: Papapa, pepepe, pipipi...; sasasa, sesese, sisisi.; cosa- cosacosa J Prática sonora de sílabas e palavras em monopitch (con- forme o original em espanhol): Monorosarisa . Cosamiradoresaca . Púsolaalvientocorriendo . Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64
  • 6. 58 Santos FMR, Assencio-Ferreira VI LI Prática de frases áfonas e com som com continuação (num único sopro expiratório): Queroirmedestacasa amanhãvenhobuscarte (confor- me o original em espanhol) U Prática de trava-línguas em diversas velocidades: áfonos - com e sem dinâmica corporal sonoros - com e sem dinâmica corporal Prática de leitura de frases, rimas e trava-línguas morden- do um lápis (introduzindo uma ponta de apenas 1 cm dentro da boca). Exercício para fluidez na dicção: - áfona, com lápis - lento, rápido, normal - sonora, com lápis - lento, rápido, normal - áfona, sem lápis - lento, rápido, normal - sonora, sem lápis - lento, rápido, normal U Leitura rítmica: observando o acento lógico da frase, com o apoio abdominal. 0 terapeuta deve iniciar o trabalho com a exercitação das vogais áfonas durante a expiração e corrigir as posições erradas dos lábios e da língua. Quando necessário adequar também a tensão temporomandibular e dos músculos mas- tigatórios . Para treinar a habilidade e a flexibilidade da lín- gua deve praticar-se com um espelho, imitando o terapeu- ta e com os olhos fechados, estimulando a memória muscu- lar para que o efeito seja duradouro.(7) Exercícios habituais: Língua - Protruir a língua tensa e retraí-Ia relaxada. - Mover a ponta da língua para as comissuras direita e esquerda. - Mover a ponta da língua para o lábio superior e in- ferior. - Girá-la em torno dos lábios. - Interpô-la entre os dentes e vibrar a ponta. - Elevar e baixar a base. - Alternar a ponta entre os incisivos superiores e in- feriores, atrás da arcada dentária. Véu palatino - Bocejo. - Inflando as bochechas, deixando o ar sair suave e com forte pressão. - Praticando as consoantes/k/eW, com e sem som. É fundamental que o profissional da voz conheça o me- canismo da fala para adquirir uma dicção compreensível e uma voz audível, que não cause fadiga. 0 objetivo da dic ção, que deve ser clara e precisa sem ser exagerada, é dar Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64 expressividade ao texto.(7) A boa mobilidade dos órgãos da articulação, o grau de abertura da boca, a posição da língua e o volume e a forma das cavidades de ressonância, modifi- cam e aliviam o trabalho e o rendimento da laringe.isi Brandi A clareza da dicção depende da nitidez do desenho articulatório?) Independentemente das dislalias, a articu- lação pode ser dividida em resvalante, obscura, frouxa, ten sa e mal delineada . Para a nitidez da articulação, os seguin- tes exercícios são indicados: Exercício com palavras dissílabas: Pronuncie somente as consoantes das palavras dadas. Ex. tinta pinto quinto minha t t p t k t m nh LI /l/ no final de palavras: sal - cal - tal - qual til - mil - Gil - vil rol - sol - gol - sul fel - fiel - mel - anel U /r/no final de palavras (cada série de quatro deve ser pro- nunciada numa só expiração, com ligeira parada entre cada palavra): bar - dar - lar - mar ter - ler - ver - vir quer - der - cor - mor cor - dor - for - pôr LI /s/ e /z/ no final de palavras (evitar a pronúncia de diton- gos onde não existem, como nóis em vez de nós ou noz): zás - gás - paz - rãs dez - rés - lês - vês diz - lis -fiz - quis sós - _foz - noz - voz nos - vos - pus - sus Exercício com ditongos (pronunciar cada grupo de três palavras, desenhando com precisão o ditongo): causa - louco - comeu - feudo - chapéu - partiu gáudio - pouco - colheu - Deus - réu - riu fauna - rouco - vendeu - meu - céu - feriu Exercício com tritongos (repita em tom natural, falado, numa só expiração, ligando as palavras entre si com a cadência rítmica decorrente dos acentos tônicos) : déia - dia - dei-o - doeu faia - feia - feio - fiei gaia - guia - Goya - guiei laia - lia - leia - leal maio - mia - meia - moeu paio - pia - peia - piei raio - _ria - raia - roeu
