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ATENÇÃO BÁSICA EM HANSENÍASE

DESAFIOS      PARA       ATUAÇÃO         DA    ENFERMAGEM

ESPECIALIZADA                     
    Profa. Dra. Silvana Margarida Benevides Ferreira
                                  
                      SALVADOR - BAHIA
                           2012
“Hanseníase : Problema de saúde pública”




             Hanseníase
Prioridade à vigilância
            epidemiológica
 Magnitude: aplicável a doenças de elevada frequência;

 Potencial    de   disseminação:     Expressa       pela
 transmissibilidade da doença;
 Transcendência: severidade (danos neurais) relevância
 social e econômica;
 Vulnerabilidade: prevenção e controle que permitem a
 atuação concreta e efetiva dos serviços de saúde.
Casos novos de hanseníase, segundo região/nível mundial,
                     2004 - 2010



                                  228.474 casos (2011) 




              ( DATASUS, 2011; (WHO). Global leprosy situation, 2011 )
Casos novos de hanseníase, segundo país com maior
          carga da doença; 2004 - 2010




                Brasil: 41.264 casos (2011) 




                 DATASUS, 2011; (WHO). Global leprosy situation, 2011 )
Detecção  geral  e  em  menores  de  15  anos  de  hanseníase  por 
região, Brasil 2011

                                              MT: 84,6




  DATASUS, 2011
Rev Saúde Pública 2010;44(4):650-7*




Recidivas de casos de hanseníase no 
       estado de Mato Grosso


 * Capítulo (1) tese:  Profa. Dra. Silvana M. Benevides ferreira – UNIC
                        Profa Dra. Eliane Egnotti – UNEMAT
                        Profa. Dra. Monica Antar - UNIFESP
Recidiva
               


         Classificação operacional


        Pacientes que, após alta por cura:
          dor no trajeto de nervos, novas áreas com alteração de
PB      sensibilidade, lesões novas e/ou exacerbação de lesões
        anteriores e que não respondem com tratamento com
        corticosteróides por, pelo menos, 90 dias




        Pacientes que, após alta por cura:
          lesões cutâneas e/ou exacerbação de lesões antigas,
MB
        novas alterações neurológicas que não responderem ao
        tratamento com talidomida e/ou corticosteróide nas doses e
        prazos recomendados e baciloscopia positiva.

                                         MS, 2009;2010
Objetivo



 Comparar as novas entradas por recidiva de hanseníase
em unidades básicas de saúde (UBS) e em unidades
especializadas (UE) no estado de Mato Grosso.
Método


  Estudo transversal de todas as entradas       de   casos   de
  recidiva(SINAN) no período de 2004 a 2006.


Foram definidos:


  Recidiva diagnosticados em unidades especializadas (UE):
  residentes nos municípios de Cuiabá, Cáceres, Diamantino,
  Rondonópolis e Várzea Grande; e
  Recidiva nos demais municípios do Estado com unidades básicas
  de saúde (UBs).
   Do total de 344 registros de casos de recidiva (SINAN )


   Foram excluídos: n= 21 entradas por erro diagnóstico, duplicidade
    e transferência para outro estado.


   Foram analisados 323 casos.
Resultados da análise comparativa da
   proporção de casos de recidiva
    diagnosticados em UBS e UE
Características individuais e geográficas 
 Tabela 1.
                                            Recidiva                      Total
          Variáveis               UBs                  UE                                χ2 (p-valor)
                              n         %         n         %         n           %

Sexo
Masculino                     180       69,8      49         75,4     229         70,9    0,79 (0,373)
Feminino                          78    30,2      16         24,6         94      29,1
Idade em anos
Menor de 15                    05        1,9       -             -     05          1,5    1,28 (0,258)
Maior de 15                   253       98,1      65        100,0     318         98,5
Município residência
Cáceres                            -         -    04            6,2       04       1,2 179,58 (0,000)
Cuiabá                            19     7,4      24         36,9         43      13,3
Diamantino                         -         -    08         12,3         08       2,5
Rondonópolis                      04     1,5      10         15,4         14       4,3
Várzea Grande                      -         -    09         13,8         09       2,8
Outros Municípios             235       91,1      10         15,4     245         75,9
Tabela 2.            Características Clínicas  
                                       Recidiva                   Total
        Variáveis            UBs                  UE                             χ2 (p-valor)
                         n         %         n         %      n           %

