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1
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS – UEA
ESCOLA NORMAL SUPERIOR – ENS
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
OFÍDIOS DO PARQUE ESTADUAL SUMAÚMA, MANAUS –AMAZONAS.
MANAUS
2015
2
ANDRÉ GIRÃO DOS SANTOS
OFÍDIOS DO PARQUE ESTADUAL SUMAÚMA, MANAUS – AMAZONAS.
MANAUS
2015
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como requisito parcial à
obtenção do grau de licenciado em
Ciências Biológicas pela
Universidade do Estado do
Amazonas.
3
OFÍDIOS DO PARQUE ESTADUAL SUMAÚMA, MANAUS – AMAZONAS.
ANDRÉ GIRÃO DOS SANTOS
ORIENTADORA DRA. CRISTINA MOTTA BÜHRNHEIM
DATA DA APROVAÇÃO
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Examinador (a) / Titulação
________________________________________
Examinador (a) / Titulação
________________________________________
Examinador (a) / Titulação
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha
esposa, Nicole Farias de Oliveira
Reynaldo - que me apoia na
profissão que eu escolhi para
mim – e ao meu filho, Duncan
Girão Farias, que é o meu
legado.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus amigos e colegas de turma (e futuros colegas de
trabalho) Felipe RamonMerloRosell, TalyNayandra, José Anquizes Diz de
Souza e Lucian Veras Canto, que me ajudaram a concretizar este trabalho,
indo a campo comigo, ajudando na captura dos ofídios, fazendo as fotografias
e sempre compartilhando conhecimento. Agradeço também a minha
Professora/Orientadora Cristina Motta Bührnheim, que me ajudou com os
materiais e informações necessárias para que este trabalho pudesse ser
concluído.
Agradeço a minha mãe Nilza Girão dos Santos, por ter me criado e
cuidado sempre se preocupando com o meu futuro, e ao meu pai Altair
Fernandes dos Santos, por ter aberto os meus olhos para o mundo vivo que
nos rodeia e me influenciando a seguir o caminho da biologia, assim como ele.
A gestora Amanda Gomes do PAREST por ter permitido acesso ao
parque.
“As árvores parecem dançar ao compasso da música do
vento;Parecem dois amantes, felizes e apaixonados; Bailando
durante toda vida; Se amando durante toda vida.”
André Girão
6
RESUMO
Existia apenas um estudo sobre ofídios no Parque Estadual Sumaúma,
mostrando-se necessário uma pesquisa um pouco mais aprofundada das
espécies de ofídios existentes no parque, este sendo o principal objetivo deste
estudo. Registrosde ofídios, com ou sem capturas e solturasforam feitos
percorrendo as trilhas do parque,de dia e de noite. No total foram feitas
noveregistros de cinco espécies de ofídios, um número superior de espécies
encontradas em relação ao número de espécies encontradas no estudo
anterior. Fatores como, poluição e falta de estrutura dificultam o trabalho de
pesquisa científica no parque, o que precisa ser melhorado com urgência, para
que mais trabalhos de pesquisa possam ser feitos no local. As espécies
encontradas são conhecidas em áreas com perturbação antrópica, fragmentos
florestas e áreas rurais.
Palavras-Chave: Serpentes; PAREST, fragmentos florestais, parque urbano,
fauna Neotropical.
ABSTRACT
Was only one superficial study about snakes in PAREST Sumaúma,
showing necessary a research a little more profound about the species of
snakes that existing in the park, that being the main reason for that work. With
visits and catches being made covering the trails of the park, also nocturnal
focus being made. In total was made nine registers in five species of snakes, a
number superior of species found, in relationship with the previous study.
Factors who, pollution and lack of structure difficult the scientific study in the
park, what needs to be improved whit urgency, for what more research work
can be done in the local.
Keys-Word: Snakes, PAREST, forest fragments, urban park, Neotropical fauna.
7
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ................................................................................. 8
LISTA DE TABELAS .......................................................................................... 9
1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 10
2. MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................... 12
2.1. Área de Estudo.................................................................................... 12
2.2. Métodos .............................................................................................. 13
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................. 15
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ................................. 21
5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................... 23
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura1 – Área atual total do PAREST Sumaúma. Fonte: Google Earth.......... 14
Figura2 – Trilhas do PAREST Sumaúma ......................................................... 15
Figura3 – Ofídios que foram encontrados mortos/morreram após captura ...... 18
Figura4 – Mudas encontradas no PAREST Sumaúma .................................... 18
Figura5 – Ofídios capturados/observados do PAREST Sumaúma .................. 21
Figura6 – Pontos onde foram encontrados os espécimes................................ 21
Figura7 – Poluição de resíduos sólidos em um dos igarapés do PAREST
Sumaúma......................................................................................................... 23
Figura8 – Efluente oriundo do Shopping Sumaúma......................................... 24
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Dados dos aspectos físicos dos ofídios capturados....................... 19
Tabela 2 – Ofídios do Parque Estadual Sumaúma .......................................... 17
Tabela 3 – Dados dos ofídios que foram capturados/observados.................... 22
10
1. INTRODUÇÃO
Segundo COSTA e BÉRNILS (2014) ocorrem 426 espécies de ofídios no
Brasil, sendo 75 peçonhentas. Em comparação, na Venezuela ocorrem 182
espécies de ofídios e desses, 28 são peçonhentos (NAVARRETE et al.,
2009),sendo aVenezuela um país vizinho no qual possui em seu território parte
da floresta Amazônica. São tidos como peçonhentos os animais que produzem
algum tipo de veneno, ou toxina, e que possui algum aparato – no caso, dentes
semelhantes a agulhas hipodérmicas - para que esta substância seja injetada
em outro organismo. Como por exemplo as cobras, aranhas, escorpiões, entre
outros.
No Brasil, existem duas famílias de ofídios peçonhentos
epidemiologicamente importantes para a saúde pública, por serem
“responsáveis” por inúmeros acidentes ofídicos anualmente, são elas: a família
Elapidae, que abrange os gêneros Micrurus e Leptomicrurus(corais-
verdadeiras), com 18 espécies ocorrendo na Amazônia; e a família Viperidae,
com os gêneros Bothrops, Bothriopsis, Bothrocophias, Crotalus e Lachesis
(jararacas, surucucus e cascavéis), tendo 9 espécies ocorrendo na Amazônia
(BERNARDE, 2009).
Nos anos de 2003 a 2013 ocorreram cerca de 307.770 acidentes ofídicos
notificados no Brasil, sendo 90% deles atribuídos às serpentes do gênero
Bothropssp.(MOURA et al., 2015), um número que não chega a ser a
realidade, pois grande parte dos acidentes ofídicos deixam de notificados nas
regiões mais afastadas dos centros médicos, sendo este o caso da região
Norte, principalmente no estado do Amazonas (SANTOS et al., 1995).