  • 7. Técnicas de fala em profissionais da voz teia - tia - veia - voei cheia - chia - geio - geiou J Exercícios para fortalecer os fonemas bilabiais /p/, /b/ e /m/: Faça movimentos de sucção em seco. Aperte fortemente entre os lábios uma rolha. Repita várias vezes com firmeza: mi -bi-pi mu -bu-pu ma -ba-pa mó -bô-pó mó -bó-pó U Exercícios para fortalecer os fonemas fricativos labio- dentais /f/ e /v/: Avançar o lábio inferior para fora, fazendo beiço, várias vezes. Fazer o mesmo; em seguida, morder a parte interna do lábio inferior; soltar; recomeçar várias vezes. Fazer o mesmo, mas antes de completar a mordida soprar fortemente no ponto em que o lábio inferior encosta-se à borda dos incisivos superiores, Fazer o mesmo, sonorizando. U Para fortalecer os fonemas linguodentais /t/, /d/ e /n/: Abrir bem a boca com a mandíbula relaxada ; comprimir a ponta da língua contra os incisivos superiores; soltar, de forma que a ponta da língua baixe, deslizando pela parte superior dos incisivos superiores; repetir várias vezes, cada vez mais rapidamente. ATENÇAO: fazer todo o possível para manter a mandíbula imóvel. U Para fortalecer os fonemas palatais: i/- encostar fortemente todo o dorso da língua no pala- to, tendo a ponta da língua apoiada nos incisivos superio- res; em seguida, relaxar; repetir várias vezes. /nh/- fazer o mesmo que no exercício anterior, mas com a ponta da língua apoiada nos incisivos inferiores. /ch/ - arquear as partes laterais do pré-dorso da língua, encostando-a aos molares superiores; elevar a ponta da língua, mas mantê-la desencostada de qualquer parte da boca; verificar que as bordas dos dentes superiores e infe- riores estejam bem próximas; soprar fortemente . l/- fazer o mesmo que no exercício anterior, sonorizan- do. U Para fortalecer os fonemas velares /k/ e /g/: Abrir bem a boca, com naturalidade, com a ponta da lín- gua encostada nos incisivos inferiores, levantar o dorso da língua até o véu palatino e fazervários cliques imitan- do um ganso. A mandíbula faz leves movimentos flexí- veis, acompanhando a língua. Gargarejar sempre que puder. Inspirar, reter o sopro, prendendo o dorso da língua 59 contra o véu palatino ; soltar a língua e o sopro ao mes- mo tempo. Fazer várias vezes gong-gong-gong, como quem quer, no início da cada som, reter o ar entre a boca e a garganta. U Para fortalecer os fonemas fricativos alveolares/s/e/z/: De boca aberta, enroscar a língua, de forma que a ponta role até os alvéolos dos incisivos inferiores e o pré dorso, arqueado, se apóie fortemente nos molares su- periores; repita várias vezes. Fazer o mesmo e, sempre de boca aberta, soprar forte- mente pelo centro da boca. Fazer o mesmo; sem soprar, trancar os dentes, de forma que a borda dos incisivos superiores e inferiores se encos- tem uma na outra, não permitindo que, ao fazê-lo, a ponta da língua se solte de sua posição; repetir várias vezes. Fazer o mesmo que no exercício anterior, mas sopran- do, em seguida, sobre os incisivos superiores ; aumentar gradativamente a força do sopro. Fazer o mesmo, porém sonorizando. U Exercício de fortalecimento articulatório : Colocar uma rolha entre os dentes, nem pequena, nem grande demais. Ter o cuidado de deixá-la mais para fora que para dentro. Prendê-la firme entre os dentes e pro- nunciar as palavras do exercício. Em vez de rolha, a pon- ta do dedo polegar também funciona . ATENÇAO: Esfor- çar-se por enunciá-las com a mais absoluta nitidez, a despeito da rolha. Só assim o exercício terá valor. ajajá bariri caíco fifã ituítuí meuê-meuê sede-sede urária taiataia ovovivíparo pichororé vai-vai quejando xixi chicha zão-zão rufe-rufe guirapuru uistiti virapuru quibembeque Quinteiro A fala bem articulada depende de um organismo bem articulado como um todo.