Forma Clínica
Indeterminada             26       10,1      03         4,6    29          9,0    5,22 (0,266)
Tuberculóide              21        8,1      07        10,8    28          8,7
Dimorfa                  125       48,4      31        47,7   156         48,3
Virchowiana               41       16,0      16        24,6    57         17,6
Ignorado                  45       17,4      08        12,3    53         16,4
Classif. operacional
PB                        46       17,8      11        16,9    57         17,6    0,03 (0,864)
MB                       212       82,2      54        83,1   266         82,4
GIF
Zero                     141       54,6      41        63,1   182      56,3       4,44 (0,218)
G1                        59       22,9      17        26,1    76      23,5
G2 e G3                   18        7,0      02         3,1    20       6,2
Ignorado                  40       15,5      05         7,7    45      14,0
Total *                  258       79,9      65        20,1   323     100,0
Tabela 3.              Características Clínicas  
                                      Recidiva                    Total
           Variáveis        UBs                   UE                             χ2 (p-valor)
                        n         %         n          %      n           %

Baciloscopia
Positiva                    67    26,0           22    33,8       89      27,6
Negativa                101       39,1           15    23,1   116         35,9    5,86 (0,053)
NR/Ignorada !               90    34,9           28    43,1   118         36,5
Baciloscopia (PB)
Positiva                    01     2,5           02    11,7       03       5,3
Negativa                    22    55,0           07    41,2       29      50,9    2,45 (0,294)
NR/Ignorada !               17    42,5           08    47,1       25      43,8
Baciloscopia (MB)
Positiva                    68    33,2           18    29,5       86      32,3
Negativa                    76    37,1           11    18,0       87      32,7 12,34 (0,002)
NR/Ignorada !               61    29,7           32    52,5       93      35,0
Tabela 4.                          Razão de taxas de recidiva

                Total       Recidiva (A)     Total    Recidiva (B)       Total            Diferença
Variável         de                           de                          de     Recidiva    %
                casos                        casos                       casos            Recidiva
                                                                                              (!)
                  n          n       %         n        n        %         n      n    %



PB               9.959        46       0,5   6.116     11          0,2 16.075     57 0,4      150,0


MB             10.338        212       2,1   4.723     54          1,1 15.061 266 1,8          90,9


Total MT       20.297        258       1,3 10.839      65          0,6 31.136 323 1,0         116,7


     Total de casos e recidiva (A) = UBs ; Total de casos e recidiva (B) = UE.
     (!) (UBs/UE)-1)*100)
A – Total de munícipios com
casos de recidivas

B – Recidivas Multibacilares

C – Recidivas Paucibacilares
Conclusão 



As  novas  entradas  de  casos  de  recidiva  em  Mato 
Grosso  são  influenciadas  pelos  diagnósticos  feitos 
em  UBS,  sugerindo  que  há  deficiência  na  rede  de 
serviços  de  saúde  em  reconhecer  casos  de 
recidiva.
Rev Brasileira de Epidemiologia (15): 3, setembro/2012.*




    Características clínico-laboratoriais no
    retratamento por recidiva em hanseníase


      * Capítulo (2) tese:  Profa. Dra. Silvana M. Benevides ferreira – UNIC
                             Profa Dra. Eliane Egnotti – UNEMAT
                             Profa. Dra. Monica Antar - UNIFESP
Objetivo



 Comparar as características clínico-laboratoriais dos doentes 
de  hanseníase  durante  o  tratamento  inicial  e  no  retratamento 
por  recidiva  diagnosticada  em  unidades  de  saúde  de 
referência no Estado de Mato Groso.
Método


  Estudo transversal de casos  diagnosticados  de  recidiva  em 
  hanseníase  em  unidades  de  referência  de  2005  a  2007  em  cinco 
  municípios do Estado 


Foram definidos:


  Recidiva diagnosticados em unidades especializadas (UE):
  residentes nos municípios de Cuiabá, Cáceres, Diamantino,
  Rondonópolis e Várzea Grande;
  O tratamento inicial foi considerado t1 e a recidiva t2. 
Recidiva versus tratamento inicial: análise
              comparativa
Tabela 1. Distribuição dos casos de recidiva em hanseníase, segundo
   intervalo de tempo entre a alta do tratamento e recidiva; Mato Grosso,
   2009.