Existem também outras famílias de ofídios no Brasil, que não geram
riscos a vida humana – por não serem peçonhentos, ou por terem uma
peçonha que não ocasione risco de morte – sendo elas: Boidae contendo os
gêneros Boa; Corallus; Epicrates e Eunectes (ofídios que matam por
constrição, como Jiboia, Salamantase Sucuri), com cinco espécies ocorrendo
na Amazônia; Colubridae, que é dividida em setesub-famílias, mas somente
com duassub-famílias ocorrendo na Amazônia, a sub-familiaColibrinae abrange
os seguintes gêneros, Chironius; Dendrophidion; Drymoluber; Mastigodryas;
Oxybelis; Pseustes; Rhinobothryum; Spilotes e Tantilla, tendo 13 espécies na
11
Amazônia; a sub-famíliaDipsadinae abrange os gêneros Apostolepsis; Atractus;
Clelia; Dipsas; Drepanoides; Erythrolamprus; Helicops; Hydrodynastes;
Hydrops; Imantodes; Leptodeira; Leptophis; Liophis; Oxyrhopus; Philodryas;
Pseudoboa; Siphlophis; Taeniophallus; Umbrivaga; Xenodon e Xenopholis,
com 36 espécies na Amazônia; a família Leptotyphlopidae possui três gêneros
e 18 espécies que ocorrem no Brasil e com apenas uma espécie na região de
Manaus, Epictiatenella; a família Typhlopidae possui um gênero e seis
espécies no Brasil, com apenas uma espécie na região de Manaus,
Typhlopsreticulatus; a família Anomalepididae possui doi gêneros e sete
espécies, com apenas uma espécie na região de Manaus,
Typhlophissquamosus; e por último a família Aniliidae, com um gênero e um
espécie existente, Aniliusscytale (FRAGRA et al, 2013).
Conforme o exposto acima é de grande importância, que se conheçam as
espécies de ofídios em áreas de parques urbanos, fragmentos florestais, bem
como em outras áreas verdes nos entornos da cidade. Entre os parques
urbanos, destaca-se o Parque Estadual Sumaúma (PAREST Sumaúma), já
que o mesmo se trata de uma localidade onde pessoas de todo o munícipio de
Manaus visitam, e eventualmente podem vir a encontrar algum ofídio
peçonhento e talvez um acidente ofídico.
Portanto, foi feito um estudo dos ofídios no Parque Estadual Sumaúma
através de uma amostragem rápida com a finalidade básica de verificar quais
espécies habitam o parque, também para que possa ser feito futuramente uma
cartilha com as informações dos ofídios que habitam o parque ou até mesmo
para que sejam feitos trabalhos de educação ambiental com os visitantes e
moradores do redor do parque, para que os ofídios e outros animais que ali
residem não percam suas vidas e muito menos o seu habitat que já se
encontra bastante restrito e muito poluído.
12
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1. Área de Estudo
O Parque Estadual Sumaúma(Figura 1) foi criado através do decreto nº
23.721/03 e com uma área de 51 hectares (ha) e foi redelimitado pela Lei
Estadual 3.741/12 para 52,62 hectares (ha). Está localizado na Rua Bacurí, s/n,
Bairro Cidade Nova I, na Zona Norte da cidade de Manaus – AM. A área
segundo SDS-CEUC (p. 56, 2009), correspondente ao parque é formada em
parte por floresta de mata alta mantendo elementos da floresta primária, terra
firme e sua vegetação original denominada de ombrófila densa. Houve
alterações de vegetação, corte seletivo, corte raso e alterações do solo.
Atualmente podemos encontrar uma floresta ombrófila aberta, em sua maioria
mata secundária, em diferentes níveis de perturbação. Possuindo no parque,
espécies pioneiras, como lacre, apuí e umbaúbas, goiaba de anta, murici, pau-
pombo, etc. Aparecendo também árvores de grande porte e espécies de
floresta primária de todos os portes.
No PAREST Sumaúma existe uma sede central, um laboratório de
informática, uma biblioteca, uma academia ao ar-livre e cinco trilhas, que
percorrem quase toda área do parque. As trilhas são as seguintes: (1) Trilha
Figura 1 – Área atual total do PAREST Sumaúma. Fonte: Google Earth.
13
Escada de Jabuti; (2) Trilha do Buritizal; (3) Trilha Nascente do Igarapé do
Goiabinha; (4) Trilha Jupará; (5) Trilha da Samaumeira (Imagem 2). A maioria
das trilhas estão em péssimo estado, a trilha 3 e 5 estão com as pontes
danificadas ou caídas, e todas estão com muito lixo e os igarapés poluídos,
devido as chuvas que acabam levando resíduos sólidos e líquidos para dentro
do parque.
2.2. Métodos
Foram feitas visitas ao Parque Estadual Sumaúma, em um total de 12
dias de amostragem(03/09; 07/09; 09/09; 12/09; 23/09; 16/10; 21/10; 24/10;
28/10; 31/10; 07/11; 21/11), abrangendo os períodos diurno e noturno. Durante
o período diurno, o horário para a contagem/observação/captura foi de 9/10 h
da manhã até as 12 h da tarde (por os ofídios serem ectotérmicos e precisarem
do calor do Sol para se aquecer), no período da tarde foi de 14 h da tarde até
17 h, e no período noturno foi de 18/19 h da tarde/noite até as 21 h (horário de
caça/forrageamento) da noite, totalizando 32 h de amostragem.
Foi usado o método de observação direta, “ad libidum” (DEL-CLARO,
2004), com o auxílio de lanternas, para a focalização noturna, gancho
herpetológico e fita métrica para a captura e mensuração dos indivíduos e
termômetro para a medição da temperatura ambiente. Uma vez capturado
Figura 2 – Trilhas do PAREST Sumaúma.
14
foram tomados os dados de georreferênciamento (GPS) do local da captura, o
exemplarfoi registrado com fotografia digital usando máquina (modelo Lumix
DMC-F 18, zoom óptico de 18x) a fim de possibilitar a identificação do
espécime ao menor nível taxonômico, conforme a chave de identificação de
serpentes de FRAGA et al. (2013). Para os ofídios peçonhentos, também foram
realizadas as mensurações do corpo total. Foi feito a medição da temperatura
do ambiente, o horário em que o espécime foi encontrado e terreno onde foi
encontrado (aquático, arbóreo ou terrestre). Todas estas informações foram
anotadas durante as visitas de campo feitas ao parque.
As rotas seguidas foram as das trilhas que o Parque Estadual Sumaúma
possui e a cada 10 metros percorridos na trilha ocorreu uma parada para a
observação e focagem na mata adjacente, em uma distância de 20 metros para
a direita, voltando para o ponto inicial e mais 20 metros para a esquerda,
retornando para o ponto inicial novamente, repetindo este processo durante o
período diurno e novamente no período noturno, seguindo as cinco trilhas
diferentes no decorrer dos 12 dias de amostragem (MARTINS e OLIVEIRA,
1998).
A partir dos dados coletados, que foram repassados para uma planilha no
programa Word, foi feito uma análise desses dados (quantidade de indivíduos
adultos – de acordo com a análise em literatura e comparação com a medição
de cada indivíduo -, desnutrição e ferimentos ou amputações), para que se
pudesse constatar as condições físicas dos indivíduos e assim afirmar se eles
conseguem sobreviver de forma apropriada na mediações do PAREST
Sumaúma.
Tabela 1 – Dados dos aspectos físicos dos ofídios capturados.
