1) O documento discute a natureza tríplice do Logos manifesto em um sistema solar, correspondendo aos aspectos de criação, preservação e regeneração.
2) Explica que essa tríplice natureza deriva da diferenciação entre o Eu, o Não-Eu e a relação entre eles.
3) Aponta exemplos de outras triplicidades na natureza, como a eletricidade, o prana e a kundalini no corpo humano, que refletem os três aspectos do Logos.
1. O Homem, Deus e o Universo
6 – O LOGOS MANIFESTO
(Îshvara)
2. O Homem, Deus e o Universo
IntroduçãoApós cada Mahâpralaya, o Logos
Cósmico Manifesto emerge do Não-
Manifesto e prepara o terreno para a
manifestação de um novo universo com
a criação dos planos cósmicos no qual
são criados inúmeros sistemas solares.
Os planos solares de cada sistema solar
são feitos independentemente e com
material dos planos cósmicos.
3. O Homem, Deus e o Universo
IntroduçãoHá Pralayas menores que atingem
somente globos e cadeias. E há os dois
mais importantes, o Pralaya solar
quando este como um todo chega ao
fim e o Mahâpralaya quando todo o
universo é dissolvido e passa ao Não-
Manifesto. O período de um
Mahâpralaya ou a “Grande Noite” é de
311.040.000.000.000 anos.
4. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Os Logoi Solares são como os raios do Logos
Cósmico, assim como as Mônadas
associadas a um sistema solar representam
os raios de seu Logos Solar.
Cada Logos Solar traz consigo do Não-
Manifesto todas as Mônadas que com Ele
se associarão durante o Mahâkalpa.
Não entraremos na questão da
Cosmogênese. Nos preocuparemos sim com
a natureza e funções dos Logoi manifestos e
das Mônadas.
5. O Homem, Deus e o Universo
IntroduçãoO Logos Cósmico, o Logos Solar e as
Mônadas têm todos a mesma origem,
situação e natureza essencial, diferindo
somente no grau de desenvolvimento e
funções que desempenham no universo
manifesto, diferenças extremamente
grandes.
6. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
As Mônadas são como raios dos
repectivos Logoi Solares e estes raios
do Logos Cósmico, constituindo todos
diferentes aspectos do mistério eterno
do “Um e dos “Muitos”. O diagrama a
seguir mostra como eles são todos
“Um” e “Muitos” ao mesmo tempo e
como seus veículos de consciência
estão relacionados em seu aspecto
forma.
7. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
O Logos Cósmico, os Logoi Solares e as Mônadas
8. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
O diagrama anterior ilustra os seguintes fatos:
1 - As Mônadas estão ligadas diretamente aos
seus respectivos Logoi Solares, mas apenas
indiretamente á consciência do Logos Cósmico.
Assim, só podem contatar a consciência maior do
universo por meio do Logos Solar.
2 - Cada Mônada que desce à manifestação tem
um mundo próprio, dentro do mundo do Logos
Solar, mundo constituído por seus veículos no
aspecto forma e com seus diferentes níveis de
mente, com raízes na consciência do Logos Solar,
no aspecto vida.
9. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
3 - A figura mostra linhas se irradiando das
Mônadas porque estas são também Logos em
potencial e quando atingirem tal estado, delas se
irradiarão novas Mônadas.
4 - O mistério da relação entre a Mônada e o
Logos Solar é um dos maiores da vida, pois
engloba a existência simultânea da unidade e
separação entre ambos. O desvendamento deste
mistério, ao ser atingida a Auto-Realização, revela
não somente a natureza do relacionamento com
o Logos Solar mas dá também à Mônada o
vislumbre da relação entre o Logos Solar e o
Logos Cósmico.
10. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Vamos agora prosseguir na consideração da
natureza e funções do Tríplice Logos (Logos
Solar), ainda que estas devam, de maneira
remota e misteriosa, refletir também a natureza e
as funções do Logos Cósmico.
