O documento discute a natureza da individualidade e unicidade das mônadas em relação ao Absoluto. Explica que as mônadas estão presentes no Absoluto num estado integrado e não diferenciado, e emergem na manifestação como centros de consciência individuais e separados. A individualidade das mônadas é gradualmente atenuada à medida que se aproximam do centro do Absoluto, onde todas as mônadas se unificam.
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 129 - Ao partir do pão
O Homem, Deus e o Universo - Cap X
1. O Homem, Deus e o Universo
10 – INDIVIDUALIDADE, UNICIDADE
INDIVIDUAL E O RAIO DA MÔNADA (II)
2. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Chegamos agora à questão da unicidade
individual, sua natureza, sua origem no Absoluto
e a presença da unicidade individual de todas as
Mônadas no Absoluto, num estado perfeitamente
harmonizado e integrado.
Como vimos, a individualidade da Mônada vai se
tornando progressivamente atenuada à medida
que a consciência se recolhe a seu centro,
voltando a ser ideal no Absoluto, onde as
Mônadas podem ser consideradas presentes no
Absoluto numa condição ideal não- diferenciada.
3. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Consideremos agora alguns aspectos
interessantes deste fenômeno cósmico que tem
lugar no Não-Manifesto, a fim de
compreendermos mais claramente nossa
natureza e destino como Mônadas.
Comecemos considerando a relação do “Um”
com os “Muitos”, que pode ser representada
simbolicamente pela figura abaixo.
4. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Fig. 12 - O Um e os Muitos
5. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Vemos nessa relação a coexistência da Unicidade
e da Multiplicidade em vários estágios:
a) No primeiro estágio vemos um centro de
consciência representado por um ponto num raio
encontra-se no reino da multiplicidade, mas à
medida que se aproxima do centro junta-se mais
e mais as outras unidades de consciência,
unificando-se finalmente com todas elas e com o
próprio centro. No centro a Multiplicidade dá
lugar à Unidade.
6. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
b) O segundo estágio de coexistência é visto na
existência simultânea da Unidade e da
Multiplicidade no centro. A Unidade não é
apenas a culminação ou fim da, mas está em tudo
presente, incluindo a Multiplicidade. A Unidade
inclui a Multiplicidade e não é alternativa para
esta.
7. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
c) Há uma terceira espécie de Unidade que
ultrapassa mesmo o segundo estágio; é a
Unidade suprema na qual todas as Mônadas, com
todas as suas diversas unicidades individuais, se
fundem num estado integrado não se
constituindo mais em entidades separadas. Essa
classe de Unidade suprema esclarece um tanto a
natureza da Realidade Suprema e algumas das
questões fundamentais a Ela ligadas.
8. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
A fim de compreender a integração da unicidade
individual de um número infinito de Mônadas
num estado não-diferenciado do Absoluto,
estudemos a figura anterior.
Nela vemos um número limitado de raios saindo
do centro e distanciando-se uns dos outros. O
número de raios simboliza as Mônadas e é
limitado porque somente um número limitado de
Mônadas, por maior que seja esse número, pode
aparecer num universo manifesto.
9. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Mesmo o Universo, em seu aspecto cósmico não
manifesta todas as Mônadas ao mesmo tempo.
Como um fenômeno periódico na eterna
alternância de Shristi e Pralaya e cada universo,
por imenso que pareça, deve ser uma expressão
limitada do Absoluto.
Sempre que um universo é criado, um grupo de
Mônadas emerge no reino do Não-Manifesto
para começar sua longa jornada no reino da
manifestação.
10. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Suponhamos agora que o número de raios da
figura aumente progressivamente. Sendo cada
raio, em teoria, uma linha ideal, infinitos raios
podem ser acomodados no circulo. Mas como na
verdade os raios tem uma espessura, não
podemos acomodar um número infinito deles e
com o aumento crescente do número de raios a
figura se aproxima de uma forma-limite – uma
superfície contínua de um círculo sem intervalo
entre os raios adjacentes de modo que nenhum
dos raios está presente como uma entidade
separada.
11. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Partimos assim da Multiplicidade para a
Unicidade, do estado diferenciado para o
integrado.
É possível, logicamente, reverter o processo e
verificar que uma superfície circular contínua
pode ser fragmentada ou diferenciada num
número infinito de raios.
12. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Essa analogia mostra como o número infinito de
Mônadas que continuam a emergir do Não-
Manifesto à medida que os universos se sucedem
nada mais são a não ser expressões diferenciadas
do Absoluto. Por derivarem as Mônadas de um
estado superintegrado, seu número pode ser
infinito e inesgotável. Elas podem ser
consideradas presentes no Não-Manifesto,
simultânea e eternamente, e emergindo na
manifestação no devido tempo.
13. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
É possível considerar as Mônadas Unificadas no
Absoluto, vindo a ser muitas na Manifestação.
Elas perdem sua unicidade individual somente no
conjunto não-diferenciado do Absoluto e a
retomam quando descem à manifestação. A
unicidade individual realmente não desaparece
no Absoluto, mas a unicidade individual de um
número de Mônadas forma um conjunto tão
harmonioso e perfeito que ninguém pode vê-las
separadas umas das outras.
14. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Ai estão todas exatamente como as vibrações
correspondentes ao espectro das luzes coloridas
se encontram todas na luz branca numa condição
integrada e misteriosa em que elas estão
presentes e, entretanto, não estão presentes.
Eis o misterioso paradoxo do Ser e do Não-Ser.
Em qualquer aspecto da existência que tomemos,
os opostos podem ser considerados presentes no
Absoluto. Assim, sob o ponto de vista intelectual,
tudo o que se postular sobre o Absoluto tem seu
oposto no Absoluto. Essa é uma concepção
filosófica profunda e inacreditavelmente
verdadeira e que esclarece muitas doutrinas
abstrusas do ocultismo.
15. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
A diferença entre o estado integrado e o
diferenciado é bem ilustrada pela figura do
círculo e seus infinitos raios. O circulo possui duas
dimensões, enquanto no estado diferenciado a
figura é de uma dimensão. A diferença em
dimensões torna tudo diferente e ilustra a
diferença entre os dois estados. É esta diferença
que faz do estado integrado o recipiente
potencial de todos os estados diferenciados
possíveis, que são em quantidade inesgotável.
16. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Vê-se que a concepção do estado integrado dada
acima esclarece a questão da natureza e origem
das Mônadas e da natureza das manifestações.
O fenômeno da manifestação é uma
representação de Deus. Usando seu Cit-Shakti na
Ideação Cósmica, Ele se manifesta através do
universo que criou, no “Um” e nos “Muitos” e,
quando a representação está acabada, recolhe o
universo mais uma vez em Si próprio, em Seu
estado não-diferenciado, durante o Pralaya.
17. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
As Mônadas, em sua totalidade, podem ser
consideradas meramente como Seu aspecto
diferenciado, centros de consciência que ajudam
a organizar a representação e testemunhá-la.
Nada existe no universo, objetiva ou
subjetivamente, exceto a Realidade Suprema do
Absoluto. Mesmo as Mônadas são apenas o
aspecto diferenciado de Sua natureza infinita,
inesgotável, subjetiva, aparecendo como centros
de consciência, diferentes e separados, com sua
própria identidade e unicidade individual e sendo
Ele um e imperceptível em seu estado supremo
não-manifesto.
18. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Essa relação do Absoluto com as Mônadas é
repetidamente refletida nos fenômenos dos
planos inferiores (p. ex. na diferenciação da luz
branca em numerosas vibrações de luzes
coloridas). No Absoluto todas as Mônadas estão
presentes na condição não-diferenciada ou
integrada e Mônada alguma existe como
entidade separada. O aspecto imediatamente
inferior do Não-Manifesto é o Shiva-Shakti Tattva.
Somente quando o Absoluto desce, por assim
dizer, ao estado polar dual é que se oferece a
possibilidade para as Mônadas integradas se
separarem e emergirem no estado diferenciado.
19. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
E não pode haver raio separado da consciência a
menos que exista um revestimento isolante entre
este e os demais raios. Deve, assim, haver
matéria, pelo menos potencial, para separar
entre si os raios potenciais da consciência. É isso
que o Shiva-Shakti Tattva provê. O estado
potencial deste Tattva dual é adequado à
existência potencial das Mônadas separadas. As
Mônadas começam a se manifestar e a funcionar
num nível bem inferior, nas regiões da
manifestação, mas podem existir como entidades
separadas, ainda que potencialmente, no Shiva-
Shakti Tattva.
20. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Quanto à vontade, Deus não impõe Sua Vontade
a Seus filhos. Seus filhos são parte Dele e
participam de Seu Poder. Mas podem participar
desse Poder somente tanto quanto sua evolução
permita e à medida que desenvolvam suas
faculdades espirituais para trabalhar em
cooperação com outras para o bem de todos.
Quão grande é o poder da Mônada individual
quando atinge a maioridade, vê-se no caso de um
Logos Solar. Entretanto, para o indivíduo não
desenvolvido há pouquíssima liberdade de fazer o
que prefere, exceto a liberdade de errar e
aprender as lições necessárias através do
sofrimento.
21. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
A aparente injustiça dos diferentes papéis
representados pelas diversas Mônadas baseia-se
na ilusão de que os “Muitos” são separados do
“Um”, enquanto, na verdade, são aspectos
diferenciados do Conjunto e, assim, seus papéis
na manifestação são necessariamente
complementares. Do ponto de vista do Conjunto,
não importa quem faz o que. Importa como é
feito. A ideia de justiça só nasce quando um
determinado indivíduo isola-se do conjunto e
considera-se como uma unidade separada de
consciência, com seus próprios interesses
limitados separados dos interesses dos outros.
22. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
A ideia de injustiça desaparece quando o
indivíduo se ergue a um nível mais elevado e vê
todas as vidas como expressão do “Um”.
Aquele que experiencia a unidade da vida
vê seu próprio eu em todos os seres