() A articulação da fala cênica no teatro não pode ser melhorada apenas com exercícios de repetição ou imitação. Sendo assim, os seguintes exercícios para desencadear o reflexo respiratório são recomenda- dos.('°) Sentado confortavelmente, mantendo posição anatômi- ca e com os olhos fechados, levar os dedos das mãos, unidos, até a articulação temporomandibular, tocando- a sutilmente. Após alguns instantes, a mandíbula come- ça a dar sinais de leve movimento para baixo, ocasionan- do um relaxamento por toda essa área. 0 reflexo respi- ratório pode manifestar-se, e isso só fará bem. LJ Fazer caretas, mesmo feias, é um exercício diário reco- mendado para manter em forma a musculatura da face. Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64
  • 8. 60 Santos FMR, Assencio-Ferreira VI Greene Os órgãos da articulação são os órgãos da mastigação e da deglutição adaptados para a fala. Lábios, dentes, gengi- vas, maxilares, língua e palatos duro e mole estão coope rando na articulação de vogais e consoantes. São as altera- ções do tamanho e da forma da cavidade oral, causadas pela modificação na posição dessas estruturas, que produ- zem os sons da língua falada.() Os lábios, por exemplo, são usados na articulação dos sons bilabiais e labiodentais. Eles também alteram a forma da cavidade oral por variarem os graus de arredondamento e expansão, o que contribui para a qualidade da vogal, como no caso do /u/ e/i/, /o/e /a/. A lín- gua é considerada como o órgão mais importante da articu- lação e da deglutição, por ser um órgão ativo e móvel, com infinita variedade de movimento e alterações de forma. 0 palato mole é importante para a fala quando está se elevan- do adequadamente. Na articulação das consoantes, é necessário evitar o escape de ar nasal. A habilidade de com- primir o ar na cavidade oral é fundamental na articulação dos sons oclusivos e fricativos. 0 músculo da úvula também é importante para a fala porque atua no fechamento do esfincter velofaríngeo. De acordo com a autora, os canto- res devem conhecer as formas das vogais e sua relação com a ressonância no trabalho de dicção. Eles devem ter cons- ciência de que os movimentos de mandíbula, língua e lábios são decisivos na produção de formantes corretos para cada vogal. No canto, a articulação das consoantes deve ser exagerada e a articulação das vogais e sua resso- nância devem ser adaptadas ao tom da nota da laringe, fre- qüentemente diferente da articulação da fala. Os exercícios de articulação também são eficientes para dirigir o ar atra- vés da boca, em vez de através do nariz. A partir de um tra- balho com pacientes com problemas de nasalidade e subs- tituição de consoantes, uma prática diante de um espelho (para inibir qualquer tensão muscular) e o ensino da posi- ção correta da língua na articulação de consoantes podem ser indicados. Alguns exercícios de diretividade do sopro e articulação foram enumerados.