Quantidade
de indivíduos
coletados
Quantidade de
indivíduos adultos
Desnutrição
Ferimentos ou
amputações
Morto
9 7 Não Não 3
15
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante os 12 dias de amostragem para registro/observação/captura de
ofídios no Parque Estadual Sumaúma, foram feitas seisregistros/capturas, que
foram realizadas pela equipe de pesquisa deste projeto e três
observações/catalogações que foram feitas pela equipe de AAVs (Agentes
Ambientais Voluntários) que trabalham no PAREST Sumaúma. Destas nove
contagens/capturas/observações/catalogações foram possíveis à identificação
ao menor nível taxonômico (espécie), no qual foram identificadas cinco
espécies de ofídios existentes no PAREST Sumaúma.
Quase todos os espécimes encontrados estavam aparentemente
saudáveis e bem alimentados, não fosse o espécime de Boa constrictor(Figura
3) que foi encontrado morto (em avançado estado de decomposição) bem perto
da sede do PAREST Sumaúma, um espécime de
Mastigodryasboddaerti(Figura3), que quando capturado apresentava sangue
logo atrás da cabeça e o olho esquerdo quase totalmente fora da orbita ocular,
e que depois de alguns minutos faleceu, e outra espécime de
Mastigodryasboddaerti (Figura3), que foi encontrado morto no solo do
estacionamento, provavelmente atropelado, o mesmo estava com um
espécime de lagarto em seu estômago. Além dos nove espécimes encontrados
também foram encontrados duas mudas (ecdise) – pele oriunda da mudança
de pele que os répteis fazem –, a primeira era de umaBoa constrictor medindo
cerca de 150 cm (Figura4) encontrada no soloperto da Av. Timbiras, que passa
ao lado do parque,já a segunda, era de alguma espécie da família Colubridae
(Figura4), que foi encontrada na entrada no fim da trilha 2 (Trilha do Buritizal).
16
Figura 3 – Ofídios que foram encontrados mortos/morreram após captura.
(A) Mastigodryasboddaerti; (B) Mastigodryasboddaerti; (C) Boa contrictor.
Figura4 – Mudas encontradas no PAREST Sumaúma.
(A) Muda de Boa constrictor; (B) Muda de Colubridae.
17
As espécies identificadas foram da Boa constrictor – jiboia;
Oxybelisfulgidus – cobra-cipó; Bothropsatrox – jararaca;
Mastigodryasboddaerti; e Leptophisahaetulla – Tabela 2.
Tabela 2 – Ofídios do Parque Estadual Sumaúma.
Espécie Quantidade
de indivíduos
Localidade
espacial
Condição
Boa constrictor 1 Solo Morto
Oxybelisfulgidus 1 Árvore Vivo
Bothropsatrox 3 Solo Vivo
Mastigodryasboddaerti 3 Solo Vivo/Morto
Leptophisahaetulla 1 Árvore Vivo
A quantidade de espécies encontradas durante o período deste trabalho é
bem inspirador, por ter um elevado número de espécies e um elevado número
de indivíduos, no caso de Bothropsatrox, Mastigodryasboddaerti e
possivelmente de Boa constrictor, ainda mais se comparado a outro trabalho de
caracterização biológica feito no PAREST Sumaúma (GORDO, 2006), no qual
foram encontrados duas espécies, Bothropsatrox e Micrurusspixii. O que difere
em relação de espécies também é a falta de uma espécie que não foi
encontrado durante o período deste trabalho, Micrurusspixii da família
Elapidae, o fato de ela não ter sido encontrada pode ter duas razões,
eliminação dessa espécie por predadores (cães domésticos, gatos domésticos
ou outros), ou então, por esta pesquisa ter sido feita em sua grande parte no
período de estiagem na região do estado do Amazonas e em Manaus, pode ter
feito o Micrurusspixii ficar escondido até o período de chuvas.
Os indivíduos foram encontrados em diferentes localidades do PAREST
Sumaúma, metade deles foi encontrada ao redor da sede, que fica
praticamente no centro do parque, a outra metade foi encontrada bem perto
das trilhas existentes no parque. No dia 03/09/2015 foi encontrado o primeiro
ofídio, uma Boa constrictor – jiboia, as 09:02 da manhã, medindo 150 cm, nas
coordenadas geográficas S 03º 02. 088’, W 059º 58. 904’, com temperatura
ambiente em 34.2ºC, no solo perto da sede e estava morta, a única que foi

Um espécime de Mastigodryas boddaerti encontrado morto e outro espécime que morreu após a
captura.
18
encontrada morta; no dia 16/10/2015 foi encontrado o segundo ofídio, uma
Oxybelisfulgidus, ao 12:00 aproximadamente, medindo 135 cm, nas
coordenadas geográficas S 03º 02. 106’, W 059º 58. 932’, com temperatura
ambiente em 34ºC, em uma árvore perto do viveiro de plantas; no dia
24/10/2015 foi encontrado o terceiro ofídio, uma Bothropsatrox – Jararaca, as
09:57 da manhã, medindo 110 cm, nas coordenadas geográficas S 03º 02.
142’, W 059º 58. 773’, com temperatura ambiente em 30ºC, no solo em baixo
de uma folha morta de uma palmeira; no dia 07/11/2015 foi encontrado o
quarto e quinto ofídio, uma Matigodryasboddaerti e uma Bothropsatrox –
jararaca, sendo elas encontradas as 17:05da tarde e as 17:31 da tarde
consecutivamente, medindo 90 cm e 110 cm respectivamente, na seguinte
coordenada geográfica S 03º 02. 099’, W 059º 58. 971’, com temperatura
ambiente em 34.5ºC, ambas no solo e na mesma localidade, uma
Mastigodryasboddaerti, sendo ela encontrada as 12:00, medindo , na
coordenada geográfica S 03º 02’ 05.7”, W 059º 58’ 54.4”, com temperatura
ambiente em 34ºC, no solo do estacionamento (Tabela 4). Os outros 3 ofídios
foram encontrados/catalogados pelo AAV Lucian Vera que trabalha no
PAREST e disponibilizou as fotografias que permitiram a identificação dos
indivíduos e as coordenadas geográficas de onde foram vistos, ficando então
os seguintes dados desses 3 ofídios: espécie:Bothropsatrox, coordenada
geográfica: S 03º 01’ 59.9’, W 059º 58’ 27.3”, localidade espacial: solo, período:
diurno, filhote; espécie: Mastigodryasboddaerti, coordenada geográfica: S 03º
02. 108’, W 059º 58. 979’, localidade espacial: solo, período: diurno, adulto,
espécie: Leptophisahaetulla, coordenada geográfica: S 03º 02. 030’, W 059º
58. 971’, localidade espacial: árvore, período: diurno, adulto (Tabela 3) (Figura
5).
No dia 07/11/2015, foi encontrado a Mastigodryasboddaerti e a
Bothropsatroxno mesmo local, um fato bem intrigante e que interessante,
quandocapturada a Mastigodryasboddaerti encontrava-se com sangue logo
atrás da cabeça e com o olho esquerdo quase totalmente fora da orbita ocular,
indicando algum tipo de predação, e o mesmo indivíduo faleceu após alguns
minutos. No mesmo local onde foi encontrado o primeiro indivíduo, foi
encontrado a Bothropsatrox, o que pode indicar predação por parte da
Bothropsatrox para com outros tipos de ofídios (ofiófaga) (TURCI et al, 2009).