Sem informação= 7; (!) Média = 7 anos e 6 meses ; Mediana = 3 anos; DP = 5,71
Tabela 2. Comparação de proporção de casos entre tratamento inicial (t1) e
recidiva (t2) em hanseníase, segundo características clínico-laboratoriais; Mato
Grosso, 2009.
Tabela 3. Comparação de proporção de casos entre tratamento inicial
(t1) e recidiva (t2) em hanseníase, segundo características clínico-
laboratoriais; Mato Grosso, 2009.




  GIF= grau de incapacidade física  no diagnóstico 
Tabela 4. Comparação de proporção de casos entre tratamento inicial
(t1) e recidiva (t2) em hanseníase, segundo características clínico-
laboratoriais; Mato Grosso, 2009.
Conclusão 




Os  casos  de  recidiva  caracterizam  o  agravamento 
da  doença  indicadas  pelo  aumento  do  índice 
baciloscópico e do grau de incapacidade física. 
Recomendações


O percentual de 6 a 20%, de registros de casos de recidivas em no
período estudado demanda investigação e monitoramento das
intercorrências após alta por cura;




 Maior percentual, 80%, de registros de recidiva em UBs e de 37%
dos casos multibacilares diagnosticados reforçam a necessidade de
encaminhamento para unidades de referência, dos casos suspeitos
de recidiva, para esclarecimentos e confirmação dos diagnósticos;
Recomendações




A organização de serviços quanto à capacitação de recursos
humanos, apoio laboratorial e maior acessibilidade ao tratamento e
acompanhamento enfatizam prioridade para estes indivíduos;



Maior atenção à confirmação diagnostica de recidiva por meio de
exames baciloscópicos, em especial, nos multibacilares e da
avaliação neurológica sistemática de todos os pacientes de
hanseníase.
Recordações



As medidas adicionais de vigilância epidemiológica para este grupo de
  indivíduos com maior chance de reincidência da doença deve incluir:



   Melhoria das condições de vida, por meio da implementação de
  políticas públicas e maior responsabilidade do Estado e sociedade na
  organização de serviços, para alcance de melhores resultados do
  controle da hanseníase.
HANSENÍASE!!! PODEMOS VENCER.
Obrigada!!!


Silvana_benevides@hotmail.com

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Hanseníase: vigilância epidemiológica e recidiva