( ) U Soprar suavemente com os lábios e então, interromper o sopro, fechando suavemente os lábios para a emissão da consoante surda /p/, /p/, /p/. Seguir com a sonora /b/, /b/, /b/. LJ Soprar com os incisivos superiores sobre o lábio inferior e então acrescentar /f/, /f/, /f/, prosseguindo com /v/, /v/, /v/. U Suspirarem forma de um longo /f/e interromper com/t/. Para a correção da fala desnasalizada : U Treinamento auditivo : ensinar a criança a discriminar sons nasais de orais, consoantes que vêm para o nariz e Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64 outras que saem pela boca; /m/, /n/ e /nh/ em contraste com /p/, /b/, /t/, /d/, /g/ e /k/. LI Contraste de subas sem sentido: ma, pa, ba, ning, ching, tip. Contraste de palavras e frases; pote-bote, tia-dia, pata- bata. Bote o pote da tia ali e não bata na pata. Praticar subas cantaroladas para desenvolver ressonãn- cia nasal. Ex: mim-mim-mim ; ning-nang-nong. Murmúrio: emitir hum-on sobre /m/, /n/ e /nh/, sentindo os lábios formigando por estarem relaxados. LJ Compor e praticar versos. LI Praticar sílabas com sons nasais. Dar à criança séries de palavras para que ela forme suas próprias sentenças. Nos casos de disartrofonia, a terapia de articulação muitas vezes é necessária com exercícios para a língua, os lábios e palato. Exercícios específicos para desenvolver e fortalecer a língua e o palato e exercícios vocais são úteis quando os músculos ficaram inativos por muito tempo. Golpear os lábios e a língua com uma espátula para promo- ver movimentos reflexos e reavivar a consciência sinestési- ca e tátil. Golpear com cubos de gelo ou frutas cristalizadas também é benéfico.0 1) Beuttenmüller A emissão natural da voz acontece, entre outras coi- sas, quando a língua está frouxa, com a ponta tocando os incisivos inferiores, e o véu palatino elevado. É importan te observar se os órgãos fonoarticulatórios estão descon- traídos, a posição correta da língua e do véu e se a mandí- bula e os músculos do pescoço estão relaxados.(12) 0 pro- fissional da voz deve ter consciência de que cada som vocálico tem uma forma própria, interna e externa (consi- derando a posição dos lábios e da língua), que deve ser obedecida. A sonoridade da palavra pode mudar de acor- do com a maneira de usar os lábios, a abertura da boca, a posição da língua e do véu palatino . Para articular correta- mente, e necessário: IJ Saber articular todas as sílabas que formam as palavras. * Saber sustentar as demoras nos acentos (tônicos) e dar- lhes vivência. Exemplos: mara(vi)lha, (mor)te. * Saber erguer a voz nas consoantes finais das sílabas e das palavras. Exemplos: carta, casta, calda. * Saber que jamais a consoante pode ter duração maior que as vogais. Exemplos: d(e)z, cont(a)r. * A articulação deve ser observada, cuidada, ouvida e sen- tida. Exercícios indicados para as vogais: LI Vogal /a/: Com a língua descontraída no piso da boca e o ápice
  • 9. Técnicas de fala em profissionais da voz tocando na parte posterior dos incisivos inferiores, fazer o seguinte exercício. Abrir e fechar a boca sem tensão mandibular. Esta e a forma da vogal /a/. Se sonorizarmos, obteremos o som de /a/ou de /ã/. Com o véu palatino levantado, o som é oral. Com o véu palatino abaixado, o som torna-se nasal, pois parte da corrente de ar passa pelo nariz. Para a emissão dessa vogal, a laringe sobe. J Vogal /ó/ e /ô/: Para a emissão da vogal /o/, a boca está menos aberta que para a vogal /a/. Os lábios se projetam de forma cir- cular, o ápice da língua toca no início do assoalho da boca e o dorso da língua vai em direção ao palato mole. Para o/ô/, a forma circular é mais fechada e a língua mais recuada; a laringe desce. J Vogal /u/: Para a emissão da vogal /u/, os lábios ficam em posição de franzido, com apenas um orifício por onde vai passar o som. A ponta da língua se encontra mais recuada que no /o/ e a sua base se eleva em direção ao véu palatino . A laringe desce. 