19
A maioria dos espécimes foi encontrada aos arredores da base central e
estacionamento, como pode ser visto na imagem abaixo (Figura 6). O que pode
indicar a falta de alimento, decorrente da poluição, na mata do parque, ou por
ser mais fácil visualizar estes indivíduos em áreas abertas e não verdes, por
causa do contraste de cores com o asfalta e a falta de vegetal, que facilita o
mimetismo dos mesmos.
Figura 5 – Ofídios capturados/observados do PAREST Sumaúma.
(A) Boa constrictor; (B) Leptophisahaetulla; (C) Oxybelisfulgidus; (D)
Mastigodryasboddaerti; (E) Bothropsatrox.
Figura 6 – Pontos onde foram encontrados os espécimes.Pontos verdes:
Encontrados durante o trabalho; Pontos vermelhos: Encontrados pelos
AAVs.
20
Tabela 3 – Dados dos ofídios que foram capturados/observados.
Data Horário Coordenadas Geográficas Temperatura
do Ambiente
Espécie/Tamanho (cm) Localidade
espacial/CondiçãoLatitude Longitude
03/09/15 09:02 S 03º 02’ 05.3” W 059º 58’ 54.4” 34.2ºC Boa constrictor/ 150 cm Solo/Morta
16/10/15 12:00 S 03º 02’ 05.8” W 059º 58’ 56.6” 34ºC Oxybelisfulgidus/ 135 cm Árvore/Viva
24/10/15 09:57 S 03º 02’ 08.4” W 059º 58’ 46.5” 30°C Bothropsatrox/ 110 cm Solo/Viva
07/11/15 17:05 S 03º 02’ 06.0” W 059º 58’ 58.3” 34.5ºC Mastigodryasboddaerti/ 90 cm Solo/Viva
07/11/15 17:31 S 03º 02’ 06.0” W 059º 58’ 58.3” 34.5ºC Bothropsatrox/ 110 cm Solo/Viva
21/11/15 12:00 S 03º 02’ 05.7” W 059º 58’ 54.4” 34ºC Mastigodryasboddaerti/ 65 cm Solo/Morta
- - S 03º 01’ 59.9” W 059º 58’ 47.3” - Bothropsatrox Solo/Viva
- - S 03º 02’ 01.8” W 059º 58’ 59.9” - Leptophisahaetulla Árvore/Viva
- - S 03º 02’ 01.1” W 059º 59’ 00.1” - Mastigodryasboddaerti Solo/Viva
21
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
O PAREST Sumaúma é um excelente local para estudos de flora e fauna,
disponibilizando uma área verde própria para tal, porém, algumas
problemáticas são existentes. O local encontra-se “abandonado”, o que dificulta
até certo ponto o trabalho de campo no local, por exemplo: as pontes estão
deterioradas e algumas estão caídas, o que dificulta a travessia nas áreas
alagadas e de igarapés; trilhas com muita poluição (resíduos sólidos) (Figura
7), oriunda do entorno do parque; trilhas com interferência dos moradores das
imediações do parque, que acabam fazendo com que o visitante/pesquisador
acabe se perdendo; quantidade de guias insuficientes; falta de recursos como,
bebedouro, papel-higiênico e sabonete. Todo trabalho em campo têm suas
dificuldades claras de logística, mas se as problemáticas acima mencionadas
fossem sanadas, os trabalhos de pesquisa cientifica no PAREST Sumaúma
seriam mais “fáceis” de serem feitos.
Além dos problemas existentes, existe também a fragmentação do parque
para a construção da continuação da Av. Timbiras (Av. das Torres) e
posteriormente mais um corte de 600 metros de extensão por 5/7 metros de
largura, que será feito no parque para a passagem de tubulação para a
passagem de águas pluviais que virão da nova parte da Av. Timbiras, o que
facilita a extinção do parque.
Figura 7 – Poluição de resíduos sólidos em um dos igarapés do PAREST
Sumaúma. Fonte: Lucian Canto
22
Vale ressaltar também que o shopping Sumaúma (antigo supermercado
DB da Cidade Nova), joga o seus efluentes para dentro do parque, sem passar
corretamente pelo tratamento devido. Alegam que passa por um sistema de
efluentes, porém o mesmo mostra-se ineficaz, já que o que é depositado dentro
do parque possui mau cheiro e coloração escura (Figura 8).
O que se busca então é a melhoria do PAREST Sumaúma e a sua
abertura para o publico em geral, para que o parque tenha a sua finalidade
alcançada, entretenimento e conhecimento sobre fauna e flora para a
população, um local ideal para pesquisa e um local lúdico para aprendizagem.
Imagem 8 – Efluente oriundo do Shopping Sumaúma. Fonte: Lucian Canto.
23
5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BERNARDE, P. S. Acidentes Ofídicos. Apostila. UFAC, 2009,p. 26.
COSTA, H. C.; BÉRNILS, R. S. Répteis brasileiros: Lista de espécies.
Herpetologia Brasileira, v. 3, n. 3, p. 74-84, 2014.
DEL-CLARO, K. Comportamento animal: uma introdução à ecologia
comportamental. Jundiaí: Livraria Conceito, p. 132, 2004.
FONTES, T. A.; RIBEIRO, K. C. C. Parque Estadual Sumaúma em Manaus:
Considerações sobre a Educação Ambiental e sua utilização para a
conservação do local. Revista Eletrônica Aboré, p. 91 – 106, 2010.
FRAGA, R. de; LIMA, A. P.; PRUDENTE, A. L. C. da; MAGNUSSON, W. E.
Guia de cobras da região de Manaus: Amazônia Central. Manaus: Editora
Inpa, p. 303, 2013.
GORDO, M. Caracterização Biológica do Parque Estadual Sumaúma.
Manaus: Universidade Federal do Amazonas, Relatório Técnico, p. 42, 2006.
MARTINS, M.; OLIVEIRA, M. E. História natural das cobras nas florestas da
região de Manaus, Amazônia central, Brasil. Herpetological Natural History,
v. 6, n. 2, p. 78 – 150, 1998.
MOURA, V. M. de; MOURÃO, R. S. V.; SANTOS, M. C dos. Acidentes ofídicos
na Região Norte do Brasil e o uso de espécies vegetais como tratamento
alternativo e complementar à soroterapia. ScientiaAmazonia, v.4, n.1, p. 73-
84, 2015.
NAVARRETE, L. F. S.; LÓPEZ-JOHNSTON, J. C.; DÁVILA, A. B. Guía de
lasserpientes de Venezuela: biologia, venenos, conservación y listado de
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Ofídios do Parque Estadual Sumaúma

  • 1. 1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS – UEA ESCOLA NORMAL SUPERIOR – ENS CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS OFÍDIOS DO PARQUE ESTADUAL SUMAÚMA, MANAUS –AMAZONAS. MANAUS 2015
  • 2. 2 ANDRÉ GIRÃO DOS SANTOS OFÍDIOS DO PARQUE ESTADUAL SUMAÚMA, MANAUS – AMAZONAS. MANAUS 2015 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Amazonas.