  • 1. ATENÇÃO BÁSICA EM HANSENÍASE DESAFIOS PARA ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM ESPECIALIZADA   Profa. Dra. Silvana Margarida Benevides Ferreira   SALVADOR - BAHIA 2012
  • 2. “Hanseníase : Problema de saúde pública” Hanseníase
  • 3. Prioridade à vigilância epidemiológica  Magnitude: aplicável a doenças de elevada frequência;  Potencial de disseminação: Expressa pela transmissibilidade da doença;  Transcendência: severidade (danos neurais) relevância social e econômica;  Vulnerabilidade: prevenção e controle que permitem a atuação concreta e efetiva dos serviços de saúde.
  • 4. Casos novos de hanseníase, segundo região/nível mundial, 2004 - 2010 228.474 casos (2011)  ( DATASUS, 2011; (WHO). Global leprosy situation, 2011 )
  • 5. Casos novos de hanseníase, segundo país com maior carga da doença; 2004 - 2010 Brasil: 41.264 casos (2011)  DATASUS, 2011; (WHO). Global leprosy situation, 2011 )
  • 6. Detecção  geral  e  em  menores  de  15  anos  de  hanseníase  por  região, Brasil 2011 MT: 84,6 DATASUS, 2011
  • 7. Rev Saúde Pública 2010;44(4):650-7* Recidivas de casos de hanseníase no  estado de Mato Grosso * Capítulo (1) tese:  Profa. Dra. Silvana M. Benevides ferreira – UNIC            Profa Dra. Eliane Egnotti – UNEMAT            Profa. Dra. Monica Antar - UNIFESP
  • 8. Recidiva            Classificação operacional Pacientes que, após alta por cura:   dor no trajeto de nervos, novas áreas com alteração de PB sensibilidade, lesões novas e/ou exacerbação de lesões anteriores e que não respondem com tratamento com corticosteróides por, pelo menos, 90 dias Pacientes que, após alta por cura:   lesões cutâneas e/ou exacerbação de lesões antigas, MB novas alterações neurológicas que não responderem ao tratamento com talidomida e/ou corticosteróide nas doses e prazos recomendados e baciloscopia positiva. MS, 2009;2010
  • 9. Objetivo Comparar as novas entradas por recidiva de hanseníase em unidades básicas de saúde (UBS) e em unidades especializadas (UE) no estado de Mato Grosso.
  • 10. Método Estudo transversal de todas as entradas de casos de recidiva(SINAN) no período de 2004 a 2006. Foram definidos: Recidiva diagnosticados em unidades especializadas (UE): residentes nos municípios de Cuiabá, Cáceres, Diamantino, Rondonópolis e Várzea Grande; e Recidiva nos demais municípios do Estado com unidades básicas de saúde (UBs).
  • 11. Do total de 344 registros de casos de recidiva (SINAN )  Foram excluídos: n= 21 entradas por erro diagnóstico, duplicidade e transferência para outro estado.  Foram analisados 323 casos.
  • 12. Resultados da análise comparativa da proporção de casos de recidiva diagnosticados em UBS e UE
  • 13. Características individuais e geográficas  Tabela 1. Recidiva Total Variáveis UBs UE χ2 (p-valor) n % n % n % Sexo Masculino 180 69,8 49 75,4 229 70,9 0,79 (0,373) Feminino 78 30,2 16 24,6 94 29,1 Idade em anos Menor de 15 05 1,9 - - 05 1,5 1,28 (0,258) Maior de 15 253 98,1 65 100,0 318 98,5 Município residência Cáceres - - 04 6,2 04 1,2 179,58 (0,000) Cuiabá 19 7,4 24 36,9 43 13,3 Diamantino - - 08 12,3 08 2,5 Rondonópolis 04 1,5 10 15,4 14 4,3 Várzea Grande - - 09 13,8 09 2,8 Outros Municípios 235 91,1 10 15,4 245 75,9
  • 14. Tabela 2.  Características Clínicas   Recidiva Total Variáveis UBs UE χ2 (p-valor) n % n % n % Forma Clínica Indeterminada 26 10,1 03 4,6 29 9,0 5,22 (0,266) Tuberculóide 21 8,1 07 10,8 28 8,7 Dimorfa 125 48,4 31 47,7 156 48,3 Virchowiana 41 16,0 16 24,6 57 17,6 Ignorado 45 17,4 08 12,3 53 16,4 Classif. operacional PB 46 17,8 11 16,9 57 17,6 0,03 (0,864) MB 212 82,2 54 83,1 266 82,4 GIF Zero 141 54,6 41 63,1 182 56,3 4,44 (0,218) G1 59 22,9 17 26,1 76 23,5 G2 e G3 18 7,0 02 3,1 20 6,2 Ignorado 40 15,5 05 7,7 45 14,0 Total * 258 79,9 65 20,1 323 100,0
  • 15. Tabela 3.  Características Clínicas   Recidiva Total Variáveis UBs UE χ2 (p-valor) n % n % n % Baciloscopia Positiva 67 26,0 22 33,8 89 27,6 Negativa 101 39,1 15 23,1 116 35,9 5,86 (0,053) NR/Ignorada ! 90 34,9 28 43,1 118 36,5 Baciloscopia (PB) Positiva 01 2,5 02 11,7 03 5,3 Negativa 22 55,0 07 41,2 29 50,9 2,45 (0,294) NR/Ignorada ! 17 42,5 08 47,1 25 43,8 Baciloscopia (MB) Positiva 68 33,2 18 29,5 86 32,3 Negativa 76 37,1 11 18,0 87 32,7 12,34 (0,002) NR/Ignorada ! 61 29,7 32 52,5 93 35,0