O ponto mais importante sobre o Logos Solar é
sua natureza tríplice. Como esta tríplice natureza
apareceu? A consideração dessa derivação dos
Três no Um esclarecerá bastante a natureza
desses três aspectos e sua relação mútua bem
como o vasto número de triplicidades
encontradas por todo o reino da manifestação.
11. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
A derivação da triplicidade de uma unidade tem
raízes e pode ser entendida na relação do Eu e
do Não-Eu, mencionada ao tratar-se da questão
da Ideação Cósmica no reino do Não-Manifesto.
O Eu é total, completo, auto-suficiente e é
chamado Sat em sânscrito. No Sat pode ter lugar
uma diferenciação devido ao seu poder inerente
de projetar para fora de Si alguma coisa que está
oculta Nele, produzindo uma espécie de oposição
ou polaridade entre o Eu e o projetado, que
podemos chamar de Não-Eu.
12. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Esse aspecto do Eu, agora presente como Não-Eu,
é chamado de Cit e o aspecto que representa ou
pertence a seu relacionamento é Ânanda na
filosofia Vedanta, embora Ânanda, em seu
significado usual de bem-aventurança seja um
sub-produto ou derivação dessa relação e não
represente por completo o aspecto da relação Eu
e Não-Eu.
13. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Visto estar esta palavra profundamente firmada
em nosso pensamento filosófico, temos de tomá-
la em seus dois sentidos e continuar a usá-la para
a relação entre o Eu e Não-Eu, ou termo médio
ligando Sat e Cit.
A diferenciação do Eu e do Não-Eu de Sat é
análoga a da mente que observa um quadro,
sendo o quadro o Não-Eu, a mente o Eu e a
percepção do quadro a relação que os liga. Tal
diferenciação traz à cena a triplicidade de Sat, Cit
e Ânanda, que está na base do tríplice aspecto do
Logos.
14. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
O ponto importante a ser notado é que Sat
contém os outros dois aspectos – Cit e Ânanda,
como o percebedor inclui o percebido e a
percepção. Sat é auto-suficiente e independente,
e assim permanece mesmo quando o Não-Eu
tenha se separado dele. O Não-Eu, ou o produto
do aspecto Cit. Por outro lado, não é auto-
suficiente. Dependente de Sat, o Não-Eu nele se
apoia e pode ser outra vez absorvido por Sat. O
Não-Eu não pode existir independentemente do
Eu o qual deve colocar sua atenção no Não-Eu
para que o mesmo possa existir.
15. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Quanto ao terceiro termo – Ânanda - que se
refere à relação entre Sat e Cit ou Eu e Não-
Eu, deve depender de Sat e desaparecer
quando o Não-Eu for absorvido no Eu.
O problema do Eu permanecer total e
perfeito quando o Não-Eu tenha se
separado dele é semelhante ao do
aparecimento do universo Manifesto saído
do Não-Manifesto, deixando-o total e
perfeito.
16. O Homem, Deus e o Universo
IntroduçãoA relação dos aspectos Sat-Cit-Ânanda da
Divindade possibilita-nos entender a relação
mútua e essencial dos três aspectos do
Logos. O Logos de um sistema solar concebe
um mundo na Mente Divina que se torna
base do aspecto forma do sistema solar.
Esse aspecto forma do universo,
correspondendo ao Não-Eu, é chamado
Brahman ou o Terceiro Logos.
17. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Mas um mundo concebido dessa maneira
não pode permanecer independente sem
que o Logos o anime, assim como um
quadro na mente do artista não pode
persistir sem que ele o anime com sua
atenção. O mundo criado é animado pelo
Logos chamado Vishnu ou a Vida Imanente
ou o Segundo Logos. Este corresponde ao
aspecto Ânanda que é o princípio de ligação
entre Sat e Cit, o Eu e o Não-Eu.
18. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Mas o processo de ideação, sendo um
processo de consciência e não de matéria,
não afeta o Logos em si que permanece
sempre o mesmo, embora apoiando e
impregnando o sistema solar que preside. O
aspecto do Logos que permanece não
afetado e independente do mundo que
criou é chamado de Mahesha ou o Primeiro
Logos.
19. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Todas as triplicidades da natureza têm sua origem na tríplice
natureza do Logos.
As funções de criação, preservação e destruição do Logos estão
agindo o tempo todo em tudo. Nosso corpo físico, por exemplo, só
se conserva vivo e saudável quando essas três funções agem
harmonicamente.
20. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
A palavra “destruição” não dá uma ideia correta
da função de Mahesha. Trata-se de fato de uma
função de grande alcance que melhor pode ser
descrita por regeneração, no sentido de prover
melhor oportunidade ou ambiente para a
evolução. É assim função complementar da
criação e da preservação, e igualmente
importante. Talvez seja por isso que a função
destrutiva do Logos é separada da função
regeneradora, mais extensa e benéfica, de
Mahesha, simbolizada por Rudra.
21. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Tomemos outra triplicidade importante, a da
eletricidade (Fohat), Prâna e Kundalini. São três
tipos distintos de forças atuando no corpo
humano, forças que o ocultista tem como reais e
que podem ser vistas e manipuladas
objetivamente. Tais forças não são
interconversíveis. São três forças emanadas do
Sol das quais o corpo se apropria para suas várias
atividades. Prâna pode existir em cinco
variedades e Kundalini é conhecida em várias
formas. Fohat, comumente expressa como
eletricidade pode ser transformada em outros
tipos de energia (mecânica, calor etc.).
22. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Essas três forças derivam dos três aspectos do
Logos, sendo instrumentos de suas respectivas
funções no corpo humano.
Fohat ou eletricidade tem relação com Brahman,
Prâna com Vishnu e Kundalini com Mahesha.
Todas as mudanças do corpo físico dependem de
Fohat ou eletricidade e outras forças afins. Os
cinco tipos de Prâna constituem a base da
vitalidade do corpo, fazendo dele um organismo
vivo integral.
23. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Prâna também possui a função de percepção. Os
órgãos do sentido só atuam como instrumentos
de percepção quando vivificados por Prâna.
De Kundalini depende o funcionamento e
desenvolvimento da consciência no corpo
humano.
Somente quando o sādhaka está preparado e
possui as qualificações necessárias é que recebe
o conhecimento concernente à manipulação de
Kundalini.
24. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Dos três aspectos do Logos, Mahesha encontra
expressão em Âdi, Vishnu em Anupâdaka e
Brahman no Átmico. Assim, embora os três
aspectos sejam um só eles absolutamente não
são idênticos.
Qual a diferença entre o Logos Cósmico Não-
Manifesto, Maheshvara-Maheshvarî-Tattva e
Mahesha, a Deidade que preside um sistema
manifesto?
O primeiro é o Princípio Universal Não-Manifesto,
a fonte oculta dos Planos e Ideação Cósmicos
para todos os sistemas manifestos de todas as
categorias.
25. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
O segundo é uma Deidade manifesta,
porém oculta no plano Âdi, que preside um
sistema manifesto e, derivando Seu plano e
poder do Princípio universal, traz à
existência um sistema manifesto que, dos
bastidores, Ele governa. Vishnu, o
Segundo Logos, funciona
ativamente e, na verdade, é ele
que exerce todos os poderes.
26. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
A ideação Cósmica do Logos Cósmico Não-
Manifesto e a Ideação Cósmica do Logos
Manifesto podem ser comparadas à
imagem produzida numa chapa fotográfica,
respectivamente antes e depois da
revelação do filme. No primeiro caso a
imagem está presente na chapa, mas não se
pode discerni-la. Após a revelação, pode-se
ver a imagem negativa.