  • 3. 3 OFÍDIOS DO PARQUE ESTADUAL SUMAÚMA, MANAUS – AMAZONAS. ANDRÉ GIRÃO DOS SANTOS ORIENTADORA DRA. CRISTINA MOTTA BÜHRNHEIM DATA DA APROVAÇÃO BANCA EXAMINADORA ________________________________________ Examinador (a) / Titulação ________________________________________ Examinador (a) / Titulação ________________________________________ Examinador (a) / Titulação
  • 4. 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a minha esposa, Nicole Farias de Oliveira Reynaldo - que me apoia na profissão que eu escolhi para mim – e ao meu filho, Duncan Girão Farias, que é o meu legado.
  • 5. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus amigos e colegas de turma (e futuros colegas de trabalho) Felipe RamonMerloRosell, TalyNayandra, José Anquizes Diz de Souza e Lucian Veras Canto, que me ajudaram a concretizar este trabalho, indo a campo comigo, ajudando na captura dos ofídios, fazendo as fotografias e sempre compartilhando conhecimento. Agradeço também a minha Professora/Orientadora Cristina Motta Bührnheim, que me ajudou com os materiais e informações necessárias para que este trabalho pudesse ser concluído. Agradeço a minha mãe Nilza Girão dos Santos, por ter me criado e cuidado sempre se preocupando com o meu futuro, e ao meu pai Altair Fernandes dos Santos, por ter aberto os meus olhos para o mundo vivo que nos rodeia e me influenciando a seguir o caminho da biologia, assim como ele. A gestora Amanda Gomes do PAREST por ter permitido acesso ao parque. “As árvores parecem dançar ao compasso da música do vento;Parecem dois amantes, felizes e apaixonados; Bailando durante toda vida; Se amando durante toda vida.” André Girão
  • 6. 6 RESUMO Existia apenas um estudo sobre ofídios no Parque Estadual Sumaúma, mostrando-se necessário uma pesquisa um pouco mais aprofundada das espécies de ofídios existentes no parque, este sendo o principal objetivo deste estudo. Registrosde ofídios, com ou sem capturas e solturasforam feitos percorrendo as trilhas do parque,de dia e de noite. No total foram feitas noveregistros de cinco espécies de ofídios, um número superior de espécies encontradas em relação ao número de espécies encontradas no estudo anterior. Fatores como, poluição e falta de estrutura dificultam o trabalho de pesquisa científica no parque, o que precisa ser melhorado com urgência, para que mais trabalhos de pesquisa possam ser feitos no local. As espécies encontradas são conhecidas em áreas com perturbação antrópica, fragmentos florestas e áreas rurais. Palavras-Chave: Serpentes; PAREST, fragmentos florestais, parque urbano, fauna Neotropical. ABSTRACT Was only one superficial study about snakes in PAREST Sumaúma, showing necessary a research a little more profound about the species of snakes that existing in the park, that being the main reason for that work. With visits and catches being made covering the trails of the park, also nocturnal focus being made. In total was made nine registers in five species of snakes, a number superior of species found, in relationship with the previous study. Factors who, pollution and lack of structure difficult the scientific study in the park, what needs to be improved whit urgency, for what more research work can be done in the local. Keys-Word: Snakes, PAREST, forest fragments, urban park, Neotropical fauna.
  • 7. 7 SUMÁRIO LISTA DE ILUSTRAÇÕES ................................................................................. 8 LISTA DE TABELAS .......................................................................................... 9 1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 10 2. MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................... 12 2.1. Área de Estudo.................................................................................... 12 2.2. Métodos .............................................................................................. 13 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................. 15 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ................................. 21 5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................... 23
  • 8. 8 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura1 – Área atual total do PAREST Sumaúma. Fonte: Google Earth.......... 14 Figura2 – Trilhas do PAREST Sumaúma ......................................................... 15 Figura3 – Ofídios que foram encontrados mortos/morreram após captura ...... 18 Figura4 – Mudas encontradas no PAREST Sumaúma .................................... 18 Figura5 – Ofídios capturados/observados do PAREST Sumaúma .................. 21 Figura6 – Pontos onde foram encontrados os espécimes................................ 21 Figura7 – Poluição de resíduos sólidos em um dos igarapés do PAREST Sumaúma......................................................................................................... 23 Figura8 – Efluente oriundo do Shopping Sumaúma......................................... 24
  • 9. 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Dados dos aspectos físicos dos ofídios capturados....................... 19 Tabela 2 – Ofídios do Parque Estadual Sumaúma .......................................... 17 Tabela 3 – Dados dos ofídios que foram capturados/observados.................... 22
  • 10. 10 1. INTRODUÇÃO Segundo COSTA e BÉRNILS (2014) ocorrem 426 espécies de ofídios no Brasil, sendo 75 peçonhentas. Em comparação, na Venezuela ocorrem 182 espécies de ofídios e desses, 28 são peçonhentos (NAVARRETE et al., 2009),sendo aVenezuela um país vizinho no qual possui em seu território parte da floresta Amazônica. São tidos como peçonhentos os animais que produzem algum tipo de veneno, ou toxina, e que possui algum aparato – no caso, dentes semelhantes a agulhas hipodérmicas - para que esta substância seja injetada em outro organismo. Como por exemplo as cobras, aranhas, escorpiões, entre outros. No Brasil, existem duas famílias de ofídios peçonhentos epidemiologicamente importantes para a saúde pública, por serem “responsáveis” por inúmeros acidentes ofídicos anualmente, são elas: a família Elapidae, que abrange os gêneros Micrurus e Leptomicrurus(corais- verdadeiras), com 18 espécies ocorrendo na Amazônia; e a família Viperidae, com os gêneros Bothrops, Bothriopsis, Bothrocophias, Crotalus e Lachesis (jararacas, surucucus e cascavéis), tendo 9 espécies ocorrendo na Amazônia (BERNARDE, 2009). Nos anos de 2003 a 2013 ocorreram cerca de 307.770 acidentes ofídicos notificados no Brasil, sendo 90% deles atribuídos às serpentes do gênero Bothropssp.(MOURA et al., 2015), um número que não chega a ser a realidade, pois grande parte dos acidentes ofídicos deixam de notificados nas regiões mais afastadas dos centros médicos, sendo este o caso da região Norte, principalmente no estado do Amazonas (SANTOS et al., 1995). Existem também outras famílias de ofídios no Brasil, que não geram riscos a vida humana – por não serem peçonhentos, ou por terem uma peçonha que não ocasione risco de morte – sendo elas: Boidae contendo os gêneros Boa; Corallus; Epicrates e Eunectes (ofídios que matam por constrição, como Jiboia, Salamantase Sucuri), com cinco espécies ocorrendo na Amazônia; Colubridae, que é dividida em setesub-famílias, mas somente com duassub-famílias ocorrendo na Amazônia, a sub-familiaColibrinae abrange os seguintes gêneros, Chironius; Dendrophidion; Drymoluber; Mastigodryas; Oxybelis; Pseustes; Rhinobothryum; Spilotes e Tantilla, tendo 13 espécies na