0 /u/ é a vogal de som mais grave. U Vogal /i/: Forma externa; boca entreaberta, em forma de sorriso, com as comissuras labiais afastadas. A abertura da boca é a suficiente para a passagem do som. Forma interna; a ponta da língua tocando fortemente a parte posterior dos incisivos inferiores e o dorso da lín- gua em direção ao palato. A laringe eleva-se, para este som, bem mais que para o /a/. 0 filé a vogal de som mais agudo. U Vogal /é/ e /é/: Se o /i/ tem a forma exterior de um sorriso, o /e/tem a de um sorriso amarelo. A posição da língua é mais frouxa que no caso do /i/; a laringe eleva-se menos que para o /i/ e mais que para o /a/. Para o /é/ a abertura da boca torna- se um pouco maior. Para os sons nasais, a forma externa não se modifica; apenas a interna, com o abaixamento do véu palatino. 0 posicionamento da língua dentro da cavidade oral tem sido relacionado com a ressonância e a qualidade da voz.() Se a língua estiver funcionando adequada- mente na produção de cadavogal e de cada consoante, a comunicação será inteligível . 0 posicionamento ade- quado da língua também facilita o funcionamento da ressonância oral na medida que filtra a freqüência fun- damental produzida pela pregas vocais. A abordagem de abertura bucal é considerada como sendo de extre- ma importância para a voz. A qualidade da voz, tanto normal como disfônica, melhora com a maior abertura de boca.(13) _Fonseca et al. e Tessitore 61 Exercícios e massagens na face fortalecem a muscula- tura e devem ser feitos na pós-menopausa, quando a pele fica seca, perde o turgor e aparecem as rugas e manchas.(14) A manipulação da musculatura da face como alternativa para alterações da motricidade oral.() 0 trabalho da auto- ra combina a manipulação profunda sensoperceptiva com massagem de deslizamento e alongamento passivos, mais a estimulação dos pontos motores e a utilização de exercí- cios isométricos e em seqüência, com a adequação das fun- ções neurovegetativas (respiração, sucção, mastigação e deglutição). A técnica também leva em consideração os dis- túrbios articulatórios por inabilidade muscular, como nos casos de hipotonia. Toda a musculatura dos órgãos fonoar- ticulatórios é trabalhada, dando maior ênfase aos proces- sos musculares mais alterados .(' 5) Behlau e Render A articulação dos sons da voz falada tem sido compara- da com a da voz cantada. A articulação na fala deve ser pre- cisa, mantendo a identidade dos sons, para garantir a trans missão da mensagem .já no canto, os aspectos musicais são privilegiados, o que pode significar o sacrifício da articula- ção de certos sons que podem ser subarticulados ou distor- cidos. Na fala, as vogais e consoantes têm duração definida pela língua falada. Na frase musical, as vogais são geralmen- te mais longas que as consoantes e servem de apoio à quali- dade vocal. Ainda na fala, os movimentos articulatórios básicos são definidos pela língua utilizada, porém o padrão articulatório sofre grande influência dos aspectos emocio- nais e do discurso. No canto, os movimentos articulatórios básicos sofrem influência dos aspectos tonais da música e da frase musical em si; assim, as constrições que produzem os sons e são realizadas ao longo do trato vocal tendem a ser reduzidas.(16) Polito A dicção foi definida como a pronúncia dos sons da palavra.0As deficiências na pronúncia desses sons são cau- sadas, quase sempre, pela omissão de letras em posição final ou intermediária de palavras, ou pela omissão de síla- bas. Algumas alterações fonéticas causariam erros de dic- ção como a hipértese, que é a transposição de som de uma sílaba para outra da mesma palavra (p. ex., trigue em vez de tigre); e a metátese, que é a transposição de som dentro de uma mesma sílaba (p. ex., pooque em vez de porque). Os vícios de linguagem provocam erros na pronúncia das pala- vras. 0 rotacismo, por exemplo, causa a troca do 1 pelo r (p. ex., crássico em vez de clássico), e o lambdacismo, que é a troca do r pelo 1(p. ex., tarde em vez de tarde). A leitura em Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64