  • 16. Tabela 4. Razão de taxas de recidiva Total Recidiva (A) Total Recidiva (B) Total Diferença Variável de de de Recidiva % casos casos casos Recidiva (!) n n % n n % n n % PB 9.959 46 0,5 6.116 11 0,2 16.075 57 0,4 150,0 MB 10.338 212 2,1 4.723 54 1,1 15.061 266 1,8 90,9 Total MT 20.297 258 1,3 10.839 65 0,6 31.136 323 1,0 116,7 Total de casos e recidiva (A) = UBs ; Total de casos e recidiva (B) = UE. (!) (UBs/UE)-1)*100)
  • 17. A – Total de munícipios com casos de recidivas B – Recidivas Multibacilares C – Recidivas Paucibacilares
  • 18. Conclusão  As  novas  entradas  de  casos  de  recidiva  em  Mato  Grosso  são  influenciadas  pelos  diagnósticos  feitos  em  UBS,  sugerindo  que  há  deficiência  na  rede  de  serviços  de  saúde  em  reconhecer  casos  de  recidiva.
  • 19. Rev Brasileira de Epidemiologia (15): 3, setembro/2012.* Características clínico-laboratoriais no retratamento por recidiva em hanseníase * Capítulo (2) tese:  Profa. Dra. Silvana M. Benevides ferreira – UNIC            Profa Dra. Eliane Egnotti – UNEMAT            Profa. Dra. Monica Antar - UNIFESP
  • 20. Objetivo Comparar as características clínico-laboratoriais dos doentes  de  hanseníase  durante  o  tratamento  inicial  e  no  retratamento  por  recidiva  diagnosticada  em  unidades  de  saúde  de  referência no Estado de Mato Groso.
  • 21. Método Estudo transversal de casos  diagnosticados  de  recidiva  em  hanseníase  em  unidades  de  referência  de  2005  a  2007  em  cinco  municípios do Estado  Foram definidos: Recidiva diagnosticados em unidades especializadas (UE): residentes nos municípios de Cuiabá, Cáceres, Diamantino, Rondonópolis e Várzea Grande; O tratamento inicial foi considerado t1 e a recidiva t2. 
  • 22. Recidiva versus tratamento inicial: análise comparativa
  • 23. Tabela 1. Distribuição dos casos de recidiva em hanseníase, segundo intervalo de tempo entre a alta do tratamento e recidiva; Mato Grosso, 2009. Sem informação= 7; (!) Média = 7 anos e 6 meses ; Mediana = 3 anos; DP = 5,71
  • 24. Tabela 2. Comparação de proporção de casos entre tratamento inicial (t1) e recidiva (t2) em hanseníase, segundo características clínico-laboratoriais; Mato Grosso, 2009.
  • 25. Tabela 3. Comparação de proporção de casos entre tratamento inicial (t1) e recidiva (t2) em hanseníase, segundo características clínico- laboratoriais; Mato Grosso, 2009. GIF= grau de incapacidade física  no diagnóstico 
  • 26. Tabela 4. Comparação de proporção de casos entre tratamento inicial (t1) e recidiva (t2) em hanseníase, segundo características clínico- laboratoriais; Mato Grosso, 2009.
  • 27. Conclusão  Os  casos  de  recidiva  caracterizam  o  agravamento  da  doença  indicadas  pelo  aumento  do  índice  baciloscópico e do grau de incapacidade física. 
  • 28. Recomendações O percentual de 6 a 20%, de registros de casos de recidivas em no período estudado demanda investigação e monitoramento das intercorrências após alta por cura; Maior percentual, 80%, de registros de recidiva em UBs e de 37% dos casos multibacilares diagnosticados reforçam a necessidade de encaminhamento para unidades de referência, dos casos suspeitos de recidiva, para esclarecimentos e confirmação dos diagnósticos;
  • 29. Recomendações A organização de serviços quanto à capacitação de recursos humanos, apoio laboratorial e maior acessibilidade ao tratamento e acompanhamento enfatizam prioridade para estes indivíduos; Maior atenção à confirmação diagnostica de recidiva por meio de exames baciloscópicos, em especial, nos multibacilares e da avaliação neurológica sistemática de todos os pacientes de hanseníase.
  • 30. Recordações As medidas adicionais de vigilância epidemiológica para este grupo de indivíduos com maior chance de reincidência da doença deve incluir: Melhoria das condições de vida, por meio da implementação de políticas públicas e maior responsabilidade do Estado e sociedade na organização de serviços, para alcance de melhores resultados do controle da hanseníase.