  • 11. 11 Amazônia; a sub-famíliaDipsadinae abrange os gêneros Apostolepsis; Atractus; Clelia; Dipsas; Drepanoides; Erythrolamprus; Helicops; Hydrodynastes; Hydrops; Imantodes; Leptodeira; Leptophis; Liophis; Oxyrhopus; Philodryas; Pseudoboa; Siphlophis; Taeniophallus; Umbrivaga; Xenodon e Xenopholis, com 36 espécies na Amazônia; a família Leptotyphlopidae possui três gêneros e 18 espécies que ocorrem no Brasil e com apenas uma espécie na região de Manaus, Epictiatenella; a família Typhlopidae possui um gênero e seis espécies no Brasil, com apenas uma espécie na região de Manaus, Typhlopsreticulatus; a família Anomalepididae possui doi gêneros e sete espécies, com apenas uma espécie na região de Manaus, Typhlophissquamosus; e por último a família Aniliidae, com um gênero e um espécie existente, Aniliusscytale (FRAGRA et al, 2013). Conforme o exposto acima é de grande importância, que se conheçam as espécies de ofídios em áreas de parques urbanos, fragmentos florestais, bem como em outras áreas verdes nos entornos da cidade. Entre os parques urbanos, destaca-se o Parque Estadual Sumaúma (PAREST Sumaúma), já que o mesmo se trata de uma localidade onde pessoas de todo o munícipio de Manaus visitam, e eventualmente podem vir a encontrar algum ofídio peçonhento e talvez um acidente ofídico. Portanto, foi feito um estudo dos ofídios no Parque Estadual Sumaúma através de uma amostragem rápida com a finalidade básica de verificar quais espécies habitam o parque, também para que possa ser feito futuramente uma cartilha com as informações dos ofídios que habitam o parque ou até mesmo para que sejam feitos trabalhos de educação ambiental com os visitantes e moradores do redor do parque, para que os ofídios e outros animais que ali residem não percam suas vidas e muito menos o seu habitat que já se encontra bastante restrito e muito poluído.
  • 12. 12 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1. Área de Estudo O Parque Estadual Sumaúma(Figura 1) foi criado através do decreto nº 23.721/03 e com uma área de 51 hectares (ha) e foi redelimitado pela Lei Estadual 3.741/12 para 52,62 hectares (ha). Está localizado na Rua Bacurí, s/n, Bairro Cidade Nova I, na Zona Norte da cidade de Manaus – AM. A área segundo SDS-CEUC (p. 56, 2009), correspondente ao parque é formada em parte por floresta de mata alta mantendo elementos da floresta primária, terra firme e sua vegetação original denominada de ombrófila densa. Houve alterações de vegetação, corte seletivo, corte raso e alterações do solo. Atualmente podemos encontrar uma floresta ombrófila aberta, em sua maioria mata secundária, em diferentes níveis de perturbação. Possuindo no parque, espécies pioneiras, como lacre, apuí e umbaúbas, goiaba de anta, murici, pau- pombo, etc. Aparecendo também árvores de grande porte e espécies de floresta primária de todos os portes. No PAREST Sumaúma existe uma sede central, um laboratório de informática, uma biblioteca, uma academia ao ar-livre e cinco trilhas, que percorrem quase toda área do parque. As trilhas são as seguintes: (1) Trilha Figura 1 – Área atual total do PAREST Sumaúma. Fonte: Google Earth.
  • 13. 13 Escada de Jabuti; (2) Trilha do Buritizal; (3) Trilha Nascente do Igarapé do Goiabinha; (4) Trilha Jupará; (5) Trilha da Samaumeira (Imagem 2). A maioria das trilhas estão em péssimo estado, a trilha 3 e 5 estão com as pontes danificadas ou caídas, e todas estão com muito lixo e os igarapés poluídos, devido as chuvas que acabam levando resíduos sólidos e líquidos para dentro do parque. 2.2. Métodos Foram feitas visitas ao Parque Estadual Sumaúma, em um total de 12 dias de amostragem(03/09; 07/09; 09/09; 12/09; 23/09; 16/10; 21/10; 24/10; 28/10; 31/10; 07/11; 21/11), abrangendo os períodos diurno e noturno. Durante o período diurno, o horário para a contagem/observação/captura foi de 9/10 h da manhã até as 12 h da tarde (por os ofídios serem ectotérmicos e precisarem do calor do Sol para se aquecer), no período da tarde foi de 14 h da tarde até 17 h, e no período noturno foi de 18/19 h da tarde/noite até as 21 h (horário de caça/forrageamento) da noite, totalizando 32 h de amostragem. Foi usado o método de observação direta, “ad libidum” (DEL-CLARO, 2004), com o auxílio de lanternas, para a focalização noturna, gancho herpetológico e fita métrica para a captura e mensuração dos indivíduos e termômetro para a medição da temperatura ambiente. Uma vez capturado Figura 2 – Trilhas do PAREST Sumaúma.
  • 14. 14 foram tomados os dados de georreferênciamento (GPS) do local da captura, o exemplarfoi registrado com fotografia digital usando máquina (modelo Lumix DMC-F 18, zoom óptico de 18x) a fim de possibilitar a identificação do espécime ao menor nível taxonômico, conforme a chave de identificação de serpentes de FRAGA et al. (2013). Para os ofídios peçonhentos, também foram realizadas as mensurações do corpo total. Foi feito a medição da temperatura do ambiente, o horário em que o espécime foi encontrado e terreno onde foi encontrado (aquático, arbóreo ou terrestre). Todas estas informações foram anotadas durante as visitas de campo feitas ao parque. As rotas seguidas foram as das trilhas que o Parque Estadual Sumaúma possui e a cada 10 metros percorridos na trilha ocorreu uma parada para a observação e focagem na mata adjacente, em uma distância de 20 metros para a direita, voltando para o ponto inicial e mais 20 metros para a esquerda, retornando para o ponto inicial novamente, repetindo este processo durante o período diurno e novamente no período noturno, seguindo as cinco trilhas diferentes no decorrer dos 12 dias de amostragem (MARTINS e OLIVEIRA, 1998). A partir dos dados coletados, que foram repassados para uma planilha no programa Word, foi feito uma análise desses dados (quantidade de indivíduos adultos – de acordo com a análise em literatura e comparação com a medição de cada indivíduo -, desnutrição e ferimentos ou amputações), para que se pudesse constatar as condições físicas dos indivíduos e assim afirmar se eles conseguem sobreviver de forma apropriada na mediações do PAREST Sumaúma. Tabela 1 – Dados dos aspectos físicos dos ofídios capturados. Quantidade de indivíduos coletados Quantidade de indivíduos adultos Desnutrição Ferimentos ou amputações Morto 9 7 Não Não 3
  • 15. 15 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante os 12 dias de amostragem para registro/observação/captura de ofídios no Parque Estadual Sumaúma, foram feitas seisregistros/capturas, que foram realizadas pela equipe de pesquisa deste projeto e três observações/catalogações que foram feitas pela equipe de AAVs (Agentes Ambientais Voluntários) que trabalham no PAREST Sumaúma. Destas nove contagens/capturas/observações/catalogações foram possíveis à identificação ao menor nível taxonômico (espécie), no qual foram identificadas cinco espécies de ofídios existentes no PAREST Sumaúma. Quase todos os espécimes encontrados estavam aparentemente saudáveis e bem alimentados, não fosse o espécime de Boa constrictor(Figura 3) que foi encontrado morto (em avançado estado de decomposição) bem perto da sede do PAREST Sumaúma, um espécime de Mastigodryasboddaerti(Figura3), que quando capturado apresentava sangue logo atrás da cabeça e o olho esquerdo quase totalmente fora da orbita ocular, e que depois de alguns minutos faleceu, e outra espécime de Mastigodryasboddaerti (Figura3), que foi encontrado morto no solo do estacionamento, provavelmente atropelado, o mesmo estava com um espécime de lagarto em seu estômago. Além dos nove espécimes encontrados também foram encontrados duas mudas (ecdise) – pele oriunda da mudança de pele que os répteis fazem –, a primeira era de umaBoa constrictor medindo cerca de 150 cm (Figura4) encontrada no soloperto da Av. Timbiras, que passa ao lado do parque,já a segunda, era de alguma espécie da família Colubridae (Figura4), que foi encontrada na entrada no fim da trilha 2 (Trilha do Buritizal).