  • 10. 62 Santos FMk, Assencio-Ferreira V/ voz alta com obstáculos na boca (lápis ou o dedo) aparece como sugestão para treinar a pronúncia das palavras. DISCUSSÃO A dicção foi definida neste trabalho de duas maneiras: dicção e a maneira estética de articular as palavras, o que sugere uma preocupação com a forma correta de expressar a língua falada(') e dicção como a pronúncia dos sons da palavra, sem fazer ligação alguma do termo com a estética da fala.(') No dicionário do autor brasileiro Aurélio Buarque de Holanda, a palavra dicção foi definida como o modo de dizer; a arte de dizer, de recitar. Fatores como a idade, o temperamento e o meio social podem modificar a dicção,(') mas a omissão de letras ou de sílabas em diferentes posi- ções da palavra e as alterações fonéticas é que causam as deficiências propriamente ditas na dicção.(2) 0 objetivo da dicção é dar sensibilidade ao canto,(') e também deve dar expressividade ao texto.(') 0 trabalho de dicção tem sido considerado como um fator primordial ria carreira do profissional da voz.(3,11) É essencial que esses profissionais tenham consciência de que a clareza da dic- ção depende da nitidez do desenho articulatório(9)e de que eles próprios conheçam o mecanismo da fala.(') Articulação e pronúncia têm sido definidas de diferen- tes formas. A articulação pode servista como o processo de formação dos sons e das sílabas,(4) mas também pode signi ficar a posição determinada que todos os órgãos tomam em conjunto.(') As definições diferem, apesar da concor- dância de que a articulação está relacionada com forma, posição, ou o que normalmente chamamos de ponto arti- culatório dos fonemas. A definição de articulação no dicio- nário do autor Aurélio Buarque de Holanda é a seguinte: ato ou efeito de articular; pronunciação distinta de pala- vras; anatomia; dispositivo orgânico pelo qual ficam em contato dois ou mais ossos, móveis ou não, entre si. A pronúncia pode ser tida como a emissão de uma voz normal, com límpida articulação de todos os fonemas e entoação apropriada.(') Pronúncia, por outro lado, é a esco lha dos sons da palavra.(4) Há uma concordância quanto ao fato de que todos os sons da palavra devem ser articulados para a clareza da comunicação. A articulação também tem sido vista como a produção dos distintos fonemas que constituem a letra e o texto de uma linha melódica .(') A arti- culação também tem sido considerada como a ginástica bucal que modifica os sons das pregas vocais, transfor- mando-os em vogais e consoantes.(6) A articulação correta pode transformar uma voz pequena em altamente expres- siva. A posição dos órgãos fonoarticulatórios (OFAS) tem sido relacionada com a articulação, sendo que se pode ir além afirmando que a fala bem articulada está diretamente ligada a todo um organismo bem articulado.('°) Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64 A descrição da posição dos OFAS durante a produção das vogais serve inclusive de orientação e exercício para o profissional que trabalha com a voz.(7,12) A observação dos OFAS durante a emissão de vogais e consoantes isoladas e em grupos foi sugerida como exercício para aperfeiçoar a articulação e aumentar a projeção vocal.(3,6,11 ) A língua tem sido considerada como o mais importante e ativo dos articuladores.