O documento discute o conceito filosófico de Absoluto e sua relação com Deus e o universo. Apresenta várias analogias como a luz branca e o espectro visível para tentar ilustrar como o Absoluto, embora transcendendo o intelecto, é a base do manifesto. Também discute a questão da criação do universo e a eterna alternância entre manifestação e dissolução como características da natureza do Ser.
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 129 - Ao partir do pão
O Absoluto e a natureza do universo
1. O Homem, Deus e o Universo
1 - O CONCEITO DE ABSOLUTO I
Vazio ou Repleto?
2. O Homem, Deus e o Universo
IntroduçãoO conceito do Absoluto está destinado a
permanecer sem solução na filosofia,
pois transcende o intelecto.
Mas é, ao mesmo tempo, o conceito mais
profundo em todo o reino da filosofia.
O Absoluto é o coração e a base do
universo manifesto.
3. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
No estudo do Absoluto é importante não
confundirmos nossas cogitações mentais com
o conhecimento dessa Realidade e também
usar em conjunto o pensamento sério e a
devoção profunda, para não incorrermos na
mera especulação mental.
Ao tratar do conceito de Absoluto vamos ver,
uma a uma, certas ideias que esclarecem seus
vários aspectos (como as peças de um quebra
cabeça). Tomadas uma a uma, nada significam,
mas postas juntas, mesmo que de maneira
incompleta, permitem ver o quadro como um
todo (mesmo que faltem algumas peças!).
4. O Homem, Deus e o Universo
IntroduçãoTemos que lembrar que ao intelecto só é dado
tratar de aspectos isolados de qualquer
conceito. Assim, o intelecto não dá a
percepção das Verdades Superiores, mas
prepara o terreno para a aquisição dessa
percepção, já que a força do intelecto para
ultrapassar as ideias levam a consciência além
da influência obscurecedora desse mesmo
intelecto.
A tarefa de tentar compreender o Absoluto
apenas com o intelecto é como a tarefa de
colocar todo o oceano dentro de uma gota.
5. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Vamos nos utilizar de algumas analogias para
tentarmos entender o mistério dos mistérios. Para
isso tomemos exemplos da Ciência, a maior aliada do
Ocultismo.
A primeira analogia é a da dispersão da luz branca
quando essa passa por um prisma.
Luz branca
Espectro
Visível
6. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Nesse caso, alguns pontos merecem atenção:
1 – Vê-se a possibilidade de se integrar uma série
gradativa de objetos num estado perfeitamente
equilibrado em que nenhum dos objetos esteja
presente individualmente, mas cujos componentes
possam ser obtidos por diferenciação;
2 – Para uma entidade que somente vivesse do lado
das cores esta jamais entenderia o que é a luz
branca, a menos que a visse. Do mesmo modo, uma
entidade que vivesse no lado da luz branca jamais
saberia o que seriam as cores caso não passasse para
o lado das cores (só se conhece o reino da
consciência abandonando o reino da mente);
7. O Homem, Deus e o Universo
Introdução3 – A luz branca não é afetada pelo que
acontece do lado das cores, já que o processo
é contínuo;
4 – Para um mundo que conheça apenas as
cores, a ausência delas pode ser encarada
como trevas. Mas a luz branca não é trevas e é
destituída de qualquer dos atributos das luzes
coloridas. (Assim é fácil ver como o Absoluto é
destituído de qualquer atributo - Nirguna
Brahman ou Brahman sem atributos);
8. O Homem, Deus e o Universo
Introdução5 – A Mônada tem que descer aos mundos
inferiores para conhecer as cores obtidas por
diferenciação da luz branca que compõe o
mundo onde ela sempre viveu (razão da
evolução nos planos inferiores);
6 – Vemos como é impossível conhecer um
princípio ou realidade do qual foi obtido por
diferenciação uma série de derivados, até que
se possa transcender a região desses
derivados e emergir no princípio gerador;
9. O Homem, Deus e o Universo
Introdução7 – Como não vemos toda a luz do
espectro eletromagnético e nem ouvimos
todos os sons de todas as frequências, do
mesmo modo temos que estar cientes de
que nossa compreensão da Realidade é
limitada a uma faixa ou intervalo.
Após uma análise qualitativa da questão,
façamos uma análise quantitativa.
10. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
O zero tem a extraordinária propriedade de tudo
conter desde que contrabalanceadas por seus
opostos. Essa propriedade lança um pouco de luz
sobre como pode tudo vir à existência a partir do
vazio.
11. O Homem, Deus e o Universo
IntroduçãoAssim, podemos fazer o seguinte resumo:
12. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
A Questão de Saguna e Nirguna-Brahman
Deus possui um aspecto totalmente impessoal e
outro totalmente pessoal ao mesmo tempo.
Nirguna-Brahman: Deus impessoal
Saguna-Brahman: Deus pessoal
Se, de um lado Deus abrange o universo inteiro com
seu amor, de outro, ele deve ter cada alma individual
como o mais amado e cuidado filho, como se cada
ser fosse o centro do universo (de fato para cada
consciência individual ela é o centro do universo).
13. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
A Questão do Por quê do Universo
O Manifesto e o Não-Manifesto são dois estados
opostos do Ser. Um não pode existir sem o outro,
num conjunto equilibrado. Assim, se há shristi deve
haver pralaya e vice-versa. Essa alternância eterna é
da própria natureza da Realidade e não um exercício
de vontade de qualquer ser.
Esse equilíbrio eterno do Absoluto se manifesta na
vida prática como a Lei da Compensação onde todas
as vantagens na vida de um indivíduo são
equilibradas por uma desvantagem. Todo prazer é
compensado por uma dor real ou potencial. Assim,
se desejamos as coisas da vida superior, temos que
desistir das coisas da vida inferior.
14. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Na química essa lei se manifesta como a
conhecida lei de Chatelier:
“se um sistema em equilíbrio químico é
submetido a qualquer mudança, ele reage de
maneira a anular o efeito da mudança”
Vemos assim que podem existir,
simultaneamente, um estado de perfeito
equilíbrio e outro de mudança dinâmica,
desde que a mudança introduzida seja
compensada por outra mudança de natureza
equivalente.