  • 16. 16 Figura 3 – Ofídios que foram encontrados mortos/morreram após captura. (A) Mastigodryasboddaerti; (B) Mastigodryasboddaerti; (C) Boa contrictor. Figura4 – Mudas encontradas no PAREST Sumaúma. (A) Muda de Boa constrictor; (B) Muda de Colubridae.
  • 17. 17 As espécies identificadas foram da Boa constrictor – jiboia; Oxybelisfulgidus – cobra-cipó; Bothropsatrox – jararaca; Mastigodryasboddaerti; e Leptophisahaetulla – Tabela 2. Tabela 2 – Ofídios do Parque Estadual Sumaúma. Espécie Quantidade de indivíduos Localidade espacial Condição Boa constrictor 1 Solo Morto Oxybelisfulgidus 1 Árvore Vivo Bothropsatrox 3 Solo Vivo Mastigodryasboddaerti 3 Solo Vivo/Morto Leptophisahaetulla 1 Árvore Vivo A quantidade de espécies encontradas durante o período deste trabalho é bem inspirador, por ter um elevado número de espécies e um elevado número de indivíduos, no caso de Bothropsatrox, Mastigodryasboddaerti e possivelmente de Boa constrictor, ainda mais se comparado a outro trabalho de caracterização biológica feito no PAREST Sumaúma (GORDO, 2006), no qual foram encontrados duas espécies, Bothropsatrox e Micrurusspixii. O que difere em relação de espécies também é a falta de uma espécie que não foi encontrado durante o período deste trabalho, Micrurusspixii da família Elapidae, o fato de ela não ter sido encontrada pode ter duas razões, eliminação dessa espécie por predadores (cães domésticos, gatos domésticos ou outros), ou então, por esta pesquisa ter sido feita em sua grande parte no período de estiagem na região do estado do Amazonas e em Manaus, pode ter feito o Micrurusspixii ficar escondido até o período de chuvas. Os indivíduos foram encontrados em diferentes localidades do PAREST Sumaúma, metade deles foi encontrada ao redor da sede, que fica praticamente no centro do parque, a outra metade foi encontrada bem perto das trilhas existentes no parque. No dia 03/09/2015 foi encontrado o primeiro ofídio, uma Boa constrictor – jiboia, as 09:02 da manhã, medindo 150 cm, nas coordenadas geográficas S 03º 02. 088’, W 059º 58. 904’, com temperatura ambiente em 34.2ºC, no solo perto da sede e estava morta, a única que foi  Um espécime de Mastigodryas boddaerti encontrado morto e outro espécime que morreu após a captura.
  • 18. 18 encontrada morta; no dia 16/10/2015 foi encontrado o segundo ofídio, uma Oxybelisfulgidus, ao 12:00 aproximadamente, medindo 135 cm, nas coordenadas geográficas S 03º 02. 106’, W 059º 58. 932’, com temperatura ambiente em 34ºC, em uma árvore perto do viveiro de plantas; no dia 24/10/2015 foi encontrado o terceiro ofídio, uma Bothropsatrox – Jararaca, as 09:57 da manhã, medindo 110 cm, nas coordenadas geográficas S 03º 02. 142’, W 059º 58. 773’, com temperatura ambiente em 30ºC, no solo em baixo de uma folha morta de uma palmeira; no dia 07/11/2015 foi encontrado o quarto e quinto ofídio, uma Matigodryasboddaerti e uma Bothropsatrox – jararaca, sendo elas encontradas as 17:05da tarde e as 17:31 da tarde consecutivamente, medindo 90 cm e 110 cm respectivamente, na seguinte coordenada geográfica S 03º 02. 099’, W 059º 58. 971’, com temperatura ambiente em 34.5ºC, ambas no solo e na mesma localidade, uma Mastigodryasboddaerti, sendo ela encontrada as 12:00, medindo , na coordenada geográfica S 03º 02’ 05.7”, W 059º 58’ 54.4”, com temperatura ambiente em 34ºC, no solo do estacionamento (Tabela 4). Os outros 3 ofídios foram encontrados/catalogados pelo AAV Lucian Vera que trabalha no PAREST e disponibilizou as fotografias que permitiram a identificação dos indivíduos e as coordenadas geográficas de onde foram vistos, ficando então os seguintes dados desses 3 ofídios: espécie:Bothropsatrox, coordenada geográfica: S 03º 01’ 59.9’, W 059º 58’ 27.3”, localidade espacial: solo, período: diurno, filhote; espécie: Mastigodryasboddaerti, coordenada geográfica: S 03º 02. 108’, W 059º 58. 979’, localidade espacial: solo, período: diurno, adulto, espécie: Leptophisahaetulla, coordenada geográfica: S 03º 02. 030’, W 059º 58. 971’, localidade espacial: árvore, período: diurno, adulto (Tabela 3) (Figura 5). No dia 07/11/2015, foi encontrado a Mastigodryasboddaerti e a Bothropsatroxno mesmo local, um fato bem intrigante e que interessante, quandocapturada a Mastigodryasboddaerti encontrava-se com sangue logo atrás da cabeça e com o olho esquerdo quase totalmente fora da orbita ocular, indicando algum tipo de predação, e o mesmo indivíduo faleceu após alguns minutos. No mesmo local onde foi encontrado o primeiro indivíduo, foi encontrado a Bothropsatrox, o que pode indicar predação por parte da Bothropsatrox para com outros tipos de ofídios (ofiófaga) (TURCI et al, 2009).