(',) A mandíbula também tem sido assim considerada porque a tensão e a abertura de boca alterariam diretamente a fala.(4) Maior importância aos lábios tem sido dada pela sua participação na articula- ção dos fonemas.(') A importância da úvula para a fala tam- bém é apontada por sua participação no fechamento do esfíncter velofaríngeo.() Na verdade, todos os órgãos fonoarticulatórios parti- cipam direta ou indiretamente da produção dos sons da fala, o que nos leva a concluir que todos esses órgãos são da mesma forma importantes e que o mau funcionamento de qualquer um deles vai alterar algum fonema significativa- mente. A boa mobilidade dos OFAS, ao lado do funciona- mento das cavidades de ressonância, amplifica e descentra- liza o trabalho da laringe durante a fonação.(4,8,13) A articulação dos sons da fala tem sido comparada com a dos sons do canto.(116) Apesar de a velocidade da articula- ção dos sons cantados ser quatro vezes menor do que na fala,(') os aspectos musicais são mais importantes que a mensagem propriamente dita, por isso alguns sons podem ser subarticulados e até distorcidos .(`) Podemos acrescen- tar a essas afirmações que a articulação da consoante no canto lírico tende a ser mais curta que na fala e no canto popular. Por outro lado, a articulação davogal é mais longa, principalmente no canto lírico. Entre as técnicas fonoarticulatórios indicadas para a mandíbula, associadas ou não a outros objetivos, encon- tram-se exercícios voltados para aliviar a tensão, dar mobi- lidade, força e flexibilidade ao órgão.(1,4,6-7,910) Técnicas indicadas para os lábios têm os mesmos obje- tivos dos relacionados acima para a mandíbula.(''-6.y.) Para a língua, os exercícios, associados ou não a outros objetivos, pretendem dar agilidade, mobilidade e força ao órgão.,5-7,9,11) Os exercícios sugeridos para o véu palatino têm como meta dar mobilidade, força e flexibilidade ao órgão.(5-7,9,) As bochechas e os músculos da face são trabalhados com o objetivo de aumentar a mobilidade, a força e a elasti- cidade.(',1°) Exercícios usando obstáculos na boca, como o pole- gar, uma rolha ou um lápis, são sugeridos por com o obje- tivo de se obter fluidez na dicção e o fortalecimento arti culatório .(2,',9) Os trava-línguas têm finalidade semelhan- te.(7)
  • 11. Técnicas de fala em profissionais da voz Técnicas de motricidade oral específicas para a boca podem contribuir na prevenção e na atenuação de rugas. Seguindo a teoria de que um dos fatores responsáveis pelas rugas ao redor da boca são as contrações exageradas dos músculos dessa região, foram aplicados exercícios que relaxavam e alongavam esses músculos. O trabalho foi tes- tado em aproximadamente 30 mulheres, em duas sessões semanais durante um mês, até que as técnicas fossem incorporadas ao cotidiano das pacientes. Elas aprenderam a movimentar a boca e a deglutir sem tensionar seus mús- culos, o que pode ser eficiente para atenuar as linhas defini- das pelas rugas. Considerando que muitos dos exercícios de motricida- de oral também são utilizados como técnicas fonoarticula- tórias, pode-se então concluir que os exercícios usados para aperfeiçoar a dicção também estariam trabalhando e REFERENCIAS 1 . 2. 3. 4. 5. 6 7 Perelló J . Canto - dicción (foniatría estética). Barcelona: Científico-Médica ; 1975 . Polito R. Como falar corretamente e sem inibições . 18a. ed . São Paulo: Saraiva; 1998 . Stanislavski C. A construção do personagem . Rio de Janeiro : Civilização Brasileira ; 1970 . Bloch P. Você quer fàlar melhor? 5a . ed . Rio de janeiro: Bloch ; 1973 . Corredera Sánchez T. Defectos en Ia diccíon infantil : procedimientos para sú correccíon . - Buenos Aires: Kapelusz ; 1973 . Nunes L. Manual de voz e dicção . 