Estudo sobre a Av. Amaral Peixoto da cidade de Niterói com o objetivo de descobrir se a mesma constitui uma barreira urbana dividindo o centro da cidade.
Realizado para a disciplina de Métodos de Pesquisa 2014.1.
2. INTRODUÇÃO
TEMA: Fronteiras Urbanas
PROBLEMA: Fronteira urbana formada pela Av.
Amaral Peixoto e Praça da República, Niterói – RJ,
2014.
HÍPÓTESES:
• Não há grande interação entre as duas calçadas da
Avenida Amaral Peixoto;
• As pessoas atravessam menos a Avenida Amaral
Peixoto do que ruas com dimensões menores;
• O trajeto dos pedestres se dá no entorno da Praça
da República e não através dela;
Vista da Av. Ernani do Amaral Peixoto
3. METODOLOGIA
1º) Revisão da bibliografia
2º) Entrevista não estruturada com expert:
- Profº Dr. Sérgio Bahia
3º) Visita de campo:
- Preenchimento de formulários qualitativos;
- Observação das intensidades de fluxos.
4º) Pesquisa histórica
5º) Análise e compilação das informações obtidas
6º) Elaboração do trabalho final
Vista aérea da Praça da República
4. MARCO TEÓRICO
“Usos únicos de grandes proporções nas cidades tem em si uma
característica comum. Eles formam fronteiras, e zonas de
fronteira, nas cidades, geralmente criam bairros decadentes.
Uma fronteira – o perímetro de um uso territorial único de
grandes proporções ou expandido – forma o limite de uma
área ‘comum’ da cidade.” (p. 285)
“ O segundo tipo de espaço, que pode ser chamado de espaço
especial, não é normalmente utilizado como via pública pelos
pedestres. Pode ou não ter construções; pode ou não ser
propriedade pública; pode ou não ser acessível às pessoas. O
que importa é que as pessoas andam entorno dele, ou ao
longo dele, mas não através dele.” (p. 291)
(JACOBS, Jane. Morte e vida das grandes cidades, ed. Martins Fontes, São Paulo, 2007)
Jornalista Jane Jacobs
5. FICHAMENTO
"É possível, é claro apesar de algumas dessas barreiras (às
vezes elas possuem mesmo a intenção de servir como
conexões), mas eles normalmente carregam muito poucas
pessoas. Barreiras são projetadas principalmente com boas
intenções e também pode ter alguns bons efeitos na vida
humana. No entanto, há também alguns efeitos negativos,
especialmente quando agregadas em uma escala global. Estes
efeitos são em sua maioria não intencionais e inesperados.” (p.
28.4)
(“Spatial Properties of Urban Barriers: Analytical tool for a virtual community” – KLARQVIST,
Björn.)
6. ENTREVISTA
O professor sugeriu a leitura do livro “Morte e vida das
grandes cidades” de JACOBS e do capítulo sobre
tecido urbano de LYNCH.
E nos atentou que para investigar o caso da Av.
Amaral Peixoto, o interessante seria ver a interação
entre os dois lados. Uma vez que se trata de uma
área central, a vivacidade pode não ser uma
questão determinante, uma vez que pode existir dois
lados muito vivos, mas com características bastante
individuais.
Entrevista com o Professor Dr. Sérgio Bahia,
realizada em 19 de maio de 2014.
8. CENTRO DE NITERÓI
Avenida Amaral Peixoto (1942):
Sua função foi estabelecer o eixo monumental entre o centro cívico da
Praça da República com a Estação Hidroviária, que liga Niterói à capital
federal, a cidade do Rio de Janeiro, além de dar nova face a antiga capital
do estado.
A abertura da Avenida Ernani do Amaral Peixoto, em pleno Estado Novo foi
marco do processo de modernização da cidade. A via, rasgando o centro
comercial da cidade, promoveu o desmembramento de terrenos
modificando o traçado de várias quadras do Centro. Foram demolidos
cerca de 230 prédios para a implantação do novo loteamento,
resultando em uma avenida de 1.003 metros de extensão por 20
metros de largura.
Rua Coronel Gomes Machado, paralela à avenida. Teatro Municipal de Niterói (1847) Palácio dos Correios (1914)
9. CENTRO DE NITERÓI
Praça da República (1913):
O projeto de construção da praça do monumento e dos respectivos prédios
foi idealizado em 1913, com o objetivo de ali se fazer o grande centro
cívico de Niterói, então capital fluminense, contudo foi concluído apenas
em 1935, com a inauguração do último grande prédio, a Biblioteca Pública
Estadual.
Câmara Municipal de Niterói Palácio da Justiça Biblioteca Municipal
10. ESTUDOS DE FLUXOS
MAIOR INTENSIDADE INTENSIDADE
INTERMEDIÁRIA
MENOR INTENSIDADE
PRAÇA DA
REPÚBLICA
11. FORMULÁRIOS
• Você gosta de transitar pela Av. Amaral Peixoto?
Total de 51 formulários, realizados no horário
comercial nos dias 23 e 26 de maio de 2014.
49%
41%
10%
1-SIM 2-NÃO 3-NS/NR
12. FORMULÁRIOS
• Qual o principal motivo de GOSTAR?
• Qual o principal motivo de NÃO GOSTAR?
Total de 51 formulários, realizados no horário
comercial nos dias 23 e 26 de maio de 2014.
38%
5%
38%
0%
19%
1-CALÇADAS RUINS
2-PRESENÇA DE AMBULATES
3-MUITO CHEIA
4-BARULHO
5-OUTRO
40%
24%
16%
4%
16%
1-LG. CALÇADA
2-COBERTURA
3-ATRATIVOS
4-PAISAGEM
5-OUTRO
13. FORMULÁRIOS
• Com que frequência visita o centro de Niterói?
53%
25%
12%
2%
4%2%2% 1-DIARIAMENTE
2-2 A 6 VEZES NA SEMANA
3-SEMANALMENTE
4-QUINZENALMENTE
5-MENSALMENTE
6-QUASE NUNCA
7-PRIMEIRA VEZ
1-SEMPRE
2-QUASE
SEMPRE
3-ALGUMAS
VEZES
4-POUCAS
VEZES
5-
RARAMENTE
6-NUNCA
Series1 43 4 1 1 1 0
0
10
20
30
40
50
• Com que frequência passa pela Av. Amaral Peixoto? • Com que frequência passa pela Praça da República?
1-SEMPRE
2-QUASE
SEMPRE
3-ALGUMAS
VEZES
4-POUCAS
VEZES
5-
RARAMENTE
6-NUNCA
Series1 4 4 3 10 16 13
0
10
20
30
40
50
14. FORMULÁRIOS
• Qual o motivo da ida à Praça da República?
• Quando passa pela Praça da República, por onde
prefere passar?
8%
62%
30%
1-PASSAR NO MEIO DELA
2-PASSAR PELA BORDA
3-TANTO FAZ
68%
8%
12%
0%
12%
0%
1-APENAS PASSAGEM
2-ENCONTRAR ALGUÉM
3-CONTEMPLAÇÃO/LAZER
4-DESCANSO
5-OUTRO
6-NS/NR
15. CONCLUSÃO
Apesar da grandes proporções e da ruptura que a
Avenida Amaral Peixoto representa para o tecido
urbano do centro de Niterói, ela não constitui uma
fronteira. A relação entre os dois lados existe.
Entretanto, o trecho da Praça da República apresenta
uma relação diferente. Embora o seu entorno seja
movimentado, os pedestres em sua maioria optam por
não utilizá-la.