  • 19. 19 A maioria dos espécimes foi encontrada aos arredores da base central e estacionamento, como pode ser visto na imagem abaixo (Figura 6). O que pode indicar a falta de alimento, decorrente da poluição, na mata do parque, ou por ser mais fácil visualizar estes indivíduos em áreas abertas e não verdes, por causa do contraste de cores com o asfalta e a falta de vegetal, que facilita o mimetismo dos mesmos. Figura 5 – Ofídios capturados/observados do PAREST Sumaúma. (A) Boa constrictor; (B) Leptophisahaetulla; (C) Oxybelisfulgidus; (D) Mastigodryasboddaerti; (E) Bothropsatrox. Figura 6 – Pontos onde foram encontrados os espécimes.Pontos verdes: Encontrados durante o trabalho; Pontos vermelhos: Encontrados pelos AAVs.
  • 20. 20 Tabela 3 – Dados dos ofídios que foram capturados/observados. Data Horário Coordenadas Geográficas Temperatura do Ambiente Espécie/Tamanho (cm) Localidade espacial/CondiçãoLatitude Longitude 03/09/15 09:02 S 03º 02’ 05.3” W 059º 58’ 54.4” 34.2ºC Boa constrictor/ 150 cm Solo/Morta 16/10/15 12:00 S 03º 02’ 05.8” W 059º 58’ 56.6” 34ºC Oxybelisfulgidus/ 135 cm Árvore/Viva 24/10/15 09:57 S 03º 02’ 08.4” W 059º 58’ 46.5” 30°C Bothropsatrox/ 110 cm Solo/Viva 07/11/15 17:05 S 03º 02’ 06.0” W 059º 58’ 58.3” 34.5ºC Mastigodryasboddaerti/ 90 cm Solo/Viva 07/11/15 17:31 S 03º 02’ 06.0” W 059º 58’ 58.3” 34.5ºC Bothropsatrox/ 110 cm Solo/Viva 21/11/15 12:00 S 03º 02’ 05.7” W 059º 58’ 54.4” 34ºC Mastigodryasboddaerti/ 65 cm Solo/Morta - - S 03º 01’ 59.9” W 059º 58’ 47.3” - Bothropsatrox Solo/Viva - - S 03º 02’ 01.8” W 059º 58’ 59.9” - Leptophisahaetulla Árvore/Viva - - S 03º 02’ 01.1” W 059º 59’ 00.1” - Mastigodryasboddaerti Solo/Viva
  • 21. 21 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES O PAREST Sumaúma é um excelente local para estudos de flora e fauna, disponibilizando uma área verde própria para tal, porém, algumas problemáticas são existentes. O local encontra-se “abandonado”, o que dificulta até certo ponto o trabalho de campo no local, por exemplo: as pontes estão deterioradas e algumas estão caídas, o que dificulta a travessia nas áreas alagadas e de igarapés; trilhas com muita poluição (resíduos sólidos) (Figura 7), oriunda do entorno do parque; trilhas com interferência dos moradores das imediações do parque, que acabam fazendo com que o visitante/pesquisador acabe se perdendo; quantidade de guias insuficientes; falta de recursos como, bebedouro, papel-higiênico e sabonete. Todo trabalho em campo têm suas dificuldades claras de logística, mas se as problemáticas acima mencionadas fossem sanadas, os trabalhos de pesquisa cientifica no PAREST Sumaúma seriam mais “fáceis” de serem feitos. Além dos problemas existentes, existe também a fragmentação do parque para a construção da continuação da Av. Timbiras (Av. das Torres) e posteriormente mais um corte de 600 metros de extensão por 5/7 metros de largura, que será feito no parque para a passagem de tubulação para a passagem de águas pluviais que virão da nova parte da Av. Timbiras, o que facilita a extinção do parque. Figura 7 – Poluição de resíduos sólidos em um dos igarapés do PAREST Sumaúma. Fonte: Lucian Canto
  • 22. 22 Vale ressaltar também que o shopping Sumaúma (antigo supermercado DB da Cidade Nova), joga o seus efluentes para dentro do parque, sem passar corretamente pelo tratamento devido. Alegam que passa por um sistema de efluentes, porém o mesmo mostra-se ineficaz, já que o que é depositado dentro do parque possui mau cheiro e coloração escura (Figura 8). O que se busca então é a melhoria do PAREST Sumaúma e a sua abertura para o publico em geral, para que o parque tenha a sua finalidade alcançada, entretenimento e conhecimento sobre fauna e flora para a população, um local ideal para pesquisa e um local lúdico para aprendizagem. Imagem 8 – Efluente oriundo do Shopping Sumaúma. Fonte: Lucian Canto.
  • 23. 23 5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BERNARDE, P. S. Acidentes Ofídicos. Apostila. UFAC, 2009,p. 26. COSTA, H. C.; BÉRNILS, R. S. Répteis brasileiros: Lista de espécies. Herpetologia Brasileira, v. 3, n. 3, p. 74-84, 2014. DEL-CLARO, K. Comportamento animal: uma introdução à ecologia comportamental. Jundiaí: Livraria Conceito, p. 132, 2004. FONTES, T. A.; RIBEIRO, K. C. C. Parque Estadual Sumaúma em Manaus: Considerações sobre a Educação Ambiental e sua utilização para a conservação do local. Revista Eletrônica Aboré, p. 91 – 106, 2010. FRAGA, R. de; LIMA, A. P.; PRUDENTE, A. L. C. da; MAGNUSSON, W. E. Guia de cobras da região de Manaus: Amazônia Central. Manaus: Editora Inpa, p. 303, 2013. GORDO, M. Caracterização Biológica do Parque Estadual Sumaúma. Manaus: Universidade Federal do Amazonas, Relatório Técnico, p. 42, 2006. MARTINS, M.; OLIVEIRA, M. E. História natural das cobras nas florestas da região de Manaus, Amazônia central, Brasil. Herpetological Natural History, v. 6, n. 2, p. 78 – 150, 1998. MOURA, V. M. de; MOURÃO, R. S. V.; SANTOS, M. C dos. Acidentes ofídicos na Região Norte do Brasil e o uso de espécies vegetais como tratamento alternativo e complementar à soroterapia. ScientiaAmazonia, v.4, n.1, p. 73- 84, 2015. NAVARRETE, L. F. S.; LÓPEZ-JOHNSTON, J. C.; DÁVILA, A. B. Guía de lasserpientes de Venezuela: biologia, venenos, conservación y listado de especies. Caracas: ZoocriaderoEcopets, p. 103, 2009.
  • 24. 24 SANTOS, M. C. dos; MARTINS, M.; BOECHAT, A. L.; SÁ-NETO, R. P. de; OLIVEIRA, M. E. de. Serpentes de interesse médico da Amazônia: biologia, venenos e tratamento de acidentes. Manaus: Universidade do Amazonas, p. 70,1995. SDS - CEUC. Rede de conservação Amazonas. FERREIRA, N. C. D.; MACEDO, D.; FORSBERG, M. C (Eds.). The Gordon and Betty Moore Foundation. p. 103, 2009. TURCI, L. C. B., ALBUQUERQUE, S., BERNARDE, P. S. & MIRANDA, D. B. Uso do hábitat, atividade e comportamento de Bothriopsisbilineatus e de Bothropsatrox (Serpentes: Viperidae) na floresta do Rio Moa, Acre – Brasil. Biota Neotrop.,v. 9, n. 3, p. 197 – 206, 2009.