2a . ed . Rio de janeiro : Serviço Nacional do Teatro; 1976 . Segre R, Naidich S, Jackson CA. Principios de foniatría para alumnos y profesionales de canto y dicción. Buenos Aires: Médica Panamericana; 1981 . CONCLUSÃO 63 fortalecendo a musculatura, prevenindo e até minimizando as inevitáveis marcas deixadas na pele pelo tempo. Essa afirmação pode ser reforçada pela indicação de massagens e exercícios na face para fortalecer a musculatura dessa região.('4,'s) Foi possível estabelecer 153 exercícios para o treina- mento de profissionais da voz, a partir dos dados encontra- dos na literatura. De acordo com o estudo, também se pode concluir que o treino articulatório não só aumenta a projeção vocal, como também descentraliza o trabalho da laringe durante a fonação. ABSTRACT Introductiion : the number of professionals that uses the voice as work instrument as teachers, speakers, reporters and actors grows each day. Those professionals look for improvement in the oral expression according to tlieir needs. Purpose: to contribute with the speech-language pathology on professional voice area, enumerating the principal sound articulation exercises mentioned in the literature and their benefits to the voìce. Methods: studies on these techniques were obtained from theater books, singíng and eloquence. Authors that researched the theme wíth the therapeutic objective were also studied. Results: it was possible to know some authors' opinion about the effíciency of each exercise and make a kind of manual to help the speech-language pathologist in the work with the voìce professional and other patients . Those techniques can be effective in different pathologies, since properly addressed. Conclusions: it was possible fio establish 153 exercises for training voice professionals. The sound training increases the vocal projection, as well as it decentralizes the work of the larynx during phonation. Keywords : voìce; voice quality; voice training. 8. Piccolotto L. Trabalhando a voz: vários enfoques em fonoaudiologia . São Paulo: Summus ; 1988. 9. Mello, EB S. Educação da voz falada . 3a . ed . Rio de janeiro: Atheneu; 1988 . 10. Quinteiro EA. Estética da voz: uma voz para o ator. São Paulo: Summus ; 1989 . 11 . Greene MCL. Distúrbios da voz. 4a . ed . São Paulo: Manole; 1989 . 12 . Beuttenmüller G, Laport N. Expressão vocal e expressão corporal . 2a . ed. Rio de Janeiro : Enelivros; 1992 . 13 . Boone D, McFarlane SC . Voz e a terapia vocal . 5a. ed. Porto Alegre: Artes Médicas; 1994 . 14 . Fonseca AM, Bagnoli VR, Ramos LO. Anatomia do climatério : pele e cabelos. In : Pinotti JA, Halbe HW, Hegg R. Menopausa. São Paulo: Roca; 1995 . p. 63-72. 15 . Tessitore A. Abordagem mioterápica com estimula ção de pontos motores da face. In : Marchesan IQ, Bolaffi C, Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64
  • 12. 64 Santos FMR, Assencio-Ferreira VI Gomes ICD, Zorzi JL . Tópicos em Fonoaudiologia 1995 . São Paulo: Lovise; 1995 . p. 75-82 16 . Behlau M, Rehder MI . Higiene vocal para o canto coral. Rio de Janeiro: Revinter; 1997 . Recebido para publicação: 29/11/2000 Aceito em: 2_3/02/2001 Endereço para correspondência Nome: Fabíola Moura Reis dos Santos Endereço: Rua Manoel Clementino, 1201 - CEP: 56302-170 - Petrolina - PE Fone: (81) 861-3525 Nome : VicenteJosé Assencio-Ferreira Endereço: Rua Cayowáa, 664 - CEP: 05018-000 - São Paulo - SP Fone/fax: (11) 3675-1677 e-mail : cefac@cefac.br http:/www.cefac.br Rev CEFAC 2001 ;3 :53-64 Bibliografia Consultada Ferreira ABH. Minidicionário Aurélio da Língua Portuguesa . Rio de janeiro: Nova Fronteira ; 1993 . 577 p.